Notícias do Mar n.º 327

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Vela

Torneio internacional de Vela do Carnaval

Sucesso em Data Festiva

Fotografia Neuza Aires Pereira/ Vilamoura 2014

Os Optimist em regata O Torneio Internacional de Vela do Carnaval celebrou o seu 40º aniversário. A maior prova da vela nacional levou a Vilamoura cerca de 300 velejadores com a habitual organização do CIMAV.

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m Optimist Juvenis, Tomás Barreto, do Clube Naval de Cascais, conquistou a vitória, seguida de Rodrigo Correia do Clube Naval de Portimão. Em Infantis, o 1º classificado foi William Risse-

lin, do Ginásio Clube Naval de Faro. Em 420, Wagen Kilian/Siegwart Grégoire, da Suíça, suplantaram Diogo e Pedro Costa, do Clube de Vela Atlântico. Igualmente em destaque esteve Miguel Gomes, do Clu-

Miguel Gomes, do CNSesimbra, vencedor em Laser Radial 2

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be Náutico de Sesimbra, que triunfou na classe Laser Radial. Pedro Costa, do Clube de Vela de Lagos, foi segundo e Inês Sobral, da Associação Naval do Guadiana, a primeira feminina. Em Laser 4.7 Francisco Pina superou Henrique Brites,

ambos do Clube Naval de Cascais Em Snipe, Pedro e Sofia Barreto, do Clube Naval de Cascais, foram os vencedores, enquanto Francisco Melo/ António Jesuíno, do CIMAV ganharam em Dart 18.

Regata dos 420


Vela

Largada de Optimist

Tomé Dutra

Um Jovem Herói do Mar

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jovem velejador de Optimist Tomé Dutra, do Ginásio Clube Naval de Faro, destacou-se no 40º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, não pelo resultado alcançado mas, muito mais importante, pela nobreza da acção e a lição de desportivismo.

A história foi contada pelo treinador irlandês Thomas Chaix, que realça o fair play e o espírito de entreajuda de Tomé Dutra que socorreu Cathal Oregan, quando este se virou na última regata da prova realizada em Vilamoura. Oregan ficou afastado do seu barco, que se deslocava a uma velocidade que não permitia ser recuperado a nado, Dutra esqueceu a competição, retirou o jovem irlandês da água e levou-o de volta até ao seu Optimist. Que a extraordinária atitude de Tomé Dutra sirva de exemplo para todos.

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Vela

XIX Troféu S.M. Rei Juan Carlos I

José Matoso Coroado em Cascais

O Dragão Drago de José Matoso com os olímpicos Frederico Melo e Gustavo Lima

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Clube Naval de Cascais organizou, entre 6 e 9 de Março, a 19ª edição do Troféu S.M. Rei Juan Carlos I. A emblemática prova da classe Dragão marcou

igualmente o final das Cascais Dragon Winter Series. No Troféu, o triunfo sorriu ao Drago de José Matoso, Gustavo Lima e Frederico Melo, seguido de No Way Back de Pieter Heerema, Theis Palm e Kasper

Dragão Drago 4

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Harsberg e do Lady Taty de Álvaro Marinho, Nuno Barreto e Rodrigo Vantacich. Nas Cascais Dragon Winter Series 2013/2014, a vitória foi para o Lady Taty de Patrick Monteiro de Barros. O Still Crazy, de

Stefan Windberg e o Whisper, de Mário Quina, foram 2º e 3º respectivamente. Ao longo das 6 provas que constituíram as Winter Series 2013/2014 foram realizadas 35 regatas com todos os tipos de vento e mar.

Tigger do Britânico Tim Tavinor


Vela

Semana Olímpica Andaluza

Gonçalo Pires/Miguel Nunes no Pódio

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xcelente participação da numerosa frota nacional na Semana Olímpica Andaluza, em Cádiz, Espanha. Gonçalo Pires/Miguel Nunes foram os portugueses mais bem classificados. A dupla do Sport Lisboa e Benfica foi terceira na classe 470 masculina. Ainda na classe 470 masculino, realce igualmente para a 5ª posição de António Matos Rosa/Ricardo Schedel. João Villas-Boas/Francisco Pinheiro de Melo foram 13º e João Pestana/Tomás Marques terminaram em 16º lugar. Sara Carmo/Matilde Pinheiro de Melo foram 6ª classificadas em 470 feminino e Francisco Andrade/João Matos Rosa terminaram em 13º, na estreia competitiva na classe 49er. Em Laser Standard, após 12 regatas, Rui Silveira foi 6º, enquanto Eduardo Marques acabou no 30º posto. Frederico Melo finalizou em 10º na classe Finn e Jorge Pinheiro de Melo foi 21º da geral. Em RS:X, Pedro Côrte Moura alcançou o 23º lugar e João Rodrigues foi 25º. O veterano madeirense, atleta nacional com maior número de presenças em Jogos Olímpicos, sofreu uma lesão e apenas pode completar 3 das 12 regatas realizadas. Frederico Rodrigues e Guilherme Marques, foram 7º e 8º, respectivamente, em RS:X 8.5 Youth. 2014 Março 327

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Vela

Vela a norte

Acordo entre Viana do Castelo e Vigo

Centro de Vela Viana do Castelo As direcções do Real Club Nautico de Vigo e do Clube de Vela de Viana de Castelo estabeleceram uma parceria que permite o desenvolvimento da vela ligeira na Galiza e em Portugal tendo como base a Semana del Atlantico Ciudad de Vigo.

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cidade lusa organizará nas suas modernas instalações, na semana anterior ao Meeting Internacional de Optimist viguês, uma prova em que competirão todos os velejadores que disputarão a Semana del Atlántico Ciudad de Vigo. Depois da etapa portuguesa, denominada Semana del Atlántico Ciudad de Viana do Castelo, haverá uma clínica de vela em que marcarão presença

os mais destacados velejadores e monitores da vela ligeira internacional. A organização é conjunta com prémios e classificações separadas e a junção das duas dá origem a um Troféu.

Arenal Training Camps trophy

Gustavo Lima em Destaque

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ustavo Lima foi o português mais bem classificado, no Arenal Training Camps Trophy, que terminou no dia 16 de Março em Maiorca, Espanha. Esta prova serviu de preparação para o 45º S.A.R. Troféu Princesa Sofia, a realizar entre 29 de Março e 5 de Abril, também em águas das baleares. Gustavo Lima foi 9º classificado depois de disputadas sete regatas na classe Laser, enquanto Eduardo Marques terminou na 13ª posição. O espanhol Jesús Rogel foi o vencedor, seguido dos italianos Marco Gallo e Francesco Marrai. Em 470 Feminino, Sara Carmo/Matilde Pinheiro de Melo foram 16ª classificadas. As francesas Camille Lecointre/Helene Defrance, as polacas Agnieszka Skrzypulec e as britânicas Hannah Mills/Saskia Clark, acabaram nos três primeiros lugares.

Datas 25 e 26 de Outubro de 2014 Semana do Atlântico , Cidade de Viana 31, 01 e 02 Novembro de 2014 - Semana do Atlântico Cidade de Vigo

Gustavo Lima em Maiorca

Modernas instalações do Centro de Vela Viana do Castelo 6

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António Matos Rosa/Ricardo Schedel foram os melhores portugueses em 470 masculino, finalizando no 10º posto. Gonçalo Pires/Miguel Nunes em 13º e João Villas-Boas/Francisco Pinheiro de Melo em 30º foram os restantes lusos presentes no Arenal. Os argentinos Lucas Calabrese/Juan de la Fuente alcançaram o triunfo. Os gauleses Nicolas Charbonnier/Nebout Achille e o Sofian Bouvet/Jeremie Mion terminaram em 2º e 3º, respectivamente. Em 49er, Jorge Lima/José Luís Costa acabaram em 12º e Francisco Andrade/ João Matos Rosa em 33º. Os dois primeiros lugares seguiram para a GrãBretanha através de Dave Evans/Ed Powys e Dylan Fletcher/Alain Sign. Os austríacos Nico Delle Karth/Nikolaus Resch fecharam o pódio. Finalmente, em Nacra 17, a dupla Afonso Domingos/Diana Neves foi 30ª da geral. Triunfo dos espanhóis Iker Martinez/Tara Pacheco, com os franceses Billy Besson/Marie Riou e Thomas Zajac/Tanja Frank a serem 2º e 3º.


Vela

Mundiais de Formula Windsurfing e Slalom na Terceira

Praia da Vitória Capital das Pranchas

Mundial de Formula Windsurfig este ano nos Açores

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Clube Naval da Praia da Vitória apresentou na Bolsa de Turismo de Lisboa, os Campeonatos do Mundo de Formula Windsurfing e de Slalom, a realizar entre 28 de Abril e 10 de Maio, na cidade terceirense. A cerimónia contou com a presença de Vítor Fraga, Secretário Regional do Turismo e Transportes, que relevou a importância dos mundiais para o arquipélago: “Eventos como estes campeonatos têm um efeito multiplicador para os Açores. A aposta neste tipo de organizações é importante não apenas no contexto desportivo mas, igualmente, na estratégia que o governo açoriano tem delineada para o turismo”, declarou. Vítor Fraga deixou ainda uma certeza: “A Praia da Vitória dentro de uma década será uma referência mundial na modalidade”, concluiu. São aguardados mais de 200 velejadores para os dois eventos.

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Vela

Notícias de Vela de Angola

Campeonato Provincial de Vela de Luanda A Federação Angolana dos Desportos Náuticos (FADEN) realizou, no passado mês de Fevereiro, o Campeonato Provincial de vela de Luanda de 2014, com o apoio do COA, Comité Olímpico Angolano.

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stiveram em competição 98 atletas, acompanhados por treinadores, seccionistas e dirigentes do Clube Naval de Luanda, Clube Náutico da Ilha de Luanda, o Petro Atlético de Luanda e o Clube Desportivo Primeiro de Agosto. O Campeonato Provincial de Vela de Luanda, organizado pela Federação Angolana dos Desportos Náuticos contou com a preciosa ajuda do Clube Naval de Luanda (CNL) que apoiou com a logística, embarcações e alimentação para a Comissão de Regatas e Júri, decorreu na baía de Luanda em dois fins-de-

semana, nos dias 8, 9 e 15 16 de Fevereiro, tendo sido realizadas 9 regatas para todas as classes. A Prova contou também com o apoio do COA, Comité Olímpico Angolano, por altura da festa do seu aniversário, que se comemorou no dia 17 de Fevereiro e da Marinha de Guerra. O Campeonato englobou embarcações das classes Optimist, Laser Standard, Laser Radial, Laser 4.7 (pela primeira vez em Angola), 420 e 470 e realizou-se de acordo com as regras internacionais de regatas da ISAF (Federação Internacional de vela), servindo para classificação o somatório dos lugares de chegada em cada regata – sendo que, os

Baía de luanda com optimist 8

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atletas com menor pontuação no final foram os campeões provinciais das respectivas classes. Os resultados finais oficiais, demonstram um grande nível de competitividade, com domínio por parte dos atletas do Clube Naval de Luanda que ganharam todas as 7 medalhas de ouro em disputa, 3 medalhas de prata e 6 medalhas de bronze.Também os atletas do Clube Náutico da Ilha de Luanda tiveram uma notável participação, pois conquistaram 4 medalhas de prata e 1 medalha de bronze. A cerimónia da entrega de prémios decorreu no largo dos eventos, no Espaço Baía, na marginal de Luanda.

Os campeões provinciais de Luanda de 2014, nas várias classes de vela, são: 470 (M) – Matias Montinho e Paixão Paulo (Clube Naval de Luanda) 420 (M) – Telmo Lourenço e José Manasseis (Clube Naval de Luanda) Laser Standard (M) – Manuel Lelo (Clube Naval de Luanda) Laser Radial (F) – Engrácia Paulo (Clube Naval de Luanda) Laser 4.7 (M) – Filipe André (Clube Naval de Luanda) Optimist (M) – Lourenço Simão (Clube Naval de Luanda) Optimist (F) – Feliciana da Silva (Clube Naval de Luanda)

Baía de Luanda


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Notícias do Mar

Nova Legislação da Pesca Lúdica

Texto Antero dos Santos

Finalmente, Portaria para Animar a “Malta”

Ao fim de vários anos de Legislação encomendada pelos grandes armadores, atirando as culpas da diminuição dos “stocks” para a pesca lúdica e dos protestos, manifestações e apelos destes, solicitando uma Lei justa, este Governo lá se convenceu e promulgou uma Portaria que vai dar alguma animação aos pescadores lúdicos.

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Notícias do Mar

Já se pode pescar o sargo todo o ano

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Pesca embarcada junto à costa

á países que entendem que a pesca lúdica, na vertente turística, é uma actividade extremamente importante para a sua economia. E determinaram zonas, que foram mesmo interditadas à pesca profissional e reservadas para a pesca lúdica e para o turismo. Há já vários anos que a Universidade do Algarve efectuou um estudo do qual resultou que a pesca lúdica tem um impacto irrisório nos stocks, com apenas 0,2%. No entanto, toda a legislação que tem sido feita, tem tido o cuidado de proclamar que é por causa do esforço da pesca lúdica que os pescadores profissionais pescam menos e cada vez há menos peixe. Sempre se soube quem estava por detrás de toda a legislação que se fez restringindo a pesca lúdica, pois alguns dos grandes armadores até deram a cara em entrevistas. Para defenderem a sua actividade nociva e raparem os fundos com os seus arrastos sem serem incomodados, não atacaram as redes, mas sim o “desgraçadinho” do pescador lúdico, que acabou por ser apontado como o grande culpado de tudo. Agora, esses “senhores” já não

rapam os fundos aqui, apenas porque já não há nada para rapar, porque nem com as Directivas Comunitárias desistiam do arrasto Por causa desta actividade altamente prejudicial, as redes de pesca foram aproximando-se de terra, para não serem levadas pelos arrastões. Se os pescadores profissionais pescam agora menos do que pescavam, a culpa é principalmente deles, nunca dos pescadores lúdicos. Ao longo da costa, existem milhares de Km de redes que se mantêm permanentemente na água para pescar, mas mais não fazem do que matar o peixe e muito pouco pescam. Também lá estão no fundo milhares de Km de redes abandonadas. Depois dos arrastões, é agora isto que tem dado cabo dos stocks, pois o peixe não consegue aproximar-se das zonas de desova, mais abrigadas e juntas a terra, impedidos por paredes de redes, a poucas milhas da costa+ e umas a seguir às outras. Todos os anos são largadas para o fundo, mais uns quantos milhares de redes e as que lá estão nunca são retiradas. Muito raramente, 2014 Março 327

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Notícias do Mar

Pesca embarcada ao fundo pescadores conscientes fazem o seu levantamento. Uma pergunta que todos os pescadores lúdicos fazem: Quando se decreta o levantamento total

do fundo das redes abandonadas? Porque toda a gente sabe onde é que elas estão. Uma Portaria

que acabou com algumas injustiças Depois de ter saído o Decreto-Lei nº 246/2000, mais três Decreto-Lei, e a Portaria nº 143/2009, houve

Pesca apeada nas rochas 12

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muita gente que arrumou as canas, desistiu de pescar e houve lojas de material de pesca que acabaram por fechar. Estava prometida nova legislação, que era aguardada com muita desconfiança. A Portaria nº 14/2014 que saiu agora, vem dar uma enorme satisfação aos pescadores lúdicos e algum alento às actividades económicas do sector. Tem para já a vantagem de estabelecer a regulamentação necessária, para proceder à integração num único documento das diversas disposições que regulamentam a pesca lúdica. Esta Portaria também vai simplificar a forma do pagamento das licenças, ao organizar uma modernização administrativa e passando a considerar o registo electrónico no sistema de informação da pesca lúdica. Porém, a revogação da Portaria nº 143/2009 é que foi a principal vitória para os pescadores e mariscadores lúdicos da Costa Vicentina e igualmente para todos os outros, pois deixa de haver a discriminação entre os portugueses nascidos e residentes no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que podiam apanhar marisco na área e os restantes cidadãos não. Também, graças à revogação desta Portaria, acabaram as áreas interditas na Costa Vicentina, bem como outras restrições que havia nesta zona, como a pesca ao sargo e ao bodião. Os pescadores lúdicos desta região, deixaram de estar com a limitação dos 7,5 Kg de peixe, polvos, lulas e chocos. Agora, já podem pescar os 10 Kg, como todos os outros e os pescadores submarinos podem capturar até aos 15 Kg. Tal como já era admitido, o exemplar maior e com mais peso, o chamado


Notícias do Mar Náutica

Pesca apeada em praia troféu, não conta para a pesagem. Também já se pode apanhar mais marisco. Os perceves, lapas e burriés, podem-se apanhar em conjunto até 2 Kg. Os mexilhões até 3 Kg e as ostras e amêijoa-japonesa não mais que os 5 Kg. No que respeita aos dias permitidos para a pesca lúdica, nas Áreas Protegidas com área marinha, como o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Parque Natural da Arrábida, Parque Natural do Litoral Norte e Reserva Natural das Berlengas, são autorizados todos os dias a pesca apeada. Acabou portanto a restrição que

Cabo Sardão deixou de ser interdito para a pesca lúdica havia para os pescadores na Costa Vicentina. Muitos protestos se ouviram, por causa disso. Quanto à pesca embarcada nestas áreas, só é permitida de quintafeira a segunda-feira e nos dias feriados, ficando limitada a 5 dias por semana, com excepção do período

compreendido entre 1 de Junho e 30 de Setembro. Nestas áreas, as embarcações em que se exerça a actividade marítimo-turística não estão sujeitas a essas restrições. O problema da pesca embarcada, é que nunca se sabe se o

mar deixa sair de quinta-feira até segunda-feira. E se os dias bons, para se sair com segurança, forem na terça-feira e na quarta-feira. Agora, com bastante antecedência, já se sabem quais são os melhores dias para a pesca e quais são os dias que vão obrigar a fazer saídas

A Ilha do Pessegueiro já não está interdita 2014 Março 327

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Notícias do Mar

Praias da Costa Vicentina arriscadas. Esta Portaria nº 14/2014 podia ter previsto esta situação e não proibir quaisquer saídas. Se houve o interesse de satisfazer os pescadores lúdicos de poderem pescar de barco todos os dias nas férias em Junho, Julho, Agosto e Setembro, qual é o benefício que esta proibição traz? Qual é o impacto que vão fazer nos stocks, se poderem pescar todos dias nos restantes meses? Nenhum pescador lúdico embarcado vai à pesca todos os dias,

O bodião já se pode pescar, sem quaisquer restrições 14

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mesmo nas férias. Já é normal, serem os pescadores a escolher os dias em que ficam em terra, respeitando a meteorologia. Porque têm que ficar nos dias determinados pela Lei? Se nem mesmo os pescadores profissionais saem todos os dias, os pescadores lúdicos ainda menos. O que esta Portaria fez, foi colocar em risco a vida de muitos pescadores que tinham apenas um dia proibido de sair para o mar e agora têm dois. E podem acabar por sair nos dias que não deviam.

O Cabo Sardão é espectacular para a pesca submarina


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Notícias do Mar

Economia do Mar

Atraso nas Obras do Canal do Panamá e Sines à Espera Enquanto Sines espera pela via ferroviária, a situação em torno da ampliação do Canal do Panamá voltou a sofrer mais um impasse, que levou à suspensão das obras durante duas semanas.

nos Pacífico e Atlântico.

O

conflito surge porque o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), adjudicatário da obra e liderado pela espanhola Sacyr e pela italiana Salini Impregilo, reclama mais de 1.600 milhões de dólares que atribui a “imprevistos” que o deixaram sem liquidez, mas que a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) não reconhece. O projeto de ampliação foi adjudicado ao GUPC por um valor global de 5.250 milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros), que incluem a construção do novo complexo de comportas que permitirão duplicar a carga que passa pela via aquática. O conflito atual pode provocar um novo atraso nas obras de expansão do Canal do Panamá, que começaram em 2007 e prevê-se que estejam concluídas em junho de 2015, nove meses após o acordado. O reinício das obras está sendo feito de uma forma que permite atingir o ritmo pleno no menor tempo possível A autoridade que administra o canal confirmou que tinha entrado em acordo com o consórcio para resolver uma série de questões pendentes, incluindo as datas de entre16

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ga de enormes eclusas que estão sendo construídas na Europa. O canal afirmou que a paralisação de duas semanas significa que o projeto não será concluído até pelo menos dezembro de 2015, um atraso que poderá custar milhões de dólares. O impasse também assumiu tmbém um alerta a várias empresas, principalmente norte-americanas, que investiram em navios diante da perspectiva de aumento do fluxo comercial da rota que une os ocea-

Sines à espera da via ferroviária A Autoridade do Canal do Panamá e a Administração do Porto de Sines celebraram há cerca de um ano um acordo de cooperação mútua, que privilegia o porto português no conjunto dos concorrentes europeus como destino do aumento de cargas que a ampliação do canal, prevista agora para 2015, irá proporcionar. O porto de Sines foi incorporado por Bruxelas, como parte do corredor ibérico de infra-estruturas portuárias. É um porto de águas profundas, o que lhe permite ter capacidade para receber os grandes porta-contentores, que irão atravessar o Canal do Panamá depois

de concluída a sua ampliação. E o porto de Sines é o que está mais próximo na Europa, encontrandose quase em linha recta com o Canal do Panamá. A Administração do Porto de Sines já construiu um novo megaterminal de contentores, chamado de Vasco da Gama, mas se as mercadorias não escoarem rapidamente para a Europa, perde-se a grande oportunidade de receitas deste terminal num porto de águas profundas. A construção da ferrovia rápida de Sines para a Europa, vai colocar Sines como o principal porto europeu. Enquanto nada se decide para Sines, todos os atrasos na obra do Canal do Panamá, são bons para Portugal.


Náutica

Notícias Yamaha

Yamaha Cria Parceria com a Terra dos Sonhos A Yamaha trabalha continuamente na realização dos sonhos dos seus clientes e dos potenciais clientes. Em 2014 queremos ir mais além, vamos vender 10.000 cavalos de potência e doar 10.000€

A

Yamaha estabeleceu para 2014 uma Parceria com a Instituição Terra dos Sonhos para concretizar não só o sonho de muitas crianças, como a realização de experiências em barco e moto de água, mas também apoiar financeiramente esta Instituição. Desta forma, definimos que por cada cavalo de potência vendido, doaremos

1€ à Terra dos Sonhos. O nosso objectivo é vender 10.000 cavalos de potência para podermos doar 10.000€ à Terra dos Sonhos! O que é a Terra dos Sonhos? A Terra dos Sonhos é uma Organização de Solidariedade Social Portuguesa, sem fins lucrativos, fundada no dia 1 de Junho de 2007, Dia Mundial da Criança. A principal atividade da Terra dos Sonhos consiste na realização dos sonhos de crianças

e jovens diagnosticados com doenças crónicas e/ou em estado avançado de doença, e crianças e Jovens em Risco, como forma de transmitir uma mensagem de esperança na possibilidade de realização dos seus objetivos mais inspiradores, independentemente de circunstâncias, condicionamentos e limitações. A superação da impossibilidade através da criação da possibilidade é o resultado final pretendido! Visão - Riscar a palavra

impossível do dicionário. Missão - Melhorar a qualidade de vida mental e física dos seus beneficiários, promovendo a transformação de crenças e convicções, influenciando as perceções limitadoras que têm das suas vidas e do mundo, desenvolvendo atividades que criem emoções positivas e construam novas crenças potenciadoras, capacitando-os a agir de forma diferente e, assim, obter resultados diferentes.

Para informação mais detalhada poderá, ainda, contactar um Concessionário Oficial Yamaha ou: YAMAHA MOTOR PORTUGAL, S.A. Telefone: 214 722 100 Email: infomarine@yamaha-motor.pt Website: www.yamaha-motor.eu/pt/produtos/fora-de-borda/index.aspx e www.facebook.com/PortugalYamahaMarine ASSOCIAÇÃO TERRA DOS SONHOS Telefone: 213 406 234 Website:www.terradossonhos.org e www.facebook.com/terradossonhos

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Náutica

Teste Beneteau Flyer Sun Deck com Honda BF225 VTEC

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Barco de Mar para as Férias e Fins-de-Semana

Testámos nas águas do Algarve, equipado com o Honda BF225, o Beneteau Flyer 750 Sun Deck, uma embarcação com o casco bastante marinheiro, desenvolvido pelo estaleiro para satisfazer bem os que querem passar os fins-de-semana a bordo, fazer o pequeno cruzeiro e divertirem-se com os mergulhos e os banhos de sol.

A

linha Flyer da Beneteau tem presentemente sete modelos, o mais pequeno é um open com 5,45 metros de comprimento e o maior, para o pequeno cruzeiro, atinge 8,25 metros de compri18

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mento. São todos barcos muito polivalentes, com motorização fora de borda e com características para navegarem no mar com segurança e conforto. O Flyer Sun Deck oferece excelente

acomodação, confortável cabina e um amplo solário Este Beneteau da gama Flyer, com cabina e um amplo solário, apresenta um equipamento muito completo para permitir, o

mais possível, uma utilização muito polivalente. Sobressai neste Flyer o amplo espaço no poço, com um largo e confortável banco em U na popa, que ocupa toda a largura interior do barco e que permite acomodação para seis


Náutica

O Beneteau Flyer 750 Sun Deck é um barco robusto com desempenho seguro

O posto de comando

Beneteau Flyer 750 Sun Deck

pessoas. Os bancos do piloto e do copiloto, foram concebidos com um design bem ergonómico, são muito confortáveis e giratórios para poderem ser usados virados para trás. Permitem também duas posições sentado durante a navegação, uma mais em baixo e a outra mais elevada. Servem igualmente de assentos junto da mesa de piquenique que se pode montar ao meio do poço. A zona à frente representa o

Painel de instrumentos 2014 Março 327

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Náutica

Beneteau Flyer 750 Sun Deck é rápido a descolar da água

O Flyer 750 Sun Deck estava equipado com o motor Honda BF225 VTEC 20

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Náutica

Interior da cabina

Sun Deck, com um largo e comprido solário almofadado que tem ainda uma cabeceira para encosto das cabeças. Na proa o ferro vai apoiado numa ferragem e junto fica um porão para guardar o ferro, a corrente e cabos. À frente, os cunhos de amarração são dois, um de cada lado. Para garantir segurança na circulação do poço para a frente, existe um alto varandim até à proa. De referir que a passagem do poço para o solário é mais larga a bombordo e tem 38 cm de largura, permitindo com facilidade a passagem. O piloto tem duas posições de condução, em pé apoiado ou mais elevado e sentado. O posto de comando apresenta o painel de instrumentos conce2014 Março 327

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Náutica

O casco tem a proa alta e um V profundo bido com uma linha moderna, agradável e com boa leitura. A cabina tem uma porta arredondada em vidro acrílico que abre correndo por detrás

do posto de comando. Dentro tem um banco em V com uma mesa de madeira ao meio, que se converte numa cama de casal. A cabina tem um quarto de

banho com sanitário marítimo e dispõe ainda de uma cozinha com um frigorífico. Para as arrumações, sob o banco da popa existem grandes

Os bancos do piloto e copiloto 22

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compartimentos, com muita capacidade para guardar a palamenta e os acessórios. O barco tem também um bimini para cobrir o poço quando o sol aquece. Motor Honda BF225 VTEC O Honda BF225 VTEC é um motor que tem incorpodado todas as tecnologias de topo desenvolvidas pela marca japonesa, pioneira dos motores a 4 tempos. O BF225 VTEC tem um bloco V6, 24 válvulas, 3.471 cm3 de cilindrada e 225 HP de potência. Este motor foi o primeiro a incorporar o sistema VTEC, utilizado nos carros de Fórmula 1. Trata-se de um sistema que varia electronicamente a elevação e duração da abertura das válvulas da admissão, para obter as maiores performances a baixa e a alta rotação. O motor tem o sistema PGMFI, a injecção programada de combustível, que reduz o consumo e aumenta a performance no arranque.


Náutica

O BF225 VTEC também incorpora o sistema BLAST, binário aumentado a baixa rotação, para obter acelerações rápidas principalmente no arranque, para as embarcações planarem mais rapidamente. Com o sistema ECOmo, o BF225 VTEC consegue baixos consumos em velocidades de cruzeiro em rotações entre as 3.000 rpm e 4.500 rpm O motor tem monitorização electrónica do óleo, do aquecimento e da sobrerotação, com os alertas respectivos. Como características muito relevantes, o Honda BF225 VTEC é um motor muito equilibrado e silencioso, com um consumo muito reduzido. O Beneteau Flyer 750 Sun Deck tem um casco que oferece um desempenho muito seguro, rápido e confortável O Fyer 750 Sun Deck tem a proa alta e dispõe de um casco

Entrada da cabina e posto de comando que incorpora os “air staps” e um V profundo com um ângu-

lo à popa de 18/20 graus. Com estas características o barco

descola bem da água, obtendo arranques rápidos. A curvar

O amplo solário à frente

O ferro tem um apoio à proa 2014 Março 327

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Náutica

O Poço é muito amplo e tem confortáveis bancos adorna um pouco e vira muito bem agarrado à água e sempre com boa segurança. A cortar a ondulação mostra suavidade e oferece um desempenho muito confortável. Com um motor que se ca-

racteriza pelo forte poder de aceleração, logo no teste de arranque, o barco com o peso de 2.85 Kg, em 2,11 segundos já planava. Também o teste de aceleração até às 5.000 rpm deu um

Cozinha com frigorífico 24

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bom resultado, pois o Flyer atingiu a velocidade de 32 nós em 11,18 segundos. Tal como já esperávamos no teste de velocidade mínima a planar, o barco não conseguiu menos que 12,5/13 nós,

às 3.400 rpm, devido ao tipo de casco em V. Quanto à velocidade máxima, às 5.800 rpm, atingimos os 38 nós, uma performance adequada ao conjunto. Salientamos uma velocidade

A cabina


Náutica

Apoio do fero à proa económica de cruzeiro às 4.000 rpm, com o barco a navegar a 27,5 nós e a fazer um cruzeiro bastante rápido. Realçamos também a resposta do barco à condução e

às manobras rápidas, principalmente quando insistimos com o barco, a curvar a 28 nós às 4.500 rpm e sempre com muita segurança. Não estava vento, mas com

Entrada para o barco a bombordo a proa elevada e com perfil deflector que apresenta, o Flyer 750 Sun Deck afasta bem a

água e dificilmente molha o poço, até porque a borda deste barco é bastante alta.

Características Técnicas Comprimento total

7,20 m

Comprimento do casco

6,99 m

Boca

2,51 m

Peso a seco

2.080 Kg

Depósito combustível

285 L

Depósito água doce

100 L

Motor

Honda BF225

Preço barco/motor c/IVA

59.900 e

Performances

Entrada da Cabina

Tempo de planar

2,11 seg.

Aceleração às 5.000 rpm

32 nós 11,18 seg.

Velocidade máxima

38 nós 5.800 rpm

Mínimo a planar

12,5/13 nós às 3.400 rpm

Velocidade cruzeiro

27,5 nós 4.000 rpm

3.500 rpm

23,3 nós

4.000 rpm

27,5 nós

4.500 rpm

30 nós

5.000 rpm

32 nós

5.500 rpm

33,7 nós

5.800 rpm

38 nós

Concessionários no Algarve Santa Maria Náutica Lda. Pavilhâo Branco – Doca de Faro 8000-541 Faro Tel.: 289 804 805 – Telm: 919 789 884 www.santamarianautica.com Importadores Francisco Ramada, Lda - Doca de Belem 1300-501 Lisboa Tel. - 21 364 15 87 Telm - 91 616 81 34 Email - geral@franciscoramada-beneteau.com Honda Motor Europe Sucursal em Portugal Rua Fontes Pereira de Melo,16 Abrunheira, 2714–506 Sintra Telefone: 219 155 300 www.honda.pt

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Náutica

Notícias Honda

Novo Honda BF80 e BF100

A GROW Produtos de Força Portugal , Distribuidor exclusivo da Honda Marine para Portugal , anuncia o lançamento dos novos motores fora-de-borda BF80 e BF100 com 80 e 100 HP respectivamente.

E

stes novos modelos que cumprem e excedem as normas ambientais em vigor, irão estabelecer novos referenciais de performance, fiabilidade e economia de combustível nas suas classes. Durante o período de lançamento e, até Julho de 2014, o Distribuidor e Rede de Concessionários Honda Marine, irão numa acção conjunta, lançar uma nova campanha de valorização extra de retomas que colocará estes dois novos motores num excelente patamar de competitividade e relação preço-qualidade. Apoio Extra de Retoma Honda BF80 - 2.214 € Honda BF100 - 2.460 € PVP Campanha c/IVA Após Apoio Honda BF80 – 10.085 € Honda BF100 – 11.538 €

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Notícias do Mar

Notícias Vanguard Marine

Rivernaut Lda Transforma-se em Vanguard Marine Lda

R

ivernaut, empresa conhecida pela prestação de serviços náuticos, e de maneira muito especial, pelos serviços de manutenção e de reparação integral de embarcações insufláveis e de semirrígidas, adapta-se ao futuro. Dada a experiência de mais de 30 anos acumulados no produto, pela equipe técnica e de gestão, no ano passado, iniciou-se o fabrico de uma nova marca de embarcações semirrígidas, para uso profissional e de salvamento, sob a marca comercial VANGUARD®, integrando a colaboração do estaleiro STARFISHER®, na construção dos cascos de PRFV Assim, seguindo as linhas do Plano Estratégico, no início deste ano, alterou-se a razão social de Rivernaut Lda. para Vanguard Marine Lda., mantendo-se os restantes detalhes inalterados e fundamentados pela seriedade, profissionalismo e

eficácia. Nesta reorganização, na qual a Vanguard Marine Lda tem um investimento significativo em infra-

estrutura, recursos humanos e técnicos, três áreas distintas de trabalho são estabelecidas no âmbito das marcas: Vanguard (fabrico e

comercialização), Rivernaut (Serviço de manutenção e reparação) e Retubing (Serviço de troca de flutuadores multimarca)

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Notícias do Mar

Notícias Porti Nauta

Beneteau no Barlavento Algarvio com PortiNauta

Beneteau Antares 8.80 Foi com muito gosto que a Porti Nauta anunciou o início da comercialização da marca Beneteau, na zona do Barlavento Algarvio, adicionando um nome de prestígio ao vasto leque de marcas representadas pela empresa.

O

início da comercialização resulta de uma parceria com a empresa

Francisco Ramada, que nomeou a Porti Nauta, como novo distribuidor e estaleiro de manutenção autorizado, permitindo

Beneteau Oceanis 45 28

2014 Março 327

assim, não só, o aumento do portefólio de produtos da empresa, mas também, a criação de um polo de assistência persona-

lizada para embarcações, à vela e a motor, da marca Beneteau. A assumida estratégia multimarcas do Grupo, permite estar

Beneteau Barracuda 7


Notícias do Mar

Travel Lift com Cranchi 47 HT

Beneteau Gran Turismo 44 preparada para receber novas marcas e prestar formação aos departamentos de vendas e técnico para que sejam capazes

de servir os clientes da melhor forma. Esta parceria permitirá juntar o dinamismo do construtor

Pintura

Coppercoat Francês com a energia de uma empresa líder de mercado, que vendeu mais de 70 embarcações no ano de 2013. Brevemente estará disponível, para venda e

teste, a embarcação Beneteau Flyer Sport Deck equipada com o novo Honda BF100, juntando desta forma, duas novidades de 2014.

Na zona de assistência trabalho de jato de areia 2014 Março 327

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Electrónica

Novidades Nautel

RAILBLAZA Aumenta a Gama de Produtos de Fixação No seu terceiro ano no mercado nacional e europeu a Railblaza, que desenvolve soluções para a fixação definitiva, ou temporária, de dispositivos diversos, em embarcações, canoas, viaturas, autocaravanas, máquinas especiais etc, aumentou a sua gama com uns quantos novos produtos.

M

antendo a raiz da ideia, a versatilidade da combinação de bases variadas que se distribuem pelo veículo/embarcação com engenhosos elementos de sustentação e fixação adequa-

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2014 Março 327

dos aos equipamentos que se pretende usar, os novos produtos são os seguintes: ROKK: Sistema ajustável com dupla que permite inclinar graus, ou rodar 360

de base rótula, e até 270 graus, o

dispositivo que estiver fixo na base (sonda, GPS etc). A rótula tem uma bola em metal, e o conjunto foi dimensionado para aguentar pressão e vibração. VISIBILITY KIT: Kit para reforço da visibilidade para pequenas embarcações, kayaks, canoas… Aqui tratou-se de colocarse numa caixa um conjunto de produtos que já existiam em separado (só em preto), mas que têm a maior utilidade quando usados juntos : inclui um TelePole, luz NaviLux 360, base StarPort, e uma bandeira flurescente, cor de laranja.

NAVILUX 360 LED: Intensidade luminosa de 150 lumens. Alimentação via 3 pilhas tipo AA, permitindo 20 horas de contínuo uso. SWIVEL PORT: Adaptador à base existente para permitir a rotação em 360 graus do dispositivo que estiver instalado . Muito útil por exemplo para os suportes de cana de pesca, que assim podem ser rodados para o ângulo que se pretenda. STOWPOD: Caixa de arrumos e transporte e fixação de pequenas coisas. Disponível em branco e preto. Diversas fomas de fixação.


Notícias do Mar

4ª Feira de pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal

Setúbal Acolhe a Pesca Lúdica de 24 a 27 de Abril A Câmara Municipal de Setúbal, através do seu projecto Jogos do Sado e respectiva Comissão Organizadora, com o apoio de parceiros locais e de pescadores voluntários, vai organizar durante os dias 24 a 27 de Abril, a 4ª Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal.

T

al como nos anos anteriores, a Feira decorre no Parque Urbano de Albarquel, frente ao Estuário do Sado, com entrada gratuita, num conceito de feira interactiva de pescadores para pescadores e

para a náutica de recreio. O objectivo é criar condições para uma interacção prática entre lojas, importadores, clubes, associações, federações, sites/fóruns, revistas da especialidade e pescadores das mais variadas técnicas,

essencialmente direccionadas para a pesca em estuário e no mar. Cada expositor tem um pavilhão individual e pode montar no exte-

rior.bancadas ou suportes de exposição na zona em frente e usar a praia, para testes de material, workshops, ou demonstrações de tudo que se propuser fazer, conforme a sua qualidade: de lojista, importador, associação/clube ou várias destas qualidades associadas. A praia que fica junto ao parque permite testar material, trocar impressões, passar conhecimentos práticos e teóricos acerca de técnicas e materiais diversos. Para testes de materiais de pesca embarcada existem dois barcos de apoio, permitindo assim abarcar um conjunto significativo de testes de materiais para técnicas diversas. Em qualquer situação, um lojista, importador, ou associação e clube pode fazer um workshop prático de Casting, Surfcasting, Spinning, e Jigging, pois tem tudo ali à mão, da parte da manhã, com água pela muralha; e, da parte da tarde, com areia; devido à maré.esperada para os dias da Feira. Nos testes de materiais, está lá tudo, podendo-se testar canas e carretos de pesca embarcada, amostras para Jigging e para Kayaks de pesca.

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Náutica

Atividades Marítimo-Turísticas

Novo Capelli Tempest 900 MT O novo semi-rígido de 9 metros da Capelli, criado em colaboração com o Grupo Angel Pilot, especialmente para atividades marítimo-turísticas, é um semi-rígido que incorpora uma nova interpretação de espaço e conforto para famílias e grupos.

Apartir deste modelo Capelli Tempest 900, com um layout Angel Pilot será o Tempest 900 MT

E

sta nova embarcação tem um amplo deck, para o qual o Grupo Angel Pilot, tendo por base mais de 20 anos de relação com empresas marítimo-turísticas, desenhou um layout que compreende várias soluções inovadoras,

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dando origem à configuração mais versátil do mercado para observação de golfinhos e passeios de barco em grupo: o 900 MT é simultaneamente um barco de lazer e desportivo. O layout inclui, à popa, um banco de 3 lugares para passageiros que preferem um passeio de barco confortável. Estes lugares são perfeitos

para famílias com crianças, uma vez que proporcionam segurança e comodidade. À frente desse banco, encontram-se 4 encostos de navegação de pé, para os passageiros que desejam sentir a adrenalina do passeio, junto à posição de condução. Ao centro, uma consola de condução que incorpora um banco de dois lugares, semelhante ao banco de popa e por fim, seis bancos jockey duplos e um assento à proa. Esta configuração inclui também arco de luzes em inox, escada de banhos, e uma escada de embarque à proa, que permitirá aos operadores marítimo-turísticos, embarcar passageiros nas praias. Esta é, sem dúvida, a mais importante característica desta embarcação. Os flutuadores são feitos em neoprene-hypalon ORCA 1670 dtex, um material de comprovada fiabilidade e durabilidade, podendo durar mais de 10 anos. As cores escolhidas para este modelo são o vermelho, preto e cinzento, com bandas nos flutuadores de uma cor que simula a fibra de carbono. O semi-rígido tem capacidade para transportar

22 passageiros e pode ser equipado com um ou dois motores até um máximo de 500 hp. O novo Capelli Tempest 900 MT, com o seu estilo racing, combinado com um layout versátil, proporciona uma emocionante experiência para todos - desde os mais tímidos, aos mais viciados em adrenalina - e oferece uma performance, confiança e segurança inigualáveis. O barco estará disponível para teste em Abril e o Grupo Angel Pilot tem um preço muito especial para encomendas efetuadas até 15 de Março. Quem precisar de um barco de características e layout diferentes, pode sempre criar o seu próprio design com a opção de Customização


Náutica

da Capelli. Sobre o Grupo Angel Pilot O Grupo Angel Pilot é uma organização que se dedica à comercialização, importação e exportação de equipamentos de lazer, com sede social no Algarve. A organização inclui três empresas totalmente lideradas pela família Balzer através de uma filosofia de gestão que combina as características da empresa familiar, com a estrutura e capacidade de resposta de uma empresa líder de mercado em diversos setores. Filosofia Oferecer a todos os clientes experiências, através do fornecimento dos mais diversos equipamentos de lazer e acompanhamento dos compradores durante a sua utilização, disponibilizando informação, produtos complementares e, o mais importante, assistência especializada. Dados Técnicos Comprimento: 9,10 m Boca: 3,26 m Lotação: 22 Potência máxima: 2x250 hp Flutuador: Neoprene Hypalon 1670 dtex Diâmetro flutuador: 0,65 mt Certificação: B

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Entrevista Carlos Salgado

A Arte Rupestre do Tejo Quarenta Anos Depois da sua Descoberta É com muito gosto que respondo ao convite do amigo Carlos Salgado para abordar a arte rupestre do Tejo nas páginas de Notícias do Mar. Deu-se o acaso, feliz, de ter acompanhado esta extraordinária descoberta, com a idade de 12 anos, circunstância que determinou o meu caminho como arqueólogo. Não fora essa oportunidade teria seguido seguramente outros rumos.

D

Dr. João Carlos Caninas

Rocha 155 (parcial) de Fratel (AMBaptista)

Estação de AR de Fratel - bancada na margem direita (JPMonteiro) 34

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evo começar por referir o doutor Mário Varela Gomes, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e o dr. António Martinho Baptista, director do Museu do Côa, como destacados especialistas na arte rupestre do Tejo. Aliás deve-se ao doutor M. Varela Gomes o mais completo contributo para o conhecimento deste património, consubstanciado na sua tese de doutoramento, defendida em 2010, e que inclui um vasto catálogo de mais de 6000 figuras, meticulosamente caracterizadas, além de magnífica documentação gráfica e sólida abordagem teórica. Aliás, o Prof. Doutor Emanuel Anati, um dos membros do júri de doutoramento, qualificou este trabalho de importância mundial no domínio dos estudos de arte rupestre, e foi também afirmada, por vários membros do júri, a premência da sua publicação, devolvendo à sociedade o conhecimento acerca de um património cultural submerso nos anos setenta pela albufeira de Fratel. Pois bem, não querendo ser incómodo, direi que à sociedade portuguesa tem faltado a motivação para proporcionar meios adequados à publicação de um trabalho desta importância, oferta de conhecimento que ficaria bem complementada por um guia fotográfico como o que foi publicado acerca da arte do Côa por A. Martinho Baptista. Desde a sua descoberta, no início dos anos setenta do século passado, a arte rupestre do Tejo tem sido objecto de muitos outros estudos, parcelares, apresentados em revistas e em fora científicos, e mais recentemente de teses universitárias, promovidas principalmente pelo Instituto Politécnico de Tomar em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Mas, toda esta aquisição de conhecimento, deveu-se, em grande parte, aos meios disponibilizados, à época da descoberta, pela Fundação Calouste Gulbenkian, meios que permitiram uma operação de emergência, consistindo no reconhecimento e no registo (em molde, fotografia e to-

Rocha 59 de Cachão do Algarve - veado(MVGomes) pografia) talvez da maioria das gravuras existentes no Tejo nacional. Tal urgência deveu-se à iminência da submersão do vale inferior pelas águas da barragem então em construção. Com o intuito de orientar os leitores para a descoberta deste património, recomendo uma visita à página do Centro de Interpretação criado pela Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, nos antigos Paços do Concelho, com escassos mas adequados meios e o apoio científico do Museu do Côa:(http://tejo-rupestre.com/). A Associação de Estudos do Alto Tejo também disponibiliza informação e testemunhos sobre o tema, em particular através do dossier intitulado Nos 40 anos do início da descoberta da arte rupestre do Tejo, publicado no número 4 (2011) da sua revista digital (http://www.altotejo.org/ acafa/acafa_n4.html). A riqueza da arte rupestre do Tejo tem um valor que a coloca entre os principais “santuários” arqueológicos da Península Ibérica e da Europa? Sim, é essa a opinião da comunidade científica. O conjunto formado pelas mais de dez mil gravuras préhistóricas insculpidas nas bancadas rochosas, tendencialmente horizontais, das margens do rio Tejo e seus principais afluentes, nas fronteiras


Notícias do Mar

Links: http://tejo-rupestre.com/ - http://www.altotejo.org/acafa/acafa_n4.html fluviais dos concelhos de Ródão, Nisa, Mação e Idanha, a que no meio arqueológico se chama complexo de arte rupestre do Tejo, consubstancia um património arqueológico de importância europeia e, talvez, mundial. É seguramente um dos valores maiores do maior rio peninsular, o Tejo / Tajo. Porém, este património continua, infelizmente, por classificar, 40 anos depois da sua descoberta, apesar da meritória iniciativa da doutora Ana Catarina Sousa, recente subdirectora-geral do património cultural, que em 2011 fez a abertura do processo relativo ao conjunto de Fratel. Consideramos pertinente que se institucionalize, deste modo, o reconhecimento do valor cultural deste complexo de arte rupestre, embora as rochas gravadas se encontrem maioritariamente inacessíveis, no fundo do vale do Tejo, e seladas pelos sedimentos e águas da albufeira de Fratel. Para além da elevada quantidade de gravações, convirá recordar que este complexo gráfico é também caracterizado por uma grande diversidade de temas (representação de animais e de figuras humanas que correspondem a menos de 5% dos casos, motivos geométricosimbólicos, que ocupam mais de dois terços do conjunto das gravações, além de outras tipologias como artefactos e figuras indeterminadas), de estilos (do sub-naturalismo ao esquematismo) e por uma complexidade interpretativa, patente em inúmeras associações e sobreposições de figuras. Por exemplo, na famosa rocha 155 de Fratel foram identificados mais de cem motivos. Por outro lado, os principais teorizadores acerca da cronologia deste complexo gráfico convergem na sua atribuição à Pré-História recente, com base em critérios estilísticos, mas divergem quanto à sua periodização fina, isto é, à arruma-

ção dos diferentes tipos, estilos e associações de gravuras no tempo histórico. Entre outros, M. Varela Gomes propõe uma evolução longa, de mais de 5000 anos, entre o Epipaleolítico e a Idade do Ferro, em contraponto a A. Martinho Baptista que defende um tempo de vida mais curto, concentrado no Neolítico e Calcolítico, ao longo de cerca de dois milénios. Que civilização pré-histórica produziu esta arte no Tejo e que comparação pode ter com a arte rupestre, tão mediática, de Foz Côa? Em primeiro lugar, a excepcionalidade e o estatuto mundial da arte rupestre do rio Côa, realidade que é extensível ao rio Douro, não diminui o grande valor cultural e científico da arte rupestre do Tejo. Na verdade, não me parece que seja relevante fazer esse tipo de comparação entre os dois conjuntos arqueológicos. Aliás, como tem sido vincado, por exemplo por A. Martinho Baptista, existe até uma complementaridade, no tempo, entre a arte do Tejo e a arte do Côa, esta última com duas grandes etapas que não estão representadas (de modo estatisticamente significativo) no Tejo, uma etapa mais antiga (Paleolítico) e outra mais recente (Idade do Ferro) que a arte tagana. Nunca saberemos por que motivo os nossos antecessores pré-históricos decidiram criar tão fabuloso santuário (para pegar no conceito usado por alguns arqueólogos) ao ar livre, naquela região. Mas podemos, e devemos, elaborar teorias sobre isso. Porém, o carácter extraordinário de que se revestiu esta descoberta tem vindo a ficar matizado por outras descobertas, posteriores, igualmente extraordinárias, na medida em que aprofundamos a pesquisa do nosso território. Exemplos disso são a arte rupestre do Côa, já referida, e mais recentemente o também numero-

Rocha 158 de São Simão - Homem com veado morto (MMonteiro)

Espiral. Cachão do Algarve (AMBaptista) so património gráfico das serras do Açor e Lousã, descobertas que ilustram os valores culturais que o território ainda encerra. No caso do Tejo conhecem-se os locais por onde andaram os fazedores das gravuras rupestres, e em particular os sítios onde viveram e os monumentos (dólmens) onde enterraram os seus mortos. Tal contexto comporta (assim o possamos estudar) um valor acrescido para um conhecimento mais completo acerca das comunidades humanas que nos antecederam neste território. Para além das características já apontadas (quantidade, diversidade, complexidade), a arte rupestre do Tejo também nos pode impressionar pelo seu elevado grau de abstracção (recorde-se que predominam as figuras ditas geométricas, como círculos e espirais) e qualidade estética, de tal forma que, nos últimos anos, foram várias as situações de apropriação de figuras do Tejo como logótipos de congressos e de entidades (casos da AEAT e do extinto CNART – Centro Nacional de Arte Rupestre). Tal significa que a arte do Tejo conserva ainda

um enorme potencial de uso e que pode oferecer novas oportunidades de investigação e de usufruto público. Mas para isso temos que a desocultar. Nessa perspectiva, e sem pretender negar direitos adquiridos de gestão hídrica e eléctrica, diversas entidades como a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão e a AEAT, têm vindo a reclamar o acesso periódico às gravuras, pelo abaixamento do nível de armazenamento de Fratel, durante um período de tempo curto, quiçá, de um mês. É algo que se poderá atingir com vontade política e empresarial da parte dos decisores públicos e privados de Portugal e de Espanha, sustentada numa concertação da gestão de caudais durante o período de abaixamento. Com um programa bem definido, podemos contribuir, seriamente, para o reclamado desenvolvimento social, cultural e económico deste território de baixa densidade do interior de Portugal. João Carlos Caninas, arqueólogo, Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT)

Círculos de São Simão (MMonteiro) 2014 Março 327

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo

Crónica e Fotos de Arquivo Carlos Salgado

No Tejo Internacional e no Alto Tejo Dois Santuários Um dos Santuários, o Arqueológico, foi o Descrito pelo meu Convidado, mas há Outro, o da Biosfera

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Notícias do Mar

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Tejo Internacional atravessa uma zona de transição entre a cordilheira montanhosa do centro de Portugal e as planícies do Alentejo, um território de vales profundos com encostas abruptas sobre o rio e os seus afluentes. É delimitado a montante pelo afluente Erges, na margem direita, que demarca a fronteira com a vizinha Espanha e a jusante é o afluente Sever, na margem esquerda, que demarca a fronteira na barragem de Cedillo que é espanhola mas, curiosamente, é alimentada por dois rios portugueses, o Ponsul e o Sever. Tem uma extensão de quarenta e seis quilóme-

tros e é internacional porque a margem direita é portuguesa e a esquerda é espanhola, estando situados na margem portuguesa os municípios de Idanha a Nova e de Castelo Branco, cujas sedes estão afastadas do rio. Este está classificado como Parque Natural do Tejo Internacional devido à sua flora, que inclui bosques de sobreiros e azinheiras, galerias de salgueiros e outras espécies endémicas e por ter uma riqueza, extraordinária de avifauna, o que se deve ao facto dele se situar no corredor de passagem de aves migratórias do norte da Europa para o sul e por reunir também excelentes condições de nidificação e tem também uma grande

diversidade de espécies de mamíferos selvagens, autóctones. Este Parque, para além do património natural é também marcado por valores de património histórico e cultural dos quais ressalta a Arte Rupestre pré histórica, descrita no artigo do arqueólogo João Caninas, meu convidado neste número do Notícias do Mar, para além de um rico património Geológico, que se encontra classificado internacionalmente como Geopark Naturtejo, do qual os principais atractivos são a natureza, a biodiversidade, o património arqueológico e o geológico, a cultura popular, o artesanato e a gastronomia da região. Esta organização modelar, que é gerida por uma em-

presa muito competente, tem uma grande projecção, sobretudo no estrangeiro, e conta anualmente com milhares de visitantes entre cientistas, intelectuais e turistas. E de registar também a coexistência dos patrimónios, natural e cultural acima referidos com actividades humanas como a agricultura e a pastorícia, o azeite e os queijos de fabrico tradicional que é valorizado pelo artesanato, folclore e a gastronomia característica da região. Passando a barragem de Cedillo o Tejo é totalmente português e entra-se no concelho de Vila Velha de Ródão, na margem direita, e no de Nisa, na margem esquerda.

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Notícias do Mar

Tejo a Pé

Texto e Fotografia Carlos A Cupeto

Garças e Patos Desde sempre no Tejo a Pé passámos a mensagem que o tempo para caminhar está sempre bom, umas vezes com sol, outras com chuva. O que verdadeiramente conta é o “tempo da cabeça de cada um”.

Uma exposição simples mas bem ilustrativa do tesouro natural que é o paúl

Passámos a mensagem que o tempo para caminhar está sempre bom

C

om a ameaça de chuva mas, praticamente, sem chuva, os nossos passos pisaram as margens do Almonda e paúl do Boquilobo. Terras por onde andaram os romanos, como testemunha a vila de Cardílio, que também visitámos, e certamente muitos outros. Onde há um rio há vida e assim foi sempre – os rios sempre atraíram pessoas.

uma exposição simples mas bem ilustrativa do tesouro natural que é o paúl. Soubemos que os patos ainda cá estão e que as garças, maior colónia em território português, já chegaram. Corda às botas e eis-nos num magnífico e bucólico trilho com densa vegetação e água por todos os lados. Muitas aves no ar e outras nas árvores, mais à frente, no paúl propriamente dito – reserva integral – também na água.

A passo vivemos mais um pouco de um rio com vida, a possível Com o som da água a correr e quase sempre com o rio à vista, num percurso muito plano e fácil, o nosso destino foi o paúl do Boquilobo. Aqui, no Centro de Interpretação Ambiental – que sabe a pouco e cheira a subaproveitado -, fomos recebidos pelo simpático e disponível Fernando Canais. Existe ali

Um magnífico e bucólico trilho com densa vegetação e água por todos os lados

Num percurso muito plano e fácil, o nosso destino foi o paúl do Boquilobo 38

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Onde há um rio há vida e assim foi sempre


Notícias do Mar

No Centro de Interpretação Ambiental Depois do sempre bem-vindo picnic e da paisagem diferente dos sobreiros, chegámos ao posto de observação. Foi pouco mais do que entrar e sair, mas o suficiente para compreendermos a excelência do lugar. Muito perto passam os comboios da Beira mas não nos pareceu que causassem qualquer perturbação aos animais. De regresso ao lugar de partida, sempre com muita e animada conversa, houve a oportunidade de visitar as ruínas romanas de Cardílio; estes romanos sabiam escolher os lugares e sabiam viver. O sr. José Carlos é uma figura a quem agra-

decemos o que nos ensinou dos homens e mulheres que vieram de Roma até ao Almonda. Ao todo, foram quase 20 quilómetros, algo mais que o previsto, mas ninguém se queixou. Mais uma exceção deste Tejo a Pé quando comparado com o habitual das nossas vidas – normalmente temos menos do que nos prometem e esperamos, mas aqui é o contrário, anunciaram-se 12 e fizeram-se 20 quilómetros. Alguns, poucos, também cumpriram a tradição de fazer o encerramento da jornada de copo na mão, e que copo!

Com o som da água a correr e quase sempre com o rio à vista

No posto de observação

Além das magníficas vistas largas os pormenores não ficam atrás No paúl as aves sentem-se em casa

O sempre bem-vindo picnic

De regresso ao lugar de partida, ao todo foram quase 20 Km 2014 Março 327

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Raymarine Expande os seus Displays Multifunções Série a Novo Formato de 7” A tecnologia Raymarine no seu melhor, num écran elegante com touch screen. Estes displays utilizam a interface intuitiva Light House da Raymarine. Basta escolher a função, tocar e navegar.

É

cran com a tecnologia LED super brilhante, processador dual super rápido e processador gráfico muito potente. Pode personalizar as páginas de navegação, basta arrastar e colocar as aplicações pretendidas na página. O Light House é uma guia para configurações de forma simples e intuitiva. O novo formato de 7’’ super brilhante, super rápido e super simples. Os modelos com sonda integra-

da são a escolha perfeita para pescadores que pretendem um equipamento versátil, 2 em 1. Os modelos de a68 e a78 integram a função patenteada da Raymarine de sonda Chirp Downvision que permite obter imagens muito realistas da estrutura e dos peixes. Os modelos a67 e a77 integram sonda digital Clear Pulse completamente automática ideal para pesca junto á costa ou para uma ou outra incursão ao largo. Estão preparados para o trolling. Um adaptador opcional permite a utilização dos motores

MinnKota (transdutor 83kHz). Como opcional o Bluetooth e o WiFi integrados permitem usar o seu tablet e telemóvel para visualizar e controlar remotamente o seu display multifunções. Mas não tem só a ver com pesca: Opção de radar com a Antena Digital HD e Super HD Color; Cartografia Navionics Silver ou Gold em cartão micro SD;

Cartografia 3D e cartografia aérea Navionics Platinium + Charts (opcional); Sensor de GPS integrado de 50 canais; Dados do motor; Controlo áudio Fusion; Suporte de Câmara IP; Controlo Piloto Evolution; Páginas de Navegação; Tudo isto no seu Display Multifunções e nos seus dispositivos móveis.

Para todas as informações adicionais contacte a Nautiradar: www.nautiradar.pt Catálogo completo já disponível em: http://nautiradarraymarine.weebly.com/novo-catalogo-2014.html

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Náutica

Notícias Touron

Quicksilver Edição Smart Captur 675 Pilothouse

A melhor maneira de ter o equipamento que necessita.

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e cada pessoa é diferente, porque terão as embarcações de ser todas iguais? As embarcações Quicksilver foram construídas visando a máxima optimização da sua utilização, no entanto, sabemos que cada nauta tem as suas preferências. É neste contexto que se apresenta a Edição Samart, com todo o equipamento mais solicitado pelos nossos clientes. Desta maneira, as embarcações são fornecidas com o equipamento mais desejado e, muito importante, com uma poupança de 10% sobre o preço do equipamento vendido separadamente. Por outro lado, a entrega do equipamento é mais

rápida e existe mesmo a hipótese de, no concessionário local, existir uma embarcação disponível com esse equipamento instalado. Edição Smart e Packs Modelos: Captur 755 Pilothouse Captur 675 Pilothouse Captur 605 Pilothouse Captur 555 Pilothouse Activ 675 Open Activ 605 Open Activ 555 Open Activ 505 Open Activ 675 Sundeck Activ 605 Sundeck Activ 855 Cruiser Activ 705 Cruiser Activ 645 / 595 Cabin

Poço do Captur 675 Pilothouse

Mercury Comemora 75 Anos

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Mercury Marine iniciou as comemorações dos 75 anos passados sobre o seu humilde nascimento no estado do Winsconsin, EUA. A Mercury é uma divisão da Brunswick Corporation que projecta, fabrica e comercializa a mais ampla gama de produtos e sistemas de propulsão marítima para todas as aplicações - desde pequenos botes até embarcações de pesca, barcos de recreio e iates. “A Mercury irá comemorar os seus 75 anos durante o ano 2014 com diferentes eventos e iniciativas, que reflectirão a nossa sólida herança de inovação no meio marítimo” - palavras de Mark Schwabero, presidente da Mercury Marine. “Vamos organizar eventos por todo o mundo, incluindo sempre os nossos clientes, fornecedores, empregados e comunidades, reconhecendo o papel fundamental desempenhado por essas pessoas e entidades na consolidação do nosso negócio e do nosso futuro” - continuou. “Estamos ansiosos para compartilhar estas comemorações com todos aqueles que nos ajudaram a crescer e a ter sucesso” A Mercury nasceu em 1939, quando Carl E. Kiekhaefer comprou uma fábrica de motores, quase falida, em Cedarburg, Wisconsin (EUA), não muito longe da quinta da sua família. Essa fábrica foi vendida com um stock de 300 motores fora de borda. O plano original de Kiekhaefer era reconstruí-los e vendê-los, para depois criar um novo negócio de separadores magnéticos para a indústria leiteira que havia naquela zona. Mas o facto é que Kiekhaefer, quando acabou de vender os motores, deu por si totalmente metido no negócio dos fora de borda marítimos. A Mercury punha, assim, no mercado a sua primeira marca, disponibilizando produtos inovadores e fiáveis. Os seus motores passaram a ser muito solicitados, sendo muito apreçados pelo seu rendimento e velocidade. A partir daí, a Mercury passou a ser sempre reconhecida, não apenas pela produção de motores para propulsionar embarcações, mas, sobretudo, pela velocidade que lhes conferia. Actualmente, a Mercury Marine é o maior fabricante de motores marítimos do mundo, com a gama mais ampla do mercado em sistemas de propulsão marítima. É o negócio que mais fundos aporta para a Brunswick Corporation, desde 2008. Com sede em Fond du Lac, Wisconsin (EUA), a Mercury tem 5.400 empregados e trabalha com 4.200 distribuidores e concessionários em todo o mundo. As comemorações dos 75 anos da Mercury, ao longo de todo o ano de 2014, terão eventos localizados em todo o mundo. A Touron, com os seus concessionários, faz parte desta história desde 1958, 19 anos após o nascimento da marca. Neste contexto, a Touron lançará no mercado uma série de acções comerciais visando promover e comemorar o 75º aniversário da Mercury. A Mercury Marine lançou um microsite dedicado a celebrar os seus 75 anos: http://www.mercurymarine.com/75years/

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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Sargos Gigantes na Costa Algarvia Se de costa é uma das espécies mais cobiçadas, de barco também igual valor desportivo, quebrando a monotonia da captura de outras espécies e dando um brilho especial às jornadas de pesca embarcada, numa vertente mais seletiva. E é sobre sargos-legítimos e sargos-veados que hoje vamos falar, pescando na costa algarvia.

Os sargos-veado e sargos legítimos dão um brilho especial às jornadas de pesca embarcada

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O sargo é uma das espécies mais procurada na pesca lúdica 42

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sargo é uma das espécies mais procurada em todas as modalidades praticadas na pesca lúdica. Na verdade, seja à boia ou lançando na praia, quer seja na pesca embarcada ou a engordar numa falésia, os sargos são uma das espécies mais perseguidas pela confraria dos pescadores, quer pela sua argúcia e combatividade, quer pelo seu valor gastronómico que nada fica atrás da maioria das espécies alvo. De facto, na família dos sargos encontramos dois grandes favoritos da pesca

lúdica: o sargo-legítimo e o sargo-veado. E é deles que vamos tratar no presente artigo, na modalidade de pesca embarcada, porventura a modalidade mais desconhecida e menos praticada na captura destas espécies. Os sargos Na família dos sargos, o legítimo e o sargo-veado são as espécies que maiores tamanhos atingem (a par do sargobicudo), sendo certo, contudo, que as capturas de grandes exemplares acima dos dois quilos para o primeiro e dos quatro quilos para o segundo são cada


Pesca Desportiva

Texto Gibelino Encarnação Fotografia Autor e José Luís Costa (www.pesca-embarcada.com)

vez mais raras, em grande parte devido à grande pressão da pesca comercial que tem vindo a diminuir significativamente os stocks e, por outro lado, à dificuldade inerente à captura destas espécies, uma vez que se tratam de peixes muito desconfiados a tomar os iscos. O sargo-legítimo tem hábitos mais costeiros, aproximando-se muitas vezes de terra na procura de comida, em fundos insuspeitáveis que muitas vezes atingem menos de dois metros de água, em especial, durante a noite ou nos dias em que as condições lhe permitem uma maior “camuflagem”, ou seja, com águas mexidas e tapadas, o que na costa algarvia acontece com frequência na presença de ventos do quadrante leste, especialmente, com ventos de este e sueste. Por outro lado, o sargo-legítimo prefere frequentemente habitats de pouca ou média profundidade, com fundos entre os dez a vinte e cinco metros, procurando as chamadas “pedras

As capturas de grandes exemplares acima dos dois quilos é rara

O sargo-legítimo tem hábitos mais costeiros, aproximando-se muitas vezes de terra na procura de comida 2014 Março 327

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Pesca Desportiva

A sardinha é um isco bastante apreciado pelos sargos de terra”, ou seja, pedras relativamente próximas da costa em que passam o dia maioritariamente entocados, saindo ao anoitecer para procurar comida nas águas pouco profundas junto a terra, onde deambulam ao longo da costa.

Os sargos-veados preferem águas de maior profundidade, normalmente a partir dos vinte metros, alojando-se em zonas de pedra forte, com grandes buracos ou fendas onde se possam proteger, especialmente se foram circundadas por cascalho

ou lodo com “ramos” (estruturas de corais) e formam pequenos grupos de indivíduos dispersos por essas mesmas zonas. A época de pesca Das duas espécies, o sargoveado é a mais sedentária, embora efetue pequenas deslo-

Os sargos-veado preferem

Chumbadinha: Excelente opção!

A melhor época para a pesca no Algarve destas espécies é a partir de Outubro até Abril 44

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Pesca Desportiva

cações locais e procure águas menos profundas na altura da desova. Contudo, nos pesqueiros de eleição desta espécie podemos encontrar exemplares ao longo de todo o ano, havendo sempre a chegada de novos exemplares que tomam o lugar dos que foram capturados. Esta predileção por determinados locais e o caráter mais ou menos sedentário desta espécie, determina alguma len-

tidão nos movimentos da sua deslocação de uns locais para outros, o que deve ser tido em conta para não exercermos pressão excessiva sobre um determinado pesqueiro, pois o excesso de exploração pode implicar que o mesmo fique “seco” por período de tempo significativo até que venha a ser reocupado por outros indivíduos da mesma espécie. No Algarve, a melhor época

para a captura desta espécie na pesca embarcada pode ser fixada entre outubro e junho. Já no que respeita ao sargolegítimo, trata-se de uma espécie essencialmente migratória, realizando grandes deslocações, quer em busca de alimento e de abrigo, quer em função do seu ciclo reprodutivo. Por isso é frequente numa jornada de pesca, encontramos um pesqueiro repleto de peixe e

fundos onde se possam esconder a partir dos 20 metros

para o sargo legítimo e até Junho para o sargo-vesdo 2014 Março 327

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Pesca Desportiva

maioritariamente nas já referidas “pedras de terra”.

Quando o pesqueiro fica engodado no fundo pelos iscos, vêm os pequenos e os grandes poucos dias depois ou, até, no dia seguinte, o pesqueiro estar deserto. Estas deslocações são fre-

quentemente verificadas pelos caçadores submarinos que constatam rápidos movimentos de aparição e desaparecimento

O sargo-veado, pelo seu carácter sedentário, escolhe os mesmos habitats 46

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de cardumes de sargos em determinados pesqueiros. Embora possam ocorrer esporádicas capturas de sargoslegítimos ao logo de todo o ano, a melhor época fixa-se entre outubro e abril, altura em que o ciclo reprodutivo faz aproximar um grande número de indivíduos da costa e em que se fixam

A pesca A pesca embarcada de sargoslegítimos e veados procura essencialmente a captura de grandes exemplares, acima de um quilo de peso, pelo que é fácil de compreender que uma jornada em que se consiga três ou quatro exemplares por pescador já pode ser considerado um bom dia de pesca. A procura de um bom pesqueiro e uma boa dose de paciência são ingredientes fundamentais para o bom sucesso. Com efeito, o que se procura não é “encher o balde” de safias ou besugos mais sim tentar a sorte com um sargo-legítimo de dois quilos ou de um veado com quatro quilos. A escolha dos pesqueiros implica um bom conhecimento da zona de pesca, dos tipos de fundo e alguma persistência na procura destas espécies. Pelo caráter sedentário do sargoveado que acima referimos e pela sua identidade na eleição de habitats, é bom de ver que em pesqueiro que já se tenha capturado esta espécie é muito natural que lá se encontrem outros indivíduos no mesmo local. Quando não se tem suficiente conhecimento da zona de pesca é sempre preferível contratar uma embarcação de aluguer e manifestar ao Mestre da

Os Sargos-veado preferem zonas de pedra forte com grandes buracos


Pesca Desportiva

mesma o tipo de pesca que se pretende fazer. Contudo, para os verdadeiros amantes do mar, um dia passado na procura de bons pesqueiros, mesmo sem capturas, é sempre um dia bem passado. O isco Em matéria de iscos é sabido que as preferências de cada um não coincidem com as dos restantes. Para nós, na pesca embarcada a estas espécies, o isco predominante deve ser sempre a sardinha, iscada aos troços ou em filetes; este é seguramente um isco imprescindível. Na verdade, a sardinha é um isco bastante apreciado pelos sargos que, em regra, pegam muito bem, mas ainda tem a vantagem de ser eventualmente o isco que melhor “engoda” o pesqueiro, já que ao ser constantemente atacado pelos peixes de menor dimensão, vai formando um rasto de partículas e odores que se torna altamente apelativo para as espécies pre-

tendidas que são atraídas muitas vezes a grandes distâncias. Por isso, normalmente, quanto mais tempo se pesca num mesmo pesqueiro com sardinha maior é o número de capturas que vai sempre crescendo na proporção da eficácia da “engodagem” do pesqueiro, acontecendo, por vezes, esperar-se meia hora ou mais até que entre o primeiro exemplar, o que só acontece depois da referida “engodagem”. Por outro lado, a sardinha permite fazer iscadas de certo volume, o que também é especialmente atrativo para os grandes exemplares. O grande inconveniente da utilização da sardinha radica no facto de ser um isco facilmente destruído pelo peixe miúdo e de, frequentemente, atrair ao nosso anzol safios e moreias, espécies indesejáveis no pesqueiro quando, o nosso objetivo específico, são os sargos. Conjuntamente com a sardinha, podem ser utilizados de forma alternada outros iscos,

Montagens de dois estralhos apenas, com comprimentos entre os 50 a 80 cm com linha de fluorocarbono

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Pesca Desportiva

A procura de um bom pesqueiro e uma boa dose de paciência, são ingredientes fundamentais para o bom sucesso em especial, o camarão, a “salsicha” e o caranguejo e, no caso de não haver muito peixe miúdo no pesqueiro, os ralos. A sardinha a utilizar deve ser o mais fresca possível e deve tentarse mantê-la assim durante toda a jornada com a ajuda de uma geleira e gelo para a conservar em boas condições. As montagens Nesta modalidade de pesca, as

montagens são em tudo semelhantes às que se utilizam na pesca embarcada. Pessoalmente prefiro as montagens de dois estralhos apenas, com comprimentos entre os 50 a 80cm e efetuadas com a maior discrição possível, ou seja, destorcedores muito pequenos e de grande qualidade, missangas pequenas e transparentes, etc., e quer na madre da montagem quer nos estralhos a indispensável linha de fluorocarbono, especialmente atendendo a que se pesca a pequenas profundidades e, normalmente, com águas claras, em que o peixe tudo deteta e estranha, principalmente quando se trata de grandes exemplares destas espécies. Os anzóis devem ser igualmente de grande qualidade, com especial atenção para o seu arpão e barbela que deve ser grande, com tamanhos entre o número 1 e o 2/0. Para quem prefira, os estralhos podem ser montados em destorcedores com clip que permita por e tirar rapidamente o estralho através de uma laçada na sua extremidade, de forma a iscar a sardinha com as agulhas próprias para esse efeito, apresentando assim uma iscada muito mais natural e perfeita. Resta agora pegar nas nossas “armas e bagagens” e procurar estas espécies, pois a sua época está prestes a iniciar-se.

Cada macaco no seu galho Na pesca fundeada, quando há uma procura específica destas espécies, é frequente encontrarmos pesqueiros em que os sargos legítimos e os veados coabitam, especialmente se se tratar de fundos rochosos de estrutura forte onde as espécies se misturam na procura de abrigo, embora seja raro encontrar as duas espécies a ocupar os mesmos buracos.

Uma excelente jornada de pesca aos sargos 48

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Surf

Texto e Fotografia João Zamith

Notícias do Surf Club de Viana

Seleção Britânica de Surf Estagia no CAR Surf de Viana do Castelo A Seleção de Surf do Reino Unido (Surfing Great Britain) escolheu Viana do Castelo para realizar, entre 17 e 23 de fevereiro, o seu estágio de preparação para o ISA World Junior Surfing Championship, que se vai realizar no Equador, entre 5 e 13 de abril.

Surfing GB Junior Squad no CAR Surf de Viana do Castelo

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treinador da seleção, John Ellis considera que todos os seus objetivos foram atingidos e ultrapassados pela experiência fantástica que viveram em Viana do Castelo. “Gostaríamos muito de voltar e fazer neste espaço privilegiado de treino a nossa preparação para cada ISA World Games”.

O Centro de Alto Rendimento de Surf (CAR SURF) acolheu neste estágio 22 atletas, a residir em Inglaterra, no País de Gales, na Indonésia, na África do Sul e em Portugal, acompanhados de três técnicos da Federação Britânica de Surf. Esta seleção tem como objetivo principal para o ISA World Junior Surfing Championship classificar-se acima dos 10 primeiros lugares, e, como

Surfista britânico prepara-se para entubar na direita do pontão na praia do cabedelo 54

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Momento de boa disposição dos atletas da Selecção GB


Surf

Final dos Sub 18 no pontão na praia do cabedelo objetivo geral, posicionar-se melhor que no ano anterior, no qual ficou em 14º. Para John Ellis, o CAR SURF de Viana do Castelo foi uma escolha fácil. “Tínhamos ouvido falar das excelentes condições deste centro pelos nossos amigos da equipa de Devon que cá estiveram a disputar os Jogos Náuticos do Atlântico. Também queríamos formar a nossa equipa longe do tempo frio da nossa terra; queríamos elevar a performance e a técnica da equipa e dar-lhe o melhor campo profissional. A quali-

dade das suas instalações, a sua localização física, a proximidade da praia e o facto de ser na Europa foram decisivos”. Considera que todos os objetivos iniciais foram atingidos e até ultrapassados. “Queríamos trabalhar o treino intenso dentro de água através da organização de vários heat em formato de campeonato. Em simultâneo, pretendíamos utilizar as salas de aula para análise e preparação da formação. As instalações do ginásio também foram ótimas como complemento para a preparação físi-

Surfistas da Selecção GB em momento de descontracção no CAR Surf ca dos atletas. A experiência que aqui vivemos foi fantástica!”. Por isso afirma, “gostaríamos muito de voltar e fazer deste centro o nosso campo de preparação para cada ISA World Games. Também gostaríamos de fazer deste um espaço privilegiado de trabalho para a nossa equipa de surfistas ingleses entre os 12 e os 14 anos”.

O Eng.º Vítor Lemos, Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, considera que a realização deste estágio assume extrema importância, uma vez que o CAR SURF foi construído com o objetivo de atrair seleções de topo mundial a Viana do Castelo e também nesse âmbito, a parceria com o Surf Clube de Viana está a dar resultados.

Eng. Vítor Lemos, Vereador do Desporto da Câmara Municipal Viana do Castelo, em entrevista para a Antena 1

Arran Strong surfista britânico a residir em Cascais em entrevista à Antena 1

Selecção britânica em treino físico funcional

Surfing GB Junior Squad no espaço interior do CAR Surf de Viana do Castelo 2014 Março 327

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Surf

Circuito Nacional de Surf Esperanças

Fotografia: João Rosado

Guilherme Fonseca e Teresa Bonvalot Começam Época a Ganhar

Guilherme Fonseca

Guilherme Fonseca e Teresa Bonvalot foram os surfistas em destaque na primeira etapa do Circuito Nacional de Surf Esperanças da FPS, realizado na Costa de Caparica, ao vencerem os escalões de sub-18 e sub-18 feminino, respectivamente.

Fotografia: Chrityan Ventura

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Teresa Bonvalot 56

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rancisco Almeida (sub-16), João Vidal (sub-14) e Guilherme Ribeiro (sub-12), foram os outros campeões desta etapa disputada em condições muito difíceis, com muito vento onshore a fazer-se sentir hoje, dia das finais. Em sub-18, Guilherme Fonseca (Peniche Surf Clube) venceu a final de forma inequívoca, com uma onda de 8,50 e uma segunda nota de 5,50 (14,00 de média), deixando em segundo lugar João André (7,50), João Moreira (6,90) e Frederico Magalhães (5,80). Um começo de época quase perfeito para jovem penichense


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peonato. “As ondas estavam difíceis, com muito vento”, começou por dizer a jovem surfista da Linha do Estoril, que na final se superiorizou a Inês Silva, Camilla Kemp e Mariana Assis, explicando o seu desempenho na final: “Felizmente, consegui encontrar um sítio onde quebraram as ondas que precisei para vencer a minha primeira etapa do Esperanças, finalmente. Ainda não sei se o calendário me permitirá estar presente em todas as provas do circuito, mas vou tentar, pois aprendo muito nestes de 16 anos, que resumiu assim a sua participação: “Foi um campeonato disputado em condições muito complicadas, em que acabei por fazer o meu melhor surf logo no início. Depois, foi trabalhar o que o mar me oferecia de forma a poder ganhar. Não foi o surf mais bonito, mas o mais eficaz.” Na competição feminina, Teresa Bonvalot venceu a sua primeira etapa de Esperanças, o que não deixa de ser curioso para uma surfista de 14 anos que se notabilizou por vencer uma etapa da Liga Moche, o Nacional Open. Um caso de precocidade que, na Caparica, finalmente venceu o “seu” cam-

campeonatos.” O Circuito Nacional de Surf Esperanças 2014 é organizada pela FPS, Algarve Surf Clube, Caparica Surfing Clube, Clube de Desportos Alternativos da Nazaré, Peniche Surfing Clube, Surfing Clube de Portugal e Associação Onda do Norte, com os apoios da Volcom, O’Neill, Nazaré Qualifica, Cision, Câmara Municipal de Almada, Câmara Municipal de Aljezur, Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal da Nazaré, Câmara Municipal do Porto e Câmara Municipal de Peniche. Apoios Media: beachcam.pt; Onfire, Surftotal e Surf Portugal

Camiola Kemp foi uma das finalistas 2014 Março 327

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Surf

Gala do Desporto de Cascais

Atletas e Clubes da FPS “Tomam Conta” da Gala A Câmara Municipal de Cascais na sua Gala de Desporto anual homenageou 22 atletas de 5 clubes da Federação Portuguesa de Surf, pelas suas prestações durante o ano de 2013, numa inequívoca demonstração da pujança do Surf nacional e, mais especificamente, no Concelho de Cascais.

CRCQL vencedor da Taça de Portugal 2013 58

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os clubes, Centro Recreativo e Cultural da Quinta dos Lombos (CRCQL),

Surfing Clube Costa do Sol (SCCS), Surfing Clube de Portugal (SCP), Grupo Dramático e Sportivo de Cascais (GDSC) e Núcleo de Surf do Guincho (NSG), foram os homenageados: Quanto aos atletas, receberam homenagem da Câmara Municipal de Cascais, os seguintes: SCCS João Vidal (Campeão Nacional de Surf Esperanças sub-12) Pedro Coelho (Vice-Campeão Nacional de Surf esperanças sub-18) Teresa Bonvalot (3ª Class. Circuito Nacional Surf Open feminino) Frederico Morais (Campeão Nacional Surf Open) Miguel Blanco (Vice-Campeão Nacional Surf Open) Vasco Ribeiro (9º class. Mundial Júnior ASP) José Ferreira (3º Class. Circuito Nacional Open) Ruben Gonzalez (Campeão de Surf Open no Eurosurf) Surfing Clube de Portugal Diogo Couceiro (Vice-Campeão Nacional Skimboard sub-14) Afonso Ruiz (Campeão Nacional Skimboard sub-18 e Open) Sara Curado (Vice-Campeã Nacional Skimboard Open) João Guerreiro (Vice-Campeão Nacional Skimboard Open) CRCQL David Vedor (Campeão Nacional Bodyboard Esperança sub-12) Guilherme Guerra (Campeão Nacional Bodyboard Esperança sub16) Simão Monteiro (Vice-Campeão Nacional Bodyboard Esperança sub-18) Stephanos Kokorelis (Campeão Nacional Bodyboard Esperança sub-18) João Barciela (Campeão Nacional Bodyboard Open) João Moreira (Campeão Nacional Surf Esperanças sub-14) Rodrigo Heredia (Vice-campeão europeu Surf Master no Eurosurf) Inês Silva (3ª class. Circuito Nacio-

Camilla Kemp atleta feminina do ano 2013 nal Surf Esperanças sub-18 fem.) Equipa do CRCQL vencedora da Taça de Portugal GDSC Simão Penha (3º class. Circuito Nacional Surf Esperanças sub-14) Luís Perloiro (Vice-Campeão Nacional de Esperanças sub-16)

NSG Camilla Kemp (Campeã Nacional sub-18 e Vice-Campeã Nacional Open) Votação Pública Paralelamente, foram também homenageados, por votação pública, os atletas da FPS nas seguintes

categorias: Esperança feminina: Teresa Bonvalot (SCCS) Atleta feminina: Camilla Kemp (NSG) Esperança masculino: João Moreira (CRCQL) Atleta Masculino: Frederico Morais (SCCS)

Teresa Bonvalot esperança feminina 2013

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tel: 21 445 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Notícias do Mar

Últimas Mundial de Juniores 2014 no Equador

Seleccionador David Raimundo Anuncia Equipa

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Seleccionador Nacional David Raimundo escolheu o grupo que vai representar Portugal no Mundial de Juniores (ISA World Junior Surfing Championship) que decorre no próximo mês de 5 a13 de Abril no Equador. Os 12 eleitos foram seleccionados com base nas observações da equipa técnica durante dois estágios realizados este ano, mais a primeira etapa do Circuito Nacional Surf Esperanças, realizada na Caparica. Aos surfistas que não foram escolhidos, o Seleccionador recordou que ainda poderão integrar a Selecção no Europeu de Juniores

EDP Mar Sem Fim

deste ano, nos Açores mas reafirmou a certeza que Portugal conta com “uma equipa nacional com um valor muito grande, composta por excelentes surfistas.” A Selecção Sub 16 Feminino Inês Bispo, Teresa Bonvalot Sub 18 Feminino Camila Kemp, Keshia Eyre Sub 16 Masculino Francisco Almeida, Jácome Correia, Luis Preloiro, Vasco Mónica Sub 18 Masculino Guilherme Fonseca, João André, Tomás Fernandes, Tomás Ferreira

Fotos: Ricardo Bravo e Pedro Lopes- EDP Mar Sem Fim

À Conquista das Maiores Ondas do Mundo

Conferencia de Imprensa

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uma altura em que Portugal olha novamente para o seu mar como fonte de inspiração e caminho a seguir, com o surf e as ondas portuguesas em primeiro plano, o projecto EDP Mar Sem Fim vem colmatar uma lacuna na exploração das maiores ondas que o vasto território marítimo nacional proporciona. Concebido para reconhecer, valorizar, divulgar e promover os surfistas portugueses de ondas grandes que há mais

Mario Almeida

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de vinte anos exploram esse potencial, o EDP Mar Sem Fim tem como objectivo criar uma plataforma comum, onde esses protagonistas, frequentemente reconhecidos apenas no meio do surf, possam divulgar os seus feitos, muitas vezes heróicos, ao mundo. “Este projecto nasce da vontade de criar uma plataforma de visibilidade, comunicação e divulgação dos actuais surfistas portugueses de ondas grandes,” declara Mário Almeida, director geral da The Summit. “Foi com base nesta ideia que nasceu o conceito ‘Mar Sem Fim’, um projecto focado nas missões de exploração e descoberta de ondas grandes, perfeitas, desconhecidas e inexploradas. Pretendemos com isso promover e contribuir para a evolução do surf de ondas grandes em Portugal, através da atribuição de bolsas de exploração aos surfistas que apresentem os projectos que melhor se enquadrem nos objectivos Mar Sem Fim,” conclui um dos mentores da ideia. João Macedo, ex-Top 5 mundial de ondas grandes e um dos surfistas portugueses mais respeitados em todo o mundo nesta área, foi um dos protagonistas da viagem de reconhecimento deste projecto à ilha de S. Miguel, nos Açores, onde encontrou a confirmação para a sua visão, que ajudou a criar o projecto EDP Mar Sem Fim.

“Os Açores fazem parte do imaginário de todos os surfistas do continente! São nove ilhas rodeadas por mar e bombardeadas por ondas grandes... na nossa primeira viagem de reconhecimento deu para perceber todo o potencial que existe por explorar e o objectivo agora é continuar a quebrar barreiras e poder partilhar estas ondas com os surfistas locais! Sinto-me bastante honrado por fazer parte deste projecto, juntamente com alguns dos melhores surfistas portugueses de ondas grandes,” afirma João Macedo. Paralelamente, o EDP Mar Sem Fim, como projecto abrangente, agregador e de futuro, pretende atribuir bolsas de apoio a estes atletas, de forma a premiar e garantir o sucesso dos seus próprios objectivos. “A associação da EDP à prática desta modalidade começou em 2011, estando actualmente presente nas principais provas internacionais de surf realizadas em Portugal. Paralelamente, lançámos um projecto de aulas de surf gratuitas em várias praias do país, que contou com centenas de participantes. Neste âmbito, este projecto vem reforçar o apoio da EDP ao surf, que já é o segundo desporto mais praticado em Portugal, e simultaneamente permitir dar mais visibilidade a esta modalidade e aos atletas nacionais, bem como às ondas grandes portuguesas,” comenta Paulo Campos Costa, Director de Marca e Comunicação da EDP. O website “EDP Mar Sem Fim” será lançado brevemente, em www.marsemfim.pt, onde estarão todas as informações sobre as explorações, bolsas e respectivos regulamentos. O EDP Mar Sem Fim é uma produção The Summit, com o patrocínio da EDP e os apoios do Turismo dos Açores, SATA Airlines, Yamaha GoPro, NewsSearch, Surf Portugal,Jornal I, Record, Go-S.TV e Surfline.

26ª Edição da “Atlantis Cup- Regata da Autonomia

Celebrar os Açores

A

s pré-inscrições para a 26ª Atlantis Cup, que decorre entre 25 de julho a 5 de agosto, estão abertas, e a apresentação da regata será no dia 14 de Março às 18:30, na Casa dos

Açores em Lisboa. A organização é do Clube Naval da Horta Navegar entre quatro ilhas dos Açores - Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial - competindo à vela, frequentar quatro marinas de qualidade, visitar os pontos mais importantes das ilhas onde se faz escala e assistir ao arranque do grande Festival Náutico da Semana do Mar do Faial é, certamente, um programa muito aliciante para os navegadores de cruzeiro que gostam de velejar. Fazer uma Regata exigente, no meio do Atlântico, num Arquipélago que convida à prática da vela e que merece ser conhecido, visitado e apreciado, é a oferta que a “Atlantis Cup – Regata da Autonomia” constitui.


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