E&M_Edição 21_Dezembro 2019 • Doing business - Como desatar o nó?

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RADAR Crescimento económico acelera O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta o crescimento do PIB do corrente ano, de 1,8% para 2,1%. “A razão é que a agricultura tem estado um pouco melhor do que esperávamos”, justificou Ricardo Veloso, chefe da equipa do FMI que visitou o país em Novembro passado. Em Maio, FMI tinha revisto em baixa as perpectivas de crescimento económico, para 3,8%, em resultado dos devastadores ciclones Idai e Kenneth, que se abateram sobre o Cen-

ECONOMIA Dívida pública. O FMI prevê o regresso da dívida pública nacional a níveis sustentáveis, embora permaneça elevada. Mas para isso, será necessário que o país garanta um défice fiscal menor nos próximos cinco anos. “É importante uma consolidação fiscal para reduzir as necessidades de financiamento e de emissão de títulos de dívida. Com isso, nós vemos a redução da dívida pública ao longo dos próximos anos para patamares ainda muito elevados, isto é, de alto risco, mas, talvez, não insustentáveis, como tínhamos anteriormente”, alertou o representante do FMI, Ari Aisen, em Novembro. A boa performance é, claro, justificada pelas perspectivas de exploração de gás, que deve inciciar-se em 2022 e que, segundo previsões do FMI, poderão acelerar o PIB para 72,8 mil milhões em 2038.”. Modelo de crescimento. O Nobel da Economia 2001, Joseph Stiglitz, sugere que Moçambique deva pensar num modelo de crescimento de qualidade inclusivo, buscando conhecimento em países que são

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referência no capítulo da exploração de recursos naturais como gás, como forma de alcançar a prosperidade. O especialista em ciências económicas, que falava durante o Fórum MOZEFO, organizado pelo Grupo Soico, sugeriu ainda que a aposta na agricultura é a melhor fórmula de melhorar o padrão de vida das populações, e que agora é altura de pensar como obter o que a Ásia conseguiu com a manufactura no passado.

Mar. O Governo extinguiu o Fundo de Fomento Pesqueiro (FFP) e em substituição criou o Fundo de Desenvolvimento da Economia Azul (ProAzul), com o objectivo de dinamizar o financiamento de projectos na área do mar e águas interiores. Enquanto o FFP actuava na promoção, coordenação e financiamento das activida-

des de pesca e aquacultura, o ProAzul é mais alargado, podendo abranger projectos que vão além da área pesqueira (não especificados). Economia criativa. Os Emiratos Árabes Unidos vão disponibilizar 25 milhões de dólares para financiar projectos de auto-emprego para jovens moçambicanos. A linha de crédito estará disponível ainda em Dezembro corrente segundo o estabelecido nos acordos assinados há um ano, aquando da deslocação do Primeiro-ministro a Abu Dhabi, capital daquele país. Para prosseguir com os contactos, visando o acesso ao financiamento, uma delegação moçambicana deslocou-se a Abu Dhabi em Novembro último. Emprego. Abriu, em Setembro passado, a Câmara do Comércio e Indústria Moçambique-Japão (CCIMJ), após um processo preparatório e de registo que durou cerca de quatro anos. Actualmente, a Câmara é composta por 14 empresas fundadoras, nomeadamente a Agro-negócios para o Desenvolvimento de Moçambique-Nippon Biodiesel Fuel (ADM/ NBF), A-ONE, Chiyoda Mozambique, Dai Nippon Construction, Hitachi Construction Mo-

tro e o Norte do país. O FMI também reviu em baixa a inflação, de 8,5% para 3%, o que representa uma “grande surpresa, porque normalmente quando há um choque de oferta tão grande quanto o que aconteceu em Março e em Abril nota-se uma aceleração muito grande da inflação e isso não aconteceu”, disse o responsável. O FMI prevê uma trajectória de contínua recuperação da economia, com o PIB a crescer na ordem de 5,5% em 2020. zambique, IHI, Marubeni, Mitsubishi Coop., Nippon Koei, Oriental Consultants, Penta-Ocean, Sumitomo Coop. e Yahiro Mozambique.

EXTRACTIVAS

Mega-projectos. A contribuição dos grandes projectos da indústria extractiva para as receitas do Estado cresceu 27,3% nos primeiros nove meses do presente ano, em comparação com igual período do exercício anterior, tendo atingido 13 259,9 milhões de meticais, montante que corresponde a 8,1% da receita total cobrada pelo Estado moçambicano nesse período. Gás. A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos voltou a adiar a mobilização, no mercado externo, dos cerca de dois mil milhões de dólares necessáwww.economiaemercado.co.mz | Dezembro 2019


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