Fred Magazine Setembro

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Especial Outubro Rosa quando vejo as meninas carecas, (fala emocionada, chorando) é como se elas fossem minhas irmãs de luta. E a gente segue, a gente vai!

O tratamento

Comecei meu tratamento em maio de 2015 e terminei em agosto de 2016. Eu fiz 45 quimioterapias e 25 radioterapias, e agora eu retorno a cada 4 meses e depois de 2 anos eu retirei o meu cateter, então terminou mesmo. O que me marcou muito foi no dia em que eu saí do hospital: eu estava numa cadeira de rodas e uma senhora veio (fala emocionada) e ela perguntou “posso te dar um abraço?” E eu disse “pode”, aí ela me abraçou e disse “tudo vai dar certo”. Por coincidência, ou não, no dia em que fui tirar o meu cateter, estava saindo do hospital e tinha uma senhora sentada, igual eu estava,

e com um lenço. E eu disse para ela “eu posso te dar um abraço? Porque há dois anos era eu que estava ai.”

Esperança em meio à tormenta

Para as pessoas que precisam de apoio e que passam por tratamento eu deixo a frase que me disseram enquanto eu estava internada: “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Então se a gente seguir feliz, alegre e querendo, passa. Tudo vai passar. Eu conheci a Liga quando a diretoria me convidou para eu fazer um desfile. O trabalho da instituição é fora do comum, pois a gente precisa de apoio, e é o que a gente encontra aqui. A conversa, o estar sempre junto, isso é muito importante no tratamento. A Liga é um trabalho lindo de doação de tempo, de amor, de carinho. Tatiane Cri stina Pava n Agente de saúde, 43 anos

O impacto da notícia

Descobri meu câncer de mama, na mama direita, no mês de setembro de 2016, foi recente, né ? Começou porque eu sentia uma dor no braço que ia até o seio. Aí eu fui fazer um ultrassom, depois foi encaminhado material para biópsia, até que veio o resultado no mesmo dia em que caiu o avião da Chapecoense. Não imaginei que teria uma notícia dessas. Fiquei no consultório da médica chorando por um tempo, até criar coragem e sai sozinha, fui até o posto de saúde, que era o meu local de trabalho, e dali em diante fui iniciar o tratamento, pois o tumor já tinha 1,6 cm de tamanho. Quando tu chegas nesses lugares de tratamento, principalmente na sala de quimioterapia, tu vais ver muita coisa. Alguns estão partindo, outros estão lutando. Em fevereiro deste ano, comecei o tratamento de quimioterapia, e o mais difícil de tudo para mim foi o meu cabelo. Eu não queria perder o cabelo de jeito nenhum... Quando eu fiz a segunda quimioterapia, ele já estava caindo aos maços e não tinha o que fazer. A gente chegou em casa de noite e passou a máquina. No dia que eu tive a notícia, eu mesma tive que confortar minha família, os meus três filhos. Tenho uma de 23 anos, outra de 17 e um menino de 7 anos, e ele não aceitava me ver sem cabelo. Ele chorou, gritou, mas aí, no outro dia, ele falou: “não mãe, tu vais ficar bem”.

Conhecendo o trabalho da Liga

Eu cheguei até a Liga por meio de uma amiga, que é agente de saúde e dizia para eu vir me inscrever, e ela dizia que tem

muitas mulheres que passam por isso e não chegam até aqui. Eu gosto muito delas, porque elas estão lutando para conseguir as coisas, tudo aqui é à base de muita luta e doações.

Um alerta às mulheres

O que eu tenho para dizer para mulheres é: “estejam alerta! Todo dia, toda hora”. Eu jamais esperava isso. Eu estava trabalhando, então eu não parava nunca, e jamais iria imaginar que eu tivesse alguma coisa, porque eu não sentia nada no seio, mas o médico me disse que o tumor estava se instalando de 4 a 6 meses. Não basta cuidar de um ano para o outro, tem de estar sempre cuidando, pois, pode vir muito rápido, e quando tu menos vê, já está ali. Prevenir é um ato de amor com você, com o seu corpo e com todos que te amam.

Liga Feminina de Combate ao Câncer de Frederico Westphalen

Elizabete S. Stefanello, presidente

Suzane Cerutti Otonelli, vice-presidente

Carmem Wiroski, 1 ª secretária

Giliane Maria Scapin, 2 ª secretária

Cleusa Maria Peron, tesoureira

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FREDMAGAZINE | Setembro, 2017 www.fredmagazine.com.br

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