Mares de Sesimbra nº 32

Page 1

MARES de SESIMBRA

Director: João Augusto Aldeia

Foto: João Augusto Aldeia

3 de Julho de 2016, nº 32

A Informação que conta Administrador: José Gabriel

Nuno Re i s

Nuno Reis é um notável músico sesimbrense – natural do Zambujal – multi-instrumentista, participante e/ou fundador de grupos musicais, como os Rysko, os L'Escar­

got e, mais recentemente, Trio da Terra.

o O que os sesimbrenses talvez desconheçam é que muitos já dançaram ao seu ritmo, pois fundou e integrou

a banda Miragem, que ani- para poder concretizar mou durante muitos anos os projectos musicais com maior famosos bailes de Carnaval número de componentes. do Ginásio. Compositor prolífero, esPágina 2 pera que se criem condições

P e s ca Ó P e i xe

O Projeto Pesca Ó Peixe – Repórteres pela Literacia do Mar, realizou, no passado dia 2 de Junho, um seminário final de encerramento da iniciativa, onde os alunos participantes apresentaram os seus trabalhos, quer sob a forma de intervenções audio-visuais, quer de cartazes. Página 5


3 de Julho de 201 6

2 Foto: João Augusto Aldeia

MARES DE SESIMBRA

Nuno Re i s

Como é que se tornou mú­ sico?

Tenho uma prima que é da minha idade, três ou quatro meses mais velha, e que morava ao pé da minha avó. Um dia, quando eu tinha para aí uns oito anos, vou à casa da minha avó e oiço a minha prima a tocar acordeão, e gostei logo do som do instrumento. Nunca tinha ouvido um acordeão assim tão perto, achei aquilo interessantíssimo e, quando cheguei a casa perguntei ao meu pai se podia aprender também acordeão, como a minha prima, e passado uns meses estava também a aprender – foi assim que eu comecei. Tive aulas com uma professora, que se chamava Florbela Gonçalves, estudei com ela muitos anos: solfejo, teoria, essas coisas todas. E qual foi a primeira apresentação pública?

Foi quando eu tinha já nove anos, ela estava a fazer um espectáculo aqui também no concelho, eu já na altura conseguia tocar umas musiquinhas e ela convidou-me para tocar duas ou três músicas no espectáculo dela, e foi a partir daí. Mas também chegou a andar nas aulas da banda de música do Zambujal?

Sim, ainda cheguei a frequentar duos ou três aulas. A banda era na colectividade ACRUTZ, mesmo ao pé da minha casa, e muitos miúdos já lá andavam, e eu fui lá experimentar, e escolhi um instrumento, que era o clarinete – só que eu na altura não consegui “atinar” com o instrumento: como já tocava acordeão, já lia música, já fazia tudo, já entrava em concursos e tudo – pegar num instrumento e não conseguir tocar, para mim aquilo era uma coisa horrível. Então passado um mês, nem dois meses andei lá, esqueci o clarinete e esqueci a banda.

que eu voltei a ter uma experiência numa banda, que é a Bota Big Band, mas desta vez com um instrumento que é a flauta transversal. Ando a aprender a flauta transversal já há algum tempo, mas não tenho ido às aulas, tenho tido sempre muita coisa para fazer. E como eu já sei ler música, a única coisa de que preciso é praticar com o instrumento, mas quando eu tiver mais prática para tocar na banda, então sim, apresento-me lá com o instrumento – que é da banda, que eles me emprestaram para praticar, o que eu agradeço imenso – e fazer parte também.

No entanto, hoje o Nuno é multi­instrumentistas. Isso parece quase uma falsa partida. Seria por causa de ser muito novo?

O Zambujal tinha uma tradição de bailes, com músicos locais e também vindos de fora. Esses bailes ainda são do seu tempo?

Eu sou aquele tipo de pessoa que tem de ver logo o fundo ao tacho. Fervo em pouca coisa, e tenho que ver logo resultados rápidos, não tenho muita paciência para esperar. Também era novo, já devia ter uns treze anos, ou catorze. E não conseguir tocar aquele instrumento, logo no primeiro mês, desisti logo, não vou perder tempo com um instrumento que não quer ser tocado por mim. Depois, mais tarde, há uns três ou quatro anos, é

uma coisa de escola, andávamos no 8º ano, formámos o grupo para a festa de finalistas – eu tinha 1 5 anos. Esse grupo fez, durante 1 3 anos seguidos, o baile de Carnaval do Ginásio, em Sesimbra. Nos últimos 1 3 anos, nós fomos a banda sempre residente. Havia um outro conjunto no outro lado, os Nova Fórmula, e depois veio o Sinal, já no final mesmo, mas nós tocámos desde 1 994 até ao último ano em que lá houve bailes. Ali no Zambujal, duma geração anterior, havia um grupo, onde o Aurélio tocava guitarra, o Desidério tocava piano, o Álvaro. Havia também outro grupo – um deles é o Jonas, do café O Mel da Manhã, era uma família de músicos, tocavam todos gaita de beiços, usava-se essa tradição, nos bailes do Poço.

Eu próprio tive um grupo O Nuno pertence a um de baile, que se chamava os grupo rock que são os Miragem, que era mesmo do Rysko, que já não é bem Zambujal: era eu; o meu ir- um grupo de baile. Como é mão, que tocava baixo; o que se pode designar? Pedro Canteiro era o teclista, também do Zambujal; depois Para já, é um grupo de havia o Nuno Jesus, que amigos. O Rui é que é o morava na Cotovia, mas cuja grande mentor desse projecfamília era dali do Zambujal, to, ele compõe, gosta daquee que tocava guitarra; e havia o cantor, que era o Sérgio Faias, que morava nas Covas da Raposa. Formámos o grupo como


3

3 de Julho de 201 6

Foto: João Augusto Aldeia

MARES DE SESIMBRA

Paulo Taklin, Nuno Reis e Luís Taklin: o Trio da Terra, numa actuação na marginal de Sesimbra le género musical, que é rock, pop, ele escreve as letras e canta, faz isso muito bem e é muito bom naquilo que faz. Aquele projecto já tem cerca de oito ou nove anos. Eu já conheço o Rui desde os 1 3 ou 1 4 anos, se calhar até menos. Ele fez umas músicas e falou comigo; inicialmente até o meu irmão era para tocar baixo, mas depois, como ele tem muita coisa para fazer, e a música é sempre um hobby, depois é que entrou a Rute, que é a mulher do Rui, e que foi aprender baixo especificamente para tocar naquele projecto, e foi assim que surgiram os Rysko. E é uma coisa que eu gosto imenso de fazer. Foi um projecto que surgiu numa altura em que eu gostava muito de tocar esse tipo de música. E continua: em Setembro vamos ter um concerto no Festi­ val da Liberdade, no Barreiro. Tocámos hà pouco tempo em Sesimbra, na Festa Jovem. Outra vertente em que o Nuno é conhecido é o jazz. Como é que o jazz apareceu?

Foi quando eu tinha 30 ou 31 anos – tenho agora 38 – depois de muitos anos sem tocar acordeão, pois estava basicamente dedicado à bateria. Tinha muito mais trabalho como baterista, e como percussionista, para o Luis Taklin e para outros projectos de fora de Sesimbra. E foi num concerto do Luis Taklin, em que ele se lembrou de que eu tocava acordeão, e ele tinha uma música, um tema dedicado ao [Mário João] Sargedas,

que é O Verdadeiro Artista, que tem um arranjo para ser tocado pelo acordeão. Durante uns ensaios em minha casa, ele disse: “vai lá buscar o acordeão, se ainda souberes tocar, porque eu tenho este tema e gostava de ter um acordeão verdadeiro, em vez de ser o som do órgão”. Eu fui buscar o acordeão, comecei a tocar e nunca mais tive vontade de o guardar outra vez. Entretanto, como já estava muito esquecido da questão técnica, e também queria começar a estudar fazendo uma abordagem nova – neste caso, mais jazzística – fui procurar uma escola de jazz, de Lisboa, a JB Jazz, e foi daí que veio o jazz, aquela linguagem matemática, o estudo daquilo deu-me vontade de compor – porque eu já sou compositor há muitos anos – de compor temas mais próprios para aquela linguagem. E foi daí, por exemplo, que surgiu o projecto L’Es­ cargot, que é um projecto mais jazzístico. Quem ouvir agora o Trio da Terra, e o L’Escargot, não tem nada a ver, não é? O Trio da Terra é um projecto que vai mais ao encontro do tradicional, aquela música que eu ouvia quando andava nas festas e nas feiras, os ranchos folclóricos, e grupos de cantares, essas coisas todas, e vai mais ao encontro desse tipo de música do que propriamente o L’Escargot. Também tenho feito outros projectos, uns resultam mais do que outros, mas

pronto. Então, que instrumentos toca?

Há dois em que eu me posso considerar mesmo especialista, porque estudei. Por exemplo, eu estive algum tempo a estudar bateria em Nova Iorque, em 2002. Estive muitos anos a ganhar a vida a tocar bateria, tinha que o fazer bem. Fui estudar para uma escola, que não havia cá em Portugal na altura, uma escola só dedicada ao estudo da bateria. Para quem não sabe, a bateria é um instrumento criado pelo norte-americano, surgiu precisamente para fazer o acompanhamento das bandas de jazz. Portanto, o acordeão e a bateria, é onde sou mais especializado. Depois toco a guitarra, e tenho muitas peças escritas para serem tocadas por guitarra e por instrumentos de cordas. Tenho muitos temas escritos para instrumentos de três cordas. Toco flauta transversal, e mais recentemente deu-me o gosto pelo trompete, tenho feito muita coisa para trompete. Claro que toco piano, porque em todos os meus instrumentos é necessário. Por exemplo, eu quando estudava música no acordeão, também estudava piano, para ter mais noção de escalas e do espectro todo da teoria. No acordeão é mais complicado, no piano é mais fácil trabalhar a teoria. Toco instrumentos de percussão, especialmente ins-

trumentos étnicos, por exemplo o udu, que é um instrumento de barro, nigeriano, que é uma bilha e faz um som muito característico. Gosto muito de tocar caixa de guerra, que é a representação das caixas que eram usadas nos desfiles de guerra, por exemplo, aquelas marchas do Napoleão, que eram sempre acompanhadas pelo senhor da tarola, a marcar o andamento, ainda hoje dizemos “a toque de caixa”. E vou fazendo outras pequenas experiências com instrumentos, mas a minha abordagem é sempre por primeiras tentativas: se o instrumento não falar comigo, eu também não falo com ele. Mas quando se toca numa banda filarmónica, ficamos presos às pautas, não há margem para uma grande criatividade, enquanto que a imagem que temos de si é a de um músico criativo.

Sim, eu sou músico criativo, mas a maior parte da vida eu sempre toquei com outros, apesar de nunca ter tocado numa banda filarmónica, eu toquei para muitos artistas – por exemplo, um artista aqui da terra, o Luis Taklin Ele quando faz as músicas dele, ele dá-me as pautas e eu tenho que as tocar como ele quer, porque ele é o compositor. Ainda por cima ele também é arranjador, sabe o que está a fazer e sabe o que é que quer. O que acontece comigo, é que eu também sou um ex-


3 de Julho de 201 6

MARES DE SESIMBRA

4

tade de tocar há muito tempo. celente executante, e também tive esse estudo e faço esse estudo, para quando for necessária essa disciplina e esse rigor, eu também estar à altura. Se sair numa banda filarmónica, não vou ter dificuldade nenhuma em tocar aquilo que é suposto tocar. Eu, sinceramente, até acho que é mais fácil. Como maestro, trabalho de maneira diferente: eu deixo os músicos serem os “criadores” da minha própria música. Quando sou eu a dirigir os trabalhos, eu uso a própria personalidade do músico para fazer soar a minha música, no todo, no conjunto completo. Por exemplo, se eu sei que um músico é assim uma pessoa mais triste, mais calada, mais reservada, e se eu quero fazer uma música, ou um concerto, ou um projecto em que a música seja mais calma, mais tranquila, se calhar vou convidar esse músico, e vou deixá-lo exprimir o que ele é, através da minha música. Ou seja, eu faço e arranjo a minha música de forma a que depois deixe o músico à vontade: "agora exprime-te à vontade aí, como tu gostas". Porque eu sei que é exactamente aquilo que eu quero: que o músico se exprima da maneira como ele é. Se eu quero fazer uma música mais alegre, mais ritmada, escolho outro tipo de músico para ser a peça fundamental dessa música, doulhe mais evidência Ao fim e ao cabo, o que eu vejo os maestros fazerem, eles em vez de usarem as pessoas, usam os instrumentos. Se eles quiserem mais força, usam por exemplo trompetes; se quiserem mais brilho, usam flautas. Eles usam os instrumentos, e eu uso pessoas. Interessam-me muito mais as pessoas, ao fim e ao cabo, do que os instrumentos, os instrumentos são só uma ferramenta para que as pessoas mostrem realmente aquilo que são. Mas o seu trabalho não se restringe a Sesimbra?

É por todo o país. Eu agora neste momento estou muito focado aqui, por causa deste projecto do Trio da Ter­ ra, que eu já andava com vontade de fazer há algum tempo, e o que é difícil é começar, mas depois, enquanto

Sempre que o oiço em algum dos seus projectos, aparecem sempre compo­ sições novas. Tem muitas composições suas?

Eu tenho muita coisa escrita, há dias e semanas que não, mas chego a fazer dois e três temas por dia, considerando aquilo a que Mozart chamava os minuetes, são temas de 32 compassos, ou de 1 6 compassos. Esses temas faço dois e três por dia, não me é difícil. E regista tudo em pautas?

Sim, claro, escrevo as partituras e depois vou registá-las na Sociedade Portuguesa de Autores, claro. Mas gerir essa diversidade de projectos deve dar muito trabalho?

não vejo o fundo ao tacho, não descanso. E eu já andava a pensar nisto há um ano e tal, mas só comecei mesmo a trabalhar nisto em Dezembro. Nós fizemos o concerto de apresentação aqui no cineteatro João Mota, no dia 1 de Abril, portanto foram quatro meses a trabalhar nisto, a fazer os temas, a arranjá-los. Este projecto, gosto muito dele, mas só funciona porque é com estes músicos, com o Luis Taklin na guitarra, porque ele tem uma maneira muito própria de tocar, e com o Paulo Taklin, porque também ele tem uma maneira muito própria de tocar, e como já tocavam juntos há muitos anos, eles têm uma simbiose os dois, e eu quis aproveitar isso para este projecto, para criar esta sonoridade. E, claro, eu acrescenteime a mim próprio ao projecto, por uma questão de estética. Podia ter escolhido a flauta, podia ter escolhido a

trompete, ou por exemplo um bandolim, mas escolhi o acordeão, por uma questão de estética. Uma vez que o Luís me consegue fazer a harmonia, e uma coisa de que eu gosto muito que é os baixos – ele usa muito bem os bordões – e dá um espectro de frequências muito grande. O Paulo trabalha muito bem os ritmos sincopados, porque em Sesimbra cultivase muito a música brasileira, e o Paulo faz parte da malta que cultiva essa cultura, e ele desde miúdo começou a trabalhar com uma das coisas mais difíceis de fazer ritmicamente, que são as síncopas. E para mim, música para dançar e para ser divertida, também tem que ter síncopa, e então o Paulo encaixa muito bem com o Luís. Eu acrescento-me porque toco um instrumento que faz harmonia e faz melodia. O reportório deste trabalho é um que eu já andava com muita von-

É difícil, para mim, que não tenho acesso a nada, só tenho acesso às pessoas, quando eu convido para tocar comigo, elas dizem que sim ou não. Se dizem que sim, tudo bem. Se não, tenho que andar à procura de músicos que estejam disponíveis. Porque esta coisa da música, é tudo muito giro, mas nunca há dinheiro para nada, e eu quando consigo alguma coisa, é porque consigo falar com uma Câmara ou alguém dum cineteatro, lá me arranjam um concertozinho. Eu tenho as minhas músicas feitas, os arranjos feitos, e então vou ver o que tenho: para quatro instrumentos, ou para cinco instrumentos, ainda não chega para os 1 2. Convido este e aquele, um diz que pode, outro que não pode, outro diz que o cachet é pouco, outro diz que tem de ir tocar não sei aonde, e então é sempre muito complicado para mim, conseguir fazer um projecto. Eu cheguei a ter um octeto, consegui arranjar dois concertos, e assim não dava para manter um octeto, estamos a falar já de 8 músicos, é uma estrutura muito maior, e então neste momento, a minha ocupação é andar a escrever para o octeto, e para doze músicos, até conseguir arranjar uma solução de fazer a coisa toda. Até lá, vão-se fazendo as músicas e outros projectos. João Augusto Aldeia


MARES DE SESIMBRA

5

3 de Julho de 201 6

REPÓRTERES PELA LITERACIA DO MAR PESCA Ó PEIXE NO MAR DE SESIMBRA O Projeto Pesca Ó Peixe – Repórteres pela Literacia do Mar, realizou, no passado dia 2 de Junho, um seminário final de encerramento da iniciativa, onde os alunos participantes apresentaram os seus trabalhos, quer sob

a forma de intervenções audiovisuais, quer de cartazes. Este evento decorreu na vila de Sesimbra, no Auditório Conde Ferreira, e na sessão de abertura participaram Sandra Silva (Chefe de Divisão de Investimentos e Or-

denamento na DGPM), Lia Vasconcelos (Coordenadora do Projeto na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.) e Felícia Costa (Vicepresidente da Câmara Municipal de Sesimbra).

Para além das intervenções dos alunos o seminário contou ainda com a participação dos principais parceiros do projeto e de especialistas de diferentes áreas relacionadas com os temas abordados.

Lixo Marinho - Pesca Ó Peixe: abram a rede! O tema do lixo marinho e da poluição das águas foi apresentado por um grupo de alunos da Escola Básica 2,3 Navegador Rodrigues Soromenho, de Sesimbra, que realizou uma visita à Estação de Tratamento de Águas Resi- duais (ETAR) Lagoa/Meco onde foram entrevistadas duas técnicas que que falaram sobre os principais problemas de funcionamento daquele equipamento. Este grupo era constituí-

do pelos alunos Ana Gonçalves, Andreia Rodrigues, Beatriz Pinto, Filipe Costa, Francisco Pereira e Kelly Braga, e teve o acompanhamento do Professor Gonçalo Almeida. Durante a sua apresentação estes alunos explicaram o circuito que liga as nossas casas à Estação de Tratamento e os princípios gerais de funcionamento daquele equipamento de tratamento de águas residuais.

Biodiversidade do Parque Marinho Luiz Saldanha O tema da Biodiversidade do Parque Marinho foi tratado por alunos do 1 2ºB da Escola Básica 2,3/S Michel Giacometti, da Quinta do Conde. Durante o seminário este

tema foi abordado mais do que uma vez, com os alunos a salientar a existência de numerosas espécies biológicas no Parque Marinho --aproximadamente 1 .500 --com exemplificação mais de-

talha de de algumas dessas espécies, tais como o corvo marinho, as tartarugas, e diversas variedades de peixes.

Em relação à pesca do polvo com armadilhas ou covos, foi salientado o impacto negativo que ocorre quando é utilizado um grande número de armadilhas. Numa variedade destas armadilhas, que são so "alcatruzes", existe hoje um impacto maior do que no passado, pois enquanto antigamente eram utilizados potes de barro, actualmente recorre-se ao plástico. Outra arte de pesca caracterizada foi a Xávega, As diferentes artes de usada na praia do Meco, e pesca e a sua relação com a também na vila de Sesimbra, sustentabilidade foi uma ou- neste caso numa variante tra abordagem apresentada no seminário, por um grupo de alunos da Escola Secundária de Sampaio.

Pesca em Sesimbra e impactos no nosso mar


3 de Julho de 201 6

MARES DE SESIMBRA

6

o Ambiente foi o arrasto de portas. denominada "chincha". O aparelho de anzol, ou palangre, foi considerado como um sistema de pesca com pouco impacto no ambiente, dada a sua capacidade de ser dirigida para determinadas espécies e tamanhos de peixe. A arte que foi apresentada como a mais nociva para

Raul Brandão A descrição de Sesimbra e das suas pescas, feita por Raul Brandão, em 1 923, no seu livro Os Pescadores, foi também recordada no seminário, com a leitura de um excerto daquela obra.

Embarcações típicas de Sesimbra Aiola e Barca de Sesimbra

Um grupo de alunos da Escola Básica do Castelo fez uma reportagem sobre a aiola, pequena embarcação de pesca, típica de Sesimbra. Com base em entrevistas, feitas a um construtor naval, a um pescador e a um técnico do Museu Marítimo de Sesimbra, fizeram a apre-

Outras intervenções O seminário contou ainda com outras intervenções, de técnicos em representação da ArtesanalPesca, da Asso­ ciação Portuguesa do Lixo Marinho, do Biomares e do World Wildlife Fund. Sílvia Tavares, em representação do programa Bio­ mares, desenvolveu o tema: "Biomares: porquê gerir e conservar a biodiversidade no Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha?". "Lixo Marinho um Problema Local e Global", foi o tema abordado por Filipa Ferro da APLM ­ Associação Por­ tuguesa do Lixo Marinho, fazendo o historial daquela organização e das suas

sentação das características desta embarcação, que normalmente leva a bordo um ou dois pescadores. Também referiram as artes de pesca usualmente utilizadas na aiola, nomeadamente a toneira, os denominados "palhaços" e a piteira. Na apresentação foi também caracterizada a barca de Sesimbra, outra embarcação característica desta vila.

iniciativas. Joana Barosa, da ArtesanalPesca, falou sobre "A União como exemplo de sustentabilidade", referindoas iniciativas daquela cooperativa de armadores de Sesimbra. Rita Sá, em representação do WWF ­ Worl Wildlife Fund fez a apresentação do "Projeto Fish Forward: consumo sustentável de produtos do mar", uma iniciativa que tem como objectivo incentivar o consumo responsável de peixe e marisco, em Portugal e na Europa, de forma a permitir a recuperação das uniDurante o seminário foi apresentado um filme sobre o dades populacionais de projecto Pesca Ó Peixe, trabalho realizado pela Escola peixe. Secundária de Sampaio..


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.