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Esquadrão Pantera - 5º/8º GAV
ESQUADRÃO PANTERA
5º/8º GAV
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Nos anos 60, com o aumento das tensões políticas da Guerra Fria e da crescente demanda por operações de contra-insurgência nos países em desenvolvimento por todo o mundo, as aeronaves T-6 do acervo da FAB foram transformadas em TF-6, recebendo pintura camuflada, aviônicos mais modernos e configuração armada, passando a equipar as três recém criadas Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque (ERA): ERA 10, 20 e 30. Em 1965, com foco na manutenção da segurança interna, o Estado-Maior da Aeronáutica aprimora a distribuição estratégica das ERA, criando mais unidades e alocando seus meios em cada Zona Aérea do País. A principal missão das Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque era a sua utilização no: ‘‘Emprego em missões específicas de cooperação na manutenção da segurança interna ’’ . A partir do natural aprimoramento da doutrina empregada pelas sete Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque em atuação da FAB, durante a intensa participação em missões de segurança interna, as Esquadrilhas evoluíram e foram aglutinadas em três Esquadrões de Reconhecimento e Ataque, sendo eles: 1º ERA, ativado em Canoas-RS; 2º ERA, com base em Cumbica-SP; e, por fim, 3º ERA, sediado em Santa Cruz-RJ. Esses Esquadrões foram concebidos em caráter transitório e deveriam dar origem, ao final desse processo de reestruturação da Força Aérea, a Unidades com múltiplos vetores, como fruto das experiências colhidas nas Operações Catrapo I e II, quando foi demonstrado que, para o tipo de atividade operacional realizada à época, uma unidade mista era bem mais eficaz do que operando somente com um tipo de aeronave. Nesse novo formato, a Unidade Aérea deveria ser totalmente reformulada e equipada com aeronaves mais modernas, em condições de atuar em diversas modalidades de emprego,


inclusive com a adoção de helicópteros e aeronaves de Ligação e Observação, criando-se, assim, os Esquadrões Mistos de Operações Aéreas Especiais, em alinhamento à reorganização estabelecida pelo Decreto nº 66.314, de 13 de março de 1970, o qual previa que os Comandos Operacionais disporiam de Unidades Mistas de Atuação Antiinsurrecional, com o emprego de aviões de reconhecimento armado, aeronaves de ligação e helicópteros de combate. Em julho de 1971, por meio da Portaria nº 041/GM3, com o objetivo de atender o planejamento traçado pela FAB em 1967, parte significativa do pessoal e do material da 3ª ELO (10 L-42 e 06 L-19) e do 1º ERA (07 T-6D e 03 T-6G), une-se a seis aeronaves UH1D e dois helicópteros OH-4 Jet Ranger do CIEH e são transferidos e incorporados às 3 Esquadrilhas que compunham o primeiro Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque da FAB, o 4º EMRA. A Unidade pioneira foi ativada e alocada na recém criada Base Aérea de Santa Maria (BASM), a qual teria como 1º Comandante o então Ten. Cel. Av. Cherubim Rosa Filho, que havia comandado a fração brasileira na Operação Catrapo I e era detentor da experiência necessária à implantação de uma unidade mista de emprego aerotático no país. Em 22 de junho 1971, o Boletim da DIRAP nº 114 movimenta para o 4º EMRA seu primeiro Comandante, o Maj. Av. Guenter Hans Stolzmann, o qual, em 11 de agosto de 1971, juntamente com mais 48 militares e sob a liderança do Comandante da I Força Aerotática, Brig. do Ar Paulo Costa, deslocaram as aeronaves UH-1D e OH-4 de Santos para Santa Maria e começavam, ali, a trajetória de uma das mais notáveis Unidades Aéreas da Força Aérea Brasileira. PIONEIRISMO HISTÓRICO


A DOUTRINA DE EMPREGO DE ARMAMENTO EM HELICÓPTEROS NA FAB
No ano de 1975, em Natal, ocorreu a 1ª reunião de EMRA's abordando, entre outros assuntos, o dia da Aviação de Reconhecimento e Ataque e a falta de uma Unidade de Comando que coordene os EMRA's. Nesse encontro fica definido que os EMRA's passariam a basear sua instrução de Reconhecimento e Ataque no Plano de Ensino do CATRE e ficou aprovado o uso da insígnia de reconhecimento e ataque do 1º EIA do CATRE no macacão pelos pilotos que concluíssem o referido curso. Essa mentalidade de origem, voltada ao emprego, nunca foi deixada de lado pela Unidade. Ao longo dos anos 80, os helicópteros armados e o treinamento das equipagens permaneceram em dia, mesmo com as mudanças resultantes da transformação do 5º EMRA em 5º/8º GAV.

Ainda em 1980, o Esquadrão participou, junto com o 1º/14º GAV, da 1ª missão em que o Controle Aéreo Avançado foi realizado por pilotos que não pertenciam à aviação atacante e, em 1981, no Estande de São Jerônimo, foi realizado, pela 1ª vez, o lançamento noturno de foguetes SABT 37 em helicópteros H-1H. Em 1993, o 5º/8º GAV realizou o 1º voo de ensaio de tiro aéreo com helicópteros e a primeira campanha com armamento .50 a bordo de helicóptero no Brasil. Já a partir de 1994, utilizando armamento frontal e lateral contra alvos aéreos, o Esquadrão passa a ser o primeiro elo de Asas Rotativas a ser empregado como tal pelo Sistema de Defesa Aéreo Brasileiro e a primeira unidade a realizar uma interceptação real com helicópteros no Brasil. No ano de 1995, tem início da 1ª Manobra Mata-Pato, em Florianópolis, quando o 5º/8º GAV realizou a 1ª operação de treinamento de tiro aéreo em helicópteros na Força Aérea Brasileira e, em 1996, durante a Operação Varredura, realizada na região de Apucarana-PR, o 5º/8º GAV cumpre sua 1ª missão real de interceptação, com o apoio de outras unidades da FAB e da Polícia Federal. Durante esta operação, foram apreendidas 4 aeronaves e mais de R$ 1.000.000,00 em contrabando. Em 2006, 5º/8º GAV e 4º/1º GCC realizam, em Santa Maria, a 1ª missão de interceptação com o uso de NVG na FAB.

‘’Orgulho-me da formação que tive ao aprender a comandar o Black Hawk e saber extrair de cada membro da tripulação o seu melhor. Isso foi um desafio, mas a tarefa foi facilitada quando todos perceberam que apesar das minhas limitações, eu dediquei-me com toda a minha energia.’’
Cap NATHALIE Freitas Gaspar
Primeira Aviadora da BASM e Esquadrão Pantera O MÉTODO INGLÊS DE IÇAMENTO

No ano de 1980 foi criada a Equipe SAR do 5º/8º GAV e houve o recebimento de material SAR oriundo do 2º/10º GAV, incluindo, na transferência, alguns helicópteros daquele Esquadrão. Quatro anos depois, a FAB realizou uma seleção, em nível nacional, de componentes de Unidades Aéreas operadoras de Asas Rotativas, para um Treinamento de Busca e Resgate a ser ministrado no Reino Unido. Foram escolhidos dois Tripulantes do 5º/8º GAV e um Piloto do 2º/10º GAV, que partiram para o Esquadrão de Busca e Salvamento e para a Unidade de Treinamento de Busca e Resgate (SARTU) da RAF, onde foram apresentados ao Método Inglês de Içamento. Após setenta e três dias de conhecimentos teóricos e práticos, retornaram ao Brasil com os manuais traduzidos e o conhecimento adquirido prontos para serem difundidos ao Esquadrão Pantera e outras Unidades Aéreas e, durante a Guasca IV, em 1988, foram realizadas as primeiras missões de situações baseadas no curso “Search and Rescue Crewmen Trainning” realizado na Inglaterra pelos sargentos Barbieri e Prokopp. Em 1993, com o apoio do 5º Distrito Naval, em Rio Grande-RS, o Esquadrão realizou a 1ª Operação Convés, passando a ser a primeira Unidade a estar capacitada a cumprir toda a gama de missões de resgate empregando o “Método Inglês”.

ESQUADRÃO PANTERA
NVG

No 5º/8º GAV de 1998 não se falava muito em voo noturno com óculos de visão noturna (NVG). O assunto ainda era algo distante da realidade da Unidade, embora isso não fosse novidade para muitas outras Forças Armadas ao redor do mundo. Para o Esquadrão Pantera e para a FAB, ainda pairava sobre o voo com NVG a mística de “perigoso ” . Finalmente, em 2002, a Unidade teve a oportunidade de enviar um militar até Fort Rucker, no Estado do Alabama - Estados Unidos, para realizar o curso teórico e prático de NVG. Foram 45 dias, divididos entre uma semana de curso teórico e as demais semanas com os voos noturnos com NVG. Após um total de 29 horas de voo em H-1H do Exército dos Estados Unidos, um militar do 5º/8º GAV concluía o Spanish Night Vision Goggles Qualification, sendo que, em 12 de novembro de 2002, ocorreu o primeiro voo noturno com NVG da Unidade, com uma tripulação capacitada pelo próprio Esquadrão.

Oigalê Fera, Pantera!
