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Palavras do Comandante

Cel Av WILSON Paulo Corrêa Marques

Ao celebrar os 50 anos da Base Aérea de Santa Maria, renova-se nas mentes e corações, dos nobres militares e civis que aqui dedicaram e dedicam suas vidas, o brado forte que somos a “Sentinela Alada do Pampa!”. Na década de 1970, pela liderança do então Ten Cel Av Cherubim Rosa Filho, sob o ronco dos lendários AT-6 e UH-1D, ergueu-se essa grandiosa organização militar, trazendo consigo as tradições e os valores de um povo que construiu sua história com luta, suor e amor à sua terra. O sentimento que permeia o ideário dessa Base Aérea está traduzido em sua canção nos versos que dizem:

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“Nestes pagos sulistas de gente bravia Que de guerras, batalhas forjou-se a história Coração do Rio Grande em Santa Maria Há uma estrela da FAB fadada pra glória.”

Desde as primeiras construções, as quais abrigaram as edificações de apoio para suportar as atividades militares, a Base Aérea de Santa Maria foi traçando o contorno de sua infraestrutura, vocacionada ao atendimento dos anseios e necessidades operacionais das unidades que aqui se instalaram, que em meio ao contexto geopolítico, marcaram sua presença na preponderante missão de defender o espaço aéreo brasileiro e contribuir para o desenvolvimento nacional. Em 1971, o Esquadrão PANTERA, como 4º EMRA, iniciou as atividades operacionais em Santa Maria, fazendo-se presente como uma unidade de reconhecimento e ataque. Posteriormente, assumiu o protagonismo no emprego armado das asas rotativas, e vem cumprindo a nobre missão de busca e resgate para salvaguardar vidas dentro e fora desse rincão. Com o empenho de seus militares o Esquadrão Pantera mantém-se como uma das mais notáveis unidades da Força Aérea Brasileira. Em 1978, sob uma constelação do hemisfério sul, nasceu o Esquadrão CENTAURO, com o símbolo de um guerreiro associado ao valoroso gaúcho, empunhando sua lança de prata pelos céus a voar. Liderados pelo então Ten Cel Av Pamplona, os AT-26 Xavantes fizeram roncar seus motores sob o céu da planície do sul, e inauguraram no ano seguinte sua trajetória de destaque na aviação operacional, conquistando o seu primeiro troféu no “Torneio da Aviação de Caça ” . Em 1998, recebeu a primeira aeronave A-1, e mantém-se pronto para empregar seus meios em prol da defesa do Brasil. Como Centauro 192, sinto-me honrado em pertencer e ter liderado esse conclave. Ainda no ano de 1978, o Esquadrão POKER lançou seus olhos vigilantes sob céus e terras desses pagos, empregando o saudoso AT-26 Xavante. Considerada uma das mais antigas unidades da FAB, o Esquadrão Poker vem exercendo sua missão com excelência e foco contínuo no aprimoramento de suas atividades. Hoje, nas asas dos potentes A-1, já modernizados, e utilizando novos sistemas de reconhecimento continua: “Decisivo no palco da luta…” . Nesse capítulo da história, faz-se necessário destacar a interoperacionalidade entre os Esquadrões Poker e Centauro, que sagraram-se pioneiros no emprego de bombas guiadas a laser. Em outubro de 2013, no estande de tiro de Saicã, foi realizado o primeiro lançamento operacional de bombas guiadas com munição real na FAB, fazendo com que as unidades aéreas assumissem a tarefa de desenvolver a doutrina de emprego desse armamento. Mais recentemente, em 2009, o Esquadrão HÓRUS, vanguarda na aviação remotamente pilotada no Brasil, agregou novas tecnologias e novos conceitos nas missões de vigilância, atuando de maneira integrada com as

instituições de defesa do país, sendo o vetor Hermes RQ-900, operada pelo Esquadrão Hórus, a única aeronave da FAB que tem capacidade de operar via satélite. Desde então, os “falcões” vêm desempenhando com destacada capacidade as Ações de Controle Aéreo Avançado, Posto de Comunicações no Ar e Reconhecimento Aéreo, com seu “olhar vigilante, astuto e sutil...” . Remontando os tempos pretéritos, antes mesmo da criação da Base Aérea, o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA-SM) já se fazia presente nessas terras, promovendo o serviço de proteção ao voo. Guardião de nossos pousos e decolagens, sempre alerta às intempéries da região sul, o Esquadrão TAURA mantém-se a mão amiga e a certeza do recolhimento seguro, seja “...na borrasca ou no céu azul” . E tendo como inspiração a história do vigilante gaúcho montado a cavalo para guardar as fronteiras do sul, o Esquadrão MANGRULHO, vanguarda na atividade de comunicação e alarme antecipado na FAB, nasceu em Santa Maria no ano de 1985, e nos tempos de hoje, emprega sistemas modernos de radar, que demonstram sua capacidade no cumprimento da missão da Força Aérea Brasileira de Controlar, como “Atalaia vigilante, sobre campos, montes, mares, olhar firme e constante... ” Em meio à breve retomada desses lampejos da história das unidades sediadas na Base Aérea de Santa Maria, convém citar o processo de reestruturação que culminou na ativação da Ala 4, nos idos do ano 2016, que teve como objetivo simplificar e modernizar a estrutura organizacional, administrativa e operacional, e ainda aperfeiçoar a gestão de recursos humanos vislumbrando os desafios do futuro. Além das unidades aéreas, a Ala 4 reúne sob sua batuta o Esquadrão de Segurança e Defesa (ESD-SM) e o Grupamento Logístico (GLOG), unidades que exercem preponderantes missões no apoio às atividades dessa Guarnição. O GLOG tem a honra de ter em seus quadros a primeira mulher militar da FAB com o curso de inspetor de aeronaves. Para garantir o funcionamento das máquinas, dias e noites a fio, os mantenedores dedicam seu conhecimento, habilidade e empenho na execução de complexos serviços, tornando possível o alçar voo dos vetores que operam nessa Base Aérea. O ESD-SM, além de prestar atividades de guarda e segurança da guarnição, realiza o emprego de cães de guerra em diversos cenários, e forma os jovens soldados do serviço militar obrigatório, cumprindo uma importante tarefa de integração com a sociedade santa mariense e região. Em meio aos fatos históricos visitados, cumpre mencionar os avanços alcançados mais recentemente por essa organização, com o apoio e orientações imprescindíveis dos Comandos Superiores, e como resultado do trabalho árduo de todos os envolvidos, dentre os quais destacamos a construção do hangar do Esquadrão Hórus e do parque de sensores, substituição da casa de força e de toda a rede elétrica da guarnição, implantação de usina de geração de energia fotovoltaica on-grid, modernização do balizamento da pista, ampliação do pátio de estacionamento de aeronaves, reforma das instalações do Complexo Desportivo I (CASUSA), da Banda de Música e do ESD, adequação do prédio para instalação da Ala 4, e obras já aceleradas de substituição da rede de esgoto. Essas ações estruturantes contribuem para ampliar a eficiência e economicidade de nossas estruturas e colocam a Base Aérea de Santa Maria pronta para os desafios do futuro. Ao longo desses 50 anos, o aprimoramento da gestão e a melhoria da infraestrutura têm sido desafios constantes, abraçados com empenho e abnegação pelos militares da Intendência e dos quadros de apoio, que atuam gerenciando processos e sistemas para melhor prover à Guarnição de Santa Maria serviços de destacada qualidade e pleno suporte em todas as áreas. Recentemente, o trabalho desses profissionais foi reconhecido pela Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), que lhes atribuiu o Prêmio de Excelência em Gestão – 2020. Ainda como o grande desafio do biênio 2020-2021, tem-se a pandemia causada pelo vírus da Covid-19, condição esta que está sendo enfrentada com o esforço dos profissionais do Esquadrão de Saúde (ESSM), que mesmo diante das dificuldades mantiveram-se fiéis ao compromisso de bem cuidar da família militar. Em suporte a nossa grande missão, estão presentes homens e mulheres, gerações de militares e civis aguerridos, que veem em nossa organização mais que um local de trabalho. Por suas mãos foram construídas as edificações e desenvolvidas as atividades, mas acima de tudo foram alicerçados, na Base Aérea de Santa Maria, o espírito e a personalidade vocacionada à eficiência, à operacionalidade e à doação na realização de qualquer tarefa, da segurança à manutenção, da saúde à administração, da logística à operação. À nossa Santa Maria, da Boca do Monte, cidade acolhedora, de povo de boa fé, rendemos os sinceros agradecimentos pela história que construímos juntos, pelas mãos de teus filhos e pelos filhos que acolhestes.

“Avante! Sentinela Alada do Pampa! Leal guardiã desses ares de anil. Avante! Sentinela Alada do Pampa! Orgulho da Pátria no sul do Brasil!”

Parabéns Base Aérea de Santa Maria pelos 50 anos no Coração do Rio Grande!!!

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