Revista Liderança no Feminino - fevereiro 2023

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"Nos termos da Lei nº 144/2015 de 08 de Setembro informamos que o cliente poderá recorrer às seguintes entidades de Resolução Alternativa de Litígios de Consumo: Provedor do Cliente da Agência de Viagens e Turismo em www.provedorapavt.com, Comissão Arbitral do Turismo de Portugal em www.turismodeportugal.pt ou a qualquer uma das entidades devidamente indicadas na lista disponibilizada pela Direção Geral do Consumidor em www.consumidor.pt cuja consulta desde já aconselhamos."

RUA JOÃO BARROS,
LOJA
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ÍNDICE

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FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO E EDIÇÃO:

Sandra Arouca

COLABORAÇÃO:

Márcia Pinto, Sara Teixeira e Bruna Pereira

WEB DEVELOPER:

Ana Catarina Gomes

DESIGN E PAGINAÇÃO:

Liderança no Feminino

MARKETING E GESTÃO DE REDES SOCIAIS:

Catarina Fernandes

“A minha paixão sempre foi ajudar as outras pessoas”

Alda Correia, Coach especialista em relacionamentos Facilitadora de desenvolvimento e crescimento pessoal

Uma liderança para construir caminhos de futuro Sílvia Carreira, presidente do Núcleo Regional de Lisboa da Quercus

Daniela Braga na vanguarda da democratização de I&D em Inteligência Artificial CEO e fundadora da Defined.ai

De professora de matemática a empresária e agente de futebol feminino

Estrela Paulo, Ceo da Top Baller Sports Management

Yvonne Brierley é a nova administradora geral da Daikin Portugal

Autovalorização: Sim ou não?

Manuela Doutel Haghighi, Global Customer Success Account Director e co-Lead Women Network Portugal

Sónia Vasconcelos é nova Head of People da Celfocus

Editorial O Coaching é das áreas em maior crescimento nos últimos anos. Nesta edição de fevereiro destacamos Alda Correia, Coach especialista em relacionamentos e facilitadora do desenvolvimento e crescimento pessoal. Descobre-se, primeiramente, como educadora de infância durante vários anos, mas encontra no Coaching a sua paixão em ajudar as outras pessoas.

Sílvia Carreira, licenciada em pintura pela Escola Superior Artística do Porto, em Estudos Artísticos pela Universidade Aberta e pós-graduada em Cidadania Ambiental e participação, com mais de 30 anos dedicados às questões ambientais, integra movimentos pela Justiça Climática.

Estrela Paulo foi a primeira mulher a fundar uma agência exclusiva de futebol feminino, agenciando mais de 30 jogadoras e fechando contratos de centenas de milhares de euros. Contudo, a empresária não abandonou a matemática e a educação, continuando a dar aulas e a fazer parte da vertente investigativa e académica do ensino superior.

Manuela Doutel Haghighi, é Global Customer Success Account Director e co-Lead Women Network Portugal, por sua vez, faz uma reflexão de como é que podemos mudar o status quo, fala-nos da auto valorizarão, a gestão do nosso tempo, o estabelecimento de limites, o networking, a capacidade de risco, a negociação, os jogos políticos, os conflitos de interesse.

Qual o papel dos partidos políticos para a dignificação das assembleias municipais?

Bárbara Barreiros, Investigadora JusGov da Universidade do Minho (Projeto Smart Cities and Law, E-governance and rights)

Hill+Knowlton Strategies reforça liderança

Francisca Seabra Rita Ibérico Nogueira

É cada vez mais frequente ouvirmos falar sobre o papel dos partidos políticos nas assembleias municipais, mas será que sabemos exatamente o que eles representam? Quem nos irá elucidar sobre este tema é Bárbara Barreiros, investigadora JusGov da Universidade do Minho (Projeto Smart Cities and Law, E-governance and right.

E como a liderança continua a contar com nomes femininos, Yvonne Brierley, Sónia Vasconcelos, Francisca Seabra e Rita Nogueira, falam-nos das suas progressões profissionais e novos desafios.

Que seja o início de muito sucesso e pautado por novos projetos! Estamos juntas na liderança!

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Teresa Oliveira nomeada Legal, Ethics & Compliance Director da Vinci Energies Portugal

“A minha paixão sempre foi ajudar as outras pessoas”

Alda acredita que a alavanca fundamental que potencializa as conquistas e a felicidade dos que estão à sua volta está intrinsecamente ligada aos

Alda Correia, hoje em dia Coach Especialista em Relacionamentos e facilitadora do desenvolvimento e crescimento pessoal, descobre-se, primeiramente, como educadora de infância, e leva a cabo este “sonho de ensinar”, principalmente crianças pequenas, durante vários anos. Fez uma especialização em Educação Especial, e apesar de, desde muito pequenina, já ter percebido o quanto “vibra com cada conquista que vê nos outros”, isso torna-se ainda mais notório com o passar dos anos.

relacionamentos saudáveis e prazerosos criados com aqueles com quem teve contacto. No caso dos mais novos, a atenção, o carinho e cada palavra de apoio dão-lhes a tranquilidade necessária para desenvolverem o autoconhecimento, a autoestima e a promoção de muitas outras capacidades fundamentais no decorrer da sua vivência.

“Ainda hoje me arrepio, ou fico com a lágrima no olho, quando relembro situações difíceis, em que o desfecho foi bastante positivo, e nas quais eu tive o prazer de ajudar.”

Depois de quase 20 anos a ensinar, Alda decide arriscar tudo. Deixar o que para ela era certo e embarcar numa nova jornada de descoberta. Decide abraçar um ramo praticamente desconhecido em Portugal, na época: o Coaching. Mãe de dois filhos, desiste de um vencimento seguro e garantido, para arriscar tudo nesta nova viagem. Mas afirma que, se foi difícil… o enriquecimento veio em dobro! O início não foi fácil… Foi necessário convencer-se

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“Um “Consegui!” de alguém deixa-me emocionada!”
ALDA CORREIA COACH ESPECIALISTA EM RELACIONAMENTOS FACILITADORA DO DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO PESSOAL

“TENHO A CERTEZA

a si, e aos outros, cheios de dúvidas, de que este grande passo lhe ia trazer a maior felicidade do mundo. Sempre teve a certeza de que queria continuar a trabalhar na área do desenvolvimento humano, e é aí que a já educadora e já professora, envereda pelo caminho do Coaching.

Cada pessoa que procura Alda dá de caras com um atendimento completamente personalizado e desenhado de acordo com as suas necessidades e objetivos. Este método interventivo totalmente individualizado permite a obtenção de resultados muito eficazes num curto período de tempo.

Numa insaciável busca pelo conhecimento, Alda afirma

que considera fundamental o lema “quanto mais conhecimentos tenho mais sinto que preciso de continuar à procura de me enriquecer mais”. É este pensamento que faz a Coach continuar a procurar novos livros, novos cursos e novas formações para crescer ainda mais, pessoal e profissionalmente.

Questione sempre!

“Porque sim!” não é uma resposta!

“Sempre questionei as minhas escolhas, as minhas decisões e as minhas atitudes. Procurava novos caminhos, não me rendia aos problemas que surgiam e sentia que cada obstáculo me dava a garra necessária para lutar e buscar sempre o lado positivo em tudo. E percebi que fazia isso com os meus alunos e, mais tarde, com os meus filhos.”

Alda gosta de contar que, independentemente da idade que as crianças tivessem, fazia questão de os ensinar a questionar. “Era uma delícia ouvi-los argumentar e chegarem a impor-se dizendo: porque sim não é uma resposta”.

Foi num dia de conversa com uma amiga, sobre a sua maneira peculiar de lidar com os filhos, que Alda Correia ouviu pela primeira vez: “Tu és Coach! É incrível como ages. Nunca pensaste seguir essa área?”

Foi neste momento que, boquiaberta, Alda, ainda às escuras sobre este termo “Coaching”, deixou a curiosidade falar mais alto (como gosta

de dizer com orgulho, “A curiosidade está-me no sangue!”) e se inscreveu na sua primeira certificação internacional de Coaching.

“Foi uma experiência incrível, mas uma luta interior constante.” É assim que descreve o primeiro contacto com o Coaching. Foi uma luta persistente entre o seu anjinho e o seu diabinho, porque enquanto um lhe dizia “tu não gostas desta exposição, numa sala de aula, com pessoas desconhecidas, em que por vezes vais ser o foco”, o outro ripostava “vais gostar, sim; tu vais fazer as aulas; vais aprender mais; vai ser incrível a aquisição de novos conhecimentos; vais-te superar; os incómodos são menores do que as aprendizagens que terás”.

E assim foi. Apesar dessa luta interna, completou a certificação com sucesso. Imediatamente a seguir, Alda abriu a sua própria empresa de Coaching, com a finalidade de ajudar no crescimento e desenvolvimento de adultos, jovens e crianças.

Realizou especializações internacionais em Coaching, experimentando o Coaching de Casal e de Relacionamentos, o Coaching Emocional, KidsCoaching, TeenCoaching, Programação Neurolinguística, Analista Comportamental, entre outras especializações.

Acabou por se tornar facilitadora do desenvolvimento e crescimento pessoal –Coach especialista em relacionamentos, por ter a certeza que a missão da sua

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QUE A MINHA MISSÃO DE VIDA É AJUDAR O SER HUMANO A CONHECER-SE CADA VEZ MAIS E MELHOR E A DESCOBRIR O QUÃO INCRÍVEL É

vida é, mesmo, ajudar cada ser humano a conhecer-se cada vez mais e melhor, a ser capaz de estabelecer relacionamentos saudáveis e prazerosos, consigo e com os outros, e a ser cada vez mais feliz.

KidsCoaching e TeenCoaching

– acompanhamento profissional numa fase fundamental

O primeiro passo foi formarse em KidsCoach, uma metodologia específica para atuar com crianças menores de 12 anos. Baseia-se na utilização de ferramentas mais lúdicas e permite, de maneira mais rápida e eficaz, que os mais novos encontrem soluções para situações como o medo, a timidez, a dificuldade de se relacionar, a insegurança de não ser capaz, entre outros.

E logo de seguida formou-se também em TeenCoaching. Este método é desenvolvido para os jovens-adolescentes (entre os 13 e os 18 anos) . Já todos fomos/somos/ou vamos ser adolescentes. “Os jovens-adolescentes estão numa fase da vida em que já não são crianças e ainda não são adultos. Vivem numa dicotomia constante entre quererem mostrar a sua independência – uma vez que estão a construir a sua identidade – e a necessidade, ainda presente, de sentirem a segurança que lhes transmitem os seus cuidadores.”

”O TeenCoaching e as suas metodologias adequam-

-se às necessidades desta faixa etária. São um amparo seguro, mas não tão aparente. Como os adolescentes gostam! Sabem que têm uma segurança, mas ela passa despercebida e deixa-os manifestar a sua individualidade, auxiliando, discretamente, o seu processo de autoconhecimento. Essencialmente, este projeto ajuda os adolescentes a “aprenderem a solucionar os seus próprios problemas e a tomar as rédeas da sua própria vida e da sua felicidade.”

E foi no meio de tudo isto que em 2019 nasceu a tão desejada empresa de Desenvolvimento e Crescimento Pessoal “Alda Correia”.

perante determinadas situações…desistiam, ou nem tentavam, por receio de falhar. Queriam ser perfeitas para terem a atenção dos adultos. E foi assim que surgiu a empresa Alda Correia que, tal como o logo espelha, pretende abraçar cada um dentro do movimento que são as suas vidas.”

Aqui o fator de destaque é a personalização. As metodologias utilizadas são diferentes para cada situação, e adequam-se aos objetivos individuais de cada um. “Somos seres únicos, com caraterísticas próprias, temos gostos e necessidades diferentes, somos provenientes de famílias diferentes e educações distintas… e tudo isso vai ser tido em conta durante o processo”.

PROJETO ALDA CORREIA

De um lado, o sonho de ajudar cada ser humano a ter um conhecimento maior e melhor de si próprio, aliado a bons relacionamentos. Do outro, uma mão cheia de exemplos de sucesso e superação de pessoas que acompanhou como Coach. A união destes dois fatores e a vontade de resolver os “problemas sem solução” que muitos lhe apresentavam foi suficiente para fazer nascer o Projeto Alda Correia.

“Conheci casais que se amavam e que, por não estarem a fazer uma boa gestão de determinadas situações, se afastavam cada vez mais e viviam infelizes.

Conheci crianças que não acreditavam nas suas próprias capacidades e bloqueavam

“Escolhe o que te fizer feliz! Isso é o mais importante!”

“As principais aprendizagens que trouxe para o Coaching já foram as que levei para o meu trabalho enquanto professora – e considero que foram aquelas que os meus pais me transmitiram desde sempre.” De Professora a Coach… Alda considera que, apesar da importância que a teoria académica lhe trouxe, o que foi realmente mais importante para as suas atuações foi a prática que observava, dia após dia, nas ações dos pais.

A família tem um impacto basilar em tudo o que Alda é hoje em dia. Assim como faz com os seus filhos, os pais da Coach sempre a estimularam a pensar e a arranjar soluções

para os seus impasses. Era estimulada a explorar, conversar e, sobretudo, a aprender! “Escolhe o que te fizer feliz! Isso é o mais importante!” é uma das frases que marcaram o seu crescimento.

O que os pais lhe ensinaram traz consigo desde sempre. “Aprendi a olhar para cada um como um ser individual, aprendi que os obstáculos que vão surgindo servem como uma alavanca para procurar soluções e essencialmente aprendi a ser curiosa e a ir em busca de novos conhecimentos!”

“Estou numa aprendizagem constante! Para se ser uma boa profissional, é

fundamental conseguir interligar todos os conhecimentos, de modo a que a intervenção feita perante os outros seja o mais enriquecedora possível”.

Contando com anos de experiência, a Coach, Alda Correia acredita que, para embarcar nesta viagem, existem 5 pontos fundamentais:

• Sem julgamentos ou críticas, ouvir não só com os ouvidos, mas também com o coração o que cada pessoa tem para dizer.

• Perceber e aceitar que cada ser humano é individual, distinto dos demais.

• Ver a diferença como um complemento, até mesmo

para a aquisição de novas aprendizagens.

• Aceitar as opiniões, pontos de vista e decisões diferentes dos demais.

• E acima de tudo, receber o outro com o coração aberto.

“Os bons relacionamentos são o pilar de uma organização”

Os relacionamentos impactam sempre. Os bons relacionamentos são o pilar fundamental para uma organização conseguir remar na direção certa e colher os resultados que ambiciona.

“No meio corporativo, o trabalho com equipas e grupos proporciona uma série de mais-valias, tanto para cada

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uma das pessoas, como para a empresa, para as suas famílias, e para a respetiva comunidade envolvente. O entusiasmo e a garra que adquirem, a confiança, as estratégias para solucionar os mais diversos entraves, permitem aos colaboradores sentirem-se cada vez melhor, mais felizes e mais integrados. E consequentemente a terem cada vez melhores resultados nas diferentes áreas.”

No momento presente, Alda considera-se sortuda por ter sido escolhida por alguns líderes de equipas, e até por empresários, para os ajudar neste crescimento global e pessoal. Desde o início as mudanças e as conquistas fazem-se sentir! Observar os objetivos cumpridos é o mais gratificante!

relacionamentos envolventes se, em si, não existe uma sintonia interna. Temos de aprender a identificar as nossas qualidades, bem como as nossas lacunas: o que nos faz bem, mas também o que nos incomoda. Quais são as nossas necessidades, e como gerir as nossas emoções. Só depois desta autopsicografia é que passamos ao próximo passo: criar bons relacionamentos saudáveis com quem nos rodeia. É importante percebermos que, na realidade, o relacionamento que temos com o nosso eu precisa de ser cuidado, e só depois conseguiremos entregar-nos aos outros”.

seu conhecimento pessoal. O autoconhecimento e a aceitação pessoal são a base das intervenções da Coach Alda Correia.

A sociedade criou as mulheres com a ideia, e enorme pressão, de que têm de ser perfeitas em todas as áreas das suas vidas, sem mostrarem a sua vulnerabilidade. Ouvem-se questões como “Já namoras? Quando casas? Agora tens de tratar de mandar vir a criança...” abordando as “maravilhas” de cada um desses momentos.

“Podíamos ter sido felizes durante estes anos se tivéssemos conhecido a Alda”

De todas as áreas do Coaching, a que envolve casais e relacionamentos tem vindo a ser a mais procurada dos últimos anos. E quem encontra a Coach Alda Correia não consegue ficar indiferente ao seu trabalho. Alda consegue mesmo tornar os outros felizes!

“O primeiro relacionamento saudável que precisamos ter é connosco”

“Embora, socialmente, sejamos educados para servir os outros, e muitas vezes nos coloquemos em 2.ª, 3.ª ou mesma 4.ª prioridade, a verdade é que o 1.º relacionamento saudável que temos de ter é mesmo connosco.” Não é possível uma pessoa cultivar bons

PROJETO EU-COMIGO

O projeto Eu-Comigo nasceu na decorrência de as clientes de Alda a procurarem com queixas idênticas, que afetam quase todas as mulheres e estão relacionados com a forma como a sociedade ainda continua a educar. Surgiu assim a preocupação em ajudar estas mulheres a sentirem-se empoderadas e a mudar a sua vida.Fazendo dela o que desejarem!

“O Eu-Comigo foi desenvolvido com o intuito de dar às minhas clientes as ferramentas necessárias para se tornarem “verdadeiras guerreiras” em qualquer situação. Queria que elas percebessem e valorizassem o quão incríveis são.” Este projeto decorre em sessões de grupo, que permitem uma troca muito enriquecedora, um espaço próprio para aprofundarem o

Mas nem tudo é tão fácil assim! Ninguém pensa, antes de fazer estes questionamentos, nas dificuldades que eles acarretam! “Para essas dificuldades ninguém nos prepara.”

Quando o desconforto chega e afirmamos que não estamos bem, levamos com uma resposta brusca e grossa… alegando que “todas passam por isso”. A desvalorização deste desconforto como algo que é inerente à natureza feminina leva a que muitas mulheres acabem por sofrer em silêncio.

Com a impossibilidade de acabar com estes casos, o trabalho de Coach de Alda Correia procura, pelo menos, aumentar a qualidade de vida destas mulheres, “para que se empoderem e sejam cada vez mais felizes”.

“Podíamos ter sido felizes durante estes anos se tivéssemos conhecido a Alda” é uma das afirmações mais ouvidas no final das suas sessões para casais. Normalmente, os maiores problemas que os casais apresentam estão relacionados com diferenças de comportamentos, dificuldades na comunicação e com a aceitação das opiniões do outro. Também se ouvem muitas queixas em relação à gestão financeira, à educação dos filhos e aos momentos de intimidade. Existe ainda a dificuldade de gerirem saudavelmente as suas emoções e uma má organização das suas rotinas.

O processo de Coaching de Casal procura proporcionar um ambiente saudável para os dois, desenvolvendo uma comunicação mais assertiva e prazerosa e aumentando a cumplicidade e a conexão do casal que aprende a mudar o seu foco e procurar soluções, diminuindo os conflitos, em vez de encarar estas situações como impossíveis de resolver.

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Isto acaba por construir um ambiente familiar mais feliz, saudável e seguro. Inevitavelmente, melhora a vida sexual do casal e a autoconfiança de ambos.

“Tenho a certeza que é um processo que, para mim, e para 99% das mulheres, teria sido o melhor presente para nos oferecerem antes de vivermos! Permite um conhecimento tão mais profundo de ambos que consequentemente reduz bruscamente a possibilidade de conflitos, mal-estar e distanciamentos.”

“Já apliquei estas técnicas com vários casais e com várias mulheres (alguns até com mais de 30 anos de vida em comum) e os resultados são fantásticos, permitindolhes mesmo perceber (e citar) que “podíamos ter sido felizes durante estes anos se tivéssemos conhecido a Alda”.”

Já pensou tornar o seu futuro mais feliz?

Em breve a Coach Alda Correia abrirá nova agenda para o próximo grupo do projeto EuComigo, com a certeza de que impactará positivamente a vida, o bem-estar e sobretudo a felicidade das mulheres que se inscreverem.

Com espaço próprio, Alda pode garantir que cada cliente é acolhido da melhor maneira.

Também conta com atendimentos online, perfeitos para ajudar pessoas e casais de outros países. E os resultados? Sempre superiores aos esperados!

“O meu objetivo para um futuro próximo é o de continuar a ajudar o maior número de pessoas a conhecerem-se cada vez mais e melhor, a acreditarem em si e nas suas capacidades, a adquirirem a garra necessária para lutarem pelos seus sonhos e a alcançaram aquilo que tanto desejam!

A par disto, existe uma melhora nos relacionamentos interpessoais de cada um, nas diferentes áreas das suas vidas. Ocorre uma melhoria no seu bem-estar, na sua tranquilidade e na gestão das suas emoções. Alda pretende ainda continuar os atendimentos individuais e promover workshops e palestras em locais que tenham interesse em impulsionar o desenvolvimento e crescimento pessoal daqueles que fazem parte das suas instituições.

Faz também parte das ambições da Coach a criação de um evento anual de total partilha, onde seja possível a simbiose entre todos os presentes a nível de conhecimentos. Terá como finalidade angariar fundos para apoiar alguma instituição.

“Acredito que juntos somos bastante mais fortes e iremos muito mais longe – e que, pouco a pouco, ajudaremos a construir um mundo mais forte, mais feliz e mais justo.”

O primeiro passo para sermos felizes é…

Apesar de, em qualquer um dos processos de Coaching, ser possível ter como objetivo

a melhoria da relação com os outros, a verdade é que o ponto fulcral não é esse.

Então onde está o pontochave? Mais perto do que consiga imaginar. Não tem de o procurar nos outros, nem em muitos lugares. Está na verdade dentro de si. Para ter um bom relacionamento com tudo à sua volta, tem de começar a trabalhar o seu relacionamento com a pessoa mais importante da sua vida: você!

O 1.º passo para sermos felizes, vivermos tranquilos e sermos capazes de gerir saudavelmente as nossas emoções é conhecermo-nos e aceitarmo-nos como somos.

É necessário aprendermos a usufruir do prazer que é a nossa própria companhia e sermos capazes de confiar em nós e nas nossas capacidades. “Só depois de sermos capazes de ter uma relação de total amor connosco é que iremos ser capazes de ser algo positivo na

vida de outra pessoa. Só assim criaremos relacionamentos saudáveis.”

Quando alguém decide investir no seu desenvolvimento e crescimento pessoal, começando, por exemplo, um processo de Coaching, é fundamental saber que ele mesmo é “a personagem principal” e a mais importante para si.

“Tenho clientes que, por estarem à frente de grandes empresas, me procuraram com o intuito de, por exemplo, aumentarem os seus resultados profissionais.

A verdade é que, mesmo aí, é importantíssimo começarmos por um bom conhecimento pessoal, para que os resultados sejam os melhores”.

Tendo em conta a quantidade de mulheres empoderadas que lideram as mais diversas áreas da sociedade, Alda Correia apresenta às nossas leitoras um conjunto de aspetos que considera fundamentais sobre “como ser a líder perfeita”:

• A líder perfeita sabe receber cada um de braços abertos.

• A líder perfeita não só sabe, como faz questão de se colocar no lugar do outro.

• A líder perfeita está disponível para ouvir.

• A líder perfeita não julga ou critica, mas aceita a individualidade de cada um.

• A líder perfeita comunica de forma assertiva e dá espaço para que cada um tenha a sua própria voz e opinião.

• A líder perfeita reconhece os pequenos passos e as grandes conquistas próprias, ou de cada um, e está disponível para ajudar a encontrar soluções.

• A líder perfeita tem o coração à frente da razão – o que significa que tem o cuidado de “não passar por cima do ser humano”. Para se chegar onde pretende “é fundamental que haja uma “dança” harmoniosa entre quem está envolvido e aquilo que se deseja”.

• A líder perfeita diz bom dia / diz muito obrigada / pede por favor / pede desculpa / salienta “se precisares de alguma coisa estou aqui”… Todos estes pontos favorecem as conexões, a cumplicidade, o sentimento de segurança e de satisfação e a melhoria dos relacionamentos pessoais ou corporativos.

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Uma liderança para construir caminhos de futuro

Sílvia Carreira, licenciada em Pintura pela Escola Superior Artística do Porto, em Estudos Artísticos pela Universidade Aberta e pósgraduada em Cidadania Ambiental e Participação, com mais de 30 anos dedicados às questões ambientais, integra movimentos pela justiça climática. Após uma carreira de vinte anos de ensino e como artista-plástica, encabeçou a lista vencedora que se apresentou às eleições realizadas em 1 de novembro de 2022, do Núcleo Regional de Lisboa da Quercus, com uma proposta de fazer mais e de forma mais participada dentro da associação.

A responsabilidade de estar á frente de um núcleo

de uma Organização Não

Governamental com 38 anos de existência é muita e torna-se ainda maior quando se tem como objetivo fazer diferente, fazer melhor e transformar o Núcleo num espaço dinâmico e participado que enriqueça a comunidade e projete o nome da Quercus.

O trabalho transformativo das relações e a construção de formas mais solidárias e ambientalmente responsáveis já estava a ser feito por mim na Rizoma Cooperativa Integral, na qual tenho um papel ativo na construção de um processo cooperativo alternativo.

A Rizoma Cooperativa

Integral organiza-se de forma horizontal, aplicando

os princípios da sociocracia ou “governança dinâmica”, cunhados no início do século xxi, pelo filósofo francês Auguste Comte; segundo ele, um sistema de governo baseado em decisões tomadas levando em consideração a opinião de indivíduos iguais integrantes de uma estrutura organizacional semelhante a um organismo vivo. Esta forma de organização prevê que todos os participantes de uma sociedade, seja ela profissional ou civil, contribuam para seu desenvolvimento.

Como nos organizamos dentro da cooperativa: as tarefas são divididas por grupos de trabalho autónomos que alinham periodicamente estratégias

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SÍLVIA CARREIRA, PRESIDENTE DO NÚCLEO REGIONAL DE LISBOA DA QUERCUS

através das reuniões de círculos de coordenação. Esta é uma forma dinâmica de fazer a construção de uma comunidade em que todas as pessoas são ouvidas e as suas opiniões integradas no todo.

A questão da participação cidadã está também presente na tese que estou a escrever, a qual pretende dar um contributo para entender o que motiva e como se processa esta participação nas cooperativas da nova geração. É esta experiência que tento levar para dentro do núcleo regional, com esta equipa constituída por um núcleo duro de 5 pessoas que, de forma voluntária, disponibilizam parte do seu tempo pessoal para se dedicarem a um projeto em que acreditam.

Estes primeiros meses apresentaram algumas dificuldades iniciais.

A primeira dificuldade está relacionada com a extensão territorial do núcleo, que, para além de todos os concelhos do distrito de Lisboa, abrange ainda Benavente; a segunda dificuldade é a ausência de infraestrutura do núcleo, o que nos está a obrigar a começar tudo do zero, mas que também permite fazer diferente em termos organizativos; e, finalmente, o facto de toda a associação estar em fase de regeneração.

Este é um grande desafio que exige muita resiliência, alguma experiência organizativa e criatividade, porque muitas vezes trata-se, use-se a expressão, de fazer omeletas sem ovos.

A atual equipa nasceu da vontade de um grupo de

associados que queriam um núcleo mais dinâmico e participativo nas questões do distrito. Já há algum tempo que iniciámos reuniões abertas on-line para falar de ambições e sonhos, e às vezes, de forma informal, fazer algumas caminhadas, limpezas de praias, bem como apoiar outras organizações que trabalham com questões ambientais. Inicialmente era um conjunto de pessoas que queria «fazer coisas» mas ainda não tinha definido uma estratégia nem objetivo maior. O desgaste de um ano de reuniões, de dificuldades de comunicação e de disponibilidade por parte da anterior direção do núcleo

foi afinal moldando o que inicialmente era apenas uma vontade indefinida.

Após este período inicial de maturação e quando chegou a altura das eleições para os núcleos regionais, resolvemos avançar com uma proposta de programa e convidar para suplentes pessoas que, pela sua experiência em áreas diversas, poderiam enriquecer e apetrechar a equipa para os desafios futuros.

Desde o primeiro dia que o grupo se tem organizado de forma horizontal, partilhando sonhos, projetos, ideias, convites, etc., que nos chegam de instituições, associações

ou pessoas individuais, conversando e concertando escolhas e decisões internamente e escolhendo caminhos por consenso ou por consentimento. Reunimos semanalmente e trabalhamos numa plataforma digital que permite a comunicação, debate de ideias e partilha de informação e temos um grupo de comunicação rápido no Signal. Implementámos processos transparentes e inclusivos mantendo sempre um canal de comunicação privilegiado com a Direção Nacional para coordenação de iniciativas e troca de ideias quanto a novos projetos.

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Somos pessoas com experiências e conhecimentos variados. Pessoas provenientes de áreas diversas mas unidas pela questão ambiental e pelo sentimento de necessidade de fazer algo na luta para travar a crise climática. Nesse sentido, construímos o programa que tem a vertente da dinâmica interna e da relação com a comunidade, proposto a votação na Assembleia Geral de dia 1 de novembro e que estamos a concretizar.

O programa dos sonhos, como muitas vezes o vejo, é o programa que queremos efetivar como estratégia para o objetivo final de trazer os associados para a vida da Quercus, pondo fim ao afastamento que hoje se vive.

Para a concretização dos objetivos queremos ser uma

direção de núcleo dinâmica, incentivadora da participação de todas as pessoas e disruptiva.

Esta construção é desbravar caminho e laboratório de construção como ação coletiva. Estamos a otimizar processos para no futuro sermos mais ágeis e efetivos nas respostas às necessidades que vamos encontrando quer em ambiente urbano, quer em ambiente rural, o que está a exigir um esforço extra porque estamos a fazer ao mesmo tempo uma aprendizagem dos pontos fracos e dos pontos fortes locais onde podemos intervir e colmatar problemas, procedendo ao potencial que temos entre os nossos associados. Isto para que os associados possam colaborar com a direção do núcleo e

que, também em alguns momentos, está aberto a associados e membros da Direção Nacional que o queiram integrar para facilitar processos transparentes e participados de organização.

Temos o limite temporal do mandato de dois anos, o que impõe um ritmo de trabalho intenso pois não queremos terminar o nosso exercício sem deixar os alicerces construídos do que que acreditamos deverá ser uma Quercus do século xxi em termos organizativos. Que permita um crescimento da Associação, que a torne forte e mais interventiva na sociedade, neste tempo em que tão necessária é a ação nas questões de proteção, conservação e intervenção ambiental para a sobrevivência da humanidade.

serem integrados na equipe de trabalho. Para isso estamos a ouvir os nossos associados um a um através de um primeiro contacto telefónico, o que pode ser um primeiro passo para colaborações futuras.

Uma “governança dinâmica” exige uma construção de relações interpessoais sólida que pede a todas as pessoas envolvidas muitas vezes sair da nossa zona de conforto para caminhos novos. Para além do trabalho dentro do grupo, exige igualmente um trabalho pessoal de construção individual e de aprendizagens novas. Nesse sentido estamos também a fazer novas formações para conseguirmos adquirir ferramentas que possibilitem essa construção.

Estamos a estruturar um programa de formação interno

A emergência das alterações climáticas, com fenómenos climáticos extremos, é disso testemunho constante. É esta emergência que nos mobiliza todos os dias para o nosso trabalho. Norteados pelos princípios da nossa declaração, pretendemos o unificar de todas as ações, tanto ao nível do estudo como da intervenção, o conhecimento, salvaguarda e promoção do património biofísico da nossa nação, consciente de que ele é parte integrante dos bens comuns da humanidade, bem como promover o incremento da educação ambiental e cívica dos cidadãos.

Estamos determinados em fazer uma Quercus preparada para dar resposta aos desafios do século xxi.

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Daniela Braga na vanguarda da democratização de I&D em Inteligência Artificial

Daniela Braga contribui para o avanço da investigação e desenvolvimento (I&D) da Inteligência Artificial americana e internacional.

A publicação do Relatório Final da NAIRR Task Force assinala a criação de um programa que permite alargar o acesso aos recursos essenciais à investigação e desenvolvimento da inteligência artificial (IA).

A inovação tecnológica tem vindo a afirmar-se como uma das maiores tendências do séc. xxi, traduzindo-se num caminho incontornável, que assume cada vez mais relevância nos quadros de planeamento estratégico das esferas públicas e privadas.

A NAIRR Task Force visa munir os investigadores com os instrumentos e dados necessários para explorar o pleno potencial da inteligência artificial, de forma responsável, e desbloquear uma nova era nas tecnologias de informação e comunicação, proporcionando a investigadores e estudantes de IA o acesso alargado a recursos computacionais, dados de alta qualidade e ferramentas educativas e de apoio ao utilizador.

Daniela Braga acrescenta

ainda: “A Inteligência Artificial é o motor da inovação, alimenta avanços tecnológicos e científicos, estimula o crescimento económico, garante a segurança nacional, e cria novas ferramentas para enfrentar os desafios mais prementes da atualidade. Com o objetivo de assegurar novos avanços no universo da IA, a task force NAIRR foi criada para reforçar a I&D de IA nos Estados Unidos, maximizando o potencial desta ferramenta em prol do serviço publico americano e internacional.”

A filiação a esta task force traduz-se como uma valorização e distinção da autoridade da Daniela Braga nos campos de IA, em resultado do trabalho realizado pela Defined.ai nesta mesma

área, bem como dos esforços conjuntos que têm sido feitos no sentido de reforçar e democratizar o ecossistema de inovação IA dos EUA e, consequentemente, no mundo inteiro.

Para além de Daniela Braga –fundadora e CEO da Defined. ai – integram a NAIRR Task Force membros do Gabinete de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca (OSTP), da Fundação Nacional da Ciência (NSF), académicos e líderes de diferentes organizações privadas. Estabelecido pela Lei da Iniciativa Nacional de IA de 2020, a NAIRR Task Force é um comité consultivo federal que embarcou em 2021 num processo rigoroso e aberto que culminou no relatório que este semana foi divulgado.

Daniela Braga, CEO e fundadora da Defined.ai, a principal fornecedora de dados, ferramentas e serviços superiores de Inteligência Artificial (IA), posiciona-se na vanguarda da investigação e desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial, ao assumir um papel central na norte-americana NAIRR – National Artificial Inteligence Research Resource Task Force.

Na linha da frente do fortalecimento e democratização do ecossistema de inovação da Inteligência Artificial daquela que é a maior potência e

exemplo em IA mundial, está Daniela Braga, CEO e fundadora da Defined.ai, que refere: “Temos vindo a assistir a um aumento da discrepância do acesso a recursos na esfera da IA. O governo americano criou esta task force com o intuito de fechar este hiato existente entre os ‘big 5’ tecnológicos e as restantes empresas, incluindo o próprio governo, que operam no setor.”

O relatório da NAIRR Task Force propõe um programa para a criação de uma infraestrutura nacional de investigação que permite alargar o acesso aos recursos essenciais à investigação e desenvolvimento da IA,

nomeadamente em investimentos governamentais existentes e futuros, na proteção de privacidade, direitos e liberdades civis, bem como na promoção da diversidade, inclusão, equidade e acessibilidade. O relatório estabelece ainda uma abordagem faseada nas diferentes esferas públicas, como administração, políticas, segurança e infraestruturas que apoiam todo o espectro da investigação sobre IA. É o traçar de um caminho em que a IA pode, responsavelmente, alavancar a descoberta, inovação e crescimento económico.

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Estrela Paulo foi a primeira mulher a fundar uma agência exclusiva de futebol feminino, agenciando mais de 30 jogadoras e fechando contratos de centenas de milhares de euros. Contudo, a empresária não abandonou a matemática e a educação, continuando a dar aulas e a fazer parte da vertente investigatória e académica do ensino superior.

De professora de matemática a empresária e agente de futebol feminino

Para Estrela, o interesse em desporto feminino existiu desde sempre – a empresária, que também é professora, confessou estar muitas vezes rodeada dos colegas que dão aulas de desporto, identificando-se com eles e com as conversas que iam tendo. Na prática, começou neste mundo, em 2006, como adjunta de futsal e em 2010 entende que a sua grande paixão é mesmo o futebol. Começou a observar mais este desporto e chegou à conclusão que fazia “observações bastante precisas”, estando inconscientemente a exercer a função de “olheira” (um termo calão utilizado para mencionar pessoa que tem como atividade observar desportistas).

Nessa altura só havia um único agente a agenciar as jogadoras do futebol feminino, Luís Silva, e foi por essa razão que Estrela Paulo sentiu, em 2013, que podia “ajudar numa área que estava em défice”, refere. A professora chegou a colaborar com uma agência, já com o objetivo de ajudar a crescer o futebol feminino. Contudo, este papel que desempenhava não era suficiente e, olhando para todo o seu percurso, Estrela já vinha a mostrar a sua vertente de empreendedora e de empresária.

Esta foi a principal razão para a empresária criar, em 2016, a sua própria agência, considerando que o futebol feminino precisava de um impulso. Acaba assim por ser a primeira mulher a fundar uma agência dedicada a este deporto - a TopBaller Sports Management. Para conseguir exercer a atividade de agenciar

jogadoras, teve de obter as licenças federativas, o que conseguiu. A partir desse momento, nunca mais parou. Estrela foi crescendo no ramo e para além de conseguir desenvolver o negócio, deu outra visibilidade às jogadoras de futebol feminino.

Hoje, Estrela é mãe, professora, CEO e agente de mais de 30 jogadoras. No início do último ano (2022) abriu o agenciamento a jogadores, tendo tido um “crescimento exponencial da marca TopBaller”, confessa.

A empresária alerta para o facto de o futebol ser uma “indústria gigante, em que o masculino imperou durante décadas”, o que não ajuda a impulsionar o futebol feminino. Este tem “dado passos pequenos, o que em meu entender não é mau, desde que sejam bem dados”, afirma Estrela Paulo. A professora acredita que o futebol feminino ainda está a percorrer um longo caminho que o vai levar a haver mais oportunidades para as jogadoras, principalmente quando o futebol feminino “começar a gerar mais receitas”.

Estas oportunidades já começaram a surgir, devido principalmente à mudança de mentalidades e a várias iniciativas. Desde 2010 que o número de atletas federadas em futebol e futsal triplicou, contando, atualmente, com 13 239 atletas. Estrela refere que esta evolução dos números foi graças a vários fatores, sendo um dos principais o facto de o futebol deixar de “ser apenas conotado como desporto de rapazes.”

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PROFISSIONAL
“NA ALTURA NINGUÉM, EM PORTUGAL, OLHAVA PARA A JOGADORA COMO
E COMO ELEMENTO DE TODO UM PROCESSO QUE VAI DESDE A GESTÃO
DA CARREIRA A ASPETOS DIVERSOS

Para além disso, foram realizadas várias campanhas de sensibilização, em que a agente destaca a organização sem fins lucrativos “Jogo das Raparigas.” Esta organização é uma associação que pretende contribuir para o aumento da participação de raparigas no futebol e futsal, através da sua divulgação e de uma campanha de âmbito nacional. Ela incentiva os pais das próprias atletas a as acompanharem.

“Hoje em dia, por exemplo, já se assiste aos pais, com vaidade, a levarem as raparigas ao treino e a acompanharem todos os processos”, explica Estrela Paulo.

A empresária também dá o mérito à federação, que foi lançando várias campanhas e criando “condições às

diferentes seleções”, dando o exemplo da “criação de seleções em idade de formação”. A professora também acredita que o surgimento de clubes como “SC Braga, Sporting CP, SL Benfica, entre outros, fizeram com que os olhos dos adeptos também se voltassem para o futebol na vertente feminina.” Desta forma, o futebol feminino foi ganhando novos adeptos, sendo que “quem começa a ver, começa a gostar e apaixona-se”, afirma Estrela Paulo.

Esta igualdade de direitos e de oportunidades está a assistir-se cada vez mais, mas ainda existe um longo caminho a percorrer. “Vejo com mais potencialidade o futebol na vertente feminina do que na vertente masculina”,

NO PASSADO MUITAS RAPARIGAS E MULHERES PASSARAM POR MUITO, PARA QUE, HOJE, AS NOVAS GERAÇÕES TENHAM

MAIS DIREITOS E MAIS OPORTUNIDADES

acrescenta a empresária, referindo que já existem marcas, que nunca quiseram estar associados a nomes do futebol masculino, a estarem abertas a estar associadas a nomes do futebol feminino. A modalidade encontra-se na fase de conseguir explorar vários mercados e a marcar-se pela diferença.

Em Portugal, uma jogadora profissional, que possua contrato de trabalho desportivo, já consegue viver exclusivamente do futebol. Contudo, de acordo com Estrela, as que possuem contrato de trabalho correspondem a 1/3 das jogadoras do campeonato nacional feminino (Liga BPI) e o vencimento “está muito longe da média do que são os da vertente masculina do futebol.” A empresária acrescenta que ainda não

estão criadas as condições para se profissionalizar a liga, sendo que primeiro é necessário assegurar que todas as jogadoras recebam um salário mínimo.

Isto não quer dizer que já não existam jogadoras que recebam vencimentos elevados, possibilitando “um bom ´pé de meia´ a quem sabe gerir a carreira”, afirma Estrela. Existe até mesmo exceções de jogadoras a receber mais do que alguns jogadores da primeira liga, em que a agente confessa já ter feito contratos de centenas de milhares de euros.

Estas diferenças tão abismais entre contratos do futebol feminino são consideradas normais, sendo que o desporto teve e ainda tem de ultrapassar obstáculos geracionais que o futebol masculino não ultrapassou. Até há pouco

tempo só eram realizados contratos de uma temporada, mas agora já se assiste a renovações de 3, 4 ou até 5 anos. Os clubes começam a mudar o seu pensamento e a assumir as jogadoras que demonstram o seu valor ao longo da época, mas para isso os clubes também têm de fazer grandes esforços financeiros, considerando que o futebol feminino ainda apresenta um lucro bem mais inferior ao masculino e, como Estrela referiu, necessita de começar a “gerar mais receitas.”

O futuro está em conseguir que as entidades, as marcas, os clubes e os próprios adeptos não defendam só a igualdade de género, mas ajam perante tal, de modo a que o futebol feminino cresça mais rapidamente e se possa equiparar à liga masculina.

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SUBJACENTES
DAS SOCIEDADES CIVILIZADAS, EM QUE HOMENS E MULHERES DEVEM SER VISTOS DE IGUAL FORMA, DIFERINDO APENAS NA SUA COMPETÊNCIA
OS DIREITOS ESTÃO
AOS

Estrela Paulo deixa às futuras jogadoras de futebol e futsal “uma mensagem de força e sobretudo de esperança no futuro, que só pode ser risonho.”

Estrela aproveita o momento para homenagear as atletas que fizeram o desporto feminino crescer. E são estas novas gerações que devem lutar para atingir os seus sonhos, não deixando que nenhum obstáculo “possa ser maior do que a vontade de

serem jogadoras”, acrescenta a agente.

A empreendedora é também professora e licenciou-se em Matemática, podendo dizer que foi uma das suas melhores decisões, sendo que é apaixonada pela área. A mãe também a incentivou a seguir esse caminho, o que a ajudou ainda mais: “juntei o útil ao agradável, numa altura em que era importante saber escolher”, confessa.

Durante o seu percurso no ensino superior fundou a tuna feminina e assume que viveu “intensamente a vida académica”, acrescentando que não seria surpresa se voltasse à faculdade depois de terminar o curso. E assim foi: no ano em que o terminou, Estrela foi convidada a ficar como professora-assistente, tendo iniciado o doutoramento no ano seguinte. É assim que a empresária dá início a uma carreira académica e de investigação, confessando que lhe “fascina, porque entendo que é através dela que conseguimos melhorar as nossas práticas e sermos mais e melhores.”

Atualmente, Estrela é professora no Instituto Europeu de Estudos Superiores e acredita que para lecionar matemática é necessário haver paixão e entusiasmo, tornando as aulas mais leves e atrativas. Sendo professora de cursos de formação de professores, o modo como a empresária leciona já é um exemplo a seguir pelos formandos, mas não deixa de lhes dizer que a paixão é o principal mote para se ser um bom professor. “Não podem ser bons professores de matemática se não tiverem paixão pela disciplina e pelo ensino”, refere Estrela Paulo. Isto aplica-se também ao seu

papel como agente, sendo que também assume uma grande paixão pelo futebol feminino.

Para além de professora, a agente é sempre eleita para ser membro de órgãos de decisão, do Conselho Pedagógico e do Conselho Técnico-Científico. Para além disso, há 12 anos que é provedora do estudante (é desafiada a candidatar-se pelos alunos) e considera este cargo bastante aliciante, uma vez que está a representar os estudantes e “tenho de ter a coerência e o equilíbrio necessários para tomar as melhores decisões quando algum assunto me chega”, como afirma.

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ANA BORGES E ESTRELA PAULO ESTRELA PAULO COM JANICE E FIFÓ

Yvonne Brierley é a nova administradora geral da Daikin Portugal

Formada em Artes e em Estudos Comerciais pela Liverpool John Moores University, Yvonne Brierley começou o seu percurso profissional na equipa de marketing da Daikin Reino Unido. Mais tarde integra a equipa de apoio interno e passa pela equipa de gestão de vendas externas, onde tem a seu cargo uma equipa local e mais tarde três equipas de vendas regionais.

Orgulhosa por fazer parte de uma organização que acredita

no potencial de todos os seus colaboradores, Yvonne Brierley conta que sempre desejou liderar a empresa em Portugal, o que alcançou no ano que terminou.

Com o objetivo de continuar a desenvolver o negócio em terras lusas, a nova administradora geral da Daikin Portugal mantem o firme desejo de poder, com a sua carreira profissional, inspirar outros a desafiarem-se a si próprios e a seguirem os seus sonhos. Por isso,

conta, “gosto de promover um ambiente onde os colegas se sintam capacitados para desafiar o processo e influenciar positivamente uma experiência do cliente. Só desta forma é possível aos colaboradores saírem da sua zona de conforto e influenciar os resultados da organização que os suporta e neles confia”.

Casada, revela que o seu agregado familiar conta com três elementos, incluindo o seu gato Cooper, na família há 18 anos.

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Autovalorização: sim ou não?

Historicamente, a grande maioria de nós foi educada a ser obediente perante os mais velhos, respeitando hierarquias e títulos associados a quem “naturalmente” deveria ser diferenciado dos outros pela sua idade, pela sua posição de autoridade, pelo seu estatuto social, o que na maioria dos casos era sinónimo de estatuto numa sociedade patriarcal.

Também nos fizeram acreditar que o nosso papel enquanto crianças e estudantes, era ser um boa aluna, de preferência obediente e calada na escola e em casa. E quantas de nós não fomos punidas por arriscar a ser diferente, a pensar diferente, a questionar o que estava estabelecido, enfim, em geral, quantos de nós fomos castigadas por simplesmente arriscar?

E assim, ao longo dos nossos anos formativos, fomos encorajadas a seguir um código de conduta e costumes morais, admissíveis perante as expectativas duma sociedade dos bons costumes. Leia-se nas entrelinhas que fomos encorajadas a sermos pessoas boas, boas pessoas, pessoas de bem.

A maioria das organizações, inclusive das empresas, das mais pequenas às maiores, também foi historicamente estruturada de tal forma, promovendo a hierarquia, a autoridade e um poder no cume, e estabelecendo, para além dos regulamentos comuns de qualquer empresa, códigos de conduta informais que em quase tudo refletia o espelho da sociedade.

Por exemplo, alguém é capaz de justificar quem decidiu que se devia vestir um fato para o escritório? Mais alguém sabe por que é que alguns têm direito a carro da empresa e outros não quando todos se devem deslocar ao local de trabalho? Alguém consegue explicar, ainda hoje, e em particular em Portugal, o porquê dos títulos de “senhores doutores ou senhores engenheiros” num local de trabalho em que todos devem trabalhar em equipa e quem está lá em cima depende tanto dos que estão em baixo, como os de baixo dos que estão em cima?

Crescendo em tais sociedades, a grande maioria dos jovens começou a sua carreira acreditando que, se continuassem a trabalhar corretamente e em grande quantidade, se se comportassem segundo as regras dos outros sem questionar demasiado o “establishment”, os que tinham particularmente mais “experiência”, seriam assim reconhecidos, promovidos, e teriam oportunidades para crescer como profissionais e fazer carreira na área que quisessem…. Tal e qual como na escola e na universidade: teriam boas notas e as boas notas seriam baseadas em critérios conhecidos por todos.

As semanas, os meses e por vezes os anos foram-se passando e com esse passar também se foram então dando conta, por vezes tarde demais, que para ser reconhecidas, para progredir, para crescer, não bastava apenas trabalhar muito e bem, como nos tempos de estudante. Era igualmente necessário tornarem-se mestres ... das regras informais do seu meio laboral!

Regras estas que, por serem informais, são muitas vezes difíceis de qualificar e quantificar.

Regras essas que são desconhecidas por certos grupos historicamente sub-representados na sociedade, na economia, no poder, porque não foram por elas estabelecidas. Regras estas que, ainda hoje, são o statu quo da maior parte da sociedade, da política e das empresas pequenas, médias e grandes.

Muitos são os que questionam esses modelos hoje, essas regras, essas realidades, por já não se encaixarem na ambição de diversidade e inclusão da gestão das organizações modernas do século xxi.

Os valores que as empresas querem promover dizem todo o seu contrário tanto em marketing de recrutamento como nas comunicações internas dos recursos humanos e dos líderes.

Mas todos esses discursos continuam a vir de cima para baixo, e até reforçados com frequência através de muita formação contínua e obrigatória, mas, nas ações e no concreto, as promoções, os aumentos de salário, as oportunidades e a inclusão de quem é diferente continuam a ser um mistério para a grande maioria e, na realidade, continuam a beneficiar ainda só algumas minorias. Minorias essas que parecem ter uma mala cheia de ferramentas que sabem combinar com habilidade e vão bem para além do conceito de trabalho árduo.

Então, como é que podemos mudar o statu quo?

Como qualquer jogo, o primeiro passo é mesmo conhecer as regras, para de seguida saber reconhecê-las e, por fim, poder dominá-las. Isso não quer dizer mudar quem se é, nem os seus valores, nem os seus princípios. Isso significa apenas tornarse adulto, ganhar maturidade e deixar a ingenuidade da infância para trás.

Para isso, precisamos de novas ferramentas, aquelas famosas soft skills, que de soft pouco têm e que de hard abundam,

porque não só devemos fazer muita introspeção, mas também desconstruir muitos preconceitos enraizados desde a nossa infância e, por fim, aceitar que entre o que nos é dito e o que realmente acontece existe por vezes um mar bem grande a navegar. Mas que ferramentas são essas então, e como abordá-las?

A autovalorizarão, a gestão do nosso tempo, o estabelecimento de limites, o networking, a capacidade de risco, a negociação, os jogos políticos, os conflitos de interesse são alguns exemplos. Falemos hoje da, talvez, mais difícil para muitas de nós: a autovalorização. Por que nos custa tanto?

Para já, muitas vezes não sabemos no que realmente somos boas, em particular em sociedades ainda tradicionais como a nossa, em que se pode e deve ser sempre melhor, e o ser bom é o mínimo aceitável em notas dadas por autoridades estabelecidas, e muitas vezes o que conta é a quantidade de informação que conseguimos reter e somos capaz de, com muito esforço, demonstrar em testes e exames.

A isso junta-se que historicamente, e sobretudo para as mulheres e outros grupos crescidos à margem do poder, ou até culturalmente, fomos condicionadas a não nos gabarmos, a não sobressair do grupo, a não falar sem que nos dessem a palavra.

Fomos levadas a acreditar que o sucesso no percurso académico significava automaticamente sucesso na carreira.

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MANUELA DOUTEL HAGHIGHI, GLOBAL CUSTOMER SUCCESS ACCOUNT DIRECTOR E CO-LEAD WOMEN NETWORK PORTUGAL

E por fim, alguns grupos de pessoas continuam a ser julgados muito mais duramente do que outros, especialmente se falharem. O João, se falhou, é o João que falhou, ponto, não se acusam todos os homens pela falha do João. Mas se a Maria falhar, é “porque temos políticas que favorecem as mulheres, é porque são mais fracas, é porque são demasiado emotivas, é o que dá pôr uma mulher naquele cargo”, enfim, são as mulheres que falham como grupo.

Por fim, confundimos o conceito de humildade, qualidade prezada por todos que nos permite fazer introspeção, com o conceito de modéstia, ligada à valorização das nossas habilidades.

Por isso digo sempre: podemos ser humildes mas não temos de ser modestas, sobretudo quando se trata de pedir um aumento, uma promoção ou uma oportunidade.

Então como ultrapassar esse desconforto com a autovalorização?

Pequenos passos como estar atenta e anotar as nossas conquistas: o que se fez, entregou, organizou, apresentou, partilhou. Para quem começa este caminho do autorreconhecimento, que pense nisso como uma forma de dar visibilidade não só a si própria, mas indiretamente também à equipa, porque se falarmos do que conquistámos com a nossa equipa, também os estamos a valorizar (mas atenção ás mulheres que tendem sempre a achar que

não têm liderança e que tudo é sempre só graças aos outros!).

Partilhem resultados factuais, úteis, idealmente com métricas associadas. Para todos nós que pensamos mais nos outros do que em nós, então pensemos em como podemos partilhar os nossos resultados, os nossos conhecimentos, a nossa experiência, e assim beneficiar os outros que podem aprender connosco...

Como resumir os nossos resultados, sobretudo quando achamos “normal, e que só estamos a fazer o nosso trabalho”? Aqui vão algumas dicas:

• Com que frequência? Tomem nota do feedback assim que o receberem, especialmente se for feedback verbal. Guardem essas informações num ficheiro para depois as usar nas reuniões de avaliação com as chefias. Se é algo de que se orgulham no momento, partilhem assim que puderem com um “sabiam que isto teve o seguinte impacto?”

• Que formato? Estruturem a informação duma forma que funcione para vós: “quem disse o quê e quando”, mas atenção: o que escrever ou partilhar tem de ser útil e de fácil absorção pelo leitor. Daí a importância dos factos e das métricas. E idealmente realcem o impacto. E para as nossas leitoras: lembrem-se de que quem vos vai ler ou ouvir não quer um romance dos vossos sentimentos, mas resultados apresentados de maneira que possam digerir rapidamente a informação e passá-la a outros.

• Que conteúdo? Mantenham todos os feedbacks, tanto os positivos como os outros, todos construtivos para áreas de desenvolvimento. Não tenham medo de resumir coisas que não correram tão bem, mas usem isso para identificar coisas que poderiam fazer de maneira diferente numa próxima vez. Não tenham medo de pedir esclarecimentos se não perceberem o que foi dito.

• A quem pedir? Colegas, clientes, parceiros, começando com aqueles com quem nos sentimos mais confortáveis. Com perguntas abertas e fechadas. Mas isso não é o trabalho das nossas chefias, saber o que estamos a fazer e como perguntam alguns?

A isto eu respondo: se um professor só sabe o que um aluno aprendeu quando apresenta resultados em testes ou exames, como é que um chefe é suposto adivinhar o que fizemos, como o fizemos e o impacto que isso teve? … A não ser que seja um “micromanager” (o que ninguém quer!).

Muitas vezes diabolizamos as chefias e os gestores de topo, mas era bom que as pessoas vissem um chefe como um advogado: será tão bom a defender a nossa causa quanto as informações que lhe fornecermos. Por isso, é importante aprender a gerir as nossas chefias, até porque, como nós, são humanos, têm percursos diferentes dos nossos, histórias e experiências que muitas vezes desconhecemos. Então o meu conselho é: sejam proativas; conheçam as vossas chefias, perguntem-lhes o seu

estilo de trabalho, organizem reuniões regulares, façam perguntas, documentem o que concordaram, etc., ou seja, passem a controlar a relação em vez de serem controladas.

Para além das chefias, com quem mais nos devemos valorizar?

Conversas informais e formais, em conferências, reuniões, eventos, o que não faltam por aí são oportunidades de networking e encontrarmos pessoas que nos possam ser úteis no curto ou longo prazo. É essencial diversificar as nossas oportunidades de crescimento e mudança, por isso não podemos só contar com as nossas chefias diretas, sobretudo se quisermos sair do modelo tradicionalmente hierárquico e patriarcal.

Também devemos trabalhar os nosso perfis digitais como o LinkedIn, onde é essencial saber escrever de maneira concisa e amor próprio sobre as nossas experiências e a pessoa que somos.

Então mas para quem é mais tímida, introvertido ou simplesmente sem experiência no aspeto social?

A melhor dica que posso oferecer é praticarem uma introdução de um minuto, e depois aprenderem a fazer perguntas, a mostrar interesse pelo outro, a procurar pontos comuns com o vosso interlocutor. Preparem-se sempre que forem para uma reunião ou evento: quem estará presente, qual é o assunto, qual é o contexto. Preparação na gestão das nossas carreiras é 90% do

trabalho, seja para pedir um aumento, seja para pedir uma promoção, seja para encontrar uma nova oportunidade. Isso significa muita autoavaliação, mas atenção à síndrome da impostora!

Em conclusão, por que é que a autovalorizarão é a primeira ferramenta a desenvolver?

Primeiro, ajuda-nos a destacarmo-nos no contexto repleto de informação e movimentado em que vivemos. Não é que as pessoas não se importem connosco, e não é que as nossas conquistas não sejam dignas de reconhecimento; às vezes, e muitas vezes, é apenas porque as pessoas são dispersadas por tantos outros assuntos. Segundo, porque nos tornam mais atraentes para o mercado laboral. Os recrutadores, nomeadamente, precisam de saber quem nós somos, o valor que temos para oferecer para a organização, e precisam de se lembrar de quem somos por entre tantos outros com quem contactam.

E finalmente, solidifica o nosso valor e o dos outros. O nosso trabalho é valioso. Ao partilhar os nossos resultados com os outros, reforçamos o nosso valor de forma irrefutável e se soubermos valorizarmo-nos, também saberemos valorizar a nossa equipa, o nosso departamento, a nossa empresa. A autovalorizarão não é só sobre nós próprios, trata-se também de trazer as nossas competências para ajudar os outros.

Tudo isto requer trabalho, esforço e sair da nossa zona de conforto, a sós certamente, mas como sou uma fã incondicional da “união faz a força”, aconselho a todas de se juntarem. Por exemplo, porque não criarem grupos internos de colegas de apoio, o conceito anglo saxónico dos “employee networks”, onde se criam espaços de confiança e auto-ajuda para aprender estas regras, estas ferramentas, debatê-las e… ainda alargarmos o nosso network!

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Sónia Vasconcelos é nova Head of People da Celfocus

A Celfocus acaba de nomear Sónia Vasconcelos como nova Head of People. A tecnológica reforça desta forma um departamento decisivo na estratégia da companhia, que continua apostada em valorizar o seu talento.

A empresa fornece serviços profissionais de integração de sistemas, com aposta nas áreas de Analytics e Cognitive.

Sónia Vasconcelos ingressou no grupo Novabase em 2007 para coordenar a implementação de um sistema de gestão de serviços de IT. Nos anos seguintes, desenvolveu diversos projetos no âmbito da inovação e desenvolvimento organizacional. Em 2014 assume a liderança da unidade de Compensation & Benefits na Direção de Recursos

Humanos do grupo Novabase. Depois de assumir a função de Head of People & Organization da Novabase, surge agora a promoção a Head of People da Celfocus.

Com licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, ramo Telecomunicações e Eletrónica, no Instituto Superior Técnico em Lisboa, a sua vocação e trabalho

colocaram-na no rumo dos Recursos Humanos, área onde se tem vindo a superar sucessivamente. Para Sónia Vasconcelos “os desafios intimamente relacionados com as pessoas são imensos e naturalmente diversos e complexos. As soluções devem sentir-se simples e flexíveis. Devem ser desenhadas a pensar nas pessoas e para as pessoas, enquadradas e

ao serviço do propósito das organizações. Este tem sido o meu mote e a minha fonte de energia e inspiração”, afirma.

Nas suas novas funções Sónia Vasconcelos tem como objetivo encontrar estratégias de atração e desenvolvimento de talento, que melhor enderecem e contribuam para os objetivos da Celfocus, promovendo o crescimento e a valorização individual, num

ambiente inovador, saudável e colaborativo. Coordenará uma equipa de cerca 60 pessoas.

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MUITOS PERDERAM A CONFIANÇA NOS POLÍTICOS E CATALOGAM-NOS TODOS COMO “FARINHA DO MESMO SACO”

SEJA QUAL FOR A IDEOLOGIA POLÍTICA, DEVIDO AOS VÁRIOS EPISÓDIOS DE INDÍCIOS DE CORRUPÇÃO A QUE TEMOS ASSISTIDO

Qual o papel dos partidos políticos para a dignificação das assembleias municipais?

Alguns cidadãos não sabem para que servem as assembleias municipais e qual o papel dos deputados municipais, que a integram. Muitos desconhecem a identidade dos deputados municipais do seu próprio município e muitos dos que a conhecem nunca se dirigiram

a estes para apresentarem as suas reivindicações. Aqueles que não acompanham o desenvolvimento da política local acreditam que esta é desenvolvida única e exclusivamente pela câmara municipal (pelo presidente da câmara e pelos seus vereadores)

quando a organização das autarquias locais compreende, igualmente, uma assembleia eleita dotada de poderes deliberativos e um órgão executivo colegial (câmara municipal) perante ela responsável.

Compreendemos em parte esta falta de conhecimento.

Por um lado, a câmara municipal acaba por ganhar maior visibilidade por ser o órgão executivo do município. Por outro lado, a lei atribui elevada importância às assembleias municipais, consagrando-lhes poderes de fiscalização e de deliberação sobre os assuntos mais importantes para o município, mas, na prática, estes poderes têm sido limitados quer pela falta de apoio técnico aos deputados municipais, quer pela falta de acesso atempado aos documentos que lhes permitam exercer devidamente os seus poderes de fiscalização. Acresce, lamentavelmente, a resignação de alguns deputados municipais que obedecem cegamente à disciplina de voto, erradamente imposta por algumas estruturas locais de partidos políticos, com o único propósito de não perder a confiança do partido e poder vir a ser novamente indicado pelas estruturas internas para ser candidato a um ou a outro cargo político.

Estas são, essencialmente, as razões por que as assembleias municipais funcionam a meio gás e não cumprem invariavelmente o seu papel. Consequentemente os cidadãos afastam-se da vida política porque deixam de acreditar nos seus representantes políticos. Muitos perderam a confiança nos políticos e catalogam-nos todos como “farinha do mesmo saco” seja qual for a ideologia política, devido aos vários episódios de indícios de corrupção a que temos assistido. Assiste-se também a uma crescente

descredibilização dos partidos políticos pelas franjas mais jovens da população e a consequente falta de identificação com os partidos, bem como a adesão a novos populismos como forma de protesto contra o sistema.

Não podemos deixar que isto aconteça, a bem da democracia local, pelo que é oportuno refletirmos sobre o papel fundamental dos partidos políticos para o exercício da democracia local e o necessário contributo destes para a dignificação das assembleias municipais. Com efeito, os deputados municipais são peças-chave para que seja exercida uma verdadeira fiscalização às políticas municipais. Esta fiscalização deve ser livre e independente, ainda que o eleito seja indicado por algum partido político e estes desempenham naturalmente um papel preponderante na organização do poder. Apesar das candidaturas apresentadas por grupos de cidadãos, a maioria das candidaturas às assembleias municipais são apresentadas por partidos políticos, pelo que estes têm uma importante intervenção no ato de apresentação de candidaturas no processo eleitoral local.

A apresentação de candidaturas é precedida de um procedimento interno previsto pelo estatuto próprio de cada partido, através do qual estes escolhem e indicam os seus candidatos, bem como aprovam o respetivo programa eleitoral a apresentar às eleições autárquicas.

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BÁRBARA BARREIROS INVESTIGADORA JUSGOV DA UNIVERSIDADE DO MINHO (PROJETO SMART CITIES AND LAW, E-GOVERNANCE AND RIGHTS)

A intervenção partidária não se extingue nessa fase, mas prolonga-se durante as fases subsequentes, e assim, cabe às estruturas locais partidárias prestar apoio, formação e assessoria à atividade dos seus parlamentares. Na realidade, os deputados municipais são chamados a pronunciar-se e a intervir sobre os assuntos mais importantes do município e não obstante a assembleia municipal reunir apenas em cinco sessões ordinárias anuais (fevereiro, abril, junho, setembro e novembro ou dezembro), pode ser convocada para reunir em sessão extraordinária, a qualquer momento, por iniciativa do presidente ou da mesa da assembleia, por iniciativa do presidente da câmara municipal (em cumprimento de deliberação da câmara municipal), ou por iniciativa de um terço dos deputados municipais e

a pedido dos eleitores (5% dos eleitores inscritos até ao máximo de 2500).

Para além disso, a atividade de fiscalização não se esgota nas sessões da assembleia municipal. Quer isto dizer que o trabalho dos deputados municipais é intenso e ininterrupto, mas simultaneamente exercem as suas profissões, pois não são remunerados pelas funções políticas que exercem (e, na nossa opinião, não o devem ser), recebendo apenas uma senha de presença por cada assembleia municipal que na maioria das vezes prolongase por várias horas do dia ou da noite, de acordo com a extensão da ordem de trabalhos apresentada.

Perante isto e visto que, à exceção da assembleia municipal de Lisboa, a maioria das assembleias municipais em Portugal não prevê no seu orçamento a necessária assessoria técnica aos deputados municipais, parece-nos que devem os partidos políticos suprir esta carência e possibilitar formação e apoio aos eleitos locais, para que esses possam prestar um melhor serviço aos cidadãos.

com total liberdade e independência. Desde logo, porque o mandato é atribuído pelo povo e não pelo partido político, o que lhe atribui legitimidade popular. Com efeito, os partidos não votam, apenas indicam os nomes através de uma lista e apresentam também os respetivos programas eleitorais e os deputados municipais não são meros autómatos parlamentares. Aliás, vale relembrar que os titulares de cargos políticos respondem política, civil e criminalmente pelas ações e omissões que pratiquem no exercício das suas funções, pelo que os deputados municipais são pessoalmente responsáveis

OS DEPUTADOS MUNICIPAIS SÃO

PEÇAS-CHAVE PARA

QUE SEJA EXERCIDA

UMA VERDADEIRA

FISCALIZAÇÃO

ÀS POLÍTICAS

MUNICIPAIS

Naturalmente que a liberdade partidária de programar e escolher o candidato que mais convém para representar o partido nos órgãos das autarquias locais, e mais precisamente na assembleia municipal, esgota-se após a sua escolha e a consequente tomada de posse do deputado eleito. Desde esse momento, o mandato na assembleia municipal resultante das eleições deve ser exercido

pelas deliberações que tomam e esta responsabilidade não se transfere para o partido. Por isso, as deliberações devem ser tomadas em consciência e dentro da legalidade. Obviamente existe uma coordenação eleita no seio dos grupos parlamentares e um momento de debate interno que se desenvolve no interior do grupo parlamentar respetivo, mas não pode existir partidocracia disciplinar.

Nesta lógica, os partidos políticos têm também o dever de auscultar a população e assim, em conjunto com os seus representantes nas assembleias municipais, devem realizar o trabalho político de reunir com as instituições do município, pois estes são os mandatários dos cidadãos junto das instituições políticas, a quem o partido depositou a sua inteira confiança ao escolhê-los e designá-los como candidatos. Os partidos políticos devem também elaborar estudos profundos sobre as principais problemáticas do município e aplicar uma estratégia política de acordo com o que ficou definido no programa eleitoral para a resolução desses problemas.

Se assim não for, para que servem os partidos políticos, mais concretamente as estruturas locais?

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Francisca Seabra transitou para a agência do grupo WPP em 2017, após a fusão com a FxT, tendo sido responsável pelas equipas de comunicação corporativa e de assuntos públicos. Após mais de uma década como jornalista em várias publicações, Francisca Seabra foi porta-voz e assessora de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros. É licenciada em Ciências da Comunicação e tem 46 anos.

“É com imenso orgulho que tenho feito parte do

Hill + Knowlton Strategies reforça liderança

Francisca Seabra fará parte da Direção da Hill + Knowlton Strategies, com responsabilidade pela gestão global de clientes e o cargo de chief client officer. Rita Ibérico Nogueira será a nova diretora de Marcas e de Marketing de Influência da agência de Relações Públicas do grupo WPP.

A H+K alargou a Direção da agência com a entrada de Francisca Seabra para a liderança global de Clientes. A restante equipa é composta

por Francisco Teixeira (CEO), Piedade Guimarães (COO) e Maria Silvestre (CFO).

“Temos crescido de forma muito sólida e consistente, temos alargado competências e serviços e temos mantido intacto o nosso foco no cliente. Temos muito orgulho no trabalho desenvolvido ao longo dos últimos seis anos, e um enorme sentido de responsabilidade pela confiança que os clientes nos depositam diariamente.

A promoção da Francisca Seabra e a contratação da Rita Ibérico Nogueira vêm dar ainda mais solidez e consistência a este percurso”, afirma Francisco Teixeira, sócio da WPP.

A Hill and Knowlton integra o grupo WPP, nasceu nos Estados Unidos em 1927 e está presente em Portugal há 29 anos, onde conta com cerca de 100 clientes e uma equipa dedicada de 80 consultores de comunicação.

Rita Nogueira conta com 25 anos de carreira na área da comunicação, média, conteúdos e jornalismo, tendo como áreas de especialidade lifestyle, luxo, turismo, gastronomia e consumo.

Formada em jornalismo e comunicação pela Universidade Católica Portuguesa, começou a sua carreira na SIC, integrou o

crescimento da H+K nos últimos anos. A agência transformou-se e desenvolve agora um serviço mais completo e mais criativo, com grande ligação ao grupo WPP no seu todo. Acredito que a minha missão, nas novas funções, passará por estabelecer cada vez melhores relações com os clientes, porque, no final, são essas relações com as marcas e as empresas que fazem a diferença no trabalho de uma agência”, afirma Francisca Seabra.

jornal Euronotícias enquanto jornalista de Internacional e, em 2000, chega ao Diário Económico, assumindo o cargo de editora da revista ‘Fora de Série’, o suplemento de lifestyle, cultura e luxo de que acabou por assumir a direção em 2008. Ao longo da sua carreira de jornalista e reconhecida bloguer, Rita colaborou ainda com meios de comunicação como a Sábado, Elle, Must – o suplemento de luxo do Jornal de Negócios – e a Única, revista do jornal Expresso.

Em 2016, assume a direção da revista Culto, do Público, e cria a Flamingo Publishing, uma empresa de custom publishing e content marketing nas áreas de luxo e lifestyle que teve como principal cliente o El Corte Inglés. Dois anos depois é convidada a fundar

o departamento de Branded Content da TIN – Trust in News, um grupo de comunicação social que hoje integra cerca de 16 meios de comunicação como Visão, Courrier Internacional, Caras, Exame, Activa, Jornal de Letras, A Nossa Prima, entre outros.

“Estou muito feliz com esta mudança. Sinto que é o fechar de um ciclo: sempre gostei de marcas, adoro mergulhar em boas histórias e, ao fim de cinco anos a produzir conteúdos para meios de comunicação social, poder participar na construção da estratégia de comunicação de grandes marcas como as que estão com a H+K é um desafio gigante – em especial tratando-se de uma multinacional, com uma equipa de peso. Espero conseguir estar à altura”, afirma Rita Ibérico Nogueira.

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FRANCISCA SEABRA CHIEF CLIENT OFFICER RITA IBÉRICO NOGUEIRA DIRETORA DE MARCAS E DE MARKETING DE INFLUÊNCIA

Teresa Oliveira nomeada Legal, Ethics & Compliance Director da Vinci Energies Portugal

A VINCI Energies Portugal anuncia a nomeação de Teresa Oliveira para Legal, Ethics & Compliance Director passando a integrar a Comissão Executiva do grupo em Portugal.

Há mais de cinco anos na VINCI Energies e com uma experiência profissional de cerca de 20 anos, Teresa torna-se responsável por garantir a liderança das áreas jurídicas e o programa

de ethics & compliance do grupo. Com a equipa de especialistas que irá coordenar, contribuirá para o processo de desenvolvimento empresarial do qual fazem parte as marcas internacionais

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Actemium, Axians, Omexom, VINCI Facilities, e as marcas portuguesas Sotécnica e Longo Plano.

Acerca desta promoção, Pedro Afonso, CEO da VINCI Energies Portugal, afirma que “a nomeação da Teresa Oliveira para a Comissão Executiva da VINCI Energies em Portugal dá o exemplo – ao nível da Gestão – de como devemos operar. O enquadramento em matérias jurídicas e a relevância do nosso programa de compliance são condições necessárias e essenciais da autonomia das nossas unidades de negócio no crescimento das nossas atividades. Esta nomeação surge como resposta ao acelerado crescimento que tivemos nos últimos cinco anos, e ao desenvolvimento orgânico, large contracts ou aquisições que estamos a concretizar. Estamos muito satisfeitos de contar com o ativismo e a experiência da Teresa”.

Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Teresa Oliveira começou a sua carreira profissional como advogada na Macedo Vitorino & Associados, ligada à assessoria de projetos de energias renováveis. Com esta experiência integrou os departamentos legais da Martifer Renováveis e depois da Enersis, onde trabalhou na aquisição e financiamento de projetos eólicos e fotovoltaicos, em mais de 13 jurisdições. Em 2011, foi adjunta do secretário de Estado da Energia, tendo trabalhado no cumprimento

das medidas para o Sector Energético do Programa de Assistência Financeira. Foi também conselheira para a energia na Representação Permanente de Portugal na União Europeia. Seguiu-se a sua passagem pelo Banco de Portugal como assessora da diretora do Departamento de Supervisão Comportamental. Em 2017, integrou a VINCI Energies, na Axians Portugal, como Head of Legal e dois anos depois estendeu a sua função à VINCI Energies Portugal.

Sobre a sua nomeação, Teresa Oliveira diz que “tem sido gratificante crescer com a VINCI Energies em Portugal, um grupo empresarial com valores fortes, que subscrevo e cuja defesa me entusiasma e que tem pessoas com quem é um orgulho formar equipa”.

“Participar no desenvolvimento deste projecto empresarial, agora na sua Comissão Executiva, significa maior responsabilidade e a possibilidade de contribuir mais decisivamente para uma cultura organizacional legal, ética e de profissionalismo na forma de fazer gestão. Estou obviamente muito feliz com o desafio e com a confiança depositada”, afirma.

FEVEREIRO 2023 LIDERANÇA NO FEMININO LIDERANÇA NO FEMININO FEVEREIRO 2023 47 46 A T I V A Ç Ã O D E M A R C A | O R G A N I Z A Ç Ã O D E E V E N T O S | P R O M O T O R E S | H O S P E D E I R A S
ESTAMOS MUITO SATISFEITOS DE CONTAR COM O ATIVISMO E A EXPERIÊNCIA DA TERESA
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