Jornal brasil atual campinas 02

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campinas

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Jornal Regional de Campinas

jornal brasil atual

jorbrasilatual

nº 02

política

Distrib

Gratuuiição ta

Setembro de 2013

habitação

sem respostas Há 12 anos, uma dúvida paira sobre a cidade: Quem matou Toninho?

Dilma Rousseff Presidenta entrega 520 casas no Jardim Satélite Íris

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mobilidade

Linha férrea Áreas de travessia que separam Florence I e II apresentam problemas

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Educação saúde

Mais Médicos começA a ser implantado Programa do governo federal já é realidade no interior e periferias do país; Campinas recebe sete Pág. 3

IFSP Campo Grande deve ganhar Instituto Federal em 2016

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Campinas

2 Habitação

Dilma entrega 520 imóveis

editorial Nesta edição, rememoramos um caso trágico da história recente de Campinas: o assassinato do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. No dia 10 de setembro completaram-se 12 anos de sua morte e até agora as investigações não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as motivações do crime (político ou comum). Sequestradores acusados na primeira investigação já faleceram em decorrência de acões policiais e a verdade tarda a chegar. Desiludida com a omissão dos governos estadual e federal, a família do ex-prefeito mantém a esperança de justiça na Organização dos Estados Americanos. O esclarecimento deste mistério é uma obrigacão ao menos com os mais de 290.000 cidadãos que elegeram Toninho o prefeito de nossa cidade no ano 2000. Oferecemos também uma reportagem sobre o programa Mais Médicos, do governo federal. Este é um passo significativo para o aprimoramento do SUS, independentemente das críticas infundadas de uma elite reacionária, apoiada no conservadorismo das associações da categoria médica, que tenta boicotar a vinda de médicos estrangeiros para trabalharem na atenção básica de saúde nos rincões do país (onde seus filhos não querem ir). Que essa política de saúde continue se expandindo e os filhos dos trabalhadores possam ocupar cada vez mais as cadeiras de medicina nas universidades e alterar esse paradigma elitista que algumas profissões teimam em carregar consigo. Boa leitura!

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No dia 29 de agosto, a presidenta Dilma Rousseff (PT) esteve em Campinas para entregar 520 casas no Conjunto Habitacional Sirius, no Jardim Satélite Íris, na região do Campo Grande. Acompanhada dos ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Aloizio Mercadante (Educação), e do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, Dilma visitou a casa de Expedita Maria da Conceição, uma das beneficiárias do programa Minha Casa Minha Vida, que viveu por 12 anos em um barraco no Parque Oziel até conseguir a casa própria. Durante o discurso da presidenta, um grupo de pessoas protestou e a interrompeu, porque, segundo elas, os apartamentos foram entregues sem acabamento. “Esse é um compromisso meu. As casas que

divulgação

No Jardim Satélite Íris através do Minha Casa Minha Vida

ainda não receberam piso vão receber”, prometeu Dilma. Ela ainda mencionou a possibilidade de incluir novos itens (como forno de micro-ondas e armário de cozinha) na lista do programa de crédito Minha Casa Melhor, para a compra de móveis e eletrodomésticos. Lançado em junho, o Minha Casa Melhor permite que os beneficiários do Minha Casa Minha Vida solicitem um cartão para financiar até R$ 5.000, com a taxa de juros

de 5% ao ano e prazo de até 48 meses, em equipamentos domésticos. O Minha Casa Minha Vida foi criado na gestão do ex-presidente Lula (2002-2010). Além da distribuição de casas populares, acesso a crédito e subsídios para a aquisição da casa própria, o programa tem impulsionado a cadeia produtiva da construção civil, gerando empregos diretos e indiretos para uma parcela da população brasileira.

trabalho

CUT comemora 30 anos Central sindical faz parte da história recente do país A Central Única dos Trabalhadores (CUT) completou no último dia 28 de agosto três décadas de embates, mobilizações e conquistas. Nascida ainda na ditadura civil-militar, em 1983, a maior central sindical brasileira esteve presente em momentos como a campanha pelas “Diretas Já”, o impeachment do

ex-presidente Fernando Collor, a chegada de Lula à presidência – o primeiro operário presidente da República – até a recente conquista de direitos trabalhistas para as trabalhadoras domésticas. Pelo trabalho na defesa dos direitos da classe trabalhadora e por justiça social, um estudo do Programa das Nações Uni-

das para o Desenvolvimento, mostrou que a CUT e seus sindicatos são um exemplo de resistência vitoriosa no campo do trabalho na América Latina. “Talvez tenha sido o único exemplo de resistência vitoriosa da classe trabalhadora a escala global”, aponta o relatório O protesto social na América Latina.

Expediente Rede Brasil Atual – Campinas Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Ana Paula Pereira, André Moraes, Alyson Oliveira, Edilson Damas, Flaviana Serafim, Juliano Ribeiro, Lauany Rosa, Lílian Parise, Marcos Álves, Nilseu Francisco, Orlando Teixeira, Vanessa Ribeiro e Wanderley Garcia Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Fotos Capa João Zinclar e Agencia Brasil Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 8 mil exemplares Distribuição Gratuita


Campinas

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saúde

Mais Médicos seleciona 1.618 na primeira etapa Após as Jornadas de Junho, em que manifestantes reivindicaram melhorias nos sistemas de transporte, educação e saúde, a presidenta Dilma Rousseff (PT) anunciou a criação do programa Mais Médicos, que amplia a contratação de médicos, com enfoque na atenção básica de saúde e urgência e emergência nas regiões mais pobres do país – como municípios do interior e periferias das metrópoles. A primeira etapa de seleção do programa encerrou-se no dia 13 de agosto, com 1.618 profissionais selecionados, sendo 358 estrangeiros. O número representa 10,5%, dos 15.460 médicos requisitados por 3.511 cidades de todo o país. Em São Paulo, 134 profissionais confirmaram a par-

Agencia Brasil

Em São Paulo, apenas 30 municípios receberam inscrições

ticipação no Mais Médicos, sendo 55 médicos brasileiros e 79 formados em outros países – essa procura representa apenas 6% da demanda do Estado. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o aumento no número de municípios contemplados nesse primeiro momento chama a atenção pelo deslocamento de profissionais para o interior e regiões de

fronteira do país, vagas que passarão a ser ocupadas com a entrada dos médicos estrangeiros. Contudo, ele afirma que “o ministério continuará estimulando a ida de médicos brasileiros para regiões carentes”. Os selecionados no programa devem chegar aos municípios entre setembro e outubro. Porém, as opiniões se dividem. De um lado, governo federal,

Por Lauany Rosa

prefeitos e secretários municipais de Saúde, Conselho Nacional de Saúde (CNS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) defendem o projeto como uma solução para aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS). Do outro lado, as associações da categoria médica, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Força Sindical criticam a oportunidade de trabalho oferecida aos profissionais estrangeiros. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), de 2011, a falta de médicos é um dos maiores problemas da saúde no Brasil. Pacientes sem atendimento, unidades sobrecarregadas, longas filas de espera e até óbitos nos corredores são as consequên-

cias desse déficit. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem em média 1,8 médicos para cada mil habitantes – número inferior a países como Venezuela (1,9), México (2,4), Argentina (3,2) e Cuba (6). Os profissionais selecionados no Mais Médicos receberão uma bolsa mensal de R$ 10 mil, mais os auxíliosmoradia e alimentação. O programa tem duração de três anos, com possibilidade de prorrogação. A segunda etapa de seleção começou no dia 19 de agosto. Os médicos brasileiros têm prioridade no preenchimento dos postos de trabalho. As vagas remanescentes serão oferecidas a brasileiros graduados no exterior e, em seguida, aos estrangeiros.

Atenção básica

Campinas recebe sete médicos

Segundo o Ministério da Saúde, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são responsáveis pelo atendimento de 6,5 milhões de usuários do SUS. O Mais Médicos pretende enviar profissionais às UBS e às Unidades de Saúde da Família nas cidades

Na cidade foram selecionados sete profissionais através do Mais Médicos, para atuar nas equipes de saúde da família. Todos são brasileiros, sendo dois graduados na Argentina. Segundo a coordenadora de atenção básica do município, Maria Anto-

do interior, onde os hospitais muitas vezes estão distantes das residências da população. “Quanto mais médicos trabalharem na atenção básica, melhor para o país. É nesse atendimento que se resolvem cerca de 80% dos problemas de saúde”, destacou Padilha.

nieta Salomão, Campinas ainda possui 114 vagas abertas. “Para algumas regiões é difícil conseguir profissionais. A desistência também é um problema frequente nas regiões periféricas, nas quais os índices de violência são maiores.” As regiões sul, sudeste e noroeste da cidade

apresentam maior resistência dos médicos. “Essa deficiência da falta de médicos existe no país inteiro. Por isso, é importante abrir as vagas para inscrições de estrangeiros, uma vez que os profissionais brasileiros não querem se candidatar”, diz Salomão.

As 701 cidades que não receberam inscrições serão beneficiadas até o final do ano por algum dos 4.000 médicos cubanos. A medida anunciada pelo Ministério da Saúde, no dia 21 de agosto, faz parte de um acordo com a Opas, que intermediará a negociação

com o governo de Cuba. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a pasta vai investir R$ 511 milhões, até 2014, na vinda dos profissionais, que não terão de passar pela Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior

(Revalida), pois trabalharão com registro provisório, para atuar na atenção básica de saúde. O ministro ressaltou que os profissionais cubanos possuem especialização em medicina familiar e comunitária, e 84% têm mais de 16 anos de experiência na medicina.

enio lourenço

Médicos cubanos atenderão cidades não selecionadas


Campinas

4 política

Campinas exige uma resposta: Quem matou Toninho? Doze anos depois, familiares e amigos ainda lutam contra a impunidade

Por Lílian Parise

joão Zinclar

Na noite de 10 de setembro de 2001, uma notícia caiu como uma bomba sobre a cidade de Campinas: o prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho, de 49 anos, é assassinado dentro do carro particular que dirigia quando saía de um shopping, a menos de um quilômetro do prédio onde morava, perto da rodovia Dom Pedro. As investigações da Polícia Civil apontaram que o assassino estava dirigindo em alta velocidade um carro Vectra, cor prata, na contramão da Avenida Mackenzie e disparou três tiros contra o veículo Pálio do prefeito, também em movimento. O segundo disparo atravessou o braço esquerdo de Toninho, atingiu o tórax, quebrou a costela, atravessou

o pulmão e saiu pelas costas. Os outros dois tiros estilhaçaram os vidros e a coluna lateral do carro, que perdeu o controle e só parou em um terreno baldio após bater em um outdoor. Doze anos depois, a população de Campinas ainda não sabe ao certo quem matou o ex-prefeito Toninho e os reais motivos do crime. “Infelizmente, a Polícia Civil paulista não tem credibilidade e estrutura para conduzir as investigações. Várias falhas foram cometidas desde o início das investigações. É uma vergonha e retrata o sucateamento da Segurança Pública no Estado de São Paulo”, afirma William Ceschi, advogado da família de Toninho.

Reabertura do caso em 2010

Dentre as falhas na investigação estão a mudança da posição do corpo do ex-prefeito na hora da morte, a ausência do processo de reconstituição do crime, a alteração no traçado do local do acidente (onde foram realizadas obras viárias) e o mistério de a arma usada não ter sido encontrada até hoje. Apesar disso, o inquérito conduzido pela Polícia Civil de Campinas e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção a Pessoas (DHPP) de São Paulo foi concluído em 2002. Com base em denúncia do Ministério Público Estadual (MP-SP), responsabilizou o sequestrador

Diante da fragilidade das provas, da insatisfação popular e da persistência da família, em setembro de 2007, o juiz titular da Vara do Júri de Campinas não aceitou a denúncia contra Andinho e determinou a retomada das investigações. Na sentença, o juiz José Henrique Torres destacou que “o indício de participação do réu (Andinho) no homicídio somente poderia surgir de provas seguras e nunca de outros indícios, especialmente de indícios frágeis, inseguros, contraditórios e contrariados”. A decisão foi reforçada pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de São

Wanderson de Paulo Lima, o Andinho, como o autor dos disparos, ao lado de mais três comparsas. Dos quatro acusados, Andinho é o único que continua vivo. Preso por outros crimes, ele sempre negou à Justiça participação no assassinato de Toninho. Os outros três suspeitos foram mortos em duas ações policiais em Caraguatatuba e Itu. Segundo a conclusão da Polícia Civil, Toninho foi morto porque dirigia devagar e atrapalhou a fuga da quadrilha de Andinho. Seria um típico caso de crime comum, de quem estava no lugar errado, na hora errada.

Reprodução EPTV

Primeira investigação

Paulo, que negou recurso ao MP-SP, em 2009. A reabertura das investigações só aconteceu mais de um ano depois. “Na verdade, a decisão do TJ só foi efetivamente cumprida em dezembro de 2010, para uma nova apuração que busca identificar o autor do crime através de um inquérito

policial conduzido pelo Setor de Homicídios da Polícia Civil. Só que, em dois anos, apenas dois depoimentos foram tomados e atualmente o inquérito está parado, pela total falta de estrutura da Polícia Civil de Campinas para a investigação”, explica o advogado Ceschi.


Campinas

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joão Zinclar

Federalização das investigacões para crime político “A única possibilidade ainda existente é a apuração dos fatos pela Polícia Federal, com uma equipe de fora do Estado de São Paulo, para investigar este crime com motivações políticas, até hoje não apurado”, ressalta o advogado da família de Toninho. Há anos, a família do ex-prefeito pede a federalização

das investigações, que, além de ser um direito dos familiares, também pode completar uma lacuna misteriosa na história recente de Campinas – em 2003, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) apontou que 70% dos campineiros acreditavam em crime político. Liderada pela psicóloga Ro-

Ceschi comenta que até agora nenhuma resposta foi dada pelo Ministério da Justiça e pela Procuradoria Geral da República. “Existe essa possibilidade legal. Ocorre que não há vontade política do governo federal e, infelizmente, a federalização das investigações não aconteceu. Mais um caso de omissão.”

seana Garcia, viúva de Toninho, uma caravana foi a Brasília entregar o abaixo-assinado com mais de 53 mil assinaturas ao governo Lula. Na época, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e o Conselho Nacional de Direitos e Defesa da Pessoa Humana deram pareceres favoráveis ao pedido de federalização.

O próximo passo é recorrer à Organização dos Estados Americanos (OEA), informa Ceschi: “Vamos formalizar a denúncia de omissão dos governos estadual e federal este ano. Não é possível que doze anos depois do crime, a morte de Toninho continue sem esclarecimento. É uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Uma terrível lembrança de um passado não muito distante, em que lutar por um direito é um defeito que mata”. Depois de anos de luta por Justiça, Roseana Garcia

ainda acredita que a esperança vai vencer a impunidade. “Sem esperança perderemos tudo. Eu acredito na luta e no poder de transformação do povo brasileiro. Eu sou paciente, mas já são 12 anos. Eu não vou deixar o caso cair no esquecimento. Enquanto estiver viva, vou lutar para descobrir quem matou meu marido”, resume a viúva do ex-prefeito. Como em todos os anos, no último dia 10, familiares, amigos e cidadãos participaram de três atividades, para cobrar Justiça. Às 16 h, cerca de 30

joão Zinclar

Denúncia à OEA e homenagens ao ex-prefeito

pessoas fizeram uma oração no local do crime. Pouco mais tarde, às 17h30, um protesto foi realizado na Praça da Catedral, no Centro, com a distribuição do manifesto “Doze anos de

omissão e impunidade em um crime político” à população. Em seguida, às 19 h, aconteceu o lançamento de uma exposição fotográfica no Museu da Imagem e do Som

(MIS), no Palácio dos Azulejos. A mostra exibe fotos que retratam momentos da vida do ex-prefeito Toninho pelas lentes de João Zinclar – o fotógrafo dos movimentos sociais, que morreu em acidente rodoviário, aos 56 anos, no início de 2013. O nome escolhido pelos organizadores traduz a parceria: “O Arquiteto do Povo e o Operário da Fotografia”. A exposição fica aberta à visitação pública até o dia 28 de setembro – de terça a sexta, das 10 h às 17 h, e aos sábados, das 10 h às 16 h.

“Coragem de mudar” anunciou o choque de gestão Em oito meses e dez dias, Toninho enfrentou temas que outros mandatários jamais tocaram “Coragem de Mudar” foi o mote da campanha que elegeu o arquiteto e urbanista Antônio da Costa Santos prefeito de Campinas. Era um momento em que a cidade se encontrava abalada pelo crime organizado e altos índices de violência. Eleito com 59,7% dos votos válidos, Toninho governou por apenas oito meses e dez dias – tempo suficiente para contrariar muitos

interesses ao adotar profundas mudanças estruturais na administração pública municipal, fato que leva a família a reforçar a tese de crime político. Em menos de um ano, Toninho economizou para os cofres públicos R$ 40 milhões dos contratos renegociados com as empresas de limpeza urbana e mais R$ 14 milhões na renegociação do fornecimento da merenda escolar, além de cancelar

os contratos com empresas de segurança privada. O ex-prefeito também enfrentou a especulação imobiliária ao desengavetar um projeto guardado por 12 anos, transformando os distritos de Sousas e Joaquim Eugídio em Áreas de Preservação Ambiental (APA). Ele ainda deu início ao projeto de criação da Cidade Viracopos, ao se preocupar com a construção de um gran-

de bairro, com a infraestrutura necessária para abrigar as famílias que seriam desalojadas devido à expansão do Aeroporto Internacional de Viracopos. Pouco antes de ser assassinado, fez um último discurso no encerramento de uma cerimônia do movimento negro e assinou o último decreto, que transformou o dia 20 de novembro em feriado municipal dedicado a Zumbi dos Palmares.

De hábitos simples, só usava carros oficiais a trabalho e recusava o aparato de segurança. Queria dar o exemplo e costumava dizer que “temos que acabar com a arquitetura do medo, ocupar o espaço público, não podemos nos fechar em casa”. Em seu velório, mais de 100.000 pessoas estiveram presentes para o último adeus e hoje exigem uma resposta: quem matou Toninho?


Campinas

6 mobilidade urbana

Travessias da linha férrea põem moradores em risco Não há cancela, aviso sonoro ou luminoso. Sequer uma placa avisa o perigo existente na área. Apesar de os moradores do Jardim Florence I e II conhecerem os riscos de utilizar a passagem clandestina sobre a linha férrea que separa os dois bairros, a eminência do acidente com um trem é diária. O outro ponto de travessia está a cerca de 300 metros da passagem clandestina e fica sob a Avenida John Boyd Dunlop. Lá o perigo é representado pela calçada esburacada e a ausência de gradil para proteger os pedestres. Além disso, a avenida de quatro faixas (duas em cada sentido) é afunilada e congestiona o trânsito nos horários de pico. “Esses dias quebrou um ônibus na entrada do gargalo e

divulgação

Passagens clandestina e legal que separam os bairros Florence I e II têm problemas estruturais

os veículos, inclusive os ônibus, tiveram que passar pela passagem improvisada”, conta a estudante Camila Lima, de 24 anos. O comerciante Antônio Ferreira, de 58 anos, é dono de um restaurante que fica em frente à passagem clandestina e estipula que ali passam cerca

de 1.500 veículos por dia. Ele também conta que o trem apita incessantemente, mesmo de madrugada, ainda que não haja necessidade. “Minha audição está danificada, já não escuto bem, mas os maquinistas seguram a buzina pra valer e isso acontece várias vezes ao dia.”

O tráfego entre os dois bairros é intenso, uma vez que as populações compartilham os mesmos serviços públicos. O Centro de Saúde fica no Florence II, mas a população do I utiliza o local. Há uma escola estadual em cada bairro, mas nas duas há alunos do bairro vizinho. Por isso, os moradores propõem medidas para regularização da travessia clandestina. “Não adianta bloquear a passagem, porque a única é na John Boyd e tem que dar muita volta”, diz a recepcionista Carla Benedita, de 25 anos. Como solução, parte da população acredita que o ideal é a instalação de uma cancela, com funcionários administrando o trânsito no local.

Porém, Roberto Neto, de 48 anos, que tem deficiência em uma das pernas, defende a instalação de uma passarela. “Os motoristas dos carros não respeitam o pedestre.” A assessoria da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) afirma que enviou um projeto de criação de passagens de nível para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Já a América Latina Logística (ALL), responsável pela linha férrea, informou por meio de nota que está discutindo o problema com a Prefeitura e o Ministério Público Federal. O documento ainda diz que a empresa apenas autoriza a obra, que deve ser realizada pela Prefeitura.

social

Cooperaf vai atender demanda da merenda escolar Em agosto, os trabalhadores em agricultura familiar de Campinas e região ganharam mais uma opção para escoar suas produções com a criação da Cooperativa de Agricultura Familiar de Campinas e Região (Cooperaf). A iniciativa tem por objetivo fazer valer a Lei nº 11.947/2009, que determina a utilização de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar na compra de produtos da agricultura fa-

miliar e do empreendedor familiar rural. A iniciativa teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT). De acordo com o presidente da Cooperaf, Walter Aparecido Durante, “a expectativa é que o respeito à legislação possibilite aos produtores comercializarem seus produtos a preços justos, de forma a oferecer alimentos de melhor qualidade para as escolas”. Ele também destacou que a cooperativa será fundamental para organizar os agricultores em projetos de habitação rural, através do Minha Casa Minha Vida, e obter acesso ao Progra-

ma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), capaz de viabilizar a regularização fundiária e favorecer a permanência do pequeno agricultor e de seus descendentes no campo. A lei ainda prevê que a prioridade na compra dos alimentos ocorra junto aos assentamentos da reforma agrária, às comunidades tradicionais indígenas e às comunidades quilombolas. Segundo o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), esta lei promove um subsídio de R$ 600 milhões ao

divulgação

Cooperativa criada em agosto já conta com 40 cooperados e seis entidades associadas

ano à agricultura familiar em todo o Brasil. A logística de distribuição dos alimentos nas prefeituras da região será realizada por uma assessoria contratada pela Cooperaf. A cooperativa já possui 40 cooperados e seis entidades

associadas. Podem tornar-se cooperados os agricultores familiares, cooperativas, associações e outras entidades ligadas a este tipo de trabalho no campo. Mais informações na Subsede da CUT. Rua Culto à Ciência, nº 56 – Botafogo.


Campinas

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educação

IFSP deve chegar ao Campo Grande em 2016 A partir de 2016, os moradores da região do Campo Grande devem contar com uma nova opção de ensino superior. O segundo câmpus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) em Campinas será instalado no bairro Satélite Íris I. Ao todo deverão ser oferecidas 1.200 vagas para os cursos de graduação, além de ensino médio, técnico profissionalizante e pós-graduação. A previsão é que as obras comecem no primeiro semestre de 2014. Uma audiência pública

está sendo organizada para definir os cursos que serão oferecidos nos primeiros cinco anos pelo IFSP. No entanto, primeiro curso do Instituto Federal na cidade já está em funcionamento no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, na região dos Amarais – que se tornou o primeiro câmpus do IFSP em Campinas. A graduação Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas ofereceu inicialmente 40 vagas neste semestre. A ida do IFSP para o Campo Grande é uma reivindi-

divulgação

CTI Renato Archer, na região dos Amarais, já oferece curso de graduação do Instituto Federal

cação antiga dos moradores. Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Satélite Íris IV, Cecílio Santos, em 2010, foram iniciadas as obras no bairro, mas problemas no terreno e impedimentos no

contrato fizeram com que a construção fosse abandonada. Insatisfeitos, os moradores organizaram um abaixo-assinado com 2.800 assinaturas pedindo a retomada das obras, que aconteceu em 2012.

A construção do Instituto Federal no Campo Grande vai suprir a carência de ensino técnico e superior em uma das áreas de maior densidade populacional de Campinas, diminuindo a necessidade de os moradores enfrentarem longos trajetos para poder estudar. A iniciativa do governo federal é uma parceria entre os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, que visa a formação de cidadãos capazes de promover o desenvolvimento econômico e social, gerando conhecimento e formação técnico-científica.

Universidade Federal

O processo seletivo para o curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (câmpus Amarais) é realizado por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O estudante precisa realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para se candidatar a uma vaga. Os cursos de graduação que serão oferecidos no câmpus do Campo Grande também seguirão a mesma forma de seleção. Já

Além do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, alguns vereadores e movimentos sociais em Campinas seguem em campanha para que a cidade receba também uma Universidade Federal na região do Campo Grande. Enquanto o IFSP irá oferecer uma formação mais rápida e específica em tecnologia, a universidade poderá oferecer cursos de graduação em diferentes áreas do conheci-

divulgação

Como se matricular

os processos seletivos dos cursos técnicos obedecerão a critérios a serem definidos pelo próprio IFSP.

mento (humanidades, exatas, biológicas). De acordo com o vereador Carlão do PT, presidente da Comissão Especial de Estudo (CEE) da Câmara Municipal de Campinas, o momento é de mobilização para que a Universidade venha a ser uma realidade na periferia da cidade. “A participação popular no projeto é fundamental para que a universidade tenha um caráter inclusivo e democrático, dividindo o conhecimento pela nossa cidade”, afirma o parlamentar.

No último dia 29 de agosto, em visita a Campinas, a presidenta Dilma Rousseff recebeu o “Manifesto de Apoio à Criação de Uma Universidade Pública Federal em Campinas”, assinado por cerca de 20 entidades (associações e sindicatos) e 40 prefeitos e vereadores da Região Metropolitana – que, dentre as vinte maiores regiões metropolitanas do Brasil, é a única que não dispõe de uma universidade federal.

Cultura

Festival celebra cultura irlandesa no Brasil Entre as atrações, Cia. Celta Brasil apresenta espetáculo preparado para o Rock in Rio O 10º Festival Celta Brasil ocorre no Teatro Municipal José de Castro Mendes, no dia 27 de setembro, a partir das 20:30 horas. O evento é realizado pela es-

cola de dança Banana Broadway e tem o apoio da Prefeitura Municipal de Campinas. O festival tem o intuito de celebrar a cultura e a dança irlandesa no Brasil,

com coreografias de várias companhias, entre elas a Cia. Celta Brasil, que irá apresentar, com exclusividade, o show preparado para o Rock in Rio 2013.

Festival Celta Brasil Local: Teatro José de Castro Mendes – Praça Correa de Lemos s/nº, Vila Industrial, Campinas – SP Quando: 27/9, às 20h30 – Quanto: R$ 40 ou R$ 30 antecipado Mais informações: 3272-9359


Campinas

8 foto síntese – Torre do castelo

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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© Revistas COQUETEL 2013

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                                  Solução Uma viagem   pelo    fantástica  iNferNo    de Dante em 100 eNigmas    sono

© Revistas COQUETEL

Técnica literária de António José da Silva

e

B R A S I

L I

V

3/ode — ten. 4/rain. 5/naomi. 11/indiferença — melancólica.

  

Interromper o sono

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9.

Nome da letra da algarismos vitória

I E R

(?) comprimido: é Hoje em usado em (?): atual- pistolas mente de pintura

A

Cidade construída pelos candangos

(?) comprimido: é Hoje em usado em (?): atual- pistolas de pintura mente

Nome da letra da vitória

P A C

Jactância; fanfarrice

Cidade construída pelos candangos

Jactância; fanfarrice

V I

Chico

Preencha os espaços vazios com de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais Os Deus algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e maior Interromdo panteão nem nos horizontais, quadrados menores (3x3). per o horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). grego (Mit.)

Vogal que levava o trema (Gram.)

S A L

cesso de www.coquetel.com.br

"(?) aos Ratos", sucesso de Chico

"Sempre (?)", lema dos escoteiros Sufixo que indica a função álcool

Sufixo que indica a função álcool

  

Vogal que levava o trema (Gram.)

Cada companheiro da Branca de Neve

(?) trans: aumenta o LDL (Med.)

"(?) aos Ratos", su-

"Sempre (?)", lema dos escoteiros

Fazer uma sinopse de

E S C R A V O S D E J O

Níquel (símbolo)

(?) telefônica, símbolo de Londres

NC

Cada companheiro da Branca de Neve

Níquel (símbolo)

Em que lugar?

Em que Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. lugar? Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e (?) telefôFazer nica, símuma sibolo de horizontais, nem nopse de nos quadrados menores (3x3). Londres sudoku

(?) trans: aumenta o LDL (Med.)

Cantiga de roda em que se passa um objeto de mão em mão

F E I R A D E S A N T A N A

Cantiga de roda em que se passa um objeto de mão em mão

Erasmo de Roterdã, filósofo holandês

© Revistas COQUETEL

Erasmo de Roterdã, filósofo holandês

Parte entre (?) de Notre-Dame, construção a medula expoente da arquitetura e a casca (?) Watts, atriz de gótica na da árvore França "O Impossível"

Ato voluntário impres- Município cindível ao funciona- baiano mento de onde teria surgido a hospitais primeira micareta

Freguesia do (?), bairro paulistano

Freguesia do (?), bairro paulistano

Parte entre (?) de Notre-Dame, construção a medula expoente da arquitetura e a casca gótica na (?) Watts, atriz de da árvore França "O Impossível"

L

Menosprezo; insensibilidade

Ato voluntário impres- Município cindível ao funcionabaiano mento de onde teria surgido a hospitais primeira micareta

IN D O C A Ç O Ã G O D Z E S R A N G U M E

www.coquetel.com.br

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Menosprezo; insensibilidade


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