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Nos dias atuais, o desenvolvimento das tecnologias digitais é expressão duma sociedade globalizada que se caracteriza pela constante disseminação de informações e conhecimentos, gerando um impacto cada vez mais acentuado nos sistemas educativos. Neste sentido, a consolidação do mundo das comunicações digitais representa sérios desa os para a tarefa da educação. De fato, o 46º Capítulo Geral, em seu Caminho de Transformação 5, destaca no compromisso 3 a implementação das conclusões do 4º Simpósio Internacional de Jovens Lassalistas sobre o uso das redes de comunicação digital para compartilhar as melhores práticas educativas e gerar o intercâmbio permanente de projetos e recursos de impacto social (46º Capítulo Geral, 2022). Entretanto, nosso senso de solidariedade e interdependência para um melhor serviço educacional dos pobres deve nos orientar para encontrar meios concretos para os pobres desenvolverem habilidades digitais e para terem também acesso ao conhecimento através dos novos sistemas de informação e comunicação (44º Capítulo Geral, 2007).

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Numa Região que possui grandes setores com acesso limitado a novas tecnologias de informação e conhecimento, existe uma lacuna que afasta ainda mais as possibilidades de integração desses setores numa sociedade baseada no conhecimento, como a rma a Declaração da Missão Educativa Lassalista (2020): “Há muitas crianças que têm pouca ou nenhuma educação devido à pobreza, guerras, processos migratórios, marginalização social, epidemias, impossibilidade de acesso às novas tecnologias, con itos internos, segregação racial ou de gênero, gravidez na adolescência, trabalho infantil e outras formas de exclusão” (p. 88).

Lassalistas a nível mundial (TC, 546, obra citada) com os valores culturais de seu próprio país, descobrindo ou integrando neles a dimensão transcendente e religiosa” (Aparecida, 334).

51. A Agenda 2030 se refere claramente em seu objetivo 4 à relevância da educação de qualidade como “a base para melhorar a vida das pessoas e o desenvolvimento sustentável” (Nações Unidas, 2018, pág. 27).

52. “O Fundador compreendeu muito cedo que a educação espiritual dos Irmãos implicava atenção à sua formação pro ssional: eles só poderiam “anunciar o Evangelho” por seu ministério na medida em que fossem ministros competentes e quali cados. Portanto, o Fundador estava preocupado com a preparação técnica dos mestres” (Sauvage e Campos, 1980, pág. 226).

53. Da mesma forma, a Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) destaca a lacerante situação educativa presente em contextos de pobreza e miséria: nas últimas décadas, a maioria dos países – mesmo os mais pobres –aumentou signi cativamente a oferta de escolaridade, mas sem garantir a qualidade nos processos educativos; desta forma, transformaram a educação num importante fator de exclusão. Em outras palavras, a tensão entre cobertura e qualidade, entre escolaridade e aprendizagem persiste. A má educação para os pobres os priva do acesso às oportunidades que o nascimento, o nome de família ou o status social lhes negaram, perpetuando assim sua marginalização e as condições de miséria em que muitos deles vivem. A educação de qualidade é um motor da mobilidade social porque fortalece a democracia, reduz de forma signi cativa a pobreza e gera inclusão e igualdade (Irmãos das Escolas Cristãs, pág. 88).

55. Numa região que mal atingiu a cobertura dos serviços educativos no nível básico, mas sem garantir sua qualidade, e que, com poucas exceções, negligencia o reconhecimento do importante papel social dos professores, nós precisamos:

56. De nir indicadores para avaliar a qualidade de nossos centros educativos à luz dos critérios de identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), bem como considerar padrões internacionais em linha com os critérios humanistas e evangélicos que distinguem nosso serviço educativo.

57. Gerar alianças com organizações de avaliação educacional para assegurar percepção externa e julgamento crítico sobre a qualidade educativa de nossas instituições.

58. Reconhecer os professores como protagonistas da mudança, tornando sua formação contínua uma prioridade, lembrando o valor do acompanhamento na pedagogia lassalista.

Criar um modelo de qualidade educativa que considere os Critérios de Identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), padrões nacionais e internacionais e necessidades sociais, tendo em consideração o processo de implementação, avaliação institucional e orientação para a melhoria contínua.

Orientações: a. Apropriação e implementação dos critérios de identidade para a vitalidade das obras educativas lassalistas (2020), dos indicadores de avaliação para a gestão institucional e dos padrões de qualidade nacionais e internacionais que estão de acordo com a loso a lassalista, bem como destacar a avaliação dos processos educativos das obras lassalistas. b. Criação de garantias para que os órgãos de acreditação e avaliação externa das instituições educativas articulem seus indicadores com os padrões nacionais e internacionais, assegurando acima de tudo a a nidade com os princípios lassalistas.

Promover a qualidade educativa dos educadores lassalistas em termos de associação para a missão.

Orientações: a. Elaboração e implementação de programas e planos de formação docente a nível regional, provincial, das delegações e setores, com apoio das instituições de educação superior da Região. b. Formação de redes de comunicação no interior da Região, Província, Setor ou Delegação, a m de divulgar experiências e boas práticas educativas e pastorais, bem como a riqueza de ferramentas pedagógicas, tecnológicas e didáticas. c. Promoção de instâncias e espaços de desenvolvimento pedagógico na Região, que permitam aos professores produzir e gerar conhecimento educacional. d. Garantir a existência dum órgão na Província, Delegação ou Setor que atenda às necessidades de treinamento dos associados e colaboradores. e. Melhoria do intercâmbio de professores na rede de comunidades educativas da Região para fortalecer a parceria e a circulação do conhecimento educacional f. Geração e dinamização de processos de associação para a missão educativa lassalista, que permitam o enriquecimento de experiências no contexto da Região e do trabalho comunitário.

Promover a vocação ministerial educativa e a digni cação dos educadores.

Orientações: a. Fortalecimento da vocação ministerial do educador, favorecendo os processos de educação integral de crianças e jovens. b. Desenvolvimento de mecanismos e estruturas que, junto com outras instituições e organizações, contribuam para a dignidade do educador. c. Promoção de uma imagem mais digna da pro ssão docente, dando-lhe maior valor aos olhos da opinião pública, além de in uenciar a política educacional no interesse de melhorar as condições laborais, sociais e acadêmicas do pessoal docente.

59. A proclamação do Evangelho de Jesus Cristo é uma dimensão fundamental do PERLA e de seu eixo transversal. Desde nossas origens, o Fundador e os primeiros Irmãos zeram da escola um meio de salvação (Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista, 2020), onde a proclamação do Evangelho ocupava um lugar central. Além disso, a Proposta 6 da 3ª AIMEL recomenda a necessidade duma educação lassalista centrada no Evangelho e dedicada ao acompanhamento espiritual e ao diálogo. Hoje, como Lassalistas na América Latina e no Caribe, somos chamados a ser protagonistas da boa nova do Evangelho através de nossa missão educativa, dando testemunho do Reino de Deus: educar na fé para a justiça (CT 1).

Cremos na força evangelizadora da escola (Declaração, 2020).

60. Com a alegria da fé, somos missionários para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, e nele a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência (Declaração, 2020) e da solidariedade com a criação (DA, 103; LS, 62, 89-92, 209-215; Declaração, 2020). Assim, retomamos o legado de São João Batista de La Salle que “concebeu o Irmão como ministro de Deus, testemunha de Jesus Cristo no mundo da educação e participante da missão evangelizadora da Igreja” (Declaração, 2020, pág. 63).

61. A “doce e reconfortante alegria de evangelizar” (EG, 9) é também compartilhada por todos aqueles que, entusiasmados pelo carisma lassalista, participam de nosso trabalho educativo: “Os educadores lassalistas associados que vivem sua fé na Igreja devem assumir sua vocação como um ministério que manifesta a alegria do Evangelho e o poder salví co da educação cristã” (Declaração, 2020, pág. 63; GE, 140-146).

62. A fonte de nossa ação evangelizadora (EG, 8) é o encontro maravilhoso e surpreendente com o amor incondicional de Cristo (EG, 8). Este encontro nos impede de permanecermos em silêncio, “pois se alguém aceitou este amor que lhe devolve o sentido da vida, como pode conter o desejo de comunicá-lo aos outros? Este encontro também nos encoraja constantemente a não procurar outra coisa em nossas tarefas educativas diárias (EG, 18), e sim compartilhar a alegria contagiante do Evangelho” (EG, 4).

63. Assim, queremos proclamar o Evangelho de Jesus Cristo no contexto atual da América Latina e do Caribe. Portanto, queremos levar a sério a realidade de nosso continente e de cada um de seus países, de seus habitantes, especialmente os mais empobrecidos. Por isso, tentaremos conectar o Evangelho com a situação humana e social, “prestando atenção ao povo concreto com seus sinais e símbolos, e respondendo aos questionamentos que ele nos apresenta” (EG, 154). Porque nós somos portadores dum Evangelho capaz de iluminar estas situações e de responder às diferentes circunstâncias que envolvem nossas instituições educativas.

64. Esta exigente e apaixonante tarefa nos propõe alguns desa os importantes: a. Reconhecer as “sementes do Verbo” presentes nas tradições e culturas de nossos povos (EG, 257). Apesar das duras realidades de injustiça, corrupção, violência e pobreza, sabemos que Jesus Crito está presente e atuando nesta história, segundo sua promessa: b. Considerar Jesus Cristo como a plenitude da revelação de Deus, um tesouro incalculável, a pérola preciosa (Mt 13, 45-46), o Verbo de Deus feito carne, caminho, verdade e vida dos homens e mulheres, a quem abre seu destino de vida em plenitude (DC, 11-16). c. Con rmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho enraizada em nossa história, a partir dum encontro pessoal com Jesus Cristo (EG, 264-267), que suscita discípulos e missionários de seu Reino, protagonistas de vida nova para a América Latina e o Caribe. d. Favorecer a relação de coerência entre fé e vida a nível pessoal, comunitário e institucional. Temos bem presente que é aqui que estão em jogo nosso caminho para a santidade e a fecundidade de nossa missão educativa. De fato, “podemos pensar que damos glória a Deus somente através da adoração e da oração, ou somente pelo cumprimento de certas normas éticas – é verdade que o primado é o relacionamento com Deus – e esquecemos que o critério para avaliar nossa vida é acima de tudo o que fazemos pelos outros” (GE, 104). e. Viver como Igreja samaritana (MV, 4; EG, 24; FT, 56-86), iluminada por Cristo (Lc 10, 25-37), através do imperativo de nos tornarmos próximos dos pobres, migrantes e excluídos, que hoje não são apenas “explorados”, mas tratados como “excedentes” ou “descartáveis” (Aparecida, 65; LS, com Jesus Cristo, particularmente através de sua leitura comunitária e da Leitura Orante (EG, 174-175; DC, 90-91). j. Con gurar itinerários formativos diversi cados, respeitosos dos processos pessoais, comunitários e culturais que sejam graduais e contínuos (DC, 33-35, 63-65, 69-70, 424), em consonância com uma «pastoral da proximidade e dos vínculos» (Francisco, 2013). sem carne; o pelagianismo com uma vontade sem humildade (EG, 36-64); a burguesia egoísta (EG, 81083); e a mundanidade espiritual (EG, 93-97).

“Estarei convosco até o m dos tempos” (Mt 28, 20).

Essa convicção profunda nos liberta do pessimismo estéril” (EG, 84).

• No plano pastoral: a guerra entre nós (EG, 98-101).

• No plano educativo: a exclusão educativa, desintegradora e pouco solidária (Francisco, 2019).

64. Para isso se propõem as seguintes linhas de ação: a. Desenvolvimento de políticas para que as instâncias educativas assegurem que toda instituição seja corresponsável pelo anúncio do Evangelho e se envolva nesta importante missão. b. Intercâmbio das realizações inovadoras de evangelização no interior das Províncias e Delegações da Região. c. Conformação de grupos missionários para apoiar os setores mais necessitados (DC, 279-280). d. Formação de equipes de re exão e interiorização que, de forma associada, promovam a espiritualidade lassalista. e. Incorporação da cultura de cada povo e das estruturas juvenis nos diferentes programas educativos (DC, 394-408, 236-256). f. Avaliação crítica da ação educativa pastoral, para ter consciência das motivações, metodologias, conquistas, destinatários e intencionalidades. g. Avaliação de todas as nossas ações educativas e apostólicas, para dar-lhes sentido evangelizador. h. Promoção e articulação dos processos de pesquisa das universidades lassalistas da América Latina sobre Catequese, com a nalidade de partilhar os resultados investigativos e construir ofertas de formação atraentes, vigorosas e práticas para os catequistas das instituições educativas dos FSC na América Latina. i. Implementação de programas que tornem explícito e claro, de forma orgânica e continuada, o processo de amadurecimento na fé dos agentes da comunidade educativa.

65. Estas linhas de ação nos convidam a considerar atentamente as seguintes dimensões de nossa

Educação na fé a partir da tomada de consciência da realidade, numa atitude crítica e assumindo a diversidade das culturas na Região, a interrelação entre fé e cultura, a integração da fé e da vida e a fé como itinerário (DC, 63-65, 196-196, 230-232). Aproveitar nossa herança, presença internacional e testemunho profético para alcançar uma defesa pública mais ativa e aprofundar nossa solidariedade

Educação para os valores éticos, a partir da Compreensão cada vez mais profunda do Integração de comunidades sólidas, Envio à missão para o serviço educativo dos Formação para a transformação e libertação das pessoas. Isso por sua vez implica considerar seriamente a realidade, com uma pastoral bem consciente da dimensão social

66. Temos que viver as turbulências do presente como herdeiros duma tradição tricentenária que nos une e também nos chama a repensar a educação para as novas gerações. Somente assim responderemos ao desa o de proporcionar uma educação relevante para as crianças e jovens dos dias atuais (Declaração, 2020).

67. As realidades do mundo nos incitam a tomar posições proativas ao invés de reativas que nos colocam na vanguarda da inovação educativa (Declaração, 2020).

68. A elaboração de programas para responder aos desa os apresentados acima é de responsabilidade de cada Província ou Setor. Esta responsabilidade constitui um espaço para a iniciativa e criatividade locais.

69. Entretanto, o acima exposto não exclui a possibilidade de que a Assembléia Regional da Missão, as Redes RELAL ou o Conselho MEL da RELAL, uma vez estabelecidas as prioridades, possam propor alguns programas comuns, que poderiam ser rati cados pela Conferência Regional de Visitadores.

70. Recomenda-se que haja uma ampla comunicação na Região, a m de trocar experiências e compartilhar os resultados das melhores práticas.

71. Dois programas essenciais para garantir o conjunto dos processos previstos são:

1. Comunicação a serviço do PERLA;

2. Plano de Ação Regional.