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2.2 Educação dainterioridad

31. A vida interior é a dimensão na qual cada pessoa conhece sua verdade (pessoal, social, psicológica, emocional, espiritual) à luz do chamado de Deus para estar com Ele e ser feliz em seu amor. A interioridade é o lugar do encontro com Deus num confronto consigo mesmo a partir da verdade da vida humana que se revela. É o lugar onde residem os mais profundos pensamentos, desejos, esperanças, sentimentos de fracasso e frustração e a dimensão transcendente de cada ser humano; mas é também o lugar onde a história pessoal é recapitulada, encontrando as raízes da identidade e experimentando a riqueza da vida pessoal a partir do relacionamento com Deus.

32. O Diretório Catequético (2020), em seu número 46, refere-se ao fato de que a principal crise do mundo pós-moderno é a crise de sentido e de signi cado, dando um valor único à cultura, à ciência e à tecnologia digital, como garantias de desenvolvimento, sem considerar que a natureza humana está continuamente inquieta em responder às questões mais profundas da existência, sentindo a aspiração à transcendência. Ao mesmo tempo, a Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) a rma que a educação da interioridade é uma necessidade urgente que não pode ser adiada diante desta crise de sentido e da tendência massiva à super cialidade que envolve as famílias e, de forma dramática, uma boa parte do corpo estudantil: enfrentamos a necessidade urgente de educar para a contemplação, a interioridade e a profundidade. Em resumo, hoje mais do que nunca é importante formar os critérios de julgamento das pessoas, para ajudá-las a desenvolverem sua capacidade de análise e pensamento crítico, para transformarem suas dúvidas numa força motriz para a busca.

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Uma aprendizagem essencial consiste em saber digerir, através da contemplação, da re exão e do silêncio, a abundância de informação recebida, utilizá-la para compreender o mundo e suas relações, e comunicar-se com os outros expressando seu próprio pensamento, raciocínio e calma. A educação deve ser paciente e pausada. Estas qualidades podem ser expressas através das metáforas de “ruminação mental” e de “cozinhar em fogo lento”... A educação lassalista sente-se chamada a oferecer meios que favoreçam a re exão e a consciência, assim como opções que forneçam respostas às perguntas sobre o sentido da vida, o mundo e a história (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020).

34. Da mesma forma, a 3ª AIMEL em seu relatório ao 46º Capítulo Geral, na proposta 6 pretende “implementar metodologias inovadoras para acompanhar e educar para a interioridade e a praticar os valores humanos e evangélicos” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 27) para fortalecer a espiritualidade e o discernimento vocacional, por meio de processos criativos de autoconhecimento e contemplação interior. Neste sentido, a Missão Educativa Lassalista tem a responsabilidade de proporcionar a todos os membros das comunidades educativas “habilidades e ferramentas para se relacionarem consigo mesmos (vida interior) e com os outros, criando uma apreciação especial da beleza, da sustentabilidade da vida e da casa comum” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 31).

35. Por m, a urgência duma renovação pedagógica implica focar na totalidade das dimensões inerentes à natureza humana, especialmente a vida interior, de modo que “uma atenção especial seja dada à educação da interioridade como possibilidade de abertura à transcendência” (OIEC, 2020, p. 216).

Desenvolvimento do método de Educação da Interioridade para a Região da América Latina, considerando as bases fundamentais do autoconhecimento (eu penso, eu sinto, eu desejo, eu transcendo), para sua inclusão nos processos formativos por meio dos próprios componentes do método procesos formativos por medio de los componentes propios del método.

Orientações: a. De nição e desenvolvimento dos elementos conceituais da educação para a interioridade a partir de nosso contexto latino-americano.

Desenvolvimento da pedagogia do silêncio interior, estabelecimento de espaços de diálogo aberto e profundo para o desenvolvimento da metodologia do silêncio interior, cuja nalidade é educar a mente para o autocontrole dos estímulos externos e internos.

Desenvolvimento da pedagogia da a rmação interior, objetivando identi car a solidez da informação determinante da personalidade.

• Processos de cura e reconciliação interior que, a partir de processos querigmáticos e evangelizadores, permitam que a consciência se abra à mensagem cristã a partir da experiência de libertação.

• Desenvolvimento da educação do pensamento, favorecendo a localização das raízes que originam os diferentes modos de pensar e seus efeitos sobre a personalidade.

• Desenvolvimento da educação das sensações, sentimentos e emoções como detonadores da satisfação ou insatisfação do indivíduo.

• Desenvolvimento da educação dos desejos que determinam os processos volitivos do indivíduo na busca de satisfações.

Habilitação de espaços educativos signi cativos de autoconhecimento e discernimento vocacional que coloquem os estudantes em processos de aprofundamento de suas escolhas de vida.

Desenvolvimento da pedagogia da transcendência, cujo objetivo é o aprendizado da leitura da consciência e as a rmações nela subsistentes que propiciam ações propositivas.

2. Urgências educativas

Desenvolver processos curriculares, pedagógicos e pastorais que abordem os conceitos e processos de educação para a interioridade a partir da especialização pedagógica, de acordo com os níveis educacionais em que a função é desempenhada.

Revisão do projeto curricular do ensino básico, secundário e superior, das escolas e universidades da Região para incluir como eixo transversal uma proposta educativa que encarna a formação da interioridade.

Criação de processos de abordagem para a formação de professores na educação da interioridade de acordo com os níveis educativos, a partir da construção do conceito de interioridade que facilite espaços sobre sua re exão e

A pastoral educação através do ministério de catequese deverá incluir o desenvolvimento e amadurecimento da

Atualização e treinamento dos agentes de pastoral, através da construção de um programa que acompanha

2.3 Educação em diálogo com a família especialmente da infância e da juventude para o respeito dos direitos humanos,

A Agenda 2030 refere em seu objetivo 4 (educação de qualidade) a urgência de implementar um sistema educativo que forme uma consciência humanista sensível diante do respeito aos direitos humanos e à igualdade de gênero, para estabelecer uma cultura de justiça e paz na qual a valorização e apreciação da diversidade cultural seja visível (Nações Unidas, 2018).

Por sua vez, a 3ª AIMEL, em sua proposta 7, convida as comunidades educativas a renovarem seu compromisso social “como resposta aos sinais dos tempos, considerando os valores distintivos da Missão Educativa Lassalista, especialmente a fraternidade, a justiça, a igualdade e a inclusão” (Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, 2022, pág. 30).

“A missão educativa lassalista deve dirigir-se às crianças cujos direitos não são protegidos” (44º Capítulo Geral, 2007, pág. 29)

“Reconhecemos que, para o Instituto, continua sendo um grande desa o preocupar-se com o direito das crianças à educação, proporcionando respostas educativas acessíveis a todas e dotadas de recursos nanceiros. Temos que encontrar nossos próprios recursos nanceiros e buscar apoio público e privado” (44° Capítulo Geral, 2007, pág. 33).

Da mesma forma, na força das decisões do 46º Capítulo Geral, seu Caminho de Transformação 4 trata da Conversão Ecológica Integral, exigindo “a defesa da dignidade humana, especialmente através da proteção e salvaguarda dos direitos das crianças e dos adultos vulneráveis” (46 Capítulo Geral, 2022, pág. 25).

A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) reza em seu artigo 1º que “nossas instituições e projetos educativos estão centrados na pessoa e favorecem seu desenvolvimento integral”. Para isso, geram ambientes saudáveis, seguros e respeitosos, defendem os direitos das crianças, dos jovens e dos adolescentes, e criam situações onde os deveres e direitos são defendidos, respeitados e promovidos” (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020, pág. 117).

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Entretanto, a região latino-americana se caracteriza por uma baixa valorização dos direitos de seus habitantes e um crescente número e variedade de violações desses direitos, especialmente em lugares onde a pobreza atinge duramente, como nas zonas rurais mais afastadas, bem como nas faixas de extrema pobreza nas periferias das grandes cidades localizadas em países latino-americanos. É neste contexto que a defesa dos direitos das crianças adquire todo o seu signi cado (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020). De fato, a RELAL no documento “Enfoque dos Direitos” (2020) a rma com força que a missão educativa deve promover a atenção e o respeito a cada um dos direitos com os quais as crianças e os jovens garantem seu desenvolvimento integral: “O foco nos direitos é um elemento essencial que dá continuidade à tradição lassalista. Portanto, nossa re exão permanente deve referir-se às formas de promover os direitos na educação atual, de tal forma que esteja ligada aos conceitos de proteção integral, cuidado, bom tratamento e educação para a cidadania para a vida presente e futura”. (RELAL, 2020, pág. 13).

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Em consequência, é preciso promover processos de re exão e projetos de pesquisa que considerem a prevenção e a intervenção, tendo como eixo a promoção do desenvolvimento humano, que implica plenitude e transcendência. Para garantir este eixo, é necessário promover a defesa dos direitos das crianças e dos jovens e o fortalecimento das famílias.

Articular o foco nos direitos humanos e no desenvolvimento humano com as propostas educativas, de modo que elas permeiem os pensamentos, as perspectivas, as atitudes as e ações.

Orientações: a. Promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre modelos de desenvolvimento humano, com enfoque na legislação dos direitos das crianças e dos jovens para garantir a qualidade e a relevância da oferta educativa. b. Integração do desenvolvimento humano sustentável e da abordagem dos direitos com os ideais, projetos educativos institucionais, regulamentos, formas de organização e manuais de convivência. c. Incentivo e apoio a ações de sistematização, bem como o compartilhamento de experiências bem sucedidas na promoção e defesa dos direitos humanos, especialmente os das crianças e jovens, desenvolvidos dentro das comunidades educativas lassalistas. d. Trabalhar de forma coordenada e proativa com organizações que promovem e defendem os direitos humanos, especialmente os das crianças e dos jovens. e. Vigilância com relação à realidade dos menores quanto a seus direitos, garantindo mecanismos de denúncia diante de eventuais injustiças.

Promover iniciativas centradas na promoção e no enfoque dos direitos, em diálogo com as famílias, visando atender de forma e caz as crianças e os jovens em situação de risco.

Orientações: a. Promoção do exercício dos direitos das crianças e jovens, através de eventos de socialização e transferência de conhecimento, tais como seminários, colóquios, palestras, o cinas, conferências e publicações destinados à comunidade educativa e à sociedade local. b. Atualização frequente de um diagnóstico da situação das crianças e dos jovens em cada país e na região, com o apoio de nossas instituições de ensino superior. c. Discernimento e de nição de ações e experiências de serviços educativos em favor de crianças e jovens em situação de risco. d. Busca de abordagens e alianças com outras instituições e organizações que se colocaram a serviço de crianças e jovens em situação de risco. e. Promoção, em nível regional, provincial, das delegações e setores, de observatórios edutivos para os direitos das crianças e dos jovens na América Latina e no Caribe, tais como estratégias de pesquisa, análise, gestão, treinamento e intervenção.