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e cuidado da casa comum

27. A implementação urgente da Agenda 2030 no contexto da América Latina e do Caribe coloca o foco na chamada mudança de época como um elemento conjuntural para a tomada de decisões, aceitando o realismo do cenário regional: os paradigmas dominantes de desenvolvimento devem ser erradicados para dar lugar a um paradigma de desenvolvimento sustentável e inclusivo (Nações Unidas, 2018). Por outro lado, a meta 4.7 do objetivo 4 (educação de qualidade) da mesma Agenda visa assegurar que todos os estudantes adquiram os conhecimentos necessários para a promoção do desenvolvimento sustentável através da “educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis” (Nações Unidas, 2018, pág. 29).

28. Podemos car à margem diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico que torna inabitáveis e inimigas do ser humano amplas áreas do Planeta? Ou diante dos problemas da paz, frequentemente ameaçada com o pesadelo de guerras catastró cas? Ou frente ao desrespeito aos direitos humanos fundamentais de tantas pessoas, especialmente das crianças? Muitas são as urgências diante das quais o espírito cristão não pode permanecer insensível (Novo Milênio Ineunte, 50).

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29. O fenômeno da depredação ambiental é uma questão de re exão ética que merece uma profunda revisão das abordagens educativas; desta forma, cada modelo curricular será renovado pela implementação de eixos transversais que consideram como componentes pedagógicos elementos de formação na alteridade, na participação cidadã, no bem-estar coletivo, na interioridade e na contemplação.

Trata-se duma urgência educativa, já que a realidade regional, rica em recursos, mas ameaçada pelo impacto negativo da exploração abusiva e negligente desses recursos e pela injustiça social, requer a promoção de processos baseados no desenvolvimento humano integral para uma sociedade sustentável – socialmente participativa, culturalmente apropriada, tecnicamente limpa, ecologicamente compatível, economicamente justa, politicamente impactante, eticamente responsável e espiritualmente signi cativa –, que permita enfrentar os efeitos negativos da globalização e gerar alternativas de desenvolvimento e cuidado com nossa casa comum, respondendo assim à proposta de constituir uma autêntica ecologia integral.

30. A Declaração sobre a Missão Educativa Lassalista (2020) rea rma o acima exposto ao propor a implementação pedagógica de uma ecologia integral como estratégia educativa socialmente responsável que fundamente aprendizados signi cativos a partir dos diversos fenômenos que impactam no contexto social. A Declaração o expressa da seguinte forma: “A ecologia integral... favoreceria currículos abordados a partir da busca de sentido e da aprendizagem baseada em problemas. Este tipo de aprendizagem permite construir conhecimento, aprender com fenômenos que tocam a mente e também os afetos e emoções, e compreender a possível inter-relação das ciências naturais, sociais e humanas, bem como seus consequentes impactos éticos... Laudato Si’ propõe uma educação que leve em consideração e dê importância às realidades duma “Casa Comum” degradada, desrespeitada, super-explorada e pouco cuidada (Irmãos das Escolas Cristãs, 2020, pág. 99). Portanto, é essencial ter uma compreensão mais ampla, que leve à superação dos limites dos sistemas socioeconômicos e políticos e responder às raízes humanas da crise ecológica (TC, 4).

Promover uma educação socialmente responsável que estimule a consciência da ecologia integral, o que implique numa formação que impacte sobre os ambientes naturais e a convivência social.

Orientações: a. Promover processos de aprendizagem situados na realidade a m de gerar sensibilidade e processos de desenvolvimento do conhecimento para assumir a responsabilidade pelos diferentes ambientes de interação e convivência humana.

Promover ambientes educativos que estimulem o aprendizado da dimensão ética do Evangelho e sua vivência, através de atitudes e ações pessoais, traduzidas em um compromisso com o desenvolvimento humano sustentável e o cuidado com a casa comum.

Orientações: a. Participação e cooperação no diálogo Inter geracional, inter-religioso, intercultural e social baseado no respeito à diversidade, à escuta, à compreensão e ao acolhimento. b. Promoção de hábitos de cuidado com a casa comum e com a vida em todas as suas expressões, a m de fomentar a consciência ecológica integral em nossas comunidades lassalistas, como contribuição para um mundo mais fraterno (TC 4). c. Elaboração e implementação de propostas educativas respeitosas e inclusivas, de acordo com os objetivos de desenvolvimento humano sustentável e cuidado com a casa comum.

Promover projetos que tenham como eixo o desenvolvimento humano integral para uma sociedade sustentável e o cuidado da casa comum.

Orientações: a. Geração de práticas que resgatem a sabedoria dos povos da América Latina e do Caribe, para uma melhor qualidade de vida, o exercício de uma cidadania ecologicamente responsável e a construção de uma nova civilização. b. Trabalho conjunto com organizações locais, nacionais ou internacionais para a implementação de projetos ou ações que promovam uma cultura de desenvolvimento sustentável. c. Fortalecimento do trabalho e sensibilização diante do contexto amazônico para a promoção do paradigma da ecologia integral.

Promover a formação de uma cidadania crítica para o desenvolvimento de uma responsabilidade cívica que busque o exercício da democracia em nossos países latino-americanos (CIAMEL, 2022)

Orientações: a. Estimular processos de problematização social que desencadeiem o pensamento crítico sobre os diversos fenômenos que impactam na convivência saudável e no desenvolvimento comunitário, a m de transformá-los. b. Gerar processos formativos que estimulem um senso de pertença social e o cuidado dos mecanismos de participação comunitária para a construção de ambientes democráticos.