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A meta 4.1 do objetivo 4 da Agenda 2030 deseja garantir a todas as crianças acesso ao sistema educativo básico de qualidade, gratuito, equitativo, garantindo aprendizagens pertinentes e efetivas de acordo com o panorama e o contexto latino-americano (Nações Unidas, 2018).

“São João Batista de La Salle renovou a escola para torná-la acessível aos pobres e oferecê-la a todos como um sinal do Reino e um meio de salvação. A escola cristã, que deve ser sempre renovada, é o instrumento privilegiado da atividade dos Irmãos. O Instituto também está aberto a outras formas de ensino e de educação adaptadas às necessidades dos tempos e dos países” (Regra 3).

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“Reconhecemos que na rede de obras lassalistas, as nossas respostas educativas às necessidades e os recursos nanceiros necessários são desiguais. Somos desa ados a elaborar estratégias e cazes de solidariedade para a equidade e igualdade educativas” (44º Capítulo Geral, 2007, pág. 32).

A Região Latino-Americana Lassalista se distingue por desigualdades sociais extremas, que diminuem as oportunidades de acesso à educação para uma grande parte da população, particularmente os mais pobres. O Papa Francisco se mostrou preocupado com os contextos de desigualdade social, enfatizando a realidade da miséria que não tem a possibilidade de acesso a uma educação digna e de qualidade:

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Alguns nascem em famílias abastadas, recebem uma boa educação, crescem bem alimentados ou naturalmente possuem habilidades excepcionais. Certamente não precisarão dum Estado ativo e apenas exigirão liberdade. Mas é óbvio que a mesma regra não se aplica a uma pessoa com alguma de ciência, a alguém que nasceu numa família extremamente pobre, a alguém que cresceu com uma educação de má qualidade e com poucas chances de cura adequada para suas enfermidades. Se a sociedade é governada principalmente pelos critérios de liberdade e e ciência do mercado, não há lugar para eles, e a fraternidade será apenas mais uma expressão romântica (Fratelli tutti, 109).

Por esta razão, precisamos urgentemente direcionar nossas obras lassalistas com projetos proféticos, transformadores, inovadores, inclusivos e que atendam de forma preferencial à população desprotegida. Como o 46º Capítulo Geral menciona em seu Caminho de Transformação 5: “Responder às necessidades reais dos grupos situados à margem e vulneráveis, objetivando garantir que os projetos de serviço e missão alcancem impacto e capacitem as comunidades a se tornarem auto-su cientes” (46º Capítulo Geral, 2022, pág. 31). E, por outro lado, a urgência de envolver a educação para a justiça em todo o currículo, para a apropriação profunda das responsabilidades cívicas e políticas (TC, 4). Além disso, é necessário aprofundar a importância e o impacto do pensamento lassalista no ensino superior latino-americano, estendendo suas funções substantivas às áreas mais críticas, a m de responder às necessidades da sociedade, particularmente das mais pobres. Em vista disto, a Agenda 2030, em sua meta 4.4 do objetivo 4, procura “aumentar signi cativamente o número de jovens e adultos que possuem as habilidades necessárias, particularmente técnicas e pro ssionais, para ter acesso a emprego, trabalho decente e empreendedorismo” (Nações Unidas, 2018, pág. 28).

Orientar o projeto educativo institucional, a partir da comunidade educativa e à luz do carisma fundacional, orientando-o para a inovação e a transformação social, levando em consideração as necessidades dos mais desfavorecidos, garantindo assim o acesso à educação e contribuindo na melhoria das condições de vida.

Orientações: a. Leitura do carisma fundacional, orientada à inovação e transformação social do contexto através do serviço educativo, tomando como referência a realidade vivida por João Batista de La Salle e os primeiros Irmãos. b. Identi cação e atenção às necessidades dos estudantes das populações mais vulneráveis, a m de garantir o acesso à educação, com metodologias relevantes e inclusivas, baseadas no pensamento plural e inclusivo. c. Colaboração participativa com entidades locais, nacionais e internacionais que formulam e implementam políticas educativas. d. Desenvolvimento de estratégias de cooperação com organizações solidárias para tornar o conhecimento acessível aos setores mais pobres, através de uma gestão nanceira destinada aos estudantes para garantir sua permanência no sistema educacional e o acesso ao ensino superior.

Promover a sistematização e a socialização do trabalho educativo lassalista, para apoiar as experiências de fronteira, respondendo, juntos e por associação, ao serviço educativo dos pobres.

Impulsar iniciativas centradas en promover el enfoque de derechos en diálogo con las familias y atender de forma e caz a la niñez y la juventud en situación de riesgo. 02 a. Desenvolvimento de projetos e programas educativos formais e não formais, para que as comunidades excluídas melhorem suas condições de vida e se tornem sujeitos de seu próprio destino. Deixar nossas zonas de conforto e fazer das periferias nossa casa para as novas comunidades e ministérios que sejam criados e sigam nessa direção (TC 1C3). b. Consolidação da rede de comunicação lassalista em nível provincial e regional para facilitar a retroalimentação e a disseminação das boas práticas educativas e das experiências inovadoras existentes. c. Posicionamento da proposta educativa regional nos contextos e organismos locais, nacionais e internacionais que formulam e implementam políticas educativas.

Orientações: Divulgar e integrar o projeto PERLA em todas as instituições educativas lassalistas da região, a m de envolvê-las nos projetos de democratização do conhecimento latino-americano e caribenho.

Orientações: a. Incorporação das diretrizes do PERLA nas re exões e decisões das diversas instâncias da missão educativa nas províncias, setores e delegações. b. Fortalecer o espaço regional para o intercâmbio de projetos de democratização do conhecimento.

Desenvolver políticas e ações que orientem objetivamente as cinco funções substantivas das universidades: acadêmica, de pesquisa, econômica, política e sistêmica, em resposta às necessidades da sociedade, particularmente dos mais pobres.

Orientações: a. Revisão dos objetivos e ideais fundacionais das instituições de ensino superior, a m de adaptá-los à relevância de suas funções e ao serviço educativo dos pobres. b. Implementação de ações destinadas a fortalecer as novas dinâmicas acadêmicas relacionadas à pesquisa social e pedagógica. c. Fortalecimento do ensino crítico e inovador para o desenvolvimento e intercâmbio de programas acadêmicos, destacando uma liderança comprometida com a geração de projetos de desenvolvimento sustentável voltados para a superação da pobreza e da exclusão. d. Promoção de programas lassalistas interuniversitários destinados a atender às necessidades das pessoas em situação de pobreza e exclusão, bem como o desenvolvimento de sistemas de avaliação para estes programas, a m de avaliar sua contribuição à construção da coexistência e da solidariedade social. e. Desenvolvimento de compromissos de instituições de ensino superior com instituições de educação infantil, básica e secundária, para o mútuo enriquecimento e subsídio nas áreas de construção do conhecimento, quali cação de professores e apoio logístico.

Fortalecer as comunidades acadêmicas com o espírito lassalista e o compromisso com a inovação educacional com base na opção pelos pobres.

Orientações: a. Desenho e aplicação de programas de desenvolvimento acadêmico de acordo com o espírito lassalista, incorporando elementos da pedagogia do Fundador de acordo a Guia das Escolas Cristãs. b. Fortalecimento regional da rede educativa produtora de conhecimento, baseada no diálogo entre universidades e instituições de educação infantil, básica e secundária que promove o desenvolvimento da pesquisa, a re exão sobre práticas pedagógicas, a criação e transferência do conhecimento e a geração de inovações, visando melhorar a qualidade da oferta educacional e o fortalecimento dos processos de evangelização com uma projeção social mais objetiva para contribuir na superação da pobreza e na mudança social.