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Editorial

Editorial Este número das Cores do Amor é dedicado ao assunto do HIV/SIDA, particularmente à forma como ele afecta a comunidade homossexual e bissexual e como podemos contribuir para evitar o alastramento da doença no seio da nossa comunidade. Aqui a responsabilidade pertence não só a nós como indivíduos e como comunidade, como também a todas as organizações que têm como objectivo lutar contra o HIV/ SIDA, mas que sistematicamente ignoram a comunidade homossexual e bissexual nas suas actividades. Quando falamos do assunto “HIV/SIDA e comunidade homo/bissexual”, várias perguntas são normalmente colocadas: Em Moçambique há programas de luta contra o HIV/SIDA especificamente dirigidos a indivíduos homo/bissexuais? Se não há, porque razão isso acontece? Os homo/bissexuais precisam de programas específicos? Se sim, que tipo de programas? Às duas primeiras perguntas, só as instituições e organizações que trabalham na área do HIV/SIDA podem responder. Nós temos as nossas teorias, mas gostaríamos de ouvir as respostas e os argumentos directamente dessas instituições. Em relação às duas últimas perguntas, tentamos dar algumas respostas através de alguns artigos deste número das Cores do Amor. Os pontos que queremos vincar aqui são: 1. Ainda há muitos comportamentos sexuais de risco na comunidade homo/bissexual moçambicana! 2. Estes comportamentos de risco, para desaparecerem, precisam de uma educação direccionada, que aborde as vulnerabilidades específicas do sexo homossexual!

Nesta Edição • O HIV/SIDA e os Gays Jovens – pag.3 • Que Papel as escolas podem desempenhar na prevenção do HIV/SIDA... – pag.5 • 70 & 71 – pag.6 • Nem mesmo a chuva!... (Parada Gay -JHB)– pag.7 • Bispo anglicano Queniano rejeita resolução episcopal – pag.7 • Príncipe lambe mamilo do amigo – pag.8 • As lésbicas também devem se preocupar com o HIV/ SIDA? – pag.9 • Guia de orientação para pais e mães de homossexuais ( Parte II)- pag. • G-Spots – ASKA – pag. 12.

3. Um dos grandes comportamentos de risco é a promiscuidade, que, em grande medida, advém da dificuldade que os homossexuais em Moçambique têm de formar relações estáveis e monogâmicas, devido aos medos pessoais e à hostilidade social (Este é um assunto para uma futura edição das Cores do Amor)! 4. Existem muitos homens que, tendo uma vida predominatemente heterossexual, fazem sexo regularmente com outros homens e este fenómeno tem que ser reconhecido e abordado pelas campanhas contra o HIV! 5. Os programas de combate ao HIV/SIDA poderão aumentar significativamente a sua eficácia se reconhecerem que as mensagens e as actividades de educação e prevenção devem ser moldadas para situações específicas e oferecer respostas a perguntas e dilemas que grupos específicos da sociedade enfrentam! 6. VAMOS INICIAR UM DIÁLOGO E UMA PARCERIA ENTRE A COMUNIDADE HOMO/BISSEXUAL E OS ESFORÇOSDE COMBATE AO HIV/SIDA!

Voçê também pode ser activista !

Distribuindo no nosso boletim pela sua lista de contactos; Imprimindo e o distribuindo pelos seus amigos, colegas e familiares;

Enviando seus textos e comentários

Afinal você pode sempre dar uma mão...

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O HIV/SIDA e os Gays jovens

Artigo

Embora este artigo seja sobre e dirigido, em especial, aos Gays jovens, ele aplica-se também a toda a comunidade homossexual e bissexual e, em parte, a comunidade heterossexual. Apesar do impacto contínuo e crescente do HIV/SIDA, há ainda muitos indícios de que os jovens, incluindo os Gays jovens, continuam a ignorar a prevenção e a ter comportamentos de risco. Apesar da prevalência continuar a subir, há evidências de que, mesmo entre jovens informados sobre os métodos de prevenção e sobre os perigos do HIV, continua a haver sexo sem protecção. O que a realidade nos mostra é que não só há necessidade de continuar com os esforços actuais de prevenção, como também desenvolver novas abordagens, que sejam mais eficazes junto da juventude, incluindo Gays jovens. Tanto a informação O que deve ser feito básica, como nova informação para evitar que mais Gays devem ser constantemente repetidas jovens sejam infectados? e transmitidas, não só para que os jovens continuem conscientes de que o risco continua, mas também para atingir os adolescentes que todos os dias entram na juventude e na vida sexual activa. Trabalho eficaz de prevenção junto dos Gays jovens contém os mesmos elementos básicos que o trabalho de prevenção com qualquer outro grupo ou comunidade: Aumentar o conhecimento e a consciencialização dos Gays jovens sobre o HIV e o SIDA, pondo a nu os mitos e os preconceitos e combatendo o estigma através de informação adequada e actualizada e de oportunidades para os Gays jovens auto-avaliarem e clarificarem as suas atitudes e valores; Oferecer oportunidades para os Gays jovens desenvolverem as suas capacidades pessoas e sociais de forma a conseguirem tomar as suas próprias decisões e protegerem e promoverem a sua saúde sexual; Oferecer serviços de saúde sexual e aconselhamento, acessíveis e adequados aos Gays jovens, incluindo o acesso a preservativos;

Muito e bom trabalho de prevenção do HIV tem sido levado a cabo junto Exemplos da comunidade Gay desde o início da epidemia na década de 80. Grande de intervenções parte deste trabalho foi realizado pelos eficazes próprios homossexuais, organizados em grupos e comunidades, ao verem parceiros e amigos serem infectados pelo HIV ou por sentirem que as suas necessidades específicas eram ignoradas pelos programas gerais de educação e promoção da saúde sexual. Bons exemplos de intervenções particularmente eficazes são projectos que envolvem Gays jovens que iniciam grupos de debate e conversas informais com os seus amigos e pares para promover o sexo seguro. Estas actividades normalmente têm lugar em sítios em que os Gays jovens se encontram e incluem a distribuição de preservativos e informação sobre a prevenção do HIV. Os próprios Gays jovens fazem o desenho e implementação destas actividades, o que ajuda outros Gays jovens a vê-las como suas e relevantes. Outros tipos de intervenções podem ser desenhados para Gays jovens que não frequentam grupos ou locais “Gays”. Alguns destes jovens não querem ou não podem sequer identificar-se como Gays. Assim, jovens Gays activistas, saídos à pouco tempo do “armário”, podem organizar encontros ou festas, onde esses jovens ainda inseguros em relação à sua sexualidade podem sentir-se mais à vontade para falar dos seus sentimentos, das suas incertezas e mesmo das suas experiências e, ao mesmo tempo, receber materiais informativo sobre sexo seguro e preservativos. Também podem ser criados serviços especiais para Gays jovens que congreguem num mesmo local (e com apoio de um boletim e de uma website) informação e serviços de aconselhamento sobre cuidados de saúde sexual, como “sair do armário”, como responder a pressões de familiares, amigos e colegas, onde encontrar outros Gays, acontecimentos de relevo da comunidade homossexual, etc. Este tipo de serviços em geral tem sucesso porque responde simultaneamente

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Artigo a várias necessidades específicas dos Gays jovens, combinando informação geral com aconselhamento e educação sexual. A prevenção eficaz do HIV também tem que ter em conta um factor que coloca alguns Gays jovens particularmente em risco de contraírem o HIV: o sexo anal sem protecção (isto é, sem preservativo), que é particularmente arriscado em termos de transmissão do HIV, porque durante o sexo anal é fácil causar pequenas lesões (cortes ou feridas) nas paredes do rectum/ânus (que são extremamente sensíveis), através das quais o HIV pode facilmente passar.

Porque será que alguns Gays jovens continuam a ter sexo anal sem protecção mesmo sabendo dos riscos? Nem todos os homens Gays fazem sexo anal! Alguns não gostam ou não querem e outros fazem-no apenas raramente. No entanto, quando dois homens decidem fazer sexo anal, há muitos motivos e circunstâncias que os podem levar a não usar preservativos, embora conheçam os factos sobre os riscos de infecção pelo HIV. Estes motivos não são exclusivos dos homens Gays e afectam também as escolhas e as decisões de homens e mulheres heterossexuais de não usarem preservativos. Se dois homens acharem que nenhum deles está infectado pelo HIV, muitas vezes escolhem não usar o preservativo para o sexo anal. Para os Gays jovens, tomar a decisão de não usar o preservativo somente com base no conhecimento do seu próprio estado ou na percepção do estado do seu parceiro não é uma opção realista, pois os jovens têm a tendência de terem vários parceiros sexuais de curta duração e em rápida sucessão e, por vezes, até parceiros simultâneos. Para alguns homens Gays, não usar o preservativo é um acto demonstrativo de confiança e amor pelo parceiro. Alguns dizem que usar o preservativo numa relação monogâmica pode ser uma aceitação ou acusação de que um deles foi ou é infiel. Se, por norma, um casal não usa o preservativo e um deles faz sexo sem protecção com uma terceira pessoa, como é que o parceiro infiel pode explicar que, de repente, é necessário usarem preservativos até terem a certeza que não houve infecção resultante do acto de infidelidade sem revelar que o mesmo aconteceu? Usar sempre o preservativo, com qualquer parceiro, é uma forma de evitar estes dilemas!

Alguns homens Gays escolhem ter sexo anal sem protecção porque ambos são seropositivos e sabem disso. No entanto, esta situação continua a ser de risco, porque podem re-infectar-se mutuamente, aumentando a carga viral no organismo ou um deles pode infectar o parceiro com uma estirpe diferente do vírus. Isto é particularmente perigoso, se um deles estiver a fazer a terapia anti-retroviral, pois os medicamentos podem perder a sua eficácia. Há circunstâncias em que os homens Gays se sentem menos cautelosos em relação ao sexo sem protecção. Normalmente, trata-se de situações em que há relaxamento do estado de alerta, a excitação de encontrar novos parceiros, a adrenalina da transgressão, ou o consumo excessivo de álcool e/ou drogas: festas, discotecas, bares, estâncias turísticas, férias, viagens, etc. Alguns Gays jovens podem sentir dificuldades e embaraço em pedir que se use o preservativo. Para muitos, fazê-lo significa “acusar” o parceiro de ser seropositivo ou promíscuo, ou dar a entender que eles próprios o são, e por isso têm vergonha de sugerir o uso do preservativo. A melhor estratégia é dizer ao parceiro que usar o preservativo protege ambos e não significa qualquer tipo de acusação ou admissão de parte a parte. Em algumas situações, pode não haver acesso a preservativos – ou porque nenhum dos parceiros os tem com ele ou porque não há nenhum local próximo onde se podem obter. Só há uma saída: absterem-se de fazer sexo!

O que fazer?

Os programas e actividades de prevenção do HIV no seio dos Gays jovens devem ter em conta os riscos peculiares associados ao sexo anal sem protecção. Isto significa que esses programas devem incluir o seguinte: Informação sobre as formas de transmissão do HIV e o risco particular do sexo anal sem protecção; Informação sobre a necessidade de usar preservativos fortes e lubrificantes adequados (à base de água – tipo KY) para o sexo anal e onde os obter. Programas realmente eficazes asseguram que estes produtos estão à disposição dos Gays jovens através dos serviços de saúde e de aconselhamento; Educar os Gays jovens que cabe a eles, e só a eles, decidir se fazem sexo anal ou não, e que o sexo anal não é a única opção. Desenvolver a auto-estima e a auto-valorização dos Gays jovens para que possam, com segurança, exercer essa escolha e, com confiança, falar com os seus parceiros sobre sexo, HIV e o uso de preservativos; Informação e acesso à testagem e aconselhamento sobre o HIV. Isto significa divulgar os serviços existentes e apoiar a criação de novos serviços, de fácil acesso, que respondam adequadamente às necessidades específicas dos Gays jovens; 4


Que Papel As Escolas Podem Desempenhar Na Prevenção Do HIV Entre Gays Jovens? As escolas têm um papel muito importante a desempenhar no apoio aos programas de prevenção do HIV entre Gays jovens. Isto não significa que as escolas sejam locais apropriados para campanhas dirigidas exclusivamente a Gays jovens, pois as escolas (ainda) não são locais onde os Gays jovens se sentem seguros em identificaremse como tal. Mas, em qualquer programa de prevenção que as escolas façam, devem reconhecer que, em qualquer grupo de jovens, existe pelo menos um Gay e, por isso, a prevenção do HIV deve ter em conta as suas necessidades específicas. O reconhecimento, por parte das escolas e por parte dos programas de prevenção do HIV nas escolas, da existência e das necessidades específicas dos Gays jovens ajuda também a combater o estigma associado à homossexualidade, criando maior abertura entre os jovens heterossexuais e maior auto-estima entre os Gays jovens. Falar da homossexualidade nas escolas é difícil porque é um assunto sensível, mas há várias boas razões para fazê-lo: Todos os jovens têm o direito a informação adequada e completa sobre o sexo e a sexualidade. O objectivo fundamental da educação sexual é permitir aos jovens controlar e ter prazer, de forma informada, das suas vidas e relações sexuais. Para fazelo, precisam de informação relevante, independentemente da sua orientação sexual. Se a educação sexual não cobrir as relações e a sexualidade para além daquelas entre homens e mulheres, não só exclui os Gays, lésbicas e bissexuais jovens, como também não prepara os jovens para conviverem, compreenderem e aceitarem pessoas que são sexualmente diferentes. Os jovens já falam da homossexualidade! Mesmo se as escolas e a educação formal não cobrem assuntos relacionados com a homossexualidade, os jovens falam bastante sobre as diferenças sexuais, mas de uma forma não informada. Trazer estas conversas para o contexto formal e informado da educação sexual e outras cadeiras, como a literatura e a história, oferece uma oportunidade de corrigir os preconceitos, a discriminação e a má-informação. Mas para tal, é necessário ter professores preparados, informados e sem preconceitos! Dar informação relevante e específica sobre sexo seguro aos Gays jovens pode ajudá-los a reduzir o risco de infecção com o

Artigo Como é que o estigma e a discriminação contribuem para o risco do HIV dos Gays jovens? O estigma social associado a ser chamado “Gay”, “maricas”, “paneleiro”, torna difícil e, muitas vezes, perigoso para os Gays jovens revelarem a sua orientação sexual e “saírem do armário”. Muitos Gays jovens receiam que as suas famílias e amigos reajam negativamente se descobrirem que eles são Gays. Sem redes de apoio e sentindo-se rejeitados, os Gays jovens tendem a sofrer de baixa auto-estima e fraca autoaceitação. Está demonstrado que essa falta de autoestima, associada à impossibilidade de iniciar e manter relações monogâmicas estáveis e duradouras, devido ao medo de ser descoberto, faz com os Gays jovens tenham pouca capacidade ou interesse de exigir a prática de sexo seguro e se engajem num comportamento sexual de risco, com promiscuidade e relações casuais consecutivas. Para além da educação da sociedade, a aprovação e aplicação de leis (por vezes, a revogação de leis existentes), que equalizam os direitos dos homossexuais aos do resto da população podem ajudar a normalizar as diferenças sexuais e assegurar que a discriminação com base na orientação sexual é tratada como qualquer outra forma de discriminação.

HIV. Os jovens em geral têm muitos preconceitos contra a homossexualidade e, particularmente, contra homens homossexuais. É muito comum que comentários e insultos homofóbicos façam parte das agressões no ambiente escolar. Muitos Gays jovens têm experiências terríveis na escola por causa deste ambiente. As escolas devem ter políticas claras sobre comportamentos preconceituosos inaceitáveis e devem também abordar estes assuntos através de ensinamentos positivos.

Atenção

As “Cores do Amor” é uma publicação de distribuição online gratuita. A sua concepção depende do trabalho voluntário de alguns elementos da nossa comunidade. Neste momento necessitamos de tradutores, gráficos e repórteres. Caso queria fazer parte desta equipe, envienos um email para; ascoresdoamor@lambda,org,mz 5


Quem mais pode ajudar a evitar que os Gays jovens se infectem com o HIV? Não é apenas responsabilidade dos homossexuais e de organizações como escolas e serviços de saúde evitar que os Gays jovens sejam infectados pelo HIV. Muitas outras pessoas têm um papel a desempenhar. Por exemplo, as famílias e os amigos de Gays jovens podem dar apoio emocional especialmente valioso. Quando as famílias e os amigos reconhecem e aceitam a sexualidade dos Gays jovens, é mais fácil para estes sentirem-se confortáveis consigo mesmos, falarem sobre as suas preocupações e tomarem conta de si próprios. Todas as pessoas podem partilhar a responsabilidade de desafiar os preconceitos e a discriminação contra os Gays jovens, sempre que os testemunharem, pois ao os ignorarem contribuem para a invisibilidade e vulnerabilidade dos Gays jovens. Ao contribuírem para a redução da estigmatização dos Gays jovens, ajudam a abrir o caminho para que a prevenção funcione e para que os Gays jovens se sintam livres de procurarem e obterem a ajuda e o apoio de que necessitam.

Desde que o homem passou a viver em sociedade, viu-se confrontado com a necessidade de normas que regessem as suas relações. Segundo Jean Jacques Rosseau (séc. XVIII), na sua teoria do contrato social, os indivíduos entraram em acordo para a protecção dos seus direitos naturais, surgindo o Estado para os preservar.

de segurança são aplicáveis aos que se entreguem habitualmente à prática de vícios contra a natureza. Não é clara a expressão vícios contra a natureza, mas

70 & 71

O povo organizado em Estado sufraga é sabido alguns valores que considera “O que o nosso código essenciais para a sua penal faz é considerar subsistência, é assim que surgem as sanções penais, a homossexualidade um distúrbio da como reacção à violação dos bens jurídicos eleitos personalidade e por pela colectividade como isso coloca-a ao lado fundamentais.

o entendimento que comumente se tem acerca da mesma. A expressão, eivada de preconceito é usada para designar actos sexuais entre indivíduos do mesmo sexo.

É preciso referir que o nosso código penal ao estabelecer de outras práticas medidas de segurança para As sanções penais como a vadiagem, aqueles que pratiquem actos homossexuais, não está a a mendicidade, a subdividem-se em penas e medidas de segurança. prostituição entre considera-los crime (...) na maioria das hipóteses consignadas Ambas pressupõem a prática outras. no art. 71(...)a lei considerou de um ilícito, surgem em claramente que não estamos ai reacção à violação de um perante factos penais isolados, bem jurídico e retiram o cujo o cometimento desencadeia uma reacção responsável do convívio social. jurídico-criminal1 . O que o nosso código Com efeito, o código penal moçambicano penal faz é considerar a homossexualidade prevê no seu artigo 54 a existência de penas um distúrbio da personalidade e por isso e medidas de segurança como reacções coloca-a ao lado de outras práticas como criminais. O artigo 70 do mesmo código a vadiagem, a mendicidade, a prostituição enumera as medidas de segurança, e o 71 entre outras. a quem se aplicam as mesmas. A questão controvertida é o número 4 do artigo 71, que preceitua: as medidas

Artigo

Em direito comparado, veja-se o caso de Portugal, as medidas de segurança são aplicáveis aos ininputáveis por anomalia psíquica. Para melhor entendimento do leitor exemplifiquemos, se um doente mental comete um crime e se revela perigosa a manutenção da sua liberdade, não lhe pode ser aplicada uma pena uma vez que esta é graduada segundo juízo de culpa, aplica-se-lhe então uma medida de segurança. Enquanto a pena é graduada segundo a culpa, a medida de segurança fundamenta-se na periculosidade do agente. Voltando ao nosso artigo 71, está claro o seu desfasamento em relação à realidade actual. Não se coaduna com o moderno Estado de Direito, é contrário ao princípio da igualdade constitucionalmente consagrado no artigo 35, é atentatório ao direito à reserva da vida privada( art. 41 CRM). Assim sendo, e porque as normas constitucionais prevalecem sobre as demais do ordenamento jurídico, todas as leis que a contrariem são inconstitucionais, não aplicáveis. Não sendo necessária a sua revogação expressa. Entretanto a sua manutenção no código penal, embora não constitua nenhum problema para aqueles a quem esta norma visava alcançar, não deixa de ser um atestado de incompetência ao nosso legislador. Normas como esta, vazias de conteúdo prático já deviam ter sido expurgadas. Edén Malua (Pseud.)

Não é de todo estranho este entendimento, tendo em atenção que o código penal vigente data do séc. XIX. 1 Correia, Eduardo, Direito Criminal volume I, 1999, pág. 75

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Nem mesmo a chuva... Africa do Sul – Outubro de 2007. Debaixo de um chuva, A comunidade LGBTI sul africana celebrou em Johanesburgo no parque Zoo Lake o 18º Gay Pride. Os saltos altos, usados especialmente para a ocasião pelas draag queens, ficavas presos na lama enquanto que as suas coloridas vestimentas ensopadas pela chuva. Mas apesar disto, estimase que estiveram presentes 2500 pessoas entre gays, simpatizantes e seus familiares numa marcha que cobriu 7.2km em Rosebank, com a sempre presente protecção da policia metropolitana de Johanesbug. Cartazes que denunciavam a violência sobre a comunidade LGBTI estavam em todo o lado. Apesar da Africa do Sul ser o primeiro país africano com leis avançadas no que concerne a defesa das minorias sexuais, ainda existe muita violência, assassinatos e crimes de ódio contra a comunidade LGBTI. Tracey Sandilands, presidente da Joburg Pride Company, disse; “É ridículo para qualquer um, alguém morrer por causa das suas preferências” Entretanto, a maioria das pessoas presentes na marcha estavam admiradas pela ausência de grupos religiosos conservadores que nos anos passados

protestavam contra o Gay Pride. Após a marcha oficial, algumas organizações e pequenos grupos provenientes do Soweto iniciaram uma mini-marcha com dísticos sugerindo que o próximo Pride fosse realizado no Soweto. Phumi Mtetwa, directora da Gay and Lesbian Equality Project, que liderou a marcha enfatizou, que a mini-marcha transmitia uma mensagem importante da comunidade negra LGBTI. “A comunidade negra LGBTI suporta o fardo do preconceito social por causa do seu passado histórico. Desta forma, é importante que afirmemos a nossa posição e convidemos a Joburg Pride Company a realizar o Pride 2008 no Soweto, especialmente agora que o governo fala sobre o desenvolvimento”, explica Mtetwa. Atendendo ao chamado, para a realização do 19º Juburg Gay Pride no Soweto, Sandilands disse:” Não ainda quais são as possibilidades disto acontecer, mas não descartamos a ideia. Tudo dependerá da permissão do concelho do Soweto. Rosebank e logicamente o lugar para eventos grandes, mas há uma possibilidade do Soweto acolher outros eventos” Apesar do tempo o 18º Gay Pride foi um sucesso. Esperemos que um dia possamos ter um “Maputo Gay Pride”! porque não?

Bispo Anglicano Queniano rejeita resolução Episcopal Setembro de 2007: O Chefe da Igreja Anglicana do Quénia rejeitou um acordo sobre aceitação de bispos gays assinado pelos líderes Episcopais da Igreja nos EU. O Arcebispo Benjamim Nzimbi disse que a questão da ordenação de bispos gays e a bênção de casamentos homossexuais esta a dividir a igreja anglicana, com ameaça de muitos crentes anglicanos deixarem a comunhão. Bispos de EUA tomaram a decisão de aceitar bispos gays, depois de uma

Noticias Vida íntima revelada!

Religiosos que se sentem atraído pelo mesmo sexo. Encontros de padres gays marcados pela Internet e vida íntima contada em público. Tudo isso fez parte do conteúdo do programa “Exit” da rede de TV italiana “A7” e que foi ao ar esta semana. O programa é uma mistura reportagem com polémica sempre destacando assuntos actuais. A abordagem da vida de padres homossexuais foi estimulada por um escândalo na diocese de Florença, região central da Itália. A imprensa italiana divulgou casos dos padres dessa diocese e suas relações homossexuais. Outro ingrediente do programa foram as cenas gravadas com uma câmara escondida. As imagens dos encontros de padres gays marcados pela Internet acabaram sendo gravadas sem que eles soubessem. O caso de três padres foi mostrado e promete muita polémica. Para aumentar ainda mais a controvérsia junto à Igreja Católica, foram lidas no programa cartas de padres que não se identificam pedindo que o Vaticano permita religiosos abertamente gays. Num dos textos, um dos padres contou que, em vez da Igreja acolher os religiosos homossexuais, eles têm que viver escondendo sua sexualidade e suas aventuras amorosas. O conteúdo do programa promete incendiar a ira da Igreja Católica ao debater a obrigação do celibato (abstenção ao sexo). Quando o canal do governo exibiu um documentário da BBC sobre padres pedófilos, o Vaticano não economizou críticas.

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“No Irão não temos homossexuais, ao contrário deste país...” Estas foram as palavras proferidas pelo presidente Iraniano , Mahmoud Ahmadinejad, numa conferência dada na Universidade de Columbia nos Estados Unidos. O que não conseguir evitar gargalhadas e assobios dos presentes. A tensão instalara-se ainda antes do líder iraniano começar a falar, primeiro com uma manifestação nos jardins da universidade e depois com as palavras introdutórias do presidente da instituição, que apresentou o seu convidado como um “ditador mesquinho e cruel, simplesmente ridículo”. Ahmadenijad respondia a perguntas sobre o tratamento duro e a perseguição política do regime às mulheres, homossexuais e académicos com posições discordantes da linha oficial. “As mulheres no Irão gozam de mais liberdade do que em qualquer outro lugar do mundo. A nossa população é a mais livre do mundo”, respondeu. Segundo revelou matéria do jornal Gazeta do Povo, o Irão possui entre 15 e 20 mil transsexuais, conforme estatísticas oficiais. Estimativas não-oficiais indicam a existência de mais de 150 mil delas. O Irão só fica atrás da Tailândia no número de operações para troca de sexo. A operação foi legalizada pelo aiatolá Khomeini, líder reunião de seis dias em Nova Orleães. Desmond Tutu, Nobel da Paz de 1984, tem vindo a assumir publicamente várias posturas contra a homofobia. Recentemente, comparou a discriminação e os crimes cometidos contra os homossexuais aos cometidos na África do Sul durante o regime de apartheid. ”Penalizar alguém por causa da sua orientação sexual é como fizeram contra nós, quando fomos penalizados por algo que não podíamos fazer nada, que era nossa etnia, nossa raça”, ressaltou Tutu.

espiritual da Revolução Islâmica de 1979, por meio de uma fatwa (pronunciamento legal no Islão emitido por um especialista em lei religiosa) autorizando a cirurgia, há mais de 25 anos. O governo chega a apoiar as operações. Concede US$ 4,6 mil (cerca de 119.6 mil Mtn) para uma pessoa que deseja fazer a cirurgia e o tratamento hormonal que se segue após a operação. Existem também propostas para empréstimos de até US$ 5,6 mil (cerca de 145.6 mil Mtn) para todos aqueles que fizerem a cirurgia e desejem iniciar um negócio próprio. Ainda segundo a reportagem do jornal Gazeta do Povo, Maryam Khatoon Molkara, líder da principal organização transexual do país, diz que algumas das pessoas que fazem a cirurgia são “gays” e não transexuais por inteiro. “No Irão, os transexuais integram a família dos homossexuais. Será possível que esse fenómeno não exista em nenhum lugar do mundo a não ser no Irão? A transexualidade é um caminho sem volta. Se alguém (homossexual) quiser estudar, ter um futuro e uma vida normal o jeito é passar por esta cirurgia”, afirma.

discussão da Igreja Anglicana sobre a aceitação ou não da homossexualidade. “Eu estou profundamente angustiado com os muitos problemas horrendos, como os conflitos, a guerra, a SIDA. E sobre o que nós nos concentramos? Nós concentramo-nos sobre o que estão fazendo na cama”, concluiu o arcebispo. Os bispos episcopais reafirmaram o seu compromisso no que concerne aos direitos civis de homossexuais e que se opõem a qualquer violência e desrespeito a dignidade dos homossexuais

Noticias

BREVES Vai uma lambida ai! Príncipe lambe mamilo de amigo Quando ele bebe, e de preferência vodka, nada mais o segura. Para se ter uma ideia, as fotos da viagem que o príncipe Harry fez para a Namíbia em Novembro do ano passado foram divulgadas agora com cenas que chocam o Reino Unido. Além de beber vodka ele aparece cheirando a bebida com um pano. A farra foi mais além e o príncipe não se intimidou em lamber o mamilo do amigo Cherlsy, um estudante de Direito, de 21 anos.

Príncipe Gay irá aparecer no Oprah

Um dos gays mais influentes e proeminentes da India, o Príncipe Manvendra Singh Gohil, da família Real de Gujarat no norte ocidental Índia , irá aparecer no programa televisivo mundialmente conhecido – Oprah Príncipe Manvendra Singh Gohil, foi manchete mundial quando saiu publicamente do armário. Ele foi inicialmente deserdado pela família real, mas continuou trabalhando em campanhas de prevenção e combate ao HIV. O Príncipe, nunca escondeu a sua orientação sexual, tendo aparecido no filme gay “Emotially your”, numa campanha que visava a educação de jovem gays sobre o HIV-SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis. Depois de um período de negação, o seu pai resolveu restituir-lo todos os títulos e aceitalo.

Gays Nigerianos enfrentam pena de morte pela Sharia Dezoito homens Nigerianos foram presos, acusados de serem travestis e sodomitas no norte da Nigéria no estado de Bauchi

Dezoito homens com idades compreendida dos 18 e os 45 anos, encontram se presos e aguardando julgamento na estado de Bauchi no Norte da Nigéria, sob acusação de serem travestis e homossexuais. O estado de Bauchi é de maioria Islâmica e é regido pela lei da Saharia, uma lei que mistura o conservadorismo islâmico e o Alcorão. A Sentença aplicada a estes casos e a morte por apedrejamento.

O Arcebispo também aproveitou para mostrar sua indignação com a 8


Saúde (eles)

Dicas para “negociares” sexo seguro com o teu parceiro! Se o teu parceiro tentar convencer-te a não usar a camisinha, usa o humor e um pouco Parceiro de sarcasmo

Para quê? Para encher com água e atirar às pessoas! Claro que é para fazermos sexo, seu parvo!

Nem penses que vou usar isso! Porque não?

O que é isso?! Tu

É um saquinho para bananas! Claro que é uma camisinha, seu anormal!

Não confias em mim? Tenho ar de quem tem doenças? Não sabes que as pessoas podem ter DTS sem saberem?

Eu não tenho SIDA!

Camisinha não anima!

As camisinhas não são só para o HIV! Também evitam doenças como a Hepatite C, que também mata!

Eu sei. Transmitir virus é que anima maningue! Fazer sexo com uma borracha é o mesmo que tomar banho com capa de chuva ou beber cerveja sem álcool.

Com a camisinha, eu não sinto nada! Com a camisinha, pelo menos aguentas meia hora, não te vens logo como um coelho! Mas pôr a camisinha obriga a interromper a curtição quando as coisas já estão quentes! Preferes interromper a tua vida?

Com a camisinha, eu não sinto nada! Com a camisinha, pelo menos aguentas meia hora, não te vens logo como um coelho!

Sexo sem camisinha é como conduzir um carro sem travões, atravessar a rua sem olhar para os lados ou andar numa zona de ninjas com o teu salário inteiro no bolso!

OK, vou tentar... Afinal gostas mesmo de mim! 9


Saúde (elas)

As Lésbicas Também Devem Preocupar-Se Com O Hiv/Sida!

Em geral, do ponto de vista sexual, as lésbicas têm baixo risco de serem infectadas com o HIV ou doenças sexualmente transmissíveis (DTSs) e de terem gravidezes indesejadas. Contudo, mesmo que o sexo entre mulheres tenha uma baixa probabilidade de transmitir o HIV, a transmissão mesmo assim pode ocorrer! O sexo entre mulheres nem sempre é seguro e, portanto, as mulheres precisam de conhecer os riscos a que estão expostas e como se protegerem.

• • O HIV – o vírus que causa o SIDA – encontra-se no sangue, no leite, no fluido vaginal ou no sémen de alguém com o HIV, por isso corres risco se alguns destes fluidos entrar na tua corrente sanguínea.

O sexo oral é mais seguro se usares uma “camisinha dental ou oral” para impedir que fluidos vaginais ou menstruais entrem na tua boca.

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Sexo (p seguro é e qualquer actividade sexual ro u através da qual não corres o risco de te infectares com o HIV ou com uma doença sexualmente transmissível. O HIV encontrase no sangue e nos fluidos sexuais de uma pessoa infectada e no leite do peito de uma mulher infectada. A transmissão do HIV ocorre quando uma quantidade • suficiente destes fluidos penetram no corpo de uma pessoa O HIV ainda não infectada. A forma mais comum de transmissão do através do sexo oral HIV entre homens e entre homens e mulheres é a transmissão é de baixo risco, mas o sexual, mas também acontece entre mulheres – algo que está risco aumenta se a mulher ausente da esmagadora maioria da informação sobre saúde tiver cortes ou feridas na boca, sexual! ou se a mulher receptora do Assim, sexo seguro é sexo que não permite que qualquer sexo oral tiver feridas nas fluido corporal infectado entre no teu corpo e não permite zonas genitais ou estiver que infectes o teu parceiro, se tu já fores seropositivo. menstruada. Actividades que são seguras incluem abraçar, tocar, massajar, masturbar. Se utilizarem objectos de prazer, protejam-nos com uma camisinha e troquem de camisinha sempre que Os os objectos forem utilizados por riscos de pessoas diferentes. transmitir o HIV • sexualmente de mulher Qualquer para mulher são muito baixos. actividade sexual Muito poucas mulheres foram que leve a sangramentos infectadas por outras mulheres e cortes/rompimentos nas sexualmente. Mas pode paredes da vagina ou do ânus acontecer! aumento dramaticamente o risco.

)?

• Partilhar objectos de prazer (por exemplo, vibradores) pode ser arriscado se estiverem “sujos” de fluidos vaginais ou sangue. Lave-os sempre e, se os partilhar, cubra-os com um preservativo.

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GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA PAIS E MÃES DE HOMOSSEXUAIS (Parte 2)

Pais & Amigos

MODELO DOS 7 PASSOS Para aceitação da homossexualidade do seu filho(a) 1.

Procure Sensibilizar-se?

psicoteraputa sexual, educador e pais de outros homossexuais. Escolha muito bem onde colher informações, dependendo da fonte A formação educacional, religiosa e emocional em nossa sociedade sua cabeça pode ser confundida ainda mais. leva cada um de nós a rejeitar a homossexualidade. Provavelmente a sua também foi assim. Portanto, é o momento de você desarmarse e abrir sua mente para a questão. Pense neste momento que, Procure Compreender para o filho homossexual, ser mais ou menos feliz, dependerá 3. também do apoio que terá dos pais. Questione toda formação Compreender significa alcançar o significado da homossexualidamoral que você recebeu com relação à homossexualidade. Reflita de com inteligência. Compreender é você, racionalmente, ir funsobre as perguntas abaixo: do na questão, perceber e entender por que ocorre este fenômeno com seu filho. Compreender é sair da superficialidade e aprofun1. • Será que a homossexualidade é mesmo um bicho de 7 dar. Não busque conclusões definitivas, mas aqui é importante o cabeças? exercício de pensar e refletir. 2. • As pessoas desavergonhadas?

homossexuais

são

realmente

3. • É verdadeira a imagem que, muitas vezes, as pessoas que Provoque Diálogo repudiam o homossexual e alguns meios de comunicação passam 4. de que o gay e a lésbica são pessoas depravadas, promíscuas e Se ele deu pistas de que é homossexual, se alguém falou para desqualificadas enquanto Seres Humanos? consigo, se ele mesmo falou ou insinuou, se você acha que ele 4. • Seu filho homossexual tem esta orientação sexual por é, ou se ele procurou você, chegou a hora de conversar com seu filho. Alguns pais preferem falar juntos. A prática tem indicado livre escolha? Você acredita sinceramente? que a forma abaixo é mais efectiva. Geralmente a mãe tem uma 5. • Com toda rejeição que ainda existe na sociedade, será que ligação mais forte com o menino e a menina. Sugerimos-lhe três seu filho ou sua filha “escolheu” ser homossexual para enfrentar momentos de diálogo. todo esse preconceito? 6. • Será que Deus, com toda sua bondade, condena mesmo o homossexual?

Primeiro Momento: mãe com filho.

Segundo Momento: pai com filho. 7. • E se fosse você que estivesse no lugar do seu filho, o que Terceiro Momento: ambos com filho. você queria que seus pais fizessem com consigo? Aceitação? Rejeição? Abandono? Expulsa-la de casa? Cortar a sua mesada? Tirar-la de um bom cólegio, pois não querem mais investir em si, Desta forma, seu filho e você ficarão menos estressados e o diálogo flui melhor. Perceba também que a relação entre mãe e filho é pois avaliam que você será um fracasso na vida? diferente da relação entre pai e filho. Existem particularidades e papéis. São momentos diferentes. Por uma questão de formação Mãe tranque-se no seu quarto e durante 40 minutos reflita sobre cultural, o pai pode ser machista e recusar-se a falar com o filho e as questões acima. Se seu marido estiver aberto para a questão não aceitá-lo. Neste caso mãe, vá em frente, o seu apoio já é muito faça esta reflexão junto com ele, troquem idéias sobre as quetões importante para o seu filho! acima.

2.

Procure Informação?

Como é um assunto tabu você deve ir à fonte correcta para colher informações, pois é necessário que você informe-se tendo uma visão histórica, social e psicológica da homossexualidade. As principais fontes de informações são: livros, homossexuais que já estão em harmonia com sua orientação ou saíram do armário, psicólogo,

5.

Procure Interagir

Ufa ! o mais difícil já passou. Mas, vamos em frente! Interagir significa agir mutuamente, relacionar-se sem barreiras com o seu filho. Você já quebrou a grande barreira, ele sabe que você sabe, agora é a hora da aproximação verdadeira entre pais e filhos. Ele já sente o seu apoio. Você, pai e mãe, não podem imaginar o alívio 11


Pais & Amigos e a felicidade do seu filho. Ele pode contar com os pais. Ele agora poderá encher a boca e dizer para os colegas: Meu pai e minha mãe são os meus melhores amigos! Posso contar com eles! As mudanças no seu filho serão perceptíveis: será uma pessoa mais segura, mais comunicativa, menos tímida, mais atirada para a vida, fará planos para o futuro, irá buscar novos desafios no trabalho, sua auto-estima será elevada, cuidará mais do corpo e da saúde. Enfim, ele terá gosto em viver esta bela aventura que é a vida.

6.

Procure Acompanhar

Demonstre interesse pela vida social, escolar e afetiva do seu filho. Agora ele não terá vergonha de apresentar seus amigos para os pais. É hora de você saber quem são os amigos do seu filho. Na adolescência é fundamental este acompanhamento. Estes amigos influenciarão muito seu filho, seja ele homossexual ou heterossexual. Serão modelos de conduta. Promova um jantar ou churrasco e peça para seu filho convidar os amigos que ele mais gosta. Peça para ele chamar também o namorado ou alguém que ele paquera. Durante este evento converse com as pessoas. Depois deste congraçamento, sente com seu filho e fale o que você achou das pessoas, sinceramente. Algumas você vai achar legais outras não. Veja qual é a opinião dele. Será que seria demais eu pedir que você, pai e mãe, se auto-convidem pedindo para o seu filho levá-los para um bar ou danceteria gay? É isso mesmo, conheça o local que seu filho frequenta.

7.

Proporcione Suporte

Proporcionar suporte significa criar condições para que seu filho, principalmente na adolescência ou saíndo dela, possa ter uma vida saudável, desenvolvendo-se plenamente enquanto Ser Humano. Faz-se necessário que você estimule a independência financeira dele, oriente-o para que estude, tenha uma profissão e trabalhe. Do ponto de vista afectivo, tenha sempre o seu ombro amigo para acolher o seu filho ou a sua filha na hora que precisarem.

Universidade Johns Hopkins - EUA, “a orientação sexual é algo que temos para sempre e é melhor que nos acostumemos com isso”. Para ele, é por volta dos 2 anos de idade que a orientação sexual heterossexual ou homossexual é fixada no cérebro. Se seu filho é gay e for pressionado por você, por grupos de amigos heterossexuais ou parentes, ele poderá procurar meninas, namorar e até casar, mas continuará sendo gay. Casado terá uma vida dupla e clandestinamente continuará tendo relações homossexuais. Em alguns casos, os que entram num casamento heterossexual sofrerão bastante e procurarão ser fiéis às esposas. Geralmente apegam-se, por um período, a uma seita ou religião que condenam a homossexualidade. Com o passar do tempo, não aguentando a pressão de não poder manifestar sua orientação sexual, cedem e passam a manter relações homossexuais escondidas. Existe aqui uma particularidade; alguns adolescentes tem relações com meninos e meninas, por um curto período, mas logo passam a te-las só com meninas apresentando um padrão exclusivamente heterossexual para o resto da vida.

É verdade que crianças que são criadas por pais ou pessoas homossexuais serão homossexuais também? Mais um mito. A literatura registra vários casos, principalmente nos Estados Unidos e na Holanda, de casais de gays e lésbicas que adoptaram crianças com poucos dias de vida e que a grande maioria destas crianças tiveram orientação sexual heterossexual.

É verdade que o rapaze que é criado sem a presença do pai poderá ser gay? Não é verdade. Não existe relação entre homossexualidade x ausência do pai. Pelo menos é o que indicam as pesquisas. Claro que o menino precisa na primeira infância de uma figura masculina para modelo. Não tendo o pai, ele naturalmente se identificará com alguém do seu convívio; poderá ser o tio, o vizinho, o avô, o porteiro do prédio, etc.

Devo falar sobre sexo seguro e Aids com ele?

Faz parte do seu papel, enquanto pai e mãe, proteger seus filhos e orientá-los com relação às questões sexuais, independente dele ser homossexual ou heterossexual. Fale de forma franca e aberta. Se achar que é um assunto que lhe causa desconforto, compre um Precisamos entender que as pessoas são gays, não se tornam gays. livro e entregue para ele, ou encaminhe-o para uma palestra ou Se o seu filho tiver a orientação homossexual, mesmo que ainda ainda peça para alguém de sua confiança abordar o assunto não explicitada, este professor poderá despertar esta orientação no seu filho, mesmo sem contato físico nenhum com ele. Seu filho Na próxima Edição... pode apaixonar-se pelo professor, o que é comum nesta fase. Mas, Todo gay é efeminado e toda lésbica é se seu filho for heterossexual, portanto gostar de mulher, não masculinizada? existe qualquer possibilidade deste professor gay ter a capacidade de mudar a orientação sexual dele É verdade que todo homossexual é muito agressivo e desequilibrado?

O professor de meu filho de 12 anos é gay assumido. Será que ele não pode influenciar o meu filho e ele pode tornar-se gay?

Meu filho é adolescente e falou-me que é gay. Eu aceitei, pois acho que é uma fase na vida dele. Penso que logo ele irá procurar as raparigas. É assim mesmo? Não, não é assim. Para o Dr. John Money, cientista da

Do ponto de vista da ciência, o que já se sabe hoje sobre orientação sexual?

e muito mais. envie suas dúvidas para: ascoresdoamor@lambda.org.mz

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Cultura

ASKA

Les Chansons d’Amour

Com o seu estilo zen minimalista o Aska é um dos hotspots mais movimentados de Maputo, a comida é definitivamente o seu maior atractivo para além dos pratos japoneses tem também diversos pratos coreanos. Não deixe de provar o sashimi de atum nem de beber o sake. Para finalizar tome o chá de gengibre que é um excelente digestivo é conhecido pôr ser afrodisíaco. ASKA 420 RC Prédio jat Av. 25 de Setembro

Um musical passado nas ruas de Paris, um jovem triângulo amoroso, um amor hetero que, pela força do destino, vira um amor gay. Um dos filmes mais tocantes da competição do festival de Cannes deste ano tem no elenco Louis Garrel (de “Os Sonhadores” e “Amantes Constantes”) e Ludivine Sagnier (Oito Mulheres, “Swimming Pool – À Beira da Piscina”). Direcção: Christophe Honoré

Agora Sufoco-me neste espaço de cidade atormentada.... Procuro e não encontro o tesouro outrora sonhado.... Vejo-te, Amo-te e louco de carinho penetro nas tuas mãos, lúcidas e quentes. Embebedas-me de amor, de loucura, de ternura e adoças meu corpo, com a tua boca de manga. Entrámos nos espasmos, adormecemos de amor.

Luis Perdiz 10 de Agosto de 2007

Vago

Somente, no caminho da noite nos encontramos!

Somente, no caminho sem lua nos envolvemos, nos acariciamos, nos tecemos para depois nos separarmos sem nos falarmos, e nos escondermos dos nossos medos e sonhos. Somente, nos encontramos para sonhar e não amar. Somente, nos envolvemos para não ficar!

Luis Perdiz 20 de Junho de 2007 13


VĂŠnus

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