Monografia da graduação em Jornalismo - Nov2007

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47 casos em que o jornalista cobre um fato quanto na ocasião em que ele é procurado pelo assessor de imprensa, este com o objetivo de divulgar informações que julga importantes.

4.2 A redação Se afirma no tempo o interesse da ciência e dos profissionais em conhecer o lugar onde se produzem as notícias. Prova disso, lembra Seabra (2003), é que, cada vez mais e como forma de atrair a audiência, as redações passaram a mostrar parte de seu ambiente de trabalho nos telejornais ou mesmo na imprensa diária, “passando ao telespectador a sensação de estar no local onde são (re)produzidas as notícias” (Seabra, 2003, p. 105). A imagem de redação jornalística moderna se diferenciou, com o passar do tempo, do que, originalmente, foi esse lugar. Conforme Seabra (2003), a imagem da redação como sendo uma “repartição barulhenta e desorganizada” já foi substituída por um lugar que hoje mais se parece com “escritórios de uma empresa privada como outra qualquer”. Isso se deve, segundo o autor, a “mudanças substanciais no modo de produção das empresas jornalísticas (que) afastaram o que havia de imponderável no trabalho das redações” (2003, p. 106). A dimensão empresarial e política dos jornais se articula com a vivência profissional dos jornalistas; nela se processa uma transfusão do sangue cultural, desde as etapas iniciais da produção, até sua culminância – a chegada da publicação às bancas. Esse fluxo passa por uma série de filtragens que, na aparência colorida do produto final, disfarçam o suor e a dor humana que criaram seu valor. A face interna das empresas de notícias – sobretudo a atividade dos jornalistas – é repleta de manifestações sutis e talvez imperceptíveis para quem não as vive; revelá-las é desmitizar a crença de que os produtos, os produtores e a própria Indústria Cultural são substâncias acabadas, sem contradições (Ribeiro, 1994, p. 16)

Para Seabra (2003), entretanto, é difícil explicar para uma pessoa de fora da área jornalística o significado de uma redação de um veículo de comunicação. “Se as notícias não acontecem aqui, na redação, mas no mundo exterior; e se a decisão sobre o que será publicado não depende apenas dos jornalistas, o que é realmente uma redação?”, pergunta Seabra (2003, p. 107). O autor lembra que é simples definir o que acontece em um hospital ou em uma escola, mas é quase impossível definir e entender o que se passa internamente em um veículo de comunicação. Defendendo a idéia de que todos – não só jornalistas, cientistas sociais ou assessores de comunicação – deveriam interessar-se pelo conhecimento do jornalismo, da rotina de uma


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