Atividades de risco: exercícios para desenhar com liberdade

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atividades de risco

exercícios para desenhar com liberdade

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exercícios para desenhar com liberdade

orientação - irene peixoto julia ebel lopes

Querido leitor,

O livro que você tem em mãos é resultado de uma pulga atrás da orelha que o desenho causa em mim e em outras pessoas curiosas sobre o assunto.

Por que paramos de desenhar?

Por que uma ferramenta de expressão tão rica e utilizada pelas crianças simplesmente some na vida adulta? Nos raros casos em que permanece, é considerada algo restrito a artistas, pessoas que têm o “dom” de desenhar.

Por que o desenho não é, assim como a escrita, encorajado a todos e todas, independente da profissão que virão a desempenhar? Por que muitas vezes quem diz “não saber desenhar”, afirma também ser desprovido de criatividade?

É a partir destes e outros questionamentos que realizei uma pesquisa sobre a prática do desenho: seus primórdios na História, sua presença (ou ausência) nos sistemas socioducativos e a potência que essa ação têm no desenvolvimento humano.

Depois de ler e ouvir profissionais das artes, desenho, educação e filosofia, desenvolver oficinas práticas com públicos variados e participar como aluna de diversas aulas de desenho, cheguei a algumas conclusões sobre o que impede, no geral, o indivíduo de seguir desenhando após seu amadurecimento.

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A principal delas é que o adulto desenvolve ao longo dos anos um grande medo de errar. Desenhar, que na infância era uma brincadeira, torna-se uma tortura, pois não existe mais a possibilidade de erro, de improviso, de explorar diferentes alternativas. Os instrumentos de controle social tornam o corpo cada vez mais enrijecido e isolado da mente, bloqueando, muitas vezes, a confiança do indivíduo de fazer um simples rabisco.

Por isso, este livro é um convite ao improviso. Um convite a brincar com o desenho sem expectativa de resultado, mas explorando de forma experimental a beleza e riqueza do processo. Vamos descobrir o desenho como uma ferramenta possível para todos, de expressão, comunicação e percepção do mundo.

Nas páginas a seguir você encontrará uma série de atividades que incentivam o público a perder o medo do papel em branco. A abordagem lúdica e coletiva busca criar essa intimidade do participante com a prática de desenhar. Aqui, o objetivo não é chegar a desenhos realisticamente perfeitos, mas sim descobrir o desenho como possibilidade.

A escolha de fazer um livro de atividades coletivas foi feita porque notei, através da pesquisa, como a dinâmica grupal torna o processo mais divertido e lúdico. Enfrentar possíveis bloqueios individuais relacionados ao desenho é mais leve quando se é feito em grupo. Além disso, a união de mentes e mãos com expressões diferentes enriquece muito a criatividade individual e coletiva dos participantes.

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A ordem das dinâmicas foi pensada cuidadosamente para conduzir o público pelo processo, tirando-o da sua zona de conforto mas tomando o cuidado de não assustar. As atividades iniciam na abstração e se tornam, aos poucos, mais figurativas. Assim, o participante entende a diversão e a riqueza do processo antes de se ater aos resultados. No entanto, é claro que você, professor, orientador, facilitador, tem a liberdade de adaptar a ordem e as particularidades dos exercícios da forma que considerar mais relevante para o seu grupo.

Ao estimular o desenho, desenvolve-se também a coordenação motora, o aguçamento da visão, o aprofundamento da sensibilidade e do pensamento visual, entre muitas outras habilidades e competências. Estimula-se, acima de tudo, o reconhecimento da potência criativa de cada um. Assim, as dinâmicas não devem ser restritas a “desenhistas” ou “não desenhistas”. Todos têm muito a ganhar com a prática do desenho.

Agora é hora de pegar o papel, lápis, tinta… e dar lugar ao improviso.

Vamos?

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Obs: Se for do interesse do facilitador introduzir técnicas de desenho ao grupo, recomenda-se aliar as dinâmicas a seguir a explicações sobre luz, sombra, perspectiva, escala, sendo necessário complementar a leitura. Este livro foca em dinâmicas que introduzem a prática do desenho de forma lúdica ao público e não se aprofunda, portanto, em seus aspectos técnicos.

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AQUECENDO

Antes de começarmos… Como está a sua postura? E a respiração?

Desenhar é uma prática do corpo todo! Olhos, mãos, pulsos, braços, coluna, cabeça, pescoço... Muitos desenhistas experientes desenham com o sovaco, ao invés do pulso, mexendo bem o braço! O corpo inteiro precisa estar consciente no processo.

Assim, vamos iniciar a oficina alongando o corpo, soltando as tensões, acordando os músculos. Essa atividade vai possibilitar conectar o corpo com a mente, trazendo uma consciência maior à sua presença no espaço e, consequentemente, à presença do desenho no espaço do papel.

Além disso, desenhar muitas vezes faz a pessoa se curvar sobre a mesa e, quando percebe, já está há horas com a coluna toda torta, os pés em cima da cadeira… Ninguém quer ficar com dor nas costas, né?

Por isso, antes de começar as atividades com o seu grupo, a dica é fazer todo mundo soltar o esqueleto. E a participação do facilitador na atividade é obrigatória para dar o exemplo! Vamos liberar as tensões e ativar o corpo para mergulhar no desenho.

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AQUECENDO

vai, se mexe!

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Escolha uma playlist de músicas gostosas e aperte o play!

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Convide o grupo a formar uma roda, de pé, com o corpo relaxado. Se puderem ficar descalços, melhor ainda.

Comece o alongamento! Sugestões:

- Alongar os braços, um de cada vez, puxando cada um para o seu lado oposto.

- Girar o pescoço devagar, para um lado, depois para o outro. Abrir levemente a boca quando a cabeça estiver jogada para trás, para não forçar o pescoço.

- Inspirar e abrir bem os braços para os dois lados, esticando lá em cima para, ao expirar, soltar o corpo todo em direção ao chão, relaxando bem a coluna. Ao subir novamente, desenrolar a coluna lentamente, vértebra por vértebra. A cabeça é a última que sobe.

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Andando pelo espaço. Deixa a música guiar o corpo e vai!

Andar rápido, devagarinho, agachado, de costas… Ocupar o espaço de formas não convencionais, não burocráticas! Quando passar por alguém, interagir com essa pessoa. Prestar atenção aos próprios passos, nos espaços vazios na sala e em formas de preenchê-los.

Aos poucos a música e o movimento vai diminuindo, a roda é formada novamente e as orientações para o primeiro exercício de desenho são dadas.

Nessa atividade ocupamos os espaços de formas não convencionais, nos movendo para além do objetivo de chegar de um ponto a outro. A

ideia é que, nas atividades que se seguem, os participantes ocupem o papel dessa forma: como um parque de diversões, um universo de experimentações e possibilidades não óbvias.

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DESENHO CEGO

Uma folha em branco pode ser assustadora, né?

Vamos começar esta atividade enfrentando ela de olhos fechados, se conectando com outros sentidos do corpo humano, para ir ganhando intimidade com o papel aos poucos.

O Desenho Cego é proposto como atividade inicial justamente para quebrar, logo de início, qualquer necessidade de controle sobre o resultado do desenho. Para fazer a atividade, é necessário soltar-se no papel, sem pensar nas consequências.

São quatro exercícios de 3 minutos cada, que tiram os participantes do lugar comum e os transportam a uma viagem pelos seus próprios sentidos, trazendo à tona a audição, o tato e a visão.

Aconselhe o grupo a respirar fundo e deixar qualquer preocupação de lado.

Não será um espaço de julgamento, e sim de exploração da criatividade.

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desenho cego

despertando os sentidos

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Colocar a música Channels and Winds (Ravi Shankar e Philip Glass) para tocar em volume alto. Todos os participantes fecham os olhos e desenham o que sentem ao ouvir a música. Nesses 3 minutos, a proposta é focar nas sensações e movimentos que aqueles sons lhes sugerem.

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Em uma nova folha, novamente de olhos fechados e durante 3 minutos, agora sem música, imaginar qualquer objeto e desenhá-lo, sem abrir os olhos.

Com os olhos abertos, em 3 minutos, olhar fixo para um objeto e desenhá-lo sem ver o papel.

Não vale roubar!

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4 Finalmente, desenhar o colega à frente sem olhar para o papel. Essa atividade provavelmente gerará mais resistência, por conta das possíveis frustrações com o resultado e constrangimento com o colega desenhado.

No entanto, a atividade ajuda muito a estimular o olhar, a atenção, e até a conexão com outros participantes da turma. É interessante avaliar o grupo para entender se vale a pena realizar a atividade - insistindo que não existem resultados certos ou errados - ou deixar para um momento posterior, em que a turma já esteja mais aberta.

Material sugerido:

Giz pastel oleoso, por sua textura e oleosidade que despertam sentidos diferentes do que o convencional lápis grafite. Quatro folhas A4 (tamanho mínimo) para cada participante. Cada atividade deve ser feita em uma folha diferente. Estimular desenhos grandes.

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CORTA & COLA

É hora do desapego!

É importante que o grupo já entenda, logo de cara, que não importa muito o resultado final do desenho. Queremos ver seus desenhos, claro, mas especialmente investigar como estes são fabricados.

Quais os momentos de dificuldade e quais os de divertimento? Em quais momentos surgem novas ideias? Como são as trocas com os colegas? Como o grupo observa e interfere no espaço a partir dos seus desenhos?

Todos esses pontos são mais relevantes neste momento do que o desenho como representação realista.

Portanto, para transmitir de uma vez essa mensagem, vamos pedir aos participantes que coloquem os quatro desenhos da atividade anterior lado a lado e observem bem suas diferenças. Faça perguntas sobre o processo, resultados, estimule o debate em torno do que foi produzido. Essa troca é essencial para que o grupo tenha novas percepções e aprofunde sua presença.

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corta & cola

desapega! desapega!

Depois do debate, peça que escolham um desenho entre os quatro realizados na atividade anterior. Quando todos os participantes tiverem o papel decidido em mãos, oriente: - Agora, rasguem!

É possível que essa fala gere uma reação do público. Deixe-os reclamar, mas insista na orientação. Depois, traga uma prancheta ou cartolina grande e papéis coloridos e proponha uma colagem coletiva.

Esse momento lúdico vai trazer mais leveza para o grupo, que, através da brincadeira, fará uma criação coletiva, unindo mãos. A ideia dessa atividade é, além de propor o desapego ao resultado, estimular um entrosamento maior da turma, deixando-os mais descontraídos para as próximas atividades.

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EM UMA SÓ LINHA

em uma só linha deixa

fluir...

Segundo o artista Paul Klee, “desenhar é levar a linha para passear”.

A proposta desse exercício é fazer desenhos a partir da imaginação e das orientações dadas pelo facilitador, mas sem tirar o lápis do papel. Oriente o grupo a desenhar o que você falar. Não vale checar referências, o objetivo é criar a partir da imaginação e do próprio repertório.

O foco principal desta atividade é criar imagens em uma única linha, sem tirar o lápis do papel. A linha pode ir e voltar, aparecer de formas e com pesos diferentes, mas ela não deve ser interrompida. Com isso, os participantes serão obrigados a deixar o desenho fluir, sem chances de apagar possíveis "erros".

Sugestão: propor imagens figurativas surrealistas e/ou complexas, forçando os participantes a usar a memória e a criatividade. Exemplos:

- Orangotango tocando violoncelo

- Navio viking em uma tempestade

- Hipopótamo surfista;

- Ônibus voador

- Cama beliche de 7 andares

- Um beijo de cinema

- Um bloco de carnaval

- Uma casa debaixo d'água

Aproveite a atividade para explorar a pluralidade da linha, um dos elementos mais básicos do desenho, e incentivar o grupo a perceber suas infinitas variações. Uma linha pode ser dura, suave, fraca, tensa. Pode expressar movimento, sentimentos. Como é uma linha ansiosa, alegre, melancólica? A reflexão é interessante para, na hora de desenhar, traduzir as ideias para o papel.

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CADAVRE EXQUIS

Bem vindos ao mundo do Surrealismo!

A atividade a seguir foi inventada em 1925, em Paris, pelo grupo de artistas surrealistas Yves Tangui, Jacques Prévert, André Breton e Marcel Duchamp para gerar novas ideias, criando de forma colaborativa desenhos bizarros, inesperados e intuitivos.

O jogo consiste em um desenho coletivo no qual cada participante contribui sem saber exatamente o que os outros estão desenhando.

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cadavre exquis um exercício sem pé nem cabeça

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Cada pessoa começará um desenho em uma folha. O desenho deve ser feito no topo do papel em 45 segundos.

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O facilitador, em seguida, indica o fim do tempo e solicita que cada um dobre o papel, escondendo a maior parte do desenho e deixando apenas uma pequena faixa visível. A seguir, cada desenho deve ser passado ao participante à direita.

Cada pessoa, portanto, recebe a folha do participante à sua esquerda e, deduzindo o que está escondido sob o papel dobrado, continua o desenho de acordo com sua imaginação, repetindo o processo de dobra quando terminar os 45 segundos estipulados.

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O processo continua e cada folha é passada de mão em mão, sempre girando no mesmo sentido, até que o papel esteja completamente desenhado.

Ao fim da atividade, o grupo se reúne para apresentar. Cada participante irá desdobrar a folha e construir uma narrativa de acordo com o que for surgindo. O resultado é um desenho coletivo, misterioso e muitas vezes engraçado, que só será revelado aos seus criadores no fim da atividade.

Material sugerido:

Uma folha A4 para cada participante e canetas coloridas. É interessante que cada pessoa use uma cor, pois assim ficam nítidas as partes criadas por cada um no desenho.

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PASSADESENHO

Criar em conjunto é uma delícia.

Mas mais do que isso, é uma forma de aprender a ouvir as ideias do outro, dar voz às suas e, a partir desse debate, chegar a resultados inesperados.

O Passa-Desenho é um espaço para esse encontro. A ideia é que os participantes usem o desenho como forma de conversa, um momento para gerar composições diferentes a partir da criação coletiva.

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passa-desenho

tudo junto e misturado

Em seguida, todos os participantes passam o papel para a pessoa à sua direita.

O facilitador utiliza um cronômetro de 45 segundos para cada rodada da atividade.

Cada participante iniciará a dinâmica com uma folha em mãos e começará um desenho. A sugestão é que, nesse primeiro momento, o rabisco seja feito de olhos fechados, fazendo apenas uma forma abstrata.

Cada um deve agora, de olhos abertos, criar algo a partir do desenho já riscado no papel. Recomenda-se não espiar os desenhos que os outros colegas estão fazendo, para manter, assim, a surpresa da atividade.

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Depois dos 45 segundos, o facilitador indica que é hora de passar o desenho novamente para a pessoa da direita, que deve complementar o desenho que recebeu em mãos.

A dinâmica segue no mesmo fluxo por toda a turma até os papéis voltarem aos seus primeiros "donos". Por fim, cada participante revela ao grupo o desenho que recebeu.

Essa brincadeira provavelmente será uma das atividades com menor resistência por parte dos participantes, pois a criatividade é valorizada e não há cobranças de realismo. Além de ser uma dinâmica divertida, o Passa-Desenho também ensina a respeitar as ideias dos outros, aprender a criar conjuntamente e gerar, a partir da criação coletiva, resultados inovadores.

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DESENHO DE OBSERVAÇÃO

Finalmente chegamos ao clássico desenho de observação!

Desenhar o que se vê desenvolve uma série de habilidades de percepção, observação e coordenação. Além disso, é muito satisfatório traduzir sua visão de um espaço ou de um objeto para o papel.

Esse exercício, no entanto, pode trazer muitas frustrações. Afinal, existe uma cobrança de retratar realisticamente o objeto e há uma referência de certo e errado nessa representação.

Por isso, este livro traz a proposta como uma de suas últimas dinâmicas. A ideia é que todas as atividades que vieram anteriormente ajudem o público a liberar as mãos e o olhar, soltando-se das amarras da autocrítica paralisante para conseguir, assim, desenhar com confiança e desfrutar mais do processo.

O foco desta atividade é desenvolver um olhar mais sensível e atento aos detalhes. Os resultados não precisam ser realistas, o importante é explorar a percepção dos participantes, e como eles a expressam no papel.

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desenho de observação

afiando o olhar

Convide os participantes a sentar-se de forma confortável, com a coluna ereta, respirar fundo, observar bem o objeto a ser desenhado e começar!

Um dos grandes segredos para se sentir cômodo desenhando, é desenhar. Fazer o máximo de desenhos possíveis, se habituar com a prática de trazer a imagem para o papel.

Por isso, a proposta é fazer desenhos curtos e dinâmicos de um mesmo objeto, com duração de 1, 3 e 5 minutos. O participante não deve buscar realizar desenhos complexos e sim sintetizar, traduzir de forma simples o que se vê.

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Pegar uma folha A4 e traçar a essência do objeto no papel. As linhas básicas que formam aquele elemento.

Fazer um novo desenho, se atentando a estruturar um pouco mais a forma e notar detalhes que passaram despercebidos.

Um novo desenho do objeto observado, dessa vez mais detalhado e, se possível, com um esboço de luz e sombra.

Minha dica é buscar deixar os participantes confortáveis com essa atividade, explicando que desenhar é um processo. O primeiro desenho pode não sair como gostaríamos, mas para isso existe o segundo, terceiro, décimo, centésimo desenho. A gente precisa seguir produzindo para que cheguem resultados.

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30 VERSÕES

Hora de ser versátil!

Depois de explorar diferentes formas de riscar o papel e pensar novas ideias, é hora de colocar o repertório desenvolvido em prática.

A proposta desse exercício, que finaliza nosso livro, é pedir aos participantes 30 representações diferentes de um mesmo objeto.

30? Não é muito? Não. Existem infinitas possibilidades de representar um mesmo elemento. Podemos variar cores, traços, técnicas, materiais, dimensões, estilos, pontos de vista e até a mensagem a ser comunicada por cada desenho.

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30 versões

explorando novas possibilidades

O designer estadunidense Filip Popa fez em 2022 uma coleção de 50 desenhos de cavalos, completamente diferentes entre si. Repare como todas as escolhas visuais do artista influenciaram nessa diversidade de resultados. Popa explora técnicas como a aquarela, o grafite, a colagem e a pintura digital, entre outras, mas varia também na temática, trazendo a ideia do cavalo através de sua caveira, caricaturas, representações realistas e até o símbolo do animal como peça de xadrez.

É claro que a atividade se torna muito mais fácil se for somada a ensinamentos sobre ponto, linha e forma e a oficinas de técnicas variadas como aquarela, pastel, cerâmica, entre outras. Quanto mais referências e estímulos criativos a pessoa tiver, maior o seu repertório e, consequentemente, a facilidade de criar novas imagens. No entanto, o próprio exercício estimula de forma intuitiva a expansão desse repertório. Quando confrontados com uma meta de 30 representações a ser alcançada, os participantes serão obrigados a pensar além do óbvio.

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Desenhar o objeto a partir de formas geométricas, com cores diferentes, criando a partir de uma mancha?

Desenhar com as duas mãos ao mesmo tempo, ou só com a mão não-dominante, ou de olhos fechados?

Pintar com tinta, com café, usando uma escova de dente como pincel?

Fazer uma escultura a partir de objetos, produzir uma colagem?

As possibilidades são infinitas. A ideia é que os participantes coloquem muito material na mesa, pensem diferente e criem, criem, criem, fazendo surgir novas ideias.

Ilustrações: Filip Popa

Obs: O número de criações pode ser maior ou menor que 30, de acordo com o perfil e a disponibilidade do grupo em questão. Uma

sugestão, em caso de restrição de tempo, é estimulá-los a criar ao menos cinco versões durante a oficina, e depois levar o resto da atividade para casa.

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anotações

reflexões, observações, pensamentos, rabiscos... o espaço é seu!

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Este livro é o resultado final do Trabalho de Conclusão de Curso de Julia Ebel

Lopes para o curso de Comunicação Visual Design da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob orientação de Irene Peixoto.

Se você se interessou e deseja ler a monografia, entra em contato comigo! A pesquisa não terminou por aqui, e a ideia é levar esse debate adiante.

Tem sugestões, comentários, feedbacks, relatos?

Manda um email para ebelopesju@gmail.com e vamos conversar!

Atividades de Risco é um incentivo a fazer que o desenho seja tema de todos.

Topa o desafio?

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REFERÊNCIAS

AQUECENDO O CORPO

Disciplina de Desenho de Observação 1 - FAU UFRJ, professores Rafael Fonseca e Gustavo Racca (2023)

DESENHO CEGO

Primeira etapa: Setor educativo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2015).

Quarta etapa: Disciplina de Desenho de Observação 1 - FAU UFRJ, professores Rafael Fonseca e Gustavo Racca (2023)

CORTA & COLA

Setor educativo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2015).

UMA LINHA SÓ

Oficina Desenho sem medo do professor André Dahmer, na Biblioteca Parque do Rio de Janeiro (2022).

CADAVRE EXQUIS

TATE. Cadavre Exquis (Exquisite Corpse). Tate, UK. Disponível em: < https://www.tate.org. uk/art/art-terms/c/cadavre-exquis-exquisite-corpse>. Acesso em: 7 dez. 22.

30 VERSÕES

POPA, Filip. 50 horses: Illustration Explorations. Disponível em: https://filipwithanf. com/50-horses-illustration-explorations. Acesso em: 27 jun. 2023.

Os desenhos que deram origem às capas dos capítulos Desenho cego, Corta & Cola, Cadavre Exquis, Passa-desenho e Desenho de Observação foram gentilmente cedidos pelos participantes das oficinas práticas realizadas.

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