18 Região Brasilândia
www.arquidiocesedesaopaulo.org.br 25 de fevereiro a 5 de março de 2014
Fraternidade e tráfico humano é tema de formação Centenas de pessoas estiveram no evento regional que refletiu a temática da Campanha da Fraternidade de 2014 Renata Moraes
Colaboradora de comunicação da Região
No sábado, 15, agentes de pastoral reuniram na-se Paróquia BRASILÂNDIA Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã, para refletir sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2014: “Fraternidade e Tráfico Humano”, e o lema “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A equipe regional da CF2014 propôs a contextualização do tema de acordo com o objetivo geral da CNBB: “Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humanas, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”. Na abertura do encontro, o padre Reinaldo Torres, assessor da CF-2014 na Região, alertou sobre a importância do tema. “Infelizmente, muita gente em nossas comunidades pensa que o tráfico humano é coisa de novela, mas não é. O tráfico humano está presente em nossas comunidades e, muitas vezes, não temos uma resposta de amor e compaixão para nos colocarmos ao lado das pessoas traficadas. Nós temos que construir juntos um processo que lhes devolva a dignidade e a liberdade de filhos de Deus.” agenda regional
Sexta-feira (28), 19h30 Missa de posse do padre Luciano Andreol, da Congregação dos Padres Monfortinos, como pároco da Paróquia Santa Rosa de Lima, em celebração na qual também será apresentado como vigário paroquial o padre Taddeo Pasini. A celebração será no Centro Comunitário Padre Guilherme Kuypers (rua Dona Rosina, 235, Perus).
A formação foi divida em quatro pontos: “A fundamentação bíblica”, assessorado por Antônio Claro Leite, advogado e professor; “O tráfico humano”, por Heidi Ann Cerneka, da Pastoral Carcerária Nacional; “Tráfico de órgãos”, com a irmã Antonieta Abreu, da Rede Nacional Um grito pela vida; e “A exploração de crianças e adolescentes”, assessorado por Sueli Camargo, da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo. Baseado no texto de Gála-
tas 5,1, – “É para a liberdade que Cristo nos libertou”, o assessor Antônio refletiu sobre os aspectos bíblicos. “É preciso que usemos de misericórdia e compaixão para resgatar a dignidade da pessoa traficada.” Sobre o tráfico humano, a assessora Heidi, da Pastoral Carcerária Nacional, mencionou depoimentos de pessoas que foram presas por terem sido enganadas pelos aliciadores. “A vulnerabilidade, a carência humana e o desejo de melhorar suas condições de
vida são um dos motivos que levam as pessoas a cair nas armadilhas dos aliciadores e traficantes de pessoas.” A irmã Antonieta, que atua contra o tráfico de pessoas, discorreu sobre a realidade do tráfico de órgãos em nosso País. “O tráfico de órgãos ainda é desconhecido, mas muito presente em nossa realidade, principalmente em casos de crianças desaparecidas. O papel da Igreja e da sociedade é informar, advertir e prevenir.” Para Sueli Camargo, da Pas-
toral do Menor, “a exploração sexual e o trabalho escravo são um dos maiores índices que atingem as crianças e adolescentes, pois eles estão entre as vítimas mais vulneráveis”, avaliou. Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, também esteve presente e expressou a importância de debater o tema na Região, que também sofre com o tráfico humano. O encontro foi finalizado com a Oração da CF2014. Renata Moraes
Agentes de pastoral são animados pela equipe regional da CF-2014, durante a manhã do sábado, 15, na formação sobre o tráfico humano
palavra do bispo
A oração de Elias, o profeta Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
Dom Milton Kenan Júnior
Elias, o primeiro dos grandes profetas de Israel, atuou no tempo do rei Acab e Acazias, reis de Israel (874-855a.C.). O nome Elias significa “O Senhor é o meu Deus”. Viveu num período de grande apostasia (abandono da fé), quando a idolatria alcançava índices jamais vistos em Israel. Elias é considerado o pai dos profetas, “daqueles que procuram a Deus, dos que buscam a sua face” (Sl 24,6). De fato, toda a vida de Elias é não só para chamar o povo ao verdadeiro Deus; mas é, também, marcada profundamente pela oração, a tal ponto que São Tiago, na sua carta para estimular a oração, se refere ao profeta Elias dizendo que “a
oração fervorosa do justo tem grande poder” (Tg 5, 16-18). Toda a vida de Elias é apresentada como um constante caminhar, de um lado para outro, ditada sempre pela ordem do Senhor. O Senhor diversas vezes repete ao profeta: “Levanta-te e vai... Levanta-te e come... pois, o caminho te será longo demais... Vai, retoma o teu caminho...” (1Rs 17,9; 19,7; 19,15). O caminho que Elias percorre é sempre sustentado pela oração: “Por ocasião do sacrifício do monte Carmelo, prova decisiva para a fé do Povo de Deus, foi por sua súplica que o fogo do Senhor consumiu o holocausto, ‘na hora em que se apresenta a oferenda da tarde’: “Responde-me, Senhor, responde-me”, são as mesmas palavras de Elias que as liturgias orientais repetem na epiclese eucarística” (CIC 2583; cf. 1Rs 18, 20-39). É célebre e, ao mesmo tempo, de uma beleza extra-
ordinária, o encontro de Elias com o Senhor sobre o Horeb (cf. 1Rs 19, 9-18). O Senhor o surpreende revelando-se não nos moldes como se revelara a Moisés em tempos passados naquela montanha, com fogo e tremor; mas, servindo-se de uma brisa suave que acaricia lhe o rosto, para sustentá-lo na sua missão. Se “a adoração do ídolo, em vez de abrir o coração humano à alteridade, a uma relação libertadora que permita sair do espaço limitado do próprio egoísmo para aceder a dimensões de amor e de dom recíproco, fecha a pessoa no círculo exclusivo e desesperador da busca de si mesmo” (Bento 16, Catequese 15/06/2011); Elias demonstra que a adoração a Deus é fonte de liberdade e de vida sem limites para o crente. Só em Deus, as pessoas encontram a liberdade e a vida que almejam! Só em Deus, encontra-se a paz!
A oração, na perspectiva como vive o profeta Elias, é sempre um convite à conversão: “O fogo de Deus que transforma o nosso coração e nos torna capazes de ver Deus e, assim, de viver segundo Deus e de viver para o próximo” (Bento 16, ibidem). A saga de Elias é também uma imagem do próprio Cristo, e do discípulo verdadeiro. Aquele fogo que abrasou o profeta Elias na sua trajetória (cf. Eclo 38,1); é o mesmo que vai orientar Jesus até a cruz, até o dom de si mesmo, e desperta também o coração do que crê: “O fogo de Deus, o fogo do amor consome, transforma e purifica, mas precisamente por isso não destrói, mas, ao contrário, cria a verdade do nosso ser, volta a criar o nosso coração. E assim, realmente vivos pela graça do Espírito Santo, do amor de Deus, somos adoradores em espírito e verdade” (Bento 16).