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HUMOR | SHOWS DE STAND-UP
from Cultcom #5
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1. O humorista Tiago Carvalho, duarante um show na “Cia do Stand-Up”
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2. A comediante Arianna Nutt, que faz stand-up desde 2015

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histórias ultrapassam ou não algum limite, o que leva à questão do que é politicamente correto no humor. “Acho que piada é piada e ponto final. Você tem que ir atrás de punir quem matou, quem roubou, e não do humorista. Tem muita gente de gravata aí que devia estar na cadeia e não está. O politicamente correto é um desserviço não só para comédia, mas para o desenvolvimento humano mesmo”, afirma Carvalho.
Comediante desde 2015, Arianna Nutt acredita que, em meio à polêmica dos limites do humor, há um lugar de fala que precisa ser respeitado. “O negro pode falar de negro, o nordestino pode falar de nordestino. O mundo está mudando como um todo, mas, apesar dessas mudanças, falar de politicamente correto na comédia é falar do limite do humor, e humor é humor, aí vai de você gostar ou não”, comenta. “As pessoas querem fugir da realidade delas, e o humor proporciona isso. Quando você assiste o stan-up, está ali na realidade de outra pessoa, rindo e se divertindo. É isso que faz o stand-up se manter vivo”, complementa Ariana. c +
Divirta-se com esses shows de stand-up
“Desbocada”
Bruna Louise brinca com os defeitos dos homens e enaltece as qualidades da mulher
“Coisa de Preto”
Formado por comediantes afros, traz aos palcos textos autorais e representativos
“Uma Tarde com Fábio Porchat” Comédia reúne as situações mais hilárias vividas pelo apresentador
“Tá Embaçado”
Fábio Rabin renova a piada ao mostrar como escapar da rotina para salvar o relacionamento
Fotos Divulgação
Poesia para resistir
Slams se firmam nos mais diversos espaços e mostram como a voz que vem da perifeira se expressa para tratar de temas como racismo e violência
_ POR AUDREY ARANTES
DECLAMAR VERSOS EM alto e bom som sempre foi libertador, os poetas que o digam. Mas para a nova geração, em especial aquela que cresce nas perifeiras, a poesia tornou-se um ato de resistência. Por isso, muitos jovens têm se reunido no chamado no slam, competição que usa poemas para debater temas do cotidiano, como racismo e violência.
O slam é um movimento que se iniciou em Chicago (EUA), na década de 1980, como uma vertente do hip hop e da cultura urbana. Hoje, a competição está presente em mais de 500 comunidades ao redor do mundo e há uma década tem atraído brasileiros.
Em Guarulhos (SP), o Slam do Prego tem se destacado ao realizar apresentações mensais com batalhas de poesias em praças públicas. Os embates são realizadas todas as segundas-feiras na praça Presidente Getúlio Vargas, no Centro. O evento é aberto ao público.
O slam tem roteiro próprio: uma hora para apresentação de poesias, música, dança, performances e lançamentos de livros. Depois, 15 minutos de pocket show musical para, depois, iniciar a batalha que, geralmente, é gravada para o canal do grupo no YouTube.
Para participar da competição é preciso ter no mínimo três poemas autorais com duração máxima de três minutos. Todos os poetas se inscrevem na hora e devem recitar suas poesias sem acompanhamento musical ou uso de figurinos, ou seja, somente a palavra falada. Um júri popular é formado durante a batalha, sempre respeitando a diversidade de gênero. São julgadas as poesias, analisando o conteúdo poético, bem como a maneira como os versos são ditos e apresentados ao público.
Assim, o slam torna-se mais do que uma roda de poesia. “O slam é potente, porque é, antes de tudo, um movimento sociocultural. É representado pela poesia marginal, a cultura latente que acontece nas margens da cidade, a voz da quebrada, de resistência, a voz do oprimido, a liberdade das ruas, a potência da ocupação do espaço público”, explica Monique Martins, conhecida como Amora, uma das fundadoras do Slam do Prego.
Cada competição vale vagas para