Jornal de Fato

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6 GERAIS/OPINIÃO

DOMINGO, 15 de agosto de 2021

CAFEZINHO COM CÉSAR SANTOS

cesar@defato.com

Getúlio Rêgo

‘Estou motivado para disputar minha 11ª eleição’ Por César Santos - FOTOS: CEDIDAS

O deputado Getúlio Rêgo está há 38 anos ininterruptos ocupando mandato eletivo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). Eleito pela primeira vez em 1982, com votação concentrada em cidades como Pau dos Ferros, Portalegre, Umarizal, Caraúbas, Riacho da Cruz, entre outras, Getúlio reelegeu-se para as legislaturas de 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. E o parlamentar não pretende deixar a política. Pelo menos não agora. Na entrevista da semana da seção “Cafezinho com César Santos”, Getúlio Rêgo afirma que está motivado para disputar a sua 11ª eleição, no pleito de 2022. “Apesar da idade mais avançada, graças a Deus tenho uma boa saúde física, mental e uma grande disposição para trabalhar”, disse. Na conversa que você confere a seguir, na íntegra, o deputado, que é um dos fundadores do PFL (hoje DEM) no Rio Grande

Deputado, o senhor já tem uma definição do seu projeto político para as eleições de 2022? Qual vai ser o caminho que o senhor e o seu grupo tomarão? Nós estamos no aguardo da modificação da legislação eleitoral em discussão no Congresso Nacional para poder visualizar um cenário mais claro para as eleições de 2022. Por parte da população da minha região, ainda tem uma expectativa que a gente possa disputar a 11ª eleição em 2022 e eu estou motivado para isso, porque apesar da idade mais avançada, graças a Deus tenho uma boa saúde física, mental e uma grande disposição para trabalhar como médico. Após a estabilização dessa pandemia do coronavírus, nós estamos progressivamente retomando as atividades no interior do estado e esperamos que até o final do ano tenhamos em toda plenitude a possibilidade de exercer a profissão de médico de forma integral, principalmente nas minhas viagens ao interior do estado. O senhor já tem uma posição se vai disputar um novo mandato pelo partido tradicional do

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do Norte, destaca sua lealdade ao partido e o desejo de permanecer filiado à legenda na disputa do próximo. A entrevista foi gravada antes da votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de reforma eleitoral que autoriza o retorno das coligações proporcionais em 2022, medida defendida por Getúlio Rêgo. “Se não houver mudança drástica em função da proibição das coligações, está no nosso horizonte a possibilidade de fazer uma migração partidária”, chegou a afirmar o deputado. Também na conversa, Getúlio Rêgo afirma que é cedo para avaliar a gestão da prefeita Marianna Almeida, de Pau dos Ferros, mas lamenta que projetos iniciados pelo ex-prefeito Leonardo Rêgo tenham sido paralisados. Por fim, o deputado destaca que o nome de Leonardo está no tabuleiro eleitoral de 2022. Acompanhe.

Eu ficaria muito feliz se pudesse permanecer no partido, cultivando essa tradição de equilíbrio dentro da estrutura partidária

qual o senhor faz parte desde a década de 1980 ou há a possibilidade do senhor mudar de partido para viabilizar a sua reeleição? Na minha visão, farei todo o esforço para preservar a minha coerência partidária. Eu fui membro da formação do Partido da Frente Liberal (PFL) em 1985, sob a liderança do então governador José Agripino e hoje presidente estadual do Democratas, que sucedeu ao PFL, e uma das coisas que eu mais cultivo é manter a lealdade, a fidelidade e a coerência partidária. Então ficaria muito feliz se a mudança na legislação eleitoral possibilitasse disputar pela 11ª vez uma eleição para deputado estadual no mesmo abrigo partidário, mas evidente, tendo em vista se não houver mudança drástica em função da proibição das coligações, está no nosso horizonte a possibilidade de fazer uma migração partidária para fortalecer a perspectiva de mais uma vez conquistar o mandato como representante do povo do Rio Grande do Norte na Assembleia Legislativa. O senhor já discutiu essa condição com o presidente do partido, o ex-

senador José Agripino Maia? Sim, tivemos uma conversa pessoal íntima e manifestamos isso. É evidente que nós temos que ter a humildade de reconhecer a fragilidade da nossa agremiação no estado, em função dos últimos resultados eleitorais. Fazendo uma autocrítica dessa nova situação, nada melhor do que reconhecer as limitações em poder disputar uma eleição para deputado estadual de forma isolada, sem uma nominata que garanta atingir o quociente eleitoral exigido pela legislação. Eu tenho informações que a matéria eleitoral que tramita no Congresso tem boas perspectivas de mudança e isso aí me daria o conforto de permanecer no partido, preservando a minha total coerência partidária, que tenho exercitado ao longo dos anos. Ou seja, se se estabelecer o “distritão” puro, aquele onde são eleitos mais votados, o senhor permanecerá no DEM, do contrário o senhor buscará a melhor possibilidade? A política é muito dinâmica, ninguém sabe como é que vai ser o rumo da política no próximo ano ainda, principalmente nessa ainda indefinição da nova legislação ou a preservação do atual modelo de representação proporcional. Eu ficaria muito feliz se pudesse permanecer no partido, cultivando essa tradição de equilíbrio dentro da estrutura partidária e de valorizar muito aquilo que a gente tem sempre colocado como bandeira da nossa luta, preservar a legitimidade de mandatos, adquiridos através da representação partidária e dizer da nossa satisfação de termos sido protagonista de mudanças importantes na vida política nacional, quando representante como delegado da Assembleia do Rio Grande do Norte no colégio eleitoral que reelegeu Tancredo Neves nas eleições em que derrotou Paulo Maluf.

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