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CÉSar SaNTOS
from JORNAL DE FATO
cesar@defato.com
ELE ESTÁ DISPOSTO a TUDO
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Oprefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) vive o seu momento mais delicado sob o ponto de vista administrativo e político. A popularidade despencou no mesmo ritmo que os problemas aumentaram, principalmente aqueles que afetam o tecido social mais vulnerável.
O primeiro quadrimestre encerrado hoje foi sofrível e desgastante. Três áreas vitais atingidas por falta de gestão: saúde, educação e infraestrutura.
A saúde virou manchete negativa nos veículos de imprensa e repercutiu nas plataformas eletrônicas. Dois eventos graves: a destruição de uma Unidade Básica de Saúde na localidade rural Barrinha, com a imagem de um médico receitando uma paciente na sombra de uma árvore; e um tomógrafo de última geração encaixotado há 8 meses, enquanto as pessoas necessitadas formam fila indiana à espera de exames.
Na educação, a greve dos professores expôs as vísceras da crise na rede municipal de ensino, descontruindo por completo a propaganda enganosa da “Mossoró Cidade Educação”. O prefeito comprou a briga com os professores e impôs a sua decisão pessoal de não honrar a lei do piso salarial, negando o reajuste de 14,95%. Por consequência, viu o movimento crescer nas ruas, com um mascote indigesto, o boneco “Judallyson”, que fez estragos na imagem do gestor municipal.
A infraestrutura da cidade, completamente avariada, arregaçou um processo de destruição que vinha sendo escondido pela maquiagem de ocasião. Bairros inteiros de Mossoró estão castigados por buracos, lama e mato. Conjunto Vingt Rosado, Bela Vista, Nova Mossoró, Odete Rosado, Lagoa do Mato/Alto do Xerém, Avenida Lauro Monte e tantos outros são um retrato do caos. As denúncias de abandono nessas comunidades pipocam todos os dias.
O prefeito tem a consciência e pesquisas em mãos que atestam a crise e a popularidade em baixa. Por isso, decidiu recuar, principalmente porque não tem, no momento, recursos disponíveis para resolver os problemas. O dinheiro do Finisa acabou, assim como os milhões de reais das emendas parlamentares do ex-deputado federal Beto Rosado (PP). Ele recebeu a Prefeitura com quase 200 milhões de reais para obras e serviços, montante suficiente para andar tran - lUiZ iNÁCiO lUla Da SilVa Presidente do Brasil
TÚNEl DO TEMPO MUlHEr
Foi num feriado de 1º de maio, em 1972, que a cidade de Mossoró recebia a programação de televisão em cores. Coube à Teleson, de Francisco Alves Maia, colocar as imagens no ar, a partir de antena instalada na Serra Mossoró. A novidade chegou antes do que em Natal, capital do estado. Durante o decorrer da transmissão inédita, o centro da cidade de Mossoró recebeu grande público.
Marianna Almeida, prefeita de Pau dos Ferros, assumiu protagonismo no Movimento das Mulheres Municipalistas (MMM), dentro da Confederação Nacional dos Municípios. Como representante das prefeitas norte-rio-grandeses e como primeira mulher eleita prefeita na capital do Alto Oeste, ela tem fortalecido o debate em torno da luta para inserir mais mulheres na vida pública do país.
quilo nos dois primeiros anos de gestão. Agora, Allyson precisa de dinheiro novo.
O pedido de empréstimos junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 200 milhões, foi a solução encontrada. Se conseguir, Allyson Bezerra terá estrutura financeira para voltar às urnas e bancar o projeto de reeleição. Do contrário, enfrentará enorme dificuldade para pedir um segundo mandato ao eleitor mossoroense.
É importante observar que o prefeito está disposto a tudo, inclusive, comprometer a saúde financeira do município. O empréstimo que ele pediu à Caixa tem taxa de juros de 135,27%, o que levará a Prefeitura a pagar 185 milhões só de juros, quase o mesmo valor do dinheiro que pegará emprestado. A soma final chegará a 385 milhões de reais.
Não custa lembrar que o município de Mossoró já tem outros compromissos financeiros para cumprir pelos próximos 10 anos, que ultrapassam os 600 milhões de reais. Se somados com 385 milhões do novo empréstimo, caso a Caixa conceda, a Prefeitura somará de contas a pagar mais de R$ 1 bilhão, ficando com o futuro comprometido.
O fato é que Allyson não se importa com o futuro da cidade, mas, sim, com o seu futuro político. Ele quer se reeleito em 2024 para alimentar o sonho de ser governador. E está disposto a tudo, inclusive, quebrar Mossoró.
PaUTaDO
O processo que pede a cassação da chapa do PSDB de Mossoró nas eleições 2022 está na pauta do TSE do dia 9 de maio. O partido é acusado de usar "laranjas" para completar a cota de gênero. Ganhou na primeira e segunda instância. No julgamento, está em jogo o mandato da vereadora Larissa Rosado, hoje filiada ao União Brasil.
a CaMiNHO
Outro processo que está pronto para entrar na pauta do TSE envolve o PSC de Mossoró, também por suposta fraude à cota de gênero. Os vereadores Naldo Feitosa e Lamarque Oliveira estão com mandatos em jogo. O processo entrará na pauta de maio; falta definir a data.
ESTaMOS DE OlHO
O jornal Gazeta do Oeste foi lançado nesta data, em 1977, e circulou por quatro décadas a partir de Mossoró. O impresso que por longos anos foi a casa deste jovem repórter, deixou de circular em 2016.
A Aneel decidiu manter a bandeira verde de energia elétrica no mês de maio, com isso, o consumidor continuará sem pagar taxa extra. A conta de luz está sem essas taxas desde o fim da bandeira de escassez hídrica, em abril de 2022.
A Band, que comprou os direitos do Brasileiro da Série B, exibe hoje o clássico nordestino entre Ceará X ABC. O confronto válido pela terceira rodada será exibido para todo o país.
A campanha "Maio Amarelo" em Mossoró será aberta nesta segunda-feira, 1º, com passeio ciclístico organizado pela Secretaria Municipal do Trânsito e da Mobilidade Urbana. A largada será na Avenida Rio Branco - Corredor Cultural, às 15h.
Em razão do feriado do Dia do Trabalhador, nesta sexta-feira, a edição impressa do Jornal de Fato voltará a circular na quarta-feira, 3. O leitor poderá acompanhar a cobertura jornalística do feriadão no portal defato.com. Acesse.
Maio começa nesta segunda-feira, 1 º , com a expectativa em Mossoró de entrar em funcionamento o tomógrafo que a Prefeitura mantém encaixotado há 8 meses. A gestão Allyson Bezerra garante que o aparelho vai começar a atender a população no mês que está começando. Estamos de olho.
TrabalHaDOr
A partir desta segunda-feira, 1 º de maio, o salário-mínimo passa a valer R$ 1.320. O presidente Lula a Medida Provisória dentro das celebrações do Dia do Trabalhador. A MP terá validade de seis meses, mas o Congresso deve votar a medida sem resistência.
Neste mês, a Índia está ultrapassando a China em tamanho de população, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, pela primeira vez em séculos, a China está deixando de ser a nação com mais cidadãos, e a Índia assume esse posto. A data exata desta mudança no ranking de países mais populosos não foi informada, mas a ONU previa que isso ocorreria até o fim de abril. A Índia tem 1,428 bilhão de habitantes, enquanto a China possui 1,425 bilhão.
Desde 1950, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a contabilizar os tamanhos as populações do país do mundo, a China sempre foi a nação mais populosa do planeta.
A China provavelmente já era o país mais populoso por centenas de anos antes: estima-se que em 1750 havia 225 milhões de chineses, o que a tornava a mais numerosa do globo naquele ano.
POr QUE MUDOU?
A China tem uma população envelhecida e com crescimento estagnado. Nos anos 1980, a China instaurou a política do filho único. Um dos resultados foi a estagnação do crescimento, mesmo depois do fim da política do filho único. Agora a população chinesa está prestes a encolher. As projeções apontam que em 2050 a população chinesa vai ser 8% menor do que a atual.
E a ÍNDia?
A Índia tem uma população muito mais jovem, uma taxa de fertilidade mais alta e uma queda na mortalidade infantil nas últimas três décadas.
A Índia tem mais bebês nascidos a cada ano do que em qualquer outro país, enquanto na China há mais mortes a cada ano do que nascimentos, disse Dudley Poston, Jr., professor emérito de sociologia na Texas A&M University. A população indiana deve continuar crescendo e deve atingir o pico em 2064, com 1,7 bilhão de pessoas — cerca de 50% maior que a população projetada da China.
A Índia também teve uma política para tentar diminuir o ritmo de crescimento da população: nos anos 1970, houve programas de esterilização em massa. Durante a gestão de Indira Ghandi (ela governou em dois mo - mentos, de 1966 a 1977 e de 1980 a 1984, quando foi assassinada), homens eram forçados a fazer vasectomias (se eles se recusassem, enfrentariam perda de salários ou até de empregos). A polícia prendia homens pobres nas estações de trem e os forçava a passarem por uma vasectomia.
A Índia, no entanto, é uma democracia; Indira Ghandi perdeu a reeleição e, assim, esse programa acabou. A fertilidade da Índia caiu, mas menos, e mais lentamente do que a da China.