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Lugar de origem
from JORNAL DE FATO
P – Inicialmente, o Gaspar seria interpretado por Rafael Cardoso, que deixou o elenco da novela pouco antes do início das gravações. Como chegou até você a oportunidade de viver o vilão da trama?
R – Eu estava no finalzinho das férias com as crianças. O convite veio para já começar gravando. Não cheguei a falar com o Rafael, mas ele é um grande colega e amigo. Está sendo uma delícia viver esse personagem e cá estamos para defender o Gaspar. Feliz de gravar uma novela do início ao fim logo depois dessa loucura de pandemia e de todo esse horror que vivemos nos últimos anos. Muito bom reencontrar colegas e amigos. Gosto muito de estar em novela de época.
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P – Por quê?
R – Sempre faço novelas de época, né (risos)? Meu primeiro trabalho na tevê foi de época. Fiz muitos e adoro fazer. Adoro as circunstâncias de uma novela de época, o mergulho que sugere em outro tempo, a pesquisa de comportamento.
“Amor Perfeito” traz uma época muito interessante. Os anos 1930 e 1940 são muitos ricos. É uma época muito efervescente.
P – Sua última novela, inclusive, havia sido “Orgulho e Paixão”, que foi ao ar em 2018. Você estava com saudade do formato dos folhetins?
R – Acho normal ficar um tempo distante das novelas. Fiquei esse período lidando com a vida de outra forma e em outro lugar. Tive um privilégio que muitos de nós não temos. Nunca fiquei aflito por não estar em uma novela inteira. Acho que as coisas caminhavam do jeito que tinham de ser. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, eu estaria de volta. Até escutava de algumas pessoas na rua questionamentos de quando eu voltaria para as novelas.
P – Você surgiu na tevê vivendo uma série de heróis. No entanto, nos últimos anos, tem enfileirado alguns vilões em sua trajetória. Os convites para viver antagonistas têm sido mais sedutores?
R – Parece clichê, mas eu gosto de bons personagens. Não ligo se vão ser vilões, heróis, antagonistas... Bons personagens sempre me agradam. As pessoas gostam muito dos meus heróis. E eu fiz muitos, né? Os heróis são muito convidativos também. Mas é divertido fazer outra coisa, brincar e sair da realidade. O vilão tem uma licença para passear em outros lugares que não vemos na vida real. Gosto de projetos que façam o público refletir, que provoque e apaixonem. O Gaspar é um personagem muito humano, ambicioso e que toma as decisões a partir dessa relação perversa e estranha com a Gilda. Eu, inclusive, acho que o Gaspar não tem o arquétipo do mau caráter. Isso é algo que me interessa bastante.
P – De que forma?
R – Acho o Gaspar repleto de contradições humanas. Em um primeiro momento, a relação dele com a Gilda é muito baseada no tesão. Tudo de uma maneira meio torta. Mas, ao longo dos capítulos, esses espaços vão sendo preenchidos de interação dos dois. Há uma natureza bem ampla. Ninguém é bom ou mau inteiramente. Todo mundo tem um lobo dentro de si. As transformações da história vão impactando no Gaspar. Vai se transformando ao longo da jornada.
P – A Gilda e o Gaspar têm uma relação muito carnal. A sedução foi um elemento importante da composição do vilão?
R – Acho que sim, o Gaspar é um vilão sedutor. Emprestei um pouco de mim para o personagem porque em alguns momentos posso ser sedutor (risos). Acho que o mal é bastante sedutor.
Em gerações passadas, profissionais das artes cênicas geralmente ganhavam fama quando conquistavam um papel de destaque em novelas ou no cinema. Nos últimos anos, porém, os serviços de streaming têm se revelado grandes celeiros de talentos. A atriz paulistana Danielle Olímpia, de 25 anos, é um exemplo. Hoje, ela se despede da iludida Karina de “Travessia”, sua primeira novela. Antes, porém, ficou conhecida por dar vida à batalhadora Cacau da série “Sintonia”, produção brasileira da Netflix cuja quarta temporada deve ser lançada em breve pela plataforma. “Estou aprendendo muito como atriz e como pessoa. Tenho a oportunidade de trabalhar com atores e profissionais que admiro muito, levando um assunto extremamente importante para todos”, derrete-se Danielle, que na novela das 21h da Globo encarna uma garota viciada nas redes sociais que foi enganada, virtualmente, por um pedófilo.
Desde que começou a descobrir mais sobre Karina, Danielle soube que a personagem estaria diretamente ligada a uma trama sobre assédio e pedofilia. Um detalhe que não só chamou a atenção da atriz, mas também a deixou instigada. “Sinto gratidão por contar uma história tão importante, mas também a responsabilidade de conscientizar todas as