3 minute read

A hora é agora

>> raio x murilo Sampaio celebra destaque em “Dom”

Apesar dos nove anos de carreira, só agora Murilo Sampaio parece decolar, de fato, no audiovisual. O ator, que dá vida ao bandido Colibri de “Dom”, série do Prime Video, está cheio de projetos para serem lançados nos próximos meses. Seu personagem ganha destaque na próxima temporada da produção sobre o chamado Bandido Gato do Rio de Janeiro, mas Murilo também dá expediente em “Vidas Bandidas”, da Star+, ao lado de Juliana Paes e Rodrigo Simas; no filme “A Vilã das Nove”, com Karine Teles e Alice Wegmann; e nas séries “Empurrando com a Barriga” e “Fim de Comédia”, em que atua com Zezeh Barbosa, do CineBrasil TV, todos ainda sem previsão de estreia. “Acredito que estar em várias frentes, inclusive atrás das câmeras, é aprimorar substancial e esteticamente o seu trabalho, de modo a ampliar os horizontes e o seu próprio pensamento para ganhar uma imagem de diversidade e versatilidade no mercado”, filosofa o baiano, que também atua como roteirista.

Advertisement

O papel em “Dom”, na verdade, veio de maneira inusitada. Em junho de 2021, Murilo foi chamado para um teste, mas tratava-se de outro papel, um dos prisioneiros da segunda temporada. Não passou, mas agradou o suficiente para ser chamado em outra seleção, desta vez para interpretar Colibri. “Ele entraria no final da temporada e seria o antagonista da terceira. Fiz sem muita expectativa, mas passei. Foi um presente aparentemente aleatório da vida”, lembra.

De cara, Murilo se sentiu atraído por “Dom”, principalmente pelo texto. “Gosto de narrativas densas, com personagens complexos, dialéticos e incoerentes. A intensidade com que Breno Silveira construía seus personagens no cinema sempre me atraiu”, conta. Na história, Colibri é o chefe do tráfico em uma das mais lucrativas comunidades para a atividade criminosa. “Ele é imprevisível, soturno e com leves tons de loucura. Mas, segundo o Breno, sem deixar de ser carismático e poderoso", defende.

O primeiro teste feito por Murilo para “Dom” foi assim que a primeira temporada da produção foi lançada pelo Prime Video. Então, antes mesmo de realizar a seleção, o ator já tinha maratonado os episódios. “Quando vi Gabriel Leone e a construção de tensão do contexto, pensei: ‘quero fazer isso’”, entrega. Ao ser aprovado para encarnar Colibri, o ator experimentou uma preparação mais solitária, ainda por conta da pandemia. “Não gravei no Uruguai, eu entrei só no fim do ano. Fui aprovado de forma virtual e me preparei com Maria Silvia Siqueira Campos, também pela internet”, explica. Já para a terceira temporada, ainda sem data de estreia prevista, foi outra história. “Com o arrefecer da pandemia, no fim de 2022 tive encontros presenciais com Maria Silvia e o elenco todo. Mas tive total autonomia para criar em cima do tom de imprevisibilida- de que encontrei no fim do ano anterior”, garante.

Nascimento: 4 de janeiro de 1992, em Salvador, na Bahia.

Atuação inesquecível: Como Amado, personagem do espetáculo “Os Impostores”, em 2019, dirigido por Rodrigo Portella.

Interpretação memorável: Na tevê, Adriana Esteves como Carminha em “Avenida Brasil”, novela de João Emanuel Carneiro, exibida originalmente pela Globo em 2012. No cinema, Heath Ledger como o Coringa em “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, de Christopher Nolan, lançado em 2008.

Momento marcante na carreira: “Coprotagonizar uma série de humor, ‘Empurrando com a Barriga’, dirigida por Daina Giannecchini, para o Cine Brasil TV, ainda não lançada”.

O que falta na televisão: “Corpos e narrativas diferentes dos quais estamos acostumados a ver. Mistura e protagonismo de gêneros e diversidades. Isso inclui narrativas pretas, contadas por nós mesmos, sob nosso olhar”.

O que sobra na televisão: “Certas plasticidades em abordagens de discurso”.

Com quem gostaria de contracenar: Ricardo Darín. Se não fosse ator, seria: “Acho que o que já sou mesmo, advogado”.

Ator: “Além do Ricardo Darín, destaco Wagner Moura e Silvio Guindane”.

Atriz: Lupita Nyong'o, Najwa Nimri, Carmen Maura e Dira Paes.

Novela: “Nenhuma específica”.

Personagem mais difícil de compor: Amado, da peça “Os Impostores”. “Ele tinha uma androginia, um habitar do feminino e masculino muito presente e eu tinha medo da caricatura, de que me vissem performando uma figura gay e tóxica em um espectro clichê já tratado nas artes”.

Apassos largos, o streaming vai invadindo a rotina do público. Ainda assim, o alcance da tevê aberta segue soberano e com uma grande importância em números e repercussão. Após ver “Encantado’s” ser lançada no Globoplay em novembro do ano passado, as autoras Renata Andrade e Thaís Pontes celebram uma nova etapa da série de humor. A produção, que já tem uma segunda temporada em gravação, estreia na grade da Globo a partir do próximo dia 2 de maio. A chegada à tevê aberta gera uma nova expectativa de engajamento do grande público com a história escrita pela dupla de autoras com Chico Mattoso e Antônio Prata, que assinam a redação final. “Ver ‘Encantado’s’ ganhando um alcance ainda maior é a razão maior da minha ansiedade. Estou cur iosíssima para saber como o grande público da Globo vai receber a nossa série. Acredito muito na conexão que as pessoas terão com aqueles personagens, com os dois universos (o samba e o mercado), com as vivências e com as histórias que contamos ali. Mal posso esperar para botar o nosso bloco na rua”, torce Renata.

A história gira em torno dos irmãos Olímpia e Eraldo, interpretados por Vilma Melo e Luis Miranda. Eles herdaram do pai um supermercado e uma escola de samba da Série D do Rio de Janeiro, que funcionam no mesmo galpão no

This article is from: