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Vídeo pornô e homens pelados na sala de controle

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Roupa nova

Roupa nova

>> Todas as mulheres confirmam que o assédio moral é outro problema crônico na estatal de petróleo

a na Fl ÁV ia Pilar O Globo / Rio de Janeiro

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Paula de Carvalho Pego, de 43 anos, chegou à Petrobras em 2002 e diz que os problemas de assédio eram piores nessa época. Ela conta que os homens ficavam pelados na sala de controle e assistiam pornografia nos computadores da empresa.

— Eles achavam normal andar pelado. Eu chegava no trabalho e me perguntavam se eu transei muito na noite anterior, falavam da minha bunda abertamente. Tinha colegas folheando uma pilha de revistas pornográficas do meu lado. Cansei de ir à cabine de controle e alguém estar vendo pornô — contou a técnica de operações

Em 2006, quando voltou da licença-maternidade, 15 homens a esperavam na entrada por conta de uma aposta para ver se ela tinha “embarangado” com a gravidez.

Muitas vezes, Paula viu faxineiras serem agarradas no trabalho, com apertos na bunda.

Uma delas fez uma denúncia ao gerente depois que um homem entrou no banheiro em que limpava e colocou o pênis para fora. A funcionária foi demitida. Segundo os relatos ouvidos pela reportagem, as terceirizadas são as vítimas preferenciais, sobretudo quando trabalham na cozinha ou arrumando as unidades. Nas palavras de uma funcionária, quanto mais baixo na “cadeia alimentar”, mais elas sofrem.

Ass Dio Moral

Todas as mulheres confirmam que o assédio moral é outro problema crônico na empresa. Paula trabalha na Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Segundo a lei, deve haver um número mínimo de trabalhadores na unidade em cada turno. Caso falte alguém, uma pessoa do tur- no anterior continua trabalhando.

Assim que descobriu que poderia ter um câncer de mama, em 2011, Paula marcou todos os exames para o dia mais próximo, sempre fora do horário de trabalho.

— Avisei com antecedência que não poderia ficar no turno seguinte. Nós éramos dez e sempre eu dobrava. Isso aconteceu três vezes. Fui impedida pelo meu supervisor e pelo meu gerente. Tive que esperar meses para marcar cada consulta — contou.

Na última vez, ela tinha marcado o exame para as 14h. Como o seu expediente terminava às 15h, combinou de trocar com um colega que trabalhava no dia anterior. Mesmo assim, o gerente quis que ela trabalhasse na sua escala regular.

— O setor médico teve que me liberar. Descobri que era câncer e ele foi evoluindo ao longo desse tempo. No fim, fiz cinco cirurgias, retirei a mama direita e tive que

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