Edição 240 - Jornal das Lajes

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Jornal das Lajes

Devolução

A Semana Santa é a maior celebração religiosa católica do ano em Resende Costa, por concentrar em oito dias as cerimônias litúrgicas e paralitúrgicas que a Igreja propõe como reflexão sobre o supremo sacrifício de Cristo e sua ressurreição. A cidade se envolve nos dias da Semana Santa em clima de espiritualidade e ardor místico, para o qual contribui a beleza da música sacra executada pelo Coral e Orquestra Mater Dei e pela Banda Santa Cecília PÁG 05

Jornal das Lajes e Rádio Inconfidentes completam 20 anos de fundação

No dia 14 de abril de 2003, circulou pelas ruas de Resende Costa a primeira edição do Jornal das Lajes, um projeto fruto do idealismo de jovens que desejavam cultivar junto à população local o hábito da leitura, além de difundir e preservar a memória e a história da cidade. No mesmo ano, 2 de junho de 2003, entrava oficialmente no ar a programação da Rádio Inconfidentes FM. Leia editorial na página 2. PÁG 13 e 15

Foto: Arquivo IRIS

do Horto Florestal

pelo IEF abre caminho para investimentos na Capoeira

Depois de mais de 50 anos sob a gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Horto Florestal – criado para a produção de mudas de essências florestais – está voltando para a posse do município.

Mas o que significa a devolução dessa área de três hectares para o futuro do Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha, equivalente a cerca de 14 campos de futebol? Nesta edição, o JL

publica uma ampla reportagem sobre os planos de investimentos da prefeitura para a área, tanto emergenciais quanto de médio e longo prazos, assim como um resumo do “Estudo Técnico para Instituciona-

lização do Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha”, realizado em 2015-2016 pela Associação IRIS.

ANO XX • ABRIL 2023 • Nº240 FUNDADO EM 2003 - RESENDE COSTA www.jornaldaslajes.com.br DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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Fiéis celebram em Resende Costa os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus
Entrada do Horto Florestal no Parque Capoeira Nossa Senhora da Penha

O JL chega à sua edição número 240 e nela e com ela comemoramos duas décadas de existência do nosso periódico. Ao pensar a pauta desta edição, surgiram inúmeras ideias, como dedicar todo o jornal ao tema aniversário de 20 anos, publicando somente artigos e reportagens especiais. Afinal, a ocasião merece um olhar diferenciado de todos nós editores, repórteres e articulistas. No entanto, a redação optou por levar até você, leitor, uma edição comemorativa, mas ao mesmo tempo sem se abster dos últimos acontecimentos em Resende Costa e região.

Dialogar com o leitor através dos principais acontecimentos da vida da nossa sociedade tem sido a marca editorial do Jornal das Lajes ao longo destes 20 anos de existência. O JL compreende, desde a sua fundação, a missão primordial da imprensa de informar e formar opinião crítica, a partir dos fatos que se descortinam no cotidiano da vida em sociedade. Religião, política, educação, esporte, meio ambiente, cultura e artes. Todas as manifestações que perpassam, deixando marcas, a vida dos cidadãos não escapam da cobertura crítica e informativa do JL.

O início do Jornal das Lajes foi coroado pelo ideal de jovens que desejavam atuar culturalmente na sociedade resende-costense, manifestando-se através da escrita. As primeiras edições do JL revelam o vigor de uma juventude crítica e que procurava se engajar na vida política, cultural e social da nossa cidade. Folheando as páginas dos primeiros anos do periódico, deparamos com textos reflexivos, mas, principalmente, com reportagens que denunciavam e abordavam os principais problemas e desafios enfrentados pelos cidadãos e pelos administradores públicos de Resende Costa.

A atuação inicial do Jornal das Lajes se limitou a Resende Costa. Nós nos constituímos em um

De um ponto de vista

JOÃO BOSCO DE CASTRO TEIXEIRA*

Vinte anos do Jornal das Lajes

Vinte anos de um jornal, não são vinte anos de uma praça, de uma estrada ou de qualquer outra obra física. São vinte anos de crença, de confiança, de perseverança e trabalho.

periódico local. E esse era o desafio: como sustentar um jornal de distribuição gratuita numa cidade de pouco mais de 11 mil habitantes? Para muitos pessimistas, o JL seria somente mais um jornalzinho que surgira, incomodara alguns, surpreendera e agradara a muitos, mas que morreria logo. No entanto, venceu o otimismo. O jornalzinho, como carinhosamente é chamado ainda hoje, foi se tornando adulto, criando identidade, conquistando notoriedade entre leitores, jornalistas, políticos, empresários e intelectuais, e transformou-se num importante veículo de comunicação não somente de Resende Costa, mas das cidades da região do Campo das Vertentes.

Se a distribuição da edição impressa do JL não chega a todas as cidades da nossa região, como desejamos, as nossas pautas cumprem o papel de cobrir jornalisticamente o que vem sendo destaque nos municípios do Campo das Vertentes. Conseguimos essa façanha graças ao incansável trabalho do nosso editor regional José Venâncio de Resende e da nossa repórter e editora assistente Vanuza Resende. Através

Jornal das Lajes Ltda

Sócio administrador:

Antônio da Silva Ribeiro Neto

Editor-chefe:

André Eustáquio Melo de Oliveira

Editora assistente: Vanuza Resende

Editor regional: José Venâncio de Resende

Revisão: José Antônio Oliveira de Resende

Diretor de administração:

Eustáquio Peluzi Chaves

Conselho Editorial:

Redação: Rua Assis Resende, 95 Centro - Resende Costa, MG CEP 36.340-000 TEL(32)3354-1323

Editoração e Site: Rafael Alves

Tiragem: 2000 exemplares

Circulação: Resende Costa e São João del-Rei

Impressão:

Tel: (31) 2101-3544

André Eustáquio Melo de Oliveira, Emanuelle Resende Ribeiro, José Venâncio de Resende, João Evangelista Magalhães e José Antônio Oliveira de Resende.

Os artigos assinados não refletem obrigatoriamente a opinião do jornal.

deles, a redação e direção do JL agradece imensamente a todos os nossos colaboradores: repórteres, colunistas e editores. Sem vocês, o Jornal das Lajes não teria, de forma alguma, sobrevivido e alcançado com vigor duas décadas de existência.

O nosso muito obrigado se estende especialmente aos assinantes, anunciantes e patrocinadores que acreditam em nosso trabalho e, sobretudo, na importância do jornalismo para a vida cultural e para o desenvolvimento das nossas cidades. O jornalismo profissional vive atualmente um momento de crise pela perda de publicidade para as plataformas digitais e pelo ataque incessante das fakenews. Conseguir, portanto, manter um jornal impresso com 240 edições ininterruptas, cobrindo e honrando todas as despesas mensais, é uma conquista que merece ser comemorada.

Esta edição de nº 240 deseja, além de comemorar os 20 anos do nosso JL, renovar o nosso compromisso com os princípios que iluminaram e nortearam os nossos fundadores. Atingindo a maturidade, o JL almeja continuar a cumprir o seu papel de dialogar com todos os atores e setores que trabalham para a vida em sociedade. E continuaremos fazendo isso com equilíbrio, sensatez, responsabilidade e vigor. Manteremos a vigilância – missão primordial do jornalismo profissional e livre –, mas sem perder jamais a capacidade de dialogar para, através do diálogo, buscar a verdade. Nesses 20 anos de trajetória na comunicação, o grupo Jornal das Lajes deixa uma mensagem que julga ser importante para o momento de crise em que vive o jornalismo profissional no Brasil e no mundo: uma imprensa, livre e profissional é ESSENCIAL para a democracia e para o futuro da nossa sociedade.

André Eustáquio – jornalista, editor-chefe do Jornal das Lajes.

As atividades culturais, sujeitas a contratempos e imprevistos, geradores de possível desânimo e descrença, exigem verdadeiro e heroico desafio por parte de quem vive o projeto e a execução de um jornal com atividade ininterrupta. É preciso, então, comemorar os vinte anos do Jornal das Lajes com alegria e entusiasmo e congratular-se com seus idealizadores e consequentes mantenedores.

Sem deixar de cumprimentar os numerosos colaboradores que mantiveram o Jornal nas suas 240 edições, apraz-me cumprimentar aqueles que, hoje, quando as dificuldades não são menores que antanho, mantêm esse jornal, orgulho de uma cidade interiorana.

Vanuza Resende, multifacetada nas suas matérias, mantém o público a par do esporte; preocupa-se com tudo, desde o estádio – que me recuso a chamar de arena – até às melhores notícias esportivas, regionais e nacionais.

João Magalhães volta-se, com frequência, para a política nacional.

Bruna Moura Barbosa e Adriano Valério Resende não deixam despercebido o cuidado para com o meio ambiente.

Vitória Cristina ocupa-se, com expressiva propriedade, da educação e de outros que fazeres da vida quotidiana.

Evaldo Balbino, José Antônio Oliveira de Resende, Regina Coelho, com sua pena magistral, garantem uma artística leitura da vida plena. Plenitude literária na riqueza de sua expressão cultural, histórica, biográfica, educacional, humorística. Esses artistas da palavra produzem, a

cada edição do Jornal da Lajes, páginas memoráveis.

José Venâncio de Resende, que dizer, ou, que não dizer? É escritor que ilustra qualquer periódico nacional e mais, seja pela variedade de suas matérias, seja pela invulgar qualidade produzida. A cada mês o Jornal das Lajes se enriquece com sua diversificada presença. Um verdadeiro expoente.

Outros numerosos colaboradores, valorosos e competentes, levam o Jornal das Lajes por todo lado, com suas duas mil tiragens. E nada da vida resende-costense passa ignorada.

Os Editoriais do Jornal proclamam a seriedade com que a empreitada é levada adiante.

A colaboração publicitária dos vários setores da comunidade, e de um que outro lugar, garante a distribuição gratuita da edição. Algo admirável e testemunha da preocupação com a cultura vivenciada pela população.

Hoje, sem nenhuma desconsideração para com qualquer outra pessoa, vale lembrar ROSALVO PINTO por sua identificação com o Jornal das Lajes e com sua terra natal. Ainda na edição de fevereiro passado, Rosalvo foi homenageado por Floriza Beatriz de Sena Paula. Para quem o conheceu, nada a dizer. Para quem não o conheceu, as palavras seriam pobres para descrevê-lo. Felizes nós que com ele convivemos, aprendemos e enfrentamos a vida.

Resende Costa tem, nos vinte anos do Jornal da Lajes, soberbo testemunho da cultura de seus onze mil e poucos habitantes. Ela é, pois, merecedora de muitos aplausos.

Salve, Jornal das Lajes! Viva Resende Costa!

*Professor aposentado da UFSJ, membro da Academia de Letras de São João del-Rei.

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20 anos do JL: um brinde ao jornalismo comprometido com a verdade
EDITORIAL
Foto: Arquivo JL
Primeiras edições do JL

CÂMARA DE RESENDE COSTA INFORMA

Prédio da nova sede da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer é nomeado “Espaço Dona Terezinha Lara”

De autoria do Executivo Municipal, o Projeto de Lei nº 27/2023 dá o nome de ESPAÇO DONA TEREZINHA LARA ao prédio da nova sede da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer, localizado à Avenida Ministro Gabriel

Passos, 08, bairro Centro. Dona Terezinha foi professora em Resende Costa e o casarão, construção datada de 1920, abrigou sua família até o ano de 2021, quando foi adquirido pela Prefeitura Municipal para acolher a nova Secretaria

Autorização de repasses aprovados no mês de março

Municipal de Educação e o Centro de Apoio Educacional. O projeto de lei nº 27/2023 foi aprovado por unanimidade e deu origem à Lei Municipal nº 5.087/2023.

Data do vencimento da parcela única do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU - é prorrogada

De autoria do Executivo Municipal, o Projeto de Lei nº 30/2023 prorroga o vencimento da parcela única do Imposto Predial e Territo-

rial Urbano – IPTU de 2023, com desconto de 10% sobre o valor do imposto, para o dia 31 de julho de 2023.

Aprovado por unanimidade, o Projeto de Lei nº 30/2023 resultou na Lei Municipal nº 5.090/2023.

Dia do Carreiro e do Candeeiro é instituído em nossa cidade

De autoria do vereador Paulo

Altivo de Moura, o Projeto de Lei nº 31/2023 institui o Dia do Carreiro e do Candeeiro no município de Resende Costa, a ser comemorado no dia 16 de julho de cada ano.

O projeto, que foi aprovado por unanimidade e deu origem à Lei Municipal nº 5.091/2023, tem a intenção de “valorizar as tradições locais, bem como as raízes, já que o carro de boi foi, desde os primórdios, um dos principais meios de transporte utilizados”.

A data escolhida para ser o dia do Carreiro e do Candeeiro é uma homenagem ao Sr. Antônio Mariano da Silva, conhecido como Totonho da Quitita, que, como destaca o vereador Paulo, “trabalhou durante toda a vida como carreiro

e dedicou sua vida a incentivar a tradição com carros de boi; faleceu no dia 16 de julho de 2016, quando estava juntamente com seus filhos

levando três carros de boi para desfilar na Exposição Agropecuária de Resende Costa naquele ano”.

Projeto de lei busca adequar o Programa Municipal de Videomonitoramento de Vias Públicas

O Projeto de Lei nº 35/2023 busca adequar a legislação municipal à atual realidade do município por meio da instalação de câmeras de vigilância e outros equipamen-

tos, que incorporarão o Programa Municipal de Videomonitoramento de Vias Públicas, bem como a implantação de duas centrais –uma na sede do 3º Pelotão da Po-

lícia Militar e outra na sede da Prefeitura Municipal. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.094/2023.

Projeto de lei autoriza a aquisição de balança rodoviária no Parque de Exposições

O Projeto de Lei nº 39/2023, de autoria do Executivo Municipal, autoriza a abertura de crédito especial no valor de R$ 197.052,46, a fim de garantir recursos para a

concessão de auxílio financeiro para aquisição e instalação de uma balança rodoviária em área cedida à ARCOSTA (Associação dos Pequenos Produtores e Trabalha-

dores Rurais de Resende Costa), no Parque de Exposições Prefeito Gilberto José Pinto. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.095/2023.

Solenidade de entrega dos Títulos de Honra ao Mérito “Vereadora Maria”

No dia 22 de março de 2023, aconteceu a entrega dos Títulos de Honra ao Mérito “Vereadora Maria” concedidos pela Câmara Municipal de Resende Costa. O título tem a finalidade de dar reconhecimento e incentivo à luta das mulheres por mais espaço e representatividade social e política.

O nome do título homenageia postumamente três vereadoras, Maria Raimunda da Conceição, a Dona Maroca; Maria Luíza Cesconi e Maria das Dores Silva, a Maria do Pedro, simbolizando também a mulher num sentido universal. Maria é o nome mais comum entre

as mulheres e carrega forte simbologia popular.

Dessa forma, como primeira homenageada, foi eleita a ex-vereadora Geralda Aparecida Resende Sousa, a Cidinha do Posto. Cidinha compõe a lista das únicas quatro mulheres eleitas para exercer mandatos no nosso Legislativo Municipal. O vereador Fernando de Resende Chaves, autor do projeto, foi quem entregou o título à ex-vereadora Cidinha.

A segunda homenageada da noite foi a Sra. Wilma Valmorbida, a Irmã Ernestina Valmorbida, da congregação Filhas de São Camilo,

PROJETO DE LEI Nº 28/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 36.000,00 ao Clube dos Cavaleiros de Resende Costa para a realização da VIII Copa Nucave e Poeirão do Mangalarga Marchador, além de outros importantes eventos vinculados à área rural. Aprovado por unanimidade, o Projeto resultou na Lei Municipal nº 5.088/2023.

PROJETO DE LEI Nº 29/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 84.000,00 para as associações das comunidades rurais do Município de Resende Costa, quais sejam: Associação de Moradores e Amigos do Curralinho do Andrade (AMACA), Associação Comunitária da Região do Barracão, Conselho de Desenvolvimento Comunitário do Ribeirão de Santo Antônio (CODECOR), Conselho Comunitário Nossa Senhora da Conceição, Conselho Comunitário Nossa Senhora Aparecida, Conselho de Desenvolvimento Comunitário de São Geraldo. Esse repasse tem o objetivo de proporcionar a realização de festas nessas comunidades rurais. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.089/2023.

PROJETO DE LEI Nº 32/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 105.160,00 ao Expedicionários Sport Club com a finalidade única de promover a realização dos eventos esportivos no ano de 2023, sendo eles: Festival de Futebol de Campo do Cajuru, Copa da Paz do Curralinho dos Paulas, Torneio de Verão de Futsal, projeto Caminhantes das Lajes, Circuito de Corridas 2023, Torneio de Inverno de Futsal, Jogos Escolares 2023, Jogos da Terceira Idade 2023, Trilhão Ciclístico das Lajes, 2ª Copa das Lajes de Jiu-Jitsu, 6º Festival da Amizade (Jacarandira), 13º Trilhão das Lajes, Campeonato Regional de Vôlei, Campeonato de Futebol do Ribeirão, Campeonato de Futsal do Ribeirão, Campeonato de Futebol do Barracão, Enduro das Lajes, Campeonato Regional de Base, Batizado Troca de Cordas (Capoeira), Torneio de Futebol Povoado dos Pintos, Copa RC de Futebol, XIII Regional de Futebol, VII Torneio Municipal de Futebol, Torneio Regional de Futebol de Veteranos, VI Torneio Outubro Rosa de Futsal, 1º Festival de Futebol Fazenda de Cima, Desafio Calangotixa de Mountain Bike. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.092/2023.

PROJETO DE LEI Nº 33/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 25.000,00 para a Associação das Empresas do Turismo e Artesanato de Resende Costa – ASSETURC, com a finalidade única de promover a realização do VIII Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes, entre os dias 31/03/2023 a 02/04/2023, no Parque de Exposições Prefeito Gilberto José Pinto (cessão do Parque autorizada pelo Projeto de Lei Nº 42/2023). Aprovado por unanimidade, o Projeto de Lei nº 33/2023 resultou na Lei Municipal nº5.093/2023.

PROJETO DE LEI Nº 40/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 12.000,00 para a Associação de Proteção e Defesa dos Animais do Município de Resende Costa – RC Animais, visando oferecer suporte e fomento às ações de proteção e defesa dos animais em nosso município. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.096/2023.

PROJETO DE LEI Nº 41/2023: Autoriza repasse no valor de R$ 160.000,00 para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Resende Costa – APAE/RC, a fim de oferecer suporte e fomento aos alunos matriculados e frequentes na instituição, tendo como justificativa o FUNDEB que o município recebe em razão dos alunos especiais matriculados. Aprovado por unanimidade, o projeto resultou na Lei Municipal nº 5.097/2023.

Indicações, requerimentos e moções aprovados no mês de março

REQUERIMENTO 03/2023: Requer que seja encaminhado ofício ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais –DER/MG, solicitando atenção especial desse referido órgão em relação às condições de manutenção da estrada de ligação entre os municípios de Resende Costa-MG a São Tiago-MG. Autor: vereador Paulo Altivo de Moura.

que, por mais de 40 anos, dedicou sua vida ao Hospital Nossa Senhora do Rosário e à nossa cidade. Não foi possível que ela estivesse presente para a homenagem, mas foi representada pela Irmã Terezinha Cheffer Rolim. O título foi entregue pelo vereador João Dias.

Finalizando as condecorações, foi a vez da Sra. Inácia Maria de Resende Moreira receber as homenagens. Ela, que desempenhou sua função de Presidente e Diretora da APAE de Resende Costa, prestando um trabalho educacional e humano impecável e irretocável, recebeu o

título das mãos do vereador Paulo Altivo de Moura. Com essas homenagens, a entrega do Título de Honra ao Mérito Vereadora Maria pretende reco-

nhecer, prestigiar, dar visibilidade, fomentar a ação social e a participação política do gênero feminino nos vários setores da nossa sociedade.

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 3 ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023
Vereador Paulinho juntamente com Serginho e os filhos do Totonho da Quitita, Adilson e Adílio, na votação do projeto de lei que instituiu o Dia do Carreiro e Candeeiro. Entrega dos Títulos: Cidinha e Fernando Chaves, Irmã Terezinha e João Dias, Paulo Altivo e Dona Inácia.
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PÁG. 4 • JORNAL DAS LAJES ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023 GOVERNO MUNICIPAL INFORMA INFORME PUBLICITÁRIO

Semana Santa de Resende Costa: uma crônica piedosa inspirada pela fé e pela veneração à beleza presente na tradição religiosa mineira

ANDRÉ EUSTÁQUIO

Aos poucos as pessoas vão se aproximando dos arredores da Praça Cônego Cardoso, na noite santa da sexta-feira, 7 de abril. No céu, a lua cheia eclipsava-se pela garoa fina e fria que trazia consigo uma névoa a encobrir a torre da igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França. Em frente ao portão fechado do adro da igreja Matriz, os fiéis contemplavam uma antiga imagem do Cristo que pendia solitário no alto do madeiro da cruz, ladeado por dois ladrões que, em semblante de dor e entrega, agonizavam ao lado de Jesus. Um, Dimas, arrependeu-se de seus pecados; o outro, do qual não se sabe o nome, blasfemou com ignomínia até a morte.

Em Resende Costa, a Semana Santa é a maior celebração religiosa do ano, por concentrar em oito dias as cerimônias litúrgicas e paralitúrgicas que a Igreja celebra como rememoração do supremo sacrifício de Cristo e sua ressurreição. A cidade se envolve em clima de espiritualidade e ardor místico. Mesmo quem não acompanha todas as procissões e assiste às diversas missas se contagia com a aura religiosa que brota do incenso, dos andores e das marchas fúnebres executadas pela banda Santa Cecília, regida pelo maestro Luiz Carlos Martins Júnior.

Neste ano, os tradicionais sermões do Encontro, na Terça-Feira Santa, 4 de abril, e do Descendimento da Cruz, dia 7 de abril, foram proferidos pelo padre Marcos Alexandre Pereira, pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França de Resende Costa. “Celebramos o Encontro, quando nós mesmos não nos encontramos. A pressa do tempo impede os nossos encontros...”. Com essas palavras, padre Marcos iniciou o Sermão do Encontro, na praça Mendes de Resende, sob o fito dos olhares de fé e devoção de centenas de fiéis que contemplavam a cena do encontro de Jesus com sua Mãe, rememorando a caminhada dolorosa do Divino Mestre rumo à cruz pelas vielas da antiga Jerusalém.

Em todas as reflexões da Semana Santa, desde o início do Setenário das Dores de Maria Santíssima, celebrado solenemente entre os dias 25 e 31 de março, a

Igreja convidou os fiéis à conversão, conclamou-os à mudança de vida e ao engajamento na pastoral católica. Temas como reconciliação, encontro com o irmão, conversão, misericórdia, perdão e amor ao próximo ecoaram vibrantes nos púlpitos durante os sermões.

O tempo quaresmal foi oportuno para a reflexão acerca do tema da fome (“Fraternidade e Fome – Dai-lhes vós mesmos de comer”), proposto neste ano pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para a Campanha da Fraternidade.

PREPARAÇÃO

Ao longo do ano, dificilmente paramos para refletir sobre virtudes morais, mudança de vida, arrependimento, entre outros temas caros à vivência da dimensão espiritual no humano. A correria do dia a dia nos impede que paremos para pensar no próximo e na essência individual de nós mesmos. A Semana Santa nos convida a examinarmos nossa consciência através do sacramento da confissão, a fazer sacrifícios e a nos dispor à conversão e mudança de vida. Por isso, podemos afirmar que se trata de um grande e piedoso retiro espiritual que nos incentiva a voltarmos a atenção para a dimensão espiritual que habita o nosso ser.

A expectativa para o início da Semana Santa já absorve os resende-costenses a partir da Quarta-feira de Cinzas, quando se ouve ao meio-dia o dobre do sino da igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha. Neste ano, no decorrer da Quaresma, todas as sextas-feiras, às 5h, de manhã, os fiéis participaram, a convite do pároco, padre Marcos Alexandre, do exercício espiritual da Via-Sacra pelas ruas do entorno da igreja Matriz.

PROCISSÕES

As procissões se constituem num dos maiores atrativos da Semana Santa de Resende Costa. Os cortejos atraem, além da população local, turistas que desejam conhecer e vivenciar antigas práticas paralitúrgicas, que em muitas cidades do Brasil já não existem mais.

Nas cidades da região do Campo das Vertentes, como São João del-Rei, Resende Costa, Prados, Tiradentes, Lagoa Doura, é ainda comum presenciarmos

pessoas com o terço nas mãos, mulheres com o véu na cabeça e segurando velas, irmandades ostentando suas opas, preservando práticas e costumes religiosos que, aos poucos, vão se perdendo no tempo em diversos lugares.

Nas ruas de Resende Costa, impera o silêncio que, apesar de um sussurro ou outro, é quebrado pelos acordes introspectivos das Marchas Fúnebres, pelo rufar opaco das matracas ou por uma sequência de Ave-Maria. Acompanhar os passos de Jesus com a cruz às costas e de Nossa Senhora das Dores significa, para muitos cristãos resende-costenses, a renovação de uma espiritualidade que fatalmente adormece sob as pesadas exigências da vida hodierna.

ARTE E FÉ

A beleza do ritual católico é também vivida durante as celebrações da Semana Santa na cidade das lajes. Temos o privilégio de ouvir motetos cantados em latim em frente às pequenas capelas dos Passos e participar de celebrações nas quais o Coral e Orquestra Mater Dei, dirigido pelo maestro Wagner Barbosa, executa missas polifônicas, entre outras riquíssimas obras do tradicional repertório sacro mineiro, escrito por compositores dos séculos XVIII, XIX e XX. A preservação da tradição musical na liturgia da Igreja contribui substancialmente para a mística e a piedade das celebrações, bem como para a cultura em nossa cidade.

PARTICIPAÇÕES

Participaram da Semana Santa 2023 em Resende Costa, além do pároco local, padre Marcos Alexandre, padre Fábio Evaristo Resende Silva (C.Ss.R), Frei Arlaton Luiz Soares de Oliveira (OFM) e padre Adriano Tércio Melo de Oliveira, pároco da Paróquia de Santo Antônio, de Lagoa Dourada, que presidiu a missa solene da segunda-feira da Oitava da Páscoa, no dia 10 de abril. Nesse dia, cumprindo uma tradição já antiga, os fiéis de Resende Costa encerram a Semana Santa na cidade acompanhando uma concorrida e belíssima procissão, em que Nossa Senhora das Dores é despida do manto roxo da tristeza para vestir-se de branco, celebrando o triunfo da ressurreição do seu amado e Divino Filho.

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 5 ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023
Cena da Semana Santa de Resende Costa. Imagem de N. Sra. das Dores em frente ao Passinho na Praça Mendes de Resende Fé, devoção e piedade marcam a Semana de Resende Costa Cena do Calvário montada no adro da igreja Matriz de Resende Costa Padre Marcos Alexandre, pároco de Resende Costa, proferiu o célebre Sermão do Encontro na Praça Mendes de Resende Fotos: Thiago Morandi
Religião
Foto: André Eustáquio

De olho na cidade

A Semana Santa depois da pandemia

Ao longo dos vinte anos de circulação do Jornal das Lajes, celebrados neste ano, a Semana Santa sempre foi abordada por vários colunistas deste jornal. A religiosidade do povo, as belas cerimônias realizadas durante a Quaresma e a Páscoa sempre foram bem cuidadas pelo povo. É um dos momentos mais aguardados pelos religiosos a cada ano, sejam eles da cidade ou de outros lugares, que para cá vêm acompanhá-la.

Trazida pelos religiosos portugueses no século XVII, a celebração da Paixão e Morte de Jesus Cristo se espalhou pela Colônia, sendo representada em todas as vilas desde meados daquele século. Ao longo do tempo, a festa cresceu em todos os aspectos, com participação de figurantes, andores, participação ativa de associações, irmandades, orquestras, bandas de música e corais. A construção de igrejas, dos passi-

O

nhos, colocação de sinos e inclusão das imagens de Nossa Senhora das Dores, de Jesus Cristo e, também a do Senhor morto, foram dando forma às cerimônias que ainda hoje apreciamos na cidade.

A Semana Santa, pela importância que tem para os cristãos, tornou-se fato social e cultural de extrema importância. O envolvimento da comunidade sempre foi intenso, com pessoas de todas as camadas da sociedade participando ativamente da preparação e da realização de cerimônias desse grandioso espetáculo litúrgico.

Quando a pandemia do coronavírus fez com que suspendêssemos todas as atividades cívicas, escolares, religiosas, entre outras, ficamos em dúvida sobre como seria nossa vida pós-pandemia.

Será que tudo voltaria ao normal, como era antes? Durante dois anos, realizamos a Semana Santa, com missas, vias-sacras e outras cerimônias, porém fechadas aos

verso e o controverso

JOÃO MAGALHÃES

Quando estas linhas chegarem aos olhos do leitor, as vivências comemorativas da Semana Santa já terão passado. No entanto, como o auge da atuação das irmandades católicas acontece durante esta semana, cabe um comentário sobre a importância delas.

A base deste comentário está numa leitura recente do livro “As três Igrejas dos Homens Pretos de São Paulo de Piratininga”, de Fabrício Forganes Santos, publicado pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo. Fabrício é mestre em arquitetura e urbanismo e ministra cursos e palestras nesse museu sobre suas pesquisas e estudos, que são a presença negra no urbanismo brasileiro, sobretudo os lugares do catolicismo negro. Ele é membro da Comunidade do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França – SP.

Quando li a dedicatória, a citação no prefácio, as referências bibliográficas e os anos de pesquisa, confesso que o livro

me cativou. Dedicatória: “Aos malungos devotos da Senhora do Rosário, de [santa] Efigênia e [santo] Elesbão e de São Benedito. Salve eles!”. Malungo, palavra muito usada nas línguas bantas com uma ampla semântica, conforme as pesquisas: companheiro, colega de infortúnios, correntes de ferro que prendiam os escravos, aquele que teria vindo no mesmo tumbeiro, vínculo afetivo pela mesma nacionalidade, nascido no mesmo ano que outra pessoa. E muitos outros significados. Basta consultar o “Novo Dicionário Banto do Brasil”, de Nei Lopes.

Até hoje chamo de malungo a quem tem a minha idade. Influência de meu avô materno Joaquim Sérgio de Mendonça (Padrim Quinca). Ele sabia várias palavras da língua dos negros que foram escravos de seu avô por conviver com eles na infância.

Citação de Luiz Gama no prefácio: “Em nós, até a cor é um delito. Um imperdoável mal de

fiéis. Por outro lado, transmitidas ao vivo para todos pela internet, principalmente.

Pois, desde ano passado, com quase tudo voltando ao normal, apesar de certas restrições, eventos como a Semana Santa deram mostra de que voltariam a acontecer dentro e fora das igrejas, sem grandes perdas. Pelo contrário, durante a pandemia, buscamos aprender como utilizar recursos disponíveis na internet para melhorar nossas comunicações, aproximar ainda mais os religiosos em torno dos eventos programados pela Igreja ao longo do ano.

O que notamos durante esse período foi um investimento maior na utilização de mídias sociais. Publicar na internet o calendário e programa da Semana Santa, além do material impresso, tornou-se necessidade.

Ela nos permite assistir à missa, acompanhar o que acontece

em nossa paróquia, ou em outra, sem que saiamos do conforto das nossas casas. A paróquia de Resende Costa, ao usar o Facebook e o Instagram em suas cerimônias e comunicações de interesse dos paroquianos, sem abandonar muito do que tem como tradição, deu passos à frente, modernizou-se. Se nos debruçarmos sobre a programação das cerimônias, veremos que cada cidade possui algo que a distingue das demais, exceto no que diz respeito ao que acontece entre Quinta-Feira e Sábado Santo. O Tríduo Pascal é único, para ele não se admite qualquer alteração. Porém, algumas cerimônias não são realizadas em todos os lugares. O Ofício de Trevas, que dura duas horas e meia, como é realizado na Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em São João del-Rei, é exemplo. Para ele, há a necessidade de orquestra e coro capazes de executar repertório criado especificamente

para o momento e nem todas as cidades dispõem de grupos musicais em condições de assumir essa tarefa. É preciso notar que outras cerimônias que haviam sido extintas aos poucos vão sendo recuperadas. Entre elas, podemos incluir a Encomendação de Almas, que, desde 2013, voltou a ser realizada em Resende Costa, pelo Coral Mater Dei, em alguns dias específicos durante a Quaresma.

Para as cerimônias paralitúrgicas, no entanto, não há rigor quanto a dias e horários para sua realização. São as procissões de Ramos, de Depósito, Rasouras e Vias-Sacras, que podem acontecer de acordo com o que pretendem seus organizadores. De certa forma, visando ao brilho maior da encenação do sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo, os católicos não se cansam de fazer da sua Semana Santa um ritual cada vez mais brilhante e participativo.

nascença, o estigma de um crime. Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam; que essa cor convencional da escravidão tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade”

Luiz Gama (1830-1882) viveu na carne as agruras da escravidão, pois, embora nascido de pais alforriados, foi vendido como escravo pelo pai antes dos 10 anos! Mais tarde, sofre as consequências do preconceito racial, impedido que foi pelos alunos de se matricular na faculdade de direito do largo de São Francisco, hoje USP. Porém, não conseguiram impedir que se tornasse advogado por autodidatismo, que atuasse na concessão de liberdade a muitos escravos e fosse um dos maiores líderes da abolição da escravatura, a ponto de ser considerado seu patrono.

Algumas linhas sobre as inúmeras irmandades católicas.

Acrescento também as Confrarias e as Ordens Terceiras, mas antes preciso explicar a igualdade e a diferença entre elas. As três eram formadas por leigos. Confraria é uma associação informal com o propósito de fazer caridade. Quando se constituía formalmente como pessoa jurídica, registrada e regida por estatutos, chamava-se Irmandade. As Ordens Terceiras são associações de leigos católicos vinculadas às tradicionais ordens religiosas medievais: Franciscanos, Carmelitas e Dominicanos. A devoção a seu santo padroeiro é seu fundamento e motivação.

O valor dessas instituições leigas para o catolicismo, historicamente, sempre foi enorme e modernamente ainda o é, acho eu. Posso afirmar, pois quando assumi e exerci por 6 anos o vicariato da Paróquia de São Benedito da Vila Sônia, em São Paulo, as três irmandades – São Benedito, Nossa Senhora de Fátima e Apostolado da Oração – colaboraram

intensamente para os projetos de evangelização.

Historicamente eram meios de cristianização dos pagãos. Na época da colonização europeia, pagãos eram os negros na África e os índios na América. Na linguagem atual, os povos originários.

Forneciam mão-de-obra para as construções religiosas, igrejas, capelas, casas paroquiais e cemitérios. Cuidavam de Santas Casas de Misericórdia e outras obras de benemerência ou, até mesmo, fundavam-nas. Garantiam e garantem a frequência nos ritos litúrgicos. Promoviam e promovem festividades religiosas que movimentam as comunidades. Empenhavam-se e empenham-se na manutenção dos templos. Ajudavam e ajudam as entidades de inserção social.

Enfim, as irmandades catalisavam os anseios materiais e/ou espirituais dos variados grupos sociais.

É o que penso. E você?

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A função social e religiosa das Irmandades Católicas

Jantar Dançante marcou as comemorações do Sábado de Aleluia na Churrascaria Ramona

O Sábado de Aleluia, no dia 8 de abril, foi comemorado na Churrascaria Ramona com um delicio-

so e animado Jantar Dançante. O público curtiu o show da cantora Silvania Ferreira, que interpretou

grandes sucessos dos mais variados repertórios da música popular brasileira. “O Jantar Dançante de Sábado

de Aleluia foi um sucesso, com lotação máxima e ingressos esgotados. Todos se divertiram e curtiram bas-

tante a noite. A Churrascaria Ramona agradece a presença de todos!”, disse Luara Ramona.

Túnel do Tempo

Na sexta-feira, 24 de março, aconteceu na Biblioteca Municipal Antônio Gonçalves Pinto, em Resende Costa, o lançamento do livro “Devoro-te”, do professor, escritor e poeta resende-costense Evaldo Balbino. O bate-papo com o autor foi mediado pelo presidente da AmiRCo (Associação de Amigos da Cultura de Resende Costa), Edésio Lara, e pelo ecretário municipal de Turismo, Artesanato e Cultura, André Eustáquio.

Evaldo também lançou o seu mais novo livro de poesias em São João del-Rei, durante assembleia da Academia de Letras, da qual ele é presidente. No mesmo evento na ALSJDR, a acadêmica Terê Silva, secretária da Mesa Diretora da Academia, também lançou o seu livro de poesias infantis “Mundo feliz”.

A OBRA

De acordo com a apresentação da obra, por Mailson Furtado, “’Devoro-te’ é um passeio lírico e polifônico por vários autores literários e demais artistas brasileiros. A partir do conceito oswaldiano de antropofagia e das questões levantadas para a literatura brasileira pela Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo em 1922, faz-se da devoração

o leitmotiv da produção poética. Assim são retomados obras e autores diversos para com eles se estabelecer um diálogo de releituras. Nesse sentido, todo o livro passeia pelos bosques de diversas culturas. Sem colocar-se como um panorama histórico completo, mas se fazendo a partir de recortes do olhar poético, a voz poética que ouvimos é cônscia do que fala, das realidades poéticas por que passeia, reatualizando, via devoração, a polifonia dessas diversas culturas, polifonia essa cada vez mais forte à medida que o tempo avança e que os olhares leitores/produtores acessam sempre os mais variados discursos.

‘Devoro-te’ é um convite para um passeio vasto e poético, transitando entre formas clássicas e modernas.”

Ainda segundo Mailson Furtado, escritor, editor, produtor cultural e vencedor do Prêmio Jabuti 2018 – categorias Poesia e Livro do Ano, com o livro “À cidade”, “das tantas definições que o termo poesia admite, W. H. Auden a anuncia como ‘um jeito de acontecer’. Das possibilidades desse ‘jeito’ está o acontecer em diálogo. Assim Evaldo Balbino alicerça seu dizer, já marcante em outros de seus trabalhos poéticos, e que segue neste.

‘Devoro-te’, um livro-multidão, enocega conversas com inúmeras referências que compuseram e compõem o movimento modernista, experienciado ao longo de todo um século no Brasil a partir de 1922. Dividindo o livro em seis partes, que seguem cronologicamente em recortes desde vistas de um Brasil colonial e imperial até chegar a estes dias, Evaldo explora vozes, temas e não-ditos do movimento, experimentando antropofagicamente, em um diálogo lírico a partir de releituras que afirmam, celebram e às vezes confrontam o próprio fazer moderno no país –devorando-o. Retroalimentando-o.

‘Devoro-te’ é um passeio entre tantas pedras no caminho, a guardarem outras vistas, outros poemas, que, debulhados, acometem novas estradas, essas apenas ida, num devorar perene e tão sempre.”

O AUTOR

O resende-costense Evaldo Balbino é professor da UFMG, presidente da Academia de Letras de São João del-Rei no biênio 2022/2023, colunista do Jornal das Lajes. O autor, com essa obra, chega ao 14º livro da sua carreira, sendo o 8º de poesia.

o Sábado de Aleluia em Resende Costa

O super baile de flashback é uma realização da Patetas Produções e já está em sua sétima edição

Foram muitos pedidos para que o Baile Túnel do Tempo, realizado em Resende Costa pela Patetas Produções (Edmar Assis, Fagner Oliveira e Valnei Sousa), tivesse sua sétima edição. O evento aconteceu pela primeira vez no dia 1º de setembro de 2018, no Parque de Exposições. O som e o flashback da Banda Magnatas, da cidade de São Tiago, garantiram o su-

cesso da festa, que ficou marcada pelo resgate de grandes hits das décadas de 70, 80 e 90. O público esperou e a Patetas Produções realizou, no dia 7 de abril, Sábado de Aleluia, a sétima edição do Túnel do Tempo, dessa vez no Espaço C&M, e atraiu mais de 400 pessoas. A Banda Magnatas voltou a Resende Costa e mais uma vez agitou o público.

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ACONTECEU Por Vitória Cristina
Fotos: Vitória Cristina Foto: Divulgação O escritor e poeta Evaldo Balbino autografando exemplar de Devoro-te Da esq. para dir. Edésio Lara, Evaldo Balbino e André Eustáquio Edmar, Fagner e Valnei - Patetas Produções realiza a sétima edição do baile Túnel do Tempo em Resende Costa.
Evaldo Balbino lança “Devoro-te”, seu mais novo livro de poesia
agitou

Encontro de Motociclistas das Lajes chega à sua 8º edição e é

participantes

“O Encontro de Motociclistas das Lajes é hoje, certamente, um dos maiores indutores do turismo em Resende Costa”, avalia André Eustáquio, secretário municipal de Turismo, Artesanato e Cultura

VITÓRIA CRISTINA

Entre os dias 31 de março a 2 de abril, aconteceu em Resende Costa o 8º Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes, que contou com a participação de 143 motoclubes, número maior do que na última edição, em 2022, além de reunir participantes de diversas cidades e estados, como Capitólio, João Monlevade, Sete Lagoas, Muriaé, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras. Os motoclubes inscritos oficialmente no evento levaram para casa um troféu de participação.

O evento também contou com oito shows de rock, além de lojas e gastronomia local, oferecendo infraestrutura completa para garantir o conforto e o bem-estar dos participantes.

O Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes é apoiado pela Prefeitura de Resende Costa, por meio da Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura e pela Asseturc (Associação das Empresas, do Turismo e do Artesanato de Resende Costa). Lúcio Resende, do Motoclube Pilantras e um dos organizadores do evento, falou como foi a experiência de organizar a 8ª edição do Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes: “Já faço parte da organização desde o primeiro ano, estamos no oitavo. Sinto-me orgulhoso de fazer um evento desse tipo na cidade da minha família. É muito gratificante, o evento traz mais visitantes para nossa cidade e, além disso, muita gente vem para participar e acaba conhecendo mais um pouco da cidade, encantando-se com ela.”

NOVIDADES

Em comparação com as últimas edições, neste ano o encontro trouxe novidades e demonstrou estar evoluindo cada vez mais. De acordo com a organização, houve

I Festival do Queijo e da Cachaça das Vertentes será realizado em Coronel Xavier Chaves

Prefeitura realizará o evento de 27 a 30 de abril

Duas paixões dos mineiros reunidas em um único local: o bom queijo e uma saborosa cachaça. O 1º Festival do Queijo e Cachaça das Vertentes vai reunir os principais produtores, expositores, especialistas e curadores dos dois eixos no mês de abril em uma grande estrutura montada em Coronel Xavier Chaves.

e José Nelson, organizadores do Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes, levaram doação de alimentos e material de limpeza ao Lar São Camilo

aumento no espaço destinado aos motociclistas, tendas maiores e investimento na praça de alimentação. Tudo isso para proporcionar conforto aos motociclistas e ao público participante. “Gosto muito de rock’n’roll, de boa música, e o encontro de motociclistas junta tudo isso. Resolvi, então, trazer bandas de rock popular e rock pesado. Houve muita aceitação e todos aproveitaram e curtiram o evento”, disse Lúcio.

André Eustáquio, Secretário Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura de Resende Costa, elogiou o encontro, que conta com a parceria da Prefeitura. “Mais uma vez, o Encontro de Motociclistas das Lajes, que neste ano chegou à sua oitava edição, foi um sucesso. O evento já se consolidou como referência para os motociclistas, motoclubes e para o público que curte motos, rock e boa música. Quem curtiu a programação do evento no Parque de Exposições, de 31 de março a 2 de abril, contou com diversas atrações, como programação musical de qualidade, praça de alimentação, estandes e barracas, ambiente saudável e tranquilo. Houve até brinquedos para as crianças!”

O secretário afirma que o encontro pode ser considerado um

dos maiores atrativos turísticos para Resende Costa. “O Encontro de Motociclistas das Lajes é hoje, certamente, um dos maiores indutores do turismo em Resende Costa, especialmente nesta época do ano de baixa temporada, pegando o final da Quaresma. Neste ano, tivemos ocupação praticamente total nas pousadas de nossa cidade. Todo o comércio é envolvido. Ou seja, o evento só traz benefícios para o comércio e para a economia de Resende Costa, atraindo motociclistas e turistas de diversos lugares de Minas e do país, além de oferecer entretenimento de qualidade à nossa população e ao público que participa do encontro”, disse André.

PARCERIA

André Eustáquio destacou a parceria entre a Prefeitura, Asseturc e Motoclube Pilantras para a realização do Encontro. “Destaco e exalto a parceria que vem sendo mantida para a realização do evento, através do Motoclube Pilantras, Prefeitura Municipal e Asseturc (Associação das Empresas, do Turismo e do Artesanato de Resende Costa). A cada ano, temos a nítida certeza de que o Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes veio para ficar e só tende a crescer. Que venham novas parcerias, novos patrocinadores e projetos para aprimorarmos ainda mais esse evento que, sem dúvida, é um dos mais importantes para o entretenimento e para o turismo em Resende Costa e região do Campo das Vertentes”.

DOAÇÕES

Após o evento, integrantes da organização levaram ao Lar São Camilo, administrado pelas Irmãs Filhas de São Camilo, materiais de limpeza e alimentos. As doações se estenderam também à Biblioteca Municipal de Resende Costa, que recebeu livros presenteados por motociclistas que participaram do 8º Encontro Nacional de Motociclistas das Lajes.

melhor sua matéria-prima nesse mercado que está em alta, o nicho dos queijos artesanais gourmet. Estamos no Campo das Vertentes, uma região queijeira reconhecida e temos todo potencial para isso,” disse.

QUEIJOS E CACHAÇA PREMIADOS

Os visitantes poderão apreciar a qualidade de produtos artesanais e conhecer as novidades e tendências do mercado das Vertentes. Será uma oportunidade de passear pelos estandes, degustar e comprar o Queijo Minas Artesanal e cachaças exclusivas que garantem a Minas Gerais o reconhecimento de um dos melhores produtores do país.

Com entrada gratuita, o festival, que será realizado em 2023, de 27 a 30 de abril, chega para assumir o posto de um dos principais do gênero na região e no estado de Minas Gerais.

CURSOS FRANCESES

Dentre outras atividades, serão realizados cursos franceses de cura de queijos e análise sensorial ministrados pelos professores Pierre Coulon, francês, e Débora Pereira, franco-brasileira. Os dois são professores da escola de queijos Cifca, do governo francês em Paris. O programa inclui dois cursos: o primeiro, chamado “Revisitando o Queijo Minas Artesanal: curso de Cura e Análise Sensorial”, dias 29 e 30 de abril; e o segundo, de Análise Sensorial com degustação guiada, na praça da cidade, no domingo 30 de abril, às 19h (2 horas de duração).

O curso, realizado pela Prefeitura Municipal, por meio da associação SerTãoBras, terá a participação de 10 produtores de leite e queijo de Coronel Xavier Chaves. O prefeito Fúvio Olímpio fala sobre a importância de cursos para produtores locais. “Apoiar a produção de queijos artesanais na cidade é uma das prioridades como política pública para motivar produtores de leite a valorizarem

Coronel Xavier Chaves também é a terra das famosas queijarias Catauá, Jacuba e Bonanza. O produtor João Carlos Dutra e sua filha Mariana, do queijo Catauá, foram os primeiros produtores mineiros a terem seu queijo certificado no IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária). Mariana é membro do Club Brasil da Guilde Internationale des Fromagers.

Já Maria Teresa e Edmar são produtores do queijo Jacuba, premiado no Concurso Estadual do QMA. Da fazenda Bonanza, Mariana Coelho Campos ganhou medalhas no Mundial do Queijo do Brasil em São Paulo.

Todos os três produtores, representantes de Coronel Xavier Chaves, são membros da AQMAV - Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal do Campo das Vertentes.

Coronel Xavier Chaves também é a cidade sede das cachaças bicentenárias da família de Tiradentes: Século XVIII e Santo Grau. Com 268 anos de história, o engenho Boa Vista é o estabelecimento mais antigo em funcionamento no país, segundo a Embratur.

As cachaças produzidas ali seguem a mesma tradição e receita, passadas de geração em geração desde 1755. O processo lento exige uma paciência que é típica dos mineiros. A cachaça é extraída pelo método caipira e usa fermento feito de fubá de milho. A destilação, em alambique de cobre, tem fogo direto alimentado pelo próprio bagaço desidratado. Todo o processo já rendeu várias premiações ao produtor Nando Chaves, com as cachaças figurando no Top 50 no Ranking da Cúpula da Cachaça. Acompanhe

Instagram: @festivalqueijocachaca.

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Lúcio Lúcio Resende, do Motoclube Pilantras (dir.) entregou ao secretário de Turismo, Artesanato e Cultura, André, livros para a Biblioteca Queijo Catauá, de Coronel Xavier Chaves Foto: Queijo Catauá - divulgação VANUZA RESENDE
sucesso de público e de motoclubes
TURISMO

A teia do mundo

Zé Errado

– Alô?! É o Zé?

– Alô! Sim, é o Zé.

– Oi, Zé! Aqui é a Carol.

– Tudo bem, Carol?

– Espere aí... essa voz não é a do Zé que eu estou procurando. Desculpe, liguei pro Zé errado. Tchau!

Zé errado... Eu sou o Zé Errado.

Se existe o Zé Errado, então existe também o Zé Certo. E quem é ele? Onde ele está? Ele é o meu eu ao contrário ou o meu eu aperfeiçoado?

Pelo menos, uma coisa eu posso afirmar: o Zé Certo não comete os erros que cometo, certo?

Na escola, sempre me atrapalhei com os números. Errava tanto as contas que era mais do que Zé Errado: era Zé Absurdo. O Zé Certo acertaria todas, certamente.

Sou míope. Um dia, aplaudi emocionado a manobra radical de um avião da Esquadrilha da Fumaça... lá no alto. Errei: era um urubu. O Zé Certo jamais seria bicado pela miopia, com certeza.

E minha relação com o tempo? Sou fiel e assíduo ao atraso. Sempre arrumo umas coisinhas pra fazer na hora em que eu deveria estar fazendo outras coisas. O Zé Errado acaba sempre chegando atrasado. E o Zé

Contemplando as palavras

Conversa com desconhecidos

Certo? Sempre pontual, certeiro.

Sou o Zé Errado, que muitas vezes acreditou que as madrugadas não amanheciam... e às vezes nem eram madrugadas.

Não conte pra ninguém, mas eu nunca aprendi a assoviar. Nas vezes em que tentei, fiz um biquinho de francês com asma e chiei que nem pneu esvaziando.

Coisas do Zé Errado.

Enquanto isso, o Zé Certo fica na dele, acertando todas. E ainda é ventríloquo da minha consciência. É alter ego idealizado, perfeição distante, completude que virá depois do meu fim.

Já que não sou o Zé Certo, contento-me em ser simplesmente um certo Zé. Cheio de erros, é verdade.

Zé Errado porque vivo... e é impossível viver sem tropeçar.

Zé Errante porque amo... e é impossível amar sem sentir saudade do porto.

Zé Errata porque escrevo... e é impossível escrever sem voltar pra fazer de novo.

E o Zé Certo?

O Zé Certo, na certa, é uma transformação e não um encontro. Por mais que o procurem, ninguém o encontrará pronto.

Nem a Carol.

*JOSÉ ANTÔNIO OLIVEIRA DE RESENDE é professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del-Rei. Membro da Academia de Letras de São João del-Rei. E-mail: jresende@mgconecta.com.br

“Conversar com desconhecidos pode ensinar coisas novas, fazer de você um cidadão melhor, um pensador melhor e uma pessoa melhor”, ensina o jornalista americano Joe Keohane, autor de O poder dos estranhos, sobre “os benefícios de se conectar em um mundo desconfiado”.

Evidentemente, continua valendo a boa e necessária cautela recomendada aos apressados, os que instantaneamente se veem como melhores amigos, namorados, sócios, vizinhos (ou coisa mais que o valha) uns dos outros. Em relação às crianças então, rola aquele pânico dos pais: “Não converse com estranhos!” “Não aceite nada de estranhos!” Essas são algumas das falas características ouvidas deles e dos professores até, a quem cabe afastar o perigo que o contato com estranhos pode representar para os pequenos, principalmente.

Tudo isso é compreensível e teoricamente mais fácil de perceber. Mais complicado é se dar conta do papo que vem de conhecidos supostamente confiáveis e transformados depois em figuras perigosas. O que fazer? De novo, insisto. Nas duas situações, a palavra de ordem é cautela, sem que essa postura signifique se fechar às pessoas ditas estranhas, que não conhecemos, perdendo a oportunidade de viver boas relações sociais.

De acordo com Keohane, criar vínculos com desconhecidos, ainda que passageiros, faz o indivíduo furar a bolha de convívio usual e depa-

rar com ideias e realidades distintas daquelas a que está acostumado.

Estamos todos ou quase todos conectados neste mundo dominado pela internet, por meio da qual amizades são solicitadas e não falta comunicação. Chama especialmente a atenção hoje o uso indiscriminado do smartphone, uma espécie de compulsão coletiva. Impressiona ver as pessoas nas filas, nos elevadores, nas salas de espera, no transporte público... entretidas com seus potentes e antes inimagináveis aparelhos digitais. Atraídas e subtraídas pela multifuncionalidade da telinha de mão, cada uma no seu quadrado e próximas fisicamente, elas não se falam.

Sem o desmerecimento a essa forma de interação proporcionada pela tecnologia, considera-se aqui uma informação interessante: pesquisas atuais, como a que embasa a obra do citado jornalista, mostram que puxar conversa cara a cara com desconhecidos faz bem. Não se trata, é óbvio, de forçar o papo e invadir o espaço alheio. O conhecimento de outras visões de mundo, a descoberta de afinidades, interesses afins e o desenvolvimento de sentimentos de empatia e solidariedade são, só para dizer o mínimo, ganhos que os receptivos a esse tipo de relacionamento podem ter. Enquadro-me nesse perfil de pessoa até certo ponto. Havendo abertura, vontade e oportunidade, como em viagens principalmente, para entabular uma prosa com alguém desconhecido, sigo em

frente, sabendo que, na maioria das vezes, jamais verei de novo aquela pessoa. Sempre vale a pena a efemeridade desses momentos feitos geralmente de assuntos triviais. Minha amiga Popó é muito comunicativa, o que é meio caminho andado para conversar com todo mundo. Em maio de 2008, viajamos para Portugal e no avião conhecemos a Marísia, uma mineira que já morava lá e estava de volta àquele país depois de uma visita aos pais no Brasil. Sentadas lado a lado, elas prosearam a viagem inteira. Chegando a Lisboa, Marísia desembarcou. Nós duas pegamos logo uma conexão para Porto, não sem antes deixar com a conterrânea, a pedido dela, um contato nosso. Quando finalmente chegamos à capital portuguesa, ela foi ao nosso encontro no hotel e, como uma ótima cicerone, esteve com a gente naqueles dias inesquecíveis. Depois disso, as duas não deixaram de se falar e nem de se encontrar aqui e lá. Popó me lembra que conheceu os filhos da amiga e, certa vez, hospedou-se com eles na Europa.

Sair simplesmente por aí puxando conversa com estranhos – não é essa a proposta. O gesto de aproximação deve ser casual, espontâneo. E encontrar reciprocidade. É o acaso, ainda que por breves momentos, aproximando os desconhecidos. E por que não daí surgir uma conversa agradável, só para passar o tempo ou, quem sabe, viver a experiência de um encontro marcante?

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 9 ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023

CIDADE

Evento no Mirante das Lajes reúne familiares de portadores de Autismo

VITÓRIA CRISTINA

Aconteceu, no último dia 02 de abril, em Resende Costa, no Mirante das Lajes, um evento para comemorar o Dia da Conscientização do Autismo e refletir sobre o assunto. As responsáveis pela iniciativa foram mães de filhos autistas, Clébia Resende e Renata Oliveira, que, a partir de conversas anteriores entre elas, começaram a abordar as dificuldades, a falta de informação sobre os direitos que os autistas possuem, além de preconceitos enfrentados por eles.

Foi então que elas resolveram fazer um movimento para reunir e unir os pais e as mães de autistas. Os primeiros contatos se deram através de grupo no WhatsApp, onde eles trocam muitas experiências, desabafos, angústias e conquistas. Clébia Resende, que é assistente social, conta que o grupo foi crescendo e tomou uma proporção maior. “O grupo foi crescendo e tomando for-

ça. Nós, então, decidimos criar um evento do Dia dos Autistas, no Mirante, com o intuito de conscientizar a sociedade em geral e também de ter um momento descontraído. Contamos com a presença do prefeito em exercício Lucas Paulo e vários familiares de autistas, assim como os próprios autistas. Foi uma manhã confortante, na qual simpatizamos com o próximo.”

CONSCIENTIZAÇÃO E

DESAFIOS

Clébia fala sobre os desafios enfrentados cotidianamente pelo autistas e também pelos familiares. “Notamos que até mesmo pais, mães e familiares acabam tendo vergonha de dizer que tem um membro autista na família. Inclusive, até há gente que pensa que autismo é modismo. Eu mesma já passei por essa situação, quando me questionaram: ‘Agora todo mundo é autista?’ O que ocorre é que o assunto é algo recente e as pessoas não se informam, por isso precisamos conscientizar. Com o avanço das pesquisas, até adultos vêm recebendo o diagnóstico tardio. Com

Meio Ambiente

ADRIANO VALÉRIO RESENDE

esse movimento, pretendemos cada vez mais abordar esse tema com tranquilidade e paz, no intuito de que nenhum autista sofra qualquer tipo de constrangimento em nossa cidade. Por exemplo, o autista com seu acompanhante têm prioridade em atendimentos, vaga prioritária em estacionamentos... E se você não souber o porquê, está aí uma boa hora de conhecer mais sobre o autismo e se juntar a nós nessa causa!”

O AUTISMO

De acordo com a literatura médica, o autismo, conhecido tecnicamente como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

Segundo o Manual Diagnós-

Calçamentos das ruas de Resende Costa

Em nossa Resende Costa, coexistem quatro tipos de revestimentos nas ruas: paralelepípedos de granito, bloquetes de concreto, pedras quebradas de gnaisse e asfalto. Os calçamentos se misturam, não havendo uma continuidade estética na cidade. Vejamos um pouco de história sobre esse processo.

A pavimentação de estradas é um procedimento bem antigo, que visava a facilitar o tráfego de pessoas, animais e veículos motorizados ou não. Segundo consta, a primeira estrada pavimentada foi construída no Egito para melhorar o acesso às obras das Grandes Pirâmides. Os romanos se aperfeiçoaram na pavimentação de estradas para fins comerciais e militares e também no calçamento de ruas. Também é dos romanos o relato da existência das primeiras vias de mão única, de estacionamento para carroças e até proibições de tráfego de veículos na Roma antiga.

Na América do Sul, o povo Inca foi o primeiro a fazer a pavimentação de estradas, principalmente na parte montanhosa. No Brasil, a primeira via a ser pavimentada, por meio de concessão,

foi a chamada Estrada União e Indústria, em 1861, que ligava o Rio de Janeiro, então capital, até Juiz de Fora. Esse também foi o primeiro trecho a ser asfaltado, já em 1928.

As vias urbanas brasileiras no período colonial eram de terra batida. Assim, os calçamentos foram feitos para evitar poeira, barro e buracos. Destaca-se que o material utilizado para o calçamento de algumas vilas litorâneas importantes era proveniente de Portugal. No entanto, o seu transporte para o interior de Minas Gerais ficava inviável.

Os primeiros calçamentos nas vilas mineiras aconteceram na segunda metade do século XVIII. Os materiais utilizados eram, na maioria, pedras arredondadas, que variavam de tamanho: pequenas e médias. Provinham, principalmente, de fundos e margens de rios, os seixos rolados, ou de alguma pedreira local. A técnica era simples, as pedras maiores eram assentadas no solo aplainado e aparelhadas na medida do possível. Os seixos rolados menores, chamados de pé de moleque ou cabeça de negro, eram colocados de forma contígua. Além dos mes-

tres pedreiros, a mão de obra operacional era predominantemente escrava e as ferramentas utilizadas eram picaretas, enxadas e pás. O transporte das pedras era feito em carros de boi.

Em algumas ruas, o destaque era a existência de uma área mais baixa ou uma canaleta calçada na parte central, cuja função era fazer o escoamento da água da chuva, como vemos hoje em Paraty. Em Resende Costa do início do século XX, a rua Assis Resende tinha calçamento apenas na parte central, para escoamento da água da chuva (foto abaixo).

Na segunda metade do século XIX, aconteceram mudanças nos calçamentos. Nas cidades mais movimentadas, como Diamantina e Ouro Preto, foram colocadas lajotas de pedras planas e regulares (geralmente de quartzito) no centro das ruas para facilitar a circulação de pessoas, as chamadas capistranas. Outro fato foi que o calçamento colonial começou a ser substituído por paralelepípedos, que eram pedras cortadas, planas e lisas. Esses eram considerados mais modernos e estavam na moda na Europa. Eram chamadas de “pedras casadas”,

tico e Estatístico de Transtornos

Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.

Ainda de acordo com a lite-

ratura médica, todos os pacientes com Autismo apresentam essas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de Autismo Infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa em todas as etapas da vida.

Fonte: portal autismoerealidade.org.br

pois eram mais regulares e davam um visual melhor para as ruas. Isso aconteceu principalmente em Ouro Preto, Mariana e São João del-Rei, cidades onde esse calçamento perdura até hoje.

Como em toda pequena cidade, as primeiras vias calçadas de Resende Costa estavam na parte central: rua Gonçalves Pinto, os Quatro Cantos, rua Assis Resende, rua Padre Heitor e partes dos acessos ao centro, como a avenida Ministro Gabriel Passos e a rua Dr. Gervásio. O material utilizado eram pedras medianas

de granito/gnaisse, ligeiramente arredondadas, comuns em nossa região. O calçamento era irregular, o que dificultava o tráfego de pessoas e carros de boi. Provavelmente, em meados do século XX, o pavimento da parte central da cidade começou a ser substituído para paralelepípedos de granito. Alguns exemplares ainda estão visíveis na cidade: partes das ruas Moreira da Rocha e José Jacinto.

(continua na próxima edição)

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O encontro teve como objetivo refletir sobre os desafios enfrentados pelos autistas e seus familiares
Rua Assis Resende, fotografia do início do século 20 Encontro, no Mirante das Lajes, reuniu familiares de portadores de autismo Foto: arquivo Coleção Lajeana

Horto Florestal: devolução abre caminho para novos investimentos

Desde a criação, em 1967, do Horto Florestal para a produção de mudas de essências florestais que o Instituto Estadual de Florestas (IEF) administra a área de três hectares, praticamente circundada pelo Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha. Enquanto o JL ia para a gráfica, aguardava-se a qualquer momento que a diretora geral da autarquia estadual, Maria Amélia de Coni e Moura Mattos Lins, assinasse a devolução do Horto para o município de Resende Costa.

A cessão da área foi efetuada com base na lei municipal 543 (29 de março de 1967), sancionada pelo então prefeito Antônio de Resende. A escritura de doação foi lavrada em 15 de maio do mesmo ano no Cartório do Registro de Imóveis da comarca de Resende Costa. “Essa transferência do Horto para o município é de extrema importância para nós”, reagiu o prefeito em exercício Lucas Paulo de Assis Vale.

“Sabemos que há várias ações a serem feitas ali. Algumas estão engatilhadas, outras estão no papel. Ter realmente a recuperação desse espaço do Horto vai nos ajudar a poder investir e, aí sim, tirar do papel as ideias que a gente tem e colocá-las em prática.”

A transferência da titularidade do Horto para o município é uma das reivindicações mais antigas do IRIS (Associação Instituto Rio Santo Antônio), “uma vez que as benfeitorias e o viveiro de produção de mudas estão dentro dessa área e os investimentos/manutenções por parte da prefeitura estão dependentes desse fato”, reforça o geógrafo Adriano Valério de Resende. A medida é importante porque abre caminho para o município atuar e fazer investimentos no local, acrescenta.

Em março de 2021, o então presidente do CODEMA (Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente), Alexssander Pinto Lourdes, manifestou, junto ao IEF, preocupação com a falta de investimentos

no lugar. Lembrou que o município e o CODEMA “possuem projetos para o local”, tanto de utilização “mais adequada” do espaço quanto para recuperar e proteger o meio ambiente.

Em maio do mesmo ano, o prefeito José Gouvea Filho solicitou ao supervisor regional do IEF que se manifestasse sobre o interesse da autarquia “pela manutenção ou não da cessão da área”, uma vez que o município já tinha projetos para “melhor utilização do imóvel em questão, visando à proteção do meio ambiente, entre outros”. Manifestação que foi reforçada pela Câmara Municipal nos mesmos termos. A área técnica e a direção do IEF concordaram que a devolução ao município seria a melhor solução para o destino da área do Horto. Até o fechamento desta edição, a “escritura pública de reversão de doação” encontrava-se no Cartório do 1º Ofício, aguardando a assinatura da diretora geral do IEF.

Atualmente, no Horto, uma área limpa (de aproximadamente 5.000 m2) é utilizada como viveiro de produção de mudas (com quiosque e canteiros em alvernaria e em madeiras/bambus para o plantio). Além disso, existem um galpão em alvernaria (5 por 20 m) utilizado para guardar ferramentas/material utilizado no viveiro e um parquinho ecológico em madeira e pneus, construído pela ONG IRIS. “Tudo o que existe de benfeitoria está na área do Horto, que é do IEF. A prefeitura diz que não pode reformar ou investir porque a área não é dela”, enfatiza Adriano.

EMERGÊNCIAS

Tão logo seja formalizada a devolução do Horto Florestal,

ARTE E ARTESANATO

Outro lado: a fabricação de tear artesanal

VENÂNCIO DE RESENDE

alguém que não está usando repassa para outra pessoa.

duas questões urgentes emergem nos planos de recuperação da área. Uma delas está relacionada com as águas pluviais por este ser um problema antigo, diz o secretário de Agropecuária e Meio Ambiente, Alexssander Pinto Lourdes. A água da chuva desce do centro da cidade, através de uma manilha com 1m de diâmetro, e desemboca na área do Horto, formando erosão. O resultado é a existência de um barranco de grandes proporções. “Estamos estudando a melhor forma de conter o problema. E precisamos fazer isso antes das chuvas.”

A outra medida emergencial diz respeito ao esgoto. A COPASA já indenizou o morador Urias, da Rua Marechal Deodoro, proprietário do terreno onde será instalada uma rede coletora de esgoto na área de servidão, de acordo com Marcelo Luiz Lopes, encarregado de sistema da empresa em Resende Costa. Além disso, a COPASA terá de fazer uma rede coletora no fundo de cerca de 15 imóveis da Rua Dr. Gervásio, que estão abaixo do nível da rua (portanto, não dão caimento), para lançar o esgoto na Rua Antônio Carlos – imóveis estes que estão na área do Horto.

No médio prazo, será elaborado um projeto de maior fôlego para investir na área do Parque, inclusive no espaço do Horto. Alexssander defende a construção de uma área de recepção no Horto, bem como a revitalização do parque ecológico construido pelo IRIS, com infraestrutura adequada para atender turistas, moradores, crianças e alunos de escolas. Outro plano é revitalizar as minas de água existentes no Parque, principalmente a Fonte João de Deus.

Há cerca de 30 anos que os irmãos José Osvaldo (Zezé) e Alisson fabricam o tear manual de madeira, utilizado em Resende Costa para tecer peças artesanais têxteis (de retalhos, fios de linha etc.). Eles começaram na antiga oficina do pai, Sebastião Francisco dos Santos, o Tiãzinho da serraria. Atualmente, trabalham na própria oficina, na mesma altura da Avenida Alfredo Penido – a Avenida dos Artesanatos.

Muita coisa mudou nesses últimos anos, admite Zezé. No início, eles utilizavam a madeira paraju, a mesma indicada para a construção de telhados. Pouco tempo depois, ela foi substituída pelo roxinho, madeira que eles compram na cidade mesmo, mas que é transportada de carreta de estados, como o Pará, no norte do Brasil. Embora seja madeira mais cara, é preferível porque é mais durável e resistente ao ataque de cupim e fungos, entre outras qualidades. “Um tear com essa madeira não acaba nunca”, garante Zezé.

Outra mudança: a clientela. Antes, eles fabricavam várias unidades por ano. “Chegamos a fazer 20 teares por ano há uns 20 anos atrás”, recorda Zezé. Atualmente, as encomendas não passam de 1 a 2 unidades por ano, em média. As razões variam: quem já tem não compra de novo; em muitos casos, o tear passa de pai para filho; às vezes,

A maior parte dos fregueses é ainda de tecedor/tecedeira, mas ao longo do tempo comerciantes começaram a encomendar teares para terceirizarem a produção, conta Zezé. Um fenômeno novo é que, cerca de 10 anos para cá, começou a haver encomendas fora de Resende Costa: “Gente daqui que muda para outras cidades e quer continuar a tecer”. Assim, há procura por tear a partir de São Paulo, Rio de Janeiro e, eventualmente, Belo Horizonte e estado de Santa Catarina. Além disso, há o efeito demonstração: lojistas das grandes cidades que querem expor o tear, para mostrarem como é produzida a peça artesanal.

TAMANHOS

São três os tamanhos de tear, mas ultimamente tecedores/ tecedeiras têm trabalhado com o médio (mais adequado para tapetinhos, jogos de passadeira etc.) e com o grande (para colchas, tapetão etc.). É uma adaptação às exigências do mercado, explica Zezé.

Para fabricar o tear médio, são necessários cerca de 14m lineares de madeira (12cm x 6cm). Já o tear grande requer cerca de 20m lineares de madeira. Segundo Zezé, o tempo de fabricação varia entre três e quatro dias, de acordo com o tamanho do tear. Atualmente, existem cerca de quatro a cinco fabricantes de tear manual em Resende Costa; entre eles, o irmão de Zezé, Sebastião Edson, que tem oficina própria.

A madeira roxinho utilizada na fabricação

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ESPECIAL
JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE
tear concluído recentemente
arquivo pessoal
Erosão no Parque Capoeira Nossa Senhora da Penha
Um
Fotos:
IRIS
Foto: arquivo
JOSÉ

Parque Municipal Capoeira à espera de solução e de ações

Equivalente a 14,2 campos de futebol, este é o Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha, em Resende Costa. Trata-se de uma área total de 8.7369 hectares, de acordo com levantamento topográfico georreferenciado presente no “Estudo Técnico para Institucionalização do Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha”, realizado, entre 2015 e 2016, pela Associação IRIS. O principal objetivo do estudo era incluir a área do Parque no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação para fins de recebimento do ICMS Ecológico.

Além do georreferenciamento da área (com memorial descritivo), o trabalho abrange caracterização pormenorizada da Unidade de Conservação (histórico, situação legal, infraestrutura existente, impactos socioambientais, propostas para a zona de amortecimento e para o sistema de gestão); estudos ambientais para caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico da área do Parque e seu entorno imediato; relato de uma consulta pública realizada com a comunidade resende-costense e moradores do entorno; caracterização do entorno nos aspectos demográficos, econômicos e principais vetores de pressão.

“Na lei municipal de criação da Reserva Biológica, de 1986, há referência a uma área total de 12,08 ha; portanto, a área preservada já perdeu 0,35 ha ou 3.500 m² ao longo dos anos”, alerta Adriano Valério Resende, membro do IRIS e coordenador geral do estudo técnico. “Assim, há necessidade do cercamento do Parque e de investimento em infraestrutura para melhorar as condições de trabalho no local e receber visitantes.”

O Parque foi criado pela Lei Municipal 1.930 de 21 de outubro de 1992, “no local junto e próximo à Fonte João de Deus, com aproveitamento de toda a área verde e manancial de águas disponíveis”. Está localizado na zona urbana de Resende Costa, entre os bairros Nova Resende, Santo Antônio, São José e Horto. Faz divisa com as ruas da Cachoeira e Vereador José Joaquim Mariano, no bairro Nova Resende; ruas Antônio Carlos de

Resende e Onésio de Sousa Lima, no bairro Santo Antônio; rua Dr. Gervásio, no bairro São José; ruas Marechal Deodoro, Vereador Antônio Machado Pinto e José de Resende Costa e travessa Marechal Deodoro, no bairro Horto.

As leis municipais que criaram a Unidade de Conservação (UC) são anteriores à lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da NaturezaSNUC (Lei Federal 9985/2000).

As motivações que levaram à criação da UC da Capoeira “foram as constantes invasões da área pública por moradores do entorno visando aumentar suas propriedades, os chamados fundos de hortas, e a retirada de material lenhoso para utilização nos fogões a lenha, uma vez que esse tipo de fogão era largamente utilizado pela população da cidade”, de acordo com o estudo técnico. Assim, a lei proibe “(…) qualquer forma de exploração dos recursos naturais, bem como a supressão total ou parcial da área (…)”, permitindo apenas “(…) a limpeza racional de árvores para criação de obras de fins sociais (miniparques de diversões, churrasqueiras e outros)”.

Os responsáveis “pela manutenção e vigilância de invasores e depredadores” seriam a Prefeitura Municipal e o IEF. Desde a criação do Horto Florestal, em 1967, o IEF participa na administração da área, assina o estudo técnico. Com a lei federal que criou o SNUC, o estudo técnico propõe que “a Lei Municipal 1.098/1986 (que criou a Reserva Biológica) seja revogada e a Lei 1930/1992 sofra alterações em seu texto, visando à sua adequação ao SNUC e à nova proposta de administração e manutenção do Parque Municipal Capoeira Nossa Senhora da Penha”.

ENTORNO

Existem cerca de 80 propriedades no entorno do Parque (abrange lotes, casas em construção e residências), assim distribuídas: No bairro Nova Resende, 20; no Santo Antônio, 17; no São José, 17; no Horto, 23. Para a caracterização socioeconômica e ambiental do entorno, foram visitadas 68 residências, identificando-se 217 moradores (dos quais 46 crianças), com 3,2 pessoas por residência em média. Também foram catalogados 20 gatos, 49

cachorros, 241 galinhas/patos e 1 coelho. Em relação às atividades produtivas nas propriedades, havia 30 residências com pomar e 38 com hortas (couve, alface etc.); havia apenas 1 com árvores nativas.

De acordo com as entrevistas realizadas, concluiu-se que “os moradores mantêm pouca relação com a área do Parque, alguns até desconhecem e uma maioria não visita. Sobre a criação do Parque, praticamente toda a comunidade é favorável”.

Quanto aos aspectos econômicos, as principais fontes de renda dos chefes de família do entorno são aposentadoria, pensão, autônomos (artesanato), comerciantes (proprietário de bar) e diaristas (construção civil).

São fatores de pressão socioambiental sobre o Parque as constantes invasões da área pública; o direcionamento da drenagem pluvial e do esgoto sanitário para dentro da área; morte de animais silvestres, especialmente micos, relatada por moradores; despejo de lixo e de entulhos nas bordas do Parque; e corte de vegetação na proximidade das divisas por parte de moradores para limpeza ou para futura invasão da área.

Em relação aos impactos ambientais, “foram verificados que em 24 propriedades havia sinais de erosão (laminar ou em sulcos). Ou seja, havia escoamento de água pluvial sem algum mecanismo que evite a retirada do solo. Em 5 propriedades, havia lixo e/ou entulho acumulados na horta, em 9 o esgoto do tanque/pia estava escorrendo a céu aberto e em 13 havia sinais de queimada de lixo ou de restos de vegetais”.

Em relação ao saneamento básico, “não foi identificada captação (de água) em nascentes ou poços, sendo todos os moradores contemplados pela concessionária local (COPASA)”. Quanto ao esgotamento sanitário, no item lançamento de águas residuárias, 8 residências lançam em rede pública, 34 diretamente no solo, 21 em fossa negra, 4 em curso d´água e 1 não respondeu. No caso de pias de cozinha e banheiro, 2 residências lançam em rede publica, 8 diretamente no solo, 55 em fossa negra e 3 em fossa séptica. Quanto à destinação final dos resíduos sólidos urbanos, apenas 1 entrevistado disse não utilizar o sistema de coleta público, dispondo os resíduos na horta,

mas 2 admitiram jogar lixo na área do Parque. Por fim, o escoamento da drenagem pluvial nas hortas: 37 residências direcionam para o Parque, 18 para a rede pública, 7 para outra propriedade e 6 não informaram.

CONSULTA PÚBLICA

A consulta pública para a institucionalização do Parque, prevista nos objetivos do estudo técnico (um requisito da lei de criação das UCs), foi realizada no dia 04/12/2015, no Salão Comunitário de Santo Antônio. Compareceram cerca de 20 moradores do entorno e o funcionário do IEF, com vários questionamentos.

Assim, até agora, a realização dos estudos ambientais, do georreferenciamento e da consulta pública contemplaram as principais ações previstas no estudo técnico do IRIS, segundo Adriano Valério. A criação de duas UCs (Reserva Biológica

e Parque Municipal) “reflete a preocupação dos gestores públicos e da comunidade com a área conhecida como Capoeira ou Fonte João de Deus”, acrescenta. “Essa área é de um significado potencial socioambiental por ser um remanescente da vegetação nativa preservada dentro da área urbana de Resende Costa e pela sua beleza cênica. Portanto, a preservação da biodiversidade local e sua transformação em uma referência em lazer e em educação ambiental são desafios que cabem a todos nós resende-costenses.”

De acordo com Adriano Valério, entre os objetivos específicos do estudo, falta ainda elaborar o Plano de Manejo, dar sequência ao processo de educação ambiental, cadastrar o Parque no setor de Áreas Protegidas do IEF e a criação do conselho gestor. “E também há previsão legal de que esse conselho possa ser o CODEMA, que já está instituído em Resende Costa.”

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IRIS
Fotos: arquivo Produção de mudas no Horto Parquinho construído no Horto Florestal pelo IRIS
VENÂNCIO DE RESENDE ESPECIAL
JOSÉ

VANUZA RESENDE

20 anos de fundação. 240 edições! Mês a mês, o Jornal das Lajes circulando de casa em casa, de família a família, de comércio a comércio. Criado em 2003 a partir de um sonho de resgatar a memória e a cultura locais. O sonho se tornou realidade e o Jornal das Lajes completa 20 anos de história, cumprindo seu papel local e regional de informar, resgatar e promover a cultura. Além de incentivar a leitura e promover debates que formam opiniões.

Criado por um grupo de jovens estudantes liderado por Denilson da Matta Daher, o Jornal passou por mudanças até chegar ao seu formato atual. De local, passa a cobrir o regional e, desde 2007, o Jornal, que é da Lajes, passa a ter em sua pauta

reportagens de cidades da região, especialmente São João del-Rei.

São 16 páginas marcadas por reportagens, causos, lembranças, eventos, homenagens, séries e histórias que ficam registradas. Algumas delas recortadas e emolduradas nas casas dos cidadãos ouvidos pelas reportagens ao longo de duas décadas.

O JL deixou de ser impresso somente por um motivo que mudou a rotina de todos: a pandemia de Covid-19. E foi nesse momento que as edições on-line mostraram a sua força. Uma entrevista feita com o Dr. Paulo Dias, médico em Resende Costa, circulou e informou em um momento de dúvidas, incertezas e fake news. O número de acessos da entrevista, conduzida pelo editor-chefe do JL, André Eustáquio, corresponde à metade da população

Retalhos literários

EVALDO BALBINO

de Resende Costa. Uma matéria extensa, de perguntas e respostas, lida e compartilhada por centenas de pessoas. Em um momento que informações curtas e rápidas ganham força, a procura pela informação consolidada mostrou a força do periódico mensal que circula na cidade.

A comunicação tem mudado, a velocidade das notícias é outra. A forma de noticiar muda todos os dias, grandes e consolidados jornais fecharam as portas, diminuíram a tiragem, demitiram funcionários. A situação do Jornal das Lajes, muitas vezes, não é diferente da situação dos maiores jornais impressos do mundo. Falta recurso, falta apoio e patrocínio. Mas as similaridades não param por aí, o Jornal é construído por quem tem força de vontade de fazer acontecer, de lidar com

Fotos: arquivo

as adversidades e de levar a informação.

sica, política... Mas sempre com o compromisso editorial da informação, e é isso que permite que os 20 anos sejam comemorados mesmo em um momento tão distinto da comunicação no país e no mundo.

As Lajes em revista: tessitura de retalhos e sentidos no jornal

pois, muita história para se contar e notícias para correr o mundo.

Mesmo depois de tornar-se cidade emancipada, essa nossa terra mineira e meu torrão natal, a Lage continuou e continua dando guarida à Tixa (a lagartixa de tantos anos e vidas) e às suas histórias, permaneceu abrigando o tecer de vidas à luz do sol chegando e se indo nos horizontes, persistiu abrindo-se aos nascentes e aos poentes de todos nós.

Ali onde a Tixa sobrevive,há,

O pequeno réptil gracioso escorrega de pedra em pedra com suas quatro patas cobertas por escamas e com seus dedos pegajosos. Escala as sinuosidades dos penedos, prendendo-se à vida pétrea inabalável. Frio, o seu corpo aparece e some nas reentrâncias porosas dos pedregulhos. Isso mesmo! Cada pedra, como a própria Tixa e todos nós, não deixa de ter seus poros, as vias possíveis de comunicação.

E é comunicando que vamos, a partir dessas vias, criando outras vias, outras vidas escritas a dizerem de nossas vidas em carne e osso e em espírito.

Assim, no ano de 2003, um grupo de resende-costenses, jovens estudantes que desejavam

resgatar a memória e a cultura local, arregaçou as mangas e se pôs a produzir o Jornal das Lajes (JL).

Circulando mensalmente em Resende Costa, o periódico, além da versão on-line, também passeia por São João del-Rei, Tiradentes e algumas cidades vizinhas, na região do Campo das Vertentes. Circulando, corporifica o seu nobre objetivo, qual seja: exercer o jornalismo com competência, buscando resgatar e difundir a memória e a cultura da nossa região. Com os olhos voltados para o local, sem deixar de ver o global, as páginas do JL valorizam os potenciais de nosso povo e revelam nossos meandros culturais.

Desde 2003 deambulo pelo

jornal. Antes principalmente como leitor e depois de 2009 também como colunista.

Quando convidado a escrever no periódico, pude escolher o nome da coluna que eu assinaria. Reavivaram-se, então, em meu pensamento, as memórias das tessituras da minha cidade. Mergulhei profundamente, como sempre o fiz, na arte de tecer colchas e tapetes que vi minha mãe exercendo a vida inteira tão bem ecom afinco e amor. Não somente ela, mas mulheres, muitas mulheres cuidando de tantas vidas. E, ao depois, muitos homens foram se achegando e emaranhando os fios da existência e contribuindo com o artesanato e com as vidas locais e globais. Daí o nome da minha coluna:

Retalhos Literários. Desde então venho escrevendo nas páginas do JL, cruzando palavras como fiados e tiras de retalhos se cruzam, os pés e as mãos trabalhando, o corpo curvado para frente, os olhos em movimento criativo. Fios, palavras e retalhos se misturam – e tudo é colcha na vida, da vida e para ela. Porque ela, a vida, urge eternamente, palpita em sua beleza, apesar do que a transforma, diversas vezes, em adubo triste sob a terra.

Escrevemos, portanto, tessituras. E tecemos escritas. Buscamos contexturas para que o conjunto se forme, para que os fragmentos se conectem, para que os sentidos do existir aconteçam. Tecer e escrever, arte densa de viver.

O JL é reconhecido como um jornal cultural, devido às suas colunas de literatura, gastronomia, múJORNAL DAS LAJES • PÁG. 13 ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023
JL Os jornalistas André Eustáquio e Emanuelle Ribeiro produziram em 2014 reportagem especial para o JL sobre a Ferrovia do Aço IMPRENSA
Duas décadas do Jornal das Lajes
O antigo povoado da Lage nasceu lá nas memórias mineiras dos meados do século XVIII. Depois veio a chamar-se Arraial da Lage e, no início do século XX, Vila Nova da Lage e em seguida Resende Costa. Abrolhou sobre uma enorme laje, com direito a montanhas entregues aos olhos amantes, pores do sol de arrepiar, um mirante para a vida inteira.

CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO

Sicoob Credivertentes promove Semana de Educação Financeira

Ação envolveu cinco municípios e integrou a Global Money Week

Quatro dias, cinco cidades, cerca de 550 participantes. Esse foi o resultado da Semana de Educação Financeira promovida pelo Sicoob Credivertentes. A maratona de diálogos e troca de conhecimentos aconteceu de 20 a 23 de março pautada em temas como orçamento familiar, despesas pessoais, planejamento, investimentos. Tudo isso de maneira itinerante, gratuita e com duas dinâmicas: palestras especializadas e Clínicas Financeiras. “O saldo, com o perdão do trocadilho, foi mais do que positivo. Além do orgulho e da satisfação em integrar algo transformador, nos envolvemos em uma ação que aproxima a Cooperativa do público e reforça seu propósito de promover relações saudáveis entre indivíduos e seus recursos”, explica o supervisor de Desenvolvimento Social no Sicoob Credivertentes, Diego Santos.

MARATONA

A agenda em prol da Educação Financeira começou na segunda-feira, 20, quando Santos palestrou para duas turmas da Escola Estadual Santo Antônio, em Ibertioga. Na

UNIÃO DE FORÇAS

oportunidade, ele conversou com alunos de 12 a 17 anos sobre economia e futuro.

O bate-papo comandado por ele também aconteceu em Resende Costa na quarta-feira, 22, e na tarde de quinta, 23, em Ritápolis. No mesmo município, à noite, o agente de Atendimento Airton Campos foi o porta-voz da Saúde Financeira, palestrando para turmas de cursos técnicos com idades entre 19 e 29 anos.

Já em São João del-Rei a atuação cou a cargo do gerente de Negócios Sérgio Nascimento, que visitou o colégio ATUS, na terça-feira, 21, em roda de conversa cheia de didática para adolescentes do Ensino Médio. “A gente fala muito em ‘futuro’, mas pouco no planejamento nanceiro que o envolve. E ele precisa começar agora. O aprendizado aqui hoje foi muito importante”, ressaltou o estudante Igor Rodrigues.

CLÍNICA FINANCEIRA

Em São Tiago, cidade-sede do Sicoob Credivertentes, foi promovida pela primeira vez uma Clínica Financeira exclusiva. No dia 21, sete pro ssionais da Cooperativa

se deslocaram até o Largo do Forno para atender individualmente quem quisesse falar sobre controle, gastos, investimentos, planos. Ao todo, 20 pessoas passaram pela tenda montada no local. E o resultado, claro, foi mais que satisfatório. “Como pode, né? Conversando aqui por alguns minutos eu aprendi a dividir o meu dinheiro. E a valorizá-lo também. Sei que não ganho muito, mas entendi que consigo me estruturar para repensar gastos, pagar minhas contas e ainda poupar um pouquinho. Não preciso ‘torrar’ meu salário se me planejar”, concluiu Khyara Kivilan, de 20 anos.

GLOBAL

MONEY WEEK

Como o próprio nome sinaliza, a Global Money Week é uma iniciativa planetária que chegou à 11ª edição em 2023. Até aqui, o movimento já assistiu mais de 53 milhões de pessoas em 176 países, incluindo o Brasil – onde é coordenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No ano passado, segundo o grupo, 2 milhões de crianças, jovens e adultos foram impactados por aqui.

Cooperativa lança Programa C3 de incentivo a ações sociais

Projetos selecionados na iniciativa podem receber investimentos de até R$10 mil. Edital já estão disponível e inscrições estão abertas

“Conscientize, Coopere e Cresça”. Esse é o mote do Programa C3, iniciativa de fomento a ações e projetos sociais do Sicoob Credivertentes. O edital de seleção já foi lançado e abriu prazo de inscrições que se estende até 28 de abril. “Por enquanto, o que acontece é um pré-recrutamento. Os representantes de instituições, entidades e ONGs do Campo das Vertentes que se enquadrarem no C3 devem entrar em nosso site e preencher o formulário disponível. Depois, entraremos em contato para aí sim analisar ideias que poderão ser apoiadas por nós. Essa será, aliás, uma tarefa complexa e grati cante”, explica o supervisor de Desenvolvimento Social no Sicoob Credivertentes, Diego Santos, completando: “Nossas Comunidades são

repletas de cases transformadores. Há um talento imenso em mudar vidas na região. Por isso sabemos que será difícil fazer a escolha de nitiva para 2023. Por outro lado, queremos realizar o programa anualmente e alcançar cada vez mais pessoas”.

No Programa C3, as ações ou os projetos escolhidos poderão receber até R$10 mil em incentivos nanceiros para promover, por exemplo, atividades educacionais; movimentos para promoção de Saúde, Cidadania e Sustentabilidade; acesso á arte; inclusão alimentar e até mesmo melhorias estruturais em espaços de uso amplo com viés social. Tudo pensando na coletividade e de maneira alinhada ao 7º princípio universal do Cooperativismo,

que versa sobre o “Interesse pela Comunidade”. “A Cooperativa mantém hoje dez iniciativas próprias ou via parcerias com outras instituições. Mas quer fazer ainda mais por cidades, distritos e localidades onde marca presença. É uma forma de ampliar o bem-comum enquanto, também, fortalece mobilizações que fazem a diferença”, acrescenta a supervisora de Comunicação e Marketing Elisa Coelho.

O edital do Programa C3 pode ser acessado em www.sicoob.com.br/web/sicoobcredivertentes. No site, o internauta deve selecionar o link “O Sicoob”, escolher a aba “Sicoob Credivertentes” e rolar a página até o tópico “Nossas Iniciativas”. Links para o edital e o formulário de inscrições estão disponíveis ali.

REFLEXÕES

INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO COOPERATIVISTA

O Cooperativismo tem como um de seus princípios e fulcros doutrinários – desde os seus primórdios e as propostas dos Pioneiros de Rochdale – a Informação, Formação, Comunicação e Educação. Tudo isso envolvendo, além de seu público interno, todo seu complexo associativo-comunitário. A nal, as Cooperativas dispõem de dois componentes em sua gestão, o empresarial e o social, que necessitam ser interligados, complementares e, aliás, indissociáveis. Assim, a Educação e a Comunicação são inegavelmente instrumentos vitais para garantir o êxito organizacional-operacional da empresa Cooperativista, aprimorando todas as relações e seu maior êxito: o senso de Coletividade. Algo profundamente enraizado tanto em con ança e humanismo quanto em perfeita e ciência econômica. Aqui, lembramos, o Cooperado mantém tríplice relação com nossaCooperativa, sendo dono, usuário e investidor – de fato, um dos casos mais complexos de Governança/ Gestão Coletiva e Representatividade dos dirigentes. E como tal cenário se concretiza?Sim, com propósitos moldados, também, na Informação, Comunicação e Educação.

O Sicoob Credivertentes orgulha-se, desde seus primeiros momentos, de levá-las a seus Cooperados e às Comunidades em que atua desenvolvendo sentimentos nobres de pertencimento, identidade, vivência comunitária, autoestima coletiva.

Para tal, contamos honrosamente com parcerias consolidadas como a dos Jornal das Lajes, a quem parabenizamos por itinerário já de duas décadas. Através de suas marcantes páginas;de mecanismos e cientes e sustentáveis de informação; de Jornalismo ético e constante evolução, o veículo e sua equipe contribuem para o fortalecimento e a democratização do conhecimento nas localidades que alcança. Alinhamo-nos todos, destarte, aos princípios e valores do Cooperativismo, potencializando pilares de desenvolvimento, evolução e bem-comum na região.

“Quem acende uma lâmpada coloca-a de pé para que todos possam enxergar a luz”

(Jesus Cristo)

PÁG. 14 • JORNAL DAS LAJES ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023 Informe Publicitário

20 anos de imprensa local: Jornal das Lajes e Rádio Inconfidentes celebram compromisso com Resende Costa desde 2003

No mesmo ano de fundação do Jornal das Lajes, a cidade ganhou também uma rádio comunitária: a Rádio Inconfidentes. Hoje, com sede própria nas Lajes, a rádio é um elo de comunicação entre a população. Músicas, utilidade pública e informação no ar! Sobrevive às mudanças, às dificuldades e aos desafios de se manter a rádio sempre ligada.

Rádio Inconfidentes e Jornal das Lajes são parceiros de lutas antigas e são veículos de comunicação compromissados com a população de Resende Costa, que precisa valorizar e contribuir para que as Bodas de Porcelana se tornem de Prata, Ouro e Diamante.

DEPOIMENTOS DE QUEM

FAZ E FEZ OS 20 ANOS ACONTECER

“Comemorar os 20 anos do Jornal das Lajes é exaltar uma ideia brilhante, necessária e desafiadora que deu certo. Lembro-me muito bem de quando o Denilson Daher, nosso fundador, foi até minha casa convidar-me a escrever um artigo sobre a Semana Santa de Resende Costa, para ser publicado na primeira edição. Isso foi em março de 2003 e a edição de nº 1 do JL sairia em abril, como de fato aconteceu. Aceitei escrever o artigo e, a partir daí, o meu envolvimento com o grupo fundador do JL foi imediato. Costumo dizer que o Jornal das Lajes mudou minha trajetória profissional, pois, da filosofia, minha formação, passei a dedicar-me à comunicação.

Descobri, de fato, minha vocação e o jornalismo é hoje uma paixão que cultivo e dela não abro mão. O trabalho dedicado ao JL, ao longo destes 20 anos, mostrou-me que vale a pena lutar pela verdade, pela cultura e pela qualidade na busca incessante da informação, incentivando a formação de opinião crítica dos nossos leitores, das mais variadas nuances – um dos pilares do jornalismo sério e profissional.

Comecei também a enxergar a nossa cidade, seus desafios e problemas, a partir de outro enfoque, o que me abriu tantos horizontes, quer seja na vida pessoal ou na profissional. O JL, sem dúvida, foi e continua sendo uma fonte inesgotável de aprendizado para todos nós. E quantas pessoas competentes atuaram em nossa redação no decorrer dessa história magnífica! Não quero mencionar nomes para não correr o sério risco da omissão e/ou do esquecimento. Todos fo-

ram e são muito importantes para o jornal. Sem o envolvimento de cada pessoa que, voluntariamente, se dedicou a algum trabalho no jornal, tanto na parte administrativa quanto na redação, essa história, marcada pelo idealismo, pela obstinação e pelo amor à cultura de Resende Costa e região, não teria dado certo.

O Jornal das Lajes constitui um marco para o desenvolvimento da cultura resende-costense, em especial para o resgate da memória local, para as pesquisas históricas, bem como para o incentivo às artes e às letras. Quero agradecer a todos que lutaram e ainda lutam pela construção dessa história maravilhosa que celebramos. Temos ainda muitas páginas a serem escritas, muitas histórias a serem descobertas e belíssimas narrativas a serem contadas e criadas.

O JL incentiva o jornalismo criativo e que corre atrás de novas descobertas, priorizando sempre a busca pela verdade dos fatos. Na era das notícias instantâneas e das novas mídias sociais, não abrimos mão da qualidade na elaboração das grandes reportagens, entrevistas, artigos de opinião e perfis. Almejamos sempre a qualidade editorial das nossas publicações.

É justamente por acreditar no jornalismo comprometido com a verdade e com a qualidade editorial que comemoramos, com alegria, os 20 anos de existência do nosso JL, renovando o compromisso com a nossa causa primeira, firmado em abril de 2003: trabalhar pelo desenvolvimento da cultura de Resende Costa, buscar a informação, construir opiniões e incentivar a leitura.

Parabéns, Jornal das Lajes, pelos 20 anos de história! Que novas páginas sejam escritas com o mesmo vigor, dinamismo e paixão pelo ideal jornalístico que nos im-

pulsiona e nos motiva desde 2003. Vida longa ao JL!”André Eustáquio – jornalista, editor-chefe do Jornal das Lajes.

“A rádio Inconfidentes e o JL são os principais meios de comunicação em nossa cidade. Ambos têm importância predominante na divulgação da história da nossa cidade. A Rádio Inconfidentes FM, enquanto emissora comunitária, é um importante veículo de transformação da sociedade, levando entretenimento, conhecimento, cultura e saber a todos os segmentos sociais. Essa característica me permite assegurar que a rádio é do povo de Resende Costa, sendo instrumento educador e reformador, atuando na formação do caráter do cidadão resende-costense, além de propiciar lazer e divertimento, proporcionando momentos de descontração e também de capacitação. A verdade é que a Rádio Inconfidentes FM já faz parte da vida social da nossa cidade e não podemos mais viver sem ela. A grande contribuição que a Rádio Inconfidentes FM poderá trazer ao desenvolvimento econômico, cultural e político é na divulgação e promoção de programas voltados para a realidade que acontece em nosso município e em nossa região, enfatizando aspectos relacionados à economia, cultura, política, artesanato, enfim, laços e reflexos de todos os segmentos, formais ou informais, organizados ou não, que representam forças importantes no cenário do nosso desenvolvimento local. O Jornal das Lajes se consolidou como ferramenta importante na literatura e nas organizações estruturais da vida dos leitores nessas duas décadas de existência. Apesar de não ser diário ou semanal, esse periódico tornou-se leitura obrigatória devido à sua natureza eclética

veículos de comunicação. É por isso que faço parte da equipe da rádio desde o seu início, em 2003, e gosto de escrever também para o Jornal das Lajes. Vamos dar valor ao que é nosso! Um forte abraço para você, ouvinte e leitor”. - Camilo Vale, locutor da Rádio Inconfidentes e colunista do Jornal das Lajes.

“Quando, em 2003, ouvi dizer que inaugurariam o Jornal das Lajes (JL) em Resende Costa, isso muito me alegrou. Por essa época eu já estava em Belo Horizonte cursando o meu doutorado e me preparando para fazer parte do meu curso em Madri, na Espanha. Aqui em BH, e depois do outro lado do Atlântico, fui tendo notícia do veículo comunicacional e de sua promissora vida, tanto pela qualidade do que se via quanto pelo desejo dos envolvidos.

de assuntos. Talvez lhe falte o elemento mais crítico e contundente das realidades vivenciadas pelos cidadãos de nossa cidade, mas não ouso julgar a metodologia que vem dando certo. A realidade das questões envolvendo mídias sociais tem avançado demais, forçando que não apenas o Jornal, mas também a Rádio façam adequações necessárias que permitam ficar mais adeptas às questões sociais e menos institucionais. Que passem menos pano e se coloquem ao lado dos cidadãos, sem perder a essência, a dignidade e os princípios que os transformaram em alicerces sólidos da nossa comunicação”. Cláudio Luís – ex-presidente da Rádio Inconfidentes

“Trabalhei tanto no Jornal das Lajes quanto na Rádio Inconfidentes por cinco anos. Pessoalmente, esses veículos foram fundamentais na minha formação como jornalista. Mas a importância deles para mim vai muito além disso. São cruciais para o desenvolvimento do nosso município e a propagação da cultura local. A partir do jornal e da rádio, criam-se vínculos fortes com a comunidade, que ganha voz e representatividade. São plataformas usadas para expor os problemas da população e buscar soluções, por isso essenciais para o progresso. Para as gerações futuras, esses veículos se tornam importantes fontes de pesquisa e de registro da nossa história. Então, temos que valorizar muito o Jornal das Lajes e a Rádio Inconfidentes. Parabéns e vida longa aos dois!”- Emanuelle Ribeiro, jornalista.

“Quero parabenizar todos os que fazem parte do Jornal das Lajes e da Rádio Inconfidentes nesses 20 anos de existência. Acho muito importante valorizarmos os nossos

No final de 2005, lembro-me, eu já de volta da Espanha e já findado o meu doutoramento em agosto do mesmo ano, recebi a grata notícia de que o meu livro “Moinho”, ainda inédito, acabara de receber o Prêmio 3º lugar no Concurso Edital Estímulo às Artes, Auxílio Edição – Literatura 2005 – Categoria Poesia – Associação Pró-Cultura Palácio das Artes-APPA / Suplemento Literário de Minas Gerais – Belo Horizonte – Minas Gerais. Na sequência, o JL se me mostrou suporte de poder publicar a boa notícia. Além do jornal Estado de Minas e do Suplemento Literário de Minas Gerais (que automaticamente veicularam a boa nova), tive o desejo de o Jornal das Lajes divulgar também o meu trabalho.

Foi assim que, através da amiga e professora Regina Coelho, enviei para Resende Costa uma pequena autobiografia, a notícia do prêmio e um poema do livro que viria a sair em 2006, o meu primeiro livro na seara literária, depois de eu já ter participado – via concurso – de 04 antologias literárias.

Fiquei radiante com a reportagem feita a partir do material enviado. Em 2009, por intermédio da conterrânea e amiga Elaine Martins, hoje professora do CEFET-MG, comecei a publicar uma coluna no jornal, “Retalhos Literários”. Alcunha dada por mim, alvedrio permitido pela Redação do tabloide.

A grande disposição das pessoas envolvidas, o vigor do periódico, a multiplicidade de assuntos e a excelente qualidade de muitos artigos e matérias – tudo isso e muito mais têm mantido viva a chama do JL e alimentado a cultura da região de modo evidente. Fazer parte desse time muito me honra. - Evaldo Balbino – colunista do Jornal das Lajes.

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 15 ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023
VANUZA RESENDE
Imprensa
André, José Antônio, Eustáquio Peluzi, Cláudio Luís e Vanuza Resende - JL e Rádio Inconfidentes sempre juntos em favor da cultura e da comunicação em Resende Costa

Papo de Esportes

Tradicional Corrida de São Vicente de Paulo reúne dezenas de atletas em percurso elogiado pelos corredores

Em uma manhã quente em Resende Costa, cerca de 100 pessoas participaram da Corrida e Caminhada de São Vicente de Paulo, no último dia 02 de abril. Além de uma caminhada de sete quilômetros, o evento reuniu atletas de diversas cidades para a corrida. Representantes de Piedade do Rio Grande, São Tiago, Nazareno, Dores de Campos, Barroso, São João del-Rei, Lagoa Dourada, Bom Sucesso, Santa Cruz de Minas, Tiradentes, Prados, Coronel Xavier Chaves percorreram 10 quilômetros pelas ruas de nossa cidade, passando por vários bairros.

Com ponto de partida e chegada no CAT (Centro de Atendimento ao Turista), os atletas elogiaram o percurso muito bem sinalizado e cheio de desafios com os morros característicos da cidade.

Os atletas foram premiados de acordo com as faixas etárias, além de premiação geral para masculino e feminino:

Campeões masculinos:

1 Leonardo Emanuel Teixeira (Resende Costa)

2 José Igor Resende (Resende Costa)

3 Anderson Tiago da Silva (São Tiago)

4 Virgílio Francisco (Piedade do Rio Grande)

5 Renan Quirino Teixeira (Nazareno)

Campeãs femininas

1 Nádia Aparecida Pinto (Barroso)

2 Dulcinéia Brites (São João del-Rei)

3 Amanda Carla da Silva (São Tiago)

4 Bianca Carla da Silva (Resende Costa)

5 Shirley Nathany Resende (São Tiago).

Paulo Altivo Moura, um dos organizadores do evento, agradeceu

Fim dos estaduais, vem aí o Brasileirão

Teve time que caiu nas quartas, outros na semi, alguns fizeram uma campanha vexatória e os grandes campeões começaram a temporada com o objetivo cumprido.

o torcedor que quer mudanças no time.

a todos os participantes, que ainda contribuíram com a Sociedade São Vicente de Paulo, com parte do recurso arrecado doado à instituição e alimentos não perecíveis arrecadados através da taxa de inscrição.

“Quero agradecer à Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, à Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, a todos os atletas que participaram e a todos que ajudaram. Além da população, que prestigiou. Gostaria de destacar a importância da corrida e do exercício físico em geral na vida das pessoas. Trata-se de uma forma de tirar as pessoas do sedentarismo e promover a saúde”, destacou Paulo.

Dar 7 mil passos por dia reduz em até 70% o risco de morte, mostra estudo*

Pessoas que andam mais de 7 mil passos todos os dias têm de 50% a 70% menos risco de mortalidade, isso corresponde a 4km/5km, a depender do passo da pessoa. Os dados estão disponíveis em um estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Jama Network. E nesse caso, até mesmo passos dados dentro de casa e em pequenos deslocamentos são contabilizados.

Os cientistas americanos acompanharam por cerca de 10 anos um grupo de 2.110 adultos, com idades entre 38 e 50 anos, sendo 57,1% de mulheres e 42,1% de negros. Os voluntários foram divididos em três

perfis: os que davam menos de 7 mil passos por dia; os que andavam de 7 mil a 9.999 passos; e aqueles que davam mais de 10 mil passos. O objetivo do trabalho foi observar a associação do ritmo diário com a mortalidade prematura, quando o óbito acontece antes dos 65 anos.

Os pesquisadores descobriram que, independentemente do gênero ou etnia, pessoas que davam pelo menos 7 mil passos diariamente tinham de 50% a 70% menos risco de morrer prematuramente do que aqueles que não alcançaram essa marca. Os pesquisadores perceberam que ultrapassar 10 mil passos diariamente não apresentou uma redução adicional de risco de mortalidade em comparação com quem percorreu os 7 mil passos.

A pesquisa não levou em consideração a intensidade e velocidade dos passos. Apesar de que outros estudos já mostraram que quanto mais intensa é a atividade — desde que respeite o limite do corpo — melhor a ação na saúde cardiovascular. No entanto, de acordo com a pesquisa, a regularidade no exercício é essencial.

Para aumentar o nível de passos dados diariamente, os especialistas recomendam incluir pequenas alterações no dia a dia; por exemplo, passar a fazer mais atividades a pé, como ir à padaria ou mercado próximo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que sejam praticados 150 minutos semanais de atividade física moderada, o que dá cerca de meia hora de exercício,

A começar por Minas Gerais. Que me desculpe o América, mas o Cruzeiro fez o favor de tirar a oportunidade de dois bons clássicos tradicionais no estado. Final entre Galo e Raposa é sempre mais emocionante, mas o Cruzeiro não fez por merecer e viu o América entregar o ouro ao rival ainda no primeiro jogo. Dos três times mineiros que estarão na Série A, os objetivos são bem diferentes. Para o Atlético, não dá para pensar em ficar de fora da Libertadores, é brigar pelo título. Já o América, por toda a organização que vem construindo, tem capacidade de incomodar aqueles que vão disputar lá em cima e abocanhar uma vaga na Libertadores. O Cruzeiro precisa de muita paciência, muito pé no chão e pensar em garantir a permanência na Série A.

No Rio, o cheirinho parece não ter fim. Mais um vice-campeonato para o Flamengo e uma virada histórica de vantagem do Fluminense, que mereceu o título de Campeão Carioca 2023, né, Diniz? O Vasco saindo cedo da competição, em um dos amistosos perdeu para o Athletic de São João del-Rei por 2x0 e preocupou pela atuação ruim. O Botafogo conquistou a Taça Rio e assegurou a participação na Copa do Brasil do ano que vem, mas as atuações não convenceram

cinco vezes por semana. E aí, vale se aventurar por 10km entre subidas e descidas, ou caminhar com um grupo de amigos por 7km em uma manhã de domingo para começar a

Em São Paulo, o Palmeiras, para mim, é o time mais bem treinado do país, mesmo levando um susto do Água Santa. O São Paulo se assustou antes e caiu fora. O Bragantino até tentou, mas também levou a pior enfrentando a sensação do Paulista. O Corinthians viu o Ituano garantir uma vaga na semi, ao vencer o Timão nos pênaltis, e acredita em uma melhora para o Brasileirão. A campanha vexatória ficou por conta do Santos, que parece não fazer esforço nenhum para apresentar um bom futebol, e ganhou um bom tempo para tentar mudar as coisas até o início do Brasileiro Série A.

Lá no Sul, as coisas não vão bem. Menos pior para o Grêmio. Mas, para conquistar mais que o título estadual, vai precisar melhorar a pontaria e tudo que Suarez prometeu ao chegar. A queda precoce do Internacional reforçou duas coisas: não existe time bobo mais e o estadual precisa ser mais que um “treino” para a temporada, que não vai ser assim tão fácil para o colorado.

Aos favoritos para a temporada, não dá para fugir do óbvio: Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG. Dos grandes que precisam acertar os ponteiros, principalmente Cruzeiro e Santos. No mais, torço para um campeonato equilibrado, com menos probabilidades matemáticas e mais emoções ao final dos 90 minutos!

semana de uma vida longa, da melhor forma possível.

*Com informações, Portal O Globo.

PÁG. 16 • JORNAL DAS LAJES ANO XX Nº 240 - ABRIL 2023 VANUZA RESENDE ESPORTE
Participantes da Corrida São Vicente de Paulo
VANUZA RESENDE
Foto: Cássio Almeida

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