Edição 238 - Jornal das Lajes

Jornal das Lajes

Investimentos: R$ 3,12 milhões do município e R$ 2,57 milhões de emendas parlamentares

Resende Costa vai investir cerca de R$ 3,12 milhões este ano, ou 6,2% da despesa orçamentária de R$ 50,25 milhões. Do total, R$ 2,57 milhões vão para o item “obras e instalações”. Em 2022, o município recebeu aproximadamente R$ 2,8 milhões de emendas parlamentares: investimentos nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e apoio a organizações sociais e civis. Uma dessas emendas vai ajudar o Lar São Camilo a “zerar” sua conta mensal de energia elétrica com a instalação de 62 paineis solares.

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Indicação Geográfica:

desafio para os artesãos de Resende Costa

Resende Costa ocupa a 86ª posição entre as 100 Indicações Geográficas (IGs) reconhecidas no Brasil, até dezembro de 2022, pelo INPI. Mas o reconhecimento não basta. O desafio é fazer a IG funcionar, diz Mônica Gomes, Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae. “O desafio está lançado: que no dia 2 de junho, próxima Mostra de Artesanato e Cultura, todos os artesãos tenham os seus produtos certificados e identificados”, apelou o consultor do Sebrae, Rogério Ern, durante palestra em Resende Costa no último dia 8.

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Carnaval de Resende Costa supera expectativas e volta a ser referência na região

Após dois anos sem acontecer, devido à pandemia de Covid-19, o Carnaval está de volta arrastando os foliões pelas ruas das cidades da re-

gião do Campo das Vertentes, como mostram reportagens desta edição do JL. Em Resende Costa, foram 11 dias de folia, de 10 a 21 de fe-

vereiro. A organização do RC Folia 2023 investiu em infraestrutura e na reformulação da programação. O tradicional Carnaval de RC voltou a

ser referência, atraindo e animando foliões da cidade e da região.

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Foto: Thiago Morandi

Alegria de volta às ruas. Após dois anos, foliões animam o Carnaval de Resende Costa durante 11 dias de folia

HOMENAGEM

O Carnaval está de volta

Havia alguma coisa diferente no Carnaval de 2020. Muitos disseram que naquele ano a animação não foi a mesma de anos anteriores. Notícias vindas da Ásia e da Europa sobre uma doença desconhecida começavam a preocupar as autoridades sanitárias e deixar apreensivas as pessoas que acompanhavam os noticiários nos dias que antecederam o Carnaval e também durante a festa. O tradicionalíssimo Carnaval de Veneza, na Itália, fora cancelado naquele ano, enquanto inúmeras pessoas morriam na China, vítimas de uma estranha pneumonia. Poucos dias depois, o novo coronavírus espalhava-se pelos quatro cantos do planeta, causando assombro, espanto, medo e incertezas.

O enredo dessa terrível história todos já sabemos. Mortes, pessoas e cidades inteiras isoladas, sistemas de saúde e hospitais colapsados, famílias em luto. Por causa da Covid-19, o Carnaval e todos os eventos com grande público foram cancelados no decorrer de 2021 e em grande parte de 2022. No país do Carnaval, o samba se calou em dois fevereiros, dando voz ao choro melancólico de milhares de pessoas que perderam entes e amigos queridos pelo novo coronavírus.

A pandemia trouxe também o sentimento impotente de incerteza. O que vai ser do futuro? Será que vamos ter de volta os grandes shows e as multidões se aglomerando nas ruas? No auge da pandemia, vislumbrar esse horizonte tornara-se algo impensável, improvável. Contudo, a ciência venceu. Com a rápida descoberta da vacina e, paulatinamente, grande parte da população sendo imunizada, eventos esportivos e culturais puderam ser retomados e as pessoas recuperaram suas rotinas, curtições e liberdades.

Em 2023, o Carnaval veio coroar o recomeço dos grandes eventos no Brasil. Vimos de volta cenas de multidões nas ruas e foliões se aglomerando sem culpa e sem medo, comemorando o ressurgir da alegria e dos sonhos. Afinal, Carnaval significa ir além dos sonhos num esbaldar intenso de alegria e liberdade.

CARNAVAL DE RESENDE COSTA

Há tempos vimos discutindo neste espaço do JL o que se poderia fazer para revitalizar o Carnaval de Resende Costa. Criticado por muitos, sobretudo os dias oficiais de folia, parecia que o nosso tradicional Carnaval estava condenado ao fim. A cada ano as críticas aumentavam e, com elas, o desânimo de foliões e organizadores.

Bastaram dois anos de interrupção da maior festa popular da cidade, devido à Covid-19, para o Carnaval voltar a animar os foliões resende-costenses e também aqueles que optam por passar os dias da folia de Momo na cidade. A Prefeitura Municipal, responsável pela organização do evento, investiu na infraestrutura e priorizou a reformulação da programação cultural da festa. O resultado desse investimento foi constatado na animação dos foliões durante os 11 dias de folia, contando o pré-carnaval (10 a 17 de fevereiro) e os dias oficiais (17 a 21 de fevereiro).

O Jornal das Lajes que, neste mesmo espaço, criticou e apontou problemas, mas ao mesmo tempo sugeriu mudanças, cumprindo a missão jornalística de informar e formar opinião, parabeniza os organizadores, especialmente a população resende-costense, pelo sucesso do Carnaval 2023, rebatizado de RC Folia

Percebe-se que retomamos o caminho certo. Que a população de Resende Costa, criativamente, volte a abraçar cada vez mais o nosso Carnaval, criando novos eventos e blocos, revivendo aquele sentimento gostoso, o qual começamos a perceber neste ano: que a folia e a animação voltaram para as ruas da nossa cidade. Esperamos que seja para ficarem!

Jornal das Lajes Ltda

Sócio administrador:

Antônio da Silva Ribeiro Neto

Editor-chefe:

André Eustáquio Melo de Oliveira

Editora assistente: Vanuza Resende

Editor regional: José Venâncio de Resende

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Diretor de administração:

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Conselho Editorial:

Redação: Rua Assis Resende, 95 Centro - Resende Costa, MG CEP 36.340-000 TEL(32)3354-1323

Editoração e Site: Rafael Alves

Tiragem: 2000 exemplares

Circulação: Resende Costa e São João del-Rei

Impressão:

Tel: (31) 2101-3544

André Eustáquio Melo de Oliveira, Emanuelle Resende Ribeiro, José Venâncio de Resende, Rosalvo Gonçalves Pinto, João Evangelista Magalhães e José Antônio Oliveira de Resende.

Os artigos assinados não refletem obrigatoriamente a opinião do jornal.

O eu lírico dessa poesia tem a voz da experiência

Oficial, padrão da idade, sendo, portanto, inquietamente rouca e mímica

Mímica por silenciosa, mas poderosa por tão madura

Tão lúcida e gritante quanto gaga, pausada

Fala a ti confusamente, mas com suficiente conhecimento

Ausaria-me, digo, alzheimer-meria, digo que o diagnóstico médico diz-me que caminho em direção ao vazio

Mas a que vazio poderia eu estar caminhando com uma essência tão ricamente preenchida?

Porque ao que dizem “a gente morre e fica tudo aí”. E fica.

Fica o relógio, ficam as contas, o que não fica é o que não foi

Foi a conta de não perder a hora do jantar, mas foi a conta, o que não foi foi o encontro, foi a risada, foi a lembrança, foi o futuro

E ficou tudo o que se fez impactante o suficiente para não ir

Assim, tudo o que não foi, ficou, e marcou

E só caminha ao vazio aquele que não tem marcas e que não marcou

Já a voz deste que lhes soa aos ouvidos atravessou muitas vidas e por elas foi atravessada:

— Eu disse muito e fui a es-

cuta da escuta

Incontrolado, gentil, sábio e ganancioso, deveras, solícito

De ouro, recompensado e sempre recompensando o seu entorno

Mesmo que o alzheimer de minhas faculdades tenha me tirado o controle das mãos

Tenha me tirado o ato, o aperto ao botão do controle

Eu, mesmo assim, com a minha rica e sadia essência

Sentarei em minha poltrona, ao lado de minha amada

Com aquela sintonia das pernas entrecruzadas com a direita por cima, que só nós temos

Mesmo que eu não me lembre do meu quadro, do meu livro e de você

A essência da minha memória me fará retorcer o nariz àquele programa idiota e sem graça e me fará sorrir ao que eu sentir que já foi meu

Sorrirei a você, meu filho, quando em meio a qualquer crise você vier me abraçar Sorrirei a você, minha fã, quando em minha casa vier E continuarei carismático a “nossa”. — “Nossa” é uma pessoa muito querida que temos em comum, né?

Me esquecerei de tudo, eu sei, mas da voz que me construiu e me guiou até aqui eu não esquecerei

De mim eu não esqueço, jamais, da minha história não

E mesmo que digam que ao vazio eu caminharei

De mim eu não esqueço

Pois sempre fui e serei memória e história Jamais alzheimeria-me ao apagamento Maio de 2022

1A Rosalvo Gonçalves Pinto (In memoriam), uma homenagem a esse querido astro luminoso com luz própria desde 10 de janeiro de 1942, às vésperas de seus 81 anos agora em 2023, mas mais radiante em nossos corações a partir de 08 de novembro de 2022. Material escrito em maio de 2022. 2Graduada e Mestranda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Foto e situação do mês

A superação de um folião

ANDRÉ EUSTÁQUIO

Chiano, mestre da Bateria do Rifugo, superou as graves sequelas da Covid-19 e, neste ano, com a volta do Carnaval, comandou a bateria, garantindo a animação da multidão de foliões que acompanharam os blocos no pré-carnaval de Resende Costa.

Parabéns, mestre Chiano, pela superação e pela dedicação ao Carnaval de Resende Costa!

Mestre Chiano, da Bateria do Rifugo, superou a Covid-19 e comandou a agitação dos foliões nos blocos caricatos no RC Folia 2023

Rosalvo Pinto ao lado da sua amiga

Floriza Beatriz

Com carinho, ao profeta, à inspiração: confidências de uma também historiadora e fã1

Floriza Beatriz de Sena Paula2

CÂMARA DE RESENDE COSTA INFORMA

REFORMA DA CÂMARA MUNICIPAL

Foi finalizada no mês de janeiro de 2023 a reforma interna e externa do histórico sobrado que abrigada a Câmara Municipal de Resende Costa. Foram restauradas janelas, portas e pintura.

CÂMARA MUNICIPAL NO INSTAGRAM

Com o intuito de aproximar ainda mais o Legislativo da população, foi criado o Instagram da Câmara Municipal. Segue a gente lá:

CONCURSO PÚBLICO DA CÂMARA MUNICIPAL PARA O CARGO DE SECRETÁRIO GERAL

No dia 05 de fevereiro de 2023, foi realizado na Escola Municipal Conjurados Resende Costa o Concurso Público para o provimento de uma vaga de Secretário Geral da Câmara Municipal.

As provas ocorreram de forma ordeira e não houve nenhuma ocorrência.

Mais informações sobre o andamento do concurso no site da Câmara Municipal www.camaraderesendecosta.mg.gov.br e no site da banca organizadora www.escolideres.com.br

VEREADORES PARTICIPARAM DE REUNIÃO COM A CEMIG

No dia 02 de janeiro de 2023, às 15h, na Biblioteca Municipal de Resende Costa, foi realizada uma reunião com representantes da CEMIG para tratar principalmente da falta de energia elétrica que vem ocorrendo em nosso município.

Durante a reunião, foi apresentada uma previsão de melhoria na prestação dos serviços, além da abordagem das causas das constantes quedas de energia elétrica na cidade. Foi frisado quão importante é o cidadão abrir um chamado assim que ocorrer falta de energia elétrica, a fim de que a CEMIG pos-

sa identificar os pontos onde possa estar ocorrendo algum problema, para, consequentemente, melhorar o atendimento.

Foi disponibilizado o Whatsapp (31) 3506 1160 e o SMS 29810 para que os cidadãos possam fazer as reclamações.

CÂMARA MUNICIPAL PARTICIPOU DA 1ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSEP

No dia 10 de janeiro de 2023, às 19h, na Biblioteca Municipal de Resende Costa, a Mesa Diretora da Câmara Municipal participou da 1ª reunião ordinária do CONSEP (Conselho de Segurança Pública) no ano de 2023. Na pauta, assuntos relacionados à segurança pública municipal.

REUNIÃO COM O CONSELHO COMUNITÁRIO DE JACARANDIRA

No dia 13 de janeiro de 2023, foi realizada reunião com o Conselho Comunitário do distrito de Jacarandira. Estiveram presentes o prefeito licenciado Zinho Gouvea, o vice-prefeito em exercício no cargo de prefeito, Lucas Paulo, alguns secretários municipais e os vereadores Lucas, Coló, Cláudio e Fernando Chaves.

Foram apresentados o balanço e a prestação de contas das ações realizadas em 2022 e discutidas as principais demandas para o ano de 2023 para o distrito de Jacarandira.

CÂMARA MUNICIPAL PARTICIPOU DA POSSE DA NOVA DIRETORIA DA APAE

Também no dia 02 de janeiro de 2023, às 18h, na Sede da APAE de Resende Costa, o Vereador Presidente da Câmara Cleiton Afonso do Santos, representando a Câmara Municipal, participou da posse da nova diretoria da APAE.

NOVA MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL PARTICIPOU DE REUNIÃO COM O EXECUTIVO

No dia 03 de janeiro de 2023, ocorreu a primeira reunião da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal com o Executivo Municipal. Estiveram presentes na reunião com o prefeito em exercício Lucas Paulo os vereadores Cleiton Afonso (presidente), Lucas Resende (vice-presidente) e Paulo Altivo (secretário). Os representantes dos poderes Executivo e Legislativo conversaram sobre assuntos de interesse do município, principalmente infraestrutura e saúde.

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE

Cerca de R$ 3,12 milhões serão investidos este ano em Resende Costa, o que corresponde a 6,2% da despesa orçamentária estimada em R$ 50,25 milhões. A lei nº 5.041,

que estima a receita e fixa a despesa do município para 2023, foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada em 25 de novembro de 2022 pelo prefeito em exercício, Lucas Paulo de Assis Vale.

Do total previsto em investimentos, R$ 2,57 milhões serão destinados ao item “obras e instala-

ções”. Apenas a infraestrutura urbana (pavimentação, melhoria de vias e manilhamento) receberá R$ 1,946 milhão. Nas outras áreas, a educação (construção de quadra/centro de apoio educacional) será contemplada com R$ 220,9 mil; o transporte (manutenção de estradas vicinais), com R$ 282,2 mil; saneamento

(abastecimento de água na zona rural), R$ 30 mil; e saúde (adequação de unidades da rede municipal), R$ 32 mil.

O investimento em iluminação pública urbana/rural (extensão de rede de energia elétrica e luminárias), de R$ 240 mil, está assim distribuído: R$ 220 mil através do

Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Sustentável das Vertentes (CIGEDAS) e R$ 20 mil no item orçamentário “serviços urbanos”. Por fim, no item “equipamento e material permanente” foi alocado o valor de R$ 322,5 mil.

Cerca de R$ 2,8 milhões de emendas parlamentares em 2022

Em 2022, Resende Costa recebeu aproximadamente R$ 2,8 milhões de emendas parlamentares destinadas a investimentos nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e apoio a organizações sociais e civis. As informações foram fornecidas pela assessoria de governo da prefeitura, bem como por vereadores e assessoria de partidos que apoiam deputados federais e estaduais.

O deputado federal Diego Andrade (PSD) destinou o valor de R$ 956 mil para o município. Desse total, R$ 300 mil foram para a Saúde (custeio); R$ 265 mil para a Educação (Van de 16 lugares); R$ 376 mil para Obras (caminhão-caçamba toco e carreta-tanque, por meio da Codevasf*); e R$ 15 mil para Agropecuária (ensiladeira-picadeira), também via Codevasf. Além disso, foram empenhados R$ 250 mil na

modalidade “Transferência Especial Investimento” (livre aplicação por parte da prefeitura). Segundo o vereador Cleiton Santos, ainda estão em andamento as obras de saneamento do povoado do Ribeirão, fruto de uma emenda de 2020, no valor de R$ 515 mil, para a Saúde.

Já o deputado federal Doutor Frederico (Patriota) viabilizou, no ano passado, R$ 885 mil para Resende Costa. Duas emendas contemplaram a entrega de uma van com acessibilidade e uma van adaptada com 16 lugares para a Saúde, no valor total de R$ 545 mil; mobiliário escolar (Educação), no valor de R$ 100 mil, e aquisição de computadores (Saúde), R$ 40 mil. Além disso, foram empenhados R$ 200 mil na modalidade “Transferência Especial Investimento” (livre aplicação por parte da prefeitura). A assessoria

de comunicação do deputado informou que, em seu primeiro mandato (2019-2022), ele destinou R$ 2,074 milhões para Resende Costa.

Por sua vez, os deputados Cristiano Silveira (estadual) e Reginaldo Lopes (federal), ambos do PT, conseguiram duas emendas no valor total de R$ 470 mil (já pagas). Uma das emendas, no valor de R$ 170 mil, foi destinada à instalação de sistema de energia solar fotovoltaica no Lar São Camilo de Léllis; a outra, de R$ 300 mil, foi direcionada à aquisição de equipamentos para o Hospital Nossa Senhora do Rosário. As informações foram fornecidas pelo vereador Fernando Guerra.

Já o deputado estadual coronel Henrique (PL) viabilizou duas emendas para Resende Costa em 2022, segundo o vereador Paulinho Altivo Moura. Uma das emendas,

no valor de R$ 22 mil, refere-se a um kit de inseminação artificial (Agropecuária); a outra (de R$ 50 mil) destina-se à reforma da sede dos apicultores (livre aplicação por parte da prefeitura). E o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB) destinou R$ 50 mil para custeio da Assistência Social. Uma emenda de 2021, do deputado federal Mário Heringer (PDT), no valor de R$ 151,2 mil, destinada à Saúde (custeio da atenção básica), foi paga em 2022, de acordo com o vereador Fernando Chaves.

Também para livre aplicação por parte da prefeitura, foram pagas as seguintes emendas parlamentares: R$ 200 mil (investimento), do deputado estadual Virgílio Guimarães (PT); R$ 150 mil (investimento), do deputado estadual Glaycon Franco (PV); R$ 40 mil (investi-

mento e custeio), do deputado estadual Alencar da Silveira (PDT); R$ 50 mil (investimento e custeio), da deputada estadual Andréia de Jesus (PT); e R$ 40 mil (investimento e custeio), do deputado estadual Bernardo Mucida (PSB).

Além dos valores pagos, foram empenhados (comprometidos no orçamento de origem) R$ 1,6 milhão. Desse total, duas emendas, no valor total de R$ 581,1 mil, foram empenhadas pelo deputado federal Domingos Sávio (PL). São R$ 481,1 mil para a pavimentação da Rua Sousa Maia, no distrito de Jacarandira, e R$ 100 mil para investimentos (de livre escolha da prefeitura).

*Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.

J.V.R

Com energia solar, Lar São Camilo deve “zerar” conta mensal

O Lar São Camilo, atualmente com 63 internos, deverá, entre março e abril,começar a “zerar”a conta mensal de energia elétrica, de cerca de R$ 4 mil (R$ 48 mil/ano). Essa é a expectativa de irmã Terezinha Cheffer Rolim, diretora administrativa, desde fevereiro de 2022, do Lar São Camilo e do Hospital Nossa Senhora do Rosário, filiais da Associação Filhas de São Camilo.

Em 7 de fevereiro de 2022, a Câmara Municipal aprovou projeto de lei do Executivo, autorizando o repasse de R$ 170 mil para a Associação Filhas de São Camilo. O recurso era destinado à aquisição de um sistema fotovoltaico a ser instalado no Lar São Camilo de Lellis, “que beneficiará na economia da energia elétrica, sendo o valor economizado utilizado em outras demandas essenciais para a melhoria e qualidade no serviço prestado aos idosos e também na melhoria sustentável para o meio ambiente”.

Logo em seguida, irmã Terezinha tomou as medidas necessárias para contratar a empresa que faria

a obra. A licitação foi vencida pela empresa Ecosolar Sistemas (https:// www.instagram.com/ecosolarsistemas/). Pelo projeto original, o recurso era suficiente para a aquisição do número suficiente de placas, que seriam instaladas numa área de aproximadamente 200m2 no terreno abaixo da lavanderia, onde inclusive havia alguns pés de frutas.

Foi então que surgiu a ideia de mudar o local e criar futuramente um espaço para atividades como a de lazer, com a construção de uma estrutura metálica suspensa mais perto do prédio, conta irmã Terezinha. Além de aproveitar o espaço, também haveria economia no cabeamento. Sobre a estrutura metálica seria colocado um telhado onde as placas seriam instaladas.

Mas surgiu um problema: o recurso liberado não era suficiente. Haveria necessidade de adquirir cimento, ferragem e blocos, nivelar o terreno para fixar as colunas da estrutura e fazer muro de contenção.

Então, irmã Terezinha resolveu fazer uma campanha de doações de

material junto ao comércio local, angariando 82 sacos de cimento, 580 blocos e 3 caminhões de cascalho. Ferragens e meio caminhão de cascalho foram comprados no valor de R$ 2,5 mil.

Com o material doado e a mão de obra da própria empresa, auxiliada por funcionários do Lar, foi possível iniciar a obra em julho do ano passado. Assim, foram instaladas 62 placas sobre o telhado, ficando ainda espaço para mais 16 placas, sem precisar mexer na estrutura. Irmã Terezinha até tem esperança de que haja alguma sobra de energia do sistema já instalado, que poderia ser usada para abater no valor da conta mensal do Hospital, atualmente de R$ 9 mil.

Mas Irmã Terezinha pensa na possibilidade de outro projeto para o hospital, que não tem espaço apropriado para uma boa captação dos raios solares e o custo adicional seria equivalente à ampliação do sistema fotovoltaico já existente no Lar. Ou seja, no Lar São Camilo há espaço adequado para ampliar a estrutura e

o investimento não seria muito alto, de maneira a futuramente “zerar” a conta de energia do hospital.

VIABILIZAÇÃO

Numa conversa entre Fernando Guerra (que ainda não era vereador) e a então diretora do hospital, irmã Maria Auxiliadora de Resende, surgiu a ideia de instalar as placas solares no Lar São Camilo. Feito o orçamento do projeto, chegou-se ao valor de R$ 170 mil. Guerra acionou o deputado Cristiano Silveira (PT), que conseguiu o recurso por meio de uma emenda parlamentar destinada à Prefeitura Municipal. Daí a necessidade do projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal pelo prefeito em exercício Lucas Vale.

Ao JL, o prefeito reforçou a importância tanto sustentável do ponto de vista ambiental quanto econômico-financeira do projeto. E ainda revelou uma novidade: “Nossa administração tem pensado em evoluir. Nós já estamos fazendo um estudo, por exemplo, para a implantação dessas placas nas escolas. Isso

aí é sustentabilidade. O segundo ponto é a questão econômica: essa ajuda ao Lar é de extrema importância visto que eles têm um gasto alto com energia”.

Irmã Terezinha fez questão de agradecer tanto ao prefeito Lucas Vale quanto aos vereadores por terem viabilizado o projeto. Estendeu a sua gratidão aos estabelecimentos comerciais que doaram material para a construção da estrutura, bem como à prefeitura (nivelamento do terreno) e aos funcionários envolvidos na obra.

Contribuíram com a obra Diva Artesanato, Mapa Artes Gráficas, Depósito Nossa Senhora do Rosário, Casa Santo Antônio Materiais de Construção, Depósito Eduarte e Filhos e AlessandroTelinhas Tecelagem (sacos de cimento); João Marcelo, Vaguinho do Ribeirão e Meta Construções (blocos de cimento); Areal Santo Antônio, Luiz do Ramos e Aurélio Suenes (caminhões de cascalho); Márcio Pinto (medição do solo); e Prefeitura Municipal (terraplanagem). J.V.R

Mais de 6% do orçamento para obras, instalações, equipamentos e serviços

do Carnaval do Interior

EDUCAÇÃO

Educação Inclusiva foi tema do 1º Seminário de Educação de Resende Costa

O evento foi realizado pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer e marcou o início do ano letivo em Resende Costa

A Secretaria de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais estima que cerca de 10 milhões de pessoas curtiram o Carnaval no estado. A metade, concentrada na capital, e a outra metade, pelo interior de Minas. Na região do Campo das Vertentes, os quatro dias de festa foram movimentados. Em algumas cidades, a folia começou antes. Porém, nos dias oficiais, o movimento de turistas e foliões se intensificou.

De acordo com o Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes, composto por 26 cidades da região, foram mais de 200 blocos, 150 shows e 20 desfiles pelos municípios. Quatro deles promoveram a festa apenas de forma antecipada e um, Santa Bárbara do Tugúrio, adiou a festa para o mês de abril. As Secretarias de Cultura e Turismo da região também promoveram outras atividades como matinês, caminhadas e encontros de baterias.

SÃO JOÃO DEL-REI

A cidade que já teve o Carnaval considerado um dos melhores do interior começou a folia no início de fevereiro. Os tradicionais blocos do pré-carnaval atraíram milhares de pessoas. Um dos mais tradicionais, o Lesma Lerda, na quarta-feira, 15 de fevereiro, reuniu cerca de oito mil pessoas na Avenida Oito de Dezembro.

Os dias oficiais foram marcados também pelo tradicional Desfile das Escolas de Samba. Neste ano, desfilaram, nas noites do sábado e domingo de Carnaval, seis agremiações: Escola de Samba Girassol, Vem me Ver, Mocidade Independente do Bonfim, Metralhas, Bate Paus e Unidos do São Geraldo.

TIRADENTES

Tiradentes contou com uma

programação memorável, envolvendo desde os tradicionais blocos carnavalescos a atrações musicais diversas. O destaque é que a diversão foi para todas as idades, inclusive a tradicional Folia Kids para as crianças. O secretário municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, Sérvulo Martias Filho, falou sobre a realização da festa. “Dois anos sem Carnaval, e para o Carnaval de 2023 começamos a trabalhar em maio de 2022. Foi um Carnaval não só voltado para o turista, mas também para o público da cidade”.

O Carnaval na histórica Tiradentes começou no dia 16 de fevereiro, quinta-feira, com o bloco Folia Kids, e se arrastou até o dia 21, terça-feira, com o bloco Gourmet da Madrugada encerrando a folia. Assim como em anos anteriores, o evento foi aberto ao público sem cobrança de ingressos. Em 2023, a festa contou as seguintes programações: blocos e shows na “Tenda Rodoviária” e no “Coreto” do Largo das Forras (praça central). “Tradição a gente não muda. O que é tradição foi mantido. Como, por exemplo, os blocos caricatos. As pequenas alterações que fizemos foi estender a festa a outros ambientes. No Largo da Rodoviária, tivemos uma pegada mais jovial e no Largo das Forras houve uma pegada mais tradicional”, explicou o secretário.

A festa atraiu foliões de todo o país, com ocupação de cerca de 90% das pousadas e hotéis, que oferecem quase cinco mil vagas. Além da programação voltada para a folia, a cidade turística também é um convite para aqueles que estão em buscade passeios pela cidade rica em história, o melhor da cozinha e da hospitalidade mineiras.

PRADOS

Por tudo que o Carnaval de

Prados representa, a cidade faz jus ao nome de filha legítima de Momo. Prados é cobiçada pelos foliões de toda a região. A cidade manteve a tradição do bom Carnaval embalado por marchinhas e com a segurança de uma festa planejada também para crianças. Durante os blocos da Ukinha e Gatinho, a mensagem é passada da forma mais natural possível: a tradição em Prados vai continuar!

Tradições que envolvem samba no pé, ritmo dos tamborins e uma disputa saudável. Afinal, os envolvidos sabem que quem vence é o espetáculo momesco. UCA e Gato Preto protagonizaram desfiles tradicionais. O Boi Mofado também traduziu todo o espírito do Carnaval: divertido, solto, leve e provocativo pelas ruas da cidade no período que antecedeu os dias oficiais.

CARNAVAL DA LIBERDADE

De acordo com o Governo de Minas, cerca de R$ 1 bilhão de reais foram movimentados ao longo da festa, o que representa mais geração de emprego e renda, além do fortalecimento da economia e da criatividade. Minas Gerais também criou o programa Carnaval da Liberdade, um recorde agregando cerca de 400 municípios mineiros que ofereceram uma programação de festas e também opções de turismo para quem aproveitou o feriado para descansar.

O ponto negativo da festa ficou por conta das estradas estaduais em péssimas condições, o que acabou desestimulando alguns foliões de pegarem a estrada. No entanto, para aqueles que vieram às cidades do Campo das Vertentes e aqueles que permaneceram aqui, o saldo foi positivo, valendo a pena aproveitar a festa mais popular do país.

Na terça-feira, 31 de janeiro, foi realizado o 1º Seminário de Educação de Resende Costa, promovido pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer. Realizado no CPP (Centro de Pastoral Paroquial), o evento reuniu professores da rede municipal de ensino e diversos profissionais da área da Educação, marcando o início do ano letivo na rede municipal de ensino.

O seminário contou com palestras, dinâmicas, grupos de trabalho, exibição de vídeos reflexivos e apresentação de projetos. “O evento foi pensado a partir do que vivenciamos no primeiro ano de gestão da educação municipal”, declara Paula Chaves, secretária de Educação, Esporte e Lazer.

O seminário foi idealizado como uma estratégia de desenvolvimento de novas práticas de ensino. Além disso, os conteúdos das palestras foram selecionados buscando estimular os profissionais da Educação para a volta às aulas. Dessa maneira, o seminário se mostrou como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de toda a rede municipal de Educação, beneficiando diretamente os estudantes. “Pensar em Educação Inclusiva é refletir sobre como promover a igualdade de oportunidades e valorizar as diferenças humanas em todos os aspectos. Ela exige transformações na cultura do ensino. Espero que as diversas palestras e mais atividades contribuam para a reflexão sobre a prática docente, o seu cotidiano escolar e formas de promover a inclusão e romper barreiras”, conclui Paula.

Lucas Lara, chefe da Divisão de Turismo e Artesanato, da Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura, e um dos membros da equipe organizadora do Seminário, comentou sobre o evento. “Trata-se de um evento promovido pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer, cujo objetivo foi abrir o

ano letivo trabalhando temas pertinentes ao desenvolvimento das práticas escolares e educacionais e da relação ensino-aprendizagem de nossos alunos. Além de ouvir especialistas nos temas propostos, foi ofertada a possibilidade de construção de um espaço de escuta e diálogo. Cada detalhe do evento foi pensado com muito carinho pela equipe multiprofissional, da qual faço parte como estagiário de Psicologia.”

Alessandra Guse, assistente social da Prefeitura de Resende Costa e também integrante da equipe multiprofissional da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, relatou como foi pensada a criação e organização do 1º Seminário de Educação de Resende Costa. “O evento foi pensado a partir das avaliações realizadas pela equipe multiprofissional, chegadas em agosto de 2022. Percebemos que capacitações são sempre necessárias em todas as áreas. Contudo, a inclusão é um tema muito pertinente, pois, nossas legislações atuais pedem a inclusão de todos. Chegar o dia em que não deixaremos mais nenhuma criança fora da escola é a nossa meta. A escola precisa ser lugar de aprendizado, mas também de vivências e acolhida.”

Ela avalia que todo evento exige dos seus organizadores empenho e dedicação, que ver o seminário acontecendo da melhor forma possível foi gratificante para a prefeitura. “Não conseguimos medir como cada profissional recebeu as nossas propostas, mas esperamos que as reflexões promovam novas atitudes. Atitudes de acolhimento a todas as diferenças, respeitando as singularidades e com abertura para o novo”, disse Alessandra. Além disso, o seminário foi desenhado para que as palestras funcionassem como disparadores de reflexões a serem compartilhadas nos pequenos grupos de trabalho. “O foco principal foi a Educação Inclusiva. Foi dado o primeiro dos muitos passos que precisamos dar para não deixar ninguém para trás”.

Foto: Vitória Cristina

Após dois anos, Carnaval na região das Vertentes atraiu milhares de foliões em busca

Multidão de foliões acompanha os blocos no pré-carnaval de Resende Costa

RC Folia 2023 supera expectativas e agita os foliões de Resende Costa e região

O Carnaval de Resende Costa aconteceu entre os dias 10 e 21 de fevereiro e contemplou, com ritmos variados, os diversos públicos

Em 2023, o Carnaval de Resende Costa, considerado um dos melhores da região, aconteceu entre os dias 10 e 21 de fevereiro. A Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura, planejou um evento que resgatasse tradições passadas, além de investir em infraestrutura e na reformulação da programação cultural. Neste ano, o Carnaval de Resende Costa foi rebatizado de RC Folia 2023.

O secretário municipal de Turismo, Artesanato e Cultura, André Eustáquio, falou sobre a organização do Carnaval. “Neste ano, a administração municipal, através da Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura, planejou um Carnaval que resgatasse algumas tradições da principal festa popular de Resende Costa. Voltamos com os blocos durante toda a semana do pré-carnaval; investimos em infraestrutura, como tenda e arquibancadas metálicas na rua Gonçalves Pinto, além da reformulação da programação musi-

cal. O nosso desejo, após dois anos sem folia, foi oferecer aos resende-costenses e visitantes uma festa animada, segura e atraente. Acredito que cumprimos o nosso objetivo e já estamos pensando em 2024”.

Lucas Paulo, prefeito em exercício, comentou sobre o pré-carnaval e o resgate das tradições dos blocos caricatos. “Na minha opinião, os blocos de Resende Costa são muito importantes. Na verdade, nossa cidade tem a tradição de ser forte no pré-carnaval, mas, a gente vinha perdendo isso nos últimos anos. Neste ano, a gente tentou resgatar, mantendo todos os blocos tradicionais, para o folião curtir e aproveitar”. Lucas falou também sobre a infraestrutura montada na rua Gonçalves Pinto, local onde acontece o Carnaval nos dias oficiais. “Tivemos novidades na infraestrutura do evento. Apostamos bastante em segurança, trocamos a tenda, colocando uma maior; instalamos arquibancadas de metal, substituindo aquelas

de madeira. Apostamos muito na qualidade da estrutura física”. O investimento da organização não foi somente em estrutura física. Houve o cuidado de elaborar uma programação cultural que atendesse aos diversos públicos. A sonorização ficou a cargo da equipe Revolusom, de Resende Costa. “Colocamos uma programação de qualidade, com DJs e shows na avenida para animarem as paradas. A gente acredita que essa junção de coisas (infraestrutura e programação de qualidade) fez com que essas novidades pudessem dar certo”, disse Lucas Paulo.

CARNAVAL RETRÔ

Mais um ano de sucesso do Carnaval Retrô no Teatro Municipal. Podemos assim resumir o Baile de Carnaval, realizado no dia 20 de fevereiro no histórico Teatro Municipal. Os foliões que curtem os ritmos tradicionais do Carnaval, como marchinha, samba-enredo, samba e axé, dançaram embalados pela ban-

da Larga a Tixa, do sambista resende-costensa JP Miranda. O Dj Silviney Almeida, o Pulga, comandou o som e os ritmos no salão do Teatro Municipal.

EXPECTATIVA

Lucas Paulo avalia que o Carnaval 2023 superou as expectativas da Comissão Organizadora, ressurgindo como um dos maiores da região das Vertentes. “Na verdade, o Carnaval deste ano superou as nossas expectativas. Foi o primeiro Carnaval que a nossa administração organizou. A gente tinha o sentimento de que o evento vinha se perdendo, enfraquecendo ano a ano. Então, o nosso objetivo era fazer esse resgate, trazer novamente o pré-carnaval, que sempre foi forte em Resende Costa, para ficar mais forte ainda. Realmente foi gratificante ver o crescimento do nosso Carnaval. Repito, a gente tinha uma boa expectativa, mas ela foi superada devido à animação dos foliões, à

Fanfarra Furiosa e à Bateria do Rifugo”.

HOMENAGEM

O último dia do pré-carnaval, 17 de fevereiro, trouxe emoção aos foliões na Rua Gonçalves Pinto. Na chegada do Bloco das Domésticas à “Avenida”, templo do nosso Carnaval de Rua, o prefeito em exercício Lucas Paulo e o secretário de Turismo, Artesanato e Cultura, André Eustáquio, homenagearam o mestre da Bateria do Rifugo, Márcio (Chiano), que superou a Covid-19 em 2022 e comandou os foliões nos blocos.

Chiano é um dos grandes entusiastas do Carnaval de Resende Costa. Com o apoio dos integrantes da Fanfarra Furiosa, ele é um dos responsáveis por agitar o nosso Carnaval há mais de 25 anos, além de trabalhar incansavelmente na infraestrutura do evento e participar da Comissão Organizadora.

Milena e Vivian curtiram o Bloco dos Mendigos na quarta-feira do pré-carnaval

Irreverência e animação marcaram o Carnaval de Resende Costa

Chiano (centro), mestre da Bateria do Rifugo, foi homenageado pela Prefeitura Municipal

Bateria do Rifugo agitou o pré-carnaval

Foliões se fantasiam e curtem o tradicional Bloco dos Mendigos

Criatividade na elaboração das fantasias nos blocos

Foto Thiago Morandi

Foto Thiago Morandi

Foto André Eustáquio

Foto Thiago Morandi

Foto Cássio Almeida

Foto Vitória Cristina

Resende Costa tem 11.004 habitantes, revela prévia do Censo 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 28 de dezembro de 2022, a prévia da população dos municípios com base nos dados coletados pelo Censo Demográfico 2022 até o dia 25 de dezembro, que mostra que o Brasil chegou a 207.750.291 de habitantes este ano.

Os dados também indicaram que Minas Gerais tem 20,7 milhões de habitantes. Ao todo, são 20.732.660 mineiros. O número representa crescimento, em comparação com o levantamento demográfico de 2010, quando a população do estado estava em 19.597.330. Entretanto, o valor apurado é menor que a projeção feita pelo IBGE para 2021, que indicava 21,4 milhões de habitantes em Minas Gerais.

De acordo com a divulgação, Resende Costa tem 11.004 habitantes. No censo de 2010, a cidade tinha uma população estimada em 10.918 habitantes; portanto, houve, de acordo com o Censo 2022, aumento de menos de 1%, cerca de 0,8%. Se a previsão do Censo se confirmar, o município terá um crescimento menor nos últimos 12 anos, se comparado ao crescimento entre 2000 e 2010. Em 2000, a população do município era de 10.336 e registrou-se um aumento de cerca de 5,5% ao chegar nos quase 11.000 habitantes em 2010.

REGIÃO

De acordo com a divul-

gação, São João del-Rei tem 93.788 habitantes. No Censo de 2010, a cidade tinha uma população estimada em 84.404 habitantes. Lagoa Dourada é uma das pequenas cidades com o maior número de habitantes: a previsão é de que o município tenha 12.611 habitantes, frente aos 12.267 de 2010. Em Prados, a população em 2010 era de 8.395; a estimativa é de que a população tenha aumentado para 8.964 pessoas.

Santa Cruz de Minas, a menor cidade em extensão territorial do Brasil, teve a população estimada em 8.074 pessoas. Em 2010, o Censo indicou que o município possuía 7.870 habitantes. Já a histórica Tiradentes teve a estimativa de 7.508 habitantes para 2022. Em 2010, de acordo com o IBGE, a cidade registrava 7.002 pessoas. O município de Coronel Xavier Chaves é um dos menores da região, com 3.474; no último Censo, o município possuía 3.301 pessoas.

Na região, chama a atenção o fato de que o município de Barbacena diminuiu o número de habitantes. Se em 2010, havia 126.325 habitantes, em 2022 a estimativa é que o município totalize 122.894 pessoas.

CENSO 2022

O IBGE explicou que a divulgação tem como objetivo cumprir a lei que determina ao instituto fornecer, anualmente, o cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios do país para o Tribunal de Contas da União (TCU). Seguindo um modelo estatístico, o IBGE en-

trega um resultado prévio do ano de 2022 a partir dos 83,9% da população recenseada, somando 87,7 milhões de domicílios particulares e mais de 178 milhões de pessoas.

O Censo 2022 está em campo realizando coletas desde 1º de agosto e continuará durante o mês de janeiro de 2023. Os moradores de domicílios onde ainda ninguém respondeu ao Censo 2022 devem ligar para o Disque-Censo 137, que atende a todos os estados do país.

REALIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO EM RESENDE COSTA

Em Resende Costa, a coleta se encerrou ainda em dezembro com 11 recenseadores trabalhando. O número de residências e imóveis que foram visitados não foi divulgado pelo IBGE. No entanto, a expectativa é de que todos os locais tenham sido visitados. Durante o mês de janeiro, os supervisores estão retornando aos trabalhos em algumas residências para conferências de informações com os primeiros dados recolhidos.

Além de identificar a população por sexo e idade, o Censo segue recomendações da ONU para os questionários. De acordo com o instituto, a pasta acrescenta ainda informações que são importantes para acompanhar a realidade brasileira.

É importante reafirmar que todos os dados recolhidos nas entrevistas são totalmente confidenciais e as informações são amplamente protegidas. As informações são usadas exclusivamente para fins estatísticos.

2023 começa com uma boa notícia para municípios consorciados ao CIGEDAS - Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Sustentável das Vertentes. O CIGEDAS foi contemplado com um repasse financeiro de quase 1 milhão de reais para implantação e/ou ampliação de coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos. O recurso é oriundo de um Edital da SEMAD - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, no qual o CIGEDAS se classificou em 2º lugar. O valor do repasse foi de R$ 993.086,80 e a contrapartida no valor de R$ 4.965,47, o que já foi pago pelo CIGEDAS, em nome dos municípios consorciados. A próxima etapa é a abertura do processo licitatório para aquisição dos equipamentos que, posteriormente, serão entregues às prefeituras.

Entre os equipamentos que serão entregues, estão: prensa hidráulica, balança e esteira transportadora, essenciais para o funcionamento das Usinas de Triagem e Compostagem

(UTC). Além disso, os municípios também serão contemplados com: triturador de orgânico, carrinho de mão, elevador de fardo, big bags, suporte para big bags e bombonas.

INVESTIR EM COLETA SELETIVA PARA DIMINUIR O IMPACTO AMBIENTAL

A Secretária Executiva do CIGEDAS, Kassiana Arantes, comemora a obtenção dos recursos para os municípios consorciados. “Sabemos da importância da coleta seletiva, a qual gera redução dos impactos ambientais do consumo. Poder auxiliar as cidades consorciadas ao CIGEDAS no descarte correto dos materiais é uma grande conquista para começarmos o ano de 2023”.

O CIGEDAS já atua no monitoramento de usinas de triagem e compostagem dos municípios através do setor de engenharia ambiental. Com a obtenção do recurso, o CIGEDAS segue cumprindo a missão de garantir que os municípios consorciados estimulem ainda mais o desenvolvimento sustentável.

CIGEDAS Vertentes é contemplado com quase 1 milhão de reais para investimentos em coleta seletiva na região Resende Costa está entre os municípios que vão receber o repasse

A teia do mundo

JOSÉ ANTÔNIO*

Vitrine

A vitrine foi feita para a mulher.

Homem não fica encarando mostruários. Ele passa direto e vai lá dentro da loja comprar o que ele quer. A vitrine é medusa que seduz apenas olhos femininos.

Tanto é que as roupas e os sapatos à mostra são femininos. O manequim masculino se reduz a um tímido boneco sem graça que ninguém olha, nem mesmo os homens.

Mas com a mulher é diferente: ela precisa flertar com o produto que está atrás do vidro. Às vezes, nem compra. Porém, o ato de parar e ficar olhando ela não dispensa.

Tem mulher que para na vitrine, olha demoradamente o produto, entra na loja, vê a coisa de perto, agradece a atendente... e não leva nada. Pior: no dia seguinte, para de novo em frente à mesma vitrine e ainda traz uma amiga para ficar olhando com ela.

É só andar pela rua que você verá mulher que para mais em vitrine do que cachorro em poste. Não sei o que passa na cabeça de uma mulher quando ela está em frente à vitrine. “Quero comprar”.

Mas isso é óbvio demais.

Passam outras coisas, coisas além – muito além! – na cabeça dela enquanto está ali. Olhos fixos, pes-

Contemplando as palavras

REGINA COELHO

coço rígido, algumas ainda balbuciam alguns sussurros enquanto namoram o vidro.

Ontem eu tive uma oportunidade de saber alguma coisa disso tudo. Parei ao lado de uma mulher que estava estacada em frente a uma vitrine. Cheguei aos poucos, nem olhei pra ela. Fixei meus olhos numa camisa masculina, mas observando minha parceira de vitrine. Ela olhava, olhava, olhava de novo... andava de um lado para o outro... sempre olhando.

Foi aí que ela notou que o vidro dava reflexo e que o reflexo era formidável para a sua vaidade. Ela então parou de namorar a vitrine e ela mesma se colocou na vitrine. A mulher, pelo reflexo do vidro, admirava-se a si mesma, fazendo poses, olhando-se de lado, mexendo nos cabelos...

Acabou vendo que eu assistia àquela cena toda. No ridículo do flagrante, ela se aprumou de repente e, antes de ir embora, ainda me lançou um sorriso sem graça.

Fui embora entendendo um pouquinho mais do íntimo feminino. Esse íntimo também se coloca numa vitrine, mas somente se revela quando a gente percebe o que ele reflete.

E aí, fica mais fácil conquistar o que esse íntimo oferece... sem precisar forçar a vitrine.

*JOSÉ ANTÔNIO OLIVEIRA DE RESENDE é professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del-Rei. Membro da Academia de Letras de São João del-Rei. E-mail: jresende@mgconecta.com.br

Wania Lucia (assim mesmo, sem os acentos gráficos) Resende Pereira, 62 anos, aposentada pela prefeitura de Belo Horizonte, nasceu em São João del-Rei, onde estudou até o 7º ano do Primeiro Grau (atual Ensino Fundamental) na Escola Estadual Cônego Osvaldo Lustosa. Ao se mudar para a capital mineira, concluiu seus primeiros estudos no Instituto Nossa Senhora de Pompeia e fez lá também o magistério.

Sua ligação com Resende Costa, lugar que frequentava desde a infância, vem de seus avós maternos, Maria José de Resende, a Sinhá, e Sérgio Alexandre de Mendonça, ambos nascidos na cidade, assim como seus bisavós. E Wania afirma ter muitos parentes por aqui, sem deixar de acrescentar que seu pouso quando para cá vinha era na casa da Nazinha (prima) e do senhor Adimar, sendo sempre tratada como filha e irmã.

Dizendo toda vida gostar muito de ler, no que foi estimulada pela mãe, Celina Resende Pereira, explica que tinha constantemente um livro ou uma revistinha por perto para fazer suas leituras.

Já adulta, foi conhecer bem a profissão de bibliotecária na época em que estavam criando na prefeitura de BH o Arquivo da Cidade. E foi trabalhando com algumas profissionais do setor que teve seu interesse despertado pelo curso de Biblioteconomia, iniciado aos 40 anos na UFMG. Ainda no Arquivo da Cidade fez alguns cursos de conservação de documen-

tos, pequenos reparos e encadernações. Depois atuou na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (BH) numa biblioteca com proposta direcionada a temas ambientais – a Ecoteca. E lá participou também de algumas oficinas ligadas a essas temáticas.

Sobre a ideia de criação de um novo espaço de leitura para os resende-costenses, ela confessa o sonho que tinha inicialmente de se aposentar e se mudar para Resende Costa. E esclarece que, quando foi construir sua casa aqui, preparou um espaço de aproximadamente 64m² para montar uma biblioteca aberta ao público em geral, pois queria se manter ativa e tal iniciativa também lhe pareceu uma forma de retornar para a sociedade o benefício que teve de ter estudado numa instituição pública.

Projeto em curso, os objetivos dessa valorosa guardiã do conhecimento e da cultura, notadamente através do livro, envolvem, é claro, a disponibilização do seguinte acervo: livros, CDs, DVDs, brinquedos, enciclopédias, revistas, com muito material para pesquisa e leitura infantil; e a realização de atividades com temas ambientais e de oficinas de reparos e pequenas encadernações. Um sonho também, ainda distante, ela reconhece, é fazer uma biblioteca itinerante, levando parte desses bens culturais e atividades recreativas para os povoados do município.

Com um montante aproximado de pelo menos três mil itens num percentual que

chega a 99% de doações realizadas por pessoas de seu relacionamento ou conhecidos dessas pessoas, Wania admite não ter ainda conseguido listar todos os livros. Já separados por assunto, porém, eles se dividem, entre outras abordagens, em obras de literatura brasileira, infantil, estrangeira, cultura geral, pedagogia, psicologia, direito, história, sociologia, física, artes, religião e dicionários diversos. Nas estantes dedicadas às coleções, destacam-se títulos como Tesouro da Juventude, Enciclopédia dos Museus, A fauna – vida e costumes dos animais selvagens, Maravilhas do Conto Universal e tantas outras.

Já recebendo várias visitas e emprestando livros a muitas crianças e a jovens, ela ressalta que ainda não está abrindo a biblioteca oficialmente, mas as pessoas interessadas em conhecer o espaço podem lhe enviar uma mensagem por WhatsApp (32) 99940-6745 com pedido de agendamento de uma visita.

Para a responsável por aquilo que chama lindamente de “um sonho em construção” e ao qual deu o nome de Biblioteca Adimar Resende (em agradecimento a todo carinho e apoio que sempre recebeu aqui na cidade da família do senhor Adimar), há muita coisa ainda por fazer e uma esperança de conseguir completar o sonho. Que assim seja!

Wania, Resende Costa agradece a você o belo presente.

“Um sonho em construção”

Indicação Geográfica em Resende Costa: “desafio é fazer funcionar”

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE

Resende Costa ocupa a 86ª posição entre as 100 Indicações Geográficas (IGs) reconhecidas no Brasil, até dezembro de 2022, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Mas o grande desafio no Brasil é ir além do reconhecimento, é fazer as indicações geográficas funcionarem, diz Mônica Gomes, Agente Local de Inovação (ALI) do Projeto IG Resende Costa. “É um grande desafio tornar as IGs mais conhecidas”, para que o consumidorbusque nos produtos, nas embalagens o selo de indicação de procedência; ou seja, “conseguir fazer essa identificação e a distinção”.

Esse é o desafio apresentado neste momento para Resende Costa, suas lideranças e a população. Mas antes vamos conhecer um pouco do que é uma Indicação Geográfica. Trata-se de um instrumento de propriedade industrial que busca distinguir a origem geográfica de um determinado produto ou serviço. Embora seja bastante antiga em outros países, principalmente europeus, essa política passou a existir no Brasil, em forma de lei, apenas em 1996. “A função da IG é proteger o território comercialmente através da utilização de um selo (de garantia da origem e da qualidade) em produtos que sejam tradicionalmente produzidos naquele território, tendo, portanto, conquistado notoriedade no mercado, evitando a falsificação e perda de benefícios econômicos por parte dos produtores tradicionais”, explica Mônica. Um dos exemplos mais clássicos no mundo é Champagne, espumante produzido na região de Champagne na França.

No Brasil, as IGs são divididas entre Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO).

A IP é destinada a regiões que tenham se tornado conhecidas por seus produtos ou serviços. Já a DO é destinada a regiões cujo produto ou serviço possuam características decorrentes de fatores naturais e humanos daquela região. Resende Costa obteve o Selo de Indicação de Procedência pelo INPI em agosto de 2021.

A IG está entre as modalidades trabalhadas no Programa ALI do Sebrae. Atualmente, o Sebrae-MG está implantando o programa ALI-IG em quatro territórios: Canastra, com o queijo minas artesanal; Matas de Minas, com o café especial; Norte de Minas, com mel de aroeira; e Resende Costa, com o artesanato em tear manual.

O ALI-IG compreende um período de 12 meses e uma metodologia dividida em quatro etapas: 1) Problema: identificação e priorização do problema que mais impacta o fortalecimento da IG; 2) Solução: identificação de ideias para a elaboração do Plano de Ação com o objetivo de solucionar o problema;

3) Implantação: aplicação do Plano de Ação; e 4) Avaliação: identificar, ao longo do processo, se são necessários ajustes para aumentar as chances de sucesso na aplicação do plano.

RESENDE COSTA

Em Resende Costa, o Plano de Ação está em fase de implementação. Este plano foi elaborado com base na estruturação da IG para que de fato ela possa funcionar como uma ferramenta de desenvolvimento econômico, explica Mônica. “Para que o selo seja aplicado, é necessário que a ASSETURC (Associação Empresarial e Turística de Resende Costa), a entidade que representa oficialmente a IG, defina e organize o grupo, chamado de Conselho Regulador, para habilitar os artesãos que desejam fazer uso do selo, averiguar se as peças que

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Komiketo, da UFSJ,

conquista

pódio em competição de protótipos off-road

VITÓRIA CRISTINA

A Equipe Komiketo Baja, da UFSJ, conquistou o segundo lugar no pódio da 15.º Competição Baja SAE Brasil - Etapa Sudeste. O projeto desenvolve um protótipo off-road de competição e integra estudantes de diversas áreas, unindo conhecimento teórico e prático.

Além do 2º lugar geral, a equipe conquistou também o 1º nas apresentações de Gestão e Dinâmica Lateral e o 2º nas provas

irão receber o selo estão dentro das especificações técnicas exigidas e fazer o controle dessas peças com selo no mercado.”

Outra função da entidade oficial, junto com seus principais parceiros nesse processo (a Associação de Artesãos-ASARC e a Prefeitura), é realizar ações de promoção do produto e do território, acrescenta Mônica. “Além dos benefícios gerados pela comercialização de produtos com o uso do selo, pois agrega mais valor a esses produtos, os territórios com IG também são propícios ao desenvolvimento turístico, uma vez que produtos reconhecidos por sua reputação e tradição são capazes de atrair pessoas que desejam conhecer esses produtos na origem, como são produzidos e quem os produz.” Ela considera que a atividade turística, por movimentar uma cadeia grande de serviços, “é uma grande aliada do desenvolvimento social e econômico dos territórios com IG”.

LEVANTAMENTO

A primeira ação desenvolvida no Plano de Ação foi o Levantamento da Cadeia Produtiva do Artesanato em Tear Manual, com o objetivo de complementar o diagnóstico traçado no início da metodologia, esclarece Mônica. O levantamento foi realizado em janeiro com 51 questionários preenchidos. “Apesar do número de questionários preenchidos não representar uma amostragem expressiva dos atores que trabalham no setor de artesanato no município, espera-se que o levantamento aponte algumas informações importantes sobre o setor para nortear as ações realizadas tanto dentro do programa quanto na definição de outras ações que venham a ser propostas para contribuir no desenvolvimento da IG.”

Segundo Mônica, as próximas ações serão as de formação do grupo gestor, chamado de Conselho

Regulador; formação de uma rede de apoio ao desenvolvimento da IG com entidades parceiras estabelecidas no município e na região; capacitação para auxiliar no desenvolvimento das ferramentas necessárias para a gestão da IG; estímulo ao Turismo de Experiência; promoção e entrega ao grupo gestor de um modelo de Plano de Negócio Inovadorao final do programa ALI-IG. Durante o período de diagnóstico, na fase inicial do programa,

identificou-se que, após a concessão do Selo de Indicação de Procedência pelo INPI, não foi realizada a estruturação para o devido funcionamento da IG, conta Mônica. “Ao final do programa, espera-se que o grupo responsável pela gestão da IG esteja com uma qualificação de base que auxiliará na elaboração e implantação de ferramentas que permitirão a realização do controle, da proteção e da promoção da IG”, conclui.

de Enduro, Manobrabilidade e na apresentação de Cálculo Estrutural.

A Equipe da UFSJ competiu com cerca de outras 30 de toda a Região Sudeste, representando a cidade de São João del-Rei. Agora, a todo vapor com os preparativos para a 28° Competição Nacional, que ocorrerá em São José dos Campos (SP) entre os dias 1º a 5 de março, a Komiketo conta com o apoio de empresas locais e da universidade para garantir mais um pódio e representar a histórica São João del-Rei.

Representantes de diversos setores da sociedade e do Sebrae se reuniram no Salão Lilia Lara

Protótipo off-road de competição

O evento contou com a presença de artesãos, empresários, autoridades municipais, representantes de associações e do Sebrae Foto:

Consultor do Sebrae deixa desafio para a Mostra de Artesanato

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE

Que no dia 2 de junho, data da próxima Mostra de Artesanato e Cultura, todos os artesãos presentes tenham os seus produtos certificados e identificados, garantindo origem e qualidade única e exclusiva de Resende Costa. O desafio, extensivo aos demais artesãos do território, foi feito pelo consultor do Sebrae, Rogério Ern, em evento no dia 8 de fevereiro no auditório Lilia Lara, denominado “Indicações Geográficas: Arte de Valor”.

Durante o encontro, Rogério falou da importância da indicação geográfica, insistindo em ideias como agregação de valor, autenticidade, criatividade e exclusividade. No final da palestra, ele propôs que o produto artesanal local leve o signo de Resende Costa, o signo governamental e o QR Code (que indica o artesão).

Na ocasião, Simone Quintas e Junior Guimarães falaram da experiência da Semana Criativa de Tiradentes (SCT), cuja novidade é a junção de designers e artesãos da região das Vertentes e a complementaridade criativa entre artesãos. O resultado é o festival de 5 dias, uma vez por ano, no qual ocorre a interação com os visitantes. Participaram do evento artesãos, lojistas, representantes políticos do município e das entidades patrocinadoras.

QUEM SÃO

No mesmo dia do evento, foi apresentado o resultado do Levantamento da Cadeia Produtiva do Artesanato em Tear Manual (ver entrevista de Mônica Gomes), com 51 questionários preenchidos. Desse total, 37,3% têm conhecimento médio sobre o Selo de Procedência. A maioria (53%) tem nenhum ou pouco conhecimento, enquanto 9,8% estão bastante informados.

No item “dados pessoais”, 90,2% residem na zona urbana; 78,4% são mulheres, 82,4% estão na faixa etária de 25 a 59 anos; 54,9% são casados (35,3%, solteiros); e 74,6% completaram o Ensino Fundamental e o Médio (19,6% têm curso superior). O dado preocupante é que

72,5% não participam de qualquer entidade (associações de artesãos e de empresas e associações de bairros). Em relação aos dados econômicos, 86,3% têm o artesanato como atividade principal (78,4% não exercem outra atividade).

Na cadeia produtiva, 41,2% dos tecelões produzem para terceiros e recebem por produção; 29,4% administram e comercializam aprópria produção e 27,5% são autônomos. Não possuem CNPJ: 60,8% (27,5% são microempreendedores individuais); 51% trabalham mais de 20 anos no setor (39,2%, mais de 10 anos).

Outro dado que merece atenção: 82,4% nunca participaram de cursos

De um ponto de vista

JOÃO BOSCO DE CASTRO TEIXEIRA*

CNBB

Dia oito de janeiro passado ficou marcado como um dia de vergonha nacional. Gente que há dois meses se postava pacificamente nas portas dos quartéis do Exército, por todo o país, repentinamente resolveu invadir as três grandes sedes dos “antigos” três poderes nacionais. Antigos, porque agora temos um único poder, ao qual se submetem os outros dois.

Além de ter sido um ato que envergonhou o país, muitos não entenderam por que se chegou àquilo. Os fatos posteriores esclareceram muitas questões. Outras serão esclarecidas. E não devidamente punidas, é lógico. Ou parcialmente punidas. Ou, melhor ainda, discriminadamente punidas.

Entre as organizações que se mostraram abismadas com os fatos e se manifestaram pedindo “responsabilização no rigor da lei”, encontra-se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

A CNBB é uma organização de direito privado. Organização da hierarquia da Igreja Católica. Fala pelos bispos brasileiros sem tirar de nenhum deles a autoridade própria que cada um possui.

É uma instituição que busca harmonizar as atividades pastorais em nível nacional. Tem obtido, ao longo dos anos, muito êxito. Conta com o apoio de parte notável dos bispos, que, às vezes, se constituem em grupos diferentes, frente à visão pastoral que da Igreja se pede. Não se constitui como essencial à vida da Igreja,

de capacitação. Mais de 37% não têm interesse, enquanto 33,3% preferem minicursos, palestras e similares e 29,4% tem interesse em curso técnico/profissionalizante. Os cursos preferidos são os de vendas, marketing, design e produção.

Outro dado interessante é que 96,1% nunca tiveram acesso a financiamento. Do total de respostas, 72,5% não manifestaram interesse em financiamento; 11,8% interessam por financiamento para instalação ou ampliação de oficina/atelier e o mesmo percentual para aumentar a mão de obra.

Quase 55% consideraram que são valorizados e que fazem parte de uma tradição que se está perpetuando. Mas um percentual elevado (45,1%) tem sentimento oposto: o de que são desvalorizados e que fazem de uma tradição que se está perdendo.

O ARTESÃO

Os artesãos que possuem tear manual são quase o total (96%), mas um percentual maior (98%) não possui Carteira Nacional do Artesão. A malha é a matéria-prima mais utilizada (88%), seguida do algodão (64%). O tear manual individual é o mais utilizado (96%), seguido do tear manual duplo (38%).

Mais da metade (56,3%) produz o suficiente para manter-se ou manter a família. Mas 43,8% produzem menos do que o suficiente, por fal-

ta de tempo ou devido ao baixo lucro com as peças. A grande maioria (82%) trabalha em casa (14% em oficina/atelier), além de ser uma atividade predominantemente individual (60%), embora 38% trabalhem junto com outros produtores/familiares.

A maioria da matéria-prima é adquirida de fornecedores dentro do município (89,4%). Entre os artesãos que responderam o questionário, 39,6% trabalham entre 6 e 8 horas diárias; 29,2%, acima de 8 horas.

Mais de 60% apresentam problemas de saúde, com destaque para o da coluna.

Outra informação importante é que 87,8% não participam de feiras; apenas 12,2% participam da Mostra de Artesanato de Resende Costa. Em termos de contato, 34,8% vendem para turistas (28,3% preferem não vender para turistas). E a maioria (62%) não participaria de roteiros turísticos em qualquer circunstância. Mas 54,2% aceitariam ensinar aos turistas como produzir uma peça no tear manual, mediante remuneração e com agendamento prévio.

O COMERCIANTE

Entre os comerciantes de artesanato, 44,4% vendem em casa; 41,7% têm loja física; e 22,2 trabalham com venda online. A maioria das lojas físicas encontra-se na Avenida dos Artesanatos (58,8%), enquanto 41,2% possuem lojas em outras regiões da cidade.

Quase 92% dos comerciantes vendem para revendedores; menos da metade (41,7%) deles vende diretamente para o consumidor final. A maioria dos revendedores é originária de Resende Costa (61,8%), seguida de outras cidades mineiras (38,2%), Rio de Janeiro e São Paulo (38,2% cada), Belo Horizonte (29,4%), Tiradentes e São João del-Rei (20,6%).

A maioria (58,3%) usa o Instagram como meio de divulgação, seguido do WhatsApp (52,8%); 36,1% não divulgaram a forma de divulgação. Mas a maioria (54,1%) não possui perfil empresarial na internet; 43,2% estão no Instagram; 32,4%, no WhatsApp; e 18,9%, no Facebook. Quanto à venda online, 73% não utilizam essa ferramenta.

muito menos essencial ao “Seguimento” de Jesus. Os fiéis, na sua grande maioria, veem a CNBB como organização importante, a respeitam e buscam ouvi-la.

Como organização, a CNBB tem pleno direito, e até mesmo autoridade, para se manifestar sobre a vida nacional em suas variadas manifestações. Foi o que ocorreu, após os fatos do dia 8 de janeiro.

No entanto, de meu ponto de vista, considero um “risco” muito grande tal manifestação. Em primeiro lugar, por não se ter esclarecido a quem imputar a culpa das invasões. Quem estava por trás daquilo? Certamente, não os pacíficos ocupantes das portas dos quarteis, nos meses anteriores. Mas, muito mais que isso,

considero um risco por não ver outras manifestações da CNBB frente a fatos muito mais sérios que ofendem a celebrada “opção preferencial pelos pobres”, fatos ultrajantes da democracia e outros, qual o retorno da censura no país.

O risco da “omissão”, do “silêncio”, da “contradição”, e até mesmo da “hipocrisia” frente a outros fatos vergonhosos deveria ser considerado pela CNBB.

Ela não fala pelos fiéis, mas estes a respeitam e acreditam nela.

O respeito que os fiéis têm pela CNBB não admite dela manifestações “escolhidas”, segundo visões ideológicas, responsáveis pelas divisões entre o episcopado brasileiro. Relativamente aos fatos do dia 8, será que a CNBB

aprova os procedimentos jurídicos adotados pelo poder público brasileiro ao criar um “campo de concentração” para uma maioria absoluta de pessoas inocentes?

Não tenho dúvidas: manifestações contra os acontecimentos do dia 8 de janeiro são uma atitude louvável. Calar-se diante de outros fatos não menores, para mim é um “risco” que a CNBB não precisa correr. Ela põe a perder a credibilidade da instituição, que passa a ser considerada como adepta de ideologia, nada compatível com a visão cristã do mundo.

*Professor aposentado da UFSJ, membro da Academia de Letras de São João del-Rei.

Consultor do Sebrae, Rogério Ern

Meio Ambiente

Escultura de Valcides “santeiro”, em capela do palácio do vice-presidente

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE

O escultor resende-costense

Valcides Mairinque Arvelos, de projeção internacional, figura ao lado de nomes como o arquiteto Oscar Niemeyer, a artista plástica Marianne Peretti e o paisagista Roberto Burle Marx na história do Palácio do Jaburu, ocupado desde janeiro pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida, entalhada em bloco de madeira pelas mãos de Valcides, encontra-se no altar da capela do Palácio do Jaburu, que é repleta de obras de arte. Os vitrais são de Marianne Peretti e os bancos e o altar foram desenhados pela arquiteta Anna Maria Niemeyer, filha de Oscar.

O palácio, às margens da Lagoa do Jaburu, em Brasília,,é designado como a residência oficial do vice-presidente da República. Foi projetado por Oscar Niemeyer em 1973, tendo sido ocupado pela primeira vez em 1977, pelo vice-presidente Adalberto Pereira dos Santos. É tombado como Patrimônio Cultural pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Antes de Alckmin, ocuparam o Palácio do Jaburu: Adalberto Pereira dos Santos (vice-presidente de Ernesto Geisel); Aureliano Chaves (vice de João Figueiredo); José Sarney (vice de Tancredo Neves); Itamar Franco (vice de Fernando Collor); Marco Maciel (vice de Fernando Henrique Cardoso); José Alencar (vice de Luiz Inácio Lula da Silva); Michel Temer (vice de Dilma Rousseff) e Hamilton Mourão (vice de Jair Bolsonaro). Nos períodos 1985-1990 e 20162018, mesmo presidentes, Sarney e Temer continuaram a usar o palácio.

QUEM FOI VALCIDES

Nascido em 6 de setembro de 1926, este mestre de ofício, autodidata, aprendeu a desenvolver desenhos e esculturas em madeira fazendo brinquedos, segundo sua irmã Ana Rita Mairinque*. “Ele ficou conhecido nos anos 70 como santeiro, mas começou muito antes, fazendo passarinhos e carrinhos para crianças. Valcides esculpiu o primeiro santo após uma visita a São João del-Rei, onde, através de um santinho, ele conseguiu reproduzir a imagem de um Senhor dos Passos.”

Após a primeira escultura,

Valcides não parou mais de receber encomendas de religiosos e colecionadores de arte sacra. Em 1972, o artista ganhou as páginas da revista Veja com a escultura de São Francisco de Assis. Com o título “Visões Esculpidas”, trazia a história de um homem humilde que aprendeu o ofício nobre sem qualquer influência acadêmica, mas valorizava a autenticidade.

Dos diversos santos esculpidos por Valcides, um em especial encontra-se na Paróquia de Nossa Senhora da Penha de França, em Resende Costa. Trata-se de uma réplica da escultura da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Penha de França, esculpida em madeira pelo artista resende-costense.

Valcides faleceu no dia 2 de agosto de 2008, aos 81 anos, sem possuir bens. Durante 3 anos, ele

ficou acamado após sofrer um AVC. Mas, segundo Ana Rita, não deixou de trabalhar. “A última obra que o Valcides fez foi um São Bento, encomendado por um turista, mas não ficou perfeita, porque ele já estava doente. O dono da obra não quis levar, deixou pra ver se ele consertava, mas não teve mais tempo.”

Valcides, conhecido na comunidade como “santeiro”, viveu a vida toda em Resende Costa; é lembrado como um artista local, embora sua obra tenha abrangência nacional e internacional.

*http://jornalismo.ufsj.edu.br/ van/memorias-do-mestre-da-artesacra-de/

Fonte: Wikipedia e Uol

BRUNA MOURA BARBOZA* ADRIANO VALÉRIO RESENDE**

A COP 27 e os desafios do Brasil para 2023

Entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022 ocorreu a COP

27, na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito. O objetivo principal do encontro foi reafirmar as metas traçadas anteriormente a fim de acelerarem as ações a respeito das mudanças climáticas, especialmente na questão da redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. O Brasil, que historicamente ocupa uma posição de centralidade na questão ambiental, assumiu o compromisso de diminuir o desmatamento e as queimadas na Amazônia.

Realizadas anualmente, as chamadas Conferências das Partes ou COPs são eventos que reúnem os 198 países membros da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC – sigla em inglês), com a intenção de avaliar as condições das mudanças climáticas no mundo. O encontro é organizado pela ONU, dura duas semanas e, atualmente, é a maior conferência anual associada ao clima. A dinâmica das reuniões envolve acordos e metas nacionais ou globais traçados pelo consenso entre os participantes. A primeira edição do evento aconteceu em 1995 em Berlim, na Alemanha, e desde então foram realizadas 27 reuniões.

Na COP 27, as discussões versaram, principalmente, sobre a urgência climática e os planos para diminuir seus efeitos, tendo em vista as metas e os pactos estabelecidos pelo Acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015. Outras questões pautadas foram: adoção de medidas para reduzir o desmatamento, especialmente na Amazônia; transição energética, com a promoção de energias renováveis; adoção de práticas mais sustentáveis no agronegócio e auxílio financeiro aos países menos desenvolvidos. Foi criado também um Fundo de Perdas e Danos com o intuito de indenizar os países mais expostos a problemas causados por eventos climáticos extremos. O documento oficial da conferência mencionou ainda a insegurança alimentar como uma das causas do aquecimento global, porém não especificou a participação dos sistemas agrícolas na liberação de CO2. Se por um lado a reunião agradou, por outro decepcionou, já que não apresentou metas objetivas para limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o ano 2100. Além do mais, não houve avanço

quanto à diminuição do uso de combustíveis fósseis. E, atualmente, diante do cenário criado pela guerra Rússia x Ucrânia e pela intensificação das mudanças climáticas, a COP 27 se torna ainda mais importante, isso porque as relações internacionais passam por um momento instável, mostrando ser necessária a reafirmação das metas e dos acordos propostos anteriormente. Cabe destacar que os países que mais emitiram gases estufa desde 1850 são: EUA, China, Rússia, Brasil e Indonésia. Os dois últimos devido ao desmatamento e alterações no uso do solo.

O Brasil, na COP 27, reforçou o compromisso em cumprir a meta traçada anteriormente, que almeja reduzir em 43% a emissão de gases estufa até 2030, em comparação com o ano de 2005. Para isso, será necessário frear o desmatamento e a degradação ambiental da floresta amazônica, já que essa é a principal causa da emissão de CO2. Além disso, o país defendeu o desenvolvimento econômico sustentável, o uso de energia renovável e a preservação das florestas.

No evento, o Brasil apresentou o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado em 2017 e almeja recuperar 12 milhões de hectares até 2030, com foco nas áreas de preservação permanente, reserva legal e terras degradadas com fertilidade baixa. O país ainda apresentou seus planos para gerar energia eólica offshore e para aumentar a proteção da Amazônia.

A nova ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, visando reverter o estado crítico no âmbito ambiental e honrar o Acordo de Paris, criou a Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário, que tem o objetivo de alcançar o desmatamento zero. Até março de 2023, serão criados a Autoridade Nacional de Segurança Climática e o Conselho Nacional sobre Mudança do Clima, sendo este último comandado pelo Presidente Lula e contará com a participação de todos os ministérios. Por fim, ao que tudo indica, o quesito ambiental será uma das prioridades do novo governo.

*Aluna do Curso Técnico de Meio Ambiente – CEFET/MG

**Professor - CEFET/MG

Foto: divulgação

Foto: Anderson Riedel

Capela do Palácio do Jaburu

Obra do santeiro Valcides em Brasília

Retalhos literários EVALDO

BALBINO Jessé

Loiro com uma falha nos dentinhos de leite. Seu sorriso meio oriental e meio alemão, as pernas ainda moles no molejo do corpo, andando ele de quatro pelo chão da casa. Chão de azulejo e ladrilho lindos, um corredor imenso pela casa tornando íntimos quartos afáveis. Uma casa bonita de se ver. De fraldinha ainda o garotinho, e eu pequeno menino encantado com guri menor do que eu. Na época, eu achava que ele era bem menor do que eu. Talvez fosse impressão, pois eu tinha uns 7 anos por essa época. Ele, porém, usava fralda; já eu, não. Em compensação, ainda em minha boca a chupeta. O bico de borracha me acompanhando como se aquilo tudo fosse o paraíso. E era.

Mesmo de chupeta, me sentia adulto perto de menininho tão pequeno buscando meus cuidados.

O gurizinho alegre engatinhando tinha um nome de origem hebraica: Jessé. “Filho de

Deus”, esse bonito sentido. E de seus olhinhos puxados raiava uma luz. Um menino sansei, cuja avó materna, nissei, sempre tricotava e nos amava a nós meninos fazendo baderna em sua casa e brincando com o seu netinho.

Seu avô era de origem alemã, barriga grande, pele avermelhada de tanta brancura se expondo ao sol. Voz alta, forte e alegre a do avô.

Irmã Leonora e irmão Aristides, os nomes amáveis dos meigos avós.

Jessé era puro riso. Um riso gostoso, uma vontade danada na gente de apertar suas bochechas, de enroscar os nossos dedos no seu cabelo cacheado e amarelinho. Cabelo da cor do sol sem nuvem bem no meio do dia, sem calor e sem frio. Só uma vontade de alegria. Aquele sentir aconchegante de mornidão que nos atravessa e mora dentro da gente.

Minha irmã e eu já andávamos, mas engatinhávamos

De olho na cidade

EDÉSIO DE LARA MELO

ali com ele para sermos iguais no existir, para sermos serenos e contentes pelas vidas meninas – a dele e as nossas. Ela já mocinha, mais “adulta” do que eu, me ensinando a vida como lição que se oferece a quem precisa.

Perante o Jessé, o meu sorriso. A alegria de quem travava contato com um anjo, brincando de levitar sob o peso da gravidade. O lúdico da vida tem o poder de atravessar montanhas, de driblar as leis da física, de viajar galáxias tantas e sem fim. Escondíamos um do outro pelos cantos da casa, empurrávamos carrinhos existentes ou não, gritávamos de felicidade pelo chão limpo e brilhante. Nem cera nem luz do sol, mas um fulgor íntimo do chão que nos amparava. Brincar com o Jessé era um dos modos de existir sem preocupações.

Nos intervalos das brincadeiras, a avó chegando com suco e lanches, suas mãos tri-

cotando guloseimas para bocas gulosas, sua sabedoria nos ensinando o ser criança na fugacidade da existência.

Do avô, também nos intervalos das brincadeiras ou no meio delas, a voz de trovão amoroso, o sorriso largo e companheiro, a barriga balançando e nos sacudindo de leveza e luz.

Hoje já se passaram muitos anos. Do neto sansei nada mais sei. Desde que os avós voltaram para São Paulo, de onde tinham ido para minha cidadezinha com o destino de evangelizar almas, não mais vi nem ouvi o amiguinho. Voltaram os avós para a casa da filha, mãe do Jessé, e por lá permaneceram os genitores até a morte. A notícia de ambos os falecimentos me foi dadamuito tempo depois pela voz de minha mãe.

Uma única vez, eu já morava em Belo Horizonte – e isso já tem tempo –, a irmã Leonora foi de São Paulo para nossa pequena urbe. E esteve lá em casa num domingo. Por um acaso,

ou melhor, por uma bênção da vida, eu estava lá. Ela não me reconheceu. O rio era outro, e eu também. Mesmo assim ela me abraçou com afeto, e conversamos um pouco. Não cheguei a lhe perguntar sobre o neto. Não sei, hoje, porque à época não me lembrei de coisa tão importante. Não perguntei e ficou por isso mesmo. Até que a notícia do falecimento de senhora tão boa me chegou, como alguns anos antes já me tinha chegado a informação da morte do seu esposo.

Nas cortinas do tempo, às vezes diáfanas e às vezes não, vejo e entrevejo o menino de dentes de leite falhados. E o seu sorriso não é escravo do velho tempo, o antigo e eterno Chronos que nos devora, mas adorno ofertado por Kairós, a vivência oportuna, especial, memorável, cheia de significância. De lembrança assim não fugimos. Antes nos tornamos seus cultivadores, como um jardineiro amoroso cuida de sua flor.

A situação precária de muitas estradas de Minas Gerais

A malha rodoviária de Minas Gerais é a maior do Brasil. Ela possui 272.062.090 km. Os dados são do próprio governo do estado. 16% de toda a malha rodoviária do Brasil encontram-se em MG. É muito “chão”, pode-se dizer. Sendo o estado de Minas Gerais territorialmente muito grande, a malha rodoviária que o corta não poderia ser diferente: ela é imensa. Ultimamente, críticas feitas à má qualidade das rodovias que cortam o nosso estado aumentaram e a culpa passou a ser do período chuvoso. Isso não está incorreto, porém a condição precária de muitas estradas vem de antes.

Ano após ano, o que mais ouvimos durante o verão são notícias de muitos acidentes, de tragédias ocorridas devido aos temporais. Deslizamentos, desabamentos, enchentes, trombas d’água e mortes resultantes desses fenômenos acometidos pelo excesso de águas de chuva tornaram-se comuns. Acompanha esses acontecimentos a preocupação de cientistas que se manifestam contrariamente aos desmatamentos, agressões vio-

lentas a bens naturais, tais como ocorrem com desmatamentos e queimadas de florestas, que têm ocorrido no Brasil e, também, em outros países. A destruição de florestas, como ocorre com a Mata Atlântica em nosso país, implica, sobremaneira, no aquecimento global. E o resultado disso, sabemos todos, são os desequilíbrios que notamos ao longo das quatro estações climáticas anuais: calor ou frio intensos, secas, chuvas abundantes, ou mesmo a falta delas.

Neste momento, com chuvas fortes desde os últimos meses de 2022, os estragos causados por elas são enormes. O excesso de água causa transtorno e prejuízos para agricultores, danifica estradas, derruba pontes, destrói casas. Em Resende Costa, por sorte nossa, devido à sua localização e condição topográfica, não temos problemas com enchentes, muito menos com desabamentos de edifícios ou deslizamentos de encostas, por exemplo. Por outro lado, notamos que estradas de terra que ligam a sede do município aos seus povoados tornam-se piores e perigosas. Trafegar por elas

requer até dos motoristas mais experientes cuidados especiais, atenção redobrada.

Outras dificuldades, percebemos na única estrada asfaltada que nos liga à MG 383, que liga São João del-Rei à BR 040. Quando construída, no início da década de 1980, a rodovia ficou muito boa. Ao contrário, os serviços de manutenção da via, desde antão, nunca foram muito bons. Prova disso são os constantes buracos que surgem na estrada em qualquer época do ano. Os motoristas que circulam com frequência por ela já sabem quais são os mais perigosos e até onde ficam.

Durante o dia, desviar dos buracos é possível, mas à noite não. Somam-se a essa quantidade enorme de buracos os prejuízos com rodas empenadas, amortecedores danificados e pneus estourados. Vira e mexe o Departamento Estadual de Rodagem (DER) faz aquele tapa-buracos, cujos resultados são pouco eficazes. São remendos que, feitos sobre casca fininha de asfalto, duram pouco. Eles se assemelham àqueles remendos que fazemos em peças de roupa já velhas,

esgarçadas. Quando você costura de um lado, defeitos aparecem noutras partes delas. É melhor descartar a peça e comprar outra. Tomemos como exemplo o asfaltamento da Av. Alfredo Penido. Depois das obras malfeitas por empreiteira contratada pela Copasa, a solução foi mandar recapear a avenida inteira. O descaso com a manutenção das estradas estaduais é enorme.

Há lugares em que motoristas de ônibus e caminhões precisam parar os veículos que dirigem antes de atravessar as enormes crateras que encontram pela frente, a fim de evitar estragos nos veículos e acidentes. Quam sai de Resende

Costa em direção ao estado de São Paulo ou do Rio de Janeiro sabe bem disso. É lamentável, é de dar vergonha o péssimo estado de conservação das rodovias.

A impaciência de motoristas é grande. Sabendo que restaurações são poucas e demoradas, apelam por realizar serviços voluntários, ao que parece. Na entrada de Resende Costa, buracos têm recebido pedras, formando “pequenos calçamentos” dentro deles. É um quebra-galho para nós e para quem nos visita, apesar de não ser a solução. O governo estadual, que arrecada muito com IPVA e outros tributos, precisa cuidar bem das nossas estradas.

Buraco na pista coloca em risco motoristas que trafegam em dias de chuva

Foto: Edésio Lara

Expedicionário realiza campanha para recuperação do gramado

Anualmente, o Expedicionário E.C. realiza recuperação do gramado do seu estádio, uma manutenção para dar continuidade às atividades esportivas realizadas ao longo do ano. Em 2023, as obras já começaram e contaram com a colaboração da população através de uma campanha que arrecadou recursos para custear a intervenção.

O treinador e diretor do Expedicionário, Paulo Ricardo,

falou sobre o início da recuperação do gramado. “Todos os anos nós fazemos um trabalho para recuperação do gramado, manutenção mesmo. Ano passado percebemos que a terra vegetal conseguia uma recuperação muito boa no gramado. Assim que encerrou o Campeonato Regional, mesmo com jogos dos veteranos acontecendo, iniciamos a recuperação do gramado”.

No mês de dezembro de 2022, foram aplicados 50 sacos de terra no campo. A ação contou com recursos próprios do

clube. Paulo explica que, no último mês, a prefeitura de Resende Costa também colaborou com a reforma, mas o clube também contou com a ajuda da população para a arrecadação de terra vegetal. “Em janeiro, conseguimos, junto à prefeitura, 30 sacos de terra. Jogamos, juntamente, três sacos de adubo super simples e uma quantidade de ureia. Foi aí que percebemos que ainda precisaríamos de mais terra. Então tive a ideia de realizar a campanha. Graças às doações, conseguimos mais 70 sacos de

O verso e o controverso

JOÃO MAGALHÃES

terra vegetal”. No mês de fevereiro, foram aplicados mais 40 sacos de terras. E, em março, haverá outra aplicação de terra e de adubo nas partes necessárias do campo.

EXPEDICIONÁRIO

SPORT CLUB

Fundado no dia 7 de maio de 1946, o Expedicionário Sport Club foi idealizado e registrado por Antônio Argamim de Freitas, o “Totonho do Sô Bico”. O nome do clube é uma homenagem à FEB (Força Expedicio-

nária Brasileira) e a seus integrantes (o clube também adotou o símbolo da FEB, a cobra fumando, para compor o seu escudo). O Expedicionário é um dos clubes mais tradicionais de Resende Costa e, desde a década de 80, ostenta as cores verde, grená e branca em seus uniformes. Vários jogadores de Resende Costa se destacaram vestindo a camisa do clube: Totonho do Sô Bico, Betinho Peluzzi, Sossó, Tonho da Santa, Nen do Zé Barbosa, Nias, Mané, Ladinho da Lilica e outros tantos.

Fevereiro de 2023: convém refletir sobre a Constituição Nacional

O aniversário de 132 anos da promulgação de nossa primeira Constituição republicana, 24 de fevereiro de 1891, e o nome do segundo mês de nosso calendário, fevereiro, motivaram-me neste comentário sobre a Constituição Federal, tão ferida, conspurcada, desrespeitada, alterada em benefício próprio pelos recentes poderes Legislativo e Executivo.

Fevereiro, em latim februarius, por causa do deus Februus, da mitologia etrusca. Os etruscos eram um povo que habitava ampla região da Península Itálica e que foi absorvido pelo poderio de Roma por volta do século III antes de Cristo. Mas há uma hipótese de que seja de origem dos sabinos, outro povo que está envolvido na formação de Roma. Basta lembrar a lenda do “rapto das sabinas”.

O deus Februus, em Roma também nomeado como Plutão, era associado à morte e à purificação. Nessa época do ano, correspondente ao mês de fevereiro, em sua homenagem eram

realizados os sacrifícios e rituais de purificação. As constituições do mundo acabam necessitando de purificação e de morte de suas partes que precisam se adaptar às mudanças sociais.

PEC (Proposta de Emenda Constitucional) é alteração, inclusão de conteúdo, atualização do texto original de uma Constituição sem necessidade de uma assembleia constituinte. Nunca foi tão banalizada como agora no Brasil!!

Toda associação tem seus princípios, suas normas, sua organização, seus organogramas que garantam sua finalidade, dá solidez e segurança à sua direção e disciplina o comportamento ético de seus membros ou dos que usufruem de suas benesses. Tudo isso é codificado em sua Constituição ou Regra.

As Associações Religiosas - no mundo católico as irmandades, as confrarias as congregações e ordens de padres e freiras etc. - todas têm sua Constituição ou Regras, como se usa nomear.

Algumas ficaram famosas, pois orientam até hoje a formação religioso-disciplinar de muitos Institutos, como a Regra Monacal de São Bento, a de São Francisco de Assis, a de São Domingos de Gusmão, a de São Camilo de Lellis etc.

Tomo como explicação uma Constituição pouco conhecida, mas com grande influência na espiritualidade cristã: a Regra da Comunidade de Taizé (pronuncia-se Tézê).

Em minhas mãos neste instante, transcrevo alguns itens que a fundamentam: a Oração – a Refeição – o Conselho da Comunidade – a Ordem – o Trabalho, – o Repouso – a Palavra de Deus – o Silêncio interior – a Alegria – a Simplicidade – a Misericórdia –o Celibato – a Comunhão com Deus – o Prior – os Irmãos em missão – os Novos irmãos – os Hóspedes etc.

A Comunidade de Taizé, cidade francesa na Borgonha, foi fundada pelo irmão Roger Schutz

e seus companheiros. Usando as palavras do professor Felipe Aquino (em “Você ouviu falar de Taizé?), “Movido pelo desejo de propiciar a reconciliação entre cristãos e, em constituir a partir de 1940 uma comunidade dedicada à oração, ao trabalho e ao acolhimento de visitantes ou peregrinos. Tem uma característica fundamental para os dias de hoje de nosso Brasil: o Ecumenismo que acolhe pessoas de todosos sexos, credo e nacionalidade. A obra encontrou resistência durante os seus primeiros anos, nos ambientes protestantes. Hoje, porém, goza de estima e do apoio tanto dos protestantes como dos católicos; os Papas João XXIII e Paulo VI têm lhe dado eloquentes testemunhos de benevolência”. Roger foi prior deste mosteiro protestante até sua trágica morte. Foi assassinado no dia 16 de agosto de 2005 por uma mulher romena que o apunhalou várias vezes durante a oração da noite. Os países todos têm sua

Constituição com seus princípios baseados em seus costumes, sua etnia, sua religião, seus livros sagrados, como a Torá para os Hebreus, o Corão para os Islâmicos. Não se trata, porém, de imutabilidade das Constituições. Tudo evolui e se transforma. Faz parte da vida. Frequentemente, há necessidade de modificações e reformas. No entanto, o que se condena é a banalização, as mudanças para interesses individuais escusos e até para o escape de responsabilidades.

A Constituição Nacional de 1988 tem cláusulas pétreas (artigo 60 § 4º). São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais. Dispositivos constitucionais que não podem ser alterados nem mesmo por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Cláusulas intocáveis e inatacáveis! É o que penso. E você?

Papo de Esportes

Athletic fatura título da Recopa Mineira e começa um ano histórico para o futebol profissional na região

Pelo terceiro ano seguido, o Athletic está entre os melhores times do estado de Minas Gerais. Além dos três grandes da capital, outros nove clubes compõem o grupo dos que disputam o estadual. Por muito tempo, a região do Campo das Vertentes apenas acompanhava de longe o Campeonato Mineiro. Aqueles que torcem para América, Atlético e Cruzeiro aproveitavam o momento para conhecer o elenco. Já os mineiros que escolheram clubes de outros estados para torcer passavam o olho na tabela e continuavam atentos às campanhas dos seus times, seja em qual estado for.

Desde a chegada do Athletic à elite do estadual, isso mudou. No Estádio Joaquim Portugal, em São João del-Rei, muitos resende-costenses têm acompanhado de perto o Campeonato Mineiro. É a oportunidade de a região acompanhar de perto o futebol profissional no estado.

RECOPA MINEIRA –PRIMEIRO OBJETIVO DO CLUBE ALCANÇADO

O troféu do Campeão da Recopa Mineira 2022 ficou em São João del-Rei. O Athletic Clube começou a temporada de 2023 conquistando o título ao vencer o Democrata de Governador Valadares por 1×0.

A torcida fez a festa no dia 14 de janeiro. Mesmo antes da bola rolar, a expectativa era grande para acompanhar o time escalado por Roger Silva. Na lateral direita, Patric, e lá na frente, Sassá. Os dois grandes nomes anunciados pelo Esquadrão de Aço para a temporada de 2023.

O gol do título foi contra, de Gabriel Marques, zagueiro do Democrata GV, aos 45 do segundo tempo. O Athletic, que disputou o título pela boa atuação em 2022, quando foi o Campeão do Interior, agora tem mais um troféu inédito para a galeria e conquistou o primeiro objetivo do ano.

CAMPEONATO MINEIRO

A edição deste ano conta com

novo formato: os 12 times do Módulo I estão disputando o torneio divididos em três grupos de quatro times na fase classificatória. Assim como no Paulistão, as equipes estão enfrentando adversários dos outros grupos.

O Athletic começou vencendo de virada o Tombense por 3x1. Empatou com os dois times da capital que enfrenta neste ano: Cruzeiro e América, por 1x1. Um empate com o Democrata-GV, também 1x1. E perdeu do Patrocinense por 1x0.*

O jogo do Athletic contra o Cruzeiro foi a primeira partida da Raposa na temporada. O clube Celeste, que vai mandar seus jogos no Independência, contou com a presença do Ronaldo Nazário, dono da SAF do clube de BH. Os dois times foram as duas das primeiras Sociedades Anônimas do Futebol a finalizarem o processo de migração para clube-empresa entre o fim de 2021 e início de 2022. Na oportunidade, o Athletic presenteou Ronaldo com uma camisa do Esquadrão de Aço. Inclusive, o Esquadrão de Aço fez empréstimos de jogadores com a Raposa para a temporada 2023.

A partida entre Athletic e América-MG, válida pela quarta rodada do Campeonato Mineiro, marcou a inauguração do sistema de iluminação do Estádio Joaquim Portugal, em São João del Rei. Inaugurado em 1919, o estádio já tinha aparelhos de iluminação, instalados na década de 1940. No entanto, o sistema não atendia às exigências das entidades que organizam as competições, como Federação Mineira de Futebol e Confederação Brasileira de Futebol. Por isso, a diretoria alvinegra investiu no projeto. Um painel de LED, ultramoderno, com seis metros de largura e nove de comprimento, que está sendo usado como placar eletrônico e como ativo comercial para os parceiros do clube, também foi instalado.

COPA DO BRASIL E SÉRIE D DO BRASILEIRO

O Athletic terá calendário cheio em 2023. Ainda durante o Campeonato Mineiro, o clube vai disputar a Copa do Brasil. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou a tabela detalhada da primeira fase da Copa do Brasil de 2023. O Athletic

recebe o Brasiliense, às 20h, no dia 01 de março, com mando de campo do clube.

Ao todo, são 20 chaves com quatro times. Os vencedores de cada chave duelarão na segunda fase. A primeira e segunda fases são disputadas em partidas únicas. Na primeira, os times de melhores posições no ranking nacional de clubes jogam pelo empate, mas na condição de visitantes. A partir da segunda fase, em caso de igualdade no placar, a definição dos classificados será nos pênaltis.

O time de São João del Rei está na Chave 10 e vai receber o Brasiliense-DF na primeira fase da competição. Caso passe de etapa, enfrenta o vencedor de Sergipe e Botafogo. Para se classificar, o Esquadrão de Aço precisa vencer o time visitante que tem a vantagem do empate.

Em termos de representatividade, a Série D do Campeonato Brasileiro de 2023 é muito significativa: todas as cinco regiões do Brasil contam com representantes nesta edição. Contando com 64 participantes, a Série D do Campeonato Brasileiro é disputada em um formato diferente em relação às outras divisões nacionais: ao contrário das Séries A, B e C - que privilegiam o sistema de pontos corridos -, a Quarta Divisão conta com oito grupos de oito times cada, nos quais todos se enfrentam em partidas de ida e volta. Os quatro mais bem colocados de cada chave avançam para a segunda fase da competição, que passa a contar com 32 clubes. Neste segundo momento do torneio, o sistema já é eliminatório: 16 avos de final, oitavas, quartas, semifinais e final, sempre com jogos de ida e volta.

A CBF ainda não divulgou a tabela detalhada de confrontos da Série D do Campeonato Brasileiro de 2023. A competição deve contar com 24 datas para seus compromissos e se inicia no dia 30 de abril, sendo a última das quatro divisões nacionais a ter bola rolando na temporada. Seu encerramento está programado para o dia 29 de outubro.

*A reportagem foi fechada no final da quinta rodada do estadual.

Do cheirinho ao papelão –a disputa do Mundial pelo Flamengo

Acredito que foi unanimidade até aqui. Em todas as pesquisas que já vi, a maior torcida do Brasil é do Flamengo. E com folga. Criticar o time brasileiro que foi ao mundial, e com a maior torcida, é complicado. Até tentei buscar sobre outro assunto: o clássico Cruzeiro e Atlético terminar em 1x1 não me ajudou e o assunto não vai me render o número de palavras necessárias. E como em 2023 teremos mais clássicos mineiros, quem sabe em uma outra edição...

Por ora, o que me resta é falar de um cheirinho e do papelão do Flamengo na disputa do mundial. No dia 07 de fevereiro, o time brasileiro cometeu dois pênaltis, viu Gerson ser expulso no fim do primeiro tempo e acabou derrotado por 3 a 2 para o Al-Hilal no primeiro jogo do Mundial de Clubes da FIFA, disputado no Marrocos. E como tudo tem a primeira vez, aconteceu ali a do Rubro Negro: a primeira vez que o Flamengo ficou fora da final do Mundial. Em 1981, o time foi campeão e, em 2019, perdeu para o Liverpool na decisão.

Para mim, o papelão começou fora das 4 linhas. A diretoria do Flamengo optou por demitir Dorival Júnior mesmo após a conquista da Libertadores e da Copa do Brasil, e trouxe Vítor Pereira para reiniciar o trabalho no começo de 2023, ciente de que teria a disputa não só do Mundial, como também da Supercopa, perdida para o Palmeiras, e da Recopa, que vai acontecer no fim do mês, contra Independiente Del Valle.

E quando Vitor Pereira resolve tirar Éverton Ribeiro e Arrascaeta da partida, meu amigo, não dá! Se eu fosse técnica, a substituição dos jogadores não aconteceria.

“- Professora, machuquei a perna”. Minha resposta seria:

“- A gente vê isso depois dos 90 minutos”. Salvo o exagero, as substituições desses jogadores ainda são tabus e não dá para dizer que foi opção quando a única opção, para grande maioria dos torcedores, é a de manter os craques jogando o tempo todo.

Minha amiga, e vou reforçar, estamos falando da maior torcida do Brasil. Por isso, qualquer bordão pega, não adianta. O problema é que o cheirinho não envelheceu desde 2016. E mais uma vez, tivemos um meme pronto. ““Real Madrid, pode esperar. A sua hora vai chegar...”. O Real deve estar até agora esperando, e não sei se sentado. Mas, com certeza, com o título nas mãos!

Um papelão que acabou minando os planos financeiros do clube, atrapalhou as comemorações da torcida e deixou algumas dúvidas para a temporada. Mas vou encerrar, repetindo o que ouvi de um amigo flamenguista: “Se o Flamengo quiser pagar esse mico ano que vem de novo, está tudo bem. Antes disso eu faturei a Libertadores da América. E só perde o mundial, quem disputa”. (Tá certo que poderia ter sido a disputa do jogo final, mas vou ser obrigada a concordar que conquistar a América é um papel muito bonito e cheira bem).