Resende Costa participa do 1º Primeiro Fórum de Turismo das Vertentes – Gerais do Mundo
Com recursos financeiros pró prios, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Saúde, está investindo no TAGS (Tra tando Água, Gerando Saúde). O programa levará água tratada e de qualidade a sete comunidades rurais de Resende Costa: Jacaran dira, Cajuru, Ribeirão, Currali nho dos Paulas, Pintos, Barracão e Taboado serão beneficiados. “A ideia foi amadurecida junto à Se cretaria de Saúde e a Equipe de Vigilância Sanitária. Inclusive, essa é uma demanda antiga. Des de 2019, são coletados dados so bre água nas comunidades rurais e as informações são preocupan tes, revelando baixa qualidade da água. Por isso, surgiu a ideia de criar o programa TAGS, para tra tar a água e garantir saúde para a nossa população”, disse o prefei to em exercício Lucas Paulo.
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O evento aconteceu em Tira dentes (MG) nos dias 28 e 29 de setembro. Considerado um dos maiores eventos do gênero no Campo das Vertentes, o fó rum foi pautado no desenvolvi mento do turismo no estado e na região. A programação contou com palestras, análises de perfil dos novos viajantes, apresenta ção das tendências do mercado do turismo, mostra de artesanato e gastronomia, workshops, além da terceira edição da “Feira Ex periências da Trilha Rural”. O Gerais do Mundo foi promovi do pelo Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes, em parceria com o SEBRAE, Prefeitura Mu nicipal de Tiradentes, através da Secretaria Municipal de Turis mo, Cultura, Esporte e Lazer & Destino Tiradentes, ASSET e Abrasel.
Feira de Artesanato e Gastronomia valoriza o produtor e artesão de Resende Costa
Programa da Prefeitura Municipal de Resende Costa leva água tratada a sete comunidades rurais do municípioRepresentantes de Resende Costa no 1º Fórum de Turismo das Vertentes, em Tiradentes
Discernimento e inteligência na hora do voto
Escolher o Presidente da República que governará o Brasil nos pró ximos quatro anos é missão primordial dos brasileiros neste mês de outu bro. Na última edição (ed. 233), o editorial do JL refletiu sobre a liberdade de escolha do eleitor ante o chamado “voto útil”, que, em nossa opinião, não faz bem para a democracia. Afinal, coagir o eleitor a votar “no menos pior” empobrece o debate de ideias e limita o sagrado direito da livre escolha.
O resultado das urnas no primeiro turno mostrou, no entanto, o que já era previsto, isto é, a força majoritária da polarização entre o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, que tenta se reeleger pelo PL. Aliás, a nova sigla partidária do presidente Bolsonaro revelou-se forte e elegeu inúmeros parlamentares de perfil direitista e con servador.
Analisando ainda o resultado do primeiro turno, chama a atenção a força do Bolsonarismo. Analistas políticos apontam que a onda conserva dora, representada pelo presidente que tenta a reeleição, vem ganhando musculatura no Brasil. Um fenômeno que precisa ser observado e estuda do. Trata-se de um fenômeno passageiro ou o conservadorismo está de fato “saindo do armário”?
Após décadas de governo da centro-esquerda, entre PSDB e PT, o Brasil está flertando com a direita como modelo de governo e a pauta conservadora como parâmetro e orientação moral. Desde as eleições de 2018, pululam, aqui e ali, ideias conservadoras, algumas anacrônicas e inconstitucionais, como fechamento do Congresso Nacional, intervenção militar, fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal).
No início, essas bravatas de palanque eram vistas de forma despre ocupada pela opinião pública, levando-nos a crer que se tratava de uma comédia bufa encenada por poucas pessoas alienadas, radicais e que, em sua maioria, demonstram desconhecimento acerca da história do Brasil. Ora, uma pessoa minimamente esclarecida que defende golpe militar e im plantação de regime ditatorial em pleno século XXI, revela total desconhe cimento do que foi o brutal regime de 1964 a 1985 no Brasil e em países vizinhos, como Chile e Argentina, que sofreram os anos de chumbo.
Porém, de comédia bufa esse movimento conservador que está se espalhando pelo Brasil não tem nada. A votação expressiva que Jair Bol sonaro obteve no primeiro turno e o crescimento vertiginoso da bancada parlamentar do centrão e de partidos de Direita confirmam que o Brasil, sim, está caminhando para o lado oposto do caminho político ideológico que vinha se consolidando desde a redemocratização. As ideias políticas de estadistas como Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Leonel Brizola, Fernando Henrique e Lula estão dando lugar a uma pauta eminentemente conservadora, retrógrada e anacrônica num país laico e plural.
As discussões nas redes sociais e a propaganda eleitoral corrobo ram justamente o que prevíamos que aconteceria no primeiro turno das eleições: a polarização entre Lula e Bolsonaro, um raso debate de ideias e a consequente privação do eleitor de escolher quem de fato está PREPA RADO para governar o país num momento de tensão internacional (guerra na Ucrânia), crise econômica no pós-pandemia, além dos desafios impos tos pela agenda ambiental.
Neste atual cenário político eleitoral de polarização e debate ácido de ideias conservadoras apaixonadas, o eleitor conseguirá, antes de fazer sua escolha, separar o que é superficial do que é essencial para o país nos próximos anos? É o que esperamos que aconteça nesta reta final de campanha.
O voto útil ficou para trás. Lula e Bolsonaro chegaram ao segundo turno com suas ideias claras e cristalizadas. O eleitor conhece ambos e sabe das consequências da sua escolha. Qual caminho seguir? O que o Brasil espera de nós? Quais propostas devemos priorizar e o que verdadei ramente importa para o futuro do país?
É hora de votar! Precisamos escolher! O Brasil precisa, como nun ca, do discernimento, da maturidade e da inteligência dos brasileiros.
Jornal das Lajes Ltda
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Meio Ambiente
ADRIANO VALÉRIO RESENDE
A situação dos Resíduos Sólidos Urbanos em Resende Costa
Em agosto de 2013, pu blicamos um texto (“Pen sando a questão do lixo em Resende Costa”) nesta colu na, no qual falamos sobre a coleta seletiva e a situação da disposição do Resíduo Sólido Urbano (lixo) em Resende Costa. O texto fora finaliza do afirmando que a Prefeitu ra deveria realizar três ações principais nos próximos anos: adquirir outra área para im plantação de um novo Aterro Controlado, melhorar a coleta seletiva e construir uma Usina de Triagem e Compostagem (UTC).
Um dos grandes desafios dos pequenos municípios é se adequar às determinações es tabelecidas pela Política Na cional de Resíduos Sólidos, Lei Federal nº 12.305/2010.
Com relação aos estudos téc nicos previstos, Resende Cos ta possui o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, aprova do pela Câmara Municipal em novembro de 2013. Resumi damente, o estudo, elaborado em parceria com o CIGEDAS (Consórcio Intermunicipal de Gestão e Desenvolvimento Ambiental Sustentável), apre sentou como se encontrava a situação dos resíduos no mu nicípio e quais as diretrizes, ações e metas a serem exe cutadas para o cumprimento da legislação. Resende Costa possui também o Plano Muni cipal de Saneamento Básico, exigido pela Lei Federal nº 11.445/2007 (Lei do Sanea mento Básico), elaborado em 2013, fruto da parceria com o CIGEDAS e a UFSJ.
Para a instalação do Ater ro Controlado Municipal, a Prefeitura comprou, em 1999, uma área rural, distante 6,5
km do centro da cidade, num local denominado Picada. Em 2013, a preocupação era com relação à sua vida útil, isto é, estava esgotando o espaço para abertura de valas onde o lixo era aterrado. Assim, em 2014, o mesmo foi desa tivado e, como solução para a disposição ambientalmente adequada dos resíduos, foi celebrado um convênio com a empresa Macaúbas Meio Ambiente S/A, detentora de um aterro sanitário de gran de porte em Sabará, região metropolitana de Belo Hori zonte. Atualmente, o lixo é acomodado provisoriamente em uma área de transbordo, localizada na saída da cidade, e enviado através de carretas para o aterro Macaúbas, que dista 210 km de Resende Cos ta. Em 2021, foram enviadas 1.834 toneladas de lixo, a um custo final de 357 mil reais. Como contrapartida estadu al, a Prefeitura recebeu 105 mil de ICMS ecológico pela disposição adequada dos re síduos.
Sobre a coleta seletiva, no início a separação de al guns recicláveis acontecia na própria carroceria do cami nhão de coleta. No entanto, em 2009, foi comprado um caminhão compactador, que inviabilizou a separação dos recicláveis. Assim, em 2010, a Prefeitura, por meio da Se cretaria de Assistência Social, implantou a coleta seletiva na cidade. Já foram utilizadas como depósito temporário de recicláveis as áreas do antigo Matadouro e do Parque do Campo. Atualmente, o galpão está localizado nos fundos do pátio da Prefeitura, que conta com os seguintes equi pamentos: prensa, balança,
AGRADECIMENTOelevador e carrinhos de mão. Trabalham na coleta 4 pesso as, além de um funcionário municipal, que é o motorista do caminhão.
Destaca-se a importân cia ambiental e social da co leta seletiva, pois diminui a quantidade de lixo destinada ao aterro, possibilita a reci clagem e gera renda para os trabalhadores envolvidos. A coleta já enfrentou muitas di ficuldades ao longo dos doze anos de existência. Atualmen te, alguns desafios são: cons cientizar a população sobre a necessidade de separar os recicláveis, organizar uma rota compatível com a do ca minhão compactador (o que está sendo feito atualmente), melhorar as condições ope racionais dentro do galpão, aumentando o seu tamanho e criar uma associação de cata dores.
A implantação pela Pre feitura de uma UTC – Usina de Triagem e Compostagem é uma ideia antiga e representa um avanço na questão da des tinação final adequada dos re síduos: potencializa a separa ção dos recicláveis, pois mais pessoas trabalharão em um ambiente já construído para esse fim; aumenta a renda dos catadores; diminui a quan tidade de lixo que vai para o aterro e, consequentemente, os custos com transporte; au menta o valor recebido como ICMS ecológico. Conforme informado pelo secretário municipal de Agropecuária e Meio Ambiente, Alexssan der Lourdes, a Prefeitura está elaborando um projeto para construir uma UTC, no qual está sendo feito levantamento de áreas e das demais neces sidades.
Em meio a tanta dor e saudade, sobressai o sentimento de gratidão. Nós, familiares e amigos do Roni, somos gratos por todo o apoio recebido nos últimos dias. Cercados de fé e esperança, agradecemos toda ajuda, mobilização, doações e orações recebidas. Conseguimos entender de perto a importância do amor ao próximo, da compaixão, da dignidade e da solidariedade. Cabe a nós compreendermos os propósitos e desígnios divinos. Roni, que em vida foi tão presente e bondoso, já não sofre mais e descansa ao encontro de Deus. Que Nossa Senhora da Penha, de quem foi tão devoto, em sua intercessão possa nos confortar e recompensar a todos pelo tanto que recebemos.
CÂMARA DE RESENDE COSTA INFORMA Câmara Municipal aprova lei que dispõe sobre programa de regularização fundiária urbana
O Executivo Municipal apresentou ao legislativo proje to de lei que visa implantar no município a Regularização Fun diária Urbana (REURB), cuja fi nalidade é identificar os núcleos urbanos informais consolidados no âmbito do Município de Re sende Costa/MG e promover a sua regularização. O projeto de lei prevê ainda os direitos reais às unidades imobiliárias exis tentes, assegurando a prestação de serviços públicos aos ocu pantes dos núcleos urbanos. O projeto foi aprovado por unani midade e resultou na Lei Muni cipal nº 4.994.
A Lei Federal nº. 13.465/2017 instituiu normas gerais e procedimentos aplicá veis, no território nacional, à
Regularização Fundiária Ur bana (REURB), a qual abrange medidas jurídicas, urbanísticas,
ambientais e sociais que visam à regularização de núcleos urba nos informais consolidados.
Núcleos urbanos
Os núcleos urbanos são as sentamentos de pessoas, com uso e características urbanas. Portanto, a aplicação da referida lei resultará na regularização de moradias, embora também seja possível regularizar edificações comerciais e industriais, excep cionalmente. São também consi deradas núcleos urbanos conso
lidados áreas de difícil reversão, ou seja, quando se considera o tempo de ocupação, a natureza das edificações, a localização das vias de circulação, a presença de equipamentos públicos, ente ou tros fatores.
Já os núcleos urbanos são aquelas áreas anteriores a 23 de dezembro de 2016, conforme cer
tidão a ser emitida pela Prefeitura Municipal.
De acordo com o projeto apresentado pelo Executivo, a meta é regularizar áreas ocupadas predominantemente por famílias de baixa renda, conferindo a es sas famílias titulação dos imóveis, assegurando prestação de servi ços públicos a seus ocupantes.
Vereadores aprovam leis que modificam início e fim de ruas no municipio
Foram apresentados pelo Executivo Municipal 10 proje tos de lei que têm por finalidade adequar a legislação municipal e atualizar informações (me didas, perímetro etc.) de ruas e logradouros localizados no
perímetro urbano de Resende Costa.
Com a aprovação de novos loteamentos na cidade, algumas ruas tiveram suas ex tensões aumentadas, o que jus tifica a necessidade de atualizar
informações e estabelecer com mais critério e objetividade o início e o fim de alguns logra douros.
Os projetos aprovados resultaram nas leis nº 4.997, 4.998, 4.999, 5.000, 5.001, 5.002,
Indicações aprovadas no mês de setembro
• Que seja verificada a possibilidade de o Executivo Municipal, por meio da Secre taria Municipal de Turismo, Ar tesanato e Cultura, promover investimentos necessários para aquisição de novos materiais educativos e de divulgação da Lagartixa (Tixa), como mascote do Município de Resende Costa -MG, sempre com a finalidade es pecífica de estruturar a promoção educacional, cultural, ecológica, patrimonial e/ou turística – com sugestão de impressão de mate riais similares ao gibi, idealizado pela ASSETURC (Associação Empresarial e Turística de Resen de Costa) e pela amiRCo (Asso ciação de Amigos da Cultura de Resende Costa) no ano de 2018. Indica-se também a instalação de estátuas da Tixa em pontos turís ticos estratégicos no Município de Resende Costa-MG, como o CAT (Centro de Atendimento ao Turista), o Mirante das Lajes, o Parque de Exposições Prefei to Gilberto José Pinto, o Ginásio Monsenhor Nelson e o Campo do Expedicionários. (Vereadores Cleiton, Coló e Fernando Cha ves)
• Que se considere a pos sibilidade de ser realizada, pelo Executivo Municipal, alteração na estrutura da Lei Complementar 4.049, de 24 de fevereiro de 2016, que diz respeito ao Estatuto dos Servidores Públicos Municipais do Município de Resende Costa -MG. O objetivo desta indicação, especificamente, é que se insira no texto da lei a consideração de falta legal o dia do aniversário de cada servidor. Objetiva-se também ga rantia de concessão de benefício adicional para o funcionário, ou seja, possibilitando-lhe desfrutar
de descanso junto à sua família no dia da celebração do seu aniversá rio natalício. (Vereador Fernan do Guerra)
• Que seja considerada pelo Executivo Municipal a possi bilidade de realizar melhorias na estrutura do cruzeiro localizado no bairro Canela, especificamen te na Rua São João del-Rei, em Resende Costa-MG. O local e o bem necessitam de limpeza, capi na, pintura entre outras interven ções. Tais medidas se mostram essenciais, pois a conservação de tal bem cultural proporciona a valorização de parte do conjunto arquitetônico do município, ga rantindo assim a preservação da história e da cultura resende-cos tenses. (Vereador Cláudio)
• Que o Executivo Muni cipal, por meio da Secretaria Mu nicipal de Saúde, considere a pos sibilidade de construção de uma praça, juntamente com academia de saúde ao ar livre, no bairro Novo Horizonte, em terreno da Prefeitura Municipal. O objetivo é proporcionar melhores condições de revitalização do referido local, bem como oferecer aos usuários condições ideais para práticas esportivas, melhorando as condi ções de saúde da população. (Ve reador Cláudio)
• Que seja estudada a possibilidade de o Executivo Mu nicipal providenciar, em comum acordo com a Paróquia de Nos sa Senhora da Penha de França, a instalação, no trevo de acesso a Resende Costa-MG, via MGC 383, de uma estátua alusiva à ima gem da Excelsa Padroeira do mu nicípio, Nossa Senhora da Penha de França. (Vereador Coló)
5.003, 5.004, 5.005 e 5.006, que alteram o prolongamento das seguintes ruas, respectivamen te: Rua Heloisa Macedo Lara, Rua das Rosas, Rua das Orquí deas, Rua Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira, Rua
João de Paiva Pinto, Rua Antô nio de Sousa Resende, Rua Vi ce-Prefeito Marcos de Oliveira Neto, Rua Jerônimo da Cruz, Rua Professora Dona Dulce Lara e Rua Geraldo Evangelista Coelho.
José Melo: histórico defensor e promotor do patrimônio de Santa Maria
JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDEIncansável, consciente, criati vo e perseverante. Assim é o pro fessor José de Andrade Melo, um exímio mestre na arte de unir ati vidades esportivas, culturais e am bientais. Nascido em 01/08/1962, em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, Açores, em paralelo ao ensi no desenvolve, há muitos anos, uma intensa atividade como voluntário nas áreas desportiva, ambiental e de bem-estar animal, além de ter vá rias preocupações sobre a sua ilha, de que muito se orgulha e ama: “As pessoas vêm aqui à procura do que é original, único e diferente; por isso, o patrimônio, tanto natural como cultural, deve ser bem preservado e divulgado. É o nosso ADN e a iden tidade que nos marca e diferencia!”
Docente licenciado pela Esco la Superior de Educação de Leiria, desde 1986/87 José Melo é profes sor de Estudo do Meio Ambiente, Português e Matemática no 1º Ciclo (crianças até os 12 anos). Antes, desempenhou o cargo de diretor de escola e de coordenador de núcleo escolar, durante mais de 20 anos. Foi docente de Educação Física durante três anos, no Externato de Santa Maria (2º e 3º ciclos), e ainda membro do Conselho Pedagógico e da Assembleia de Escola, além de pertencer às equipes de elaboração dos projetos Educativo e Curricular e do Regulamento Interno da Escola Básica e Secundária de Santa Maria.
Na área ambiental, é qualifica do como formador superior de Edu cação Ambiental pela Universidade do Minho e Direção Regional de Educação. Também possui os cur sos de Implementação de Percursos Pedestres e de Guia de Percursos de Interpretação Ambiental, adminis trados pela Federação Portuguesa de Montanhismo e pela Associação “Amigos dos Açores”. É membro dos Conselhos Consultivos do Pale oparque de Santa Maria e do Parque Natural da Ilha e Júri do Programa Ecofreguesias.
Foi o pioneiro na organização de percursos pedestres, na ilha, e em campanhas de conservação da natureza (por exemplo, a Campanha “SOS-Cagarro”), bem como em ati vidades eco-cívicas e de educação ambiental. São exemplos: os Pro gramas “Eco-Escolas” e “Bandeira Azul a Europa”, limpeza de praias, de ribeiras e proteção de vegetação endêmica.
No desporto, é autor de três roteiros pedestres, do livro “Figu ras do Desporto Mariense” (Gala do Desporto Mariense); também é co-autor dos livros “Vila do Porto” (Publiçor) e “Lugares a Visitar em Portugal” (Seleções Reader’s Di gest) e de panfletos turísticos. Es creve regularmente para o jornal “O Baluarte”, da ilha, e também para revistas e outros jornais dos Açores. Ainda participa de programas de rádio e profere palestras sobre am biente e patrimônio.
José Melo foi treinador da se leção de juvenis da ilha, da equipe sênior do Clube Asas do Atlântico e da equipe de veteranos do Clube ANA. No atletismo, foi campeão de ilha e regional de juvenis e juniores, nos 80 e 100 metros. No futebol, foi jogador do Asas do Atlântico, do Gonçalo Velho e Marienses, em Santa Maria, e do União Sportiva e União Micaelense, na ilha de S.Mi guel. Foi ainda um dos organizado res da Gala do Desporto Mariense e o criador da primeira equipe de Trail Run da ilha.
VOLUNTARIADO
José Melo é o mais destacado ativista de proteção da natureza, do patrimônio e da defesa dos animais na ilha, exercendo suas atividades voluntárias com grupos escolares, comunidade em geral e turistas. Nessas ações, representa duas ins tituições. “Sou guia turístico liga do ao patrimônio cultural e natural de Santa Maria, desenvolvendo o projeto ´Pedestrianismo, Cultura e Ambiente de Mãos Dadas´, há dez temporadas.” Essa atividade está vinculada ao Clube dos Amigos e Defensores do Patrimônio de San ta Maria e ao Grupo Desportivo do Gonçalo Velho (o mais antigo de Santa Maria e o segundo dos Aço res).
No Clube dos Amigos, o tra balho é voltado para defender e promover o patrimônio (natureza, cultura e edificações históricas). Já no Grupo Desportivo, o objetivo é duplo: promover o desporto e a saú de e aproveitar as caminhadas para dar a conhecer as maiores riquezas ambientais e patrimoniais da ilha; ou seja, “juntam-se as atividades esportivas à vertente cultural e am biental”.
Nas caminhadas, há uma ati vidade chamada eco-cívica (limpe za de praias e do litoral marinho), conta José Melo. “Apanhamos lixo que vem de longe, até da América Central, normalmente plásticos. São centenas de quilos de lixo deposi
tado no oceano por embarcações, através das ribeiras do continente europeu, proveniente da atividade piscatória (cordas, restos de redes etc.) e das correntes marítimas, no meadamente do golfo do México.”
José Melo ainda é representan te de Santa Maria na Associação dos Amigos dos Açores e lidera o Grupo de Voluntários na Defesa dos Ani mais, do qual é fundador. No âmbi to estudantil, trabalha com grupos de alunos de Santa Maria (além da sede e outra extensão em Vila do Porto, a escola tem edifícios nas freguesias de Santo Espírito, São Pedro e Aeroporto) e com associa ções juvenis das ilhas dos Açores. E ainda atende grupos profissionais e turistas nacionais e estrangeiros (17 nacionalidades nos últimos 10 anos).
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Há cinco mandatos, José Melo
é deputado da Assembleia Munici pal de Vila do Porto, que tem fun ções fiscalizadora e deliberativa. Também é membro do Conselho de Ilha, formado por deputados muni cipais, delegados sindicais, asso ciações agrícolas, ambientais e de comerciantes, presidente da Câmara Municipal, três deputados regionais eleitos por Santa Maria e associa ções de igualdade de gênero e de outras forças vivas da ilha. “Na mi nha opinião, falta representante das associações culturais e esportivas, mas para isso teria que ser revista a lei regional dos Açores.”
De caráter consultivo, o Conse lho de Ilha dá pareceres sobre leis e documentos de âmbito regional e outros assuntos específicos. “Pode ainda apresentar votos de protesto e reivindicações sobre assuntos de in teresse público da ilha”, acrescenta José Melo.
Entre as maiores preocupações de José Melo, está a necessidade de
melhoria das acessibilidades, prin cipalmente os transportes marítimos de passageiros e cargas. “O Gover no descriminou a ilha com o corte do transporte de passageiros e há es cassez e irregularidade no transpor te de cargas.” Também faltam estra tégia de turismo para Santa Maria e um plano de proteção da casa típica mariense, “arquitetura sui gene ris no contexto da ilha; um ícone da ilha que está a ser destruído ou adulterado. Já disse isso várias ve zes na Assembleia Municipal e pedi para constar em ata, e também tenho escrito artigos no jornal “O Baluar te”: Cada casa típica que se permite adulterar ou destruir é um atrativo a menos para se visitar a ilha”.
José Melo relembra sua visita ao Brasil, em 2003, “à procura das cidades que são patrimônio histó rico da humanidade, como Ouro Preto, das grandes fazendas de café e das antigas minas de ouro. Em Ti radentes e Congonhas, vi marcas da arquitetura da casa típica de Santa Maria”. Nessa época, ele ainda não tinha conhecimento de João de Re sende Costa, de sua descendência e da cidade que levou o nome do seu neto. “Tudo farei para o estreita mento da ligação entre a cidade de Resende Costa e Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, pelas razões históricas que as ligam.”, compro mete-se José Melo.
Ainda com relação ao patri mônio, outra preocupação de José Melo é com o abandono das antigas fortificações (séculos 16 e 17) de defesa da ilha contra os piratas e os corsários e com o “desprezo pelos moinhos de vento e de água (aze nhas) que outrora foram vitais para a sobrevivência da população; é uma ofensa à memória coletiva pelo que representaram e um desperdício porque poderiam ser um atrativo para os turistas”.
Na área ambiental, as maiores preocupações são com a recupera ção do geossítio do Barreiro da Fa neca, com a gestão de resíduos, com a proteção do Monumento Natural da Pedreira do Campo e das jazidas de fósseis marinhos, com a recupe ração dos currais de vinha e com a proteção da Estrelinha-de-Santa Maria, ave exclusiva da ilha e a me nor da Europa.
Por fim, José Melo manifestou -se preocupado com o decréscimo demográfico ou despovoamento de Santa Maria (a população da ilha caiu de mais de 10 mil habitantes na década de 1960 para 5.414, que é a população atual, de acordo com o censo de 2021).
“Tudo farei para o estreitamento da ligação entre as cidades de Resende Costa e Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, pelas razões históricas que as ligam.”
Resende Costa participa do Gerais do Mundo –1° Fórum de Turismo das Vertentes
VANUZA RESENDENos dias 28 e 29 de setembro, a cidade de Tiradentes, no Campo das Vertentes, recebeu o “I Fórum de Turismo das Vertentes – Gerais no Mundo”, um dos maiores eventos do gênero na região. A programação foi ampla e contou com palestras, análises de perfil dos novos viajan tes, apresentação das tendências do mercado do turismo, mostra de ar tesanato e gastronomia, workshops, além da terceira edição da Feira Ex periências da Trilha Rural.
Promovido pelo Circuito Tu rístico Trilha dos Inconfidentes, em parceria com o SEBRAE, Prefei tura Municipal de Tiradentes, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer & Destino Tiradentes, ASSET e Abra sel, o evento foi pautado no desen volvimento do turismo no estado e na região. Minas Gerais ocupa as primeiras posições no crescimento das atividades turísticas do país e o Campo das Vertentes vive também essa realidade com o crescimento constante das ações turísticas.
O gestor do Circuito Trilha dos Inconfidentes, Marcus Januário, fa
lou sobre a realização do evento. “Queríamos fazer um fórum em que pudéssemos debater todas as nossas ações de melhoria para o turismo na região e trazer para cá outras regi ões, a fim de que conhecêssemos o que há de melhor em Minas Gerais, no Brasil e no mundo”, destaca.
O gerente regional do Sebrae, João Roberto Marques, destacou a relevância do evento. “Nós obser vamos que a participação do público empresarial e órgãos públicos foi in tensa, com o objetivo de promover o turismo na região”.
RESENDE COSTA
O Secretário Municipal de Tu rismo, Artesanato e Cultura de Re sende Costa, André Eustáquio Melo de Oliveira, comentou sobre a par ticipação da pasta no evento. “Foi uma oportunidade única para co nhecermos novas tendências e ins pirações num ramo de negócios que vem crescendo exponencialmente no Brasil e, claro, na região das Ver tentes. Estamos falando da indústria do turismo! Foram dois dias de mui to aprendizado. Espero que a partir desse evento possamos construir projetos e ações eficientes e susten táveis para consolidar o turismo en quanto atividade geradora de renda e emprego, mas também como polí
tica pública capaz de impulsionar o desenvolvimento dos nossos muni cípios. Parabéns aos organizadores, especialmente ao Sebrae, importante e valioso parceiro do município de Resende Costa!”
Para o chefe da Divisão de Turismo e Artesanato da Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura de Resende Costa, Lucas Eduardo Maia Lara, “o Gerais do Mundo, Primeiro Fórum de Turis mo das Vertentes, trouxe o que de mais atual temos no mercado. Reu nir grandes nomes e tendências do turismo na região das Vertentes foi estratégico”. Ele destaca a partici pação de Resende Costa no evento. “Resende Costa foi representada, o que reforça nosso potencial e o de senvolvimento do turísticos nestes tempos. Estamos no caminho certo”.
Os produtos do Casal Gastrô, feitos por Cláudio Ruas, o Cacau, e Amana Castelo Branco, representa ram o município de Resende Costa na terceira edição da Feira Experiên cias da Trilha Rural. Cacau elogiou a organização do Fórum. “Foi muito importante a realização desse evento para nossa região, o qual, reforço, foi muito bem pensado e organiza do. Enquanto produtor rural que tra balha com o turismo e também como membro do Conselho de Turismo de
Resende Costa, sinto que nossa re gião e nossa cidade ainda precisam evoluir muito em relação ao turismo. Como vimos nos exemplos de suces so trazidos de outras regiões do país, precisamos não só nos organizarmos e conectarmos, mas também investir em marketing (sobretudo o digital) e no turismo de experiência. Temos produtos turísticos fantásticos por aqui (em especial, no caso de Resen de Costa, o artesanato têxtil)”.
O produtor destaca também a importância de políticas públicas e da junção de empresários e setor
público para o desenvolvimento do turismo. “Temos um fluxo grande de turistas aqui ao lado, em Tiradentes, mas não conseguimos aproveitar melhor essa situação. O poder públi co local tem dado atenção ao assun to, porém precisamos de mais ações, inclusive por parte dos próprios em presários, que, infelizmente, em sua boa parte, trabalham de forma isola da, sem a preocupação de participar e fortalecer a associação local, ao contrário do que acontece em outros destinos turísticos de sucesso”, con clui Cacau.
Feira de Artesanato e Gastronomia chega à sua segunda edição
– Centro de Atendimento ao Turista
VITÓRIA CRISTINANo último dia 8 de outubro, aconteceu a segunda edição da “Fei ra de Artesanato e Gastronomia”. A feira vem sendo realizada no segun do sábado de cada mês, no estacio namento do CAT (Centro de Aten dimento ao Turista), localizado na avenida Alfredo Penido, a “Avenida dos Artesanatos”.
De acordo com Júnia Márcia Rodrigues, membro da Comissão Organizadora da feira, a proposta é fomentar o turismo e ajudar a divul gar a arte e a culinária de Resende Costa. “Além disso, o evento vem se tornando um grande sucesso, tra zendo benefícios a todos”, destaca Júnia.
Tâmara Micaele, empreende dora e integrante da Comissão Orga nizadora, informa que os feirantes se reuniram na Biblioteca Municipal, no último dia 27 de setembro, para tratar dos assuntos da feira. Ela en
fatiza que se trata de uma iniciativa popular que conta com o apoio da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura. Na ocasião, foi formada uma comissão composta de 5 pes soas com o objetivo de organizar a
feira. “A primeira feira organizada pela comissão foi muito bem aceita pelos feirantes, pela população e pe los turistas. Inclusive, neste mês, ti vemos feirantes que venderam todos os seus produtos. Isso nos motiva a continuar e a nos empenharmos em
Foto: Vitória Cristina
dar o nosso melhor a cada dia para que essa feira seja reconhecida e se torne uma oportunidade de ganho para cada artesão e chef gastronômi co”, diz Tâmara Lucas Lara, chefe da Divisão de Turismo e Artesanato, da Secreta ria Municipal de Turismo, Artesana to e Cultura, elogiou a iniciativa. “A Feira de Artesanato e Gastronomia é um presente para Resende Costa. O projeto nasceu de uma iniciativa popular entre artesãos e importantes nomes da gastronomia”. Lucas re lembra como se deu a primeira ex periência da feira, durante a Mostra de Artesanato e Cultura 2022. “Tive mos uma primeira experiência, ins tigados pelos produtores do evento, Emerson e Cíntia, que idealizaram essa feira popular. Durante a progra mação da Exposição Agropecuária deste ano, novamente deu muito cer to. Mobilizados, os feirantes procu raram a Secretaria de Turismo, Arte sanato e Cultura, que prontamente se dispôs a apoiar o projeto: realizar a feira uma vez por mês no CAT (Cen
tro de Atendimento ao Turista). Com o apoio da EMATER e da Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente, já estamos na segunda edição da Feira no CAT”.
Lucas frisa que a proposta da feira consiste em criar políticas pú blicas de fomento ao artesanato e turismo em Resende Costa. “O re sultado já é evidente: movimentar o CAT e a Avenida dos Artesanatos, além de criar mais um atrativo para a população e visitantes. Tudo isso va lorizando o pequeno artesão e o pro dutor. É importante aproveitar para agradecer a todos os envolvidos na realização das duas edições da Feira de Artesanato e Gastronomia. Vida longa à Feira do CAT!”
PRÓXIMAS DATAS
Em novembro e dezembro, a Feira de Artesanato e Gastronomia acontecerá nos dias 12 e 10, res pectivamente, sempre no Estacio namento do CAT (Centro de Aten dimento ao Turista), na Avenida dos Artesanatos.
1º Comida de Buteco de Resende Costa chega ao fim e conquistou a aprovação e o gosto do público
No dia 24 de setembro, foi realizada a final do “1º Comida de Buteco de Resende Costa”. O evento gastronômico movimentou a avenida Gonçalves Pinto, centro da cidade, com muita música e ótima culinária oferecida pelos estabele cimentos participantes. Idealizado pelos chef’s Maura Resende e Fran cisco Neto, o festival contou com o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura. Ao todo, 10 estabelecimentos participaram do concurso.
ORGANIZAÇÃO
Maura Resende conta que “não foi fácil chegar ao denominador comum com toda a equipe de tra balho”. Ela chama a atenção para as etapas do trabalho, desde a elabora ção do projeto, a formalização do apoio da prefeitura e as parcerias. “Mas tenho sempre ao meu lado minhas filhas Victoria e Lavínia, que me ajudam muito nessa parte. Foram longas reuniões e conversas até que tudo tomou uma forma e foi fluindo, dando certo”.
Maura relata também como foi o planejamento do festival e o intui to dos idealizadores de valorizar os estabelecimentos comerciais gastro nômicos da cidade. “Desde o início, tivemos um pensamento bem firme de valorizar a cidade e associar esse evento ao artesanato. Por isso, a frase: ‘Pulando do tear e caindo lá no bar’. Sabemos que podemos aprimorar ainda mais o festival. Eu já tinha participado de três eventos gastronômicos em um festival re gional, o ‘Happy Hour’, e foi muito bom para a história do meu estabe lecimento, inclusive fui bem clas sificada nas três vezes. Reunir-me com meus colegas de trabalho na minha cidade e, de alguma forma, colaborar para o crescimento deles e da comunidade foram experiências muito especiais”.
Ver a rua Gonçalves Pinto movimentada para um evento gas tronômico incentiva Maura a vis lumbrar o planejamento da próxima edição do Comida de Buteco. “Ver as pessoas felizes com seu negócio e ganhando pela sua dedicação e sabor dos pratos não tem preço. E a final do evento foi muito interes sante; correu tudo como planejado, inclusive nesta data a cidade estava cheia de eventos e não nos decep cionamos. Tivemos uma avenida linda, com a presença de pessoas bonitas e felizes que se divertiram ao som de duas bandas contratadas especialmente para abrilhantar a noite”.
A banda Soberana apresentou um repertório eclético, destacando o melhor do pop rock. O samba de JP, Luciene e Banda encerrou a pro gramação cultural da noite. “O nos so alcance foi razoavelmente bom, mas esperamos muito mais para o
próximo ano. Inclusive, pretende mos fazer um festival regional”, planeja Maura.
Um apaixonado por culinária, Francisco Neto, formado em gastro nomia, revela que sempre teve em mente realizar um festival gastronô mico em Resende Costa. Em con versa com Maura, eles planejaram realizar juntos o Comida de Buteco. “Acho que foi muito significativo esse evento e um atrativo para a ci dade e para os turistas. Fomentamos a fonte de renda e movimentamos os bares participantes. Acredito que depois de uma pandemia tínhamos que fazer alguma coisa para voltar mos ao normal. Os comerciantes gostaram muito da ideia. Foi surpre endente. Alguns ficaram reclusos, mas, depois de várias conversas, todos gostaram da ideia.”
GANHADORES
O Rancho Vira Copo, do casal Solange e Claudomiro, ficou em pri meiro lugar. O casal ficou surpreso com a dimensão do evento. “Numa cidade relativamente pequena, o evento tomou uma proporção bem grande, fazendo com que as pessoas saíssem da sua bolha, sua zona de conforto para degustarem comidas que ainda não conheciam. Além dis so, o festival conseguiu juntar e unir os estabelecimentos da cidade pelo mesmo motivo, fazendo com que toda a população participasse. Foi muito especial e nos trouxe grandes emoções”.
Solange e Claudomiro co mentaram sobre o prato vencedor, criado por eles especialmente para o evento. “É um privilégio estar entre os melhores participantes do Comida de Buteco e estar no pódio. Foi uma grande surpresa misturada com muitas emoções. Agradecemos a todos os participantes, clientes, amigos e família, principalmente à Maura e ao Neto, por nos darem a oportunidade de trazer esse evento para Resende Costa”.
Mário Lúcio e Aquivaldo Ri beiro, sócios do “La Boca Burguer”, ficaram em segundo lugar e desta caram a importância do festival para o setor gastronômico de Resende Costa. “Acredito que é fundamen
tal a realização de eventos, ou seja, é uma oportunidade para que as pes soas possam nos conhecer e presti giar. O festival foi uma novidade em nossa cidade. Esse foi apenas o primeiro e já foi um sucesso; te mos muito a apresentar e, com mais adesão de outros estabelecimentos, o evento passará a ser mais reco nhecido e esperado. O comércio da nossa cidade tem muito a oferecer e para isso temos que estar atentos, realizando eventos, trazendo diver são e opções à nossa população, fazendo com que nossos clientes não precisem buscar fora da cidade outras escolhas. Isso faz com que a engrenagem da economia local per maneça na cidade.”
O La Boca preparou para o festival o prato “Birosca Suína.” Mário relata como foi a criação da receita. “A Birosca Suína já estava prevista. O festival acabou anteci pando a entrada do prato em nos so cardápio. Tivemos a orientação de um chef de cozinha, Alexandre Alvarenga, de Belo Horizonte. O prato foi escolhido para participar do festival por ser uma novidade em nossa cidade e também por ser mui to comentando em bares de todo o Brasil. A receita pode ser feita com diversos recheios; a nossa possui um sabor diferenciado e único. A maionese de panceta defumada é também um diferencial criado para acompanhar o prato”. A Birosca Suína permanecerá no cardápio do La Boca. “Quem não teve a oportu nidade de experimentar pode vir ao nosso estabelecimento para provar essa delícia, pois o prato será man tido no cardápio”, informa Mário, que comemora a premiação: “Foi uma honra estar entre os finalistas, porém o mais importante foi poder participar do evento, trazer para a população um prato diferenciado. Agradecemos aos organizadores Maura e Neto o convite para par ticiparmos. Agradecemos também a todos que nos prestigiaram em nosso estabelecimento e na avenida durante o evento”.
Em terceiro lugar, com o prato “Bolinhos de Arroz Recheados com Defumados da Casa”, ficou o “Em pório da Gastronomia (MF Char
cutaria)”, do casal Marco Faro e Vanderlúcia. “O festival é importan tíssimo, uma vez que vai introduzir uma coisa que eu acho fundamental aqui na região, ou seja, a comunica ção entre diversos tipos de comér cios, principalmente se possuem os mesmos fins. Importante também por incentivar o crescimento do comércio e das pessoas participan tes, além de fortalecer as parcerias e a publicidade”, disse Vanderlúcia, que destaca ainda o sucesso da orga nização do evento: “Fazer parte des se evento foi muito bacana porque acredito que foi uma iniciativa de coragem. É difícil a gente começar uma coisa nova e as pessoas aceita rem. No entanto, houve boa aceita ção por parte das pessoas, deu tudo certo na organização e só ouvi elo gios. O pessoal gostou e participou bastante. Acredito que quem não participou se arrependeu.”
Sobre o Bolinho de Arroz com Defumados, Vanderlúcia explica: “O bolinho de arroz é uma coisa que eu já faço entre os amigos e o pessoal gosta muito. Quisemos fa zer alguma coisa que introduzisse a nossa mercadoria. Decidimos, então, fazer com os nossos defuma dos e as nossas geléias.” Estar entre os três vencedores do 1º Comida de Buteco é motivo de muita co memoração. “Fazer parte do pódio foi emocionante. Eu realmente não esperava que iríamos conseguir al guma colocação. Não funcionamos regularmente como um restaurante. Recebemos muitas visitas de turis tas, oferecemos sempre esse pra to... mas não imaginávamos que ele chegaria a terceiro colocado. Achei muito bom, fiquei muito feliz. Gos taria de refoçar uma coisa: que a ideia desse evento gastronômico não se perca, que continuemos, que a população colabore, que as coisas sejam divulgadas, compartilhadas.
O Comida de Buteco é um evento bacana, bonito, saudável, espero que continue”, comemora Vander lúcia.
FINAL
A grande final do Comida de Buteco, no dia 24 de setembro, co roou o evento. A surpresa em relação
aos três primeiros colocados criou um clima de expectativa no públi co presente na rua Gonçalves Pinto. Quando chegou o momento da reve lação dos vencedores, a alegria foi geral. André Eustáquio, secretário municipal de Turismo, Artesanato e Cultura, destacou a importância do evento para a programação cultural de Resende Costa, bem como para o fomento do turismo. “O Comida de Buteco de Resende Costa, já em sua primeira edição neste ano, mostrou que tem potencial para ser um even to de abrangência regional. É justa mente para isso que vamos trabalhar nos próximos anos. Importante e brilhante iniciativa que valoriza a gastronomia local, além de fomen tar a cultura e o turismo em nossa cidade. Quero parabenizar espe cialmente os idealizadores, os chefs Maura Resende e Francisco Neto, pela iniciativa, pela criatividade e dedicação ao projeto. Parabéns tam bém a todos os estabelecimentos que participaram do festival, crian do pratos saborosos que conquista ram o paladar e o gosto do público.”
O secretário parabeniza os ven cedores e confirma o apoio da admi nistração municipal na consolidação do Comida de Buteco de Resende Costa como um evento regional. “Parabéns aos três estabelecimentos vencedores: Empório da Gastrono mia - MF Charcutaria (3º lugar), La Boca (2º lugar) e Rancho Vira Copo (1º lugar)! Quero destacar a adesão do público resende-costense, que abraçou a ideia, visitou os estabe lecimentos participantes e degustou os pratos criados especialmente para o festival. O sucesso do 1º Comida de Buteco confirma que estamos no caminho certo e nos mostra que sur giu mais um grande evento em Re sende Costa capaz de atrair turistas e divulgar a nossa rica e diversifica da cultura. A Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura acreditou, desde o início, na propos ta apresentada por Maura e Neto. Vislumbramos o grande potencial desse evento que tem tudo para ser referência na região das Vertentes. Fomos parceiros nesta 1ª edição e continuaremos juntos trabalhando pelo crescimento do festival.”
bar Rancho Vira Copo, com o prato “Joelho de Porco com Umbigo de Banana”, foi o grande vencedor
CRAS promove ação de inclusão em comemoração ao Dia das Crianças Livro “Cidades e Resendes”, apresentado em Santa Maria
Nos dias 28 e 30 de setembro, a Secretaria de Assistência Social, através do CRAS (Centro de Re ferência em Assistência Social), promoveu uma importante ação de inclusão e cidadania, levando as crianças para um passeio ao cinema em São João del-Rei, antecipando as comemorações do Dias das Crianças.
Edirlene do Nascimento, Secre tária da Assistência Social, conta que foi uma iniciativa da Prefeitura, que entrou em contato com o Cine Gló ria e conseguiu 200 entradas para as crianças participarem e terem, com isso, oportunidade de irem ao cine ma. Eles assistiram ao filme “Lendá rio cão guerreiro”. “Participaram os meninos dos projetos sociais, como Craque de Ouro, Escolinha Galaxy, Sport Meninos de Ouro Taboado e os participantes das oficinas do CRAS. Trabalhamos normalmente com es ses momentos de interação porque eles têm mais criatividade e incenti vo para participar dos projetos. Atra vés disso, as crianças sabem que de pois haverá passeio. Além disso, nos projetos é cobrada uma contrapartida de frequência escolar e bom com portamento, tanto em casa quanto na escola. Acompanhamos isso, pois é o
Literatura
que faz com que eles participem das atividades e dos projetos. Isso tam bém ajuda na prevenção de drogas e de permanência deles na rua”.
Lucas Paulo, prefeito em exer cício de Resende Costa, falou sobre a importância do desenvolvimento de projetos sociais pela prefeitura. “A gente tem feito parcerias, como o Craque de Ouro, Escolinha Galaxy, Sport Meninos de Ouro Taboado e os participantes das oficinas dos proje tos sociais a fim de que eles possam conhecer locais novos, participar dessas oficinas e dos eventos espor
tivos. Em troca, temos feito viagens apresentando a eles alguns locais. Inclusive, há algum tempo atrás, foi realizada uma viagem que levou 100 crianças para conhecer o zoológico. Outros passeios também foram pro movidos com as crianças, como visi ta a estádio de futebol e, agora, foram quase 200 crianças ao cinema. Pela primeira vez elas entraram em um ci nema e puderam assistir a um filme. Acredito que essa iniciativa tem sido uma importante ação social que con templa crianças que participam de projetos que desenvolvemos”.
“Tem vida aquilo que deixamos crescer em nós”
MÁRIO MÁRCIO DE QUADROS*Este e-book “e sopro, e cato, e guardo o vento...” nasceu num do mingo de manhã cedinho, no dia 20 de fevereiro de 1972, com a morte súbita do meu pai.
Lembro-me de que no sábado, um dia antes de seu passamento, ele reuniu toda família na mesa da co zinha para que tomássemos, todos juntos, nosso cafezinho da tarde. Ao contrário dos dias anteriores, meu pai estava bem disposto, falante e muito alegre naquele dia 19. O que nos surpreendeu foi sua morte fulmi nante no dia seguinte. Até então, ele parecia ter melhorado dos males do coração. Tanto é que, por volta das 8 horas da noite, ele foi dormir sem reclamar de dores no peito, e até nos contou várias histórias conhecidas ou inventadas por Gervásio, seu avô; disse um tantão de outras histórias clássicas e recriadas no calor da hora, a pedido das crianças e “da mãe de vocês”. Foi a última vez que tivemos toda a família reunida. Foi a última vez que meu pai nos teve todos de roda dele. Foi a última vez que pu demos contar com sua presença e seu cuidado.
No domingo, de manhã bem cedo, Aguinaldo, meu pai, assentou -se na cabeceira da minha cama e disse que queria conversar seriamen te comigo. E aquela nossa conversa era de “homem pra homem”; que precisava ficar sob a guarda de nós dois. Segundo ele, meus magros 13 anos não tinham importância nenhu ma naquela hora, porque “o homem nascia da necessidade de ser homem e da obrigação de honrar as calças que vestia.” Disse, por conta disso, que eu era homem já feito e devia guardar cuidado e respeito dos meus
irmãos e “da mãe de vocês”. Depois, engolindo fôlego, abraçou-se a mim, expirou e foi-se embora, bem ali, na cabeceira daquela cama onde eu dor mia. Por um bom tempo, suportei o peso de seu corpo em meus braços. Chorei muito, mas pranteei baixinho para não despertar agitamento e de sespero na família. Tentei engolir a choradeira, mas a dor era mais forte que eu. Daí, não teve jeito mesmo... explodiu tudo dentro de mim.
Mas foi só depois que deitei meu pai na cama, e cobri o corpo dele com meu cobertor, que eu fui chamar “a mãe de vocês” e meus irmãos. Disse a eles que o pai que ria conversar comigo, mas estava tão cansado que tomou meu lugar na cama e dormiu no de repente. Deitou-se e pegou no sono, daquele jeitinho ali, sem respirar. Minha mãe danou a gritar:
— Ele morreu, Mário! Ele mor reu!...
Depois disso, foi um desassos sego na casa toda. Meus irmãos pe garam a chorar e a rezingar, quase todos ao mesmo tempo. E “a mãe de vocês” não parava de arengar:
— Ele morreu, Mário! Ele mor reu!...
Eu, diante da necessidade de ser homem já feito, me vi na obri gação de honrar as calças que vestia, e fui despertar a vizinhança e avisar a todos da Rua 2 que meu pai tinha morrido, por volta das 5 horas da ma nhã; que, com autorização dele, eu era agora o homem da família; que, como homem da família, tinha que tomar providências. E foi assim... Foi a partir daquele domingo do dia 20 de fevereiro de 1972, tomando providências e assustado com o im perativo de responder pela família, que eu desnasci menino e me fiz po eta, escritor e contador de prosa, de
uma vezada só.
“E sopro, e cato, e guardo o vento...: prosa e poesia” começou a ser pensado a partir das obrigações daquele dia 20 de fevereiro. Eu jurei para mim mesmo que iria recontar to das as histórias que meu pai nos con tou na noite de sábado daquele ano. Aliás, foi nesse mesmo ano de 1972 que perdemos “a mãe de vocês”, no dia 20 de novembro. Ficamos órfãos de pai e de mãe no intervalo da “pre paração de outra pessoa”. Depois do passamento de meu pai, mamãe pas sava os dias e as noites pedindo para morrer também. Ela queria viver em companhia dele e virar uma estrela, um pontinho ou uma luz no céu. Vi rou... e se foi de nós.
E nós?
“As crianças” ficaram em terra firme em companhia da vovó Alice. Sob a guarda dela, meus irmãos e eu recuperamos, em parte, a vontade e o desejo de viver. Nenhum de nós,
DA REDAÇÃOPassada a pandemia, final mente o livro “Cidades e Resen des – Uma viagem por Portugal continental, Arquipélago dos Açores, Minas Gerais e Cabo Verde”, de autoria do jornalista José Venâncio de Resende, foi apresentadono dia 16 de setem bro, em evento na Biblioteca Mu nicipal de Vila do Porto, ilha de Santa Maria, Açores, Portugal.
O vice-presidente da Câmara Municipal, Domingos Barbosa, fez a apresentação do evento e do autor. Ele destacou o papel desse livro na aproximação entre a ilha e Resende Costa e na integração entre as cidades resendenses de três países, o que foi reforçado pelo professor José Melo em co mentário na parte final. Entre os presentes, Diniz Rezendes e João Silva, da Associação para a In vestigação da História da Ilha de Gonçalo Velho (AIDH-GV).
Na ocasião, o pesquisador (investigador) Diniz Rezendes fez um relato da emigração de marienses para outros estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Maranhão. Mas fez um alerta: há muitos do cumentos históricos relativos a Santa Maria ainda não acessados, os quais, ao serem consultados e analisados, poderão trazer novas e importantes informações.
Duas preocupações ficaram evidentes durante a presença do autor do livro na ilha: o que fazer
para tirar do papel o acordo de cidades irmãs (geminadas) entre Resende Costa e Vila do Porto; e como a experiência de Resende Costa poderia contribuir para a dinamização do artesanato têxtil em Santa Maria.
Quanto à primeira deman da, o professor José Melo fez uma sugestão simples, porém de grande alcance. A ideia é estimu lar os alunos da área de História a fazerem investigação sobre a gênese do acordo de cidades ge minadas (irmãs) não apenas entre Vila do Porto e Resende Costa (MG, Brasil), mas também com Hudson (Massachusetts, EUA) e Vila Franca (ilha de São Miguel, Açores).
Segundo Melo, o objetivo é que esses trabalhos sejam apre sentados na escola e submetidos à votação dos colegas. Os esco lhidos seriam levados (1) a toda a ilha onde haveria a participação da população e (2) à cidade-irmã tema do trabalho (além da apre sentação nesta cidade, o aluno mostraria um vídeo institucional e um kit dos produtos da ilha). A expectativa é de que haja recipro cidade da cidade-irmã.
Quanto ao artesanato têxtil, percebeu-se que as lideranças lo cais gostariam de ter a assessoria de Resende Costa para que esse setor possa gerar novas possibi lidades na ilha, em termos tanto de ampliar a produção quanto de conquistar mercados, principal mente das comunidades portu guesas espalhadas pelo mundo.
pelo menos naquele ano, quis virar estrela ou coisa parecida. Aliás, desde então, pegamos um medo danado de olhar pro céu. Só meu irmão Hélerson nunca se recuperou do passamento de nossos pais. Músico talentoso, mul ti-instrumentista, vivia tocando sua vida à procura da morte. E desnasceu também, a exemplo da “mãe de vo cês”, antes do combinado.
“Tem vida aquilo que deixamos crescer em nós”, dizia meu pai. E completava: “Se a gente passar pelo mundo sem ‘ligar importância’ ao que dura e respira dentro de cada um, a gente morre e deixa tudo acabar”.
Nossa história tem as cores que damos a ela. A textura, cheiro, tempe ro e sabor que emprestamos. Somos uma tela a ser pintada ou borrada de pingos. Um livro, uma agenda ou um caderno de rabiscos a ser escrito ou abatido em pedaços. Se não dermos vida às coisas que pulsam dentro de nós, não vamos vingar.
Este livro surgiu da obrigação de desfazer o constrangimento de “ser homem já feito” aos 13 anos de idade. De engolir o choro e de “tomar pro vidências”, sem entender, verdadeira mente, o que isso significava na pisa da dos pés. Mas se o homem nasce da necessidade de ser homem e da obri gação de honrar as calças que veste, como dizia meu pai, o escritor surge do imperativo de viver seduzido pela vida e do desejo de desfazer os atro pelos, mal-entendidos e apagamentos da morte. Daí, como falava meu avô Geraldo Corneteiro:
(Coquinho)*Professor, autor do e-book “e sopro, e cato, e guardo o vento...”.
“... é a vida, mais que a morte, a que não tem limites.”Gabriel García Márquez CRAS levou crianças para um passeio ao cinema em São João del-Rei, antecipando as comemorações do Dias das Crianças Evento de lançamento do livro do jornalista José Venâncio nos Açores, PortugalCapa do e-book
“Sonos e sonhos Amanhecem Na noite escura.”
A teia do mundo
JOSÉ ANTÔNIO*A mulher é líquida
Se a humanidade é de barro, o homem é pó e a mulher é líquida.
Mulher é água nas cente. Forma oceanos e rios dentro de si. Marés e redemoinhos que ame açam tragar e, ao mesmo tempo, refletem o firma mento.
Mulher é água de chuva. Revela apenas a cortina das nuvens... mas fica com os segredos do céu.
Mulher é água de lá grima. Às vezes doce... quando se encanta; às vezes ácida... quando argumenta; às vezes ine briante... quando se per mite; às vezes amarga... quando agredida.
Mulher é líquida no sangue que flui, mos trando que ela pode ge rar. Mas mulher também é líquida no sangue que borbulha, fervendo a re volta de milhares delas assassinadas, estupradas, esbofeteadas... Mulher é líquida nesse hematoma social, pois é sangue que não coagula: invade nos sas veias e artérias numa transfusão que clama por justiça e respeito.
Mulher é líquida no
leite que sustenta. Seios inesgotáveis que não dei xam a humanidade pere cer. Seios que mantêm a temperatura e o equilí brio de seu leite na ener gia constante e mágica de um coração que pulsa bem perto deles.
Mulher é líquida no suor que sai de seus poros na luta para se manter, na luta para educar, na luta contra o preconceito, na luta para a conquista de seu lugar, na luta contra o desrespeito, na luta con tra o luto.
Mulher escorre, per corre, concorre, socorre, discorre, recorre... Mu lher só não corre... da raia.
Por sua natureza, a mulher consegue ser ga sosa, sólida e líquida. Gasosa, quando algo não lhe interessa mais. Ela vira vapor e desaparece como bruma que se es vai. Sólida, quando seus sentimentos são traídos e ela se condensa toda no bloco resistente de sua dignidade. Líquida, pois, sem ela, nós homens se ríamos a triste areia da ampulheta, que se distrai monotonamente com a sua própria secura.
Contemplando as palavras
REGINA COELHODa queda ao recomeço
Catei cavaco um dia des ses. Tropecei nas próprias pernas, nesse caso, o que foi a causa do ocorrido, literal mente, por mais incrível que isso possa parecer. Era uma manhã de caminhada. Lu gar plano, sem obstáculos à frente. Talvez o ritmo acele rado e certamente distraído das minhas passadas expli que essa sequência involun tária de “correr com o cor po curvado para a frente, as mãos quase tocando o chão, na tentativa de restabelecer posição de equilíbrio, após tropeção ou choque físico”, que é o modo como o Hou aiss (Dicionário) define in formalmente esse momento de “catar cavaco”.
Sem dúvida, há um quê de ridículo quando isso acontece. Sentir-se desgo vernada, andando e cain do sem saber onde e como aquilo vai parar, deixa a pes soa duplamente no chão – fi sicamente e um tanto quanto envergonhada. Nessa hora, vem o temor de que alguém possa ter presenciado aque le espetáculo involuntário e sem graça. Sem graça para quem passa por tal situação, mas, para quem vê tamanha cena, a estranha vontade de rir é quase incontrolável e acho até que vem antes da necessidade de ajudar a se levantar a constrangida cria tura ali caída e querendo se recompor rapidamente de qualquer jeito. E quan do perguntada a respeito de como aconteceu ou por que aconteceu aquele tombo e, principalmente, se ela se machucou, imediatamente, ou melhor, automaticamen te, diz que não foi nada.
Mesmo eventualmente man cando, sangrando ou com braços, mãos e pernas esfo lados, minimiza o fato. Essa parece ser a opção de quase todos os que já passaram por uma catação de cavaco.
Certos tombos não têm nada de engraçado, pelo contrário. Têm consequên cias sérias, às vezes defini tivas ou mesmo fatais. Não se fala aqui deles. Lamenta -se muito que aconteçam. E recomenda-se todo cuidado para que sejam evitados.
O foco ora presente está na impossibilidade, num primeiro momento, da re sistência ao riso diante dos tombos nossos de cada dia. Não se sabe com certeza por que motivo provocam o riso frouxo de quase todo mun do. Não à toa vídeos mos trando pessoas caindo de to das as formas possíveis, em casa, em ambientes movi mentados, portanto, repletos de testemunhas, como os de festas e encontros variados, são exibidos e/ou postados aos montes por aí. O exem plo mais consistente desse gosto em rir das desgra ças dos outros atende pelo nome de videocassetadas, do Faustão ou não, muitas delas, muito forçadas, por sinal.
Sabe-se que cada pessoa desenvolve um tipo de sen so de humor, e a predileção de cada uma é consequen temente diferente. Certos aspectos essenciais do que é cômico, no entanto, ajudam a explicar por que algumas quedas podem despertar o riso. Num contexto de pou ca seriedade, alguém cair e, aparentemente, isso não ser
grave, pode ser divertido. Outro aspecto a ser consi derado é a ocorrência do inesperado ou do inusitado a partir da distância entre o que se espera que aconteça e o que acontece de fato. Con sidera-se aí o fator surpresa, tal como ocorre numa piada, quando a graça e a risada ficam reservadas para o seu final.
De tombos inofensivos e de risos que eles provocam nos outros a vida é feita. Ainda nos meses iniciais da infância, em preparação ao importante aprendizado que é conseguir andar, pequenos, vacilantes e desequilibrados passos sinalizam nossas pri meiras de muitas quedas ao longo do caminho. Afinal, quem nunca caiu... da bici cleta, da escada, da cadeira; brincando de pique, jogando bola, correndo pelo campo, virando o pé, pisando em falso, rolando degraus abai xo, escorregando no chão molhado, fazendo caminha da...?
De uma outra maneira, também caímos, catando cavaco ou não, tropeçando feio, cambaleando, perden do o prumo, ficando infe lizes. Nessas ocasiões não cabe o riso de ninguém. Cabe, sim, a nossa atitude corajosa de querer e saber dar a volta por cima.
Em seu poema No meio do caminho, Drummond lembra reiteradas vezes a existência de uma pedra no meio do caminho. Haverá sempre pedras e quedas em nosso percurso, os reveses de toda natureza na vida do ser humano. Ainda assim, sigamos!
*JOSÉ ANTÔNIO OLIVEIRA DE RESENDE é professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Le tras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del-Rei. Membro da Academia de Letras de São João del-Rei.
jresende@mgconecta.com.br
Programa TAGS leva água tratada a comunidades rurais de Resende Costa Seis povoados e o Distrito de Jacarandira serão atendidos
VANUZA RESENDEA Prefeitura Municipal de Re sende Costa, através da Secretaria Municipal de Saúde, está implan tando o Programa TAGS – Tratando Água, Gerando Saúde. O objetivo é levar água tratada a comunidades rurais do município.
O prefeito em exercício, Lu cas Paulo, fala sobre a iniciativa. “A ideia surgiu junto à Secretaria de Saúde e a Equipe de Vigilância Sanitária. Inclusive, essa é uma demanda antiga. Desde 2019, são coletados dados sobre água nas comunidades rurais e os dados são preocupantes, com um número bai xo de qualidade. Por isso, surgiu a ideia de criar o programa TAGS para tratar a água e garantir saúde para a nossa população. Fizemos li citação para contratação de empre sas que prestam esse tipo de serviço e já está sendo implantando o pro grama. A ideia surgiu após a análise dos dados, que vinham mostrando que a qualidade da água da nossa zona rural estava muito abaixo do nível necessário”.
COMUNIDADES ATENDIDAS
Ao todo, sete comunidades
rurais serão atendidas: Jacarandira, Cajuru, Ribeirão, Curralinho dos Paulas, Pintos, Barracão e Taboa do. Trata-se de comunidades que têm poço e reservatório destinados à população, portanto utilizam água de cisterna própria, por exemplo; porém, não possuem acesso à água tratada no reservatório. “Estamos começando em locais que temos mais problemas. Tabuado, Pintos e Ribeirão foram os três primeiros a serem atendidos. Na segunda etapa, prevista para este mês de outubro, vamos levar a água para as outras quatro comunidades”, planeja Lu cas.
Com recurso próprio, o inves
De olho na cidade
EDÉSIO DE LARA MELOtimento é de mais de 100 mil reais por ano. “Cada filtro tem um custo de R$1.290,00 mensais. Nós tere mos sete comunidades atendidas, com nove filtros instalados, uma vez que em Jacarandira e Ribeirão foram necessários dois filtros. O in vestimento anual é de mais de 100 mil reais, já inclusos o material e a manutenção da empresa no local. A empresa tem a responsabilidade de garantir o funcionamento do filtro. Nesse primeiro momento, trata-se de recurso próprio da Vigilância. Para 2023, também já estão previs tos recursos para manter o progra ma”, detalha o prefeito em exercí cio.
Foto: Cássio Almeida
A moradora do povoado dos Pintos, Josiane Silva, fala sobre o projeto. “A princípio, quando nós ficamos sabendo do projeto, sabía mos da necessidade, porém ficamos receosos. Quando se fala em água tratada, nós nos lembramos muito da água tratada como é na cidade, ou seja, com cloro. Ficamos receo sos quanto ao excesso de cloro, por exemplo, o qual sabemos ser neces sário para a zona urbana, mas pode ríamos perder a essência da água da comunidade”.
No entanto, depois de implan tado o programa, Josiane avalia-o como positivo. “A partir do mo mento que o programa foi implan tado, vimos que não era bem como pensávamos. Nós vimos que era um tratamento e não aquele processo de colocar cloro em excesso, por exemplo. Por outro lado, sabíamos que não seria essa a finalidade. Es tamos muito satisfeitos, pois esta mos tendo uma qualidade de vida melhor. Como eu disse, estávamos receosos, mas, a partir do momento em que conhecemos melhor o pro grama, nosso conceito mudou.
Lucas Paulo avalia que o inves timento é essencial. “Acreditamos que muitas das causas, às vezes até de alguma doença, principalmente questão de estômago doendo, muito têm a ver com a falta de qualidade
da água. Estamos otimistas quanto à melhora dessa situação, uma vez que o oferecimento será de água tratada. Além da qualidade, ainda há o gosto, o cheiro e o prazer de se poder beber uma água boa e tendo uma saúde melhor.”
CONSCIÊNCIA DO USO
A estimativa é de que até três mil pessoas sejam beneficiadas com o programa. De acordo com Lucas, todos os moradores que se utilizam da água do poço e que passa pelo reservatório vão recebê-la tratada. Por fim, Lucas Paulo pede cons cientização sobre o uso conscien te da água. “Queria aproveitar a oportunidade para pedir ao pessoal consciência na utilização da água. É uma água gratuita, a população da zona rural não paga água. A gente pede essa conscientização de que a população da zona rural não des perdice essa água, que ela seja re almente usada para consumo. Não encher tanque, piscinas... Estamos resolvendo a questão da qualida de, mas ainda temos o problema da quantidade. Assim, aproveito esse espaço para pedir conscientização à nossa população da zona rural para que, mesmo sendo uma água de graça, uma água tratada, que te nha responsabilidade na utilização da mesma.”
Os 100 anos de vida de dona Cecília
Ela é uma senhora de esta tura mediana, adora um lenço na cabeça e passa boa parte do tempo sentada no sofá da casa da filha Terezinha e de terço enrola do na mão direita. Católica, faz orações durante o dia todo. Com Roberto Ribeiro, (Roberto da Mi caela), e muitas pessoas que vão visitá-la, bate uma boa prosa, re lembrando acontecimentos e se inteirando de tudo o que fazem seus familiares, principalmente os netos, bisnetos e tataranetos. Lúcida, tem uma memória de dar inveja. Segundo o seu neto Jonas (o Teco), geralmente ela o adver te sobre algo que deve ou deixou de fazer. Assim é dona Cecília de Oliveira Ramos, que está pronta para festejar seus 100 anos de idade no próximo dia primeiro de novembro.
Dona Cecília é natural de Passa Tempo/MG. Desde peque na, juntamente com a única irmã que teve, foi criada pelos avós Antônio e Claudelina, depois que o pai se separou e a família e a mãe foram morar em Belo Ho rizonte. Desde o início, sua vida não foi fácil. O avô a colocou para trabalhar ainda pequena na
roça, ajudando-o a semear e a colher tudo o que plantavam. Era obrigada a cuidar da casa, das galinhas e dos porcos que cria vam. O avô, segundo ela, era um homem difícil, bravo; e a avó, ao contrário, mais dócil e delicada com as netas.
Sempre quis namorar, mas qualquer contato com um rapaz era sinal de problema: o avô sem pre colocava empecilho, o que a deixava bastante chateada. Certo dia, conheceu um moço, chegado da Bahia para trabalhar em uma festa de rodeio em Belo Hori zonte e que reunia fazendeiros de bastantes cidades mineiras. E de lá ele foi convidado para prestar serviços na fazenda do senhor Moacir, em Passa Tempo. Ele, nascido na divisa dos estados de Minas Gerias e Bahia, onde fica Guanhães, apaixonou-se por ela e nunca mais voltou à sua cida de natal, muito menos reviu seus familiares. Rapidamente, e às escondidas, se casaram na igreja Matriz de Nossa Senhora da Gló ria, de Passa Tempo, em junho de 1940. Ela, com dezoito anos; e ele, com vinte e cinco. O avô, ao tomar conhecimento do casa
mento, quis matá-los. “Ele saiu de revólver em punho nos pro curando. Ele sempre quis que eu ficasse na roça trabalhando, que não namorasse, não me casasse com ninguém”.
Trabalhando duro na fazen da, logo foram transferidos para Resende Costa, vindo para a Fa zenda do Pinhão, alugada que foi pelo senhor Moacir. Depois se transferiram para o Currali nho do Andrade, acompanhando o patrão, até se estabelecerem definitivamente no Ribeirão de Santo Antônio, onde possui uma casa que fica em frente à escola do povoado. “Eu e meu marido sempre trabalhamos muito. Ele era retireiro e eu cuidava da roça e das crianças, guiava carros de boi, fazia de tudo mesmo. Nos sa vida era muito difícil, a gente ganhava (dinheiro) muito pouco. Fiquei viúva depois de trinta e cinco anos casada com ele”.
A vida de dona Cecília tor nou-se mais difícil quando, aos setenta e dois de idade, sofreu um acidente no trabalho. “Es tava na roça, meu chinelo ficou agarrado em um galho e eu caí. Quebrei minha perna, mas, mes
mo assim, continuei trabalhando. Então comecei a mexer com arte sanato”. Mãe de sete filhos (cinco já faleceram), certa vez um mé dico de Desterro de Entre Rios aconselhou-a a parar de fumar. “Eu fumava cigarro de palha para espantar os mosquitos, pernilon gos. Desde que larguei o cigarro, passei a cheirar rapé e nunca mais parei”. Ao ser perguntada se além do cigarro, gostava de tomar vi nho, por exemplo, respondeu firme e sorrindo: “Vinho, não. Tomava mesmo era pinga, todo dia. Uma antes do almoço e outra antes da janta”. E esse costume de tomar uma pinguinha para abrir o apetite ela o manteve até comple tar noventa de seis anos de idade.
Atualmente, dona Cecília fala sempre da casa que ainda possui no Ribeirão, lugar de que gosta muito. Sai pouco de casa. Porém, não recusa um convite de algum neto para matar porco na roça. Imediatamente pede seu avental e se prepara para cortar o toucinho, relembrando as inú meras vezes em que se dedicou a esta e tantas outras atividades no Catimbau, na fazenda do Prestes, do Ademar Aarão, além de ou tras. Atualmente, quietinha em casa, não se cansa de dizer que está bem. “Estou com a cabeça muito boa. Posso morrer tranqui la porque sempre fui honesta, não tenho inimizades e não devo um centavo a ninguém”.
Retalhos literários
EVALDO BALBINO
Ana do Sô Luís
Era amiga da Maria da Riti nha. Amizade dessas em que as pessoas são unha e carne uma com a outra.
A Maria com sua vida vidi nha muito importante, a mãe já falecida, e ela tendo que apren der a se virar pra viver.
A Ana, órfã desde sempre. Eterna criança na sua mente ingênua, corpo de mulher e in tenções de anjo: nunca deixou de lado suas bonecas da infân cia. A meninice estendendo-se eternamente, o que é saudável dentro do que chamam equivo cadamente de loucura.
Uma, órfã de mãe e apren dendo a viver. Outra, órfã do nada, sempre angelical. As duas vivendo nesta vida onde todos temos que passar pela mesma aprendizagem. Viver é lição cotidiana. E quanto mais aprendemos, mais ainda temos que aprender. Somos eternos alunos buscando pela luz ao fim e ao cabo.
Ninguém sabia o nome completo da Ana. Seguido sempre do nome do pai adoti
vo, o viúvo Sô Luís. Desde que se entendia por gente, ela viu o pai solitário, sem a esposa já morta num quando já muito passado.
Ana do Sô Luís: modo esse familiar e interiorano de se co nhecer alguém. Modo afetivo nos dando a sensação de não estarmos perdidos num mundo imenso onde se registram fria mente alcunhas em cartórios, em pias infinitas de batismos sem espírito, sem fôlego que nos salve no meio da multidão solitária.
E espírito a Ana dava e vendia. Trabalhadora, brinca lhona que não acabava mais! Quando cismava com alguém, repetia várias vezes a mesma brincadeira.
Assim foi, por exemplo, com os meus tios Lia e Fran cisco, noivos às vésperas do casamento. Eles noivando e a Ana dizendo, galhofeira, “A Lia vai casá com o Francisco; tudo preguiçoso, e vai cumê fo lha de mamona.”.
Quando minha mãe espe
De um ponto de vista
Verdades eternas
O jornal “O Tempo”, do dia 29 de agosto passado, trou xe matéria de José Reis Cha ves, que leio frequentemente. O autor tecia considerações à crítica recebida da organiza ção católica Montfort, de São Paulo, no tocante à “suposta irracionalidade das penas eternas que a Igreja Católica professa como dogma de fé”.
Não posso pretender en tabular diálogo seja com o colunista de “O Tempo”, seja com a tal organização católi ca, pois ambos me parecem mais conhecedores que eu. No entanto, embasado em mi nhas licenciaturas em filosofia e teologia, no mestrado em psicologia e em muito estudo de Sagrada Escritura, não fujo
da ocasião de tecer algum co mentário sobre a matéria.
Em termos de espirituali dade, sou movido por algumas convicções. Em primeiríssimo lugar, aquela de que a fé cris tã é uma experiência de amor, muito mais que aceitar verda des e doutrinas. E não consi go imaginar verdades eternas. Toda verdade é provisória, o que não a impede de ser ver dadeira. As verdades são todas gestadas no tempo. Em algum tempo. Em determinado tem po. E a própria história é filha de seu tempo. Não faz mal considerar, além disso, que os dogmas católicos foram, qua se todos, impostos pela força.
Não só. Foram proclamados por se tratar de doutrina po
rava o Nonô, meu irmão mais velho, lá vinha a Ana ridente e bonachona: “A Naura tá barri guda aí; daqui um cadiquinho vai tá aí!”. E dava risada ali sando com os olhos a barriga de minha mãe, mulher jovem nos seu 18 anos esperando o primeiro filho.
Na sua língua enrolada, a Ana do Sô Luís enredava as vidas todas ao seu redor e a sua própria. Falava bastante, de modo alegre. Dizia “Naura” em vez de “Laura”, os fonemas borbulhavam saltitantes e tres loucados na sua boca. E com letras tontas na língua falada ao vento, ela ia tecendo malha dis forme, mas com forma própria de quem vivia a vida de modo pleno, sem peia, sem medo.
Juntava-se com sua ami ga, a Maria da Ritinha, e iam ambas a fazendas pedir manti mentos. Nas porteiras chama vam, batiam palmas pra gente e bicho. E não se intimidavam com o latir dos cachorros no terreiro nem com os olhos de vacas e bois pegadores nos pas
tos. Afinal, os cães e os gados do mundo têm um ofício para cumprir. “Lati e mugi é o fado deles”, dizia a Ana com largos sorrisos. Passavam firmes no seu propósito: o de prosear e provar de gostosuras que lhes eram ofertadas, e o de depois saírem com os embornais cheios de cereais, verduras, carne e mais mantimentos para manterem o dia a dia.
As amigas brigavam muito, mas se amavam. Como crian ças que ficam de mal e pron to! Tudo passa num repente e, quando vamos ver, já estão brincando entre si. Ora discu tiam ora contavam caso.
Depois das discussões, suas conversas tornavam-se águas plácidas como eram as do ribeiro de Santo Antônio. Por falar no nome desse San to, elas nunca pediram a ele um marido. Simplesmente vi viam com liberdade, sem esse tipo de preocupação. Havia um preconceito contra moça não prendada que ainda tinha muito o que aprender e contra moça
sempre menina numa chamada “loucura”. As duas, no entanto, viviam para além desses juízos desajuizados. E viviam felizes em meio à aspereza da vida.
Nos momentos de paz, bus cavam sair da lida da costura, pois a Maria aprendia cada vez mais a fazer isso. E ambas brincavam com bonecas, as fi lhas eternas que elas amavam.
Quando proseavam com outras pessoas, suas narrativas eram longas, simples como simples eram as narradoras, e belas como bela é a vida. Suas histórias eram tantas que atur diam quem as ouvia. Mas isso era um ficar tonto cheio de coi sa boa, de imaginação que nem córrego caudaloso de peixe e vida.
E era tanta a vida que as duas tinham e exalavam, que até hoje estão na memória de muita gente. Tanto que as re crio aqui, nestas minhas linhas que nunca findam, também caudalosas.
A vida nunca acaba. É eter na mais do que a morte.
lêmica e para combater here sias. Não são fruto de exigên cia teológica.
Outra convicção que me move: o único caminho que temos para alcançarmos o di vino, para chegarmos a Deus, é o caminho da nossa huma nidade. Nela é que nos é dado experimentar o eterno, objeto de esperança, alimentada pela fé. E nossa humanidade acon tece e é inerente ao tempo e ao espaço. Os grandes espiri tualistas e santos são reconhe cidos, em sua grandeza, não porque fugiram de seu tempo, mas pela maneira como vive ram plenamente sua huma nidade, no tempo. O grande Irineu de Lião, já no segundo século, dizia: “É falso todo
Deus cuja glória não seja a vida do homem”. Criamos deuses falsos não tanto porque falseamos Deus, quanto por que falseamos o homem.
Terceira convicção: só conseguimos nos referir a Deus com nossa linguagem humana. E, então, empresta mos a Deus nossas caracterís ticas, nossa maneira de viver, nossas expressões de conhe cimento. Por isso, falamos de penas eternas, falamos de pur gatório purificador, falamos de pecado e tanta coisa mais que, no Deus anunciado por Jesus, não tem lugar. Defor mamos de tal forma a imagem de Deus que Ele deixa de ser o pai da parábola do filho pródi go (Lc 15). Já no IV Concílio
de Latrão, de 1215, se dizia que em nossa linguagem so bre Deus, por mais verdadeira que seja, existe sempre mais mentira que verdade (Non tanta similitudo quin maior sit dissimilitudo notanda).
Sou apaixonado pela teo logia porque é a única que me liberta. E não a estudo para parecer mais sábio e douto. Não! É pela certeza de que Deus é uma presença real na própria raiz de nosso ser.
Essa, talvez, seja uma verdade eterna
*Professor aposentado da UFSJ, membro da Aca demia de Letras de São João del-Rei.
A história da Fazenda da Boa Vista, no povoado dos Pintos
JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDEO primeiro registro da Fazen da da Boa Vista de que João Carlos tem conhecimento é de 1823, ates ta o professor e historiador. Mas “é possível que a propriedade tenha sido formada por ocasião do casa mento do Guarda-mor Bartolomeu de Souza Soares e de Bernarda de Proença (de Góes) e Lara, em 1793”. Bernarda era filha de Fran cisco Pinto Rodrigues e Ana Maria Bernardes. A cerimônia ocorreu aos 13/01/1793, na “Ermida da Fazenda Ribeirão”.
A sede da Fazenda Ribeirão de Santo Antônio, propriedade de Francisco, erguia-se nas proximi dades da capela do Povoado dos Pintos, por sua vez construída al gumas décadas após o desapareci mento da sede setecentista. O fato de Bartolomeu ter se casado com uma filha do proprietário “parece um indício para sustentar que essa Fazenda da Boa Vista é a mesma que existiu no lugar hoje chama do Boa Vista, ao lado da rodovia ainda não pavimentada que liga Resende Costa e São Tiago”, pros segue João Carlos. Por outro lado, o casamento, em 1817, de uma das filhas do casal, Florisbela Amada de Jesus, na ermida de seus avós maternos, a Fazenda Ribeirão de Santo Antônio, “pode indicar que até aquele momento ainda não havia sido edificada a Fazenda da Boa Vista”.
Além do mais, os registros de sesmarias, em 1797, de Joaquim Pinto de Góes e Lara para a sua Fazenda Ribeirão de Santo Antô nio (havia o costume de primeiro edificar a fazenda e só algum de pois requerer a sesmaria) e, em 1798, de Genoveva de Lara para a sua Fazenda Rio do Peixe, não fazem referência à Fazenda da Boa Vista ou a seus proprietários como confrontantes, ao contrário, por exemplo, do que ocorre com a Fazenda do Catimbau no primeiro
caso. “Nos seus primeiros anos, a Fazenda da Boa Vista devia fazer divisa, ao menos em parte, com as duas propriedades cujas sesma rias foram mencionadas”, observa João Carlos.
O fato é que, aos 29/09/1823, Mecias Perpétua do Amor Divino casou-se com o Tenente Manoel Pereira dos Santos Viana na “Er mida Nossa Senhora da Concei ção da Boa Vista, do Guarda-mor Bartolomeu de Souza Soares”. No inventário de Bartolomeu, aberto aos 17/06/1823, a viúva Bernar da declarou que ele faleceu aos 07/05/1823. A sede da fazenda era assim descrita: “uma Fazenda denominada Boa Vista, com casas de vivenda cobertas de telha, com ermida, engenho de cana e de fa rinha, moinho, senzalas e paiol, tudo coberto de telhas e quintais com muros de pedra, terras de plantas e campos”. Já o inventário de Bernarda, em 1841, foi aberto em São Gonçalo de Ibituruna, o que leva a crer que naquele mo mento a Fazenda da Boa Vista já não era propriedade da família.
Entre 7 e 8 de maio de 1823, o militar Raimundo José da Cunha Matos, que se dirigia do Rio de Janeiro para Goiás a fim de as sumir o governo dessa província, pernoitou na Fazenda Ribeirão de Santo Antônio, no Arraial da Lage. A caminho do arraial de São João Batista, atual distrito de Morro do Ferro, em Oliveira, escreveu em seu diário: “Às 7 horas e ¼ ficava -me à direita, fora da estrada, uma grande casa, e um vasto canavial de açúcar, à esquerda”. A jul gar pelos outros locais e horários mencionados, é bastante provável que o militar estivesse se referindo à Fazenda da Boa Vista, observa João Carlos. “A presença da plan tação de cana e sua caracterização indicam que naquele momento a produção açucareira devia ser in tensa”.
RIBEIRO DA SILVA
Ainda não se sabe quando a fazenda saiu das mãos da família
de Bartolomeu e Bernarda, segun do João Carlos. “Em 1856, contu do, ao fazer a relação das proprie dades rurais do distrito da Lage, o padre Joaquim Carlos de Rezende Alvim, então vigário da paróquia, escreveu que “O Guarda Mor An tônio Ribeiro da Silva, que mora na Freguesia de Santa Rita, possui na Freguesia da Lage a Fazenda da Boa Vista, que tem de campos 187 alqueires, e capoeiras 93 mais ou menos, que a houve por com pra.”
A declaração dos bens de An tônio foi feita por seu filho, Luiz Ribeiro da Silva, casado com Esmênia Maria de Almeida aos 05/11/1845. “Talvez a compra da propriedade tenha sido feita por ocasião desse enlace matrimo nial”, observa o historiador. Es mênia era filha de Felisberto Pinto de Almeida (ou de Góes e Lara), que faleceu em 1843, “e a compra da fazenda pode ter sido facilitada com os bens adquiridos por heran ça”.
A Fazenda Boa Vista era a quinta maior, com 427 alqueires em 1889, entre as 16 propriedades com mais de 200 alqueires (1 al queire equivalia a 2,42 hectares, segundo pesquisa de Francisco Eduardo Pinto no entorno de São João del-Rei), de acordo com pes quisa de João Carlos, para a obten ção do grau de mestre em História, a partir da consulta de 150 inven tários realizados no antigo distrito da Lage entre 1871 e 1912.
No período da Primeira Re pública (1889-1930), a proprie dade foi mencionada em três in ventários, constata João Carlos. Em 1889, por ocasião da morte de Luiz Ribeiro da Silva, foi ar rolada “uma morada de casas com moinhos e mais benfeitorias no terreiro, com dois quintais nesta Fazenda da Boa Vista” e, ainda, “a casa do engenho com seus perten ces”. Dez anos depois, em 1899, o inventário de Esmênia Maria de Almeida limita-se a citar as “ben feitorias da Fazenda Boa Vista”. Esmênia era proprietária de ape
nas parte da casa, pela divisão en tre os herdeiros.
Após a morte de Esmênia, o genro Gervásio Firmino dos Reis “deve ter adquirido a maior parte da sede e dos terrenos circunvizi nhos”, observa João Carlos. Seu inventário, de 1919, oferece a me lhor descrição da casa e benfeito rias. Primeiro, faz menção a “um moinho no quintal da sede da Fa zenda da Boa Vista”. Em seguida, relaciona“um engenho de cilindro, movido à água, em mau estado, com quatro tachas, um alambique, formas para açúcar e mais perten ces, em comum com o senhor Luiz Ribeiro da Silva” (filho de Luiz Ribeiro da Silva, finado em 1899). Por fim, menciona “a casa da sede da Fazenda da Boa Vista, cober ta de telhas, curral e respectivos quintais [...] em comum com o se nhor Fortunato Pedro de Oliveira (casado com Maria Constança de Resende, filha de Luiz Ribeiro da Silva) e José Antônio de Morais (casado com Maria do Carmo de Resende, outra filha de Luiz Ribei ro da Silva)”.
O inventário, de 1932, de Esmênia Maria de Resende, filha de Luiz Ribeiro da Silva e então casada com Gervásio, apresenta a ordem dada pelo juiz, para que os avaliadores “façam na fazenda denominada ‘Boa Vista’” a rela ção dos bens da falecida. Entre as posses da antiga propriedade, além dos móveis, são mencio nados “vinte e dois alqueires de campos e culturas na fazenda de nominada ‘Boa Vista’”, número muito distante dos mais de qua trocentos alqueires pertencentes a Luiz, pai de Esmênia, “o que deve ser compreendido pelas sucessivas partilhas entre os herdeiros (Luiz e Gervásio tiveram 14 filhos cada), observa João Carlos. “A sede da propriedade sequer é mencionada nesse momento.”
DEMOLIÇÃO
Após a morte de Gervásio e Esmênia, a fazenda pertenceu a um dos filhos do casal, conhecido
Foto: João Carloscomo Zeca da Boa Vista, segundo seu filho Orestes Resende, o Ores tes Seleiro (já falecido). O depoi mento de Orestes a este jornalista* é confirmado por relatos, a João Carlos, de descendentes dos anti gos proprietários, que cresceram em sítios menores formados após a partilha das terras, sucessivamen te, assim como de trabalhadores que ali tiraram seu sustento.
Durante a infância e a ado lescência de Orestes Seleiro, o engenho ainda funcionava e foi utilizado até cerca da metade do século XX, embora em decadên cia. Segundo os relatos, a água ne cessária para o seu funcionamento era conduzida até ele por um lon go canal que chegava a atravessar um outro córrego por meio de um bicame de madeira (espécie de pe queno aqueduto) até novamente encontrar o solo. Ao lado do enge nho, havia um moinho que, além de beneficiar o milho para a obten ção de fubá, podia ter sua roda co nectada a um ralo com o qual era ralada a mandioca para a produção de polvilho.
O casarão da Boa Vista foi de molido, entre o final da década de 1940 e os anos 1950, por Zeca e seus descendentes, de acordo com depoimentos de Orestes Seleiro e de Atair Socorro (neto de Zeca).
*Filho de Orestes, neto de Zeca da Boa VistaRuínas da Fazenda Boa Vista à espera de preservação
JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDEAs ruínas da antiga Fazenda da Boa Vista, de final do século XVIII, escondidas em meio a uma mata não muito densa, estão ame açadas de extinção. A mata “tem preservado o conjunto, evitando o seu completo desaparecimento pela ação humana, como se deu com os vestígios de outras fazendas escra vistas do nosso município”, diz o professor e historiador João Carlos Resende, que teve conhecimento dessas ruínas em 2012. Mas a mes ma natureza que guardou esse te souro hoje o ameaça: “Árvores têm crescido sobre as pedras e o desmo ronamento de algumas estruturas parece inevitável em um futuro não muito distante, caso não sejam to madas medidas de preservação”.
Em 2014, João Carlos, que era membro do Conselho Municipal de Patrimônio, alertou sobre a existên cia das ruínas, “na esperança de que alguma medida fosse tomada para a preservação desse bem de valor histórico incomensurável”. Não é preciso ser um arqueólogo ou um historiador especializado em cultu ra material para “inferir que no lo cal se encontram a base do sobrado (alicerce), os currais, a parede em que era encaixado o eixo da roda d’agua do engenho e a belíssima base onde a água era lançada sobre a mesma roda”, observa. Além dis so, “há grande quantidade de muros de pedra que formavam os currais e as divisas de pastos, que se es tendem, talvez por quilômetros, nos terrenos circunvizinhos, muito provavelmente fruto do trabalho escravo”.
Porém, alerta João Carlos, ape nas o laudo de um especialista pode identificar outras estruturas me nores ali existentes, que disputam espaço com a natureza e sofrem a desfiguração devido ao processo de demolição há décadas. “Esse con junto, além de possuir um carrega do significado afetivo para os inú meros descendentes da família que ali viveram, ainda é uma importante fonte de estudos sobre a sociedade mineira oitocentista.” Na região desse “sítio arqueológico”, ainda vivem diversos descendentes dos antigos proprietários, ligados às fa mílias Resende e Ribeiro da Silva.
PRECIOSIDADE
As ruínas da antiga Fazenda da Boa Vista, que “são uma preciosida de” e que “lançam luz sobre impor tantes lacunas da história regional e local”, “seriam um excelente labo ratório para ensinar aos estudantes as dinâmicas da vida colonial e a forma como essas dinâmicas eram vivenciadas aqui, tão perto deles”, observa Flávia Cristina da Silva, professora de História e membro do Conselho Municipal de Patrimônio.
“O estudo dessas ruínas pode pro porcionar conhecimentos sobre as atividades econômicas que foram desenvolvidas ali, sobre as relações de trabalho, as técnicas de produ ção, sobre os hábitos de morar e vi ver... Muito da história de Resende Costa está nessas áreas rurais, para onde historiadores, arqueólogos e a comunidade devem voltar seus olhares e cuidados.”
Trata-se de um patrimônio “muito significativo” na zona rural do município, “seja na forma de fazendas edificadas ou de ruínas”,
mas que está em sério risco de se tornar “apenas uma fotografia na parede”, alerta Adriano Valério Resende, professor de geografia do Centro Federal de Educação Tecno lógica de Minas Gerais (CEFET/ MG) e membro do Instituto Rio Santo Antônio (IRIS). A menos que haja “o apoio efetivo das entidades municipais que lidam diretamente com a questão”.
Segundo Adriano, “uma das únicas formas de manter esse patri mônio vivo para as próximas gera ções é institucionalizar a preserva ção; ou seja, a Secretaria Municipal de Cultura e o Conselho Municipal de Patrimônio precisam internalizar essa ideia, apoiar a criação de uma legislação específica para o tema e desenvolver ações que visem à conscientização dos proprietários e à preservação física dos bens”.
Flávia considera “de extrema importância para Resende Cos ta que houvesse um mapeamento das principais propriedades rurais que deram origem ao município e a elaboração de políticas públicas que garantam a sua preservação. Acredito que o Conselho de Patri mônio pode contribuir muito para que isso aconteça, mas são necessá rios esforços coletivos. Divulgar a existência dessas ruínas e insistir na sua valorização é muito importante para que a comunidade entenda que essas histórias e memórias também pertencem a ela como patrimônio que compõe a sua identidade”.
Até o fechamento desta edição do JL, não foi possível localizar o atual dono da Fazenda da Boa Vis ta. Mas a reportagem está à disposi ção para qualquer manifestação tão logo ele ache oportuno.
O verso e o controverso
JOÃO MAGALHÃES
Datas comemorativas de outubro
Hoje em dia, há dias come morativos para tudo e para todos e o mês de outubro é muito rico nessas datas: Dia da Criança; do Professor; de Nossa Senhora Aparecida; do Idoso; do Dentis ta; da Abelha; da Natureza; da Promulgação da Constituição de 1988; do Atletismo; do Ven dedor; do Compositor; do Pre feito; do Deficiente Físico; do Pintor; do Poeta; do Paraque dista; do Aviador; do Servidor Público; do Folclore; das Bru xas (Halloween); da Fundação da Cruz Vermelha etc.
Antes de falar sobre algu mas datas pouco comemoradas, como o Dia do Idoso, o Dia da Fundação da Cruz Vermelha e o dia da Promulgação da Consti tuição Brasileira de 1988, con vém destacar o Outubro Rosa – campanha realizada mun dialmente para conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. O laço rosa, símbolo do movimen to para incentivar essa preven ção, precisa ser divulgado.
Outras datas, como o Dia Mundial da Alimentação (16/10), o Dia da Vacinação (17/10) e o Dia da Criação da Cruz Vermelha são oportunida des para uma conscientização nossa de cidadãos acerca da situação de nosso país: fome grassando, pessoas não vacina das, sobretudo crianças.
Quanto ao Dia da Fun dação da Cruz Vermelha: im portante lembrar-se do grande humanitário suíço Jean Henri Dunant, vendo as barbarida des na batalha de Solferino em 24 de junho de 1869 na Itália.
A Cruz Vermelha é instituição internacional sem vinculação estatal que atua em defesa de pessoas em situação de vulne rabilidade causada por fenôme nos adversos, como inundações, terremotos, tsunâmis e, sobre maneira, pelos conflitos arma dos (a guerra da Rússia contra a Ucrânia que o diga). Entidade muito cara a mim, pois fui pro fessor por dez anos na escola de Enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira, filial São Paulo.
O Dia Internacional do Idoso é comemorado anualmen te no dia primeiro de outubro.
A data foi instituída pela ONU (Organização Mundial das Na ções Unidas) em 1991, com o objetivo de sensibilizar a so ciedade para questões do enve lhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população idosa. A mensagem desse dia é a
de passar mais carinho, cuidado, respeito e atenção a essas pes soas, muitas vezes esquecidas e até exploradas pela sociedade e pela própria família. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento, ou com 65 anos ou mais em países de senvolvidos.
O Brasil tem uma boa le gislação de proteção ao idoso, que é o Estatuto do Idoso, mas a prática anda longe, bem longe!
Dia 20 de outubro é o Dia do Poeta. Origem: em 20/10/1976, na casa do jornalis ta, romancista, pintor e também poeta (veja “Juca Mulato”), Paulo Menotti Del Picchia, surgia o Movimento Poético Nacional. A data homenageia e lembra esse momento para os poetas do Brasil, incluindo, portanto, os poetas de Resende Costa.
Minha homenagem espe cial, nessa data, vai para o fran ciscano frei Gotardo Boom, que foi vigário da paróquia de Ritá polis. Poeta, deixou um soneto: “Saudação a Resende Costa”, que reproduzo.
“Mira esta cidade serrana, assentada sobre uma laje/ Uma “urbe” construída num monte, não ficará escondida/ Como Jerusalém e Diamantina sempre uma imagem/ Dum farol, como arco de paz, constante ascendida.
Palco ilustre de preclaros inconfidentes mineiros/ Não de um, mas de dois, pai e filho juntamente/ Hás de falar por todos os séculos dos pioneiros/ Da liberdade tardia, que jamais esmaece justamente/ Antes de ambos partirem para o longínquo degredo/ Ouro debaixo dos botões a esposa lhes costurava/ Deste modo fidelidade e coragem singular inspirava/ Resende Costa aprumada para o alto te elevas/ Teu povo, joelhos na laje, mãos para o céu sustenta/ Como Moisés na bata lha, a vitória no peito acalenta”.
Escreveu esse soneto em Ritápolis, no dia 26 de outubro de 1968. O frei merece elogio. Dentro de uma forma difícil, pois, curta, fixa, rimada e trava da do soneto clássico, transmi tiu aspectos bem significativos de nossa cidade, com chave de ouro e tudo!
É o que penso. E você?
Projeto de Desenvolvimento Turístico avança em Resende Costa
Em Resende Costa é assim: se gente abarrotada de sacolas pelas ruas da cidade já não diz o su ciente, números importantes comprovam a força do que acontece por ali. Estima-se, no município, que 70% da população economicamente ativa se envolva direta ou indiretamente com artesanato. E que tamanha presença do trabalho manual movimente pelo menos R$6 milhões anuais. Isso sem falar, claro, na presença de pelo menos um tear em quase todas as casas do território.
Em breve, porém, outras cifras e outros resultados igualmente robustos devem entrar na conta. Resende Costa caminha, a passos largos, para o desenvolvimento ainda mais potente do Turismo local – que já vem evoluindo nos últimos anos com receptivos hoteleiros na zona Urbana e Rural; restaurantes; divulgação de sua História e o sucesso da famosíssima mascote Tixa.
O projeto de impulsionamento do setor é resultado da união de forças entre a Prefeitura, a Associação Empresarial e Turística de Resende Costa, o Sebrae e o Sicoob Credivertentes. Em 2021, o grupo organizou seminários para debater o assunto e engatilhou, ainda, um estudo completo de potencialidades por lá. Agora, a mobilização avança para outra etapa: a elaboração de um Plano de Ações. Para isso, entrou para o time o consultor empresarial Ronan Melo.
Segundo ele, o resultado do trabalho será a construção de um mapa estratégico para até 10 anos com propostas imediatas e de longo prazo. “Já se sabe, com clareza, o que a cidade pode oferecer com relação a atrativos, comércio, agenda cultural. Então a meta é mostrar iniciativas que potencializem tudo isso desde o primeiro momento e clari car, ainda, o que pode ser feito ao longo do tempo para fortalecer o Setor Turístico”,
explica.
Melo também destaca a importância da iniciativa, que classi ca como “fantástica”. “A própria forma como a proposta se desenrola, unindo diferentes instituições, já mostra isso. E vai levar, também, a grande conexão entre comunidade, negócios, cidades vizinhas”, frisa.
PARTICIPAÇÃO
Luís Cláudio dos Reis é resende-costense que atua no projeto desde o início como membro do Conselho Municipal de Turismo; e compõe, ainda, o Conselho de Administração do Sicoob Credivertentes. Para ele, a integração em todos os sentidos garantirá o sucesso da empreitada. “Na primeira etapa, houve uma articulação importantíssima entre Poder Público, entidades empresariais, culturais e turísticas. Agora, com diagnóstico de potencialidades em mãos e Plano de Ações sendo elaborado, con-
tamos até com voluntários fortalecendo nosso propósito. Há entrevistas sendo feitas para identi car como cada um, em cada área, poderá ajudar. Muito em breve, já poderemos trabalhar com infraestrutura, capacitação, reformulação de eventos e, quem sabe, incentivos para expansão de atrativos, novos empreendimentos”, calcula.
Mesmo otimismo tem o diretor executivo- nanceiro da Cooperativa, Luiz Henrique Garcia: “O Campo das Vertentes é riquíssimo em possibilidades que, desenvolvidas, podem mudar a história das comunidades. Isso já aconteceu com São Tiago e sua tradição no café com biscoito. Nossa instituição, aliás, foi uma das protagonistas nesse movimento. Queremos fazer parte de algo semelhante em Resende Costa. O Cooperativismo é mais do que uma ideia, é força, é envolvimento. E estamos orgulhosos dessa parceria”.
REFLEXÕES
ALGO MAIS
Somos herdeiros em pleno século XXI – conquanto ainda tidos como visionários – da proposta formulada em 1844 pelos “Probos Pioneiros de Rochdale”. Isto é, daqueles que formataram a primeira Cooperativa, a primeira socie-
dade humanista, inclusiva e transformadora. Talvez, melhor dizendo, uma nova ordem marcada por mutualidade, comprometimento, con ança, integração, integridade de caráter.
Ao comemorar 36 anos de ininterrupta atuação em toda a região, o Sicoob Credivertentes leva avante os genuinos ideais Cooperativistas – exatamente como os sonhados e vivenciados pelos Pio-
neiros. Em mais de três décadas e meia de nossa história, promovemos experiências de Crédito, de Educação, Inovação, Responsabilidade Social, Ambiental e Cultural em prol do bem comum. Isso sem falar na noção de pertencimento, de reinvenção e promoção de desenvolvimento integral em nosso meio. Tudo a partir do exemplo e da mobilização não apenas de quem idealizou a instituição
ou atua nela cotidianamente, mas de cada um que disse “sim” ao nosso propósito e se tornou Cooperado. Juntos, mais de 30 mil indivíduos e sonhadores descobriram que o querer e ser “algo mais” é transformador.
“Aquilo que quer in amar nos outros tem que arder dentro de você” (Santo Agostinho)
Nas urnas, eleitores de Resende Costa mostraram preferência por Lula e Zema
Os dois candidatos também foram os mais votados na região
VANUZA RESENDEDe norte a sul do país, brasileiros foram às urnas, no domingo dia 02 de outubro, primeiro turno das eleições de 2022, para escolher seus repre sentantes pelos próximos quatro anos. A disputa pela Presidência da República fechou bastante acirrada. Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguem para o segundo turno, no dia 30 de outubro.
O atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), garantiu a reeleição já em primeiro turno. E no Sena do, os mineiros serão represen tados por Cleitinho (PSC).
Em Resende Costa, de acordo com informações do Cartório Eleitoral da cidade, o pleito foi bastante tranquilo, apesar de filas extensas, sobre tudo no início da manhã. Todos os eleitores que compareceram às seções eleitorais votaram. O processo ocorreu dentro da nor malidade. Em relação às urnas eletrônicas, não houve nenhum registro de falhas técnicas ao longo do dia, portanto nenhuma urna precisou ser substituída.
LULA, ZEMA, ALEXANDRE SILVEIRA, DR. FREDERICO E AURÉLIO SUENES FORAM OS MAIS VOTADOS EM RESENDE COSTA
Lula, do PT, foi o candi dato mais votado em Resende Costa para a Presidência da República, com a preferência de 51,52% dos eleitores (3.733 votos). Para o cargo de gover nador de Minas Gerais, Zema,
do Novo, recebeu mais votos, foram 3.427 – 53,61% do to tal. Para o Senado, Alexandre Silveira liderou as escolhas dos eleitores no município, com 2.352 votos (38,48%). O segundo mais votado foi Clei tinho (PSC), com 2.074 votos – (33,93%).
Dr. Frederico, que se ree legeu, foi o mais votado pelos eleitores resende-costenses para ocupar um cargo na Câmara Fe deral, com 2.365 votos. Para o cargo de deputado estadual, Au rélio Suenes foi o mais votado na cidade, com 4.675 votos. O ex-prefeito de Resende Costa e candidato ao governo estadual pela primeira vez não se elegeu e ficou como suplente.
BRANCOS E NULOS
Para Presidente da Repúbli ca, os votos brancos representa ram 2,20% e os nulos, 3,99%. Já uma parcela mais significati va não escolheu o candidato ao governo de Minas. Os brancos somaram 6,51%, e os nulos, 10,72%. Para senador, muitos eleitores da cidade também não escolheram o seu candidato e optaram por anular ou votar em branco. Foram 9,15% votos brancos e 11,72% nulos. Para deputados federais, os brancos representaram 5,74% e nulos, 4,32%. Na escolha para deputa dos estaduais, 4,71% dos eleito res votaram em branco e 3,71% anularam. Além disso, a eleição em Resende Costa teve 17,51% de abstenção.
DEPUTADOS MAIS VOTADOS
Resende Costa teve dois candidatos ao cargo de depu tado estadual: Aurélio Suenes (DC) e Ângelo Márcio (PSOL).
Apesar de não conseguirem se eleger, os dois estão entre os mais votados na cidade. Confira os cinco candidatos mais vota dos na cidade.
Deputado Federal: Dr. Frederico (PATRIOTAS): 2.365 votos (34,04%); Diego Andra de (PSD): 923 votos (13,29%); Reginaldo Lopes (PT): 902 vo tos (12,98%); Domingos Sávio (PL): 400 votos (5,76%) e Ni kolas Ferreira (PL): 309 votos (4,45%). Todos se elegeram em 2022.
Deputado Estadual: Au rélio Suenes (DC): 4.675 votos (65,71%); Cristiano Silveira (PT): 442 votos (6,21%); Ân gelo Márcio (PSOL): 380 vo tos (5,34%); Beatriz Cerquei ra (PT): 138 votos (1,94%) e Alencar da Silveira Jr (PDT): 117 votos (1,64%).
LULA E ZEMA
TAMBÉM FORAM OS MAIS VOTADOS NA REGIÃO
Em quatro de outras seis cidades da região, assim como em Resende Costa, o ex-presi dente Lula foi a preferência dos eleitores. Apenas em São João del-Rei e Santa Cruz de Minas o atual presidente ficou à frente dos votos. Coronel Xavier Cha ves, Lagoa Dourada, Prados e Tiradentes tiveram a maioria dos votos destinados a Lula. Já para o Governo do Estado, Ro meu Zema foi a preferência em 100% das cidades. Confira com detalhes os quatro candidatos mais votados em cada municí pio.
Candidatos à Presidência da República mais votados em São João del-Rei: Jair Bol sonaro (PL) (24.050) 45,04%; Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
(23.944) 44,84%; Simone Te bet (MDB) (2.751) 5,15%; Ciro Gomes (PDT) (1.797) 3,37%.
Candidatos ao governo estadual mais votados em São João del-Rei: Romeu Zema (Novo) (23.975) 57,32%; Ale xandre Kalil (PSD) (13.079) 31,27%; Carlos Viana (PL) (3.554) 8,50%; Marcus Pestana (PSDB) (432) 1,03%.
Os quatro candidatos à Presidência da República mais votados em Santa Cruz de Minas: Jair Bolsonaro (PL) (2.378) 47,79%; Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (2.137) 42,95%; Simone Tebet (MDB) (213) 4,28% e Ciro Gomes (PDT) (165) 3,32%. Os quatro candidatos ao governo estadu al mais votados em Santa Cruz de Minas e a porcentagem de votos que cada um recebeu: Romeu Zema (Novo) (2.529) 57,79%; Alexandre Kalil (PSD) (1.284) 29,34%; Carlos Viana (PL) (478) 10,92% e Marcus Pestana (PSDB) (26) 0,59%.
Os candidatos à Presidên cia da República mais votados em Tiradentes e a porcentagem de votos que cada um recebeu: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (2.723) 50,43%; Jair Bolsonaro (PL) (2.228) 41,26%; Simo ne Tebet (MDB) (231) 4,28% e Ciro Gomes (PDT) (143) 2,65%. Os quatro candidatos ao governo estadual mais votados em Tiradentes e a porcentagem de votos que cada um recebeu: Romeu Zema (Novo) (2.723) 56,41%; Alexandre Kalil (PSD) (1.668) 34,56%; Carlos Via na (PL) (278) 5,76% e Marcus Pestana (PSDB) (92) 1,91%.
Candidatos à Presidência da República mais votados em Lagoa Dourada e a porcenta gem de votos que cada um rece
beu: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (3.756) 47,31%; Jair Bol sonaro (PL) (3.466) 43,66%; Simone Tebet (MDB) (377) 4,75% e Ciro Gomes (PDT) (221) 2,78%. Os quatro can didatos ao governo estadual mais votados em Lagoa Dou rada e a porcentagem de votos que cada um recebeu: Romeu Zema (Novo) (4.029) 59,22%; Alexandre Kalil (PSD) (2.407) 35,58%; Carlos Viana (PL) (293) 4,31% e Marcus Pestana (PSDB) (36) 0,53%.
Os candidatos à Presidên cia da República mais votados em Prados e a porcentagem de votos que cada um recebeu: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (3.396) 59,75%; Jair Bolsonaro (PL) (1.787) 31,44%; Simo ne Tebet (MDB) (270) 4,75% e Ciro Gomes (PDT) (149) 2,62%. Os quatro candida tos ao governo estadual mais votados em Prados: Romeu Zema (Novo) (2.504) 51,64%; Alexandre Kalil (PSD) (2.108) 43,47%; Carlos Viana (PL) (152) 3,13% e Marcus Pestana (PSDB) (46) 0,95%.
Candidatos à Presidência da República mais votados em Coronel Xavier Chaves Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (1.396) 61,61%; Jair Bolsonaro (PL) (669) 29,52%; Simone Te bet (MDB) (112) 4,94% e Ciro Gomes (PDT) (57) 2,52%. Os quatro candidatos ao governo estadual mais votados em Co ronel Xavier Chaves: Romeu Zema (Novo) (918) 47,15%; Alexandre Kalil (PSD) (916) 47,05%; Carlos Viana (PL) (71) 3,65% e Marcus Pestana (PSDB) (29) 1,49%.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral.
Arena Beach Garden leva modalidades esportivas praianas para Resende Costa
VANUZA RESENDE
Esportes e atividades prati cados na areia caíram no gosto popular nos últimos anos. E para quem nasceu em estado sem mar, a vontade de “bater uma bolinha” na praia é grande, mas é realidade distante. Foi pensando nisso que Jonathan Ribeiro, o Janjão, inau gurou, no último dia 24 de setem bro, a Arena Beach Garden – es paço com quadras de areia.
Apaixonado por esportes, formado em Engenharia Mecâni ca e técnico em Meio Ambiente, Janjão inaugurou o espaço em Re sende Costa junto com sua esposa Teresa Eistrup. “Venho de uma família apaixonada por esportes e isso pesou na escolha do nos so empreendimento. Sempre tive o sonho de investir nessa área, e quando comecei a jogar futevô lei, influenciado por minha irmã Emanuelle Ribeiro, que joga no Rio de Janeiro, já me apaixonei pelo esporte, de primeira. Estuda mos muito o mercado e confiamos muito na nossa ideia. Vimos que o futevôlei e beachtennis são os esportes que mais crescem no país e pensamos: Por que não levar pra Resende Costa? E cá estamos”, declara Janjão.
A Arena Beach Garden conta com uma área construída de 900m quadrados, distribuídos em duas quadras de areia, banheiros fe minino e masculino, duas duchas externas, bar e lanchonete. No entanto, o espaço deve aumentar em breve, conforme detalha Jan jão. “Em breve, vamos inaugurar a nossa sauna para banhos e nos so espaço kids para a criançada! Inauguramos oficialmente apenas as quadras de areia. Ainda neste mês, começaremos nossas ati vidades oficiais do bar e lancho nete com nossos parceiros que ridos, Emerson Criolo e Cíntia, que acreditaram no nosso sonho e estão conosco nesse desafio. Acreditamos muito na parceria do bar e vamos trazer um pouco do
Mandacá Açaí para as pessoas se sentirem realmente na praia”.
JÁ QUE MINAS NÃO TEM MAR
Questionado se o ambiente vai ser uma oportunidade para os mineiros matarem a vontade e diminuírem a saudade da areia da praia, a resposta é positiva. “Como diz a música, ‘já que Minas não tem mar, eu vou pro bar...’ (risos). É justamente com essa ideia de não deixar o mineiro aguado que trazemos um pouquinho da praia para perto de vocês. O resende -costense sempre foi muito ligado e adepto ao esporte. Percebemos que principalmente o público fe minino é carente de modalidades esportivas que não fossem futebol e academia convencional. Pensan do nisso, estamos montando um local para toda família se reunir e se divertir todos os dias da sema na”, afirma o proprietário.
MODALIDADES
ESPORTIVAS
As quadras da Arena Beach Garden proporcionam a prática de diversas modalidades esportivas ao ar livre, como: beachtennis, futevôlei, vôlei de praia, peteca e funcional. Em todos eles, a vi tamina D vem acompanhada de vários outros benefícios à saúde e aliada com a diversão. “Todas as modalidades são muito democrá ticas, jogam homens e mulheres, crianças e adultos, todos juntos sem problema algum. O melhor é que você pode reunir amigos –poucos ou muitos – ou a família, que dá jogo. A maioria das mo dalidades é disputada em duplas, salvo o vôlei, que pode ter mais jogadores por time em quadra. Todo o material necessário para treino é emprestado pela arena, sejam bolas, raquetes ou equipa mentos para o funcional. O aluno não precisa levar nada, a não ser que queira usar seu próprio mate rial esportivo”, explica Janjão.
A resposta do público veio rápida e o movimento já é grande nas areias da Arena. “A resposta
está sendo super positiva. Tive mos procura de muitos alunos para matrícula no futevôlei, com aulas praticadas com o professor Ygor Guilherme na quadra 1. A quadra 2 fica destinada à locação de horários sem professor, para prática de diversos esportes. Mui tos horários já estão fechados com turma fixa”.
FUTUROS CAMPEONATOS
Além da prática de modali dades esportivas em grupos com amigos e famílias, o espaço tam bém deve sediar campeonatos. “Estamos organizando um torneio de vôlei de praia para novembro. Vamos trazer duplas de outras ci dades para jogarem com duplas de Resende Costa. Em breve rea lizaremos torneios de futevôlei e beachtennis também! Os amantes do esporte podem se preparar e montar suas duplas porque o ve rão vai ser quente”, planeja o pro prietário.
ARENA BEACH GARDEN
Situada à Travessa São João del-Rei, nº 5, esquina com Rua São João del-Rei, Bairro Pôr do Sol. O acesso é pelo “asfalto”, chegando pela Avenida Tiradentes (nova avenida) ou pelo Cruzeiro do Bairro Canela (Salão de Festas C&M).
Os interessados podem entrar em contato através do WhatsApp (32) 99922-693; ou pelo Insta gram @arena_beach_garden. O horário de funcionamento é de se gunda a sexta-feira, das 7h às 10h e das 17h às 22h. Aos sábados, do mingos e feriados das 7h às 22h.
“A arena Beach Garden é um espaço pensado para a família e os amigos se descontraírem. Nossas instalações estão em processo fi nal de concretização das obras, buscando sempre agregar valores aos nossos clientes e amigos. Ve nha conhecer nosso espaço e pra ticar um esporte diferente! Temos certeza de que a cidade vai amar”, convida Janjão.