Edição 230 - Jornal das Lajes

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Da esq. para direita, Adilson Resende, José Rosário, Aurélio Suenes, Camilo Lélis e Dr. Luiz. Ex-prefeitos de Resende Costa homenageados

cidade. Na tentativa de desafogar o trânsito na “Avenida dos Ar tesanatos”, desde o dia 30 maio começaram a vigorar algumas

danças estão encontrando resis tência de alguns moradores e lo jistas. Leia editorial na página 2. PÁG 12

A arquiteta resende-costen se Isabela Resende, forma da em 2018 na FUMEC, de Belo Horizonte, buscou alternativas “que fossem mais econômicas e mais amigáveis ao meio ambien te” para construir sua pró pria casa. Abrindo mão de materiais “convencionais”, Isabela optou pelo tijolo ecológico. O resultado do projeto? Beleza, economia e preservação do meio am biente.

No último dia 2 de junho, Re sende Costa completou 110 anos de emancipação política. A data solene marca o even to histórico que concedeu ao município sua autonomia polí tica e administrativa até então vinculada a Tiradentes (MG). As comemorações iniciaram na noite do dia 1º, quarta-feira, com o recital da pocket ópera “Bênção do Addio”, no Teatro Municipal. No dia 2 de junho, quinta-feira, feriado municipal, aconteceu a solenidade de en trega da Medalha de Honra ao Mérito “José de Resende Costa” aos agraciados deste ano. Os ex-prefeitos municipais Camilo Lélis de Resende Chaves, Luiz Antônio Pinto, José Rosário Sil va, Adilson Avelino de Resende e Aurélio Suenes de Resende re ceberam do Executivo Munici pal a Medalha de Prata “José de Resende Costa”. PÁG 10

Resende Costa comemora 110 anos de emancipação política

Jornal das Lajes ANO XIX • JUNHO 2022 • Nº230FUNDADO EM 2003 - RESENDE COSTA www.jornaldaslajes.com.br DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

AlmeidaCássioFoto: Ainda em fase de testes, mudanças no trânsito na Avenida Alfredo Penido dividem opiniões AmbienteeArquiteturaMeio

mudanças no trânsito local, es tendendo-se também por ruas do bairro Nossa Senhora Aparecida. Ainda em fase de testes, as mu

Quem transita pela Avenida Al fredo Penido, entrada de Resende Costa, especialmente nos finais de semana, costuma passar rai

va. Congestionamento de carros e falta de espaço para veículos maiores transformam em pesade lo a vida de quem chega e sai da

Nos finais de semana e feriados, quando o movimento de turistas é mais intenso em Resende Costa, os transtornos são ainda maiores na Ave nida dos Artesanatos. Estacionamento permitido nos dois sentidos da pista e via de mão dupla contribuem para a bagunça generalizada, que mistura congestionamento de veículos, falta de espaço para os ônibus de excursão e riscos iminentes para os pedestres, que não encontram acessibilidade, faixas de sinalização e calçadas estruturadas.

Diante de tantos problemas, uma voz uníssona em Resende Costa clama, há tempos, pela necessária revitalização da avenida que é a porta de entrada da cidade e onde se localizam as mais de 80 lojas de artesa nato.

DIREITO

Fontes: Revista do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) e Universidade de Coimbra.

nome conhecido é o do poeta e jornalista maranhense An tônio Gonçalves Dias, que ingres sou na Faculdade de Direito da UC em 1840. Durante o curso, escre veu “Canção do Exílio” – inspirada na saudade da pátria - e parte dos poemas “Primeiros Cantos” e “Se gundos Cantos”, entre outras obras literárias.

O papel deles ao pensar o Es tado brasileiro está presente até hoje, observa Ruth Gauer, “embora a Independência tenha se dado com a instalação do Império e não com República (como ocorreu nas colô nias espanholas), porque o modelo imperial marcou a visão política em Portugal”. Império, no sentido da “manutenção de um território com todas suas extensões intercontinen tais. O século XIX, no que chama mos do novo colonialismo, está mui to fundado em uma ideia de Império, tanto que quando esse começa a se dissolver é que inicia a grande crise na Europa”.

Uma dose de bom senso e diálogo Costa completou, no último dia 2 de junho, 110 anos de emancipação política, uma data importante que nos leva a refletir acerca dos próximos capítulos que vamos escrever dessa rica história de conquis tas. Os eventos de comemoração do aniversário da cidade são destaques na edição deste mês do Jornal das Lajes, que aborda também, em reporta gem especial, as mudanças no trânsito na avenida Alfredo Penido, a “Ave nida dos Artesanatos”. A proposta de alteração no trânsito da via urbana mais movimentada de Resende Costa está em fase de testes, mas já conta com a resistência de moradores e lojistas.

A dissertação de Ruth Gauercoordenadora do Programa de Pós -graduação em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)tem como base uma pesquisa que a possibilitou organizar uma estimati va dos brasileiros formados na UC. “Para se ter uma ideia, houve perí odos dentro da história de Coimbra em que havia mais brasileiros do que portugueses nos bancos universitá rios. Quando digo ‘brasileiros’, re firo-me àqueles nascidos no Brasil, porque antes da Independência ofi cialmente todos eram portugueses.”

tos brasileiros se formaram em mais de um curso. “Esse foi o grupo de in telectuais que ao voltar para o Brasil constituiu o que nós chamamos de elite letrada brasileira. Foram enge nheiros, arquitetos, que à época se formavam como matemáticos, mé dicos, juristas, todos em Coimbra, e foram eles os responsáveis pela montagem do Estado nacional.”

BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA

O levantamento foi realizado em seis meses, contou Ruth Gauer, “mas me fixei principalmente nos formados de 1772, período das refor mas implantadas por Pombal (Mar quês de Pombal, secretário de Estado durante o reinado de D. José I), até a Independência do Brasil. Descobri que a nossa intelectualidade, forma da após 1772, período pós-reforma, possuía uma formação moderna de qualidade comparável às demais universidades europeias da época, porém muito pouco havia sido escri to sobre essa intelectualidade”.

O momento pede sensatez e diálogo construtivo de ambas as par tes, poder público e cidadãos. Afinal, toda reforma gera transtornos e im pactos, sendo que atingir um consenso unânime é missão praticamente im possível. O que devemos fazer, no entanto, é refletir sobre qual modelo de cidade desejamos para a Resende Costa que completou 110 anos. Quere mos uma cidade mais aconchegante, bonita e acolhedora? Desejamos que a nossa cidade esteja preparada e organizada para impulsionar o setor do turismo que vem crescendo exponencialmente? Ou, ao invés disso, vamos optar apenas por maquiar problemas e postergar as possíveis soluções deles para um futuro incerto? (31) 2101-3544

Devido à resistência, a administração municipal optou pela revisão do projeto e reapresentá-lo, levando em consideração algumas sugestões apresentadas pelos moradores e lojistas, como a ampliação de pontos de carga e descarga e de estacionamentos. A nova versão do projeto está em fase deAindaelaboração.natentativa de resolver a caótica situação na Alfredo Peni do, ou pelo menos mitigá-la, a Prefeitura Municipal, desde o último dia 30 de maio, realizou mudanças no trânsito, alterando o sentido do fluxo de veículos, transformando a via em mão única para quem chega à cidade. Quem sai de Resende Costa precisa necessariamente passar pela ave nida Tiradentes, inaugurada recentemente. A “Nova Avenida”, como vem sendo chamada pelos resende-costenses, foi construída justamente para desafogar o trânsito na Alfredo Penido. No entanto, a alteração no trânsito, ainda em fase de testes, também não está agradando a alguns moradores, principalmente lojistas do ramo do artesanato. O argumento principal deles é que a mão única na via causará transtornos aos turistas, que precisam dar voltas para chegar às lojas situadas na parte central da avenida.

A presença de brasileiros foi marcante no período citado, avalia a professora. Ela encontrou documen tos onde era comum ler “anotações decerto peculiares: ‘Chegarão brasi leiros. Podem cobrar bastante propi na, porque são filhos de fazendeiros e de nobres ricos, etc.’ (Em Portugal, propinas significam taxas escolares, como matrículas, inscrições em cur sos, exames Segundoetc.).apesquisadora, mui

Resende

PÁG. 2 • JORNAL DAS LAJES ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022 ETNEIDEPXE Jornal das Lajes Ltda Os artigos assinados não refletem obrigatoriamente a opinião do jornal. Sócio administrador: Antônio da Silva Ribeiro Neto Editor-chefe: André Eustáquio Melo de Oliveira Editora assistente: Vanuza Resende Editor regional: José Venâncio de Resende Revisão: José Antônio Oliveira de Resende Diretor de administração: Eustáquio Peluzi Chaves Conselho Editorial: André Eustáquio Melo de Oliveira, Emanuelle Resende Ribeiro, José Venâncio de Resende, Rosalvo Gonçalves Pinto, João Evangelista Magalhães e José Antônio Oliveira de Resende. Redação: Rua Assis Resende, 95 Centro - Resende Costa, MG CEP TEL(32)3354-132336.340-000 Editoração e Site: Rafael Alves Tiragem: 2000 exemplares Circulação: Resende Costa e São João del-Rei

O aumento considerável no tráfego de veículos na Alfredo Penido vem preocupando a Prefeitura Municipal já há algum tempo. Como resolver a desordem no trânsito sem prejudicar o comércio no local, especialmente nas lojas de artesanato? Essa tem sido a principal causa da dor de cabeça daqueles que se propõem a tentar solucionar o imbróglio.

Recentemente, outro problema agravou a já caótica situação na avenida Alfredo Penido: a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) realizou obras de implantação da rede de esgoto no bairro Nossa Senhora da Penha e deixou o asfalto da via em péssimas condições. Quem transita de carro pela Alfredo Penido sofre com as ondulações na pista.

esta que se estendeu aos seus ami gos, inclusive Lemos.

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE

Influência de Coimbra na formação dos brasileiros

Brasil, foi montado pelos brasileiros egressos de Coimbra, por exemplo. Note-se que o curso foi de Direito e não de Cânones e Leis, como no mo delo das universidades europeias do início do XIX. Foi mais avançado do que o curso feito por eles em Coim bra; a partir da união do estudo dos cânones e das leis, deram origem ao curso de Direito. Se olharmos para o curso de São Paulo, do Largo de São Francisco, esse também foi fundado por essa intelectualidade formada em Coimbra. Há, portanto, toda uma tradição de Coimbra que estruturou a formação dos cursos superiores no Brasil.”Aprofessora trabalhou com um volume “considerável” de material pesquisado. Ela montou uma esta tística com todos os brasileiros for mados em Coimbra a partir de 1557, data do primeiro registro de um nas cido no Brasil matriculado no curso de Cânones. Chegou a 3008 nomes. “Para fazer esse levantamento, foi fundamental recorrer aos arquivos da Biblioteca Geral da Universida de, além de um documento (a revista denominada “Brasiliana”) no qual consta os nomes dos brasileiros que se formaram naquela universidade.”

ANDRADA E SILVA

Impressão:

Ela cita como exemplo o mun do do Direito. “O curso de Direito de Recife, o primeiro curso superior do

Desde a época colonial, brasi leiros procuram a UC para estudar. Foi em 1556 o registro do primeiro estudante brasileiro em Coimbra, com o nome de Manuel Paiva Cabral. No início, os cursos restringiam-se a direito civil e direito religioso, com foco na formação de administrado res para o Estado e a Igreja. Com a chegada do Marquês de Pombal ao poder em 1750, foi nomeado reitor da UC o bispo brasileiro Francisco

A partir da reforma da UC, uma geração importante de brasileiros passou pela universidade. Entre eles, destaca-se o patriarca da Indepen dência, o paulista José Bonifácio de Andrada e Silva, que não apenas estudou leis, matemática e filosofia natural (concluiu o curso em 1788), como também foi professor e res ponsável pela criação da cadeira de metalurgia da universidade (período de 1801 a Outro1819).nome foi o baiano Ale xandre Rodrigues Ferreira, que estu dou leis, filosofia natural e matemáti ca na UC, obtendo o título de doutor em 1779. Liderou uma extensa ex pedição à Amazônia, entre 1783 e 1792, e escreveu a obra “Viagem Filosófica à Amazônia”, na qual des creve a agricultura, a fauna, a flora e os habitantes locais. O naturalista le vou com ele ilustradores que fizeram muitas imagens das populações indí genas e das paisagens amazônicas.

Durante a invasão de Portugal, o exército de Napoleão levou para Paris parte do acervo, constituído de máscaras e artefatos indígenas e coleções da fauna e da flora amazô nicas. Segundo Joaquim Carvalho, recentemente foi descoberta nas de pendências da UC uma valiosa cole ção de peixes da Amazônia, da época da expedição liderada por Alexandre Ferreira.Outro

De volta ao questionamento: como realizar as obras de revitalização da Avenida dos Artesanatos sem impactar negativamente o comércio local? A administração municipal propôs uma intervenção na via através de um projeto arquitetônico inovador que a transforma em calçadão. O projeto, elogiado por muitos resende-costenses, não agradou, porém, a alguns mo radores e empresários, que se queixaram do impacto que a obra poderia causar no comércio no local.

Entre 1772 e 1808 (ano da vin da da família real para o Brasil), ha via mais de 770 brasileiros formados em Coimbra (Portugal), “o que dá uma média anual gigantesca, con siderando o período histórico”. É o que revela a professora Ruth Maria Chittó Gauer, autora da tese de dou toramento “A influência da Univer sidade de Coimbra na formação da nacionalidade brasileira”, apresenta da em 1995 à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC).

Pintura retratando José Bonifácio, o patriarca da Independência do Brasil

EDITORIAL Tel:

Lemos.Pombal e Lemos foram os res ponsáveis pela modernização da UC, que passou a se preocupar com a for mação de técnicos e cientistas, mas sem perder a perspectiva da gestão colonial, contou o vice-reitor da UC, Joaquim Ramos de Carvalho, ao Jor nal das Lajes (16/06/2018). O bispo Francisco Lemos foi reitor da UC por dois períodos (1770-79 e 17991821), totalizando cerca de 30 anos. O intervalo entre suas duas adminis trações coincide com o período em que Pombal perdeu o poder, queda

Instituto Reviva Mulher na elabora ção dessa lei.”

esquina com o Beco da Mina, em propriedade de Maria do Rosário Sousa e JoanaOutros.Augusta

Luiz Antônio Pinto – indica do pelo Executivo Municipal – Lei Municipal nº 4.940/2022

VIII. Aproximar a natureza e a vivência da criança, contribuindo com o seu bem-estar e conscienti zação sobre a preservação ambien tal.

A existência de um cemi tério tão antigo no local remete à saudade, que é o sentimento mais nostálgico de todos. O que ficou para trás leva o significa do de gratidão pela vida que se celebra hoje. Ao se procurar no dicionário o significado de “sau dade”, constata-se: sentimento de nostalgia causado pela au sência de algo ou de alguém, de um lugar ou pela vontade de re viver experiências, situações ou momentos já passados. Isto é, se sentimos saudades de algo ou de alguém, é porque o objeto da saudade nos trouxe felicidade, foi algo ou alguém que amamos.

Paulo Ricardo de Resende

CÂMARA DE RESENDE COSTA INFORMA SEMANA DO BRINCAR

- Aurélio Suenes de Resende –indicado pelo Executivo Munici pal – Lei Municipal nº 4.940/2022

III. O resgate de brincadei ras tradicionais como forma de preservação e recriação do patri mônio lúdico da sociedade.

A saudade é a insistência da memória em manter vivo, presente e perto de nós o que já não temos. A saudade faz o ponto final virar uma vírgula na vida. É sempre uma memória de amor que não Aprovadomorre.portodos os ve

ano de 2022, foram indi cados os seguintes nomes para a medalha:

promovam mais informação e mais acesso à justiça para as vítimas da violência doméstica. É importante ressaltar que contamos com a orien tação do grupo de pró-fundação do

4.940/2022-

tadas para proporcionar qualidade de vida para as crianças”. Ainda segundo Cláudio, “brinquedos de baixo custo poderiam ser inseridos em espaços públicos como forma de valorizar as atividades de brin car”.

Cláudio, com a fina lidade de colaborar ainda mais com o projeto, apresentou emenda que garante a promoção de uma “Ca minhada pela Vida”, de um ponto da cidade a outro, com o objetivo de conscientizar sobre a campanha.

Rosália Maria Teixeira –indicada pelos vereadores Coló e Cláudio – Lei Municipal nº 4.938/2022-

O Projeto de Lei nº 63/2022 foi apresentado pelos vereadores Fer nando Chaves e Paulinho Altivo com o objetivo de criar, em caráter permanente, a campanha institucio nal de conscientização e combate à violência doméstica contra a mu lher. A conscientização visa atingir todos os setores do Poder Público Municipal de Resende Costa, atra vés de publicações em veículos de comunicação e plataformas digitais no âmbito do município.

De autoria do vereador Clei ton, o Projeto de Lei nº 62/2022 tem como objetivo dar nome de RUA JOANA AUGUSTA DIAS à atual Rua 01, Bairro Canela, lotea mento de Roberto Dias, que inicia na esquina com a Rua São João del -Rei, em propriedade de Helvécio do Carmo Resende, e termina na

II. O reconhecimento da ludicidade como componente da cultura e da infância.

RUA JOANA AUGUSTA

INFORME PUBLICITÁRIO

Senhora do Rosário sempre con servou o sentimento de gratidão para com a senhora Joana Dias por sua generosidade.Comoobjetivo de preservar a memória de Joana Augusta Dias, o projeto foi aprovado por todos os vereadores e resultou na Lei Muni cipal nº 4.919/2022.

O projeto foi aprovado por todos os vereadores e resultou na Lei Mu nicipal nº 4.25/2022.

Na reunião ordinária do dia 12 de maio, estiveram presentes algu mas mulheres no Plenário. Por meio da Tribuna Livre, a munícipe Rosely Antunes Pires, participante da ONG de apoio às mulheres, se pronunciou acerca do tema, comentando ques tões relevantes que o projeto aborda, ressaltando que as mulheres preci sam conhecer seus direitos. “Ficam presas, cortando pedaços diários de seus valores. Esse projeto vai servir como orientação às mulheres que tanto sofrem. Que possamos evitar mais mortes.” Itane Trindade de F. Batista também fez uso da palavra e disse que “o feminicídio existe e está por todos os lados. Precisa ser mais debatido e orientado. Mulheres negras estão sendo mortas. As mu lheres precisam se erguer. Não pode mos nos calar.”

Silvanda Maria de Resende – indicada pelos vereadores João

- José Maurício da Silva – in dicado pelos vereadores Guerra e Zé do Dico – Lei Municipal nº 4.935/2022-

O projeto foi aprovado por to dos os vereadores e resultou na Lei Municipal nº 4.918/2022.

readores, o projeto resultou na Lei Municipal nº 4.928/2022.

“José de Resende Costa” foi criada pela Lei Municipal nº 3.245/2009. É concedida a dez personalidades indicadas pelo Executivo e Legis lativo.Neste

ajudar de forma rotineira o hospi tal e, posteriormente, a nova Santa Casa, dirigida pelas irmãs Filhas de São Camilo, com doações de roupas, leite e diversos outros ali mentos. Joana organizava também leilões para arrecadação de fundos que eram doados para a instituição.

Dias nasceu em 24 de junho de 1906 no Bair ro Riguinho, em Resende Costa. Casou-se com Waldemar Cândido Sousa e juntos tiveram 5 filhos. Ela possuía, como hábito comunitário,

Dias e Lucas – Lei Municipal nº 4.939/2022-Camilo Lélis de Resende Chaves – indicado pelo Executi vo Municipal – Lei Municipal nº

RUA SAUDADEDA

MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO “JOSÉ DE RESENDE COSTA”

Para o vereador Fernando Cha ves, um dos autores do projeto, “nossa sociedade vem avançando com a criação de mecanismos de proteção aos direitos da mulher, mas ainda há um caminho longo a ser percorrido. Em Resende Costa, temos iniciativas recentes muito in teressantes, como a possível criação de uma associação de prevenção e amparo contra a violência domés tica (Instituto Reviva Mulher), que vem sendo discutida por mulheres com o apoio do poder judiciário. Essa legislação municipal que es tamos aprovando se insere nesse contexto de formação de uma rede municipal de amparo aos direitos da mulher e de combate à violência

De acordo com o projeto, a pu blicação e a veiculação de material contendo os tipos de violência e abusos contra a mulher serão reali zadas por meio de campanhas ins titucionais produzidas para essa fi nalidade. O Poder Executivo poderá firmar convênios com instituições públicas e privadas para participar da campanha, inclusive com forne cimento de materiais impressos ou a partir de plataforma digital com acesso via internet, contando com a participação de profissionais capaci tados nesta temática.

– indicado pelos vereadores Clei ton e Paulinho – Lei Municipal nº 4.937/2022-

VI. O estímulo e o apoio ao reconhecimento do brincar ao lon go daVII.vida.O combate ao sedenta rismo, à obesidade e a outras do enças relacionadas, ao fomentar o hábito do exercício físico.

A direção do Hospital Nossa

Deverão ser realizados encon tros, debates e palestras com pro fissionais e a sociedade civil em geral a fim de se elucidarem ações que visam conscientizar a popula ção quanto ao enfrentamento da violência e outras formas de abuso.

- Adilson Avelino de Resende – indicado pelo Executivo Munici pal – Lei Municipal nº 4.940/2022

A Medalha de Honra ao Mérito

IV. O encontro intercultu ral e intergeracional em torno das

I. A valorização do brincar na vida da criança.

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 3ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022

O vereador Guerra apresen tou o Projeto de Lei nº 61/2022, que “Dispõe sobre a política de estímulo ao brincar na infância, institui a Semana Municipal do Brincar em Resende Costa e dá outras providências”, sendo que a citada semana será comemorada, anualmente, na última semana do mês de maio.

doméstica.” Ele destacou a impor tância da lei enquanto mecanismo de conscientização: “A lei é impor tante porque prevê a realização de campanhas e ações educativas que

Durante a caminhada, serão entre gues panfletos e/ou outros mate riais, no mês de agosto, coincidindo com a Campanha Agosto Lilás –mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.

Irmã Maria Auxiliadora de Resende – indicada pelo verea dor Fernando – Lei Municipal nº 4.936/2022-

Deverá ser também disponibilizada divulgação de canais oficiais para denúncia.Overeador

Durante a reunião ordinária do dia 02/05, esteve presente no Plenário da Câmara Municipal o munícipe Cláudio Ruas, que fez uso da Tribuna Livre para se pro

brincadeiras, nos termos da Lei nº 10.639/03.V.O cumprimento do art. 31 da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, re forçando que o brincar é um direi to de toda a criança.

O Projeto de Lei nº 74/2022, de autoria do vereador Zé do Dico, denomina RUA DA SAUDADE a rua situada no Po voado do Ribeirão Santo Antô nio, que inicia na esquina com a estrada que dá acesso ao Povo ado do Curralinho dos Paulas, em propriedade da Sociedade de São Vicente de Paula, e ter mina em frente ao cemitério. A data de construção do cemitério existente na referida rua é de 06 de julho de 1918 e o terreno é fruto de doação dos senhores Francisco Justino de Assis e Ilí dia Cândida de Jesus.

nunciar acerca do projeto. Pai de uma criança de 7 anos, Cláudio mudou-se de Belo Horizonte para Resende Costa, buscando mais proximidade com suas origens. Para ele, as crianças merecem mais espaço para se desenvolverem e “muitas ações podem ser melhor estruturadas”, citando que “muitas atividades precisam ser implemen

A Semana Municipal do Brin car tem por objetivos:

CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

- José Rosário Silva – indica do pelo Executivo Municipal – Lei Municipal nº 4.940/2022

promove também a saúde mental e física dos idosos, melhorando a autoestima e a alegria de viver.

Com este passeio, a Prefei tura firma o compromisso de con tinuar investindo nas mais diversas áreas, dando atenção especial aos jovens, em busca de uma socieda de cada vez mais justa e igualitária. A Prefeitura agradece também a confiança e o apoio dos pais dos alunos.

Com muita música, cultura e tradição, Resende Costa comemo rou seus 110 anos de emancipação política. A programação, organizada pela Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura (SETAC), teve início na quarta-feira (01/06) e se encerrou no domingo (05/06) e contou com diversas atividades, como apresentações musicais e entrega das meda lhas José de Resende Costa.

Com a participação de 128 ciclistas, foi realizada, no dia 15 de maio, a 4ª edição do Trilhão Ciclísti co das Lajes. Organizado pela equi pe Lagartixas Bikers com o apoio da Prefeitura Municipal (através da Divisão de Esportes), o evento contou com a presença de ciclistas das cidades de Resende Costa, La goa Dourada, São João del-Rei, São Paulo (SP), Mogi Das Cruzes (SP), São Tiago, Coronel Xavier Chaves e Santa Cruz de Minas.

sendo feitos com bloquetes, uma alternativa que facilita a manuten ção e favorece o meio ambiente. Além disso, o calçamento vai ofere cer mais qualidade de vida e segu rança aos moradores da região.

PÁG. 4 • JORNAL DAS LAJES ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022 Prefeitura promove passeio em Belo Horizonte para alunos do Projeto Craque de Ouro - Do esporte para a vida Com apoio da Prefeitura, grupo Argiras visitou parque aquático em Oliveira/MG 4ª Edição do Trilhão Ciclístico das Lajes Resende Costa celebra 110 anos de emancipação política O calçamento de ruas em Resende Costa não para! GOVERNO MUNICIPAL INFORMA INFORME PUBLICITÁRIO

Recentemente, foram finalizadas as obras de calçamento de mais 3

Pinto de Resende (Bela Vista).Com recursos próprios da Prefeitura, os calçamentos estão

Partindo do Parque de Ex posições Prefeito Gilberto Pinto, o trajeto do Trilhão passou por diversas localidades rurais, como Ramos, segredinho e Val, propor cionando aos ciclistas conhecerem diversos pontos interessantes de nosso município. Além de promo ver o esporte e a integração entre

No dia 4 de junho, a Prefei tura proporcionou um dia de muito lazer e diversão para os alunos do projeto craque de Ouro. Aproxi madamente 100 alunos do projeto tiveram a oportunidade de visitar, sem custos, o Jardim Zoológico de Belo Horizonte e assistir, das arqui bancadas do estádio Independên cia, o jogo entre América Mineiro e Cuiabá. O passeio foi organizado pela Secretaria de Assistência So cial e pelo Expedicionários e con tou com o apoio do América Fute bol Clube.Desenvolvido pela Divisão de Esportes em parceria com a Se cretaria de Assistência Social, Ex pedicionários e AMAT (Associação de Moradores e Amigos do Bairro Tejuco), o projeto Craque de Ouro

- do esporte para a vida - beneficia aproximadamente 200 alunos e alunas de 7 a 17 anos de idade.

Através de diversas ativida des recreativas, o grupo Argiras promove o bem estar de pessoas que estão na melhor idade. Entre estas atividades estão os passeios, que são importantes para fortale

No dia 19 de maio, o grupo Argiras (Associação Renascer Gi rassol de Resende Costa) visitou a cidade de Oliveira/MG para um passeio no parque aquático da ci dade. Para a realização da excur são, o grupo contou com o apoio da Prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social.

equipes de diversas cidades, O 4º Trilhão também cumpriu uma im portante função social, já que par te da inscrição foi revertida para a Apae de Resende Costa.

A Prefeitura Municipal apoia diversas modalidades esportivas e parabeniza a organização do even to por incentivar o esporte e pro mover a solidariedade.

ruas: rua 24 (Nossa Senhora Apa recida), Maçaranduba (Tejuco) e Domiciliano

Através da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, a admi nistração municipal segue investin do em melhorias na infraestrutura.

O objetivo do projeto é pro mover a cidadania, incentivar o es porte e a interação entre crianças e adolescentes de todos os cantos de nosso município. Além disso, a prá tica esportiva afasta os jovens das drogas e traz benefícios à saúde.

cer os vínculos sociais dos idosos, pois promovem a formação de no vos laços de amizade. A interação

Vilela

Vilela pensa em adaptar o aparelho de hidrogênio para a moto que ele utiliza diariamen te para entregar gás de cozinha. “Mas para isso preciso arrumar um eletricista com conhecimen to para aumentar a amperagem do gerador.”

Um dia, Vilela andava em São João del-Rei quando parou em frente a um depósito de gás. “Conversei com o dono e ele sugeriu que eu montasse um de pósito em Resende Costa; e se dispôs a me orientar.” Anima do com a nova perspectiva, ele viu um lote na Várzea ao lado

PORTUGAL

HIDROGÊNIO

No final de 2014, ao con cluir o trabalho que fazia na Bélgica, Vilela passou por sua casa em Lisboa e providenciou a mudança de volta para o Bra sil. Ele despachou na bagagem ferramentas e alguns utensílios domésticos.

Pai de cinco filhos do pri meiro casamento, em 1998 Vi lela casou-se com Mécia Apa recida de Jesus Vilela, mais conhecida por Dirce. Dois anos

A esposa Dirce instalou-se na casa dos pais, Osvaldo e Ilda, em Resende Costa – ela é irmã de Antônio Olímpio, o conhe cido Chá Preto. Enquanto isso, Vilela circulava à procura de emprego por Belo Horizonte, Mogi Guaçu e outras cidades. Mas acabou mesmo por se fixar em Resende Costa onde surgiu um pequeno serviço de pedrei ro.

Há mais de dois anos, Vi lela instalou um aquecedor so lar na sua casa no bairro Nova Resende - um sobrado de três quartos, duas salas e cozinha no piso inferior e ampla sala, um quarto com banheiro e lavande ria no andar superior. O kit tem boiler (reservatório térmico) com capacidade para 200 litros e duas placas coletoras de ener gia solar.Destinado ao chuveiro e à cozinha, Vilela considera o aquecedor mais que suficiente para o casal. E ainda atende três a quatro sobrinhos que apare cem alguns fins-de-semana em sua

da loja de roupas e retalhos de Dauri Gonçalves. “Procurei o dono deste terreno baldio e alu guei dele. Só precisei fazer os muros de arrimo e um escritó rio.”Já se completaram seis anos que Vilela entrega gás em Re sende Costa. “No começo, eu vendia mais ou menos 50 bujões por semana; hoje, vendo cerca de 30 bujões. As vendas caíram na pandemia, ajudado agora pela guerra na Ucrânia.”

Vilela ainda estava em Lis boa quando seu irmão Benedito descobriu via internet um apa relho que, ao ser instalado no carro, produzia gás hidrogênio, vindo a servir de complemento à gasolina. A pedido do irmão, ele foi até à Almada, do outro lado do rio Tejo, e comprou o apa relho para ser instalado numa Rural Willys de propriedade de Benedito, em Mogi Guaçu.

“Para aumentar a ampera gem, eu teria de alterar o sistema do gerador do carro”, explicou Vilela. Mas havia outro proble ma: “Carro que usa o aparelho de hidrogênio não pode ficar parado em garagem, tem de es tar sempre em movimento, para não enferrujar as placas de aço inoxidável”. Este aparelho tem várias placas de aço inox, dis postas paralelamente, para rece ber energia. “Entre essas placas circula água com bicarbonato

Homem de várias profis sões, José Raimundo Vilela é di nâmico e está sempre irrequieto. Este mineiro de 65 anos, natu ral de Santa Rita do Sapucaí, é conhecido em Resende Costa como o Vilela do Gás. Filho de José Luiz e de Tereza Maria, ele era ainda criança quando a família se mudou para a cidade paulista de Mogi Guaçu e, aos 27 anos, ele decidiu tocar a pró pria vida, desta vez em Osasco na Grande São Paulo.

casa.Com a instalação do aque cedor solar, a conta de energia elétrica caiu para pouco mais da metade do valor. Antes, Vilela pagava em torno de R$ 70,00, valor este que diminuiu para cerca de R$ 40,00. Atualmente, a conta mensal está em torno de R$ 45,00, bem abaixo do valor normal.

um contrato e ou tro, atuou em outras atividades como serralheiro de ar condi cionado na expansão do aero porto de Lisboa. A esta altura, já morava na capital portuguesa, o que lhe abriu as portas para o mundo. Foi trabalhar como azulejista em países como Es panha, Principado de Andorra, Bélgica e Gibraltar (território ultramarino britânico no extre mo sul da Península Ibérica). Também atuou no Arquipélago dos Açores (ilhas Terceira, Pico e Corvo).

ou soda cáustica que, em mis tura com a eletricidade, produz o hidrogênio. Este gás na câma ra de explosão do motor ou na queima do combustível torna o rendimento do motor mais po tente e mais econômico.”.

conseguir um aparelho mais po tente, já que o do meu irmão era fraco”, conta Vilela. “Depois de muita procura, consegui encon trar um aparelho que produzia dois litros de hidrogênio por mi nuto. Cheguei a instalar o apare lho no carro e viajei a São Paulo com ele. Deu uma boa econo mia, mas a amperagem (inten sidade de corrente elétrica) não era suficiente.” Nas duas idas a São Paulo com um carro Motor 1000, o aparelho de hidrogênio permitiu fazer 15,04 e 15,07km por litro, em relação aos 14 km/ litro nas viagens normais.

Antes, aos 14 anos, Vilela resolveu ingressar numa alfaia taria com a intenção de apren der a primeira profissão. “Fiquei lá um ano e meio até aprender alguma coisa.” Depois de fazer algumas calças, desistiu ao con cluir o primeiro paletó. “Não gostei da profissão de alfaiate e abandonei tudo.”

Nos anos 1980, Vilela fez um curso de cabeleireiro no Senac de Campinas. De posse do certificado, ele foi trabalhar num salão de beleza (corte e penteado masculino e feminino) em Osasco. Depois de três anos, mudou-se para Belo Horizonte onde acrescentou novas profis sões ao seu currículo, e em con sequência aumentou a jornada de trabalho.EmBH, Vilela aprendeu sozinho a profissão de mecânico de indústria e serralheiro. As sim, em paralelo ao salão de be leza, onde inclusive preparava noivas para o casamento, pas sou a cumprir o terceiro turno (22h às 6h) na empresa Cia. In dustrial de Belo Horizonte. Nes se ritmo, ele viveu dos 30 aos 41 ou 42 anos na capital mineira onde ainda trabalhou como sol dador, montador de máquinas e motorista.

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depois, em 2000, embarcou com a família para Portugal. Nem bem chegou a Lisboa, transfe riu-se para a cidade litorânea de Quarteira, a pouco mais de 20km de Faro, no Algarve. Curiosamente, não foi atuar em nenhuma das profissões que aprendeu no Brasil. Por indica ção de um conhecido brasileiro, tornou-se servente de pedreiro e, em seis meses, foi promovi do a oficial, assentando piso de azulejo mediante contrato de trabalho.Entre

Gás

Vilela do Gás - dinamismo e criatividade em todas as atividades de trabalho às quais se dedica

pessoalArquivoFoto: Edital JH Incorporações e Urbanização LTDA - CNPJ 02.531.054/0001-09, por determinação da Superintendência Regional de Meio Ambiente Sul de Minas (SUPRAM SUL), torna público que solicitou, por meio da solicitação nº 2022.02.01.003.0003790, Licença Ambiental Concomitante – LAC1 (LP+LI+LO), para a atividade de lavra a céu aberto com ou sem tratamento – rochas ornamentais e de revestimento (A-02-06-2) no imóvel denominado Carandaí, S/N, bairro Zona Rural – Coronel Xavier Chaves – MG. Licença ambiental Perfil

Vilela não descuida do lado espiritual. Em 2000, ingressou na Congregação Cristã em Por tugal. Um ano depois, já exer cia como voluntário a função de porteiro da igreja que frequen tava; função esta que continua ocupando na igreja da Congre gação em Resende Costa onde também ajuda na evangelização dos presos no sistema prisional. Já Dirce, que aderiu à Congre gação em 2003, faz parte das irmãs da obra da piedade.

IGREJA

AQUECEDOR SOLAR

As do polivalente do

várias facetas

EM RESENDE COSTA

“Comecei a pesquisar mais sobre o hidrogênio e descobri um chileno que explicava como

Os psicólogos, quando ins tados por alguém na busca de esclarecimento de algum compor tamento estranho, servem-se seja de variados recursos tecnológicos, seja da própria sensibilidade apli cada na escuta da pessoa em ques tão. Ao final de procedimentos mais ou menos longos e elabora dos, concluem, quase sempre, com palavras assim: “parece tratar-se disso ou daquilo”; “tudo indica que estamos diante de um quadro assim, assim...” Isto é, definir uma pessoa é tarefa complexa, mesmo para especialistas, com êxito nem semprePoralcançável.que,então, pessoas se põem a definir terceiros com tan

As pessoas costumam definir seus interlocutores, geralmente, em discussões variadas. O que ocorre é: escapa aos definidores a clareza sobre o que se discute; fal tam-lhes argumentos para a defesa de suas posições. Então, abreviam as conversas dizendo: “Você é isso, você é

pequeno, como Resende Costa, são uma concessão de um deputado ou de fato atendem a uma prioridade municipal?Sãoquestões que fazem toda a diferença. Se não houver uma es tratégia local, o município torna-se um balcão de negócios no qual leva vantagem quem oferece mais. Quero alertar que isso não é um discurso vazio nem demagógico. É a simples constatação dos vícios do modelo vi gente, no qual o deputado precisa ca çar votos no estado inteiro por uma questão de sobrevivência política.

De início, gostaria de dizer que tenho fortes restrições a emendas parlamentares, da forma como são obtidas em Brasília e como são con cedidas aos municípios. Para o jor nalista e pesquisador em comunica ção política Fernando Chaves, “num sistema político ideal” nem deve riam existir emendas parlamentares.

Cerca de R$ 3,233 milhões em emendas parlamentares foram desti nados a Resende Costa (valores efe tivamente pagos), no período 20192021, num levantamento preliminar, portanto imperfeito, que consegui graças ao apoio de lideranças polí ticas e vereadores, como Amadeu Coelho, Cleiton Santos, Fernando Guerra, Fernando Chaves e Paulinho Altivo Moura. São recursos basica mente destinados a investimentos (há alguma verba para custeio) em áreas de infraestrutura (veículos, máquinas e equipamentos etc.), saú de (especialmente o Hospital Nossa Senhora do Rosário e o Lar São Ca milo), educação e agropecuária. Por restrições da lei eleitoral, não devo citar os deputados e respectivos valores de emendas parlamentares. Não sei se o montante é pouco ou muito, se comparado com o de ou tros municípios do mesmo porte.

Por isso, precisamos ficar aten tos a alguns detalhes. O chamado sistema de freios e contrapesos exis te justamente para impedir que um poder se sobreponha ao outro. Cada poder tem as suas funções e deve se ater a elas. A separação das funções é justamente para evitar a concentra ção de poder nas mãos de uma única pessoa ou de grupos de interesse –pelo menos, deveria ser. O segredo está na autonomia que cada poder tem para exercer a sua função e na harmonia entre os três poderes para evitar que haja abuso por parte de um deles.Quanto à escolha do deputado em si, devemos valorizar essa de cisão como se fosse a última tanto quanto (ou mais) valorizamos a es colha do presidente ou do governa dor. Procuremos saber o que pensam os candidatos da nossa região. Qual é a visão que eles têm sobre temas essenciais para o nosso presente e o nosso futuro, como boas políticas públicas nas áreas de saúde, educa ção, empregabilidade (formação e reciclagem de mão de obra) e sus tentabilidade (por exemplo, incenti vo à adoção de energias alternativas, como a solar), investimentos em infraestrutura e em inovação tecno lógica

Na edição passada, falei de meu espanto com o descompasso ocasionado por tantas pessoas que têm a mania de definir terceiros di zendo: você é isso, você é aquilo. Instado, volto à matéria.

ta facilidade? No artigo anterior, relatei as expressões com as quais a sabedoria popular qualifica tais indivíduos. Hoje acrescento meu entendimento da matéria, sempre “de um ponto de vista”.

FREIOS E CONTRAPESOS

Mais ainda: as tais pessoas definidoras de terceiros não con seguem, não gostam de se expor, de falar de si mesmas. E, então, falam dos interlocutores. É-lhes muito difícil dizer: “penso assim”, “gosto disso”, “acompanho aqui lo”, “torço por tal êxito”. Nessa maneira de se expressar, as pesso as se expõem, porque quem diz de que gosta, quem diz como empre ga a própria vida, está dizendo que pessoa ela é. Ora, para se expor é preciso ter de si mesmo uma boa imagem, é preciso não ter vergo nha de dizer o que pensa, o que sente, como vive. O definidor de terceiros, normalmente, não tem boa autoestima. Não se expõe.

Entre os variados significados de “definir”, encontram-se: estabe lecer limites, delimitar, decretar.

*Professor aposentado da UFSJ, membro da Academia de Letras de São João del-Rei.

o seu deputado. É verdade que nosso modelo político é perverso na medi da em que não fideliza – e não com promete – o parlamentar eleito com o seu eleitor. Mas é o que temos.

Mas, infelizmente, as emendas parlamentares fazem parte da nossa realidade política, temos de conviver com elas. De qualquer forma, acre dito que possamos, nos próximos anos, aperfeiçoar o sistema de acom panhamento das emendas parlamen tares destinadas ao nosso município, por motivos que vou expor adiante. Na ausência de um sistema distrital de eleição do nosso representante na Câmara dos Deputados – e por extensão na Assembleia Legislativa -, temos de aperfeiçoar na prática a nossa relação com o deputado que nos representa, sobretudo em Bra sília, onde são tomadas as decisões mais relevantes, quer do ponto de vista do interesse do eleitor, quer das demandas do poder público munici pal. É nesse contexto que devem ser consideradas as emendas parlamen tares.Uma

“O orçamento seria todo aprovado a partir do Poder Executivo, passan do pelo aval do parlamento e com mecanismos eficientes de participa ção popular.” Seria um orçamento público “definido de forma mais técnica, transparente e menos políti ca”. Dessa forma, os parlamentares ficariam mais restritos à sua função

primeira pergunta que se coloca é: quem decide o que é prioridade em termos de emenda parlamentar? É o próprio deputado ou as lideranças políticas locais em sintonia com as aspirações dos mu nícipes? Emendas parlamentares di recionadas a um município de porte

Ora, se o que se quer “definir” é algo demonstrável, tudo bem. Pode-se perfeitamente definir a distância entre dois pontos, a al tura de uma árvore, o tempo a se empregar no percurso de uma es trada. Outras definições apresen tam-se mais difíceis. E complexa, entre todas, aquela de definir uma pessoa.

Além do mais: “Só Deus co nhece os corações” (1Rs 8,39).

Por que escolher bem o seu deputado federal?

Poretc.um candidato a deputado que esteja, ao mesmo tempo, próxi mo de nossa realidade municipal e que tenha ideias clara ssobre os ru mos do país que este ano completa 200 anos de independência!

Mas nem só de emendas parla mentares vivem (ou devem viver) os deputados. Precisamos ter claro que, gostemos ou não, nenhum presiden te governa o país sem (ou contra) o Congresso Nacional, em especial a Câmara dos Deputados – o centro de decisões está no Congresso e os políticos sabem muito bem disso. E quanto pior for o nível e a qualida de dos parlamentares eleitos, mais barganhas o Executivo terá de fa zer para aprovar os seus projetos. E mais: isso serve de munição para po pulistas de plantão (e seus seguido res fanáticos) defenderem medidas extremas, como o fechamento do Congresso, como se fosse a solução mágica para tudo.

De nada vale escolhermos mal o nosso representante parlamentar e depois passarmos os anos seguintes a reclamar deles ou a enxovalhar a chamada classe política, como se todos fossem farinha do mesmo saco. Vivemos uma época em que o sistema de três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) é contesta do por um segmento da população de viés autoritário, o que exige dos eleitores maior atenção ao escolher

*Jornalista

É como um grande varejo no qual a gestão municipal não exerce controle – no sentido positivo da pa lavra – sobre a destinação das emen das recebidas. Acredito que o orça mento municipal, aprovado a cada ano pela Câmara, deveria explicitar uma estimativa de investimentos alargada, que inclua uma previsão de transferências federais ou esta duais (aquelas que não são constitu cionais) com base num histórico, por exemplo, dos últimos cinco ou dez anos, independentemente do partido

Insisto que o município deve ter uma estratégia de médio e longo prazos na qual as lideranças políticas locais devam definir as prioridades a serem perseguidas e o que desejam dos representantes políticos de sua comunidade nas esferas federal e es tadual. É nesse contexto que entram as emendas parlamentares. Na au sência dessa estratégia, o município, seja Resende Costa ou outro qual quer, torna-se uma terra de ninguém, onde qualquer deputado pode chegar e oferecer uma emenda parlamentar para uma escola, um hospital, uma associação, uma creche, um lar de idosos etc.

patrocinador ou da finalidade a ser contemplada.Emoutras palavras, o montante estimado das emendas parlamen tares deveria constar do orçamento aprovado – e, no encerramento do ano fiscal, ser confrontado com o efetivamente realizado. O que não seria demérito algum para o deputa do ou para o partido que apresentou a emenda parlamentar; muito pelo contrário, ganharia mais visibilida de.

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JOÃO BOSCO DE CASTRO TEIXEIRA*

Encerra-se,aquilo.”assim, uma dis cussão porque a pessoa definida dirá: “Se você acha que sou isso ou aquilo, por que falar comigo?”

legislativa e o chamado “toma lá dá cá” seria muito menor. Ele aponta, ainda, outro benefício: a diminuição dos chamados “currais eleitorais”, mantidos por parlamentares a partir do envio de emendas, muitas vezes negociadas de forma escusa. Por fim, um suposto fim das emendas parlamentares levaria ao amadureci mento dos critérios de voto da popu lação, “retirando o critério ´envio de verbas´ do primeiro plano e dando mais importância aos critérios efe tivamente ideológicos na hora de se definir o voto”.

De um ponto de vista Definidores de terceiros

Há ainda um aspecto. Definir uma pessoa é enquadrá-la, é “deli mitá-la, é decretar” quem ela é; é dizer que ela é incapaz de consi derar alternativas, que não admite visões diferenciadas das questões, que vive enclausurada em si mes ma, que é incapaz. A pessoa que define, por sua vez, se julga supe rior a ponto de dizer o que é certo e o que não é, o que convém ou não convém e tudo mais.

Apresentações musicais, solenidades cívicas e culturais marcaram as comemorações do aniversário de 110 anos de emancipação política de Resende Costa no dia 2 de junho de 2022. Neste ano, os eventos comemorativos se estenderam entre os dias 1º e 5 de junho.

CAPITAL MINEIRA DO ARTESANATO TÊXTIL

Veja mais fotos em www.jor naldaslajes.com.br anos de emancipação de Resende Costa

Recentemente, Resende Costa foi agraciada pelo governo do estado, que sancionou a lei estadual 23.770/2021, de autoria do deputado estadual Cristiano Silveira, concedendo a Resende Costa o título oficial de “Capital Mineira do Artesanato Têxtil”. Com o título e a indicação de procedência do seu artesanato, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o município tende a se fortalecer ainda mais como referência regional para o turismo e o comércio. Veja mais fotos em www.jornaldaslajes.com.br

Quinteto de cordas da Orquestra Mater Mater Dei abrilhantou a solenidade de entrega da Medalha José de Resende Costa

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Tradicional desfile de carros de boi no povoado do Cajuru

Considera-se que o povoamento que deu início ao antigo Arraial da Lage, atual Resende Costa, teve início em 1749 com a construção de uma capela - onde atualmente se encontra a igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França - tendo em volta algumas casas, pertencentes às primeiras famílias do arraial, como a dos inconfidentes José de Resende Costa pai e filho e a casa do Padre Toledo. Em 2 de junho de 1912, sob a liderança do influente fazendeiro e político local, Coronel Francisco Mendes de Resende, o então distrito da Lage se emancipou do município de Tiradentes, conquis tando autonomia política e administrativa.

Já adentrando a madrugada de domingo (22), o Dj Celso agitou o público, que enfrentou o frio e não perdeu nenhum detalhe da tradicio nal festa do Cajuru. Detalhe: houve gente animada que ignorou o frio intenso e acampou no campo de futebol do povoado. A organização do evento autorizou a utilização do campo para a instalação das barracas de acampamento.Nodomingo

Comitiva os Pingaiada na Festa do Carro de Boi do Cajuru

ACONTECEU Por Luana Chaves ChavesLuanaFoto: AlmeidaCássioFotos: LourdesAlexssanderFoto:

Festa do Carro de Boi no povoado do Cajuru

Participantes do concurso de marcha

Foi realizada nos dias 20, 21 e 22 de maio a 34ª Festa do Carro de Boi no povoado do Cajuru, zona ru ral de Resende Costa, após dois anos sem acontecer devido à pandemia de Covid-19. O evento contou com o apoio da Prefeitura Municipal atra vés da Secretaria de Agropecuária e MeioNaAmbiente.sexta-feira (20), o público prestigiou o show da dupla Sirley & Tiãozinho. Durante a tarde do sábado (21), aconteceu o tradicio nal desfile de carros de boi e, logo após, show acústico com Fábio Belo & Samuel. À noite, com a presença de autoridades municipais e de gran de público, o evento contou com as apresentações musicais de Carol

Recital da pocket ópera Bênção do Addio, de Matheus Pereira, abriu as comemorações do aniversário de 110 anos de Resende Costa

Brasil e da dupla Edmar & Josimar.

Servidores públicos homenageados com a Medalha de Bronze José de Resende Costa, pelos 25 anos prestados ao município

HISTÓRIA

pela manhã, o Concurso de Marcha Poeirão encer rou a 34ª edição da Festa do Carro de Boi. Parabéns aos organizadores!

110

Para encerrar o século, Aman da apresentou alguns dados sobre o mercado de terras e escravos no distrito. A partir de quatro troncos familiares, estratégias de manuten ção e reprodução da riqueza foram destacadas pela historiadora. O mo nopólio da terra e de pessoas escra vizadas ainda na segunda metade do século XIX eram as bases em que se sustentavam a riqueza dessas famílias.Avançando pelo século XX e mudando de ares, Guilherme Re zende nos apresentou a obra de Otto Lara Resende e a memória do lage do presente em seus livros. Como grande estudioso da imprensa e da vida e obra de Otto Lara Resende, o professor destacou a importância

Para encerrar, Flávia Silva abordou as dificuldades de manu tenção do patrimônio histórico no município e os desafios para a pre servação da memória local. Com ênfase na importância da história pública e da identidade coletiva, foi aberto o debate a respeito história como projeto social de transforma ção.

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A Academia de Ciências, Le tras e Artes de Lagoa Dourada (ACLALD) já é uma realidade. A solenidade de instalação, diploma ção e posse dos membros fundado res aconteceu no dia 21 de maio, na presença de lideranças das áreas política e da cultura.

homens livres, e a economia, vol tada para a produção de alimentos, abastecedora do mercado interno colonial e do Império do Brasil. A parte colonial foi encerrada com uma comunicação minha a respeito dos inconfidentes José de Resende Costa pai e filho e a reestruturação familiar após a sentença de degredo em África do patriarca e seu filho homônimo. Como foi destacado, a família do capitão José de Resende Costa se viu fragilizada com a pu nição pela participação e as estra tégias para permanência enquanto elite regional demandaram arran jos matrimoniais e a transferência de patrimônio. Tais estratégias não deixaram de preocupar o patriarca e seu filho, mas mantiveram a família como um dos “principais da terra”. A família continuou a acumular ri queza e seus descendentes partici param de importante ramo de negó cio na época: o tráfico de escravos. Avançando no século XIX, Francisco Eduardo abriu sua comu nicação destacando as verossimi lhanças entre a Revolução Indus trial e a produção têxtil em Resende Costa. Uma provocação que rendeu

A discussão foi iniciada pela comunicação de Maria Lúcia, que abordou sobre a ocupação do ter ritório, as fazendas, a demografia escrava e a riqueza no distrito da Lage. O ponto alto foi a demogra fia escrava local, a qual se destaca pelo elevado percentual de escra vos, que superava o número de

poetisa. Um de seus poemas, “A voz dos sinos”, foi destaque na categoria Literatura do concurso “Talentos da Maturidade” do antigo Banco Real, realizado em 2003. Ela participou novamente, em 2005, com o poema “Páginas Amarelas”. Outro poema de Leny, “No pico das Vertentes”, contou em versos a his tória de Lagoa Dourada, sua terra natal.Além da presidente Cláudia Andrade, tomaram posse Luciana das Mercês Santos (vice-presiden

Professora

Membros da Academia de Ciências, Letras e Artes de Lagoa Dourada

Ana Paula Mendonça de Resende, professora de História e mestre em História pela UFMG, André Eus táquio Melo de Oliveira, jornalista e secretário da Cultura, Edésio de Lara Melo, professor de Música e doutor em História pela UFMG, Flávia Cristina da Silva, professora de História, Francisco Eduardo Pin to, professor de História e doutor em História pela UFF, Guilherme Rezende, professor de Comunica ção Social e doutor em Comunica ção pela UMESP, Maria Lúcia Re sende Chaves Teixeira, professora de História e doutora em História pela USP e eu, Paula Chaves Tei xeira Pinto, professora de História, secretária da Educação e doutora em História pela UFF. Além de uma plateia pequena, mas nem por isso menos importante. Tudo isso en grandeceu a nossa iniciativa.

das memórias de Antônio Lara Re sende, pai de Otto, para a história da passagem da monarquia para a república e realçou alguns fatos históricos narrados nos contos de Otto Lara Resende. Edésio Lara deu destaque à cultura musical no município e às trocas de partituras entre maestros nas épocas festivas na região em meados do século XX. Com desejo de expor as partituras e o arquivo que pertenceu a seu avô, o maestro e compositor Joaquim Pinto Lara (Sr. Quinzinho), Edésio apresentou as dificuldades ineren tes à tarefa de pesquisador, músico e também de historiador.

A palavra foi dada a todos os participantes, sendo eles comuni cantes e ouvintes. O tema de aber tura foi a emancipação política e o contexto político da República. Após uma bela exposição funda mentada em grandes nomes da his toriografia brasileira e nos relatos de memorialistas locais, Adriano apresentou o cenário político da emancipação. Refletindo sobre o reordenamento da crise instaura da pela morte de Afonso Pena na dinâmica do pacto oligárquico na Primeira República, algumas inter pretações foram lançadas. E a partir então, resgatamos o momento da ocupação do território há, mais ou menos, 270 anos.

Enfim, um evento que deve ria acontecer em pouco mais de uma hora foi iniciado às 9 h e teve fim após a hora do almoço. Foram quase quatro horas de contação de histórias que, ao lado do ciclismo, é minha paixão. Foi um evento muito gostoso, tanto pelas apresentações e intervenções dos participantes quanto pelo café organizado por Claudinha e FicaramLucas!curiosos? Uma nova edição será lançada. Em breve, dis cutiremos Resende Costa no con texto da Independência do Brasil, em comemoração aos 200 anos do grito do Ipiranga. Estejam convida dos para esta nova rodada de Café com História.

de David, Cecília da Silva Resende, Eliane Maria de Melo Farias, Lilian Moreira Santini, Márcia Terezinha Carreira Rodrigues, Moises Mota da Silva, Suelaine Maria de Melo Nascimento, Thais Andressa da Sil va; William Chaves Gomes.

Participantes do Café com História - os 110 anos de emancipação política de Resende Costa

belas observações dos ouvintes so bre a cultura do tear e da produção artesanal em Resende Costa nos dias de hoje. Em seguida, Ana Pau la trouxe uma análise sobre a produ ção têxtil nos oitocentos. Baseada nas listas nominativas das décadas de 1830, a historiadora destacou a grande difusão da atividade no dis trito da Lage, tanto entre mulheres livres quanto escravizadas.

No último dia 04 de junho, em torno de uma bela mesa de café, montada na Biblioteca Municipal de Resende Costa, reuniram-se his toriadores, professores de História, jornalistas, músico e escritores para uma rodada de “Café com Histó ria”. Nosso café com história teve um formato híbrido, informal e aca dêmico, bem ao estilo do que Marc Bloch, um dos nomes que mais me inspira no campo da teoria da His tória, afirmou certa vez: “pois não imagino, para um escritor [no nosso caso, para professores], elogio mais belo do que saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos escolares” (Bloch, 2001, p.41). E é isso. Nos so Café com História foi uma opor tunidade de sairmos do jargão aca dêmico e falar à população sobre a história e a memória de Resende Costa. E com um grupo eclético, com diferentes visões e interpreta ções da história e seus personagens, temos um objeto em comum: Re sendeCompondoCosta. as festividades dos 110 anos de emancipação do mu nicípio, os convidados abordaram a história de Resende Costa, des tacaram algumas personalidades que levaram para fora dos limites estaduais a memória e a cultura da cidade e discutiram a respeito do patrimônio histórico material e imaterial. O evento foi organiza do pelas secretarias municipais de Turismo, Artesanato e Cultura e da Educação, Esporte e Lazer por ocasião do aniversário da cidade e contou com a presença de Adriano Magalhães, professor de História e mestre em História pela UFSJ, Amanda Cardoso Reis, historiado ra e mestre em História pela UFSJ,

Leny da Silva Bernardes (falecida em 02/04/2016 aos 75 anos de idade) era artista e

Cláudia Cristina de Miranda Melo Andrade, a primeira presi dente, destacou a função principal da Academia de “preservar a me mória histórica, ter uma voz ativa na cultura lagoense” e defendeu a participação das pessoas, no sentido de “assumir um comprometimento social” e estarem atentas “ao cresci mento intelectual” nas áreas do co nhecimento a que se propõem atuar. Defendeu ainda que a Academia seja um “espaço de diálogo”, “uma casa de acolhimento, ensinamen to este deixado pela nossa patrona maior, Leny Bernardes”, e “um lu gar de encontro aberto às produções de escritores, artistas e intelectuais da atualidade, além de prestar méri to aosApatronos”.patronamaior

Posse da diretoria e dos membros da Academia de Ciências, Letras e Artes de Lagoa Dourada Café com História: uma deliciosa mesa de café e a história de Resende Costa JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE PAULA CHAVES TEIXEIRA PINTO* ACLALDFoto: ChavesLuanaFoto: Cultura

te); Lucirlei Rosa do Nascimento (Lêla Maria) (1ª secretária); Daiane Carrieri Rodrigues (2ª secretária); Jaqueline Lindolores de Resen de Carvalho (tesoureira); Viviane Aparecida de Oliveira (diretora de patrimônio); Daniela Aparecida de Melo Costa, Fernanda de Andrade Vale Tavares e Máira da Fonseca Silva (fiscais titulares); Carina Bru na de Melo Andrade, Edilamar Efi genia de Oliveira Resende e Leila Luiza Bernardes (fiscais suplentes). Demais membros: Amanda Resen

André Eustáquio, Terezinha e Ana Cintra representaram a Academia de Letras de SJDR na solenidade de inauguração da ACLALD, presidida por Cláudia Miranda (centro)

* de História, doutora em História, secretária municipal de Educação, Esporte e Lazer

de Oliveira, representando a Acade mia de Letras de São João del-Rei; Paulo Roberto de Souza Lima, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei; professor Bruno Leonardo Cunha, coordenador do Curso de Filosofia da Universidade Federal de São João del-Rei; Moises Mota da Sil va (presidente) e Márcia Terezinha Carreira Rodrigues, membros da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete e padrinhos da ACLALD, entre outros.

Compareceram ao evento o prefeito municipal Ronald Perei ra Dutra; o deputado federal Dr. Frederico Escaleira; Ana Maria de Oliveira Cintra (vice-presidente), Terezinha de Jesus da Silva (1ª se cretária) e André Eustáquio Melo

Uma das barracas vendia salgados. A outra, doces e can jica. A última, perto do coreto e também cheia de luzinhas acesas, vendia bebidas quen tes e fazia jogos de víspora e pescaria. Praça cheia, alegre e aconchegante. Acho que por isso ninguém tinha ficado sozi nho em casa. As casas estavam frias e a praça quentinha. Ha via vento, mas tinha quentão.

Emboabas, distrito de São João del-Rei, escolheram viver em nossa terra. Então jovens recém-casados, aqui chegaram em 2 de novem bro de 1970, onde ele, ainda solteiro, já trabalhava como motorista de ônibus da Em presa Nossa Senhora do Pi lar. Naquela época, chegou a morar num quarto da agência de passagens da empresa nos Quatro Cantos, depois, por curto tempo, na Pensão do “Buquerão” e mais tarde, na pensão da Elzi Lara. Estando entre nós e indicada pelo Pa dre Nélson, Inácia começou a lecionar no antigo Colégio Nossa Senhora da Penha, com aulas de OSPB (Or ganização Social e Política Brasileira), Geografia e En sino Religioso, entre outras disciplinas. E teve ainda uma passagem como secretária da Câmara Municipal local.

Resolvi tentar a sorte num dos jogos. Na verdade, eu que ria era tirar um prêmio na pes caria e entregar pra Ana Clara,

Sentindo-se também muito bem acolhidos por to dos daqui, fazendo amigos e formando a família, os dois passaram, sim, por dificul dades e atuaram em outras frentes. Oscar foi ainda dono de um bar na Rua Gonçal ves Pinto e trabalhou com linha de leite. Buscava esse produto (leite) na zona rural e levava-o para uma coope rativa (o antigo Bezerrão) em São João. Enquanto isso, ela se formou em Pedagogia (Orientação Educacional) pela Faculdade Dom Bosco (atual UFSJ) e fez carrei ra no Magistério por longos anos na Escola Conjurados e ainda na E.E. Assis Resende. Foi Secretária Municipal de Educação (1997-2000), Pre sidente e Diretora da APAE,

nessa associação com a pres tação de serviço totalmente voluntário.Acolhidos – essa é a pa lavra que, coincidentemente, minhas amigas Moreira (filha do sô Nanias e da dona An tônia) e Inácia usaram para destacar a forma como esses dois casais foram se incorpo rando à vida e aos costumes de uma outra comunidade. E mais, nessas paragens estabe leceram suas bases, fincaram raízes e constituíram cada qual uma bonita e grande descendência de cidadãos, em grande parte formada pelos nascidos na “Laje”, os lagartixas, com muito prazer.

REGINA COELHO

uma dessas noites de junho. O vento cortava gelado as costas dos meninos e as per nas das meninas... queimava de frio os dedos finos das mo ças e as mãos ásperas dos mo ços. O vento vinha do morro e virava a esquina. Pegava todo mundo de Mesmosurpresa.assim, com tanto vento e com tanto gelo, o pes soal da vila não se fez de ro gado. Saiu todo mundo pra ir às barraquinhas da quermesse. Música tocando no alto-falan te, vestidos estampados indo e vindo, rodinhas de rapazes conversando e rindo, meninos e meninas correndo pra tudo quanto é lado, um homem gri tando números em uma das poucas barracas, cheiro de quentão embriagando a alegria simples de um povoado que se contentava com a simplicidade das poucas coisas.

Contemplando as palavras

“Meus pais (falecidos) sempre honraram com orgu lho o povo e a cidade de Re sende Costa, que, como uma Pátria-Mãe, tão bem os rece beram”, afirma minha coma dre

Moreira.“Resende Costa para nós é um cantinho do céu. Somos felizes aqui e agradecemos a todos que nos deram a opor tunidade de viver e construir nossa família nesse Mirante maravilhoso”, testemunham Inácia e Oscar, parabenizan do o município pelos seus 110 anos de emancipação po lítica completados neste 2 de junho.Deixar a terra natal não é abandono, pode ser o des tino, o bom destino, um sen tir-se em casa também em outro lugar. Para os nossos retratados – Joaquim Ananias dos Santos e Antônia Maria da Conceição, Inácia Maria de Resende Moreira e José Oscar Moreira –, uma exis tência venturosa em terras de Resende Costa.

Com o passar dos anos, os fi lhos crescendo, dona Antônia e o marido foram se tornan do cada vez mais apegados a Resende Costa, conquistando afilhados, comadres e compa dres e inúmeros amigos. De soldado, ele passou a cabo, a sargento e chegou ao coman do do Destacamento Policial da cidade, uma honra que carregava com naturalidade. E usava essa prerrogativa de forma conciliadora, sem dei xar de impor sua autoridade quando preciso, mas tudo de formaFazendocomedida.o mesmo ca

Bem acolhidos pelos re sende-costenses, em pouco tempo já se sentiam em casa.

Em meados de 1946 che gava a Resende Costa um casal oriundo de povoados distintos da cidade de Bom Sucesso (MG). Ele nasceu no Bananal e ela, na Boa Vista. Sô Nanias, assim carinho samente chamado, era um jovem policial e veio trans ferido de Barbacena. Em sua companhia e de sua também jovem esposa, dona Antônia, vieram os três filhos, os pri meiros, aos quais foram se juntando os que aqui nasce ram. Nas malas acanhadas, os inúmeros sonhos, a es perança de uma vida nova e uma bagagem que continha o estritamente necessário para a sobrevivência imediata.

Lá estava ela! Cheguei perto e... Ana Clara já tinha anel. Não só anel, mas tam bém um namorado. Rapaz que eu nunca tinha visto na vila. Era gente da cidade. Garanto que foi ele quem deu o anel pra ela. O anel que Ana Clara ganhou do namorado não era de pescaria nem tinha poeira de serragem.Descios olhos, fechando as cortinas da minha espe rança. Voltei pra barraquinha da pescaria. Joguei o anel na serragem, a serragem no meu sonho e pus meu sonho num balão que estava subindo pra sumir.O vento continuava so prando frio.

*JOSÉ ANTÔNIO OLIVEIRA DE RESENDE é professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Le tras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del-Rei. Membro da Academia de Letras de São João del-Rei. E-mail: jresende@mgconecta.com.br

E sô Nanias foi ganhando o carinho e o respeito das pes soas por sua conduta profis sional irrepreensível, sempre zeloso no cumprimento de sua missão e, acima de tudo, por ser uma pessoa do bem.

Menino lembrando uma noite de junho

que estava na praça havia meia hora, mas no meu pensamen to um montão de tempo. Ana Clara caminhava, passava per to da barraca e nem me via. Que vontade de pegar a sua trança e pescar com ela o seu coração...Levei a mão gelada no bolso e achei lá uma solitária moeda. Fiquei por ali, enca rapitado na cerca da barraca, atento à minha pescaria. Pes cador de sonho... de sonho mergulhado na serragem e que não precisa de isca pra ser cap turado. Fisguei o peixinho e o peixinho escorregou. Fisguei outra vez e o danado voltou pro chão. Na terceira vez, o peixinho veio pra mim. Não é que tinha um anel pendurado nele?Peguei o anel, soprei a po eira e fui procurar a Ana Clara.

Já imaginava sua trança sem Rapunzel, seu sorriso de prin cesa sem castelo, perdida ali naquele povoado sem grandes perspectivas, porém única e preciosa nas minhas vertigens de infinito.

minho, 24 anos depois, Iná cia e Oscar, procedentes de

A felicidade em terras resende-costenses

Foi numa daquelas noites de junho, daquelas em que o céu já começa a se vestir de noite lá pelas seis da tarde. As nuvens ficam cor-de-rosa en quanto pelo chão as sombras se mostram compridas, longas iguais à solidão que gosta de acompanhar a gente por toda a vida.Era

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 9ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022

A teia do mundo JOSÉ ANTÔNIO*

Abrindo as comemorações do Dia Maior, na quinta-feira, 2 de junho, feriado municipal, a Ban da Santa Cecília, sob a regência do maestro Luiz Carlos Assunção Martins Júnior, realizou alvorada festiva, percorrendo algumas ruas do centro da cidade. Em segui da, na Prefeitura Municipal, foi realizada a cerimônia oficial de

hasteamento das bandeiras, com a presença de autoridades munici pais e execução do Hino Nacional e do Hino de Resende Costa pela Banda Santa Cecília. Às 7h30, foi iniciada a IV Caminhada Ecológica Passos de José em direção às ruínas da Fazenda dos Campos Gerais, onde, na capela de Nossa Senhora do Carmo, foi celebrada uma missa em ação de graças pelos 110 anos do município, presidida pelo ad ministrador paroquial padre Plínio Almeida.

Alvorada com a Banda Santa Cecília caminhada capela dos Campos Gerais foi celebrada missa em ação política de Resende Costa

Entre os dias 1º e 5 de junho, uma extensa programação cívica e cultural marcou a celebração do aniversário de 110 anos de eman cipação política do município de Resende Costa. No dia 2 de junho de 1912, o distrito da Lage de Ti radentes tornou-se autônomo polí tica e administrativamente. Nascia naquele contexto o município de Resende Costa, hoje próspera ci dade que vem se desenvolvendo, sobretudo através do comércio, e se tornando referência em turismo na microrregião do Campo das Ver tentes.“Para nós, resende-costenses, é sempre importante revisitarmos a nossa história e celebrarmos as conquistas que o nosso município alcançou ao longo de mais de um século de autonomia política e ad ministrativa. Resende Costa se de senvolveu, especialmente, através do comércio. Temos o artesanato têxtil como nosso principal atrativo turístico, além de gerar renda, em prego e impulsionar a economia do município”, declarou André Eustá quio Melo de Oliveira, secretário municipal de Turismo, Artesanato

Na chegada da

Banda Lira São Sebastião, de Jacarandira, encerrou retreta no Mirante

Santos.Com muita música, cultu ra, história e homenagens a quem sempre trabalhou por uma Resende Costa melhor, os resende-costenses celebraram os 110 anos de emanci pação política do nosso município. Para André Eustáquio, “é muito importante celebrar uma data histó rica e poder também olhar para um horizonte que desvela prosperidade e qualidade de vida para a nossa população.”

MEDALHA JOSÉ DE RESENDE COSTA

de graças pelos 110 anos de emancipação

Lajes as comemorações dos 110 anos de Resende Costa

com uma

administradores municipais que trabalharam em prol de Resende Costa nesses 110 anos de história política e Alémadministrativa.dosex-chefes do Exe cutivo, também foram agraciados cidadãos que trabalham pelo bem -estar da população resende-cos tense: Irmã Maria Auxiliadora de Resende, Rosália Maria Teixeira, Silvanda Maria de Resende, José Maurício da Silva e Paulo Ricardo de Resende, ambos indicados pelo PoderComLegislativo.aMedalha de Honra ao Mérito “José de Resende Costa”, categoria Bronze, foram agra ciados servidores municipais do Executivo e do Legislativo: Eliete Mônica Barbosa (Auxiliar de En fermagem), Eustáquio Peluzi Cha ves, (Digitador), Gilcéia Coelho Andrade Rezende, (Telefonista), José Celso Rodrigues, (Motorista), Marcos Silva El-Corab, (Dentista), Mário Reis Filho, (Servente), Mi guel Salomão Resende (Motorista), Regina Vieira Teixeira (Contínuo). Esses servidores foram homenage ados por completarem 25 anos de serviço, sem qualquer nota desa bonadora ou punição na sua vida funcional. O quinteto de cordas,

No dia 2 de junho, a Banda Santa Cecília participou da cerimônia de hasteamento das bandeiras em frente à Prefeitura Municipal

A cerimônia oficial de entre ga da medalha de honra ao mérito “José de Resende Costa” aconte ceu, neste ano, no Salão Multiuso Lilia Lara, pertencente à Escola Municipal Conjurados Resende Costa. Foram indicados pelo Exe cutivo Municipal para receber a medalha de Prata Honra ao Méri to “José de Resende Costa”os ex -prefeitos Camilo Lélis de Resende Chaves, Luiz Antônio Pinto, José Rosário Silva, Adilson Avelino de Resende e Aurélio Suenes de Re sende. Os cinco ex-prefeitos, na ocasião, representaram todos os

à

das

composto por músicos da Orques tra Mater Dei, abrilhantou a ceri mônia.

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No fim de semana, dias 4 e 5 de junho, foram realizadas outras atividades culturais para celebrar os 110 anos de Resende Costa. No sábado, às 9h, na Biblioteca Muni cipal, aconteceu o “Café com His tória – 110 anos de Resende Costa” e, às 15h, no CAT (Centro de Aten dimento ao Turista), houve o show acústico, com Jéssica Apolinário. No domingo, para encerrar com chave de ouro as comemorações do aniversário de Resende Costa, foi apresentada, no Mirante das Lajes, uma retreta com a banda Lira São Sebastião, do distrito de Jacarandi ra, regida pelo maestro Edinilson

Música, cultura e tradição Resende Costa comemorou, no dia 2 de junho, 110 anos de emancipação política DA REDAÇÃO ChavesLuanaFoto: AlmeidaCássioFoto: Especial

pela Secretaria de Turismo, Arte sanato e Cultura (SETAC), teve início na quarta-feira (01) e se en cerrou no domingo (05). A aber tura das festividades aconteceu no Teatro Municipal, com o recital da pocket ópera “Benção do Addio”, de autoria do compositor e alu no do curso de Música da UFSJ, Matheus Lopes. O recital teve a participação de alunos do curso de Música da UFSJ, Lira Sanjoanense, além de músicos convidados e dos solistas Alisson Carvalho, Carmem Célia Gomes, Daniela Procópio, Italo Masi e Maria Cecília. A re gência ficou a cargo do maestro e professor Modesto Fonseca. O pú blico presente no Teatro Municipal se emocionou com a apresentação da ópera e pediu bis.

e Cultura.Aprogramação, organizada

O resultado foi um grande espetáculo, cuja estreia aconte ceu em Ouro Preto no último dia 29 de abril, no adro da Igre ja de São Francisco de Assis. Outras quatro récitas acontece ram no Grande Teatro do Palá cio das Artes, que encantaram o público. No palco vimos,

Aleijadinho, uma ópera

destaque tem tido uma ação importantíssima. De maneira ousada, em vez de se dedicar a reapresentar óperas famosas do repertório internacional, optou por propor a composição de uma que tivesse como foco a figura de um dos maiores ar tistas do nosso país: Antônio Francisco Lisboa, o Aleija dinho. O escultor genial, que nasceu e morreu em Vila Rica, tornou-se personagem da ópe ra encomendada a dois profes sores do Curso de Música da UFRJ. André Cardoso cuidou do libreto e Ernani Aguiar da composição musical. Segundo Ernani Aguiar, foram dois anos de muito trabalho sobre papel pautado, mais lápis e borracha.

Não esquecerei teus olhos lacrimejando pelas dores e ne cessidades alheias e tua vida toda trabalhando em prol das necessidades das pessoas. A caridade se perfazendo em teu coração e nos teus gestos de entrega sem exigências. Esse doar-se é lição inapagável para todos nós. Sei, minha mãe, que, refazendo esses teus atos de amor, permaneço abraçando a senhora e por teus braços sen do apaziguado.Tudooque eu te falo não servirá para dizer plenamente o que sinto tempo afora. Uma saudade roxa e apertada, o co ração dorido e cansado, o de

diante de um cenário leve e en cantador, o desenrolar de cenas em que se misturavam ficção e realidade. Foi uma aula de his tória que nos fez lembrar pes soas e o movimento que teve como resultado a Inconfidên cia Mineira. Destacou-se o ba rítono que interpretou o papel de um homem que se agiganta va com o trabalho artístico que realizava, enquanto seu corpo, comprometido pela doença, seguia em sentido contrário, em direção à finitude.

Mãe é tempo sem hora, já dizia o poeta Drummond. E na tua eternidade, minha querida mãe, o tempo não se atreve a me saquear o amor. O teu abra ço derretendo-se sobre mim nunca cessa, as tuas mãos de veludo e pele enrugada conti nuam me dando força na vida que segue. Tua presença é ina balável como inabaláveis são as montanhas das paragens de Deus. Os caminhos sagrados são ininteligíveis. Nos prados divinos pascem ovelhas que nada entendem, mas que são guardadas (de um modo que desconhecemos) por um pastor amoroso.Deus é o teu pastor, minha mãe! Deus é o nosso pastor, e nada nos falta!

Retalhos literários EVALDO BALBINO

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 11ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022

Para Laura AntôniaSilvada ★ 08 10 1945 † 23 05 2022

amoroso. Meus dedos roçam roseiras que me sorriem, mar garidas (estas de minha predi leção), violetas, cristas de galo, crisântemos, flores-da-fortuna, orquídeas, alocásias e palmas -de-Santa-Rita me trazendo recordações. As ramas várias me dizendo que a vida nunca termina, que a vida se ramifica para todos os lados, os rizomas plantados na terra, esta nossa mãe dadivosa.

sejo de ver-te e de abraçar teu corpo e sentir o calor de tua vida aquecendo minha vida. Nada que eu disser terá serven tia. Palavra alguma me serve nestaMashora.com palavras prossigo. Até mesmo no silêncio mais verdadeiro e profundo. Nem tempestade nem névoa densa. Nem bruma fria nem noite es pessa. Nem oceanos nem águas do esquecimento. Nem distân cias nem morte vinda e vindou ra. Nada me afasta de ti, porque o que se ama é imperecível. Te amo, dona Laura!!! Te amo e te canto sempiternamente.

Minas Gerais merecia mesmo oferecer ao mundo um trabalho grandioso, mai úsculo, condizente com a ab soluta grandeza de um artista que continua presente entre nós através da sua obra. As 64 imagens esculpidas em cedro e expostas nos Passos da Paixão, além dos 12 profetas esculpi dos em pedra-sabão, já no fim de sua vida, e que estão no lar go da Basílica do Senhor Bom Jesus em Congonhas, testemu nham sua genialidade. mineira para o mundo

pegando a bolsa de moedas e comprando guloseimas na padaria próxima à nossa casa. “Esse biscoito de polvilho com queijo, eu sei que você gosta.” – tua boca eternamente me di zendo do meu gosto.

cânticos de louvor a Deus; os violinos chorando e cantando alegres a vida eterna; a orques tra unida com seus pistons, sa xofones, bombardões, flautas transversais e clarinetes. Antes de tudo, as vozes humanas, a irmandade em coro. Antes mesmo do antes de tudo, a tua voz cantando na igreja, na labuta rural, nos afazeres da casa, na tessitura ao tear.

E o que dizer de tuas saias anáguas, das quais nunca abrias mão? De vestido ou de saia (não usavas calças com pridas), mesmo sendo opaco o tecido, não deixavas de deman dar o uso dessa camada outra num desejo de recato que te foi ensinado desde cedo, lá no anos de 1950.

Sei que nem só de flores vivemos, mas também não desconheço que elas enfeitam nossa existência, mesmo au sentes do nosso corpo e apenas refeitas em imagens que nos atravessam. A beleza de cada uma delas, com pompa ou sim plicidade, enfeita nossos olhos e ameniza nossas mãos. E a tua existência, agora, é mais do que antes cheia de flores, aro mas de núpcias eternamente exalando.Oteu cheiro, os cabelos brancos penteados para trás e arrematados num coque perfei to, as pernas espertas fazendo caminhadas e cumprimentan do alegres Deus e o mundo, o olhar de curiosidade afável para os mínimos detalhes ao redor, as tuas mãos sempre

familiararquivoFoto:

Sobre ópera, é comum ou virmos, “não gosto”. É certo, também, que muitos afirmam não ter gosto para ela sem nunca ter assistido a um espe táculo sequer. Às vezes, nossa relação com uma ópera se dá ouvindo uma ária isolada ou uma abertura tocada pela or questra ou um coro. Quem não conhece Va Pensiero, da ópera “Nabucco”, de Giuseppe Ver di? Ou a ária da personagem Rainha da Noite, de Wolfgang Amadeus Mozart, da ópera “A Flauta Mágica”? Ou a proto fonia da ópera Il Guarany (“O Guarani”), do brasileiro Antô nio Carlos Gomes, peça que a orquestra sinfônica toca na abertura do espetáculo? Inclu sive, essa última os brasileiros a conhecem na abertura do programa de rádio “A Hora do Brasil, até pouco tempo sem pre transmitido pelas estações de rádio às 19h. Não é possí vel estarmos tão distantes da ópera.Ópera, “obra” em italiano,

No Brasil, óperas são en cenadas desde meados do sécu lo XVIII. Quem conhece Ouro Preto (MG) sabe da existência da Casa da Ópera, a mais anti

Para cantar a completu de em ti, não quero oboé nem harpa desconhecidas por teus olhos e ouvidos. Quero o que era do teu mundo: a viola an tiga nos teus cantos sertanejos; o sino na igreja embalando o “Angelus”; o órgão no seio da congregação iniciando os

Canto de louvor à minha mãe

EDÉSIO DE LARA MELO

reúne quantidade enorme de artistas na sua produção. Tudo começa quando um composi tor, de posse de um texto (li breto), se empenha em compor uma ópera. A música, ainda em partitura, começa então a ser preparada por artistas para ser apresentada em teatro, princi palmente. São cantores, instru mentistas, regentes (maestros), bailarinos, cenógrafos, direto res de cena (régisseurs), figu rinistas e iluminadores. Além desse grupo de artistas, há um número enorme de pessoas que não aparecem no palco, mas que atuam nos bastidores para darem suporte aos artistas para que o espetáculo aconteça. São os maquiadores, fotógrafos, costureiros, contrarregras ou outros que são chamados para oferecerem serviços específi cos a determinadas situações.

ga casa de espetáculos do Bra sil em atividade. O edifício, construído em 1770, ofereceu naquele ano ao público quatro óperas. E as temporadas, desde então, foram organizadas com obras de autores italianos, es panhóis, portugueses e brasi leiros.A tradição de obras en cenadas no Brasil no século XVIII, ao gosto português, fez com que companhias de ópera europeias se apresentassem no país ao longo do século XIX. A construção de teatros enormes nas principais capitais do país fez do Brasil um centro qualifi cado tanto para receber quanto para produzir espetáculos para um público apaixonado por óperas. Minas Gerais tem um desses centros artísticos dos mais importantes: o Palácio das Artes, onde trabalhei como músico entre 1979 e 2004 e pude participar de inúmeras produções operísticas de gran de sucesso junto ao público.

De olho na cidade

Desejo cantar-te, pois teus ouvidos me ouvem. Para sem pre Teusamados.olhos fechados ago ra, minha dona Laura eterna, são sempre abertos. São e não estão, porque “ser” é infinita mente mais forte do que “es tar”.Somos, tu e eu, os mesmos pés caminhando pelas doloro sas alamedas. Porém vamos seguindo alegres, colhendo flores pelos caminhos. As mes mas flores que em tua vida cul tivaste com tanto esmero. Teus canteiros existem aqui comigo, permanentemente inteiros. As mãos do teu esposo Didi, as que te deram carinho e afeto durante mais de sessenta anos, regam agora as flores sempre -vivas. E estas mãos que es crevem ajudam o pai nesse ato

Este centro cultural de

O casal Laura e Didi

Lucas Paulo destaca que as mudanças no trânsito ainda estão em fase de testes. “As mudanças estão sendo pensadas para melhor atender à população e aos turis tas. Sabemos que as avenidas são pontos a que praticamente toda a população tem acesso. Não é fá cil organizar e tomar decisões. Por isso, fizemos e continuamos realizando estudos, além de ouvir os envolvidos, tanto a população quanto os turistas que passam pelo local”, disse o prefeito em exercí cio, acrescentando: “Mas sabemos que toda mudança gera um desgas

VANUZA RESENDE

Após alguns dias desde as mudanças, a Analista de Recursos Humanos, Paula Roberta Resende, moradora do bairro Nossa Senhora da Penha, comentou sobre as alte rações. “Como moradora do bairro, não posso dizer que está prática a rotina. Eu ainda me esqueço, saio de casa na direção errada e lá se vão mais alguns minutos perdidos no retorno. Para mim, que não me desloco com intensidade nessa rota, o impacto é bem menor do que para os comércios da cidade. Mas, na minha opinião, essa mu dança é um mal necessário. Grande parte das rendas das famílias vem do comércio de artesanatos. Por isso, acredito que é preciso criar, ainda hoje, infraestruturas que sus tentem o desenvolvimento local no futuro”, analisa.

Já para o empresário Edmar Assis, residente em Resende Costa há 20 anos, a alteração no trânsi to na Avenida Alfredo Penido não está sendo satisfatória. “Avalio a mão única como errônea, uma vez que impactaria diretamente nas vendas de nossos produtos. Com as alterações, o lojista/turista teria que se locomover por um trajeto muito maior do que de costume e deixaria de comprar em algumas lojas por conta do transtorno que isso causa ria a ele. Lembrando que fizemos uma pesquisa com lojistas frequen tadores de Resende Costa e 100% consideraram a mudança ruim.”

Cidade

ALTERNATIVAS

Edmarnaturais.”Assis sugere ainda a criação de um roteiro turístico gastronômico que valorize os pro dutos das culinárias local e regio nal. “Que o turista tenha acesso a nossos produtores rurais de quei jos, cachaças, embutidos e todos os produtos feitos em nossa região. Isso é o que consideramos turismo rural.” Ele frisa sua opinião sobre a atividade turística em Resende Costa. “Que fique claro que não somos contra o desenvolvimento da nossa cidade. Pelo contrário, achamos que o desenvolvimento se faz necessário, porém certos pon tos não devem ser mexidos. Somos contra uma mudança radical (mão única na Alfredo Penido), que, como eu já disse, impactaria de forma negativa as nossas vendas.” Ele destaca sua posição contrária à mudança na direção do trânsito na Avenida dos Artesanatos: “Não façam da Avenida Alfredo Penido mão única. Que ela continue sendo o coração da cidade, pulsando em todos os sentidos.”

O atual prefeito em exercício, Lucas Paulo, falou sobre a nova avenida, avaliando os benefícios que ela trará para o turismo e a população em geral. “A Avenida Tiradentes foi planejada, desde o início, para que fosse um local de fácil acesso. Sabemos que Resende Costa vem crescendo a cada ano. Cresce a população, assim como cresce o número de turistas e visi tantes, e, com isso, o trânsito fica cada vez mais complicado na única saída que nós tínhamos, que era a Avenida Alfredo Penido. Trata-se, portanto, de uma obra importantís sima tanto para o turismo em Re sende Costa quanto para a popula ção local.”

PROCESSO ADAPTAÇÃODE

“O projeto inicial estava pronto, mas foi abortado. Não tem como ser daquela forma, que previa um calçadão grande e uma pista bem estreita. Testes, levantamentos e conversas que tivemos nos mos traram que isso não seria viável no momento, já que o nosso municí pio depende muito dos serviços de transportadoras e de estaciona

mentos. Portanto, o projeto inicial está abortado. Estamos com um novo projeto sendo elaborado; no entanto, primeiramente vamos fa zer o período de testes no trânsito e, dentro da fase das mudanças, di vulgaremos o novo projeto para a população.”Oempresário Edmar Assis propõe ideias diferentes para a re vitalização da Avenida Alfredo Pe nido. “O que pode ser feito é um trabalho de urbanismo nos passeios que possuem dimensões para isso. Nos que não têm, apenas fazer uma padronização dos mesmos.” Ele sugere mais investimentos em marketing para o setor do artesa nato. “Tentar também efetuar uma propaganda maior do artesanato de nossa cidade, sendo ela via rá dio, televisão, outdoor, para que o nosso artesanato seja conhecido nacionalmente. Efetivação de um calendário anual de eventos que possa trazer mais turistas e que eles fiquem mais tempo em nossa cida de e possam conhecer não somente o artesanato, como também nossas belezas

lisar o impacto que as alterações no trânsito causaram. “O feriado será o maior teste. Após o feriado, va mos fazer pesquisas com turistas e com a população. Esse será o pri meiro teste, mas vamos fazer no vos. Tudo para analisar junto com a população, lojistas e turistas”, destaca Lucas.

A partir do feriado de “Corpus

Desde o último dia 30 de maio, o trânsito de Resende Cos ta vem passando por alterações. A principal delas é na Avenida Alfre do Penido, a tradicional “Avenida dos Artesanatos”, que passou a ser mão única. Quem chega à cidade continua passando pela Alfredo Penido, enquanto que aqueles que saem de Resende Costa precisam passar pela Avenida Tiradentes, a nova

te os moradores da Alfredo Penido, do bairro Nossa Senhora Aparecida e do Varginha não estão gostando tanto dessas mudanças. Mas tive mos diversos pontos da cidade que sofreram alterações (nas vias) ao longo da história (da nossa cidade). No início também houve dificulda des para a aceitação. Porém, acre dito que hoje não voltaria ao que era antes. Exemplo disso é a Rua Gonçalves Pinto, ali nos quatro cantos, e na rua da delegacia. To das sofreram alterações ao longo dos anos.”

O proprietário da lanchone te L&M Empadas, Lucas Faria de Belo Oliveira, também opinou acerca das novas rotas no trânsito na entrada da cidade. “No princí pio, quando saiu a notícia, eu acre ditei que ficaria muito complicado, principalmente para mim e para tantos outros que trabalham com entregas. Mas avalio a mudança como positiva porque desafogou a (via) principal e eu consigo transi tar de forma até mais rápida. Para

Como a mudança está em fase de testes, Edmar espera que o trân sito volte a ser como era antes. “O prefeito Lucas tem ouvido o pedido dos moradores e lojistas da Aveni da. Esperamos que o bom senso prevaleça e a mudança do trânsito seja reconsiderada, uma vez que nem os moradores nem os lojis tas apoiam essa modificação. Vale ressaltar que o prefeito está ten do a boa vontade e a iniciativa de agendar as reuniões e/ou participar das mesmas quando marcadas por lojistas e moradores”.

PROJETO REVITALIZAÇÃODE DA AVENIDA ALFREDO PENIDO É SUSPENSO

A prefeitura de Resende Costa chegou a divulgar nas redes sociais a versão de um projeto de revitali zação da Avenida Alfredo Penido, que foi suspenso. Uma nova versão está sendo elaborada pela equipe de engenheiros da Amver (Asso ciação dos Municípios da Micror região do Campo das Vertentes).

PROJETOS INVESTIMENTOSE

PÁG. 12 • JORNAL DAS LAJES ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022 Avenida Alfredo Penido passa a ser mão única Mudanças no trânsito de Resende Costa estão valendo desde o dia 30 de maio

Lucas Paulo destaca ações da administração municipal que já estão em andamento. “Estamos investindo muito na cidade, prin cipalmente no setor turístico. Inau guramos algumas obras importan tes no último ano e outras também estratégicas serão realizadas, como a revitalização do trevo de acesso à cidade, que começará em breve. E, claro, não podemos deixar de falar da Alfredo Penido, que é a porta de entrada da nossa cidade e passará por alguma mudança, já que a via está danificada pelas obras do esgo tamento sanitário. A gente precisa recuperá-la, mas não adianta jogar dinheiro fora. Precisamos elabo rar um projeto que seja bom, pois não adianta colocarmos um asfal to agora e depois de pouco tempo precisar modificá-lo. Mas estamos sempre pensando no melhor para a população e para os turistas”, con clui o prefeito em exercício.

Aavenida.proposta de mudança já vi nha sendo planejada há algum tem po como intuito de diminuir o flu xo intenso de veículos na “Avenida dos Artesanatos” e tentar resolver os constantes congestionamentos na via. Desde 2017, o então prefei to Aurélio Suenes iniciou a cons trução de uma nova avenida, que liga a entrada da cidade ao bairro Canela, na Rua São João del-Rei. Porém, não houve tempo para o ex-prefeito inaugurar a obra, con cluída em 2022.

que provêm da Amazônia.

Por fim, Pablo Neruda: “Livro das Perguntas”: ‘Cuán tas Iglesias tiene el cielo? / Por qué non ataca el tuba rón/ a las impávidas sirenas?

* Loas para a lei Munici pal nº 4.912/2022 reconhecen do o Povoado dos Pintos como berço do artesanato têxtil em Resende Costa. Lembrei-me de minha mãe, artista da tece lagem. Nascida na região dos Pintos (Fazenda da Água Lim pa). Lavava, fiava, tingia e ur dia a lã de carneiro, transfor mando-a em lindas colchas. E ensinou a tecer gratuitamente, e com a maior paciência, tan tas moças lá no Tijuco!

seguintes: “A Mansão feita de Lama”, de Adelaide Car raro (1936 - 1992), escritora paulista, “best-seller”, (ven deu milhares de exemplares de “Eu e o governador”, por exemplo); considerada, na época, uma escritora maldita por alguns da elite, pois abor dava comportamentos que ti nham fundo na realidade e o leitor atualizado sabia a quem se referiam. Lembra alguma coisa da nossa atualidade? O título lembra alguma coisa fei ta em Brasília?

A meditação reflexiva está logo no primeiro parágra fo do romance “Herança de Adão”: “Este é um colégio di ferente. Os pais matriculamos filhos ao nascerem. Não nego que temos alunos de classes menores, mesmo ínfimas. O Instituto opõe obstáculos à entrada desses elementos e, como não podemos fugir à realidade brasileira, eles in sistem. Apegam-se a um pe dido de um ministro, de um

Atualmente,assim devido à idade, a capacidade de leitura diminuiu bastante. A leitura é uma intensa atividade cere bral. Necessária sob todos os aspectos. Mas, com o passar dos anos, o cérebro se cansa com tal atividade. No entan to, continuo lendo e relendo, lembrando que a releitura para mim, frequentemente, é leitu ra, porque a idade chega e a memória

JOÃO MAGALHÃES

Por fim, é muito importante intensificar as fiscalizações na Amazônia, conscientizar e dar alternativas econômicas susten táveis para a população local, pois só assim a taxa de desma tamento será reduzida e, con sequentemente, serão mantidas a rica biodiversidade e a fonte dos rios voadores, tão impor tantes para as chuvas que caem na maior parte do território bra sileiro.

Os rios voadores, que nas cem no coração da Amazônia, são verdadeiros “cursos de água atmosféricos”, ou seja, corres pondem “(...) à enorme quanti dade de água liberada pela Flo resta Amazônica em forma de vapor d’água para a atmosfera, sendo transportada pelas corren tes de ar.” (Brasil Escola). Fun ciona assim: a floresta bombeia água do solo e lança na atmos fera em forma de vapor (proces so de evapotranspiração); parte desse vapor se transforma em chuva na própria Amazônia e outra parte é direcionada para oeste pelos ventos alísios, esbar rando na Cordilheira dos Andes. Com isso, um pouco da umidade se precipita (vira chuva e neve) na borda dos Andes e o restante é direcionado para o Centro-O este, Sudeste e Sul do Brasil. Essa umidade se transforma em chuva, especialmente no verão.

*Aluno do Curso Técnico de Meio Ambiente – CEFET/MG

No entanto, existe um limi te para a entrada dessa umidade oceânica no território brasileiro, que seriam as serras e terras al tas do litoral leste: serras Geral, do Mar, da Mantiqueira, do Es pinhaço, Chapada Diamantina e Planalto da Borborema. O que isso quer dizer? A umidade vinda do oceano tem dificulda des para atravessar essas ser ras. Assim, com a elevação e o resfriamento dessa umidade, ocorrem chuvas orográficas na vertente virada para o litoral. E para o interior, vertente oes te dessas serras, chega menos umidade e, consequentemente, ocorrem poucas chuvas. Então, por que chove muito no interior da América do Sul (e do Brasil) no verão? A resposta é simples: é por causa dos rios voadores

/ Conversa el humo com lãs nubes? Es verdad que las es peranzas/ deben regar-se com rocío? (Trad. De Olga Savary: Quantas igrejas tem o céu? Por que não ataca o tubarão as impávidas sereias? Conversa a fumaça com as nuvens? É verdade que a esperança se deve regar com orvalho?)

O colecionador de livros e recortes

JORNAL DAS LAJES • PÁG. 13ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022

Estaetc. pessoa, espero que o leitor já tenha atinado, sou eu. E agradeço à vida por ter nascido

senador, de um deputado e lá afrouxa o critério da seleção. Tivemos de aceitar uma escu rinha, vai ser sua aluna, Marii nha das Velas, filha de um mo torista do Palácio. Os colegas não gostaram, pouquíssimos a toleram. A maioria ignora-a. Tem sido um problema. Não a admitem no álbum de for matura. Por outro lado, num período de crise fomos for çados a abrir as portas... Foi um erro. Assim me falava, ao descermos a escada de ferro que conduzia ao pátio, o co ordenador geral do Instituto e primeiro assessor do Princi pal, o untuoso Professor Fon tesseca”.

O verso e o controverso

PEDRO HENRIQUE ELIAS DA SILVA* ADRIANO VALÉRIO RESENDE**

Mudando de prateleira alguns livros, topei com os

É o que penso. E você?

Diante do exposto, perce be-se que a Amazônia é extre mamente importante para todo o país, influenciando no clima da maior parte do Brasil. Por exemplo, as abundantes chuvas que acontecem no verão em nossa região são controladas pe los rios voadores. Portanto, são importantes o monitoramento e o combate ao desmatamento na floresta Amazônica. Infeliz mente, o que presenciamos nos últimos anos foi o aumento do desflorestamento e de outras atividades ilegais, como o ga rimpo. Tais fatos se deram prin cipalmente após a eleição de Jair Bolsonaro, devido à sua política de apoio aos ruralistas. Mesmo com a deflagração da pande mia, as intervenções ilegais na Amazônia não diminuíram. Pelo contrário, intensificaram-se, es pecialmente com o desmonte da estrutura federal de fiscalização.

livros só para pessoas que ele tem certeza que devolverão, pois já perdeu livros preciosos por causa dos que não devolvem. Tornou-se, quando pôde, um longevo lei tor do jornal diário e um quase neurótico colecionador de re cortes. Guarda centenas deles que aos poucos vai separando por assuntos: literatura – filo sofia – religião – psiquiatria –artes

Livro publicado em 1983, mas muito atual, não acha?

Todos nós sabemos da im portância da Amazônia, enquan to maior floresta tropical do mundo e reguladora do clima, além de possuir uma elevada biodiversidade e ter a mais sig nificativa reserva de água doce. No entanto, aqui queremos des tacar a importância da região como a fornecedora de umidade para as chuvas que acontecem na maior parte do Curiosamente,Brasil.se você olhar um mapa que contenha as regiões áridas ou semiáridas no planeta, vai perceber que há uma concentração dessas áreas nas proximidades dos trópicos. No hemisfério sul, temos o Tró pico de Capricórnio, que passa pela “altura” da cidade de São Paulo. Pode-se destacar que a parte central da América do Sul, mais especificamente o centro -sul do Brasil, não está incluída nessa faixa de aridez. Vejamos alguns fatores que contribuem para isso: a corrente marítima (Corrente do Brasil) que banha o litoral brasileiro é quente, o que provoca muita evaporação e, consequentemente, gera bas tante umidade; os ventos alísios se deslocam em sentido oeste, ou seja, para o litoral do conti nente americano (isso também acontece no litoral do sudeste africano e do leste australiano); inexistência de zona de reflu xo de água fria ou ressurgência (como acontece no litoral do Chile). Dessa forma, a umidade formada na costa brasileira é jo gada para o continente, fazendo chover praticamente o ano intei ro em todo o litoral. Isso expli ca, por exemplo, a existência da Mata Atlântica nesse local.

**Professor CEFET/MG

Mexervai.nos meus livros é um ato mnemônico e, ao mes mo tempo, uma espécie de meditação. Foi o que aconte ceu recentemente. Foi, aliás, o que motivou estas linhas.

Meio Ambiente

Convivo muitos anos com uma pessoa que, desde que aprendeu a ler (faz tanto tempo isso!), é um leitor com pulsivo (raridade!) e nunca conseguiu jogar fora um livro. Pelo contrário, transformou -se num receptor de livros que pessoas ou bibliotecas pre tendem descartar. Com isso, acumulou uma biblioteca re lativamente grande para uma pessoa só. Biblioteca “poli glota”: em grego antigo, latim, francês, italiano, espanhol etc. e algumas obras completas (na época,Emprestaclaro!).

“Retrato falado da cor rupção - Uma América La tina Sofrida, Ingênua, Espe rançosa, Devorada por Seus Próprios Filhos”, romance de Luís Spota (1925- 1985), escritor, jornalista e roteirista de cinema mexicano. O título já diz“AtudoHerança de Adão”, do escritor mineiro de Aragua ri, Geraldo França de Lima (1914 – 2003), amigo de Gui marães Rosa. E, sobretudo, de Georges Bernanos, por ter sido professor em Barbacena. Bernanos, num de seus livros, fez-lhe uma dedicatória mui to expressiva: “A Geraldo de Lima, ‘le fidèle ami dês mau vais jours, qui restera dans les jours hereux’” (A Geraldo de Lima, o fiel amigo dos maus dias, que permanecerá nos dias felizes).

A importância dos rios voadores e da Amazônia

COOPERAÇÃO E INVESTIMENTOS Informe Publicitário

Nessa hora, foi preciso procurar e encontrar Crédito. Isto é, dinheiro no momento certo, com condições sustentáveis e taxas justas. Tudo o que o Sicoob Credivertentes sempre teve a oferecer.

2021 é popularmente conhecido como “o ano da retomada” – e não há título mais justo para o período. Se em 2020 a Pandemia causada pelo Coronavírus freou expectativas, paralisou mercados, fechou portas e sufocou projetos pessoais; em 2021 houve, com vacinação e normalização (mesmo que lenta) de rotinas, uma virada mais do que necessária para toda e qualquer Economia – da global à familiar.

CICLOS

Em busca de mais histórias assim, nossa Cooperativa mantém seu propósito. “Em 2022 queremos potencializar ainda mais o crescimento de quem está conosco, acelerando processos na concessão de Crédito. O Cooperado forte projeta uma Cooperativa forte”, encerra o gerente de Negócios Marcelo Costa.

Desempenho acompanhou reação do mercado e de suas Comunidades pós-impacto da Pandemia

2022 Ainda em 2020, quando houve Sicoob Credivertentes aumenta liberação de Crédito

isolamento social, suspensão de eventos e fechamento do comércio, o Sicoob Credivertentes entendeu o momento incerto e as preocupações de seu público. Por isso, seguiu liberando novos Empréstimos e, quando necessário, renegociando débitos.

TAXAS COMPETITIVAS

Vale lembrar que, como no Cooperativismo não há lucros para um grupo restrito de acionistas – e sim resultados compartilhados –, houve um Ciclo Virtuoso de capital que foi investido e mantido nas próprias comunidades.

Para o gerente de Negócios Marcelo Costa, esse cenário de incentivo também mostrou, mais uma vez, o diferencial do Sicoob frente ao sistema bancário tradicional. “Há 36 anos, nossa Cooperativa se destaca como aquela que não abandona quem faz parte de sua história. Na verdade, está sempre junto a seus Cooperados, sendo suporte nas alegrias e nas dificuldades. Não seria diferente nos últimos tempos”, frisa. E completa: “De 2020 para cá, seguimos disponibilizando Crédito com condições justas enquanto a maioria dos bancos fechou carteiras com medo da inadimplência desencadeada pela crise”. em e avança no apoio a seus Cooperados

Em outras palavras, a riqueza fica e cresce na localidade a que pertence, garantindo prosperidade por lá.

Segundo dados do Banco Central, o Cooperativismo de Crédito já responde por quase 11% das carteiras no mercado. Além disso, de acordo com levantamento do Sebrae e da FGV, o Sicoob está entre as três instituições que mais emprestam no país a pequenos empreendedores.Em2021oSicoob liberou, sozinho, mais de R$33 bilhões a esse público. Já entre agosto do ano passado e março deste ano o destaque foi para o campo, com o Sistema injetando mais de R$14 bilhões para quem precisou no Agronegócio.Eomelhor, com taxas que podem ser até 30% mais baixas na comparação com os bancos, de acordo com a Organização de Cooperativas do Brasil (OCB).

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No ano passado, a instituição somou mais de R$421.5 milhões em Operações Creditícias entre Janeiro e Dezembro, um crescimento de 33% na comparação a 2020 quando, mesmo com as incertezas da Pandemia, houve injeção de R$315,2 milhões em recursos para Pessoas Físicas e Jurídicas nas diferentes regiões em que atua. E isso não só em Minas Gerais, mas em diversos pontos do país onde conecta pessoas via serviços totalmente digitais.

Além de seguir à risca a filosofia Cooperativista e a premissa do Crescimento Coletivo, o Sicoob Credivertentes integra a segunda maior rede de atendimento de todo o Brasil, o Sicoob. Por isso mesmo, ajudou a protagonizar um movimento transformador.

33%

Foi nesse momento que Emerson Caldeira, de Barbacena, encontrou o empurrãozinho que precisava para tirar do papel a própria destilaria. E conseguiu, no ápice da Pandemia, lançar a cachaça Divina d’Minas, um expoente do setor. “Sem Crédito, teria que adiar planos por um bom tempo. Mas procurei o Sicoob Credivertentes, fui recebido, ouvido e apoiado pela instituição. Tive coragem e o Cooperativismo ao meu lado para recuperar as esperanças e ir em frente”, conta.

dreiro, para garantir velocidade e economia na obra”. Isabela enfati za que não se consegue, por exem plo, quebrar a parede toda para mudar uma tomada ou um ponto de água de lugar, “justamente porque depois não se vai rebocar”. Então, “não vale a pena fazer alterações. Se for preciso, tem que ter muito cuidado, tem que tirar o tijolo, co locar de novo etc.”.

Alguns cuidados precisam ser tomados ao optar por esse tipo de construção, alerta Isabela. A come çar pelo projeto arquitetônico: “o importante é ter um bom projeto, que esteja bem fechadinho, bem resolvido para não haver proble mas futuros. Uma construção com tijolo ecológico não permite mui tas mudanças. “A pessoa que for construir deve estar bem decidida porque não é fácil fazer alterações depois que subiu as paredes. Quan do você está construindo com tijolo ecológico, as paredes já vão subin do com a parte elétrica e hidráulica já prontas, justamente para não ter quebra, para não ter desperdício de material.”Daía importância de ter mão de obra de qualidade, “um bom pe

CIMENTO E AREIA

bamento. Isabela estima que foram utilizados em média 28 mil tijolos, o que se explica pelo tamanho da casa, que tem quatro quartos, sala, cozinha, pequena área de lazer com churrasqueira, lavanderia e garagem para dois carros. A sala tem o pé direito mais alto, com o telhado aparente. Por ser uma casa alta, o quarto principal (suíte) fica no andar cima.

pletoOpossível”.tijolousado por Isabela é produzido pela Ecoforte, fábri ca localizada em Santa Cruz de Minas, na divisa com São João del-Rei. A empresa usa cimento, barro e água na sua produção e os tijolos não são levados à queima, como tijolos comuns, explica a ar quiteta. “O preço do tijolo em si é mais caro do que o tijolo comum; porém, ao usá-lo, você economi za com concreto e ferragens e tem muito menos desperdício de mate rial. Além disso, não há necessida de de reboco e de pintura; apenas usa resina impermeabilizante. O que, no final das contas, faz com que a obra fique mais barata.”

No decorrer das pesquisas, a então estudante descobriu que ha via uma fábrica de tijolo ecológico em Santa Cruz de Minas, cidade vizinha a Resende Costa. “Inte ressei-me bastante pelo assunto, fiz uma visita à fábrica e conver sei com os responsáveis, tudo isso para fazer o meu projeto de TCC da faculdade.”Jáformada, Isabela resolveu construir a própria casa, no bairro Nossa Senhora da Penha. Ela viu o tijolo ecológico como uma pos sibilidade real, “na qual eu poderia aplicar o objeto das minhas pesqui sas na faculdade. Depois de muito deliberar e pensar sobre todas as vantagens e desvantagens, resolvi arriscar; afinal, além de todas as outras vantagens, a estética dele também me atraía muito”.

A obra começou no final de 2018, foi realizada por etapas e, agora, se encontra na fase de aca

A arquiteta optou por telhas de cimento, que, por serem da cor cinza, “ficam bem bonitas com a cor dos tijolos”. As janelas e portas são de madeira maciça. “O bacana do tijolo ecológico é que você não precisa rebocar todas as paredes, a parte elétrica e hidráulica já sobe pronta; não precisa pôr revesti mento em muitos lugares, só onde tem necessidade mesmo. Fica um resultado bem bonito, bem diferen te, bem aconchegante.” Além do tijolo ecológico, Isabela instalou aquecedor solar para chuveiros, com capacidade de 400 litros de água, a fim de economizar energia.

Ela alerta para a dificulda de com a mão de obra; “Esse foi um dos problemas que eu encon trei durante a construção porque demanda muita atenção da parte dele (pedreiro); é necessário pres tar muita atenção ao projeto para não deixar nada para trás, tem que tomar muito cuidado para não es tragar o material; quando a mão de obra é mais experiente, já se sabe como vai fazer, as paredes sobem muito rápido”. Depois que subiu a parede, “é preciso rejuntar entre os tijolos e passar resina impermeabi lizante”.Éuma alternativa que vale a pena? “Sim, desde que você tenha um bom projeto, uma boa mão de obra, um bom suporte para poder fazer essa obra, pois não é uma obra simples. É um projeto e uma obra que são muito detalhados.”

(23/04/2022) da TV Cultura de São Paulo.A reportagem cita como exemplo um concreto especial uti lizado na construção de um prédio residencial em São Paulo, que, para ser produzido, consome menos ci mento e água. Com isso, consegue reduzir em até 26% a emissão de dióxido de carbono. Esse concreto especial também possibilita a di minuição de aço na estrutura, o que também resulta em menos emissão de CO2.Segundo a reportagem, a Agência Internacional de Energia quer que o setor de construção reduza pela metade as emissões diretas de dióxido de carbono e em 60% as emissões indiretas até 2050. Para isso, é preciso medir es ses poluentes. Aqui entra em cena o Sidac* (Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção), uma plataforma web que permitirá calcular a pegada de energia e de carbono de produtos de construção fabricados no Brasil.

CUIDADOS

https://sidac.org.br/*SIDAC: pessoalarquivoFotos:

No início, era para ser apenas um projeto de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para o cur so de Arquitetura e Urbanismo da Universidade FUMEC, de Belo Horizonte. “Enquanto estava fa zendo o meu TCC, busquei alter nativas construtivas que fossem mais econômicas e mais amigáveis ao meio ambiente”, conta Isabela Resende, formada em 2018.

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MENOR CUSTO

JOSÉ VENÂNCIO DE RESENDE Arquitetura

Segundo o ecologista Fábio Feldman, a iniciativa é muito boa. O setor de cimento gera emissões maiores do que muitos países, inclusive o Brasil; ou seja, é um grande contribuidor para o cha mado aquecimento global. Como o cimento é muito importante na construção civil, um dos desafios do planeta é reduzir a emissão de carbono no fabrico desse material. Outro exemplo citado por Feld man é a areia, muito importante na construção civil, que está ficando escassa no planeta. “E, pasmem, grande parte da areia consumida no Brasil é ilegal, de portos de areia não certificados que causam gran de dano.”

Com recursos da União Euro peia e do governo alemão e gestão do Ministério das Minas e Energia, a plataforma ajudará o consumidor a escolher produtos mais susten táveis, baseado nas informações fornecidas pelos fabricantes. O site vai reunir dados sobre a quantida de de CO2 emitida durante a pro dução de cada item utilizado na construção civil. A informação será checada por um grupo de especia listas e depois disponibilizada sem custos para a população.

arquiteta Isabela Resende. Projeto de sua nova casa foi criado pensando em aliar estética, economia e meio ambiente Uma casa de tijolos ecológicos

A em Resende Costa

Isabela confessa que no início estava temerosa “porque era um negócio diferente e eu não conhe cia ninguém que tinha construído casa com o tijolo; além disso, eu não sabia se seria a melhor alter nativa”. Ela voltou à fábrica, des ta vez acompanhada do pedreiro. “Nós conversamos bastante e aí eu decidi. Fiz o projeto todo modula do de acordo com o tijolo para ele ficar mais bem feito, o mais com

Para que uma alternativa construtiva possa ser usada pela grande maioria, é preciso garantir que o usuário tenha vantagens, ob serva Isabela. “É muito bom quan do conseguimos unir sustentabili dade e diminuição nos custos, mas nem sempre isso é possível. Acho que existe a possibilidade, sim, de introduzir alguns conceitos, desde que também beneficie quem está construindo.”Degrande valia poderá ser a nova ferramenta para medir as emissões de dióxido de carbono (principal responsável pelo aque cimento global) do material uti lizado na construção civil (casas, prédios e infraestrutura). Ela está sendo introduzida no Brasil me diante acordo entre União Euro peia, universidades, organizações não-governamentais e o Ministério de Minas e Energia. Esta é uma aposta para se construir de forma mais sustentável, minimizando os danos ao meio ambiente, segundo reportagem do Jornal da Cultura

Fachada da casa da arquiteta Isabela Resende, construída com tijolos ecológicos

ção, o que vem se repetindo desde a primeira edição do Trilhão. “Nós não premiamos com primeiro, segundo ou terceiro lugar. Todos ganham a medalha; a nossa inten ção é a de que as pessoas possam conhecer o lugar. Tem gente que vem para conversar, tem aqueles que vêm para treinar... mas todos vêm para curtir, para aproveitar a paisagem”.Ivânia acredita que a prática do ciclismo continua crescendo. “O ciclismo é algo terapêutico, só quem pratica sabe. É claro que há aqueles que estão ali para treinar, com objetivos mais firmes, mas eles também estão ali curtindo

E acredito que agora não falta mais nada para nós: Mar celo, que anunciou sua saída do Real, foi o primeiro brasileiro a erguer a taça. O lateral esquer do participou da conquista de cinco orelhudas, nas edições de 2013/14, 2015/16, 2016/17, 2017/18 e 2021/22, e esteve acompanhado do volante Ca semiro em todas as oportuni dades. Daniel Alves tem três participações, todas pelo Bar celona. Ao todo, são 58 jogado res brasileiros que participaram da foto do time campeão da Champions.Eaí,meus amigos, eu só digo uma coisa: contra fatos não há argumentos. Portanto, o ilustre torneio pertence tanto aos brasileiros quanto a qual quer um dos países europeus.

pessoalarquivoFoto:

Confesso que em mi nhas abas favoritas de acesso à internet estão as tabelas do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Não acompanho, como gostaria, o futebol internacional. Entretan to, assim como a maioria dos fãs do futebol, assisti à final da Champions League, vitória de 1 a 0 do Real Madrid sobre o Liverpool, no Stade de France, em Paris. A primeira sensação foi a de que “não é só aqui”, quando vi a desorganização na entrada do torcedores no está dio. Na verdade, por aqui é bem maisComorganizado.abola rolando, sur giu a discussão entre aqueles que assistiam à final comigo. Quantos jogadores brasileiros estavam ali? E a resposta foi a conclusão para a minha segun da sensação: apesar de a com petição ser disputada no velho continente, ela é bem brasileira.

De “pebas” a “galácticos”, Resende Costa reuniu cerca de 130 ciclistas na 4ª edição do Trilhão Ciclístico das Lajes, no último dia 15 de maio. Organizado pela equi pe Lagartixas Bikers e com apoio da Prefeitura Municipal, o evento contou com a presença de ciclis tas das cidades de Resende Costa, Belo Horizonte, Congonhas, Co ronel Xavier Chaves, Lagoa Dou rada, Mogi Das Cruzes (SP), Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, São Paulo (SP) e São Tiago.

sem meus apoiadores: Academia Ação Física, as empresas Britax e Aurélio Imóveis, Supermerca do Resende Costa, Alessandro Telinhas e a Secretaria de Edu cação Esporte e Lazer. Agrade ço sempre a presença de tantas pessoas boas ao meu lado, minha família, a Equipe Bauer Team, os professores Abdias e o mes tre Ronald Bauer. A Deus, toda honra e glória por mais essa con quista!”. de 100 ciclistas em Resende Costa fatura brasileiro de jiu-jitsu

PÁG. 16 • JORNAL DAS LAJES ANO XIX Nº 230 - JUNHO 2022 VANUZA RESENDE ESPORTE 4° Trilhão das Lajes reúne mais

O Brasil na Champions League

contou com a participação de mais de seis mil atletas. Após três lutas, o resende-costense faturou o 2° lugar na categoria Peso Pena máster. Otávio comemora a pre miação, após vivenciar momen tos complicados. “Eu vinha de um período conturbado em mea dos de novembro: tive uma lesão séria no joelho, o que me afastou do tatame por três meses. Ainda durante a recuperação, perdi meu pai. No fim de fevereiro, tive Co

De competição a competi ção, Otávio Ribeiro vem escre vendo seu nome no jiu-jitsu. O atleta disputa competições em todo o país e traz para Resende Costa diferentes premiações. Desta vez, a medalha foi de prata na disputa do Campeonato Brasi leiro de Realizadojiu-jitsu.de 06 a 15 de maio, em São Paulo, o campeo nato Brasileiro da CBJJ (Confe deração Brasileira de Jiu-Jitsu)

Papo de Esportes

VANUZA RESENDE

Ivânia Oliveira (dir.), uma das organizadoras do IV Trilhão das Lajes.

Atleta resende-costense

Otávio Ribeiro vem escrevendo seu nome no jiu-jitsu

Os jogadores que nos re presentam em um gramado impecável vão além. O Brasil é o país com mais gols desde a criação do campeonato, em 1955, à frente de qualquer na ção europeia. E o craque Vini cius Junior, do Real Madrid, fez questão de acrescentar mais um para a conta.

junto com os pebas, com todas as modalidades dos pebas”, brinca Ivânia.A ciclista ainda completa, convidando mais pessoas a se tor narem ciclistas. “Na hora do pedal, a gente curte o momento, a natu reza e um momento incrível. Es tamos observando que o ciclismo continua crescendo. Acredito que Resende Costa pode evoluir, ainda mais, com o incentivo do ciclismo. É uma modalidade que atrai turis mo, que tem potencial. Por isso, a gente espera que mais e mais pes soas venham pedalar com a gente, porque é muito gostoso, só têm coisas boas”, conclui Ivânia.

Uma das organizadoras do evento, a comerciante Ivânia Apa recida de Oliveira Silva, fala so bre mais uma edição do Trilhão. “Desde o primeiro evento, nós contamos com o apoio da Prefei tura Municipal e de comerciantes da cidade. A ideia surgiu para di vulgar o grupo, criar a interação com ciclistas da região e trocar experiências. Assim como vamos visitar outras cidades, queremos que pessoas possam vir a Resen de Costa para nos conhecer”. Esse ano, parte do valor das inscrições foi revertida para a APAE de Re sendeComCosta.percursos de 27km e 36km, o Trilhão teve largada e chegada do Parque de Exposi ções e passou por diversas trilhas em comunidades rurais já muito exploradas pelos ciclistas da ci dade, como Ramos, Segredinho e Val. Todos que concluíram a prova receberam a medalha de participa

vice-campeonato

Os grandes finalistas da final 2021/2022 contavam com oito jogadores que jogaram o seu primeiro futebol aqui: Éder

vid-19. Foram semanas de iso lamento. Em meados de março, voltei a treinar, mesmo com falta de ar, e disse que iria dar a volta por cima. Graças aos meus ami gos de treinos e minha família, fui ganhando confiança e, princi palmente, ritmo de luta”, destaca o lutador.Otávio agradece aos patro cinadores. “Acredito que Deus tem um propósito para cada um de nós, e eu não chegaria aqui

Militão, Marcelo, Casemiro, Vinicius Junior e Rodrygo, do lado espanhol, contra Alisson, Fabinho e Roberto Firmino, entre os ingleses. Dos oito, apenas Marcelo não entrou em campo. Antes, o número máxi mo de brasileiros numa decisão era quatro.Apresença brasileira tem acontecido desde 2000. 1999 foi o último ano sem nenhum brasileiro envolvido, quando o Manchester United derrotou o Bayern de Munique. Depois disso, pelo menos um jogador brasileiro esteve presente na fi nal do campeonato.

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