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COOLTURA

A história do mineral que dá gosto ao que comemos (Pág. 19)

O banquete dos mendigos (Pág. 17)

ANO 4 - EDIÇÃO 45

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Genuinamente Palhano

GLEBA

Crescimento desordenado pode comprometer a Gleba Palhano Mário Jorge Tavares

Sem planejamento urbano, a região perde em qualidade de vida e tende a se desvalorizar rapidamente nos próximos anos (Pág. 4) JG / R. Montagnini

FAMÍLIA EMPRESÁRIA

ESTILO

Arquivo Pessoal

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PERFIL

Dirceu, o xerife do Tubarão mora na Gleba Palhano (Pág. 3)

O consultor Abraham Shapiro estreia coluna no Jornal da Gleba (Pág. 6) JUNHO DE 2013

Preto e branco, uma combinação elegante que sempre se renova (Pág. 16)


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EDITORIAL Apesar de jovem, praticamente todos os terrenos da Gleba Palhano já foram ocupados por prédios comerciais e residenciais. Os poucos espaços que sobraram são da iniciativa privada, principalmente das construtoras que fizeram a Gleba Palhano ser o que é, um bairro admirado em toda a cidade. Mas se, por um lado, há um forte investimento da iniciativa privada na construção do bairro, o mesmo não se vê por parte do Poder Público. Não há, na prefeitura, projetos destinados à construção de espaços para o bem-estar social, como: creches, unidades básicas de saúde, escolas públicas, praças, teatros, entre outros. Somente com a participação dos moradores da Gleba Palhano é que essa situação pode mudar. Um bom exemplo de inserção popular é o trabalho do

ConGP, que luta para a reversão do quadro atual. Saiba o que dizem os especialistas em urbanização e os responsáveis pelo IPPUL sobre esse tema. Leia a matéria de Lucas Andrade na página 04. Nesta edição, você também confere a estreia da coluna de Abraham Shapiro sobre empresas familiares. O consultor empresarial mais famoso de Londrina agora faz parte do nosso time de colunistas. Além disso, não deixe de conferir as editorias Check up da economia, Estilo, Zoom, Saber, e o nosso Menu, com a história do sal, um mineral que caminha com a humanidade desde os tempos préhistóricos.

Boa leitura!

EXPEDIENTE JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: Rafael M. Montagnini (MTB 7239/PR) e Talita Oriani (MTB 7358/PR) DIAGRAMAÇÃO: Eduardo Massi REVISÃO: Ana Setti TIRAGEM: 5.700 Exemplares DISTRIBUIÇÃO: Gratuita COLABORAÇÃO: Lucas Andrade, Lu Barbosa, Oswaldo Petrin, Abraham Shapiro e Renata Gastaldi

PONTOS CONTATO DE DISTRIBUIÇÃO Fone: (43) 3027-4125 Pautas: redacao@jornaldagleba.com.br Site: www.jornaldagleba.com.br PONTOSCOMERCIAL DE DISTRIBUIÇÃO

(43) 9976-0243

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PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO O Jornal da Gleba é distribuído gratuitamente em todos os edifícios e condomínios horizontais da Gleba Palhano e região. Se você não recebe o Jornal da Gleba em casa entre em contato conosco ou retire seu exemplar nos pontos de distribuição:

EDIF. COM. TORRE MONTELLO (Av. Ayrton Senna, 550) · MERCADO PALHANO (R. João Huss, 74) · PADARIA DOMENICO (Av. Garibaldi Deliberador, 94) PANETTERIA PALHANO (R. Ernani L. de Athaide, 130) · POSTO BELA SUÍÇA (Av. Higienópolis, 2685) · VISCARDI PREMIUM (Rod. Mabio G. Palhano, 1025)


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PERFIL JG / R. Montagnini

O xerife que mora na Gleba

Destaque do LEC no campeonato paranaense de 2013, o zagueiro Dirceu fala sobre a carreira e os desafios de jogar a série D do Brasileirão Considerado pela imprensa esportiva e pela torcida como um dos principais jogadores do Londrina Esporte Clube no campeonato paranaense deste ano, que terminou com o título de campeão do interior, o zagueiro Dirceu Wiggers de Oliveira Filho, de 25 anos, é natural de Ibaiti, mas iniciou sua carreira futebolística na capital do estado. “Meus pais resolveram ir para Curitiba para dar uma educação melhor para mim e para minha irmã. Foi lá que entrei para o mundo do futebol”. Na capital, Dirceu jogava futsal e futebol de campo, até que veio a grande oportunidade de se profissionalizar no Coritiba. No clube alviverde, o jovem zagueiro participou da campanha que venceu a série B do Brasileirão de 2010. Depois disso, rodou o interior do Brasil até chegar ao Tubarão no início de 2013. Jornal da Gleba – Por que aceitou jogar pelo Londrina? Dirceu Wiggers – Eu sabia que o Sérgio (Malucelli) estava montando um bom time para o campeonato paranaense deste ano. Quando aconteceu o convite, aceitei na hora. JG – Você é o xerife da zaga do Tubarão? DW – Esses apelidos eu deixo para a torcida. Não me importo muito com isso. Tento fazer o meu trabalho da melhor maneira possível dentro do campo. JG – Qual foi o pior momento no campeonato paranaense? DW – Acho que foi minha expulsão contra o Paraná Clube no jogo do primeiro turno. Vínhamos de três

vitórias consecutivas e havia muita pressão para que não perdêssemos o embalo nesse jogo. Infelizmente, perdemos e eu fui expulso. Também teve o jogo do Coxa aqui, em que fomos prejudicados pela arbitragem. JG – E o melhor momento? DW – Tivemos muitos bons momentos nesse campeonato. Teve o jogo do Atlético, na primeira fase, que vencemos (2X0), teve o gol que eu marquei de cabeça também contra o Atlético, na segunda fase, jogando em Coritiba. Além disso, o título simbólico de campeão do interior também foi muito legal. JG – O Londrina está preparado para jogar a série D do Brasileirão? DW – Sim. O elenco é muito bom e estamos comprometidos em jogar bem essa competição. JG – Por que decidiu morar na Gleba Palhano? Os vizinhos o reconhecem? DW – O apartamento onde moro é do meu amigo Rafinha (jogador do Bayern de Munique, campeão da Champions League de 2013), nós nos profissionalizamos no Coxa, e, quando apareceu essa oportunidade de jogar no Londrina, ele me ofereceu para eu morar aqui. O pessoal me reconhece sim e apoia. Dia desses, o porteiro pediu para que eu descesse para distribuir autógrafos para uma molecada aqui dos prédios. Foi muito legal.

Rafael Montagnini

rafael@jornaldagleba.com.br

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GLEBA Mário Jorge Tavares

Descompasso urbano Moradores da Gleba Palhano e especialistas questionam o equilíbrio entre a densidade populacional da região e a dimensão de áreas públicas Há mais de 20 anos, o panorama da Gleba Palhano era radicalmente outro. Chácaras e sítios ainda predominavam quando, em 1985, o arquiteto Nestor Razente projetou o condomínio onde mora até hoje: a Chácara Bela Vista, um dos primeiros da região. “Falavam que os loucos iam morar no meio do mato.” Doutor em urbanismo, ele lembra que, no princípio da ocupação da Gleba, os corretores seduziam os interessados, destacando a vista privilegiada dos apartamentos. “Diziam que era possível ver o lago e todo o vale... Já não é assim, hoje tem pouca área pública, e logo o verde vai deixar de existir.” Com a inauguração do shopping Catuaí, a revitalização do Lago Igapó, a duplicação e extensão da Av. Madre Leônia e a transposição da Av. Maringá sobre o lago, a região transmudou-se definitivamente em área urbana de alto prestígio, marcada pela presença dos edifícios mais elevados da cidade. Segundo a Profa. Dra. Denise Januzzi, chefe

do Departamento de Urbanismo da UEL, essa intensa verticalização, que permite abrigar cerca de 350 pessoas por hectare, caracteriza a Gleba por uma densidade populacional médio-alta. “Esse adensamento tem de ser equilibrado com áreas verdes e equipamentos comunitários, que assegurem a qualidade do espaço público para usufruto dos moradores”, explica a professora.

A importância das áreas públicas De acordo com a lei federal de parcelamento de uso do solo, os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde e lazer são considerados comunitários, sendo que devem ser proporcionais à densidade de ocupação e igualitários para todas as populações. Para que a cidade não cresça desordenadamente e o bemestar da população seja assegurado, é imprescindível que se disponibilizem, por exemplo, postos de saúde, escolas, creches e salas de espetáculos.

“São equipamentos necessários em toda a cidade, pois dão vitalidade aos bairros, garantindo sua autossuficiência e evitando o isolamento dos moradores, os deslocamentos desnecessários e os congestionamentos.” Além disso, segundo a professora, as praças públicas, só pelo fato de constituírem áreas verdes, são fundamentais para a salubridade ambiental, pois quebram a monotonia das edificações e favorecem uma maior ventilação e a permeabilidade do solo – tão importante na prevenção de enchentes e assoreamentos. “O que será da Gleba quando estiver 100% ocupada e não dispuser desses espaços?” Segundo a diretora de planejamento urbano de Londrina, Ignes Dequech, o percentual dos loteamentos urbanos que deve ser destinado a ruas, praças e equipamentos comunitários é de 35%. “Todo loteamento da Gleba tem esses espaços reservados: os comunitários não foram instalados, pois são prioritários em regiões

Moradores protestaram no dia 1° de junho contra a instalação de rede alta tensão na Gleba Palhano, mais uma clara evidência de desatenção do Poder Público às necessidades da comunidade.

mais carentes, mas as praças já estão disponíveis”, garante. Contudo, como podemos ter certeza disso, se a prefeitura não dispõe dos dados, ao menos não de imediato? Para a professora Denise, além de não haver razão que justifique que uma região seja desprestigiada, é dever da prefeitura dominar essas informações, para que, a partir de uma leitura correta dos espaços, possa programá-los. Ela ressalta, porém, que o planejamento público também tem de fazer parte do cotidiano das pessoas, e sugere que a própria comunidade requeira formalmente a discriminação dessas áreas e se posicione perante o poder público. “Somente quando assumirem seu papel na gestão democrática é que os moradores poderão definir os rumos do ambiente onde moram. Senão, a bolha vai explodir, os imóveis vão se desvalorizar, e vamos ter de arrumar outro lugar pra morar”, alerta o advogado Carlos Scalassara, morador da Gleba.

Lucas Andrade

redacao@jornaldagleba.com.br


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FAMÍLIA EMPRESÁRIA Imagem Ilustrativa

Empresa familiar: nem terror, nem piada! “Pai rico, filho nobre, neto pobre”. Você já deve ter ouvido esta frase. No México, sua correspondente é: “Pai comerciante, filho cavalheiro, neto mendicante”. Há frases similares em outros países. Algumas chegam a ser engraçadas. Todas afirmam que a elevada taxa de insucesso da sucessão nas empresas familiares torna este fato inevitável. Mas não é! Nas nossas consultorias a famílias empresárias, constatamos um comportamento que é desempenhado pela maioria dos dirigentes, e com preocupante frequência. Refiro-me ao pressuposto errôneo que comunicam à geração seguinte: “Fique tranquilo, filhinho. O seu lugar na empresa está guardado!” Obrigar o filho a ir para a empresa pode ser um “tiro no pé”, eu condordo. Mas deixá-lo tratar o negócio como uma alternativa de último recurso é bem pior. Vi empresas inexplicavelmente povoadas de membros incompetentes

da nova geração. Alguns desses haviam fracassados como atletas, artistas ou músicos. Eles assumiram postos de liderança instantaneamente pelo fato simples de ser da família. Desempenho que é bom? Zero.

Como prevenir-se contra isso? Um modelo adotado com sucesso por algumas corporações, e que pode se adaptar perfeitamente a organizações de qualquer tamanho, é o chamado “formação e triagem”. Ele se inicia com a exposição do membro da nova geração do clã à empresa desde cedo para que possa decidir com embasamento se no futuro quer ou não fazer carreira nela. No entanto, este posto não deve jamais ser um direito herdado. Se ele desejar trabalhar ali, não terá tratamento especial algum. Ele deverá ter conquistado um diploma universitário, trilhado uma pósgraduação ou MBA, mantido vários anos de experiência profissional relevante fora do negócio da família

e, por fim, disputar uma vaga com candidatos que não pertençam à família, e ter o mérito de vencer.

Vamos a um exemplo forte deste modelo. Em 1994, a Gerdau S.A já estava na quarta geração da família Johannpeter. Contrataram uma firma de recrutamento para avaliar os 60 principais executivos da casa, incluindo cinco integrantes da geração seguinte da família, para a inclusão num comitê executivo. A avaliação obtida neste processo foi usada para incentivar membros do clã a seguir carreira fora do grupo. Eles saíram sem qualquer turbulência e se deram bem fora dos negócios da família. Passados quatro anos, outra consultoria foi contratada – agora para identificar cinco candidatos a presidente. Entre os recomendados havia dois primos da quinta geração com ótima experiência no negócio. A empresa remeteu-os para formação

executiva nos Estados Unidos e, após isto, colocou cada um no comando de importantes unidades de negócios, por vários anos. Ao final de 2006, o integrante da família com o melhor desempenho foi nomeado presidente; o primo tornou-se diretor de operações. Atualmente, quatro dos cinco candidatos à presidência seguem na Gerdau. O faturamento da empresa subiu de US$ 13 bilhões em 2006 para algo próximo a US$ 25 bilhões em 2012. Preste bem atenção na conclusão. Nenhum dos cenários mais desejáveis para a continuidade da empresa familiar acontecerá espontaneamente. É preciso atitude e orientação especializada. E positivamente, atitude ou comportamento são coisas que se aprendem.

Abraham Shapiro É coach de líderes e consultor empresarial.


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VIVA Divulgação

O professor Alessandro Campos durante a aula de Muay Thai

Muay thai, um esporte para quem não gosta de monotonia

Por se tratar de uma arte marcial que envolve um alto gasto calórico – de 600 a 1000 calorias por aula - e proporciona um excelente condicionamento físico, o muay thai vem ganhando cada vez mais adeptos saltos, abdominais e agachamentos. Depois, Uma atividade física que caiu no gosto partimos para a técnica, ou seja, é um treino pra dos brasileiros, o muay thai é uma arte marcial lá de agitado. Pra quem busca uma atividade física tailandesa com mais de dois mil anos de existência. animada e diferente é ideal, já que Segundo documentos históricos, o boxe tailandês, como também Hoje em dia, cada os exercícios são bem completos é conhecido, foi criado a partir de vez mais homens e e trabalham todo o corpo, dando uma ênfase maior na região do uma adaptação do kung fu (boxe mulheres procuram tronco e do abdômen”, conta. chinês). Naquela época, as pessoas praticavam os exercícios para o muay thai para De acordo com Campos, a ficarem mais saudáveis e também ajudar na autodefesa, atividade é indicada a partir dos para se defenderem de roubos e quatro anos de idade e é permitida queimar calorias e bandidos. manter a saúde tanto para a maioria das pessoas, ou seja, qualquer um que se sinta apto pode Os anos se passaram e os motivos pelos quais as pessoas continuam do corpo quanto da praticar. No entanto, o professor, mente. assim como diversas academias, buscando a prática dessa arte não exige um atestado médico para mudaram muito. Hoje em dia, cada aqueles que têm problemas cardíacos, de coluna vez mais homens e mulheres procuram o muay ou articulares. thai para ajudar na autodefesa, queimar calorias e manter a saúde tanto do corpo quanto da mente. A aula dura cerca de uma hora e, segundo o professor de muay thai, Alessandro Campos, a recomendação é que se pratique pelo menos três vezes na semana. “Os treinos já começam com um aquecimento de corrida, polichinelos,

Talita Oriani

talita@jornaldagleba.com.br


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Talita Oriani

ZOOM

talita@jornaldagleba.com.br

LANÇAMENTO

Imagens: Divulgação

O apartamento decorado do Maison Veyron, lançado pela A.Yoshii Engenharia no showroom da construtora, está sendo só elogios. A arquiteta Juliana Meda apostou em tendências mundiais, visando trazer ao imóvel soluções para a vida contemporânea. Espaços multifuncionais integram vários ambientes de uso comum. Vale conferir!

Octavio Borges e Renata Schiavon de Morais Mariana Sacchi e José Ricardo Perdigão

Rangel e Antenesca Giovani Mauro, Gabriela e Analucia Nunes

Divulgação

Divulgação

Formadas pela Unifil, as arquitetas Fernanda Bonesi e Ana Karolina Vargas estão felizes da vida com o sucesso do escritório Bonesi Vargas, inaugurado em janeiro na Gleba Palhano. As belas estão a todo vapor com os projetos arquitetônicos e de interiores.

Birthday Dia 4 de junho, a bela médica Gabriela Gehring reúne os amigos para comemorar mais um ano de vida. No dia 19, quem comemora nova idade é a doutora Fátima de Sá. Já no dia 24 é a vez da empresária Giane Castello assoprar as velinhas.

Congratulations !!!

Com estética pin-up, a modelo Jenny Caroline posa para as lentes do fotógrafo Sergio Santiene em ensaio descontraído no Anne Rocket’s Londrina


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LANÇAMENTO E ANIVERSÁRIO LOJA ALINE BISSOCHI Aline Bissochi brindou os dois anos da sua loja em alto estilo recebendo amigos e clientes em um happy hour animado que marcou o lançamento da coleção de inverno da grife própria. A criação é um tributo à exuberância com o uso de tecidos nobres e marcantes como o veludo, renda e seda, bordados com pérolas, cristais e moedas. O evento contou ainda com desfile de modelos da linha festa vindos direto de Los Angeles. Um verdadeiro luxo!

Divulgação

A herança histórica, cultural e religiosa da Jordânia pôde ser apreciada em mais um episódio do programa “O Mundo segundo os Brasileiros”, exibido pela Band e produzido pela Eyeworks Brasil. Gravado pela produtora e jornalista londrinense Lara Rezende, o programa foi ao ar em maio e teve alto índice de audiência. Além de participar do projeto “O Mundo segundo os Brasileiros”, Lara também divide, atualmente, o comando da Cardigan Filmes & Comunicação, com os sócios Geraldo Isoldi e Marina Amano, em São Paulo.

Noitada ao som de Ferris Residente da Kingdom 2800, Ferris comandou uma noite do lounge Kingdom 2800 durante a Expo Londrina. No espaço lotado, gente bonita e boa música marcaram a festa que rendeu vários lances do fotógrafo Toni Silva.

Barbara Santos e Carla Fernandes Mariana Prochet e Rafael Henriques

Kouthar Abi, Monique Brito e Nathalia Rodrigues

Eduardo Batista e William Pinela


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SABER

A FORMAÇÂO DO LÌDER NA SOCIEDADE ATUAL Cada dia mais ouvimos sobre a necessidade de desenvolver a competência de liderança nas pessoas. Os gestores apregoam a importância do papel do líder nas organizações e seu poder de colaborar de forma decisiva na perpetuação da empresa e na busca de seu sucesso; na área da vida pública, também sofremos pela falta de líderes. Em 2010, o mundo assistiu à tragédia ocorrida na mina de exploração de cobre no deserto de Atacama, na região norte do Chile, onde 33 trabalhadores foram resgatados graças à atuação de liderança assumida por um dos trabalhados soterrados. Todos pudemos acompanhar a ação de Luiz UrzúaIribarren, que, ao se ver naquela situação, tratou de espalhar fé e esperança para o grupo. Sem pensar na situação em si, ele tratou logo de dividir tarefas, estipular horários, organizar o racionamento e a distribuição dos alimentos e produtos de higiene. Mesmo confessadamente tendo dúvidas quanto ao sucesso do resgate, em momento algum deixou de incentivar seus companheiros, principalmente, quando os via um tanto resignados e desesperançosos com aquela situação. O mais importante ensinamento que tal acidente nos trouxe talvez seja a necessidade de um líder para conduzir e coordenar grupos heterogêneos em momentos cruciais da vida. O reconhecido escritor Stephen R. Covey, falecido em 2012, asseverou em uma de suas obras que “A liderança é o poder de comunicar às pessoas o potencial de cada uma delas, é saber incentivar as pessoas a encontrarem a própria voz, o seu próprio caminho”. No entanto, fazer isto não é tarefa fácil e tal competência precisa ser desenvolvida nas pessoas.

TIRAS

Neste sentido, a escola precisa olhar para além de seus muros e perceber o que a sociedade requer na formação de suas crianças e jovens. Sem dúvida, o desenvolvimento do papel de liderança é fundamental para uma sociedade como a nossa, que requer pessoas com esse perfil, para atuarem na vida pública, profissional e familiar. Para além dos conteúdos curriculares, a formação de líderes capazes de desenvolverem habilidades extraordinárias nas pessoas passa a ser papel relevante na escola de hoje, que os dirigentes dos sistemas escolares estejam atentos para isto! Silvia Helena Raimundo Carvalho - É Pedagoga, Mestre em Educação, Professora nos Cursos de MBA em Gestão e Diretora Educacional do Colégio Universitário de Londrina.


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INFORME JURÍDICO

Dedução integral de despesas com educação no Imposto sobre a Renda da Pessoa Física Hoje, a legislação do IRPF libera a dedução de despesas com educação, no que se refere aos custos com instrução do contribuinte e de seus dependentes, pagos a estabelecimentos de ensino, relativos à educação infantil, compreendendo: creches e pré-escolas; ensino fundamental; ensino médio; ensino superior, inclusive cursos de pós-graduação (doutorado, mestrado e especialização) e educação profissionalizante, configurada em cursos técnicos e tecnológicos, desde que limitados a um teto anual. A questão é polêmica, pois enquanto a Lei Federal n° 12.469 de 2011 limita o abatimento de despesas com educação, na base de cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF), ao valor máximo de R$ 3.230,46 (por ano), o contribuinte, por força de garantias previstas na Constituição Federal de 1.988, como a dignidade da pessoa humana e o direito à educação, pode vir a abater integralmente as despesas, a título de educação para si e seus dependentes, do referido imposto. O debate jurídico está em evidência, pois, recentemente, várias decisões de Juízes Federais têm dado ganho de causa aos contribuintes que movem ações ordinárias perante a Justiça Federal, a fim de obter o direito de deduzir o custo total com educação na base de cálculo do IRPF. A briga ganhou força com o ajuizamento de ação declaratória de inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), que busca

Mais notícias acesse: www.asvc.adv.br

invalidar tal limitação e permitir que os cidadãos brasileiros descontem integralmente as despesas com educação da renda a ser objeto de tributação no IRPF, cujo resultado, se positivo, gerará efeitos para todos os cidadãos brasileiros contribuintes do IRPF que tenham custos com educação. O risco é que o STF, como guardião que é da Constituição Federal, pode fazer com que os efeitos da respectiva decisão se propaguem apenas no futuro, impedindo assim o contribuinte de tentar recuperar aquilo que foi pago indevidamente no passado. Assim, a dica ao leitor é que, caso gaste muito com educação, por exemplo, em cursos de mestrado, doutorado ou, porventura, possua dependentes em escolas particulares de alto custo, procure seus direitos desde já, perante o Judiciário, para a garantia de que possa no futuro abater integralmente os valores gastos com educação no transcorrer do processo.

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Daniel Augusto Sabec Viana OAB/PR nº 46.387

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Guarda compartilhada No Brasil, há um alto índice de separações conjugais que apontam para novas configurações familiares, formadas a partir de uniões após separações judiciais e divórcios. Dados do IBGE-2011 demonstram que a taxa de divórcios no país cresceu 45,6% em relação a 2010. Revelam, ainda, que houve um crescimento da guarda compartilhada de 5,4% entre os cônjuges com filhos menores. A guarda compartilhada diz respeito ao Direito da Família e foi instituída no Brasil a partir da Lei 11.698/2008, que determina um compartilhamento entre os pais separados, dos deveres e responsabilidades relacionados à criança. Dessa forma, a responsabilidade sobre o filho continua sendo de ambos e não apenas de uma parte como na guarda unilateral. As mudanças em nossa vida não são tarefa fácil: mudança de emprego, de escola, de cidade. Por mais que as mudanças sejam almejadas, tal situação gera uma série de sentimentos diante do novo, do desconhecido. Numa ruptura do casal, o integrante principal – a criança – sofre com os efeitos dessa modificação da estrutura familiar e das perdas advindas dessa nova configuração que surge: a família monoparental. Para a criança, seus pais são o alicerce e ela percebe esse alicerce abalado, podendo refletir em sua vida afetivo-emocional e fazer com que sentimentos, como insegurança e desamparo, passem a fazer parte de seu universo. Para a psicologia, abalos emocionais farão parte desse novo contexto, entretanto, a criança não pode ser refém da situação. Ela não precisaria sentir-se dividida na escolha de pai ou mãe, elevando seus sentimentos de culpa e desagrado diante de um dos genitores, o que poderia acarretar problemas emocionais como baixa autoestima e isolamento social. Para isso, é importante que os pais, que já não formam um casal,

continuem exercendo as mesmas funções de pai e de mãe e que a criança siga sua vida, sendo filho, e os pais sigam as suas, sendo pais. Manter uma comunicação adequada, participar ativamente das decisões da vida do filho (festinhas, apresentações na escola, lazer, férias) são tarefas dos pais. Além disso, a boa convivência com ambos favorece a experiência com os papéis masculino e feminino, paterno e materno, auxiliando no processo de identificação, fundamental para sua constituição como sujeito. Logo, a guarda compartilhada visa preservar a criança, minimizando seu sofrimento, propondo que a família – célula mater da sociedade –, embora modificada, continue sendo lugar de acolhimento e proteção. É, ainda, vista como um saldo positivo para evitar a alienação parental. Favorece também uma residência fixa, uma estabilidade de domicílio para a criança (ou na casa do pai ou da mãe). Emocionalmente, para a criança, isso faz uma enorme diferença, pois promove em seu mundo exterior um ponto de referência espacial para suas atividades (horário, rotina, encontro dos amiguinhos) e, em seu mundo interior, um espaço de pertencimento, um sentimento de pertencer a um lugar que, futuramente, fará diferença em suas escolhas diante da vida. É necessário, portanto, que se compreenda que a criança tem o direito de amar e de gozar da companhia do pai e da mãe, mesmo estes não estando mais sob o mesmo teto, e que ela, a criança, é a protagonista principal dessa história e que vai tecendo seu caminho a cada compreensão que vai adquirindo na vida. Renata Gastaldi Psicóloga Clínica e Pós-graduada em Psicologia Jurídica regastaldi@gmail.com


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CHECK UP DA ECONOMIA Imagem Ilustrativa

Transporte urbano tem jeito Encarando de forma bem objetiva e simples: por que alternativas para soluções no transporte urbano, coletivo ou individual, demoram tanto? Quando a densidade do trânsito começa a dar sinais de exaustão e mexer com o tecido urbano e social, a primeira coisa que vem à mente dos políticos é o alargamento de algumas vias, em geral as de maior fluxo. Isto são obras de infra-estrutura que pesam no orçamento, incomodam e, invariavelmente, agridem o ambiente como retirada de árvore e redução do espaço verde. É a solução mais fácil. Mas é também a solução mais simplista, imediata. Sem complexidade esta saída é rápida, mas nem sempre é a melhor no longo prazo. E aqui, ressalve-se que o conceito de longo prazo na velocidade do crescimento das metrópoles, hoje, é um conceito subjetivo que está mudando. Neste caso, o “longo prazo” não passa de 10 anos, quase nada em termos de perspectiva histórica. Tem lá suas vantagens que não contam dividendo para a sociedade. Exemplo de vantagem em mão única: essas obras, que passam por desapropriações, embates jurídicos, etc... dão visibilidade política ao prefeito; também facilitam o gestor da área de engenharia e viação, mas nem sempre o dividendo político coincide com o benefício coletivo. Digamos que, às vezes agrada, às vezes resolve

totalmente o problema. Às vezes não. Anos atrás a prefeitura de Londrina retirou árvores frondosas em um trecho da Avenida JK, uns três quarteirões após a Rua Alagoas na altura do extinto Clube Canadá. Retirou lindas árvores e estreitou o canteiro. Deu ao trânsito de veículos alguns centímetros a mais. Alargou a avenida, em detrimento dos pedestres. Os países desenvolvidos priorizam o pedestre; Londrina, naquela gestão, priorizou o automóvel. E não resolveu nada! Apenas potencializou as ameaças aos pedestres que vão para o Sindicato dos Professores ou ao Ilece, que é uma escola especial. Há mais escolas por aí, inclusive parte da Unifil. Falei do simplismo dos alargamentos das artérias. Mas o recado é outro: administrações modernas, com olhar à frente, pensam em redesenhar o todo e conferir maior mobilidade urbana. O trânsito de veículos é apenas um personagem - talvez o mais complexo, convenhamos - a compor essa complexidade, porque não se trata de uma grande rodovia, mas uma cidade no sentido da cidadania e do cidadão, um item preterido em Londrina.

Oswaldo Petrin Colunista econômico redacao@jornaldagleba.com.br


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Mário Jorge Tavares

ESTILO

A elegância do branco e preto A combinação é conhecida há muito tempo, desde a década de 20, quando Coco Chanel tornou essa tendência um clássico

Superpostes não são para iluminação

Até a próxima,

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branco, porém, se preferir usar calças ou bermudas coloridas (vermelho, amarelo, verde militar, verde claro, azul) seu look sairá do convencional. As camisas, que estão em alta há bastante tempo, continuam nesta temporada e podem também trazer, como estampas, as listras. Aqui as combinações seguem a mesma regra dos blazers. Essa tendência do preto e branco pode também ser vista em poás, estampas geométricas e em pequenos detalhes nas roupas, como punhos de camisa e golas. A moda é muito democrática, por isso, entenda seu estilo, seu corpo, sua idade e aproveite todos os benefícios que ela pode trazer não só para nossos armários, mas também para nossas vidas.

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Além de linda, essa combinação é muito democrática, podendo adequar comprimentos e modelagens de acordo com o tipo físico. Essa tendência foi vista nas passarelas de alguns desfiles internacionais, como os de Marc Jacobs e Dolce Gabbana. Já no Brasil, quem trouxe essa tendência para a passarela foi Ronaldo Fraga. O que está mais em evidência são as listras, que podem ser mais grossas, na vertical ou horizontal. Blazers, calças e camisas são as principais peças escolhidas para estampar as famosas listras que estarão em todas as vitrines desta estação. Vale lembrar que listras na vertical alongam a silhueta. Assim, se escolher uma calça com essa estampa, prefira peças lisas na parte de cima, ou com uma estampa discreta e na mesma cor. Já os blazers listrados podem ser combinados com t-shirts estampadas com cores neutras, que tornam o look mais interessante. Na parte debaixo, o mais comum é combinar com preto ou mesmo com

Luciane Barbosa

Personal stylist

Ao longo da Av. Garibaldi Deliberador, os moradores dos bairros residenciais Jardins San Diego, Cláudia, Guanabara e Palhano, dentre outros, depararam, ao longo do passeio, com superpostes que, inicialmente, imaginaram servir para iluminação dessas áreas. Ledo engano. Os superpostes foram previstos para a passagem de uma linha de alta tensão (linha de subtransmissão) da COPEL, de 138 mil volts. Nesse caso, para interligar as subestações Igapó e Maringá (Jardim Itamaraty) e de lá interligar a estação J. Bandeirantes 2. Levando em conta a norma NBR5422 e especificações da CELGPAR (concessionária de energia elétrica de Goiás), a largura da Faixa de Segurança para tensão de 138 kV, deve ser de 16 metros (canteiro central, com 8 metros de largura mínima para cada lado do eixo da linha de transmissão). Nessa área, não devem ser construídas residências, indústrias, depósitos, escritórios, bares, lojas, igrejas, calçadas ou passeios para pedestres, ou haver irrigação com jato d´água dirigido para cima, estacionamento de veículos, esporte, recreação e lazer, postes de telefonia, iluminação pública, linhas e redes de distribuição, etc., além de se configurar como “corredor potencial” (afastamento ainda maior) para futuras linhas e obedecer a altura mínima de 8,30 metros ao passar por ruas. Tais recomendações levariam a mudar o traçado do “linhão” para

a rodovia PR-445, mesmo que o DER conceda tal autorização a título precário, tendo em vista a possibilidade futura de ampliação da rodovia e um custo um pouco maior que tal mudança de projeto acarretaria. Assim, a preocupação dos moradores é grande, tanto do ponto de vista da saúde (exposição contínua da população aos campos elétricos e magnéticos induzidos, de frequência extremamente baixa de 60 Hz, com riscos potenciais de possível aumento de incidência de leucemia infantil). Contudo, não foi feita consulta à população quanto a tais problemas, possíveis acidentes por colisão de veículos, risco de acesso de escadas dos bombeiros a edifícios em emergências, além de, pelo exposto, desconfiguração urbanística e consequente depreciação dos imóveis. Em decorrência o ConGP protocolou em abril, ofício dirigido à Secretaria de Obras da Prefeitura, bem como por deliberação da Plenária do Conselho, realizada ontem no Condomínio Joan Miró, um Ato de Protesto, para dia 1º. de junho na Praça da Rua Montevideo / Ernâni Lacerda Athayde, na divisa da Gleba Palhano com o Parque Guanabara (em frente ao Edifício Maison Heritage), bem como reunião com o Prefeito Alexandre Kireeff e secretários (foto acima), dia 03 de junho. Conselho de Condomínios Residenciais da Gleba Palhano


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COOLTURA Imagens Ilustrativas

O banquete de Jards Macalé Há 40 anos, um show afrontava a censura do regime militar com ironia e boa música Em dezembro de 1973, os brasileiros viviam sob a censura imposta pelo regime militar e os tempos eram difíceis para aqueles que discordavam do governo. Como não poderia deixar de ser, artistas, jornalistas, intelectuais e músicos tinham que submeter seus trabalhos à aprovação dos censores. Foi nesse cenário que um músico resolveu afrontar a censura governamental e montou um espetáculo chamado, ironicamente, de “O Banquete dos Mendigos”, para celebrar os vinte cinco anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Seu nome era Jards Macalé. Jards já era um nome importante da música brasileira, mas seu nome havia sido excluído do mercado fonográfico da época, devido à sua atitude em relação às gravadoras. “Naquele tempo,

era muito comum os grandes artistas da MPB se apresentarem para arrecadar dinheiro para ajudar perseguidos políticos, artistas que se encontravam em situação financeira difícil, ou com a saúde debilitada. Eu não era, digamos, muito comportado com esse pessoal das gravadoras, das rádios e da televisão. Então, resolvi fazer um show em autobenefício, como uma gozação a esse mercadão que se criou dos espetáculos beneficentes”, recorda. Após convidar uma série de estrelas da MPB da época, Jards foi procurar um local para a apresentação. Escolheu o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e foi conversar com Heloisa Lustosa, diretora da instituição. Por lá, soube que haveria, no dia 10 de dezembro, uma celebração pelos vinte e cinco anos da Declaração Universal

Cerca de quatro a cinco mil pessoas dos Direitos Humanos e resolveu aliar compareceram ao show, segundo as sua piada às comemorações da ONU. contas de Jards Macalé. Para ele não Meses antes do show, uma série houve uma apresentação que mereça de músicas e trechos da declaração mais destaque que as outras. “Nosso dos direitos humanos foram enviados ato foi memorável, uma ação conjunta, para avaliação da censura. A maioria naqueles tempos difíceis em prol de do material foi vetado pelos censores, uma celebração importante para a “foram censuradas oitenta por cento humanidade”. O show terminou com das músicas para inviabilizar o show. a polícia cercando todo o museu e O mais absurdo é que censuraram formando um corredor polonês para palavras do documento da ONU. Uma que os músicos saíssem do museu burrice”. para o aterro. “Não deram bordoada, No dia do show, Jards Macalé conta mas a intimidação foi muito grande”, que preferiu enfrentar as proibições e relembra. avisou os músicos que não haveria O espetáculo nenhuma censura foi gravado e na apresentação. transformado em Os artistas, então, álbum duplo. Em se mesclavam 1974, chegou a ser no palco entre distribuído para músicas e trechos divulgação, mas declamados acabou censurado. dos artigos Foi liberado que compõem somente em 1979. a Declaração O “Banquete dos Un i ve r s a l Mendigos” é, sem Jards Macalé dos Direitos dúvida, um dos Humanos. grandes discos Foi nesse show que Chico Buarque brasileiros, não somente pela qualidade cantou, pela primeira vez em público, musical dos artistas que realizaram ‘Jorge Maravilha’, que dizia: “você o show, mas pela forma criativa e não gosta de mim, mas sua filha bem humorada de afrontar a falta de gosta”, considerada uma provocação inteligência da censura daquele Brasil ao então Presidente Geisel. Além que ficou para trás e que nunca mais de Chico Buarque, fizeram parte da deve voltar. Vale muito a pena conferir. apresentação: Paulinho da Viola, Pedro dos Santos, Jorge Mautner, Edu Lobo, Luiz Gonzaga, Johnny Alf, Raul Seixas, Grupo Soma, MPB4, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Dominguinhos, Gal Costa, Luiz Rafael Montagnini Melodia e Edison Machado. rafael@jornaldagleba.com.br


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O sódio, atualmente, é usado como base para muitos produtos químicos e outros materiais muito úteis na vida moderna

Do salário ao saleiro

Utilizado desde os primórdios da humanidade, o sal já foi fonte de riqueza e hoje é considerado um dos vilões da boa alimentação O sal é um dos minerais mais comuns do planeta. A raça humana o consome desde a pré-história e muitas guerras foram travadas por sua causa. Hoje, contudo, ele não passa de mero acessório em nossas mesas. Além disso, em nossos dias, muita gente o considera o vilão da boa alimentação. Mas você sabe qual é a função do sal em nosso organismo? Seu principal papel é regular a quantidade de líquidos que ficam dentro e fora de nossas células. Se consumido em excesso, gera alterações nesses líquidos, levando o organismo a reter mais água. Nesse cenário, rins e coração podem se sobrecarregar, causando a hipertensão. Mas a falta de sal também pode nos matar. Infelizmente, a deficiência de sal não se manifesta como a falta de comida, que causa fome. A falta de sódio em nosso corpo causa efeitos indesejáveis, como

anorexia, tonturas, dores de cabeça, dificuldade de memorização, fraqueza e bócio (doença que aumenta o volume da glândula tireoide, no pescoço). Até pouco tempo atrás, não era fácil conseguir o sal. Por ser tão difícil de ser retirado e usado, tornou-se excepcionalmente valioso. Durante séculos, o sal foi tão valioso quanto o ouro. A primeira guerra documentada foi pelo sal da China, há milhares de anos. O sal era considerado um mineral precioso e, em muitos lugares, era visto como um tipo de moeda. Um bom exemplo disso foram os romanos que pagavam seus soldados, pelo menos parcialmente, em cotas de sal, daí a origem da palavra salário (salarium, em latim). Os romanos entenderam bem depressa que se controlassem a produção de sal, eles controlariam uma economia inteira, comercializando cada

grama de sal por ouro. Para o homem antigo, perder um pouco de sal representava um grande prejuízo, mas hoje não é mais assim. Fabricamos sal em escala industrial. O cloreto de sódio é usado como base para diversos produtos químicos e materiais muito úteis em nossas vidas, dos vidros aos plásticos, passando pelas tintas, tecidos e papéis. Ele também é usado, aos milhões de toneladas, para tirar gelo das estradas em países que sofrem com nevascas. Hoje, o mineral, que já gerou guerras, é tão comum que podemos desperdiçá-lo em nossos saleiros sem atrair a fúria dos deuses.

Da editoria

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O sal dos oceanos poderia cobrir toda a terra do mundo, preenchendo 45 andares de altura. Na Idade Média, derrubar sal era sinal de que o diabo estava por perto. Como o sal era muito caro e difícil de ser obtido, os cristãos tinham o costume de pegar um pouquinho do sal derramado e jogar sobre os ombros. Eles acreditavam que, assim, cegariam o diabo, que voltaria para o inferno. Nos EUA, apenas 6% do sal produzido é usado na comida. Existem várias referências ao sal no Velho e no Novo Testamento da Bíblia. Uma das mais famosas é relativa à esposa de Ló, que virou uma estátua de sal, em Gênesis, depois de desobedecer a uma ordem de Deus. Alguém que é o “sal da terra” é uma pessoa confiável.


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