JornalCana 343 (Fevereiro/Março 2023)

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@canalProcanaBrasil F e v e r e i r o/ M a r ç o 2 0 2 3 S é r i e 2 N ú m e r o 3 4 3 www axiagro com br Com foco na otimização de insumos, Atvos investe em Biofertilizante Biotecnologia ProBiom, desenvolvida pela BiomCrop, voltada à agricultura regenerativa, é aposta das unidades para aumentar produtividade dos canaviais

MERCADO

StoneX vê superávit de 5 milhões de toneladas de açúcar no 2º trimestre de 2023

voltará a ser o maior produtor de açúcar em 2023/24 diz Czarnikow

projeta crescimento de 13% na produção de açúcar no Centro-Sul

car ta ao leitor

Andréia Vital - redacao@procana com br

Cresce presença de insumos biológicos no campo

Com presença cada vez maior no campo, os bioinsumos vêm ganhando destaque nos planos de investimentos das empresas sucroenergéticas, que buscam alinhar o controle às pragas e doenças nas plantações com o aumento da produtividade, utilizando manejos mais sustentáveis

INOVAÇÕES

“Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo!

Vocês não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo

Isaías 43:18-19

De acordo com a For tune Business Insights, o mercado global de biopesticidas, que, no ano passado, g irou em tor no de US$ 6,50 bilhões, deve crescer 15,77% até 2029 No caso dos biofer tilizantes, os US$ 2,02 bilhões estimados para 2022 devem chegar a US$ 4,47 bilhões neste período (+12,04%), assim como os bioestimulantes, que g iraram cerca de US$ 3,14 bilhões em 2022, e que podem crescer 11,43% em seis anos, alcançando US$ 6,69 bilhões

A matér ia de capa desta edição trata deste tema e destaca que a biotecnolog ia da BiomCrop, empresa de Leme SP, especializada em ag r icultura regenerativa, foi escolhida pela Atvos visando a aumentar a sustentabilidade do sistema produtivo dos seus canaviais, otimizando insumos e aumentando também a retenção de carbono no solo, práticas impor tantes ligadas ao RenovaBio

A BiomCrop investe no desenvolvimento de produtos naturais, disponibilizando ao mercado biofer tilizantes capazes de regenerar a biodiver sidade do microbioma do solo, aumentando a disponibilidade de nutr ientes e diminuindo custos de produção, pois podem ser f abr icados nas propr iedades r urais (on f ar m) com tecnolog ia e supor te da companhia, dentre outros benefícios

A edição de fevereiro/março traz também uma sér ie de matér ias mostrando que o etanol vem ganhando cada vez mais destaque no mundo e que os investimentos para produzir o biocombustível a par tir de outras culturas, além da cana de açúcar e do milho, vêm crescendo Como no caso do tr igo, com projetos que envolvem apor te de cerca de R$ 1 bilhão, e do agave (planta utilizada no Brasil na f abr icação de sisal e que, no México, ser ve de matér ia pr ima na produção da f amosa tequila), que poderá ser a fonte para produção do combustível renovável, com projeto já em cur so no Nordeste

Você também verá que o etanol está na mira de g randes companhias, como a Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep e Citroen, dentre outras, que conta com um novo projeto, em f ase de desenvolvimento, intitulado Bio Electro, que visa a utilizar uma tecnolog ia que associa a eletr ificação ao etanol para a produção de car ros híbr idos

Ainda nesta edição, uma entrevista exclusiva com Luciano Rodr igues, diretor de Economia e Inteligência Setor ial da UNICA (União da Indústr ia de Cana de Açúcar e Bioenerg ia), feita por Delcy Mac Cr uz, traz as avaliações para a safra de cana do país em encer ramento e para a temporada 2023/24 O executivo traz boas notícias e infor ma que, neste ano, quatro novas unidades entram em operação e tudo indica que a ofer ta de cana de açúcar será maior que a do ciclo anter ior

Além disso, a rota do Road Show da Transfor mação Dig ital, comandado pelo diretor da Procana, o jor nalista Josias Messias, desta vez, traz as pr incipais novidades de usinas do Nordeste, com detalhes sobre as pr incipais iniciativas e os novos investimentos das unidades para conseguir mais eficiência e produtividade em suas operações

É muito conteúdo interessante

Boa leitura!

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C A R TA A O L E I T O R Fevereiro/Março 2023 4
Ana Alice Theodoro - (16) 98102 5222
6 Brasil
7 DATAGRO
7 Produção paulista
é estimada em 308 milhões de toneladas 8 Chuvas prolongam moagem canavieira do Norte e Nordeste 9 Minas encerra safra 2023/23 com moagem de 68 milhões de toneladas de cana 9 Setor ameaça judicialização contra MP da desoneração dos combustíveis 10 Taxa de importação volta a ser aplicada 10 Etanol é destaque no maior salão de automóveis da Ásia 12 Projeto Bio Electro da Stellantis associa eletrificação ao etanol 13 United faz parceria para desenvolver combustível sustentável com etanol 13 O que 2023 reserva para o setor, segundo diretor da UNICA 14 e 15 Especialistas veem perspectivas de crescimento para o mercado de biogás 16 Produção de biogás aumenta 23,3% em 2022 16 BNDES aprova R% 80 milhões para construção de unidade de biogás em MT 18 Pioneiro no país na inserção do biometano em rede de gasoduto, projeto é iniciado 18 Fundo Mubadala assumirá comando da Atvos 19 Mubadala também manifestou interesse em comprar a BP Bunge Bioenergia 19 AGRÍCOLA Com foco na otimização de insumos, Atvos investe em Biofertilizante 20 e 21 BP Bunge pretende eliminar uso de fertilizante mineral até 2025 22 Especialista alerta sobre praga que afeta a cana em sistema de MEIOSI 24 e 25
de cana-de-açúcar
Pesquisa avança na redução de custos na produção do E2G 26 Etanol de trigo tem capacidade de suprir 30% da demanda do Rio Grande do Sul 27 Etanol com um quê de tequila 28 ENERGIA Geração de energia renovável bateu recorde em 2022, aponta CCEE 29
FS amplia escoamento de etanol de milho sobre trilhos 30 e 31
Usina São José do Pinheiro avança na implementação de novo módulo do S-PAA 32 Petribu cultiva campo com mais de 500 variedades de cana-de-açúcar 33 Por mais eficiência operacional Grupo Olho D Água avalia Otimização em Tempo Real 34 Usina Porto Rico quer avançar na Transformação Digital de sua planta 34 Plantio vertical da Usina Estivas promete revolucionar cultura da cana 35 Coaf investe na busca da otimização da produção de açúcar 36 Impacto Bioenergia aposta na tecnologia para maximizar cogeração 36 Cucaú desenvolve práticas ambientais para garantir sustentabilidade do açúcar e etano l37 Usina Santo Antonio (AL) avalia benefícios da Otimização em Tempo Real (RTO) 38 Após ganhos, Grupo Carlos Lyra expande RTO na Caeté e implementa na Maributa 38 GESTÃO Pedra Agroindustrial investe na tecnologia e inova na gestão de pessoas 39 SUSTENTABILIDADE Copesucar reduz em 84% o volume de resíduos encaminhados aos aterros 40 Relatório de Sustentabilidade da Tereos destaca conquistas da safra 2021/22 40 GENTE Morre Ismael Perina Junior, que pregava a união para o fortalecimento do setor 41 Falece Antônio Celidonio Ruette aos 92 anos 42
LOGÍSTICA
ROADSHOW
índice

vê superávit de 5 milhões de toneladas de açúcar no 2º trimestre de 2023

A região do Centro-Sul do Brasil deve colocar mais volumes de açúcar no mercado

A StoneX vê com otimismo as expectativas para o Centro Sul bra sileiro com a mater ialização do supe rávit projetado em 5 milhões de to neladas a par tir do segundo tr imestre de 2023

“Com maior disponibilidade de cana e mix ainda mais açucareiro, o ci clo 2023/24 (abr mar) na reg ião de ve colocar mais volumes de açúcar no mercado, o que deve apontar para um aumento da ofer ta no médio prazo ” , afir ma a consultor ia em seu relatór io de Estimativa Global do Açúcar divul gado no último dia de janeiro

Segundo a StoneX, o início da nova temporada para a commodity, tencionou ainda mais o lado da ofer ta por conta dos atrasos e incer tezas em diver sos player s

“Na Ásia, chuvas indesejadas pa recem ter prejudicado a produtivida de nos canaviais da Tailândia, Índia e Paquistão, impor tantes expor tadores –contexto foi similar para a Austrália

Com menor volumes de expor tação no último quar to do ano, os estoques no cur to prazo continuaram aper tados sob demanda for talecida no spot e, as sim, os preços em NY se mantiveram sustentados”, infor ma

No Paquistão, o excesso de chuvas causou alagamentos em diver sas re g iões Imagens de satélite indicam que 2,5 milhões de hectares dos 4,9 milhões de ha ag r icultáveis em Sindh foram diretamente afetados pelas inundações

A Tailândia colheu até 17 de ja neiro, 34,6 milhões de toneladas de cana e produziu 3,6 milhões de tons de açúcar, 3,3% e 9,3% (respectiva mente) acima de 2021/22 As estima tivas da StoneX apontam para a pro dução de 11,2 milhões de toneladas (br uto) do adoçante no ciclo 2022/23, aumento anual de 10,9%, com 105,0 milhões de tons de cana disponíveis

Em vir tude das for tes chuvas en tre setembro e novembro, a StoneX revisou a estimativa para a f abr icação do açúcar na Índia, de 36,5 para 35,8 milhões de toneladas (branco), estabi lidade frente a 2021/22

Na China, o andamento da safra continua apontando para crescimento anual, pr incipalmente pela recupera ção na área de cultivo Por outro lado,

o clima seco ating iu diver sas reg iões produtoras impor tantes A StoneX ajustou sua projeção para 9,8 milhões de toneladas do adoçante (branco), maior que a temporada 2021/22, que fechou em 9,56 milhões de toneladas

No continente europeu, as expec tativas per manecem de queda produ tiva Já nos Estados Unidos, o final da colheita da beter raba sacar ina e sur pre sas positivas na moagem de cana no sul do país fizeram com que o Depar ta mento de Ag r icultura dos EUA (US DA, na sigla em inglês) revisasse para cima a estimativa de produção de açú car no relatór io WASDE de janeiro

Em linha com o Depar tamento, a StoneX ajustou para 8,38 milhões de toneladas (br uto) a f abr icação do ado çante pelos produtores estadunidenses

Voltando ao Centro Sul do Bra sil, a safra 2022/23 (abr mar) se en caminha para o final Até dezembro, a moagem da reg ião ating iu 541,5 mi lhões de toneladas de cana, e a produ ção de açúcar se encontra em 33,46 milhões de tons, em março/23, existe for te possibilidade de haver moagem acima da média para o mês, com mui tas usinas devendo colher uma área que não foi colhida ainda por conta do excesso de chuvas – boa par te do mercado já conta com esse cenár io

Motivo pelo qual a StoneX man teve a estimativa de 557,5 milhões de tons de cana para o ciclo atual Para 2023/24, o crescimento da área e da produtividade, que deve ser beneficia da pelas chuvas que incidiram no CS na segunda metade de 2022, devem colocar ainda mais cana no mercado e, com um mix ainda mais açucareiro dada a dinâmica dos mercados dos der ivados da biomassa – demerara sustentado em Nova Iorque e com prêmio de mais de 300 pontos frente ao etanol – a produção de açúcar de ve ser ainda mais volumosa no Brasil a par tir de abr il deste ano

Assim, a estimativa é que na tem porada 2023/24, a moagem no Cen tro Sul seja de 588,2 milhões de to neladas, podendo representar aumen to anual de 5,5% A ofer ta de açúcar n a re g i ã o p rev i s t a é d e 3 6 , 0 m i l h õ e s de toneladas (+4,9%) e a de etanol de cana de 26,0 milhões de m³ (+4,1%), s e n d o a p ro d u ç ã o d e h i d r a t a d o d e 1 5 , 9 m i l h õ e s d e m ³ – ava n ç o s a f r a a safra de 7,9% e 10,1 milhões de m³ de anidro

No calendár io safra inter nacional 2022/23 (out set), o Centro Sul de ve f abr icar 37,99 milhões de tonela das (br uto) do adoçante, alta anual de 30,2%, aponta o relatór io da StoneX

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 6
StoneX

Brasil voltará a ser o maior produtor de açúcar em 2023/24, diz Czarnikow

Porém logística continuará sendo um problema

A Czar nikow, trading br itânica de alimentos e ser viços, acredita que o Centro Sul do Brasil produzirá 36,3 milhões de toneladas de açúcar na sa fra 2023/24, enquanto a Índia deverá produzir 35,5 milhões de toneladas

Se a projeção se confir mar, o Bra sil voltará a ter o título de maior pro dutor mundial de açúcar, que foi do país indiano nos últimos dois anos

D e a c o rd o c o m A n a Z a n c a n e r, c o n s u l t o r a d a t r a d i n g , a o c o n t r á r i o d a s a f r a p a s s a d a , o a ç ú c a r d eve c o n t i nu a r a o f e re c e r m e l h o re s re t o r n o s q u e o e t a n o l q u a n d o a s a f r a c o m e ç a r e m a b r i l

“Em 2022, os preços do etanol fi caram acima/próximos do açúcar até meados de junho Consequentemen te, as usinas pr ior izaram a produção de etanol em detr imento do alimento pela pr imeira vez desde 2019 Em 2023, esperamos que as usinas pr ior i zem o açúcar, o que significa que 2,2 milhões de toneladas a mais de açúcar devem ser produzidas no 2T’23 em comparação com o 2T’22”, explica

A analista afir ma ainda que acre ditam que tenha mais cana disponível p a r a m o a g e m n o c i c l o 2 0 2 3 / 2 4 , j á que, após 3 anos de chuvas abaixo da m é d i a , o s c a n av i a i s c o m e ç a r a m a s e recuperar.

“A produtividade ag rícola em

2022/23 aumentou 8%, ating indo 73,5 toneladas de cana/hectare A moagem total de cana deve chegar a quase 550 milhões de toneladas – um aumento de 5% ano a ano ” , disse

Segundo as infor mações divulga das, as chuvas em 2022 foram boas e, de for ma conser vadora, a trading es pera um aumento de 6% na moagem de cana, passando de 550 milhões de toneladas para 581 milhões de tone ladas nesta safra

“Há um viés de alta para esse nú mero, dependendo de quão per to da média as chuvas ficarão neste pr imei ro tr imestre (que são essenciais para o desenvolvimento da cana)”, avalia Ana

A analista ressalta ainda que a lo gística continuará sendo um proble m a “ N o a n o p a s s a d o, a l og í s t i c a f o i u m g r a n d e p ro bl e m a p a r a o e s c o a mento do açúcar para fora do Brasil

A g r a n d e d e m a n d a a l i a d a à c h e g a d a s i mu l t â n e a d e n o m e a ç õ e s d e n av i o s fez com que o tempo de espera para atracar no Por to de Santos começas se a subir em julho, chegando a qua s e 2 0 d i a s e m o u t u b ro e n ove m b ro Além disso, as taxas de frete do inte r i o r p a r a o p o r t o m a i s q u e d o b r a ram ” , enf atizou Este ano, as coisas podem ser ain da piores A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê safras

DATAGRO projeta crescimento de

recordes de milho e soja, com uma crescendo 10% e a outra 21% “Santos possui 4 ter minais de açúcar que também operam g rãos: CLI (ex Rumo), VLI, Coper sucar e Teag Estimamos, considerando a efi ciência dos ter minais, que as expor ta ções brasileiras de açúcar estejam li mitadas a cerca de 2,6 milhões de to neladas por mês Por tanto, neste ano, lembre se de não limitar seu foco à produção de açúcar e aos números da UNICA Acompanhar a logística no Centro Sul será fundamental para sa ber se o açúcar que está sendo produ zido pode escoar f acilmente do Bra sil”, aler ta a analista

1 3%

na produção de açúcar do Centro-Sul

Segundo a consultoria, a moagem de cana na região deverá ficar entre 574 e 602 milhões de toneladas na safra 2023/24

A DATAG RO p ro j e t a u m c re s c i m e n t o d e 1 3 % n a p ro d u ç ã o d e a ç ú c a r d o C e n t ro S u l , p a r a 3 8 m i l h õ e s d e t o n e l a d a s , e n q u a n t o a d e etanol deve subir 6,2%, para 31,1 bi

l h õ e s d e l i t ro s , a m p a r a d a t a m b é m p e l o a u m e n t o d a p ro d u ç ã o a p a r t i r do milho, que deverá ser responsável pela produção de 5,6 bilhões de litros de etanol

S e g u n d o s u a s e s t i m a t iva s , a m o a g e m d a c a n a d e a ç ú c a r d eva a l c a n ç a r 5 9 0 m i l h õ e s d e t o n e l a d a s , o q u e re p re s e n t a u m c re s c i m e n t o d e

6 , 9 % n a re g i ã o E l a a t r i bu i e s s e a u m e n t o à s c o n d i ç õ e s c l i m á t i c a s f avo r á ve i s e o s i nve s t i m e n t o s q u e o s p ro d u t o re s f i z e r a m n o s c a n av i a i s d o

C e n t ro S u l n o s ú l t i m o s m e s e s , q u e f avo re c e m u m a f o r t e re c u p e r a ç ã o d a

a t iv i d a d e s u c ro e n e r g é t i c a n a s a f r a

2 0 2 3 / 2 4 D e s t e t o t a l d e c a n a p ro c e s s a d a , 4 7 , 9 % d eve i r p a r a a p ro d u ç ã o d e a ç ú c a r, p e rc e n t u a l s u p e r i o r a o d a s ú l t i m a s s a f r a s

A c o n s u l t o r i a p rev ê a i n d a q u e o consumo doméstico de etanol será de 28,6 bilhões de litros Já as expor ta ç õ e s d eve m c h e g a r a 2 , 4 b i l h õ e s d e litros O milho deverá ser responsável pela produção de 5,6 bilhões de litros de etanol, ou 21,7% a mais do que na safra atual

A d e p e n d e r d o c o m p o r t a m e n t o d o c l i m a n o s p r ó x i m o s m e s e s , a s p ro j e ç õ e s a i n d a p o d e m mu d a r Po r i s s o, a DATAG RO e s t a b e l e c e u u m a

f a i x a p a r a a e s t i m a t iva d e m o a g e m , e n t re 5 7 4 m i l h õ e s e 6 0 2 m i l h õ e s d e toneladas, assim como para o teor de s a c a ro s e n a c a n a A e s t i m a t iva d a c o n s u l to r i a é d e q ue a c o n c e n t ra ç ã o d e A ç ú c a re s To t a i s R e c u p e r á ve i s ( AT R ) d eve c re s c e r 0 , 8 % , a 1 4 1 , 5 quilos por tonelada de cana I n d e p e n d e n t e m e n t e d a s o s c i l a ç õ e s , a q u a n t i d a d e t o t a l d e s a c a ro s e d i s p o n í ve l j á d eve s e r m a i o r d o q u e na safra atual (2022/23) Dessa for ma, por mais que o mix seja mais açuca re i ro, t a n t o a p ro d u ç ã o d e a ç ú c a r q u a n t o a d e e t a n o l v ã o a u m e n t a r, avalia a consultor ia

M E R C A D O 7 Fevereiro/Março 2023

Produção paulista de cana-de-açúcar é estimada em 308 milhões de toneladas

Precipitações

retornam aos níveis normais para o período; em comparação ao levantamento anterior, houve um crescimento de 8,7% nas previsões

A produção paulista de cana de açúcar para a safra 2022/23, a maior do Brasil, é estimada em 308,1 mi lhões de toneladas, volume 3,2% su per ior ao do ciclo anter ior (298,5 mi lhões) Em comparação ao levanta mento anter ior, realizado em agosto de 2022, houve um aumento de 8,7% nas estimativas para a produção

O s d a d o s d o t e rc e i ro l eva n t a mento, relativos a dezembro de 2022, foram elaborados pelo Depar tamento Econômico da Federação da Ag r icul t u r a e Pe c u á r i a d o E s t a d o d e S ã o Paulo (FAESP), com dados da Com p a n h i a N a c i o n a l d e A b a s t e c i m e n t o (CONAB)

“As precipitações retor naram aos níveis nor mais para o período, contr i buindo para o bom desenvolvimento das lavouras É uma boa notícia para os produtores e a economia paulista e brasileira Afinal, o estado é o pr inci pal produtor do país”, afir ma o presi dente da FAESP, Fábio de Salles Mei relles Após São Paulo, o segundo maior estado produtor no país é Goiás, com produção estimada de 71 milhões de toneladas Em terceiro lugar vem Minas Gerais, com estimativa de 68 milhões de toneladas

A área colhida no estado sofreu retração de 1,4% frente à safra anter ior e soma 4,15 milhões de hectares Apesar disso, o clima f avorável possi bilitou um ganho de 4,7% em produ tividade, que atinge 74 295 kg/ha neste ciclo Entretanto, embora supe r ior à safra passada, essa produtividade ainda é muito menor que a alcançada em safras típicas, onde já se obser va ram rendimentos acima de 80 ton/ha

Na indústr ia, a expectativa é de que a produção de açúcar cresça 3,8%, passando de 21,4 milhões de tonela das da última safra para 22,2 milhões de toneladas neste ciclo Para o etanol, houve redução de 1,9% no volume produzido, que soma 11,7 bilhões de litros Desse total, 5,5 bilhões de litros cor respondem ao etanol anidro, que reg istra alta de 3,0%, e 6,2 bilhões de

litros ao etanol hidratado, que apre senta queda de 5,9% nesta temporada

O excesso de umidade no campo elevou o g rau de impurezas no caldo da cana de açúcar, o que resultou em prejuízos à qualidade do produto As sim, o Açúcar Total Recuperável (ATR) total, avaliado em 41,2 milhões de toneladas, apresenta queda de 4,4% frente a 2021/22, e o ATR médio, equivalente a 134kg/ton cana, dimi nuiu 3,2% nesse mesmo período

D u r a n t e d iv u l g a ç ã o d o B a l a n ç o do Ag ronegócio Paulista em 2022 e as Pe r s p e c t iva s p a r a 2 0 2 3 , re a l i z a d o n a sede da FAESP, em São Paulo – SP, em d e z e m b ro, C l a ú d i o S i l ve i r a B i s o l a r a , gerente do Depar tamento Econômi co da entidade, comentou que a “ ca n a ” o s p re o c u p a b a s t a n t e, j á q u e é a p r i n c i p a l c u l t u r a n o V B P p a u l i s t a , re s p o n d e n d o p o r 3 1 , 5 % d e t o d o o Valor Br uto da Produção Ag ropecuá r ia do estado

“É a cultura que mais pode ser impactada por uma política econômi

ca e política de preços adotada pela Petrobras Há diminuição da produção em São Paulo, redução da área colhi da e da produtividade, a cana tem ti do muitos desafios no Estado”, disse, comentando a estagnação e as incer tezas que per meiam o setor

De acordo com Br isolara, é um setor que precisa de um apoio, de uma política porque está encolhendo, e de bons incentivos “E f azer com que a remuneração chegue ao produtor, pois alguns prog ramas vão até a usina, mas não chegam até o for necedor de ca na ” , alegou

Na ocasião, foi citado também o Centro de Excelência em Cana de Açúcar, que será instalado no Centro de Treinamento do SENAR SP, em Ribeirão Preto – SP, a par tir de uma parcer ia entre o Sistema Federação da Ag r icultura e Pecuár ia do Estado de São Paulo/Ser viço de Aprendizagem Rural (FAESP/SENAR SP) e a Confederação Nacional da Ag r icultu ra e Pecuár ia do Brasil (CNA) Atual

mente, o projeto se encontra em f ase de liberações pelas secretar ias muni cipais que estão diretamente relacio nadas à execução do projeto Os Centros de Excelência são unidades de ensino do SENAR, or ganizados por cadeia produtiva, que for mam uma rede integ rada de ensi no responsável pela taref a de dissemi nar o conhecimento, nacionalmente Além de contr ibuir para a competiti vidade e o desenvolvimento do setor ag ropecuár io brasileiro, promove o desenvolvimento econômico e social da reg ião, com geração de emprego e renda O modelo estratég ico envolve as ofer tas de educação Profissional Técnica de nível médio e Super ior de Tecnolog ia, nas modalidades de ensi no presencial e a distância; assistência técnica e gerencial

“No Centro de Excelência em Cana de Açúcar os cur sos de edu cação profissional ofer tados pelo SE NAR apresentarão um itinerár io for mativo, para que os estudantes perce bam as possibilidades de tr ilhar uma trajetór ia de educação profissional, organizando se para par ticipar desde as qualificações até a g raduação tec nológ ica Nesse for mato, as pessoas podem ampliar os conhecimentos e a escolar idade em uma evolução g ra dual”, comentou o gerente do SE NAR SP em Ribeirão Preto, Mar celo Gaspar ini

Na última sexta feira (27), ele par ticipou de uma reunião com o prefeito Duar te Nogueira de Ribei rão Preto para discutir detalhes da li beração do projeto arquitetônico, de maneira que a obra possa avançar com celer idade

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 8

Chuvas prolongam moagem canavieira do Norte e Nordeste

Regiões processaram um total de 39,88 milhões de toneladas até o final da segunda quinzena de dezembro

Com 68% da safra de cana de açúcar realizada no ciclo 2022/23, da dos compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bio energ ia (NovaBio) mostram que as unidades produtoras do Nor te e Nor deste processaram um total de 39,88 milhões de toneladas até o final da se gunda quinzena de dezembro

Prejudicado por chuvas acima do esperado, o processamento foi 2,3% infer ior ao ver ificado em igual perío do da moagem anter ior Mesmo assim, a expectativa é que a safra nas duas re g iões seja encer rada com a produção de até 59 milhões de toneladas de ca na, volume 9% super ior ao ver ificado em 2021/22

Pa r a R e n a t o C u n h a , p re s i d e n t e

e xe c u t ivo d a N ova B i o – e n t i d a d e q u e c o n g re g a 3 5 u s i n a s e d e s t i l a r i a s d e e t a n o l e m 1 1 e s t a d o s , a q u e d a n a m o a g e m é p o n t u a l : “ A s c h u va s d e ve r ã o f o r a m m u i t o m a i s i n t e n s a s e c o n s t a n t e s n a re g i ã o N o rd e s t e, o q u e e x p l i c a e s t e re c u o I s t o, n o e n t a n t o, n ã o a f e t a r á n e g a t iva m e n t e a p ro d u ç ã o n o l o n g o p r a z o Va l e re g i s t r a r

q u e p a r a a p r ó x i m a s a f r a , e m

2 0 2 3 / 2 0 2 4 , a s c h u va s a j u d a r ã o n o s s o p o t e n c i a l d e p ro d u ç ã o ”

Até 31 de dezembro de 2022, so madas as produções de anidro e hidra tado, o segmento sucroenergético do Nor te e Nordeste f abr icou 1,67 bi lhão de litros de etanol, além de 2,05 milhões de toneladas de açúcar No mesmo período da safra 2021/22 fo ram produzidos 1,74 bilhão de litros do biocombustível e 2,07 milhões de toneladas do adoçante No etanol anidro, houve cresci mento de 2,8%, totalizando 906 mi lhões de litros contra 881 milhões de litros ver ificados na safra passada Mesmo obser vando queda, até de zembro, de 10,6% na produção do hi dratado, que ficou em 772 milhões de litros ante os 864 milhões de litros en tregues em igual ciclo de 2021/22, Cunha lembra que o potencial de abastecimento será pouco afetado na atual safra

“ N o e n c e r r a m e n t o d a m o a g e m a t u a l e s t i m a s e q u e h ave r á e l eva ç ã o de até 8% na f abr icação total de eta

nol, o que dar ia em tor no de 2,3 bi l h õ e s d e l i t ro s N o c a s o d o a ç ú c a r, a expectativa é que sejam f abr icadas 3,3 milhões de toneladas, quantidade 12% s u p e r i o r à p ro d u z i d a e m 2 0 2 1 / 2 2 ” , ressalta o executivo

Segundo Cunha, que também preside o Sindicato da Indústr ia do Açúcar e do Álcool do Estado de Per nambuco (Sindaçucar/PE), da quan tidade total projetada para a produção de açúcar nas reg iões Nor te e Nor deste em 2022/23, cerca de 2,6 mi lhões de toneladas, entre o refinado e g ranel, serão expor tadas

Os pr incipais destinos serão países afr icanos, especialmente Gana, Sudão, Nigér ia e Argélia, além de Estados Unidos e Canadá Contêineres tam bém serão enviados para a Amér ica do Sul, Amér ica Central e Europa Até abr il de 2023, a safra 2022/23 já estará ter minada antes de março nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí,Tocantins e Amazonas Em Alagoas, Serg ipe, Rio Grande do Nor te, Paraíba e Per nambuco, será encer rada até abr il de 2023

Minas encerra safra 2022/23 com moagem de 68 milhões de toneladas de cana

Mário Campos, presidente da SIAMIG, vê cenário promissor para 2023, com safra bastante açucareira

A safra de cana de açúcar de 2022/23 em Minas Gerais encer rou com aproximadamente 68 milhões de toneladas moídas, um volume 6% acima do registrado na temporada anter ior

A produção de etanol ating iu 2,88 bilhões de litros, sendo 1,65 bilhões de litros de hidratado e 1,22 bilhões de litros de etanol anidro A f abr icação de açúcar alcançou 4,58 milhões de to neladas, 10% acima do mesmo perío do do ano passado

O s d a d o s d a p ro d u ç ã o m i n e i r a f o r a m d iv u l g a d o s p e l a S I A M I G ( A s sociação das Indústr ias Sucroenergé t i c a s d e M i n a s G e r a i s ) c u j o p re s i d e n t e M á r i o C a m p o s , e m re c e n t e eve n t o, d e m o n s t ro u o t i m i s m o e m re l a ç ã o a o s n ú m e ro s q u e p o d e r ã o s e r

a p re s e n t a d o s p e l o s e t o r a o l o n g o d e s t e n ovo a n o

“Vejo com bons olhos o cenár io que vem se desenhando para o setor bioenergético em 2023 Temos uma safra bastante açucareira vindo por aí e

esperamos, é claro, que tenhamos chuvas adequadas dentro deste verão Não digo um novo recorde, mas quem sabe conseguimos ating ir a marca de 600 mil toneladas de cana ao longo do ano ” , disse

Ele comenta ainda o atual cenár io do país “É claro que essa troca de po sições políticas causa incer tezas em todos nós, porém é dever das entida des de classe reduzir esse sentimento para que o setor possa continuar a se desenvolvendo Prova disso é o ar tigo 225 que conseguimos implantar na constituição”, destacou Campos na ocasião O refer ido ar tigo, expressa ser uma obr igação do Estado for necer um diferencial tr ibutár io entre biocom bustíveis e combustíveis fósseis O presidente da SIAMIG destacou o protagonismo que o setor bioener gético do país pode assumir na ques tão da mobilidade urbana “Acredita mos que nenhum tipo de novo go ver no irá ignorar a potência brasileira com relação a nossa capacidade de for necer biocombustíveis para o mundo Estamos trabalhando em no vas alter nativas de baixa emissão de carbono O veículo híbr ido flex por exemplo já está revolucionando o mercado do etanol e nós f azemos no Brasil Há muita coisa boa por vir”, vislumbra Campos

M E R C A D O 9
Fevereiro/Março 2023

Setor ameaça judicialização contra MP da desoneração dos combustíveis

Medida reduz a competitividade do etanol ante aos combustíveis fósseis

A Medida Provisór ia 1 157, pu blicada no dia 1° de janeiro deste ano, que estendeu por 60 dias o prazo de desoneração dos tr ibutos federais pa ra os combustíveis não ag radou o se tor bioenergético, já que reduz a competitividade do etanol ante aos combustíveis fósseis, pois não prevê nenhum diferencial tr ibutár io

Diante disso, o setor solicitou ao Gover no a suspensão da MP ou que se preser ve um diferencial tr ibutár io pa ra o etanol de R$ 0,45 por litro ante a gasolina, patamar adotado em 2022 com a adoção da desoneração

No meio do ano passado, quando a isenção dos tr ibutos foi or ig inal mente imposta, a Emenda Constitu cional n º 123 garantiu a necessidade de diferencial competitivo para os biocombustíveis em relação aos seus equivalentes fósseis O setor argu menta que o Gover no Lula fere a nor ma ao manter as alíquotas zeradas sem prever compensação

O presidente da União da Indús tr ia de Cana de Açúcar e Bioener g ia (UNICA), Evandro Gussi, disse que caso o gover no não se manifeste, o setor deverá recor rer à justiça

O presidente da Frente Parlamen tar de Valor ização do Setor Sucroe nergético e integ rante da Frente Par lamentar Ag ropecuár ia (FPA), depu tado federal Ar naldo Jardim, conside ra apresentar um Projeto de Decreto

Leg islativo (PDL) que suspenda a Medida Provisór ia n º 1 157, por en tender que ela contrar ia o pr incípio constitucional que estabelece diferen ciação tr ibutár ia entre combustíveis renováveis e combustíveis fósseis

No segundo semestre de 2022, quando a desoneração foi or ig inal mente imposta, esse diferencial foi de finido por meio de um crédito tr ibu tár io de ICMS Com a pror rogação da desoneração, no entanto, não houve compensações previstas O parlamen tar acrescenta que, além da adoção de medidas leg islativas para tentar rever ter a isenção, usinas de etanol consi

deram também estratég ias jurídicas para suspender a MP

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha não existia, até o final e janeiro, nenhuma discussão dentro do Gover no Federal para estender novamente a desonera ção de impostos federais sobre os combustíveis

Mas a discussão sobre medidas pa ra conter preço dos combustíveis continua. Neste sentido, o novo pre sidente da Petrobras, Jean Paul Prates, conta com a cr iação de um fundo pa ra tentar frear essa alta dos preços e re duzir o impacto da volatilidade dos

der ivados do petróleo Especialistas aler tam, porém, que o mecanismo de ver ia se restr ing ir ao diesel devido ao alto custo para os cofres públicos Prates defende que o mecanismo da chamada Conta de Estabilização –abreviada na sigla CEP Combustíveis – ser ia a melhor opção de cur to pra zo para os combustíveis Já nos médio e longo prazos, a saída avaliada pela Petrobras ser ia aumentar a capacidade de refino da estatal Isso reduzir ia a exposição do mercado brasileiro às var iações das cotações inter nacionais, porque eliminar ia a dependência de der ivados impor tados

Taxa de importação volta a ser aplicada

porque a Câmara de Comércio Ex ter ior (Camex) decidiu não renovar a p ro r rog a ç ã o d a i s e n ç ã o d o i m p o s t o de impor tação

P re s t e s a i n i c i a r a n ova s a f r a d e cana, com capacidade para atender o público inter no no consumo de eta n o l , s e r á re t o m a d a , a p a r t i r d e s t a q u a r t a f e i r a ( 1 ) , a t a x a ç ã o o r i g i n a l de 18% que incide sobre o combus t í ve l i m p o r t a d o p a r a o B r a s i l I s s o

"Essa desoneração, feita de for ma despreparada, prejudicava a indústr ia nacional de etanol, que é responsável pela geração de empregos, opor tuni dades e energ ia limpa e precisa ser va lor izada", destacou o ministro da Ag r icultura e Pecuár ia, Carlos Fávaro

O retor no da taxa de impor tação protege o setor produtivo brasileiro sem causar impacto econômico para o consumidor final, segundo o secretá r io de Comércio e Relações Inter na

cionais do Ministér io da Ag r icultura e Pecuár ia (Mapa), Rober to Perosa

De acordo com ele, o etanol bra sileiro é mais competitivo e mais ba rato na maior ia das reg iões do Brasil, e o setor tem capacidade de for necer o biocombustível para atender à de manda inter na "Não há r isco de de sabastecimento e nem subida de pre ço", concluiu o secretár io

A produção brasileira de etanol está estimada em 31,14 bilhões de li tros na safra 2022/23, de acordo com a Companhia Nacional de Abasteci mento (Conab)

“ A m e d i d a é i m p o r t a n t e n ã o s ó

p e l o m o m e n t o e m q u e o s e t o r b i o e n e r g é t i c o a t r ave s s a , c o m a q u e d a d a competitividade em função da redu ç ã o m a i o r d e t r i bu t o s d a g a s o l i n a d o q u e n o s c o m bu s t í ve i s re n ov á ve i s , m a s , p r i n c i p a l m e n t e, n a bu s c a d e n ovo s m e rc a d o s p a r a o s n o s s o s p ro d u t o s ( a ç ú c a r e e t a n o l ) c o m a d e f e s a d a re c i p ro c i d a d e N e s t e c a s o n ã o h á re c i p ro c i d a d e, p o i s n ã o h á a b e r t u r a d o m e rc a d o a m e r i c a n o p a r a o a ç ú c a r b r a s i l e i ro ” , re s s a l t o u A n d r é R o c h a , p re s i d e n t e e xe c u t ivo d o S i f a e g / S i f a ç ú c a r e v i c e p re s i d e n t e d a Fe d e r a ç ã o d a s I n d ú s t r i a s d o E s t a d o d e G o i á s ( F i e g )

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 10
A suspensão da tarifa, que contrariou os produtores nacionais, foi adotada em março do ano passado

Etanol é destaque no maior salão de automóveis da Ásia

mensão e impo r tância dedica tama n h a a t e n ç ã o p a r a o e t a n o l ” , a f i r m o u o d i re t o r e xe c u t ivo d a U N I CA , Eduardo Leão de Sousa “Isso mostra a re l ev â n c i a d o b i o c o m bu s t í ve l , c u j a p ro d u ç ã o j á t e m o s c o n s o l i d a d a n o B r a s i l h á q u a s e m e i o s é c u l o, p a r a a descarbonização da matr iz de trans por tes”, completa ele

Etanol foi destaque pela pr imeira vez, no pr incipal e maior salão de au tomóveis da Ásia, o Auto Expo Mo tor Show 2023, realizado de 13 a 18 de janeiro em Greater Noida, na Ín dia Com um pavilhão exclusivo no evento – com 3 mil metros quadrados, o biocombustível e suas exter nalida des, como a sua contr ibuição para a mobilidade de baixo carbono, foram ressaltadas na ocasião

Promovido pela União da Indús tr ia de Cana de Açúcar e Bioener g ia (UNICA), Ar ranjo Produtivo Lo cal do Álcool (Apla), Agência Brasi leira de Promoção de Expor tações e Investimentos (ApexBrasil) e Minis tér io das Relações Exter iores, por meio da Embaixada do Brasil na índia, o espaço brasileiro ocupou 250 me tros quadrados do pavilhão etanol

“ É mu i t o s i g n i f i c a t ivo q u a n d o u m s a l ã o d e a u t o m ó ve i s d e s s a d i

O biocombustível, inclusive, está no radar do gover no indiano, que si nalizou a intenção de promover uma Aliança Global de biocombustíveis no G20, cuja presidência está a cargo da Índia, em 2023, e do Brasil, em 2024 “Acreditamos que a Índia e o Brasil podem ajudar outras nações a ampliar o uso e da produção de etanol, assim como a desenvolver tecnolog ia flex fuel, que reduz em até 90% as emis sões de CO2 com o uso de etanol”, afir ma Eduardo Leão

A delegação brasileira teve tam bém, durante a Expo Auto, uma in tensa agenda de reuniões, para for ta lecer a cooperação entre os países na área de bioenerg ia

A exper iência dos visitantes no espaço brasileiro começou em uma seção interativa, intitulada “Traga meu céu azul de volta” Os elementos f a ziam referência ao potencial do etanol de melhorar a qualidade do ar, espe cialmente em metrópoles com enor mes frotas veiculares

É conhecido o exemplo da cidade de São Paulo, quar ta mais populosa do

mundo, hoje considerada uma das metrópoles com o menor nível de poluição atmosfér ica Em 2021, a ci dade ocupou o 1 779º lugar na lista Dados da IQAir, platafor ma que mo nitora e ranqueia a qualidade do ar ao redor do globo

Outra seção apresentava uma ex per iência comum no Brasil, mas ain da desconhecida para a maior ia dos indianos e outros par ticipantes da fei ra É a possibilidade de escolher entre gasolina e etanol na mesma bomba de combustível, ou usar de ambos os combustíveis, se o car ro for flex fuel A tecnolog ia, presente no Brasil des de 2003, é novidade na Índia, ainda em f ase piloto

Q u a n d o a t e c n o l og i a f l e x f o i desenvolvida no Brasil há duas déca das, o setor respondeu rapidamente à demanda, ampliando a capacidade de produção Com isso, além de diver si ficar a matr iz energética e reduzir as e m i s s õ e s d e g a s e s d e e f e i t o e s t u f a , e x p a n d i m o s a s o p o r t u n i d a d e s d e emprego e renda no campo ” , conta o d i re t o r e xe c u t ivo d a A p l a , F l á v i o Castellar i

D u r a n t e o eve n t o t a m b é m f o i l a n ç a d o o C e n t ro V i r t u a l d e E x c e l ê n c i a ( C o E ) e m b i o e n e r g i a , d e s e n volvido pela UNICA e pela Associa ç ã o d o s F a b r i c a n t e s d o s A u t o m ó ve i s I n d i a n o s ( S I A M ) , p a rc e i r a q u e p ro m ove u t o d o o p av i l h ã o e t a n o l E m 2022, as duas entidades fir maram um

m e m o r a n d o d e e n t e n d i m e n t o p a r a p ro m ove r o e t a n o l n o s d o i s p a í s e s e contr ibuir com infor mações técnicas para que outras nações, com vocação p a r a e s s a a g ro i n d ú s t r i a , p o s s a m d e senvolver a tecnolog ia

O diretor geral da SIAM, Rajesh Menon, explica que o CoE lança as bases para que as duas organizações apoiem e complementem os esforços dos gover nos na promoção da bio energ ia, biocombustíveis e outros combustíveis de base biológ ica para a mobilidade com baixo teor de carbo no na Índia e no Brasil “É realmente uma honra para a SIAM f azer parce r ia com a Unica para ating ir o obje tivo comum de mobilidade de baixo carbono por meio de uma combina ção de etanol, tecnolog ia e investi mento”, disse Menon

O Brasil é o segundo maior pro dutor de etanol do mundo, depois dos Estados Unidos, e abr iga a maior fro ta mundial de car ros que usam etanol como combustível Atualmente, toda gasolina brasileira é composta por 27% de etanol

A Índia também tem um for te fo co em biocombustíveis e antecipou em cinco anos, para 2025, a meta de alcançar uma mistura de 20% de eta nol na gasolina A Índia é o segundo maior produtor de açúcar do mundo, depois do Brasil, e tem o potencial de conver ter os estoques excedentes de açúcar em etanol

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 12
Brasil, segundo maior produtor mundial do biocombustível, esteve presente para mostrar a contribuição do etanol para a mobilidade de baixo carbono

Projeto Bio Electro da Stellantis associa eletrificação ao etanol

montar em uma fábr ica. Vamos trazer for necedores aqui que nos ajudem a localizar essas competências e tecno log ias”, citou Filosa ao lembrar tam bém dos 200 profissionais que atuam em Per nambuco e que estarão envol vidos no processo

A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep e Citroen, entre outras, con ta com um novo projeto, em f ase de desenvolvimento desde o ano passado, intitulado Bio Electro A proposta consiste em utilizar uma tecnolog ia que associe a eletr ificação ao etanol, para a produção de car ros híbr idos, e conta com o trabalho de 1500 enge nheiros A ideia é pr ior izar a utiliza ção da tecnolog ia e do desenvolvi mento reg ional

Entre alguns dos objetivos estra tég icos globais da Stellantis também está a redução de 50% de emissões de CO2 em 2030 e 20% de mix de ven

das de elétr icos no Brasil, no mesmo ano A fábr ica da Stellantis, em Betim, na reg ião metropolitana de Belo Ho r izonte – MG, vai ser o epicentro do um projeto a nível mundial do g r upo A possibilidade de uso do com bustível der ivado da cana de açúcar como alter nativa ao processo de redu ção da dependência de fósseis, como gasolina e diesel, já vem sendo aven tada pelo g r upo automotivo desde o ano passado Segundo o presidente do g r upo para a Amér ica do Sul, Antonio Filosa, o projeto pode entregar resul tados já no final de 2023

Os componentes cr iados serão utilizados nos veículos de montadoras que integ ram a car ta da Stellantis De acordo com Filosa, os 1 500 enge nheiros do g r upo que atuam na plan ta de Betim, a maior da Amér ica do Sul, vão ser integ rados a um processo com outros profissionais e star tups pa ra o desenvolvimento de soluções

O projeto já conta com parcer ias fir madas com o Fiemg Lab – um hub de inovações para a indústr ia do setor em Minas, Univer sidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e PUC Minas “Não vamos trazer um kit da Ásia e

O executivo não precisou quando devem ser lançados os veículos que vão contar com o sistema híbr ido a base de etanol Inicialmente, reforçou, os novos motores não vão substituir os já populares ‘Flex’, que têm aderência ao biocombustível e gasolina, mas po dem ser uma alter nativa à redução no preço final dos car ros

Filosa disse também que o etanol e uma matr iz energética major itar ia mente renovável coloca o Brasil na dianteira dos outros países na questão da transição energética "Se associar algum tipo de eletr ificação a esse eta nol, a eficiência se tor na ainda maior", afir mou, contando que a companhia prevê o lançamento de 43 modelos entre 2021 e 2025, englobando oito marcas (Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, RAM, Abar th, Opel e DS)

United faz parceria para desenvolver combustível sustentável com etanol

Contrato prevê fornecimento de SAF suficiente para a realização de mais de 50 mil voos anuais entre os aeropor tos da United em Chicago e Denver

A U n i t e d A i r l i n e s , Ta l l g r a s s e G re e n P l a i n s I n c a nu n c i a r a m n o f i nal de janeiro a cr iação da joint ven t u re B l u e B l a d e E n e r g y c o m o o b j e t ivo d e d e s e nvo l ve r e c o m e rc i a l i z a r u m a n ova t e c n o l og i a d e C o m bu s t í ve l S u s t e n t á ve l d e Av i a ç ã o ( S A F, n a s i g l a e m i n g l ê s ) q u e u s a r á e t a n o l c o m o m a t é r i a p r i m a C a s o a t e c n o l og i a f o r b e m s u c e d i d a , e s p e r a s e q u e a B l u e B l a d e p ro s s i g a c o m a c o n s t r u ç ã o d e u m a i n s t a l a ç ã o p i l o t o e m 2 0 2 4 , s e g u i d a p o r u m a i n s t a l a ç ã o d e g r a n d e e s c a l a , q u e p o d e r á i n i c i a r a s o p e r a ç õ e s c o

m e rc i a i s e m 2 0 2 8 O c o n t r a t o d e a q u i s i ç ã o p rev ê f o r n e c i m e n t o d e

S A F s u f i c i e n t e p a r a a re a l i z a ç ã o d e m a i s d e 5 0 m i l vo o s a nu a i s e n t re o s a e ro p o r t o s c e n t r a i s d a U n i t e d e m

C h i c a g o e D e nve r

A nova tecnolog ia SAF da Blue

Blade é desenvolvida por pesquisado res do Pacific Nor thwest National Laborator y (PNNL), do Depar ta mento de Energ ia dos EUA, um cen tro de referência em inovação tecno lóg ica em energ ia sustentável O SAF, que usa matér ia pr ima não petrolífe

ra, é uma alter nativa de baixo carbo no ao combustível de aviação tradi cional que oferece até 85%** menos emissões de gases de efeito estuf a

"A produção e uso do SAF são o meio mais eficaz e escalável que a in dústr ia aérea tem para reduzir as emissões de carbono e a United con tinua liderando o caminho", disse o presidente da United Airlines Ventu res, Michael Leskinen " E s s a n ova j o i n t ve n t u re i n c l u i d o i s c o l a b o r a d o re s e s p e c i a l i z a d o s , q u e t ê m e x p e r i ê n c i a p a r a c o n s t r u i r e o p e r a r i n f r a e s t r u t u r a s d e g r a n d e e s c a l a , a s s i m c o m o o f o r n e c i m e n t o d a m a t é r i a p r i m a n e c e s s á r i a p a r a o s u c e s s o U m a ve z o p e r a c i o n a l , a B l u e B l a d e E n e r g y t e r á o p o t e n c i a l d e c r i a r a m a i o r f o n t e d e S A F d a U n i t e d , f o r n e c e n d o 1 3 5 m i l h õ e s d e g a l õ e s d e c o m bu s t í ve l , a nu a l m e n t e " , c o m p l e t a e l e Embora a instalação inicial do SAF pretenda usar etanol, a tecnolog ia tem a capacidade de funcionar com qual quer matér ia pr ima à base de álcool como fonte de combustível

M E R C A D O 13 Fevereiro/Março 2023
A fábrica da Stellantis, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte - MG, vai ser o epicentro do um projeto a nível mundial do grupo

O que 2023 reserva para o setor, segundo diretor da UNICA

Ano terá quatro novas unidades em operação, mais cana e dúvidas, relata Luciano Rodrigues

vai depender da quantidade de cana de açúcar que será processada no pr imeiro tr imestre de 2023

Às vésperas do início da safra 2023/24 na reg ião Centro Sul, o ano já oferece notícias positivas: quatro novas unidades entram em operação e tudo indica que a ofer ta de cana de açúcar será maior que a do ciclo an ter ior Mas o setor conviverá com dú vidas relacionadas aos tr ibutos sobre os combustíveis, a dinâmica de precifica ção inter na dos der ivados e os preços inter nacionais do petróleo

Estas são var iáveis que “ainda po dem trazer alterações no cenár io atual”, destaca Luciano Rodr igues, diretor de Economia e Inteligência Setor ial da UNICA (União da Indús tr ia de Cana de Açúcar e Bioener g ia), nesta entrevista ao Jor nalCana

Confira:

Jor n na a l Can a Q Qu u al su a ava l ia ção para a a sa f fra de cana do país em e encer r a am e nt t o e p a ra a sa f ra 2023/ 24 de for r m ma geera l e em teer m mos s de mix?

L uci a n no Ro dr i g gue e s Até 31 de dezembro de 2022, a moagem no Centro Sul ating iu 541 milhões de toneladas de cana de açúcar

O número final da safra 2022/23

Histor icamente, a moagem nesse período var ia entre 3 e 17 milhões de toneladas

Neste ano, o número será influen ciado pela quantidade de empresas que conseguirem iniciar a safra antes de abr il e pelas condições climáticas nes se período

De todo modo, a moagem no úl timo tr imestre de safra será residual na comparação com a quantidade de ca na de açúcar que já foi processada

H á p r rooj e çã o o t im i st a pa r a a 2023/244? ?

Sobre a safra 2023/24, estamos obser vando um bom desenvolvimen to do canavial até o momento

Se as condições climáticas conti nuarem dentro do esperado, a expec tativa é de uma maior disponibilidade de cana de açúcar para processa mento no próximo ciclo ag rícola

E q quua a ntto ao miix?

Em relação ao mix de produção, ainda precisamos esperar os desdobra mentos de inúmeras var iáveis no mercado de combustíveis.

Os tr ibutos sobre os combustíveis, a d i n â m i c a d e p re c i f i c a ç ã o i n t e r n a dos der ivados, os preços inter nacio n a i s d o p e t r ó l e o, e n t re o u t r a s va r i á veis, ainda podem trazer alterações no cenár io atual

Projeções e investimentos

Paarra a 2023, q quua t ro u unidda des novas devvem estre ar r na produçã o o: a unidade N a arrd inni de A por r é (G O), a seg und a unnidade de e tan ol l de m i ilhho da Cer raaddiinho o e em G Goiáss, , a unidade de açú ca a r d da a uni i da d de e d da a Co r u ur r i ip e e m L i meiira d do o Oeeste e ( (MMGG) e a pr imeira das 5 uniida des s d de e et t a annool de segunda ge r aççã o da R aí ze n Q ua l s suua ava li aççã o sobbrre e esses s i invessttim enttoos s p pelo setor ?

Os investimentos em um setor tão relevante para a economia do País de vem ocor rer em um ambiente de pre visibilidade e reg ras claras

Na histór ia recente da indústr ia sucroenergética, esse ambiente foi proporcionado pela es tabilidade da política de precificação dos der ivados e pelo RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis, que buscou defi nir de for ma mais clara o papel do etanol e dos demais biocombustíveis na matr iz energética brasileira.

Nos últimos anos, a despe ito das mudanças promovidas pela pandemia e das alterações no mercado mundial de petróleo, a estr utura vigente no Brasil ofereceu condições para inves timentos em capacidade de produção, em novos energéticos e em tecnolo g ias com potencial de ampliação das eficiências técnica, econômica e am biental da produção

O que mudou? ?

As mudanças recentes nesse cená r io, com alterações nos prazos de cumpr imento das metas do Renova Bio e na estr utura de tr ibutos sobre os combustíveis, precisam ser rapida mente rever tidas para que possamos per mitir a consolidação dos investi mentos em cur so

2 02 3 t a m b é m m a r ca a c h e g a d a d e co r p or r a çõ e s e st r an ge i r a s n o se t o r É si n a l d e a t r a t ivvi d a d e c co m o ne e g ó ci o O s et o r é a t r a e n t e a o s o l ho s i n t e r n ac io n a is ?

O mercado percebeu que o setor pode se posicionar de for ma impor tante diante dos desafios impostos pela transição energética e pelo aqueci mento global No passado, a produção energética desta indústr ia se restr ing ia ao etanol de cana de açúcar

M E R C A D O 14 SÉRIE BIOCOMBUSTÍVEIS

H o j e t e m o s e t a n o l d e c an a d e açúcar, etanol de milho, etanol de se g u n d a g e r a ç ã o, b i o e l e t r i c i d a d e, b i o gás, biometano e créditos de descar bonização

No futuro, poderemos ampliar es se por tfólio com carbono verde, com bustível sustentável de aviação, hidro gênio e etanol com captura de carbo

no Esse cenár io oferece uma condi ção única ao setor e ao País

Coom ent e soobre a par ticipa çã ã o do e t tanol de m milho no setoor Atualmente, a produção de etanol de milho representa entre 15 e 20% da produção total de etanol e se posicio na de maneira relevante na comple

mentação da ofer ta nacional do bio combustível

Trata se de um sistema de produ ção diferenciado e sustentável, com milho de segunda safra, energ ia gera da com resíduos e biomassa, além da produção de inúmeros subprodutos, com destaque para aqueles destinados à alimentação animal

No Centro Oeste, a f abr icação de etanol a par tir do milho em unidades dedicadas e flex deve crescer nos pró ximos anos

Bi ogá s, b iom et a n no, , e t an ol de se gundda a g ge e ra ç çã ã o e nova s te e cnolog ia s coom o a d a t ra n ns s f o or m a ção de e ta n ol em m h i idrogê n ni o p a ar r a mover veí cul os hííbr iddoos s O set t or f az sua liição de casa em m t eccnoloog g i ia e invve s st iment os?

Os novos produtos e a ampliação da eficiência energético ambiental dos produtos já ofer tados pela indústr ia devem ampliar o potencial de descar bonização da bioenerg ia no Brasil

Enquanto empresas de outros se tores buscam estr uturar seus inventá r ios de carbono, no Brasil temos bio energ ia ofer tada com pegada de car bono auditada por empresa exter na e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

O setor se antecipou a esse pro cesso e precisa manter os esforços que estão sendo empreendidos na busca por novos produtos, usos e tecnolog ias

Bi oe e le t r icci d da a de : o qu e é p reci so f a zer r p paarra a ammpliia r a cogeraaçção e assim au m e en t a ar r a s eggu r an ç ça d e o f er t a d e ennerg g i ia elé é tr i ica a par a o Paaíís?

Precisamos estabelecer uma polí tica setor ial de longo prazo para a bioeletr icidade e o biogás Nesse sen tido, destacar ia dois pontos impor tan tes: a necessidade de avançar com a instituição de mecanismos, nos mer cados regulado e livre, que valor izem

os atr ibutos locacionais, elétr icos, am bientais, econômicos e sociais advin dos do uso da bioeletr icidade e do biogás; e o estabelecimento, nos ins tr umentos de planejamento setor ial, de uma visão estr uturante e integ rada da bioeletr icidade com os demais produtos da cana de açúcar na ma tr iz de energ ia do País

O qu e s se r á d o bio com bus s t ívvel di an te do cen ár io q u ue vem s e coons s tr u uindo com o novo gover no, q quue in clui o impact o d do o f im da s d de e soneera ções sobre com bustííve is?

Esperamos que o discur so de avanços na economia verde, no uso de renováveis e na necessidade de medi das para mitigar os efeitos per ver sos do aquecimento global se transfor mem em ações estr uturantes e reconheçam o potencial do setor sucroenergético nessas áreas

Temos vantagens comparativas e competitivas que podem posicionar o Brasil na vanguarda do movimento mundial da economia de baixo carbono

E soobre os tr ibut os?

Em relação aos tr ibutos, a Emen da Constitucional no 123/2022 con solidou a necessidade de reconheci mento dos benefícios ambientais dos biocombustíveis por meio de diferen cial tr ibutár io em relação ao seu con cor rente fóssil

O ordenamento jurídico atual prevê o restabelecimento do diferen cial tr ibutár io entre etanol e gasolina obser vado antes das alterações realiza das no mercado de combustíveis no segundo semestre do ano passado

No momento em que o mundo discute medidas para reduzir as emis sões de gases de efeito estuf a, não f az sentido reduzir mos os tr ibutos da ga solina de maneira desproporcional à redução praticada para o etanol

M E R C A D O 15

Especialistas veem perspectivas de crescimento para o mercado de biogás

Cícero Bley, diretor da Bley Energ ias, destaca a ver satilidade do produto e sua aplicação além da energ ia elétr ica “Temos um componente hoje mui to claro da maior dificuldade do setor industr ial bra sileiro de acesso à lenha E uma das características do biogás é poder substituir a lenha com g rande f acili dade”, pontua Bley

Seja na produção de energ ia elétr ica, seja na substituição de combustíveis de or igem fóssil, ou na produção de insumos para a ag r icultura, no caso os biofer tilizantes, a análise de especialistas, durante par ticipação de evento denominado “O Futuro do biogás”, é que o mercado de biogás apresenta per s pectivas de crescimento em 2023

Na avaliação de Ber nardo Marangon, sócio ad ministrador da Exata Bioenerg ia, dependendo das condições, o biogás acaba tendo rentabilidade me lhor que a energ ia solar, embora tenha uma com plexidade maior

“Dependendo das condições como você estr u tura o projeto ele acaba tendo uma rentabilidade melhor do que a solar, só que a complexidade com biogás é muito maior Existe uma sér ie de aplicações e o biogás cresceu muito em função da geração dis

tr ibuída, embora o segmento sofreu recentemente uma alteração do ponto de vista de compensação dos créditos com a publicação da Lei 14 300 que cr iou uma f ase agora de transição e redução da compen sação Nesse sentido, a gente vai ter que buscar pro jetos que sejam mais competitivos”, disse Marangon Para o diretor do Instituto Totum, Fer nando Lopes Giachini, a legislação não inviabiliza a aplicação do bio gás na energia “O que era um ótimo negócio se tor na bom negócio Quer dizer, não tende a inviabilizar o se tor Então energia elétr ica é uma excelente saída para biogás pr incipalmente em pequena escala” disse

Ja i m e F i n g u e r u t , d i re t o r d o I n s t i t u t o d e Te c nolog ia Canavieira ITC, lembrou que um dos se tores pioneiros na geração e venda de energ ia elé tr ica distr ibuída foi o setor canavieiro, “ que ainda é e x t re m a m e n t e i m p o r t a n t e n o b a l a n ç o e n e r g é t i c o nacional”

“Haver ia uma sinerg ia muito boa entre o biogás e o aproveitamento da palha da cana Esse é um as sunto extremamente sub considerado em ter mos de investimentos e tem um potencial enor me ” , disse Finguer ut

Air ton Kunz, professor e pesquisador da Embra pa, mencionou também sobre o aproveitamento do calor excedente desse sistema de geração “O calor excedente desse sistema de geração vem sendo jo gado fora sendo desperdiçado Calor é energ ia e va le dinheiro, então acho que é impor tante os proces sos produtivos as cadeias que usam nesse ar ranjo olhar com cuidado e atenção quanto a possibilida de de utilizar mos o calor dentro dos processos pro dutivos”, afir mou o professor

Produção de biogás aumenta 21,3% em 2022

O mercado de biogás está a todo vapor A expec tativa é que a produção tenha alcançado 2,8 bilhões de metros cúbicos, um crescimento de 21,3% em relação a 2021 – em comparação a 2020, o aumento chega a 33% Em 2022, pelo menos 56 plantas foram instala das ou refor madas, somadas a 755 já existentes, segun do a CIBiogás (Centro de Referência em Energ ias Renováveis)

Em 2017, o país contava somente com 271 plan tas e em 2021, esse número já havia chegado a 755, com oferta de 2,3 bilhões de metros cúbicos de bio gás “Até 2030, devem ser ofer tados 30 milhões de metros cúbicos do gás natural renovável por dia, equi valentes a 11 bilhões de metros cúbicos por ano, de acordo com estimativas da CBIogás”, afir ma Carla Aranha, analista da Czar nikow, trading br itânica de ali mentos e serviços

“ A d e m a n d a p o r p a r t e d a s e m p re s a s , qu e t ê m e m p re g a d o o b i og á s e m s e u s p ro c e s s o s p ro d u t ivo s , ve m c re s c e n d o e m g r a n d e p a r t e d ev i d o à n e c e s s i

d a d e d e re d u z i r a e m i s s ã o d e g a s e s d o e f e i t o e s t u f a ” , e x p l i c a Ta m a r R o i t m a n , g e re n t e e xe c u t iva d a A s s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d o B I og á s ( A b i og á s )

Os investimentos também não param, sendo que a previsão é que nos próximos cinco anos, 40 usinas de vem entrar em operação, demandando aportes da or dem de R$ 8 bilhões, segundo a Abiogás Nos últimos anos, o mercado movimentou cerca de R$ 3 bilhões

A representatividade do biogás na matr iz energé tica brasileira também tem crescido Em 2021, último ano com dados disponíveis, representou 1,4% da ge ração de energ ia no país, com uma expansão de cerca de 9,5% ao ano desde 2019, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministér io de Minas e Energ ia Atualmente, o Brasil conta com 422 plantas de geração de energ ia elétr ica a partir do bio gás Outras cinco usinas já foram autor izadas a entrar em operação pela Associação Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

Atualmente, o Brasil ocupa o n ono lugar no

ranking dos países que mais produzem energ ia atra vés do biogás, atrás da Tailândia e França A Alema nha figura como líder absoluta, com a geração de 7 459 MWs por ano

“O país possui um potencial significativo para a produção de biogás, especialmente devido à potência do ag ronegócio brasileiro, pr incipal fonte de matér ia pr ima para essa matr iz energética”, afir ma Roitman A atividade ag ropecuár ia, com destaque para a pecuár ia e a produção de açúcar e etanol, responde por 80% das plantas de biogás em operação no país Em contrapar tida, produz 10% do volume de biogás O setor de sa neamento, com 9% das plantas em operação, produz 74% do total ofertado

Projetos relacionados à produção de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro, também começam a despontar Rico em metano e dióxido de carbono, o biogás pode ser transfor mado em hidro gênio verde por meio de processos de tratamento e pur ificação

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 16
Aplicação na geração energia e substituição dos combustíveis fósseis foram apontadas com alternativas
Cícero Bley Fernando Lopes Bernardo Marangon Airton Kunz Jaime Finguerut

BNDES aprova R$ 80 milhões para construção de unidade de biogás em MT

e líquidos da ag roindústr ia, como a vi nhaça e tor ta de filtro, em fonte reno vável de matér ia pr ima para produção de biogás, biofer tilizantes, biocombus tíveis e geração de energ ia elétr ica em escala, capaz de mover os ponteiros do nosso sistema energético”

O Banco Nacional de Desenvol vimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 80 milhões para a Uisa Geo Biogás S/A constr uir uma unidade industr ial de produção de biometano e energ ia elétr ica a par tir de resíduos de cana de açúcar, em Nova Olímpia – MT A previsão é que comece a funcionar em dezembro de 2024

A planta produzirá na pr imeira f a se até 11,4 milhões Nm³/ano do bio gás e até 32 mil MWh/ano de energ ia elétr ica O projeto per mitirá a distr i buição de biometano em reg ião ainda não atendida por rede de gás natural O biogás também será utilizado para substituir o diesel de par te da frota de caminhões da Uisa, uma das sócias do empreendimento, e a energ ia elétr ica

irá supr ir a demanda da própr ia unida de, podendo também ser expor tada

De acordo com ferramenta elabora da pelo BNDES em parcer ia com a Fundação Getúlio Vargas, o volume total de carbono capturado será de 9,1 milhões de toneladas, o que equivale ao plantio de 63 milhões de árvores O financiamento foi aprovado no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e cor responde a 33% do investimento total previsto no projeto R$ 243,5 milhões

“O biogás cumpre papel dupla

mente relevante, pois além de adicio nar geração de energ ia elétr ica, ainda per mite a substituição do diesel fóssil pelo biometano, contr ibuindo para re duzir as emissões de carbono e as im por tações do setor de combustíveis”, explica Br uno Aranha, presidente in ter ino do BNDES

Para Alessandro Gardemann, CEO da Geo Biogás & Tech, sócia do em preendimento, “ o projeto da Uisa Geo Biogás está alinhado ao propósito de transfor mar resíduos orgânicos, sólidos

A unidade está sendo constr uída ao lado da usina de açúcar e álcool da Ui sa, que destinará seus resíduos indus tr iais para o processo produtivo da no va planta A produção do biogás, se gundo prevê o projeto, poderá ser fei ta independentemente do período de safra e entressafra da cana Isso porque a tecnolog ia utilizada será a biodigestão anaeróbica, capaz de processar resíduos que podem ser estocados sem perda de matér ia orgânica, o que per mitirá à planta for necer gás de for ma constan te ao longo de todo o ano Além de biometano e energ ia elé tr ica, a unidade também será capaz de produzir biofer tilizantes sólidos e lí quidos, produtos que serão destinados integ ralmente à Uisa como contra par tida ao for necimento dos resíduos industr iais , para uso nos canaviais

Pioneiro no país na inserção do biometano em rede de gasoduto, projeto é iniciado

Gás natural renovável já está nas atividades dos fornos e caldeira do primeiro cliente, em Presidente Prudente - SP

A operação da rede de distr ibuição do projeto Cidades Sustentáveis foi iniciada Lançado na 25ª Ag r ishow –Feira Inter nacional de Tecnolog ia Ag rícola, realizada em Ribeirão Preto SP, em abr il de 2019, o projeto co loca os municípios paulistas de Presi dente Pr udente, Narandiba e Pirapo zinho em destaque nacional no que diz respeito ao abastecimento com o bio metano, gerado a par tir do processa mento de resíduos nobres da cana de açúcar (vinhaça, palha e tor ta de filtro), sendo a pr imeira rede de gasoduto ex clusiva deste tipo de gás no Brasil

O projeto começa abastecendo ati vidades industr iais da reg ião A parcer ia foi realizada entre a GasBrasiliano e a Usina Cocal, sendo a pr imeira respon

sável pela constr ução do gasoduto e pela distr ibuição do produto na reg ião e a segunda pela produção do gás bio metano, com capacidade de até 25 mil m³/dia O projeto conta ainda com a parcer ia da Secretar ia de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e com o apoio da Agên cia Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP)

Foram constr uídos , aproximada mente, 65 km de rede de distr ibuição (51 km em aço e 14,5 km em polie tileno) para interligação entre a fonte de supr imento, a Usi na Cocal, em Narandiba, ao mercado consumidor industr ial, em Presidente Pr udente SP O investimento total no projeto foi de R$ 180 milhões, sendo R$ 30 mi lhões para constr ução da rede exclu

siva de distr ibuição e R$ 150 milhões na constr ução da planta de biogás pa ra a produção do biometano “ O b i o m e t a n o é u m g á s ve rd e que representa mais uma contr ibui ção, além do etanol, em prol do meio ambiente Conseguimos todas as au tor izações para comercialização des sa fonte de energ ia limpa e agor a co meçamos, junto com a GasBrasil iano, o abastecimento da reg ião de Presi d e n t e P r u d e n t e v i a re d e i s o l a d a d e g a s o d u t o ” , a f i r m a Pa u l o Z a n e t t i , CEO da Cocal Já a Liane visa aumentar o uso de e n e r g i a s re n ov á ve i s n a i n d ú s t r i a e a i n d a p rev ê u m a re d u ç ã o d e c u s t o s m e n s a i s e m t o r n o d e 3 0 % “ A L i a n e t r a ç o u u m a m e t a d e z e r a r a e m i s s ã o de poluentes até 2025 Até agosto de 2 0 2 2 , n o s s a m a t r i z e n e r g é t i c a e s t ava d iv i d i d a e m 7 0 % e n e r g i a e l é t r i c a c o nve n c i o n a l , 1 0 % g á s G L P e 2 0 % óleo BPF Com a chegada do biome tano canalizado, a meta é ating ir 30% da matr iz em bioenerg ia já em 2022”, re f o r ç a M a u r í c i o C a l vo, d i re t o r i n dustr ial da Liane

M E R C A D O Fevereiro/Março 2023 18
Planta produzirá biometano que será usado para abastecer frota de usina no Estado

Fundo Mubadala assumirá comando da Atvos

Fim da novela O Fundo Muba dala Capital irá assumir o comando da Atvos, um dos maiores g r upos do se tor bioenergético do país Inicialmen te, o FIP Ag roenerg ia passa a se r o novo controlador da companhia, sen do o responsável por abr ir caminho para a chegada do Mubadala Capital, subsidiár ia de gestão de ativos da Mu badala Investment Company, um in vestidor soberano global com sede em Abu Dhabi Nesta nova gestão, Gio vanni Forace assumiu o cargo de CEO inter ino do g r upo

O n ovo c e n á r i o c o m e ç o u a s e r d e s e n h a d o d u r a n t e re u n i ã o d e c re d o re s d a e m p re s a , re a l i z a d a n o f i n a l d e 2 0 2 2 A d e c i s ã o p e l o n ovo c o n trolador vinha sendo contestada pelo fundo amer icano Lone Star, que res p o n d i a p e l a a d m i n i s t r a ç ã o d o g r u p o até então

Porém, no dia 26 de janeiro, o Mubadala Capital e os sócios da con sultor ia RK assinaram a compra da par ticipação total do fundo, incluindo equity e dívida O Lone Star havia pa gado cerca de US$ 5 milhões pela po sição acionár ia e a dívida que detinha tinha valor nominal de US$ 375 mi lhões O Mubadala fechou negócio por um deság io relevante A transação também põe fim a todos os litíg ios da Lone Star envolvendo a companhia, a acionista Odebrecht e o processo de recuperação judicial

O f u n d o a m e r i c a n o L o n e S t a r c h e g o u a o c o n t ro l e d a A t vo s e m 2020, quando a empresa já estava em

recuperação judicial, após uma d eci são da Justiça No mesmo ano, o fun do havia comprado o controle da At vos do banco Natixis, que tinha exe cutado as ações que os bancos credo res da Odebrecht detinham em alie nação fiduciár ia Com o desfecho da negociação, o Mubadala e a RK vão conseguir im pr imir um novo r itmo aos planos acordados com credores e na RJ Isso inclui a capitalização de R$ 500 mi lhões para aumentar a capacidade de moagem, apor te que deve acontecer em cerca de três a quatro meses

O n ovo c o n t ro l a d o r e s t á c o m p rom e t i do e m i m p le m e n t a r a s c o n d i ç õ e s a c o rd a d a s p a r a q u e o M u b a

dala Capital invista este valor em tro c a d e u m a f a t i a d e 3 1 , 5 % d o c a p i t a l da companhia

O investimento deverá ser desti nado para as áreas ag rícola e industr ial, com o objetivo de retomar a capaci dade de produção da Atvos e superar a marca de 30 milhões de toneladas de moagem de cana de açúcar por sa fra No ciclo passado, a companhia moeu 22,5 milhões de toneladas a par tir das suas operações nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo

“ A A t vo s é u m a d a s p r i n c i p a i s e m p re s a s d o s e t o r s u c ro e n e r g é t i c o e e n xe r g a m o s u m a a l t a c a p a c i d a d e d e c re s c i m e n t o e t r a n s f o r m a ç ã o d a

companhia, seja nos aspectos opera c i o n a l , f i n a n c e i ro o u s o c i o a m b i e n t a l ” , a f i r m a G i ova n n i Fo r a c e, C E O i n t e r i n o d a A t vo s “ E s s a t r a n s i ç ã o é u m m a rc o p a r a a A t vo s , p o i s c o l o c a um ponto final sobre qualquer con flito societár io e consolida a susten tabilidade do negócio em direção ao encer ramento do seu processo de re cuperação judicial”

O novo controlador dará conti nuidade ao plano de negócios da companhia, buscando incrementar seus índices de produtividade, de for ma a gerar mais segurança e valor pa ra os acionistas, clientes, parceiros, co laboradores e demais públicos de in teresse da empresa

Mubadala também manifestou interesse em comprar a BP Bunge Bioenergia

Mas

O processo de venda da BP Bun ge Bioenerg ia, joint venture for mada pela amer icana Bunge e pela petrolei ra br itânica BP deverá ser for mal

mente cancelado, porque as propostas até então apresentadas, não foram consideradas satisf atór ias pelos con troladores da empresa

As propostas de interesse na aqui sição par tiram da Raízen e do Fundo Soberano de Abu Dhabi, Mubadala, que assumirá o controle da Atvos O valor apresentado pelo Mubadala te r ia ficado abaixo do pedido pelas controladoras Já a Raízen fez uma proposta que incluía a troca de ações

em um modelo similar ao visto na compra da Biosev, em 2021 –, o que não ser ia de interesse dos acionistas da BP Bunge

Presente em cinco estados brasi leiros, a BP Bunge Bioenerg ia conta com 11 unidades ag roindustr iais e tem capacidade para processar anualmente 32,4 milhões de tonelad as de can a de açúcar O g r upo produz cerca de 1,7 bilhão de litros de etanol, 1,7 mi lhão de toneladas de açúcar e 1,4 mil

GWh de geração de energ ia/ano Es tima se que a BP Bunge esteja ava liada entre R$ 9 e 10 bilhões de reais Na safra 2021/22, o lucro líquido da companhia foi de R$ 1,7 bilhão

A BP deve continuar negociando sua saída do negócio com a Bunge: a ideia ser ia que a multinacional assu misse totalmente a empresa Outra possibilid ade ser ia a incor poração da joint venture ao depar tamento de biocombustíveis da BP

M E R C A D O 19 Fevereiro/Março 2023
Negociação inclui investimento de R$ 500 milhões para aumentar a capacidade de moagem do grupo
propostas foram insatisfatórias e travaram venda da companhia

Com foco na otimização de insumos, Atvos investe em Biofertilizante

Biotecnologia ProBiom, desenvolvida pela

na safra 2021/22, moeu 22,5 milhões de toneladas de cana de açúcar em suas unidades ag roindustr iais, distr i buídas pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo No último ciclo, também pro duziu 1,67 bilhão de litros de etanol, cerca de 400 mil toneladas de açúcar VHP, além de ter cogerado 1,55 mil GWh de energ ia elétr ica a par tir do bagaço da cana

produtividade dos canaviais

A cr ise de fer tilizantes ag ravada pela guer ra entre Rússia e Ucrânia in tensificou a utilização de insumos bio lóg icos para o canavial Em paralelo a isso, na medida em que mais opções surgem no mercado, também é preci so estar atento às melhores e mais re centes práticas de manejo sustentável

Diante deste cenár io, a BiomCrop, empresa de Leme SP, especializada em ag r icultura regenerativa, investe no desenvolvimento de produtos naturais, disponibilizando ao mercado biofer tilizantes capazes de regenerar a bio diver sidade do microbioma do solo, aumentando a disponibilidade de nu tr ientes e diminuindo custos de pro dução, pois podem ser f abr icados nas propr iedades r urais (on f ar m) com tecnolog ia e supor te da BiomCrop, entre outros benefícios

“As células de multiplicação da BiomCrop, denominadas Célula Re generativa ProBiom – CRP, são insta ladas nas f azendas e produzem o bio fer tilizante”, explica Alan Pavani, dire tor de Marketing e Inovação da Bio mCrop Segundo ele, as unidades su croenergéticas vêm investindo cada vez mais nesse segmento em consonância com as práticas ESG, focando na sus tentabilidade e redução de custos

Entre elas se destaca a Atvos, que,

A companhia, que já adota o ma nejo de produtos biológ icos há vár ios anos, investe agora na b iotecnolog ia ProBiom (componente para a produ ção de um biofer tilizante repositor de biodiver sidade do solo) for necida pela BiomCrop

"Iremos reforçar o pilar de micro bioma de solo, avaliando esta nova tecnolog ia que per mite a recomposi ção da biodiver sidade dos microrga nismos que a prática do monocultivo reduziu ao longo dos anos Essa repo sição será essencial para otimizar o nosso sistema produtivo em uma linha de ag r icultura regenerativa Temos algumas outr as linhas de trabalho no segmento de biológ icos

em parcer ias com outras empresas que serão de g rande valia para o g r upo", afir ma o gerente de Planejamento da Atvos, Fer nando Zola

S e g u n d o Z o l a , o o b j e t ivo d a a d o ç ã o d o P ro B i o m f o i , p r i n c i p a l m e n t e, a c o m p a n h a r o a u m e n t o d a eficiência nutr icional proporcionado p e l a m a i o r d i s p o n i b i l i d a d e d e nu t r i e n t e s n o s o l o, c o m o é o c a s o d o fósforo (P), além da busca pela estr u t u r a ç ã o d o s o l o, q u e i r á o t i m i z a r a s operações ag rícolas e aumentar o vo lume de raízes, f avorecendo também

a re t e n ç ã o d e c a r b o n o n o s o l o, i m por tante para as práticas de ESG "São mais de 500 microrganismos atuando no ciclo do fósforo e do nitro gênio, na tolerância ao estresse hídr ico e também na sanidade da cultura Algo que vemos como diferencial desta tec nologia é que a regeneração da micro biota do solo inclui microrganismos lo cais Sabemos que isso tem grande im por tância, temos que buscar o que de f ato é mais otimizado em sua reg ião Não adianta tratar mos todas as lavouras da mesma for ma, pois temos áreas de plantio localizadas em diferentes biomas e temos a possibilidade, com a utilização da tecnologia BiomCrop, de customizar nossas necessidades, no caso do micro bioma, de acordo com cada região on de estamos instalados", explica Zola

O gerente afir ma que a adoção da metodolog ia dos 3 B's (Biotecnolog ia, Biogeog rafia e Biomonitoramento) da BiomCrop será impor tante para au mentar a sustentabilidade do sistema produtivo, por exemplo, otimizando insumos e aumentando também a re tenção de carbono no solo, práticas impor tantes ligadas ao RenovaBio

"A vantagem da adoção do bio fer tilizante em relação a produtos iso lados está na robustez, pois como o ProBiom contempla diferentes fontes

A G R Í C O L A Fevereiro/Março 2023 20
BiomCrop, voltada à agricultura
regenerativa, é aposta das unidades para aumentar
Fernando Zola, gerente de Planejamento da Atvos

reg ionais de inóculo, a consistência dos resultados é super ior, uma vez que os microrgan ismos isolados nor m al mente são trazidos de outras reg iões, com clima e temperaturas diferentes da realidade da Atvos", esclarece

Zola também destacou a sinerg ia da nova biotecnolog ia "Continuare mos a investir em manejo biológ ico de solos, pragas e doenças, e a tecnolog ia proposta pela BiomCrop apresenta si nerg ia com os produtos que já utili zamos no canavial Pensando no as pecto operacional, o produto irá subs tituir par te da água nas aplicações de

defensivos ag rícolas, por exemplo Como existe compatibilidade, iremos utilizar o ProBiom em vez de água nas operações até ating ir a dose recomen dada, que é de 300 L/ha”, disse Outro ponto extremamente rele vante que ajudou a tomar a decisão de adotar a tecnolog ia é o biomonitora mento oferecido pela BiomCrop: o acompanhamento da evolução da qualidade biológ ica do solo e o im pacto do biofer tilizante na disponibi lidade de nutr ientes e produtividade da cana, ajudarão a Atvos na tomada de decisão de manejo

Com relação à otimização de in sumos, a empresa de bioenerg ia avalia a possibilidade em relação ao nitrogê nio e fósforo "Mas essa otimização dos insumos é algo que tem que ser ado tado com muito cr itér io analítico Precisamos, pr imeiramente, avaliar os resultados e, concomitantemente, com as recomendações técnicas adotadas pela Atvos, fundamentadas em análises de solo e histór ico, tomar mos as me lhores decisões para a empresa Mas é uma possibilidade real, pois sabemos que a disponibilização de nutr ientes para as plantas é feita por microrganis mos, e como os solos vêm sendo adu bados com fósforo há muitos anos, o estoque do nutr iente é g rande O problema é que boa par te dele não está na sua for ma disponível para as plantas E é aí que entram os micro rganismos", elucida Zola

Atualmente, a biotecnolog ia da BiomCrop vem sendo implementada em uma das nove unidades da Atvos "Vamos acompanhar os resultados desta nossa pr imeira planta Sabemos do g rande potencial da tecnolog ia, acompanhamos os resultados de ou tras usinas, que foram muito interes santes, e agora temos a possibilidade de levantar os nossos própr ios dados para poster ior mente estender mos aos

outros polos da Atvos no médio/lon go prazo", infor ma

Além da tecnolog ia ProBiom, a BiomCrop segue trabalhando em busca de novas soluções Em parcer ia com a Esalq USP, está desenvolven do um novo conceito de produto biológ ico para reposição da biodiver sidade do solo Com expectativa de lançamento em março de 2024, o novo produto tem como base os metabólitos prove nientes da elevada biodiver sidade de microrganismos, que melhoram o de senvolvimento da planta, das raízes e aumentam a disponibilidade de nu tr ientes, contr ibuindo com a otimi zação dos insumos de produção S e g u n d o o p ro f e s s o r d a E s a l q U S P, Í t a l o D e l a l i b e r a J ú n i o r, q u e também está par ticipando do proje t o, e x i s t e m b i l h õ e s d e d ó l a re s e m f o s f a t o ( f ó s f o ro ) n o s o l o b r a s i l e i ro Em pouco tempo (depois de aplica do), metade não está disponível para a planta Ou seja, o produtor tem, no solo, um banco de nutr ientes que ir ia c o n s e g u i r a c e s s a r u s a n d o c o m p o s t o s orgânicos, produzidos por microrga nismos As enzimas liberadas no am biente deixam esses nutr ientes solú veis para as plantas assimilarem”, ex plica o professor

A G R Í C O L A 21 Fevereiro/Março 2023

BP Bunge pretende eliminar uso de fertilizante mineral até 2025

A BP Bunge Bioenerg ia vem de senvolvendo soluções sustentáveis de gestão do campo, com foco em qua lidade e produtividade dos canaviais desde a sua fundação, há três anos En tre as iniciativa s, um d os destaques é para a área de plantio com um amplo projeto de substituição de fer tilizante mineral até 2025

A e m p re s a i n f o r m o u q u e a m pliou o uso de bioinsumos a par tir de b a c t é r i a s e d e m a t é r i a o r g â n i c a A s s o l u ç õ e s , re s u l t a d o d e i nve s t i m e n t o s em pesquisa, inteligência e tecnolo g i a , p e r m i t i r ã o e n r i q u e c e r o s o l o com nutr ientes essenciais, eliminan do a necessidade de utilização de fer tilizantes químicos, dentre eles os do g r u p o N P K ( N i t rog ê n i o, F ó s f o ro e Potássio)

Nesta safra, a companhia já con seguiu substituir em 100% da sua área de plantio (cerca de 50 mil hectares) o uso de fer tilizantes nitrogenados Para isso, expandiu o uso da bactér ia Ni trospir illum amazonense Solução de senvolvida pela Embra pa, a bactér i a atua na fixação de nitrogênio, promo vendo o crescimento e desenvolvi mento da planta, o que resulta na am pliação da produtividade nas lavouras J á p a r a a s á re a s d e s o q u e i r a , a c o m p a n h i a u t i l i z a e m 1 0 0 % d e s u a extensão a bactér ia Azospir illum bra s i l e n s e, e q u e j á g e ro u re d u ç ã o d e 5 0 % d a s d o s e s d e n i t rog ê n i o A l é m d i s s o, a e q u i p e d e d e s e nvo l v i m e n t o a g ro n ô m i c o t r a b a l h a e m d ive r s o s c a m p o s e x p e r i m e n t a i s c o m f o c o n o desenvolvimento de outras cepas mais eficientes, que, atreladas ao avanço da u t i l i z a ç ã o d a v i n h a ç a , t r a g a m m a i s o p ç õ e s p a r a o t i m i z a r a a p l i c a ç ã o d e fer tilizantes

Em outra frente, está a redução dos fer tilizantes minerais a par tir do me lhor aproveitamento do mater ial or gânico der ivado do processamento industr ial Uma delas é a vinhaça, sub produto r ico em potássio (que tam bém for nece par te do nitrogênio), que

retor na ao campo como nutr iente pa ra a cana de açúcar Neste ano sa fra, a aplicação do resíduo já está em cerca de 80% das lavouras dos 300 mil hectares própr ios da BP Bunge Até 2025, essa utilização deverá chegar a 96% dos canaviais

“Os resultados coletados, com a substituição do fer tilizante mineral, demonstram incremento de produti vidade do canavial na casa de 3 a 10 toneladas por hectare, além d e au mentar a longevidade por dois anos e reduzir em até 80% a quantidade de cloreto de potássio adquir ido no mer cado”, explica Rogér io Bremm, dire tor Ag rícola da BP Bunge Bioenerg ia

Ta m b é m n a s a f r a 2 0 2 2 / 2 3 , a e m p re s a i n i c i o u a p a d ro n i z a ç ã o d e s e u s p á t i o s d e c o m p o s t a g e m p a r a m i s t u r a d e t o r t a d e f i l t ro ( p rove n i e n t e d a f i l t r a ç ã o d o c a l d o d a c a n a ) e d a s c i n z a s d o b a g a ç o ( p rove n i e n t e d a q u e i m a p a r a g e r a ç ã o d e b i o e n e r g i a ) E m t r ê s a n o s , o o b j e t ivo é p ro d u z i r f e r t i l i z a n t e s o r g a n o m i n e r a i s a par tir dessas matér ias orgâ nicas e eli

m i n a r o u s o d e f e r t i l i z a n t e s m i n e r a i s ( f ó s f o ro e p o t á s s i o )

Até o fim deste ano, sete unidades do g r upo passarão a contar com equi pamentos para enr iquecimento, tais como compostador, car reta e tanque que funcionam como dosadores para

enr iquecimento da compostagem Por meio desse equipamento, é feita a mistura da tor ta de filtro com as cin zas Durante ess e processo, ocor re também o equilíbr io de nutr ientes, dando or igem a um composto 35% úmido e com textura f arelada

Para racionalizar ao máximo o uso desses subprodutos, nas usinas nas quais a filtragem do caldo de cana de açúcar é feita por difusores, que geram como subproduto mais cinzas do que tor ta de filtro, ao processo de com postagem são adicionados esterco de gado e frango, adquir idos junto a for necedores diver sos

Os dejetos de bovinos e aves são fontes de nutr iente e auxiliam no equilíbr io e enr iquecimento do com posto orgânico resultante da mistura da tor ta de fi ltro com as c inzas A compostagem ajuda no aumento da produtividade, em função da substi tuição de um produto químico por um biofer tilizante, melhorando a condição do solo de 10 a 15 toneladas por hectare Nesta safra, 9 mil hecta res da BP Bunge Bioenerg ia utiliza ram a mistura Até 2025, 100% do plantio deverá contar com esse com posto, fechando todo ciclo de plantio com biofer tilizantes

“O uso sustentável da cana de açúcar, pr incipalmente a par tir de seus subprodutos, f avorece uma ag r icultu ra cada vez mais limpa e regenerativa Nesse sentido, a BP Bunge Bioener g ia está assumindo o protagonismo com práticas em larga escala”, ressalta Rogér io Bremm

A G R Í C O L A Fevereiro/Março 2023 22
Empresa está ampliando a utilização de bioinsumos e de matéria orgânica, como vinhaça e compostagem, para nutrição do solo e da lavoura

Especialista alerta sobre praga que afeta a cana em sistema de MEIOSI

A ação da Spodoptera frugiperda foi detectada em áreas de MEIOSI (Método Inter Ocupacional simultâneo)

consorciado à soja

A incidência da praga Spodoptera frug iperda em canaviais, plantados em áreas de MEIOSI consorciado à soja, pode trazer prejuízos para a qualidades das mudas em plantios que envolvam es se método Quem alerta é o engenhei ro agrônomo, entomologista e consultor especializado em pragas de cana de açúcar, Jivago Rosa, que identificou o ataque dessa praga em colmos de cana,

no município de Guatapará, na região de Ribeirão Preto/SP Até então, sabia se que a espécie Spodoptera frug iperda ataca a cultura da cana de açúcar cau sando a desfolha, pr incipalmente na re gião do cartucho

“Tudo iniciou em 2022 quando fo ram identificadas injúr ias em plantas de cana de açúcar em mudas de “desdo

A G R Í C O L A Fevereiro/Março 2023 24

bra” em área de MEIOSI consorciada com soja no município de Ribeirão Preto/SP e Guatapará/SP Quando o caso ocor reu, não foi possível identificar o agente causador das injúr ias, porém sabíamos que não se tratava de Diatraea saccharalis (Broca da cana) devido às di mensões das perfurações de entrada (ocor reram ,em alguns casos, perfura ções acima de 2,5cm de diâmetro) e do padrão de ataque inter namente aos en trenós, uma vez que na maior ia das ve zes ocor r iam somente or ifícios profun dos sem escavação de galer ias ou quan do ocor r iam galer ias eram de diâmetros muito acima dos causados pela broca da cana Diversos técnicos visitaram a área, assim como diversos consultores avalia ram as imagens e infelizmente nada foi conclusivo e nada foi encontrado com tamanha semelhança na literatura”, ex plicou o especialista

No entanto, em 2023 no município de Guatapará/SP, área de MEIOSI tam bém consorciado com soja, Rosa con seguiu encontrar novamente as injúr ias e desta vez identificou o agente causa dor Tratava se de Spodoptera fr ug i perda, pois foi observado e documen tado através de imagens os ataques des sas pragas não só em folhas do cartucho, mas também aos colmos

O s e xe m p l a re s f o r a m c o l e t a d o s e i d e n t i f i c a d o s p o r m o r f o t i p a g e m e o s r e s u l t a d o s c o n c l u s i vo s “ Po d e s e r q u e s e j a a p r i m e i r a ve z q u e s e re l a t e e s s e c o m p o r t a m e n t o d e S p o d o p t e r a f r u g i p e r d a e m c a n a , u m a ve z q u e a i n d a n ã o s i d o e n c o n t r a d a s i m a g e n s o u r e l a t o s d o c u m e n t a d o s d e S p o d o p t e r a f r u g i p e r d a s e a l i m e n t a n d o d e c o l m o s d e c a n a d e a ç ú c a r ” , i n f o r m o u R o s a Como todas as áreas ocor reram na mesma situação de MEIOSI com ca na/soja, infere se que o inseto tenha ocor r ido com mais intensidade devido à cultura da soja O especialista argu menta, no entanto, que ainda não é possível compreender por que esse compor tamento de se alimentar dos colmos da cana de açúcar tenha sido recor rente nessas áreas Rosa afir ma, porém, que esse reg istro se tor na mui to impor tante para o uso de outros profissionais que se depararem com a mesma situação

A G R Í C O L A 25 Fevereiro/Março 2023

Pesquisa avança na redução de custos na produção do E2G

Composto desenvolvido pelos pesquisadores

aumenta em até 120% a sacarificação do bagaço da cana-deaçúcar ao longo de 12 meses

Lidar com desafios já f az par te da rotina dos produtores de etanol Assim tem sido com o de pr imeira e não se rá diferente com o E2G, o etanol de segunda geração, que precisa otimizar a eficiência de sua produção Investir em pesquisa tem se mostrado o me lhor caminho para se alcançar alter nativas e soluções

Pesquisadores do Laboratór io de Bioquímica de Plantas da Univer sida

de Estadual de Mar ingá (Bioplan UEM) e do Laboratór io de Fisiolog ia Ecológ ica da Univer sidade de São Paulo (Lafieco USP), descobr iram como aumentar em até 120% a saca r ificação do bagaço da cana de açúcar ao longo de 12 meses

O coordenador do Bioplan UEM, biólogo Wanderley Dantas dos Santos, explica que foram desenvolvi dos três compostos diferentes, cada um com características específicas, que fo ram aplicados individualmente à ca na de açúcar, à soja e à br aquiár ia Na soja, ocor reu um acréscimo de 36% em 90 dias, enquanto a sacar ifi cação do capim braquiár ia cresceu 21% em 40 dias

O resultado foi alcançad o através da aplicação de compostos naturais às plantas um deles à base de ácido metilenodioxicinâmico (MDCA); outro, com ácido piperolínico (PIP); e um terceiro que leva daidzina (DZN)

MCDA, PIP e DZN são inibido res da lignina, molécula que confere r ig idez à parede celular da planta “De for ma geral, os compostos que desen volvemos alteram o metabolismo da lignina Isso f acilita o acesso à parede celular da planta, que é onde está lo calizada a celulose Assim é possível produzir mais açúcar, mais carboidra to”, explicou Santos

A descober ta reduz os custos de produção do E2G O g rande produ tor desse tipo de álcool, que cor res ponde a 1,5% da produção nacional, é a Raízen, que vem g radativamente ampliando seu número de plantas pa ra a f abr icação do produto Segundo o botânico Marcos Buc ker idge, coordenador do Lafieco USP e do INCT do Bioetanol, atual mente a indústr ia tem um gasto fi nanceiro alto para realizar o chamado pré tratamento, quando se retira a lignina para tor nar os ca rboidratos

acessíveis às enzimas que então irão diger ir esses polissacarídeos e ass im produzir açúcares que podem ser fer mentados para produzir o etanol d e segunda geração “Isso impacta o cus to de produção em 30%”, infor ma Bucker idge, um dos maiores especia listas do mundo em etanol de segun da geração e pesquisador do RCGI Com a aplicação dos compostos desenvolvidos pelos pesquisadores ser ia possível melhor aproveitar a biomassa da cana de açúcar “Com a modifi cação na lignina, o bagaço se tor na mais fácil de ser diger ido pelas enzimas Ou seja, será necessár io utilizar menos en zimas no decor rer do processo As en zimas cor respondem à par te mais cara da produção do etanol de segunda ge ração”, prossegue Bucker idge

A pesquisa ainda está em cur so e a eficácia da tecnolog ia deverá ser tes tada em uma unidade da Raízen, se diada em Campinas

I N O VA Ç Õ E S Fevereiro/Março 2023 26

Etanol de trigo tem capacidade

de suprir

30% da demanda do Rio Grande do Sul

Projetos envolvem apor te de cerca de R$ 1 bilhão

Documento produzido pela Consultor ia Ag ro Itaú BBA aponta que a produção de tr igo nacional tem ganhado espaço nas lavouras Brasil a dentro com margens atrativas e tecnolog ia genética que garantem boas produtividades e qualidades industr iais na reg ião Centro Sul Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a produção totalizou 9,7 MM de toneladas em 2022, aumento de 27% frente ao ano passado

Esse crescimento vem acompanhado de novos investimentos em projetos pr ivados de indústr ias de etanol de tr igo no Rio Grande do Sul, como foi anunciado no ano passado com as novas plantas da BSBios, CB Bioenerg ia e Cotr ijal, têm capacidade de atender 30% da demanda local de etanol

Segundo o banco, os projetos envolvem apor te de cerca de R$ 1 bilhão e a capacidade instalada so mada das plantas poderá alcançar 300 bilhões de li tros do biocombustível por ano

“No ano de 2022, segundo estimativas do Itaú BBA, no Rio Grande do Sul, o consumo total de etanol (anidro e hidratado) totalizou 892 milhões de litros A capacidade prevista já atender ia pouco mais de 30% do consumo local”, calculou a instituição fi nanceira

Na avaliação do banco, o consumo de etanol hi dratado pelo Rio Grande do Sul é “baixo”, consi derando que o biocombustível tem cerca de 1% de par ticipação de mercado no ciclo Otto (gasolina C e etanol hidratado) do estado ante cerca de 36% re por tados em São Paulo

“O baixo consumo do etanol hidratado no es tado é consequência do pequeno volume produzi do na reg ião, que f az com que os preços do etanol não sejam competitivos com o preço da gasolina nos postos”, diz o banco, que segue: “Quando compa ramos os preços dos combustíveis, o etanol hidrata do nos postos do Rio Grande do Sul apresenta va lores acima dos 90% do preço da gasolina C”

Para o banco, esses números mostram que há uma “potencial demanda” no estado para absor ver o

biocombustível produzido por essas novas plantas, se os preços forem atrativos para os car ros flex “As opor tunidades são promissoras ao novo segmento da cadeia”, ressaltou

O Itaú BBA pondera, contudo, que há pontos sensíveis no setor, como: o f ato de o Brasil ainda ser um impor tador de tr igo; o aumento projetado para a produção de etanol de milho, que deve totalizar 10 bilhões de litros em 2030; a flexibilidade das usinas de açúcar per mitir um maior direcionamento de ca na para a p rodução para o etanol; e uma possível queda nas cotações do biocombustível caso haja ex cesso de ofer ta de etanol no estado

“A título de cálculo, se considerar mos o volume adicional de 300 milhões de litros de etanol hidra tado, será necessár io um volume adicional de 790 mil toneladas, ou seja, uma adição de 17% na pro dução do Rio Grande do Sul em relação à produ ção de 2022”, obser va o banco

Os analistas ainda completam: “No tocante às cotações, embora seja possível lançar mão do mer cado futuro para ger ir o r isco dos preços do tr igo, como não é possível f azer hedge de etanol, a gestão de r isco da margem é um pouco mais desafiadora”

O r e l a t ó r i o c o n c l u i q u e “ o p i o n e i r i s m o d o s p ro j e t o s d e u s i n a s d e e t a n o l d e m i l h o n o C e n t ro O e s t e p o d e a j u d a r a e n xe r g a r a l g u n s r i s c o s s e m e l h a n t e s e n c a r a d o s c o m o a m a d u re c i m e n t o d a i n d ú s t r i a ”

I N O VA Ç Õ E S 27 Fevereiro/Março 2023

ETANOL COM UM QUÊ DE TEQUILA

Projeto Brave pode viabilizar etanol de agave em escala industrial

A Shell investe R$ 30 milhões e os "bravos sisaleiros" podem transfor mar a paisagem do ser tão nordestino, com a produção, em escala industr ial, do etanol de agave, planta utilizada no Brasil na f abr icação de sisal, e que no México ser ve de matér ia pr ima na produção da f amosa tequila BRAVE (Brazilian Agave Development) é pro jeto desenvolvido em parcer ia com a Unicamp (Univer sidade Estadual de Campinas), Escola Super ior de Ag r i cultura "Luiz de Queiroz", UNESP

Univer sidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", UFRB Uni ver sidade Federal do Recôncavo da Bahia ), SENAI CIMATEC e ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), que nos próximos cinco anos poderá viabilizar essa transfor mação

Gonçalo Pereira, coordenador do Laboratór io de Genômica e Bioener g ia da Unicamp, idealizador e líder do projeto de pesquisa, filho de ser tanejo, lembra que a or igem pater na foi uma das motivações para desenvolver um projeto no ser tão, iniciado em 2016

“Tanto na f abr icação de sisal, co mo na produção de tequila, o agave é subaproveitado Quando você f az a fi bra de sisal, você utiliza apenas 4% da

planta, quando o pessoal do México pega a planta par a f azer tequila, joga fora as folhas. Isso quer dizer que a maior par te da biomassa, em ambos os sistemas produtivos, é simplesmente jogada fora O nosso projeto deve uti lizar absolutamente tudo da pla nta”, explica Gonçalo

Para ele, produzir biometano na reg ião do Sisal, nordeste da Bahia, é o pr imeiro passo de uma opor tunidade de negócio extraordinár ia e é por on de devemos começar a empreender de for ma diferente do que tem sido fei to até hoje nos últimos cerca de 100 anos, quando o sisal foi implantado na Bahia, transfor mando uma zona, que por conta do clima, se caracter iza por uma reg ião pobre em uma zona alta mente próspera, uma ter ra de opor tunidades

O p rog r a m a B r ave é f i n a n c i a d o p o r re c u r s o s d e s t i n a d o s p e l a S h e l l d e n t ro d a c l á u s u l a d e Pe s q u i s a , D e senvolvimento e Inovação da Agên cia Nacional do Petróleo, Gás Natu ral e Biocombustíveis (ANP) O tra b a l h o a g o r a e nvo l ve c o n f i r m a r a campo os resultados da pesquisa para cr iação de uma nova cadeia industr ial e d e s e nvo l ve r, d e f o r m a p i o n e i r a , equipamentos para a colheita meca nizada do agave

A parcer ia prevê ainda a constr u ção de plantas piloto de processa mento e refino da biomassa na Bahia, conver tendo o agave em biocombus tível, em etanol e biogás O desenvol vimento da cadeia do agave interessa às usinas bioenergéticas do Nordeste,

que operam com capacidade ociosa por f alta de matér ia pr ima “Além de utilizar tudo, vamos ter uma quanti dade de carbono muito g rande incor porado no solo e a nossa ideia é que a gente tenha a biomassa do agave co mo sendo também uma biomassa ca paz de alimentar a indústr ia da cana ” , explica Gonçalo

Do agave pode se aproveitar tudo: além do etanol, fibras, silagem, nano celulose, inseticida e car vão vegetal (biochar), que funciona como fer tili zante do solo O ciclo do agave exige planejamento e paciência Leva de três a cinco anos até a pr imeira colheita

Até lá, a planta vai juntando forças e ganhando por te No quinto ano, a produção ating iu 880 toneladas por hectare

Um rendimento equiparável ao da cana de açúcar, quando distr ibuído ao longo do ciclo Por que, então, o México, ter ra mãe da agave tequila na, não aproveita todo seu potencial energético? Segundo Pereira, porque, por lá, os olhos estão todos voltados para a tequila, que alcança um eleva do preço de mercado Com 374 mi lhões de li tros de tequila produzidos anualmente, os mexicanos conseguem levantar receitas que cor respondem a cerca de 50% das obtidas pelo etanol no Brasil, com um volume de 15 bi lhões de litros

Em uma segunda etapa, o projeto Brave prevê também o desenvolvi mento de técnicas de mecanização de plantio e de colheita para a cultura do agave Hoje, mesmo no México, onde

há uma indústr ia montada para atender a cadeia de bebidas, a colheita e o ma nuseio do agave são feitos de for ma muito ar tesanal e sem tecnolog ia Gonçalo defende o desenvolvimento de máquinas para colher o agave, que é uma planta pesada, e as moendas de ca na não conseguem dar conta das pinhas Há diver sas var iedades de agave, mas sua pr incipal característica inte ressante à produção de biocombustí vel é a capacidade de gerar g randes quantidades de biomassa mesmo em locais com baixa incidência de chuva No México, há plantas que chegam a pesar mais de 400 quilos

A capacidade do agave para pro dução de biocombustível é alvo de pesquisas também no México e na Austrália, todas recentes, mas até ago ra nenhuma delas tinha olhado a rea lidade brasileira Uma das pr incipais diferenças do agave é que ele demora entre 3 a 5 anos para a pr imeira co lheita, contra 12 meses da cana Mas, após cinco anos, ele pode render até dez vezes mais biomassa que a cana por hectare, segundo uma pesquisa feita na Austrália

A conclusão do estudo é que o eta nol do agave é viável, alcançando pro dutividade um pouco menor do que a cana por hectare – 7 414 litros contra 9 900 litros Segundo o time de pesqui sadores das univer sidades de Sydney, Exeter e Adelaide, o agave precisa 69% menos água do que a cana de açúcar e 46% menos do que o milho

Se essa projeção ocor rer no Brasil, caso haja 3,3 milhões de hectares com agave, ele per mitirá uma produção anual de 30 bilhões de litros de etanol de pr imeira e de segunda geração, que é a produção atual deste biocombus tível no Brasil

Para obter essa produção, hoje a cana ocupa cerca de 4,5 milhões de hectares concentrados no Sudeste e Centro Oeste brasileiro e co ncor rendo com outras culturas Ou seja: a produção é a mesma, só que com 1,2 milhão de hectares a menos Enfim, no Ser tão existir iam cerca de 85 milhões de hectares com poten cial para a produção de agave, que na sua maior par te possui atividade ag ro pecuár ia instável e de baixa produtivi dade como consequência das limita ções de clima e solo “Se eu tivesse de dizer como é que começa isso na prá tica, acho que os pr imeiros empreen dimentos serão utilizando o própr io sisal que já está plantado e do qual co mo eu comentei 96% da biomassa, e isso incluindo a água, é simplesmente jogado fora”, conclui Gonçalo

I N O VA Ç Õ E S Fevereiro/Março 2023 28
Gonçalo Pereira e Alexandre Breda, da Shell FÁBIO RAYA - LGE UN CAMP)

Geração de energia renovável bateu recorde em 2022, aponta CCEE

Energia a par tir da biomassa entregou ao sistema quase 3 mil MW médios em 2022

O ano de 2022 foi marcado pelo avanço da energ ia renovável no Bra sil O país ultrapassou o marco de 92% de par ticipação de usinas hidrelétr icas, eólicas, solares e de biomassa no total gerado pelo Sistema Interligado Na cional SIN, o maior percentual dos últimos 10 anos

O l eva n t a m e n t o é d a C â m a r a d e C o m e rc i a l i z a ç ã o d e E n e r g i a E l é t r i c a

C C E E m o s t r a q u e a s f o n t e s p ro d u z i r a m q u a s e 6 2 m i l m e g awa t t s m é d i o s d e e n e r g i a , u m re f l e x o d o c e n á r i o h í d r i c o c l i m á t i c o m a i s f avo r á ve l , q u e c o n t r i bu i u p a r a a re c u p e r a ç ã o d o s re s e r va t ó r i o s d e á g u a , e d a e x p a n s ã o d a s u s i n a s m ov i d a s p e l o ve n t o e p e l o s o l

“Este é o resultado de uma matr iz energética diver sificada, característica que nos coloca à frente de quase to dos os outros países Além de ser um ganho imensurável para o meio am

biente, essa característica nos traz uma sér ie de opor tunidades em novos mercados, como o de créditos de car bono e de hidrogênio renovável, que vão gerar benefícios para a sociedade nos próximos anos ” , avalia Rui Altie r i, presidente do Conselho de Admi nistração da CCEE

A geração solar centralizada teve o maior aumento em 2022, de 64,3% na comparação com o ano anter ior Ao todo foram produzidos mais de 1,4 mil MW médios A chegada de 88 novas f azendas solares ao Sistema In

terligado Nacional SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de re presentatividade na matr iz nacional

Com relação à geração hidráulica, as chuvas de 2022 contr ibuíram para um aumento de 17,1% na produção das hidrelétr icas, para 48 mil MW médios A rever são do cenár io crítico de 2021 deixa o país em uma situação muito mais confor tável para 2023 Hoje a capacidade instalada desta fon te é de 116 332 MW

A g e r a ç ã o e ó l i c a c re s c e u 1 2 , 6 % n o c o m p a r a t ivo a nu a l , f o r n e c e n d o à

rede elétr ica mais de 9 mil megawatts m é d i o s H o j e o p a í s c o n t a c o m 8 9 1 p a rq u e s e ó l i c o s , q u e j u n t o s s o m a m mais de 25 mil megawatts de capaci dade instalada

A produção de energ ia a par tir da b i o m a s s a , q u e t e m c o m o p r i n c i p a l m a t é r i a p r i m a o b a g a ç o d a c a n a d e a ç ú c a r, re g i s t ro u u m l eve a u mento de 0,3%, entregando ao sist e m a q u a s e 3 m i l M W m é d i o s e m 2022 Atualmente existem 321 usinas d e s t e t i p o, c o m c a p a c i d a d e i n s t a l a d a total de 14 927 MW

E N E R G I A 29 Fevereiro/Março 2023

escoamento de etanol de milho sobre trilhos

Com três empresas envolvidas, esta parceria ampliará o uso do modal ferroviário, elevando o volume transpor tado de 50 milhões para 75 milhões de litros de etanol ao mês

A FS apresentou seu mais recente investimento (R$ 115 milhões) no dia 19 de janeiro: os novos vagões tanque que vão escoar sua produção de eta nol de milho via fer rovia

Com os pr imeiros vagões entran do em linha em janeiro, a previsão é que entre abr il e junho, os 80 vagões adquir idos já estejam em plena ope ração, transpor tando 45% da sua pro dução pelos tr ilhos, na rota entre Lu cas do Rio Verde e Sor r iso – MT até Paulínia – SP

Dos 1,5 bilhão de litros de etanol produzidos anualmente pela FS, cerca de 50% têm como destino essas re g iões Além da economia de custos, a operação também reduzirá as emissões de carbono do transpor te em 50%, substituindo 15 mil viagens de cami nhões por ano nas estradas

Numa parcer ia inédita de negó cios, o projeto, divulgado em novem bro passado, conta com três empresas

envolvidas A FS, a Greenbr ier Maxion que está produzindo os vagões tanque e a Rumo que f ará o transpor te fer roviár io

Durante visita à fábr ica da Green br ier Maxion, em Hor tolândia – SP, na última quinta feira (19), na qual o Jor nalCana marcou presença, os re presentantes das empresas f alaram da parcer ia que irá ampliar o uso do mo dal fer roviár io, elevando o volume transpor tado de 50 milhões para 75 milhões de litros de etanol ao mês

Segundo o diretor comercial da FS, Paulo A Tr ucco da Cunha, a par cer ia com a Rumo já existe há dois anos, sendo ampliada agora com a aquisição dos vagões

“ O vo l u m e d e e t a n o l d e m i l h o t r a n s p o r t a d o s a i r á d a s n o s s a s d u a s u n i d a d e s , mu i t o e m f u n ç ã o d a n o s s a disponib ilidade e d epois, t ambém d a n o s s a t e rc e i r a p l a n t a , l o c a l i z a d a e m Pr imavera do Leste MT, que deve rá iniciar a operação ainda neste pr i m e i ro s e m e s t re ” , d i s s e, c o m p l e t a n d o que a produção da nova unidade ele vará a capacidade de produção total da companhia para 2 bilhões de litros de etanol/ano

Raf ael Abud, CEO da FS, afir mou que “ a ampliação da nossa capacidade de transpor te fer roviár io está alinhada com a estratég ia da FS de buscar aten der os mercados com a máxima efi ciência logística e menor pegada am biental”

O etanol, que sai das unidades no Mato Grosso, seguirá em rota rod o v i á r i a a t é R o n d o n ó p o l i s – M T e d e

lá para Paulínia – SP, em linha fér rea, passando pelo estado do Mato Gros so do Sul e a travessando o estado de S ã o Pa u l o a t é c h e g a r a o p r i n c i p a l m e rc a d o c o n s u m i d o r d e c o m bu s t í veis do país, percor rendo aproxima

damente 1 200 km

A Rumo já transpor ta aproxima damente 45% do volume de diesel do estado de Mato Grosso Em 2022, a operação reg istrou um aumento de mais de 20% no transpor te de bio combustíveis

De acordo com o vice presiden te Comercial da Rumo, Pedro Palma, os vagões de combustíveis rodam pra ticamente cheios o tempo todo, com capacidade disponibilizada “Os fluxos são planejados para a melhor eficiên

cia logística O vagão investido pela FS vai no sentido Mato Grosso – Paulí nia e retor na com der ivados de petró leo para serem distr ibuídos por todo estado”, destaca

Luís Gustavo Rocha Vilas Boas, diretor de vendas e marketing da Greenbr ier Maxion, destaca a impor tância da parcer ia entre indús tr ia, operadora e usuár io final na aquisição de mater ial rodante

“Os vagões foram desenvolvidos com tecnolog ia de ponta, inovação e toda exper tise da área de engenhar ia, atendendo as especificações técnicas da FS e da Rumo, proporcionando redução de custo, eficiência energéti ca e produtividade para todo o ciclo, tor nando assim o transpor te fer roviá

L O G Í S T I C A Fevereiro/Março 2023 30
FS amplia
Vicente Abate Paulo A Trucco da Cunha Luís Gustavo Rocha Vilas Boas Fábio Henkes

r io de carga mais competitivo e sus tentável”, obser va O diretor comercial da Rumo, Fábio Henkes, ressalta a questão da sustentabilidade na operação se refe r indo à questão do ESG (Environ mental, Social, and Cor porate Gover nance)

“A par tir do momento em retira mos alguns caminhões e trocamos modais, isso traz sustentabilidade para a logística brasileira O mercado de combustíveis é super impor tante no Brasil Em 2022 o mercado de diesel no Mato Grosso cresceu quase 10%, e a produção do etanol de milho é uma novidade que veio nos últi mos 5/6 anos para for talecer ainda mais essa nossa logística”, disse Para Vicente Abate, presidente da A s s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d a I n d ú s t r i a Fe r rov i á r i a ( A b i f e r ) , o s e t o r t e m mu i t o a c o n t r i bu i r n e s t a q u e s t ã o d a sustentabilidade “ E m t e r m o s d e f e r rov i a a g e n t e j á e s t á c o m d i g i t a l i z a ç ã o e m l o c o m o t iva s L og o ve m o h i d rog ê n i o ve rd e, e n e s t e c e n á r i o, o s b i o c o m bu s t í ve i s s ã o e x t re m a m e n t e i m p o r t a n t e s Va m o s t e r c a d a ve z m a i s t e c n o l og i a a g re g a d a a va g õ e s e l o c o m o t iva A i n d ú s t r i a e s t á p re p a r a d a p a r a i s s o e va i evo l u i r m a i s c o m e s s a s i n ova ç õ e s e f a z e r p ro d u t o s c a d a ve z m a i s s u s t e n t á ve i s ” , ava l i a A b a t e

L O G Í S T I C A 31 Fevereiro/Março 2023

Road Show da Transformação Digital passa por usinas do Norte/Nordeste

O Road Show da Transformação Digital, que discute e promove o conceito de transformação digital nas usinas passou pela região Nor te/Nordeste durante o final do último mês de dezembro

Confira a seguir como foram as visitas e o que foi abordado

Usina São José do Pinheiro avança na implementação de novo módulo do S-PAA

Localizada no Município de La ranjeiras, em Serg ipe, a Usina São Jo sé do Pinheiro, é uma empresa secular que presta um excelente ser viço na comercialização e f abr icação de açú car, álcool, melaço e geração de ener g ia para todo o Nordeste brasileiro e alguns países europeus e afr icanos

A Usina São José do Pinheiro é mais um tradicional produtor nordes tino que entrou para a indústr ia 4 0 A equipe liderada pelo gerente Industr ial Eduardo Saldanha concluiu em feve reiro de 2022 junto a Soteica a imple mentação do módulo d e energ ia do S PAA

Durante a passagem do Road Show da Transfor mação Dig ital no fi nal do mês de dezembro, os profissio nais da usina puderam compar tilhar os desafios e celebrar os bons resultados obtidos com a Otimização em Tempo Real (RTO) através do S PAA Mo tivos que, inclusive, os levaram a avan çar nesse mês de janeiro com a im plantação de novos módulos “Depois dos resultados obtidos com o Módu lo de Energ ia, agora a usina segue pa ra o Módulo de Processos Os Laços Fechados de Fluxo de Caldo e pH já estão implementados”, comenta Douglas Mar iani, engenheiro quími co sênior e especialista de aplicação da Soteica do Brasil que esteve presente na unidade produtora nessa última se mana de janeiro

Na ocasião, o CEO da Pró Usi nas e da ProCana Brasil, Josias Messias foi recebido pelo gerente industr ial, Eduardo Saldanha, pelo analista de automação, Fábio Oda, pelo enge nheiro químico, José Rinaldo, o ge rente de TI, Arquimedes, o gerente eletr icista, Josilan, pelo responsável por supr imentos, Emanuel e o engenhei ro mecânico, Ricardo Alexandre

R O A D S H O W Fevereiro/Março 2023 32
Josias Messias foi recebido pelo gerente industrial, Eduardo Saldanha, pelo analista de automação, Fábio Oda, pelo engenheiro químico, José Rinaldo, o gerente de TI, Arquimedes, o gerente eletricista, Josilan, pelo responsável por suprimentos, Emanuel e o engenheiro mecânico, Ricardo Alexandre Douglas Mariani, especialista de aplicação da Soteica com Eduardo Saldanha, gerente industrial; José Rinaldo, analista de automação; Josilan, gerente eletricista e Ricardo Alexandre, engenheiro mecânico

Petribu cultiva campo com mais de 500 variedades de cana-de-açúcar

A Usina Petr ibu, de Per nambuco, investe consistentemente no plantio e manejo de cana de açúcar para que seja cada vez mais eficiente e inova dora Exemplos interessantes, como o plantio de cana ensacada, utilizado em safras anter iores, e o ótimo modelo de manejo biológ ico, que traz resultados expressivos de fer tilidade e microbio log ia do solo, são prova disso

Mas há uma iniciativa que merece ainda mais atenção Trata se do campo var ietal do Grupo Petr ibu Um dos mais importantes do setor na região Nordes te Em entrevista ao CEO da ProCana Brasil e da Pró Usinas, Josias Messias, o presidente do grupo, Jorge Petr ibu con tou detalhes sobre os bons resultados al cançados no campo var ietal

De acordo com Petr ibu, o campo possui var iedades plantadas or iundas de vár ios paí ses como Áfr ica do Sul, Argentina, Austrália, Brasil e Guate mala No mês de dezembro de 2022 o campo chegou a cerca de 500 var ie dades diferentes “Algumas em estág io de multiplicação e outras que até já foram descar tadas Para cuidar delas, temos um ag rônomo especificamente

para esse trabalho, que é bem contro lado tanto pela usina, quanto pelos própr ios especialistas de mudas”, ex plica Petr ibu Com estudos realizados no campo a usina conseguiu nessa safra ultrapas sar a marca de 70 tc/h “E o objetivo é

chegar a 3 díg itos de pro dução de tone lada por hectare Um trabalho que exige per sistência e vai le var algum tempo”, afir ma Jorge Petr ibu A entrevis ta realizada durante visita

ao campo var ietal de Pe tr ibu inaugurou o quadro Jor nalCana Entrevista, que f az par te do canal do You Tube do Jor nalCana Co loque a tela do seu celular no QR code para assistir

R O A D S H O W 33 Fevereiro/Março 2023
Josias Messias foi recebido no Grupo Petribu por Ricardo, Rodrigo, Cloves, Daniela e Jorge Petribu

Por mais eficiência operacional, Grupo Olho D’Água avalia Otimização em Tempo Real

Sendo uma das mais expressivas companhias da reg ião Nordeste, o Gr upo Olho D’Água possui hoje três usinas: Central Olho D’Água – PE, Giasa

PB e Comvap – PI

Com duas unidades cuja capaci dade instalada conjun ta é capaz de processar mais de 7 milhões de tone ladas de cana de açúcar por safra, produz cerca de 300 mil toneladas de açúcar refinado, cr istal e demerara; 170 milhões de litros de etano l, álcool e aguardente; e geram 80 mil MWh de energ ia ao ano

A companhia está f azendo uma sér ie de investimento em busca de al cançar maiores índices de sustentabi lidade e eficiência operacional e pro dutiva Nesse momento, o g r upo ava lia a Otimização em Tempo Real (RTO) e seu potencial para maximi zar sua produçã o industr ial e inser ir maior eficiência operacional na in dústr ia

Isso através do S PAA, que é atualmente o único software de Oti mização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e e tanol em todo o

mundo e, inclusive, o único que con trola de for ma integ ral plantas de pro cesso contínuo

O uso tecnolog ia foi discutida durante o Road Show da Transfor

mação Dig ital, que discute e promo ve o conceito de transfor mação dig i tal nas usinas, que passou pelo Gr upo Olho D’Água nesse último mês de dezembro Na oc asião, o CEO da

Pró Usinas e da ProCana Brasil, Jo sias Messias, foi recebido pelos profis sionais, Émer son de Sousa Morais, gerente industr ial e Marcos Mendon ça, gerente ag rícola

Usina Porto Rico quer avançar na

Transformação Digital de sua planta

A U s i n a Po r t o R i c o, d o G r u p o O l iva l Te n ó r i o, é a p r i n c i p a l f o n t e g e r a d o r a d e re n d a d o mu n i c í p i o d e C a m p o A l e g re e u m a d a s m a i s i m p o r t a n t e s i n d ú s t r i a s d e A l a g o a s A t u a l m e n t e, p ro d u z a ç ú c a r t i p o V H P, á l c oo l a n i dro c a r bu r a n t e e á lc o o l h i d r a t a d o c a r bu r a n t e, a t e n d e n d o a o

m e rc a d o i n t e r n o e e x p o r t a ç ã o É u m a d a s c o m p a n h i a s m a i s t r a d i c i o n a i s e c o m p e t e n t e s d o s e t o r b i o e n e r g é t i c o d a re g i ã o N o rd e s t e Pa r a a s p r ó x i m a s s a f r a s a d i re ç ã o d a u s i n a q u e r ava n ç a r n o p ro j e t o d e t r a n s f o r m a ç ã o d i g i t a l d e s u a p l a n t a i n d u s t r i a l Pa r a i s s o, p re t e n d e c o n t a r

c o m o s b e n e f í c i o s d a O t i m i z a ç ã o e m Te m p o R e a l ( RTO ) a t r av é s d o

S PA A A s va n t a g e n s e o p o t e n c i a l d a t e c n o l og i a f o r a m d i s c u t i d o s d u r a n t e

a passag em d o Road Show da Trans f o r m a ç ã o D i g i t a l q u e e s t eve p re s e n

te n a usina no fi nal d o últi mo mê s de

d e z e m b ro N a o c a s i ã o, C a r l o s M o n t e i ro, d i re t o r s u p e r i n t e n d e n t e, Wa l t e r P i m e n t e l , g e re n t e i n d u s t r i a l e E d y To n e l , g e re n t e d e m a nu t e n ç ã o e l é t r i c a re c e b e r a m o C E O d a P r ó U s i n a s e d a P ro C a n a , Jo s i a s M e s s i a s p a r a ava l i a r a s n e c e s s i d a d e s e o p o t e n c i a l d a i m p l a n t a ç ã o

R O A D S H O W Fevereiro/Março 2023 34
Carlos Monteiro, diretor superintendente, Walter Pimentel, gerente industrial e Edy Tonel, gerente de manutenção elétrica receberam o CEO da Pró-Usinas e da ProCana, Josias Messias Josias Messias, recebido pelos profissionais da Olho D’água, Émerson de Sousa Morais, gerente industrial e Marcos Mendonça, gerente agrícola

Plantio vertical da Usina Estivas promete revolucionar cultura da cana

A Usina Estivas, do g r upo Pipa Ag roindustr ial está localizada em Arês (RN) Produtora de açúcar, etanol, melado e energ ia elétr ica, a unidade é símbolo de crescimento sustentável e tecnológ ico para o setor nordestino Prova disso, é que o Estado do Rio Grande do Nor te é um dos pr incipais expor tadores de açúcar para o merca do nor te amer icano Boa par te, g ra ças a Estivas, que nesse ano expor tou

714,73 toneladas

Isso é resultado de muito investi mento feito pela usina potiguar, que está sempre em busca de crescimento em todas as áreas para obter os me lhores resultado s Uma das iniciativas recentes da usina está nas operações ag rícolas

Trata se de um sistema de plantio ver tical que promete revolucionar a cultura da ca na O diretor ag rícola Hélio Bar ros e sua equipe são os res ponsáveis pelo empreendimento que rende ótimos resultados “O que esta mos f azendo é nada mais do que aprofundar a muda no fundo do solo, a 80 cm de profundidade Junto a isso existe uma cesta de tecnolog ias, que envolvem a par te de nutr ição, fitopa tolog ias, de polímeros com a função de ar mazenamento de água do solo, que estão f a zendo com que nossa muda cresça numa condição diferen ciada de todos os plantios convencio nais existentes aqui na reg ião”, infor ma Bar ros

Ele apresentou em campo esses detalhes, além do sistema de enr ique cimento da vinhaça e o compor ta mento das plantas durante a colheita mecanizada em entrevista ao CEO da Pró Usinas e da ProCana, Josias Messias, que esteve presente na área ag rícola da Usina Estivas durante a passagem do Road Show da Transfor

Barros, da Estivas: O que estamos fazendo é nada mais do que aprofundar a muda no fundo do solo

mação Dig ital e para g ravar o quadro Jor nalCana Entrevista Acesse pelo

QR Code:

T a m b é m durante a passa gem do Road Show a equipe de gestão in dustr ial da Usi na Estivas rece beu o CEO da Pró Usinas e da ProCana Brasil, Jo sias Messias A ocasião foi opor tuna para que a equipe de gestão industr ial da unidade produtora pudesse discu tir os benefícios e o potencial da Oti mização em Tempo Real (RTO) atra vés da implantação do S PAA, único software de Otimização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo e, inclusive, o único que controla de for ma inte g ral plantas de processo contínuo

R O A D S H O W 35 Fevereiro/Março 2023 www.youtube.com/canalProcanaBrasil
Equipe de gestão industrial da Estivas recebeu Josias Messias, CEO da Pró-Usinas e ProCana Brasil

Coaf investe na busca da otimização da produção de açúcar

A usina bioenergética em Tim baúba PE da Cooperativa Ag roin dustr ial dos For necedores de Cana (Coaf) mudou o seu mix nesta safra radicalmente Deixou de lado o etanol hidratado e fez altos investimentos pa ra produção de cachaça e açúcar

Em poucas semanas em atividade, a moagem de cana está 94% maior que no mesmo período da safra passada E superará e muito a f abr icação de açú car da última safra, que foi de 13,2 mil toneladas

A meta atual é de chegar a 50 mil toneladas O foco é o mercado inter no E para isso, passou a comercializar em sacos de 50 kg também, soman do se às opções de f ardos Begs e ex por tação de VHP

A aposta em sacos de 50 kg inte g ra a estratég ia da Coaf em avançar no mercado local que prefere este tipo de embalagens e comercialmente A pro dução diár ia é de 8 mil toneladas, cu jas são enf ardadas e ensacadas na uni dade A cooperativa produz açúcar com as marcas Timbaúba e Água Azul, mas ainda este ano deverá substituir o Timbaúba pela nova marca “Coaf ” Alexandre Andrade Lima, presi dente da Coaf , explica que a revira volta da produção da Coaf está em sintonia com var iações do própr io mercado “Passamos a apostar no açú car e em seu mercado inter no tam bém”, f ala o gestor

Po r i s s o, a d i r e ç ã o d a u s i n a ava l i a a O t i m i z a ç ã o e m Te m p o R e a l ( RTO ) e s e u p o t e n c i a l p a r a m a x i m i z a r s u a p ro d u ç ã o i n d u s t r i a l e i n s e r i r m a i o r e f i c i ê n c i a o p e r a c i o n a l n a i n d ú s t r i a a t r av é s d o S PA A , q u e é a t u a l m e n t e o ú n i c o s o f t w a r e d e O t i m i z a ç ã o e m Te m p o R e a l

( RTO ) p a r a u s i n a s d e a ç ú c a r e e t a n o l e m t o d o o m u n d o e, i n c l u s i ve, o ú n i c o q u e c o n t ro l a d e f o r m a i n t e g r a l p l a n t a s d e p ro c e s s o c o n t í nu o O u s o t e c n o l o g i a f o i l e va n t a d o d u r a n t e o R o a d S h ow d a Tr a n s f o r m a ç ã o D i g i t a l , q u e d i s c u t e e p r o m ove o c o n c e i t o d e t r a n s f o r

m a ç ã o d i g i t a l n a s u s i n a s , q u e p a s s o u p e l a C o a f n o f i n a l d e s t e ú l t i m o m ê s d e d e z e m b r o N a o c a s i ã o, o C E O d a P r ó U s i n a s e d a P r o C a n a B r a s i l , Jo s i a s M e s s i a s , f o i r e c e b i d o p o r R u d i m a r G o n ç a l ve s , g e r e n t e g e r a l e Va l d i r J ú n i o r, s u p e r v i s o r d e e l é t r i c a

Impacto Bioenergia aposta na tecnologia para maximizar cogeração

A Impacto Bioenerg ia, de Teotô nio Vilela – AL teve início em 2015 quando um g r upo de profissionais com g rande exper iência nas áreas in dustr iais, ag ronegócios e energ ia se juntaram para desenvolver projetos de geração de energ ia elétr ica a par tir de fontes renováveis como biomassa, biogás e solar

A solidez e a credibilidade da em presa conferem a usina uma gestão profissional reconhecida pela expe r iência dos seus acionistas, adquir ida em trajetór ias de sucesso em gestão de g randes empresas É com essa força que a companhia iniciou uma nova histór ia

Sendo uma unidade produtora muito competente em relação a pro dução de energ ia contando com uma

planta bem instr umentalizada a equi pe de gestão industr ial quer levar a planta para um nível ainda maior e deseja contar com a Otimização em Tempo Real (RTO) como aliada nes se objetivo

Durante a passagem do Road Show da Transfor mação Dig ital pela usina no final do último mês de de zembro a tecnolog ia foi discutida e os benefícios que vem d ela através da implantação do S PAA, que é a úni ca fer ramenta que utiliza oito das dez tecnolog ias que definem bem o con ceito de Usina 4 0, foi avaliada

O super intendente da usina, Hé lio Tavares, foi quem recebeu o repre sentante do Road Show, o CEO da Pró Usinas e da ProCana Brasil, Jo sias Messias

R O A D S H O W Fevereiro/Março 2023 36
O superintendente da usina Hélio Tavares recebeu o representante do Road Show, o CEO da Pró-Usinas e da ProCana Brasil, Josias Messias Josias Messias, foi recebido por Rudimar Gonçalves, gerente geral e Valdir Júnior, supervisor de elétrica

Cucaú desenvolve práticas ambientais para garantir sustentabilidade do açúcar e etanol

Diante da demanda cada vez maior do mercado por produtos de base sus tentável, as companhias do setor bio energético precisam, cada vez mais, ter posturas cor porativas que sejam social mente responsáveis, ambientalmente sustentáveis e cor retas do ponto de vista de gover nança, confor me estabelece o conceito ESG, a sigla que virou sinôni mo de sustentabilidade e vem sendo ca da vez mais exigida

Entre as ações ambientais promovi das pelo grupo está o trabalho de rein tegração de animais, alguns deles amea çados de extinção, a seus hábitats natu rais Além disso, o grupo possui onze mil hectares de floresta, a RPPN do Cen dro, Alagoas, de mil hectares e a RPPN do Jaguarão, em Per nambuco

Durante a passagem do Road Show da Transfor mação Dig ital pelo Grupo EQM, Danielle Cr istina, analista am biental da Usina Cucaú, relatou mais de talhes sobre o trabalho realizado em Per nambuco que conta com um viveiro de mudas para reflorestamento da mata “Temos uma produção de mais de cem mil mudas por ano com setenta espécies diferentes A gente tem uma área no Ja

Equipes de gestão industrial das unidades Utinga e Cucaú receberam o CEO da Pró-Usinas e da ProCana Brasil, Josias Messias

guarão que contempla quase mil hecta res de área protegida”, infor ma Cr istina Ela contou todos os detalhes sobre esse trabalho em entrevista ao CEO da Pró Usinas e ProCana Brasil, Josias Messias, para o quadro Jor nalCana En trevista Acesse através do QR Code:

Ainda du rante a passagem do Road Show pelo Gr upo EQM a equipe de gestão indus tr ial da Usina

Utinga Leão

composto pelo super intendente Tony Ramos reuniu se com o CEO da Pró Usinas e Pro Cana Brasil, Josias Messias, para estudar a viabilidade de implantação do S PAA, considerando o potencial de ganhos, especialmente no que diz respeito ao balanço tér mico na unidade O S PAA é atualmente o único software de Oti mização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo e, inclusive, o único que con trola de for ma integ ral plantas de pro cesso contínuo

R O A D S H O W 37 Fevereiro/Março 2023

Usina Santo Antonio (AL) avalia benefícios da Otimização em Tempo Real (RTO)

O Gr upo Santo Antonio é com posto por duas usinas A Santo Anto nio produz açúcar VHP, açúcar cr istal e etanol A Camarag ibe produz apenas açúcar VHP Há ainda uma terceira empresa: a Jitituba, que cogera energ ia elétr ica

As unidades estão loca lizadas nos municípios de São Luís do Quitunde e Matr iz do Cama rag ibe, ambos em Alagoas, e distantes do por to de Ma ceió aproximadamente 60 km

Além de produzir açúcar para ex por tação e para o mercado inter no, bem como álcool combustível e para uso industr ial, a Usina Santo Antonio se destaca pela peculiar idade de ser a única usina alagoana a produzir álcool extra neutro, própr io para f abr icação de bebidas e cosméticos Sua produ ção alcooleira é destinada não somen te ao mercado inter no como também à expor tação

Além disso, uma busca constante por qualidade, eficiência, seguranç a e responsabilidade socioambiental por par te da gestão do g r upo, o que os f az uma referência para o setor bioener gético na reg ião Nordeste

Esse interesse por qualidade tam bém passa por avançar no processo de transfor mação dig ital de seus proces sos industr iais Em decor rência disso, a Usina Santo Antônio, recebeu no úl timo mês de dezembro o Road Show

da Transfor mação Dig ital

O diretor industr ial da Usina San to Antonio, o engenheiro Antonio Fi gueiredo, recebeu o CEO da P ró Usinas e ProCana Brasil, Josias Mes sias, para avaliar os benefícios do S

PAA, que é atualmente o único soft ware de Otimização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo e, inclusive, o úni co que controla de for ma integ ral plantas de processo contínuo

Após ganhos, Grupo Carlos Lyra expande RTO na Caeté e implementa na Marituba

O G r u p o C a r l o s Ly r a i n i c i o u e m s e t e m b ro a s a f r a N o rd e s t e 2 0 2 2 / 2 3 e m bu s c a d e m a i s e f i c i ê n c i a e m s e u s p ro c e s s o s i n d u s t r i a i s p a r a m a x i m i z a r s u a p ro d u ç ã o d e a ç ú c a r, e t a n o l e e n e r g i a c og e r a d a e a u m e n t a r s e u s g a n h o s f i n a n c e i ro s A u s i n a c o m p u t o u u m g a n h o d e c e rc a d e 8 0 0 m i l re a i s e m 2 0 2 1 , g r a ç a s a u m a e c o n o m i a d e va p o r q u e g e ro u u m va p o r a d i c i o n a l q u e p o d e

s e r u t i l i z a d o n o s i s t e m a d e c o n t r a p re s s ã o p ro p o rc i o n a d o p e l o u s o d e u m a f e r r a m e n t a d e i n t e l i g ê n c i a a r t i f i c i a l e m s u a p l a n t a i n d u s t r i a l O s b o n s re s u l t a d o s n a á re a d e e n e r g i a f i z e r a m c o m q u e a d i re ç ã o d o G r u p o C a r l o s Ly r a d e c i d i s s e i m p l e m e n t a r o m ó d u l o d e p ro c e s s o s d o S PA A D e a c o rd o c o m o e n g e n h e i ro q u í m i c o s ê n i o r e e s p e c i a l i s t a d e a p l i c a ç ã o, D o u g l a s M a r i a n i , a

p r i m e i r a f a s e d e e x p a n s ã o d a o t i m i z a ç ã o e m t e m p o re a l f o i f i n a l i z a d a d u r a n t e e s s a s e m a n a “ E s t a m o s c o m p l e m e n t a n d o o p ro j e t o q u e j á e s t á s e n d o i m p l e m e n t a d o h á a l g u m a s s a f r a s n o s e t o r d e va p o r e e n e r g i a d a u s i n a A t é o f i n a l d a s a f r a n o rd e s t i n a

t e re m o s a e x p a n s ã o c o m p l e t a ” , i n f o r m a M a r i a n i E s s e s re s u l t a d o s d e s e n c a d e a r a m

n a i m p l e m e n t a ç ã o d e L a ç o s Fe c h a

d o s d o S PA A n a u n i d a d e M a r i t u b a O t r a b a l h o, re a l i z a d o e m d e z e m b ro, v i s a a i m p l e m e n t a ç ã o d o s L a ç o s d e Va p o r e En e r g i a , E m b eb i ç ã o, p H e F l u x o d e C a l d o D e a c o rd o c o m o e n g e n h e i ro q u í m i c o s ê n i o r e e s p e c i a l i s t a d e a p l i c a ç ã o d a S o t e i c a , Douglas Mar iani, até o final desta sa f r a n o rd e s t i n a o L a ç o Fe c h a d o n a R e f i n a r i a d e A ç ú c a r t a m b é m s e r á i m p l a n t a d o

R O A D S H O W Fevereiro/Março 2023 38
O diretor industrial, engenheiro Antonio Figueiredo recebeu o CEO da Pró-Usinas e ProCana Brasil, Josias Messias Equipes de gestão industrial das unidades Caeté e Marituba

Pedra Agroindustrial investe em tecnologia e inova na gestão de pessoas

Plataforma SAP amplia a produtividade das pessoas da companhia

A Pedra Ag roindustr ial acaba de implementar um novo sistema de ges tão de pessoas com o objetivo de mo der nizar e melhorar a relação de seus funcionár ios com a área de Recur sos Humanos

Para unir os desafios do Grupo, que conta com 3 unidades no estado de São Paulo (Pedra, em Ser rana; Bur iti, em Bur itizal e Ipê, em Nova Indepen dência) e a planta Cedro, em constr u ção no estado do Mato Grosso do Sul, e das 4,5 mil pessoas que a integ ram, a companhia escolheu a platafor ma SAP

SuccessFactor s, que oferece uma ges tão completa e estratég ica da área de RH, e a Intelligenza, que além de im plementar a solução, concede ampla consultor ia para enxergar as melhores possibilidades da fer ramenta

N a p r á t i c a , o S A P S u c c e s s F a c t o r s é u m a p l a t a f o r m a q u e f o r n e c e a m p l a g a m a d e re c u r s o s d e s d e a d i g i t a

l i z a ç ã o d o s p ro c e s s o s d e bu s c a e s e l e ç ã o d e c a n d i d a t o s à a d m i s s ã o e f re n t e s d e t re i n a m e n t o e d e s e nvo l v i m e n t o p ro f i s s i o n a l

“São diver sos módulos que atuam na melhor ia da rotina de recr utamen to, desempenho, remuneração, apren dizado, sucessão e desenvolvimento”, explica Ricardo Nóbrega, diretor de Marketing da Intelligenza IT A par tir dos dados concedidos pela fer ramen ta, os gestores se aproximam mais das equipes e conseguem atuar com mais visibilidade e asser tividade Para os

funcionár ios, a dig italização das infor mações per mite o acesso rápido e ajustes de dados p essoais, a execução de autosser viços, solicitações de de clarações e status de treinamentos

Para Claudinei José Nogueira, ge rente de RH da Pedra Ag roindustr ial, a nova platafor ma representa uma mudança cultural na companhia, uma vez que possibilita a atuação mais efe tiva e par ticipativa de todos os funcio nár ios, cargos de gestão, coordenação e gerência

“É um vasto ecossistema de fer

ramentas que per mitiu uma comuni c a ç ã o mu l t i l a t e r a l , i n c e n t iva n d o a evo l u ç ã o c o n t í nu a d a q u a l i f i c a ç ã o profissional Por meio da platafor ma, q u e é b a s t a n t e a m i g á ve l , e d o a c e s s o fácil por par te do colaborador, a in t e r a ç ã o d o f u n c i o n á r i o c o m o R H m e l h o ro u s u b s t a n c i a l m e n t e ” , a c re s centa o executivo

O processo de implantação na Pe dra Ag roindustr ial durou cerca de dois anos e foi concentrado na integ ração das necessidades da companhia com as ofer tas do novo sistema SAP Foi pre ciso unir as três unidades da empresa, a área de gestão de pessoas e todos os colaboradores

“Nossa expectativa se volta agora p a r a o g e re n c i a m e n t o d e s s e p ro j e t o, v i s a n d o g a r a n t i r t o d o s o s b e n e f í c i o s da fer ramenta para os c olaboradores Já conseguimos sentir, mas no futuro iremos também medir o aumento da p ro d u t iv i d a d e e d a s a t i s f a ç ã o d o s f u n c i o n á r i o s n o a m b i e n t e d e t r a b a l h o ” , c o m e n t a R i c a rd o A l e x a n d re S i l va , g e re n t e d o C e n t ro d e S e r v i ç o C o m p a r t i l h a d o ( C S C ) d a Pe d r a Ag roindustr ial

Fevereiro/Março 2023 G E S TÃ O 39

Copersucar reduz em 84% o volume de resíduos encaminhados aos aterros

Açucareiro Coper sucar (TAC), loca lizado em Santos

A Coper sucar vem conquistando resultado sustentável positivo com o trabalho da gestão ambiental para o direcionamento cor reto dos resíduos e a redução do uso de ater ros sanitár ios Nas últimas quatro safras, a destinação para os ater ros caiu 84% Grande par te deste desempenho deve se à ex pansão do trabalho de reciclagem, reu tilização e compostagem dos resíduos

Desde a safra 2018/19, o volume de resíduo orgânico tratado cresceu 45%, totalizando, no último ciclo, mais de 951 toneladas Considerando ape nas os últimos 12 meses, a evolução foi de 19% Você pode confer ir a evolu ção desse indicador no Relato Inte g rado da companhia

“Nosso objetivo é buscar o que chamamos de Ater ro Zero No último

biênio, ampliamos a prática de méto dos mais nobres, como a reciclagem, a reutilização e a compostagem, o que contr ibuiu significativamente para a redução do descar te de resíduos nos ter minais E foi um desafio ainda maior, pois todo este ganho ambien tal foi conquistado em um período em que crescemos a nossa produção e co mercialização”, comenta Fabiano Messias, gerente de operações da Co per sucar

Par te dos projetos que impulsio nam este crescimento surge de dentro da própr ia companhia, através do Sis tema Integ rado de Melhor ia Contí nua (SIM), desenvolvido pela Coper sucar para aperfeiçoar os proc essos operacionais nos seus ter minais É o caso da iniciativa da colaboradora da Coper sucar, Renata Junko, que utili zou a metodolog ia Lean para trabalhar o reaproveitamento de par te do ma ter ial de var r ição gerado no Ter minal

O ter minal retira uma média de 220 toneladas de resíduos orgânicos por ano, compostos em sua maior ia por restos de produtos (como açúcar, soja ou milho), água e outros compo nentes e mater iais (impurezas) Até então, a compostagem deste resíduo, que tinha como produto final o adu bo, gerava um custo de mais de R$100 mil por ano

O projeto focou na economia cir cular e recuperação energética, reci clando o mater ial de var r ição para produzir álcool de limpeza Esse pro cesso per mitiu eliminar os custos de transpor te e tratamento, ag regando pr incipalmente um ganho ambiental ainda maior, uma vez que o álcool produzido retor na como mater ial pa ra limpeza “Muitas vezes um projeto ambientalmente adequado não se via biliza devido ao alto custo, e para que se sustente é impor tante olhar para soluções que contemplem tanto os as pectos ambientais quanto os financei ros ” , completa Junko

Relatório de Sustentabilidade da Tereos destaca conquistas da safra 2021/22

Entre os destaques

estão a marca de 80% de cana própria cer tificada pela Bonsucro e a instalação da primeira planta de biogás

A Tereos divulgou seu Relatór io de Sustentabilidade referente à safra 2021/22 O documento destaca, entre outras iniciativas, que a empresa al cançou a marca de 80% de sua cana própr ia processada cer tificada pela Bonsucro, pr incipal iniciativa de sus tentabilidade do setor

Outra iniciativa de destaque na safra foi a instalação da pr imeira plan ta de biogás da Tereos Açúcar & Ener g ia Brasil na unidade Cr uz Alta, em Olímpia SP A unidade já gera ener g ia (biogás) a par tir da vinhaça e há testes em andamento para a utilização de biometano em nossa frota cana

vieira, que deve estar 100% abasteci da por este combustível até 2030

A empresa também assumiu como meta reduzir em 21,5% a captação de água por tonelada de cana em relação à safra 2017/2018 e já ating iu 12% de redução de co nsumo na comparação com o ano base, em consequência de

melhor ias no proces so de reuso do recur so

Para ating ir seus objetivos no pilar de sustentabilidade, a Tereos já captou R$ 2,3 bilhõ es em financiamen tos verdes, que representam cerca de 50% do endividamento br uto da compa nhia Além disso, o compromisso com

as práticas ESG levou também a ou tras conquistas significativas como o selo GPTW (Great Place to Work), confer ido às empresas com alto nível de qualidade do ambiente de trabalho e cultura organizacional “ C o n e c t a d o s e c o m p ro m e t i d o s c o m u m m u n d o m a i s s u s t e n t á ve l , s e g u i m o s p l a n t a n d o s u s t e n t a b i l i d a d e p a r a c o l h e r o f u t u ro N o s s o s e s f o r ç o s t ro u xe r a m c o n q u i s t a s s i g n i f i c a t iva s , e q u a n d o o l h a m o s p a r a o s d e s a f i o s a t u a i s , re c o n h e c e m o s o n o s s o p a p e l n a d e s c a r b o n i z a ç ã o d o p l a n e t a e e m c o n t r i bu i r p a r a a c o n s t r u ç ã o d e u m a e c o n o m i a d e b a i x a e m i s s ã o d e c a r b o n o ” , a f i r m a P i e r re S a n t o u l , d i re t o r p re s i d e n t e d a Te re o s B r a s i l , n o re l a t ó r i o

Elaborado com base nos pad rões da Global Repor ting Initiative (GRI), o Relatór io de Sustentabilidade da Tereos reúne também os pr incipais resultados ambientais, sociais, finan ceiros e de gover nança, além de apre sentar a visão da companhia para oito temas mater iais que estão conectados às diretr izes globais do g r upo

S U S T E N TA B I L I D A D E Fevereiro/Março 2023 40
Desde a safra 2018/19, o volume de resíduo orgânico tratado cresceu 45%

Morre Ismael Perina Júnior, que pregava a união para o fortalecimento do setor

“A união é o que realmente f az a diferença”, dizia Ismael Per ina Júnior, ao enf atizar as impor tantes conquistas do setor sucroenergético, que ama nheceu de luto nesta quar ta feira, com a notícia do f alecimento de um dos seus mais aguer r idos defensores

Aos 65 anos, Per ina foi vencido por um câncer, e f aleceu no dia 25 de janeiro Além da esposa e dois filhos, Ismael também deixa uma g rande la cuna entre as expressivas lideranças do mundo da cana

Engenheiro ag rônomo, ele foi pioneiro no sistema de Meiose e plantio de Muda Pré Brotada (MPB)

Produtor de cana de açúcar na re g ião de Jaboticabal, estava atualmente no Conselho do Sindicato Rural de Jaboticabal e era vice presidente do Conselho da Cooperativa de Crédito (Sicoob Coopecredi) de Guar iba

Já atuou como presidente da Câ mara Setor ial do Açúcar e do Álcool do Ministér io da Ag r icultura, como presidente do Consecana SP (Con selho de Produtores de Cana de Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo); da Socicana (Associação dos For necedores de Cana de Guar i ba) e da ORPLANA (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), além de vice presidente da Central de Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo

Durante seus mandatos, a OR

PLANA ampliou sua par ticipação em fór uns públicos e pr ivados, nacionais e inter nacionais, mostrando a impor tância do segmento “produtor de ca na ” dentro da cadeia produtiva e tra balhando para a união da classe

Classe esta, que sentiu muito a par tida de uma de suas pr incipais li deranças A seguir a repercussão sobre o f alecimento de Ismael:

“O ag ro brasileiro perde um g rande produtor r ural, um líder que cedeu seu tempo e dedicou décadas à causa coletiva, presidindo impor tantes associações, sempre pelo bem comum do desenvolvimento do setor e do Brasil ” , disse o professor da FEA/USP Ribeirão Preto, Marcos Favas Neves

“Comecei a trabalhar com ele na associação em 2007, e desde ent ão par ticipamos juntos de diver sas enti dades, onde sempre se pautou pela

ética e pela honestidade e um g rande defensor do ag ronegócio de uma for ma geral e em especial do se tor su croenergético, nos deixando um imenso legado”, disse Br uno Rangel, presidente da Coplana

“Ismael sempre foi um defensor do Ag ro Como Canoeste, o associativis mo perde muito”, afir mou Almir Tor cato, gestor cor porativo da associação

“Tinha um jeito peculiar de lidar com os desafios, sempre com inteli gência, visão estratég ica e sobretudo um verdadeiro patr iotismo pela causa do for necedor/produtor de cana “ , disse Celso Albano de Car va lho, que foi gestor executivo da ORPLANA, atualmente no Pecege

“O mundo da cana está muito tr iste Foi uma pessoa que lutou mui to com as questões relacionadas à ca na de açúcar Com g rande capaci dade de aglutinação, pregava a união da ag roindústr ia com o produtor r u ral”, ressaltou Mar io Campos, presi dente da SIAMIG e do Fór um Su croenergético Nacional

“Recebi uma tr iste notícia sobre um cara baCANA! Um sujeito sér io, ínteg ro e cor reto, que tive o prazer de suceder na Câmara Setor ial Pondera do e que sempre defendeu com mui to equilíbr io, mas sempre com fir me za o setor como um todo e também o

cooperativismo Companheiro de lu tas e uma das mais impor tantes lide ranças entre os for necedores de cana Sem vaidades e apegos – apenas um g rande defensor daquilo que acredita va: que a defesa do setor e do ag ro, era a defesa do Brasil Seu nome significa “Deus escutou” Vai com Deus, Ismael: que Deus te receba em seus braços e confor te os f amiliares e amigos”, ho menageou André Rocha, presidente executivo do Sif aeg/Sif açúcar e vice presidente da Federação das Indústr ias do Estado de Goiás (Fieg)

“Muito mais que um produtor de cana, um produtor r ural, Ismael é da quelas pessoas que incentiva e estimula todos aqueles que se encontram pró ximos Uma perda inestimável para o setor A ProCana manifesta os senti mentos de condolências aos amigos e f amiliares”, afir mou Josias Messias, di retor da ProCana

“O Ismael foi uma das pessoas com a visão de aber tura de espaço pa ra as novas gerações Uma liderança presente e que deixa uma enor me contr ibuição para o setor”, disse José Antonio Rossato Junior, d iretor da Coplana e Socicana

“Ismael foi um impor tante e reco nhecido interlocutor do setor ag ro junto aos gover nos e à sociedade, de dicando se incansavelmente às causas

de interesse comum, como a valor iza ção do produtor r ural, a educação e o meio ambiente Ele deixa um legado de realizações, e o exemplo de um g rande líder”, afir mou a Associação Brasileira do Ag ronegócio de Ribeirão Preto (ABAG/RP)

“Ismael deixa uma inestimável contr ibuição ao ag ronegócio, ao asso ciativismo e ao cooperativismo Mui to bem quisto em todos os fór uns, jamais deixou de expressar suas opi niões de for ma transparente e equili brada Tinha o dom de ag regar e constr uir, e dedicou sua vida ao bem coletivo, engajando pessoas, incenti vando e for mando novos líderes Is mael foi exemplo de Amigo, sempre atento e pronto Fará muita f alta, mas viverá no coração de tantos amigos que, como eu, tiveram o pr ivilég io de conviver com ele”, disse Monika Ber gamaschi, presidente do conselho di retor da Abag/RP

“Ismael era um g rande amigo e parceiro de tod as as horas Com seu sempre bom humor, trazia leveza pa ra impor tantes reuniões em que mui tas vezes os temas eram tensos Com sua visão sempre atenta e per spicaz, muito contr ibuiu para o atual estág io de desenvolvimento de nosso setor Fará, com cer teza, muita f alta Que Deus o tenha em seus braços e nosso muito obr igado pelo sempre pronto atendimento às demandas de no ssa UDOP”, destacou Antonio Cesar Sa libe, presidente executivo da União Nacional da Bioenerg ia (UDOP)

A União da Indústr ia de Cana de Açúcar e Bioenerg ia (UNICA) também manifestou seu profundo pe sar pelo seu f alecimento “O ag rôno mo foi defensor da sustentabilidade no plantio da cana, como a adoção da ro tação de cultura, técnica de manejo que ajuda na fixação de nitrogênio no solo, bem como contr ibui para a di ver sificação da cadeia produtiva No associativismo, sua voz colocou em pauta, entre outros temas relevan tes, a contr ibuição dos pequenos e médios produtores para a economia dos municípios A característica dessa cadeia produtiva, dizia ele, é trazer sus tentabilidade econômica e social para as cidades próximas aos produtores Com imensa tr isteza, a UN ICA, representando seus associados e cola boradores, presta toda solidar iedade e o sentimento de pêsames à f amília de Ismael Per ina Júnior, com a cer teza de que deixou um g rande legado para o país”, conclui

G E N T E 41 Fevereiro/Março 2023
ProCana manifesta seu profundo pesar pelo seu falecimento

Falece Antônio Celidonio Ruette aos 92 anos

Empresário foi figura marcante do setor bioenergético nacional

A n t ô n i o C e l i d o n i o R u e t t e, e m p re s á r i o d o G r u p o R u e t t e, a t u a l , T i e t ê A g ro i n d u s t r i a l , f a l e c e u n o d i a 1 6 d e j a n e i ro, a o s 9 2 a n o s , n o H o s p i t a l S í r i o L i b a n ê s , e m S ã o Pa u l o –S P O s e p u l t a m e n t o a c o n t e c e u n o C e m i t é r i o M o n s e n h o r A l b i n o, e m C a t a n d u va – S P

N a s c i d o e m A r a r a s n o d i a 2 d e m a r ç o d e 1 9 2 9 , R u e t t e f o i u m a f i g u r a m a rc a n t e d o s e t o r b i o e n e r g é t i co nacional Foi propr ietár io da Por t o R u e t t e A g ro p e c u á r i a e I m o b i l i á r i a Po r t o R u e t t e, e m V i r a d o u ro – S P ; d a A g ro p e c u á r i a C a c h o e i r a e d e U s i n a d e A ç ú c a r e Á l c o o l , e m Pa r a í s o – S P e e m U b a r a n a – S P E xe rc e u o s c a r g o s d e d i re t o r S u p e r i n t e n d e n t e d a U s i n a N o s s a S e n h o r a A p a re c i d a , d e I t a p i r a , e d a U s i n a C a t a n d u va , o c u p a n d o a i n d a , n o p e r í o d o, o s c a r g o s d e M e m b ro D i re t o r d a C o o p e r a t iva d o s P ro d u t o re s d e A ç ú c a r e Á l c o o l d o E s t a d o d e S ã o Pa u l o, C O P E R S U C A R , d a A s s o c i a ç ã o d o s U s i n e i ro s , d o S i n d i

c a t o d o A ç ú c a r e a p re s i d ê n c i a d a

C o m p a n h i a I n d u s t r i a l Pa u l i s t a d e Á l c o o l Ta m b é m p re s i d i u a A s s o c i a

ç ã o d o s P ro d u t o re s d e A ç ú c a r, A g u a rd e n t e e Á l c o o l d a R e g i ã o d e

C a t a n d u va ( A PAC )

D u r a n t e s u a a d m i n i s t r a ç ã o n a Usina Ca tand uva p ar ti cipou do mo v i m e n t o d a c r i a ç ã o d o C o r p o d e B o m b e i ro s d a c i d a d e, d o a n d o u m t a n q u e c o m c a p a c i d a d e p a r a d e z m i l l i t ro s d e á g u a , q u e p o r v á r i o s a n o s s e r v i u à u n i d a d e m o t o r i z a d a d a c o r p o r a ç ã o A l é m d i s s o, t eve e x p re s s iva a t u a ç ã o n a e d u c a ç ã o e p o l í t i c a n o i n t e r i o r p a u l i s t a M i l i t o u n o m a g i s t é r i o l e c i o n a n d o e m d ive r s o s c o l é g i o s , a s s i m c o m o o c u p o u c a r g o s n a á re a d a e d u c a ç ã o e f o i ve re a d o r e p re s i d e n t e d a C â m a r a M u n i c i p a l d e B r a g a n ç a Pa u l i s t a e d e I t a p i r a Ruette fo i casado com a escr i to r a e a r t i s t a p l á s t i c a M a r i a d e L o u rd e s R i b e i ro Po r t o R u e t t e ( i n m e m o r i a m ) e d e i x a 5 f i l h o s , 7 n e t o s e 8 b i s n e t o s A P ro c a n a s e m a n i f e s t a s o b re o o c o r r i d o “ N o s s o s s i n c e ro s s e n t i m e n t o s d e c o n d o l ê n c i a s a t o d o s o s f a m i l i a re s e a m i g o s d e A n t ô n i o C e l i d o n i o R u e t t e ”

G E N T E Fevereiro/Março 2023 42
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