JornalCana — Edição 271 / Agosto 2016

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JC 271

7/28/2016

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Agosto 2016

Da prevenção ao combate A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária — Embrapa, registrou em 2015 surto do parasita em todo território nacional, com perda de 10% a 30% no ganho de peso do gado e até 50% de redução na produção leiteira, causando um prejuízo anual superior a um bilhão de reais. A fiscalização das plantações de cana-de-açúcar perto de propriedades rurais é realizada periodicamente. Quando são detectadas irregularidades, os departamentos técnicos das usinas são notificados para fazer a correção no manejo que inibe a proliferação da mosca. A recomendação do Ima — Informática de Municípios Associados é a de que os canais de irrigação sejam mantidos limpos. Também deve haver redução da quantidade de vinhaça que é depositada sobre a palha. Vazamentos resultantes da irrigação devem ser supervisionados, evitando-se o acúmulo de poças de vinhaça. Segundo a empresa, é a existência de poças que impulsiona o aumento da quantidade de moscas. Para os pecuaristas que têm o rebanho perto de usinas, a recomendação do IMA é a de que procurem o escritório do órgão sempre que notarem um alto índice de infestação de moscas. Com essa informação, os fiscais do IMA farão um levantamento na

propriedade para identificar possíveis locais de reprodução ou excessos na irrigação com vinhaça. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Taciany Ferreira Dominghetti, embora as moscas não tragam prejuízos diretos para o produtor de cana-deaçúcar, elas precisam ser controladas como outras pragas que atingem o canavial. Se por um lado esta praga não afeta a produtividade da lavoura, já está nítido que traz vários ônus para a usina e para o produtor, como investimentos onerosos e de difícil gestão, conflitos com a sociedade, problemas sociais e indenizatórios e dificuldades na obtenção de licença ambiental. Há registros de protestos que chegaram a paralisar o funcionamento de uma usina. Taciany conta ainda que no Mato Grosso do Sul uma usina investe cerca de R$ 500 mil por ano para minimizar o problema. Já em Minas Gerais, outra empresa gastou mais de um milhão contra a mosca-dos-estábulos. E quanto mais a usina demorar para agir diante do problema, mais terá de gastar futuramente. No entanto, Taciany recomenda que as empresas busquem orientação técnica adequada e conhecimentos atuais para tomar quaisquer providências. Caso contrário o problema poderá aumentar. (LB)

Canais de fertirrigação mal cuidados facilitam proliferação da mosca

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