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TECNOLOGIA INDUSTRIAL
Novembro 2015
Separação da palha e desfibrador otimizam produção Biomassa, que era processada junto com a cana, provocava perda de extração O sistema de separação da palha e o processo de preparação da cana para extração e da biomassa utilizada para queima na cadeira têm sido fundamentais para a Bevap elevar a sua eficiência industrial e ampliar seus ganhos. Essa usina de João Pinheiro faz inclusive o recolhimento de parte da palha juntamente com a colheita da cana. No transporte de matéria-prima para a indústria, há a inclusão de 12% a 15% de palha em relação ao volume de cana-de-açúcar, calcula Dirceu Moral Monsó, coordenador de extração. A biomassa é separada por um sistema de limpeza a seco, que conta com um terno de secagem que faz também a trituração da palha. A eficiência da tecnologia é de 60% a 70% em relação à separação desse material, revela o coordenador de extração. Mas, ainda não apresenta boa performance para a redução de impurezas minerais. A ideia é aprimorar o sistema futuramente para essa finalidade – planeja. Antes da implantação do sistema, a palha – trazida do campo – era processada junto com a cana-de-açúcar e provocava perda de extração, observa.
Vista noturna da Bevap e Dirceu Moral Monsó, coordenador de extração
O processo de preparo de matéria-prima para extração da Bevap utiliza desfibrador extrapesado e não inclui picador, pois toda a cana da usina é colhida mecanicamente – ou seja, já é picada durante o corte. “Os resultados têm sido muito bons. Fizemos algumas melhorias na placa de desfibrador, que tem um índice de preparo entre 91% e 92%. No sistema convencional, o desempenho fica entre 88% e 89%”, compara. A usina possuía dois picadores, com quatro motores de 300 cv, que tinham maior consumo de energia e exigiam bastante
manutenção – relata Dirceu Monsó.
AJUSTES E RETOQUES A camisa perfurada já foi usada em usinas brasileiras na década de 80, mas apresentava alguns problemas e “desconfortos” no sistema de extração. Com alguns ajustes e retoques, passou a ter melhor desempenho e está sendo utilizada novamente. “Antes, tinha entupimento. Agora, drena melhor e fica tudo limpinho”, compara o gerente industrial da Usina São José da Estiva, Otaviano Girotto. (RA)