JornalCana — Edição 262: Novembro

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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Novembro 2015

José Rodolfo Penatti, da Afocap: bons resultados, novamente, na região de Piracicaba

Retomada da produtividade deixa estragos da mecanização para trás Usinas e fornecedores “reaprendem” a produzir cana e driblam perdas provocadas pela invasão das colhedoras R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Experiências bem-sucedidas em diversas áreas de cana-de-açúcar estão demonstrando que os estragos proporcionados pela mecanização da colheita já estão ficando para trás. Usinas e fornecedores que tiveram grandes prejuízos com o pisoteio e perdas de matéria-prima estão retomando à produtividade média histórica obtida no período anterior à invasão das máquinas nos canaviais. A Usina Jacarezinho (Grupo Maringá), localizada no município paranaense de mesmo nome, na divisa com São Paulo, deverá fechar a safra 2015/16 com uma produtividade média de 90 toneladas por hectare (TCH), calcula o gerente agrícola da unidade, Valter Sticanella. Na região de Piracicaba, SP, os produtores de cana estão obtendo novamente bons resultados, com um rendimento que ficará próximo de 80 TCH na safra 2015/16, informa José Rodolfo Penatti, gerente do

Departamento Técnico da Afocapi – Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba. O setor teve, na verdade, que “reaprender” a produzir cana. “Mecanização não é simplesmente comprar um conjunto de máquinas para fazer a colheita. É muito mais do que isto”, diz Valter Sticanella. De início, o corte mecanizado começou a ser realizado em áreas que não estavam preparadas para essa operação, o que prejudicou o rendimento agrícola – lembra o gerente da Afocapi. A queda de produtividade em diversas unidades sucroenergéticas ficou entre 20% e 30% por causa da mecanização – afirma Valter Sticanella. “Em casos mais extremos, talhões com solo argiloso e elevada umidade tiveram redução em até 50%”, diz. Usinas passaram a conviver também com o aumento das impurezas minerais e vegetais. A cana, com grande quantidade de palha, acabou gerando redução de eficiência na extração. Além disso, outras perdas provenientes do corte mecanizado – como: tocos, canas inteiras, pedaços de cana que ficam no campo – aumentaram os desafios a serem superados. A readequação das áreas, a realização de treinamentos, o uso de novos espaçamentos e tecnologias, a evolução das colhedoras criaram, no entanto, condições para a retomada da produtividade agrícola em diversas unidades.

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