JornalCana 282 (Julho/2017)

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JC 282

6/21/2017

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11:00 AM

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AGRÍCOLA

Julho 2017

Investimento em herbicida chega a crescer 30% na 17/18 Aporte maior é para garantir a produtividade agrícola diante o avanço de ervas daninhas na safra em andamento

resultados. E investir em moléculas, que dão mais resultados nas ações, e trocar informações com profissionais da área foram os objetivos dos participantes (engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e produtores) do Herbishow, realizado pelo Grupo Idea, em Ribeirão Peto (SP), no mês de maio.

B RÁS H ENRIQUE, DE R IBEIRÃO PRETO (SP)

ALASTRAMENTO

No desafio para evitar impacto negativo na produtividade de seus canaviais e combater as ervas daninhas, as unidades mantêm os investimentos anteriores ou os aumentam em até 30% em herbicidas na atual safra. “Estamos sempre buscando o aperfeiçoamento de misturas para a cada dia para conseguir seletividade, boa relação custo-benefício e eficiência dos produtos e longo residual”, diz o supervisor de tratos culturais da Iaco Agrícola, de Chapadão do Sul (MS), Danilo Gasparetto.

Representante de uma unidade produtora de Minas Gerais, capacitada para moer 3,5 milhões de toneladas por safra, revelou ao JornalCana que manterá o investimento anterior e busca novas técnicas no combate ao alastramento da grama-seda. Já o técnico de uma unidade paulista já usa drone na catação de mamona, além de aplicações terrestres (manuais e com máquinas) e aéreas, e busca novos produtos para melhorar a produtividade e chegar aos 3 dígitos: acima de 100 toneladas de canade-açúcar por hectare.

Investir em aplicações terrestres (manuais e com máquinas) e aéreas é o foco de muitas unidades, em busca novos produtos para melhorar a produtividade e chegar aos 3 dígitos

A unidade já colhe cana desde o final de janeiro e, atenta às ervas de difícil controle, como corda-de-viola e mamona,

braquiária e colonião, projeta gastar 30% a mais em moléculas novas e fazer readequações das doses para ter melhores

As chuvas registradas no mês de maio em regiões canavieiras

Uma estratégia de combater o avanço das ervas daninhas é fazer

do Centro-Sul propiciam a infestação de plantas daninhas

planejamento prévio, com mapeamento e combater por via aérea

Chuvas recentes favorecem a infestação de ervas daninhas Além dos profissionais das indústrias, produtores e fornecedores de cana também estão atentos a novas técnicas para combater as ervas daninhas e evitar perdas na safra. “Será muito importante (o impacto), pois maio foi muito chuvoso e mais propício à infestação de plantas daninhas”, afirma Ricardo Delarco, proprietário da Delarco Agro, de Monte Azul Paulista (SP). A preocupação de Delarco é, como a dos demais produtores presentes em evento do Grupo Idea em Ribeirão Preto: as ervas de difícil controle, especialmente mamona e mucuna-preta, além de corda-de-viola, cipó, braquiária, colonião e bucha. Delarco prevê uma safra de 190 mil toneladas e sua estratégia é utilizar o sistema pré-total, usando herbicidas logo após o fim da safra e antes da brotação da cana e da daninha. Ele mantém o investimento em moléculas novas para misturar a outros produtos.

EFICÁCIA Produtor de cana em Santa Rosa de Viterbo (SP), Chady Moussa el Debs estima colheita de 35 mil toneladas na safra 2017/18 e pretende evitar prejuízos. “Queremos reduzir custos e ter mais eficácia no combate às ervas daninhas”, explica ele, que prevê aumento de 15% em área de plantio e igual gastos com herbicidas. El Debs tem cana nova, de primeiro corte, e até com mais de sete cortes. “O controle é igual, mas o investimento maior é com os novos cortes”, destaca ele. Esses novos cortes representam perspectiva de mais produtividade, enquanto os velhos já apresentam falhas. Glauber Moraes, proprietário da Fazenda Chaparral, também em Santa Rosa do Viterbo, colherá 80 mil toneladas e mantém o investimento em herbicidas.

Drones e troca de informações: vale tudo no combate às ervas O agrônomo José Luís Moretti Júnior, da Usina Santa Fé, de Nova Europa (SP), diz que a estratégia da unidade de combater o avanço das ervas daninhas é fazer planejamento prévio, com mapeamento por drone para identificar daninhas e combater por via aérea. Além disso, emenda, é preciso redobrar a atenção para evitar a propagação de ervas com a colhedora de cana e também passar informações aos fornecedores. “Quanto mais eles produzirem cana-deaçúcar por hectare, melhor para os dois lados”, comenta Moretti.

produtividade em 5% na safra. “A meta de todos é buscar a seletividade de molécula em relação à cultura e evitar mistura de produtos, aumentando o controle das daninhas”, afirmou.

CORURIPE “Se as daninhas não forem controladas, podemos ter perdas desastrosas, de 5 a 10 toneladas por hectare”, diz o agrônomo Welinton Silva, do Grupo Coruripe, focado nas unidades da empresa em Minas Gerais. A unidade usa aplicação de herbicidas na fase pré-total, ou seja, antes da brotação.

CLIMA “Acredito que o impacto será grande por contas das condições climáticas atípicas que temos passado”, afirma João Marcelo Stabile, gerente da Agrícola Stabile, que aplica mais 20% nos custos com herbicidas. Segundo ele, pode ocorrer redução de

TIETÊ O supervisor de planejamento da Tietê Agroindustrial, de Paraíso (SP), Ary Roberto Frigeri, destaca que a unidade está introduzindo o uso do quadriciclo no combate às daninhas.


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