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o jornal batista – domingo, 10/12/17
P
ponto de vista
Malignidade do pecado
ecado significa “errar” o alvo estabelecido por Deus na Sua Palavra desde o Éden. Os nossos pais resolveram obedecer à serpente, o maligno, e desobedecer a Deus. Optaram por rebelar-se contra o Senhor que os fez à Sua imagem e conforme a Sua semelhança (Gênesis 1.26). Decidiram ouvir o maligno, em vez de obedecerem a Deus. A decisão deles teve duas consequências terríveis: destituição da Glória de Deus e a morte (Romanos 3.23). Paulo afirma que “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). Há malignidade no pecado em função de uma origem maligna, perversa e na contramão da vontade de Deus. A malignidade do pecado produziu em nós um coração mau e perverso. Na sua natureza pecaminosa ou maligna, o homem planeja e faz coisas horripilantes. Não só as faz, mas tenta sempre justificá-las. Adão, confrontado por Deus no seu pecado, colocou a culpa em Eva, sua mulher (Gênesis 3.12). É impressionante como podemos justificar as nossas atitudes e ações erradas
jogando a culpa nos outros e nas circunstâncias. A natureza de Adão tem a inclinação para esconder-se atrás de uma máscara muito bem arranjada. Ela pode enganar os homens, mas nunca a Deus. O pecado, em sua malignidade, se manifesta no coração doentio do homem em forma de engano e mentira (Jeremias 17.9). Na verdade, é o engano da serpente ao homem no Éden. Desde lá, enganamos e somos enganados. É um “faz de conta” como fruto de uma cardiopatia congênita. O Senhor Jesus diagnosticou muito bem o coração do homem, dizendo: “Porque do coração é que saem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias. São essas coisas que tornam o homem impuro; mas o comer sem lavar as mãos não o torna impuro” (Mt 15.19-20). O Senhor Jesus bateu o martelo na cabeça do prego. Foi preciso na sua abordagem. O homem que não conhece a Cristo vive sob o poder do maligno. Ele vive a malignidade do pecado e sofre as suas consequências. Jesus disse,
referindo-se ao maligno, que ele veio para matar, roubar e destruir (João 10.10). Tudo o que vemos neste mundo: corrupção, imoralidade, pornografia, traições, mentiras, adultérios, roubos, hipocrisia, maldade, egoísmo, vaidade, desonestidade, injustiça, violência, aborto, estupro, etc., são manifestações do pecado na vida do homem. O pecado entristece, embrutece, insensibiliza, fere, deprime, cauteriza a mente, endurece o coração e torna o homem escravo de si mesmo e de Satanás. Jesus chamou os escribas e fariseus de sepulcros caiados e filhos do inferno. Eram religiosos vivendo a malignidade do pecado. É assim em muitas Igrejas. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, discorre sobre as manifestações do pecado no coração e na vida do homem: “Sabe, porém, que nos últimos dias haverá tempos difíceis; pois os homens serão gananciosos, arrogantes, presunçosos, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, impuros, ímpios; sem afeição natural, incapazes de perdoar, caluniadores, descontrola-
dos, cruéis, inimigos do bem, traidores, inconsequentes, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, com aparência de religiosidade, mas rejeitando-lhe o poder. Afasta-te também desses” (II Tm 3.1-5). A única solução para a malignidade do pecado na vida do homem é a fé na obra perfeita do Cristo perfeito na cruz. Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo (1 João 3.8). Paulo ensina que foi para a liberdade que Cristo nos libertou (Gálatas 5.1-2). Somente Jesus pode tirar o homem das garras do Diabo (João 8.32-36). Pela malignidade do pecado, o homem morre, mas pela benignidade de Cristo, em Sua obra na cruz, em Seu sangue derramado, o homem nasce de novo, experimenta a regeneração, a vida, a troca do coração de pedra (incredulidade) pelo coração de carne (fé) (Ezequiel 36.26-27); (João 3.1-8). Nicodemos vivia a malignidade do pecado até conhecer a Cristo e ser liberto. Saulo vivia também a malignidade do pecado que o levava a perseguir e matar os crentes, mas, a Graça de
Wanderson Miranda de Almeida, colaborador de OJB
Fé e obras andam juntas Tiago 2.14: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?; “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17). Tiago, ao escrever sobre esse assunto, tinha em vista aqueles que diziam não haver necessidade de boas obras, já que tinham fé; eles estavam redondamente enganados. Temos que entender que a fé que nos leva à salvação não é aquela que simplesmente diz: “Eu creio em Deus”. Quando cremos em Cristo e entregamos a nossa vida a Ele, somos habitados pelo Espírito Santo e nossa vida muda completamente. A partir desse momento, queremos viver para Deus, agradá-lO, honrá-lO e, sendo assim, refletiremos tudo isso no contato com nosso próximo, tratando-o bem e ajudando-o no que
estiver precisando. Essa fé nos faz viver uma vida de serviço ao próximo, como Jesus, que disse que não veio para ser servido, mas para servir. Tiago 2.19: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem”. Esse versículo é uma boa resposta àqueles que dizem ter fé em Deus, mas vivem uma vida totalmente longe do que a Bíblia ensina. Essas pessoas são como os demônios: creem que há um só Deus, mas não O obedecem, ou seja, estão condenadas. Tiago 2.21-22: “Porventura, o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada”. Alguns grupos pegam essa passagem para dizer que Abraão foi justificado pelas obras. Bem, esse erro pode
ser facilmente percebido no versículo 23: “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”, quando o próprio Tiago disse que Abraão foi justificado pela fé (creu). Vamos ver outros textos? “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.8-10). 1) - Somos salvos pela Graça de Deus (um favor que não merecemos); 2) - Somos salvos por meio da fé; 3) - A fé que nos salva vem de Deus; 4) - A salvação não vem das obras. Se viesse, as pessoas se gloriariam. 5) - As boas obras são a expressão da nossa fé em
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sse é um tema que sempre causou muita confusão na cabeça de algumas pessoas. Algumas até defendem a salvação pelas obras por causa do que disse Tiago: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17). Na verdade, se só existisse o texto de Tiago falando sobre esse assunto, poderíamos crer nisso realmente, ficar confusos, mas, como a Bíblia não é só a carta de Tiago, não dá nem para cogitar que a salvação seja pelas obras. Ao confrontarmos o que disse Tiago com o restante do ensino bíblico, entendemos o que, realmente, ele quis transmitir. Seu texto torna-se mais claro e percebemos como uma interpretação errônea pode fazer a Bíblia dizer o que ela não diz.
Cristo o alcançou na estrada de Damasco (Atos 9.1-15). De perseguidor a perseguido, por causa da sua conversão a Cristo, o único e suficiente Salvador (Atos 4.12). Se no Éden o homem desobedeceu a Deus, e morreu na sua incredulidade; no Calvário, na cruz, o homem passa a obedecer, pela fé, e recebe a vida de Cristo Jesus, tendo a certeza da vida eterna. Paulo ensina: “Porque, se a morte reinou pela transgressão de um só, então os que recebem da transbordante suficiência da graça e da dádiva da justiça reinarão muito mais em vida por meio de um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Graças ao Pai que a benignidade da obra de Cristo na cruz e na ressurreição se manifestou para destruir a malignidade do pecado de Adão em nós. A nossa velha natureza, maligna, foi substituída pela nova natureza, a divina (Romanos 6.1-11). Por causa da obra de Cristo na cruz e na ressurreição, podemos cantar o cântico de Paulo: “Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8.37).
A fé sem obras é morta Deus. Elas demonstram que entregamos a nossa vida ao Senhor e fomos transformados. “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Romanos 3.28). “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gl 2.16) Creio que não precisamos ser mais extensos sobre esse assunto. Esses versículos, junto ao texto de Tiago, deixam bem claro que as obras não justificam ninguém. Fé e obras não são inimigas; a fé leva uma pessoa à salvação e as obras demonstram que a pessoa realmente foi salva, já que, agora, vive de uma forma diferente e tornou-se fiel ao Senhor.