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JORNAL DE INFORMAÇÃO REGIONAL – GONDOMAR · N.º 5 · DIRECTOR: PAULO F. SILVA

0,50€ · QUINTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2012

Gondomar perde território com acerto de fronteiras Correcção na Carta Administrativa de Portugal beneficia o concelho do Porto em 75 mil metros quadrados

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Nuno Coelho não desiste de centro de saúde para Baguim do Monte

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Senhora do Rosário cumpre tradição do roteiro da fé

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Recolha de lixo por privados vai custar 300 mil euros por mês


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A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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ACTUAL Festas do Concelho

Engalanados na recepção à Senhora do Rosário •• ORLANDO CASTRO [Textos] •• J. PAULO COUTINHO [Fotos]

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ilhares de pessoas marcaram presença para acompanhar a procissão de louvor e honra a Nossa Senhora do Rosário, S. Cosme e S. Damião. Foi o momento mais alto das Festas do

Concelho, o ponto crucial desta manifestação popular de fé e na qual participaram todos os párocos dos concelho, autarcas e restantes autoridades. As ruas estavam engalanadas para fazer jus a uma ancestral tradição, acotovelando-se as pessoas, muitas vindas de fora do concelho, para ver os andores e a majestosa Nossa Senhora do Rosário cuja coroa, em

ouro, foi oferecida por um gondomarense residente nos Açores que, por amor e devoção, se deslocou à Igreja Matriz para acompanhar a procissão. Este ano, embora com alguma polémica (ver caixilho), o percurso sofreu ligeiras mudanças, segundo a organização. A partida e o regresso fizeram-se pela zona frontal da Igreja Matriz, passando pela Rua da Igre-

ja, Largo do Souto, Rua Bento de Jesus Caraça, Rua Dr. António Ferreira Borges e Rua 25 de Abril. Novos e velhos, de bengala, de cadeira de rodas e até de telemóvel em punho, marcaram presença convicta e em muitos casos introspectiva. Alguns até rezavam como que a pôr em ordem promessas, ou contas, antigas que terão eventualmen-


Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

3 “Rosário pequenino”. As Festas do Concelho já chegaram ao fim, oficialmente. No entanto, como sempre sucede as festividades prolongam-se até ao próximo domingo. É o “Rosário pequenino”.

PERCURSO SOB POLÉMICA

te passado o prazo de validade acordado quando foram feitas. Entre os mais pequenotes, também eles presentes num acto que é igualmente a passagem de um testemunho, a curiosidade estava mais voltada para os anjinhos que também compunham a procissão. Talvez alguns deles venham um dia a estar do lado de lá, seja a transportar os andores, a fazer parte das bandas ou até como seguidores da vida religiosa. Colchas e bordados Mais uma vez, e todos assim esperam que continue ao longo dos anos, os gondomarenses foram às arcas buscar as melhores colchas e bordados para, nas janelas do presente, tal como nas do passado, dar colorido à sempre majestosa procissão da santa que, por ser do mundo, é também de todos que têm fé. Mas, num contexto em que se junta o profano e o religio-

Ruas e varandas engalanadas fizeram jus a tradição ancestral

so, também eram muitos os que seguiram outras tradições, outras procissões. Bem junto ao percurso, paredes meias com a Igreja Matriz, um casal de meia idade estava dividido. Ela bem lhe dizia para se despachar que a procissão ia começar e depois não arranjava “um lugar para ver a Santinha”. “Vai tu que eu depois vou lá ter”, vociferava ele enquanto “deitava abaixo” um copo de vinho doce. Ainda pensámos que, como

noutros tempo, ele iria dizer que beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses… “É treta” A poucos metros, ali mesmo junto à Rua Ala Nun’Álvares, um vendedor acenava com um cartaz em que se lia “Malas de senhora a um euro”. A clientela não se fazia rogada e terão sido muitos os euros embolsados. Mesmo assim, apesar do marketing agressivo, muita gente dizia que ia para a procissão e que só depois lá passaria. “É treta”, garantia o homem com a mesma desenvoltura e técnica com que, mais abaixo e com alguns fortes decibéis, um outro “operacional” garantia três champôs por cinco euros. “E pode levar um de cada espécie”, dizia o locutor de serviço, explicando que estava ali para ajudar as pessoas a vencer a crise, “comprando bom e ba-

rato e sem pagar o …” (cremos que se referia ao IVA). Com a ajuda de um dia pouco soalheiro e onde S. Pedro chegou a dar um pequeno ar da sua graça, também as vendedoras de castanhas aproveitaram a maré. Dois euros a dúzia. “Isso não é um bocado puxado”? perguntámos numa altura em que o som da banda que acompanhava a procissão era já uma mero murmúrio. “É para ver se se ganha para a sopa”, respondeu com aquele olhar de soslaio que, quase sempre, diz mais do que as palavras. Já aviados, rumávamos a outro destino quando a vendedora nos disse: “Ó senhor, olhe aí! Isso que leva aí dava para duas dúzias de castanhas”. E tinha razão. Era um maço de cigarros. E, ao que tudo indica, com mais 30% de impostos que lhe querem pôr em cima… lá iriam três dúzias.

Manuel de Oliveira Moreira e a mulher escreveram à Confraria de S. Cosme e S. Damião e Nossa Senhora do Rosário para mostrar “o desagrado pela alteração ao percurso habitual da tão emblemática e mais que centenária Procissão de Nossa Senhora do Rosário”. “Sempre, mesmo quando o Largo do Souto (Praça da República) acolhia as diversões, as barraquinhas dos doces, nozes e castanhas e toda a azáfama de gente e festa, a procissão sempre passou pela Praça - nunca houve qualquer razão para não passar”, afirmam, recordando que, “a determinada altura, começou a alterar-se o trajecto, saindo alternadamente “pela frente” da Igreja e “por trás” da Igreja (Rua das Oliveiras, que dá para o Souto), ano sim, ano não, contemplando todos os espaços que a circundam: Campo Santo, Adro, Largo da Residência”. No entanto, afirma Manuel de Oliveira Moreira, “a alteração efectuada este ano, não faz nenhum sentido para nós que vivemos há décadas esta tradição (e os nossos, antes de nós…) e que ansiamos pela bênção da procissão à nossa porta, enfeitando as janelas com as tradicionais colchas e cheios de orgulho de um dos maiores actos solenes da nossa Igreja”. Por último reforçam a ideia de que não compreendem a alteração, dizendo que, “tanto na entrada como na saída, o começo é sempre feito dentro da Igreja Matriz não desrespeitando qualquer sentido digno de crença”. Francisco Ascensão, presidente da Confraria, disse ao “A Manhã” que respondeu a Manuel de Oliveira Moreira e que o assunto estava sanado.


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a: Festas do Concelho

Fé e solidariedade entre os homens de boa vontade

Testemunho das vidas de S. Cosme e S. Damião utilizado como exemplo a seguir nos dias que correm. Firmeza nas convicções sublinhada como fundamental, apesar das dificuldades no diálogo inter-religioso J. PAULO COUTINHO

•• ORLANDO CASTRO e PAULO F. SILVA [Texto]

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omo manda a tradição em Gondomar, no primeiro domingo de Outubro, na Igreja Matriz, realizou-se a solene celebração em honra de Nossa Senhora do Rosário, presidida pelo bispo auxiliar da Diocese do Porto, D. Pio Alves. Atento à necessidade de alimentar o espírito dos devotos, sem contudo esquecer as necessidades físicas, D. Pio Alves exortou os presentes a terem fé em Deus, mesmo e sobretudo quando os tempos são difíceis. Citando os papas João Paulo II e Bento XVI, o bispo auxiliar da Diocese do Porto, apelou à solidariedade como uma forma de ajudar a resolver as necessidades das pessoas. Quando, no passado dia 27 de Setembro, falou na conferência que abriu as jornadas da Comunicação Social, em Fátima, D. Pio Alves disse que o “capricho social não pode sobrepor-se ao bem comum”, alertando para a necessidade de os media resistirem à luta pelas audiências, particularmente neste momento de emergência social. Num contexto socialmente marcado por uma “exaltação crescente, os gestos insuficientemente ponderados podem tornar-se incendiários: os bombeiros são sempre úteis, os pirómanos sobram sempre”, alertou o bispo. Entretanto, na missa em honra dos padroeiros do concelho, S. Cosme e S. Damião – gémeos originários da Arábia que dedicaram as suas vidas à

D. Pio Alves apelou à solidariedade como uma forma de ajudar a resolver as necessidades das pessoas PAULO F. SILVA

O cónego Rui Osório, durante a sua primeira pregação em Gondomar

“Capricho social não pode sobrepor-se ao bem comum” saúde –, o cónego Rui Osório sublinhou o exemplo e a dedicação dos santos, “o testemunho eloquente da sua fidelidade a Deus”, para sublinhar que apesar de terem sido martirizados por Diocleciano mantiveram-se firmes nas suas convicções, tal como sucede nos dias que correm em vários pontos do Mundo. Na sua primeira pregação em Gondomar, o cónego evocou o juramento de Hipócrates, bem como a Convenção de Genebra, de 1948, que a adaptou aos tempos e lhe introduziu uma componente científica, para apelar à manutenção e ao empenhamento da prática cristã com os mais vulneráveis, os pobres e os doentes. “Não há fulgor na diversidade ecuménica e no diálogo inter-religioso”, destacou, ainda, Rui Osório, para quem “a liberdade religiosa é o bem supremo de todas as liberdades”. O clérigo, que recordou as suas origens em S. Martinho de Arnelas, no Olival, “ali do lado esquerdo do rio” – “sempre desejei cá vir para ver se as vossas nozes eram melhores que as nossas”, gracejou –, referiu ainda o Sínodo dos Bispos, em curso até ao próximo dia 28, em Roma, e dedicado à “Nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, para saudar a “mulher, que começa a ter lugar na Igreja, o lugar que é dela”.



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a: Festas do Concelho

“Os Azeitonas” encheram a noite gondomarense J. PAULO COUTINHO

Confronto musical entre Melres e Gondomar

Bandas filarmónicas voltaram ao despique O anfiteatro ao ar livre do Largo do Souto voltou a ser o palco musical, com o despique das bandas filarmónicas, na tarde e noite de sábado. Tradição muito antiga, do tempo em que havia coretos em todas as praças, o despique de bandas, que faz parte de quase todas as romarias nortenhas, é um acontecimento musical que exige um domínio harmónico elevado, não só porque se exibem os dotes musicais perante o público, mas porque do outro lado está outra banda, bem ensaiada, pronta a patear qualquer desafinação. Este ano, no âmbito das festas do concelho, o despique foi entre a Banda Musical de Melres e a Banda Musical de Gondomar, grupos filarmónicos com grande tradição no concelho, o primei-

ro criado em 1924, o segundo em 1863. Nos primórdios, ou seja, entre os séculos XIX e XX, as bandas filarmónicas pertenciam aos maestros, que conseguiam reunir entusiastas, ensinando solfejo e depois técnicas instrumentais que permitam, ao fim de algum tempo, subir aos coretos. Nos despiques, ganhava a banda que levasse mais aplausos e por vezes havia confrontos entre músicos. Hoje em dia, como se ouviu no Largo do Souto, a qualidade é elevada e o despique funciona como um convívio musical. No domingo, o mesmo palco foi ocupado pela Banda Marcial de S. Cristóvão de Rio Tinto e, segunda-feira, foi a vez da Banda Musical de S. Pedro da Cova.

J. PAULO COUTINHO

Sexta-feira à noite, o anfiteatro do Largo do Souto encheu-se para ver, ouvir e cantar, a pop revivalista e bem disposta da banda portuense “Os Azeitonas”. Uma noite em cheio para os fãs e, a avaliar pela dedicação em palco, para Nena, Miguel, Salsa e Marlon, que se fizeram acompanhar por uma secção de metais. “Os Azeitonas” são uma banda formada no Porto, há dez anos, com uma consistente carreira firmada em palco. Segundo o sítio do grupo, entre 2009 e 2011 realizaram mais de uma centena de actuações ao vivo, tocando nos mais importantes festivais nacionais: as semanas académicas do Porto, Coimbra, Braga, Aveiro, Covilhã, Vila Real; e os festivais Rock In Rio, Marés Vivas, Crato. Contam actualmente com três álbuns editados, todos eles disponíveis para “download” gratuito, a partir do sítio da banda, www.osazeitonas.com. Estão nomeados para o título de “Best Portuguese Act” nos “MTV Europe Music Awar-

Jovens entusiasmados com regresso de banda pop portuense

Banda pop revivalista recebida em Gondomar em clima de festa

ds” deste ano, que se vão realizar a 11 de Novembro, em Frankfurt, na Alemanha. Em Gondomar são repetentes, tendo actuado nas Festas da Cidade, em 2010. O que também se notou pelo entusiasmo do público, maioritariamente jovem e conhecedor das suas músicas. O anfiteatro ao ar livre esteve de tal maneira lotado para assistir ao “Concerto da Juventude” que é caso para dizer que ali não caberia nem mais uma azeitona.


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Festas do Concelho :a

Estúdio da Rádio 5 no Largo do Souto

Valentim Loureiro deixou-se fotografar atrás de todos os balcões da Feira das Tasquinhas

Cumpriu-se a tradição na XIV Feira das Tasquinhas •• PAULO ALMEIDA [Texto] •• J. PAULO COUTINHO [Foto]

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omo peixe na água, Valentim Loureiro inaugurou, na sextafeira, a Feira das Tasquinhas, cumprimentando e deixandose fotografar em todos os balcões do certame. O edil gondomarense cumpriu uma tradição que ele próprio criou, colocando-se do lado de dentro do balcão, distribuindo beijos e abraços, provando o vinho e o presunto, posando para as câmaras, acentuando o contraste entre as toucas e os aventais e a gravata de seda e o casaco desportivo de fino recorte. Atrás de si, com alguma distância, seguiam vereadores e presidentes de junta. Mesmo com alguns cumprimentos denotando empatia, era visível o distanciamento entre a comitiva e o seu presidente.

“Isto agora é assim: Viva Jovim!” clamava Valentim Loureiro ao chegar ao balcão do Rancho Folclórico de Santa Cruz de Jovim. O edil era aguardado com muitos sorrisos e abraços, beijinhos e conversas de “pé de orelha”. Depois, a pose para as câmaras fotográficas. Feita a ronda pelas tasquinhas, seguiram-se os cumprimentos aos convivas que petiscavam as iguarias da gastronomia nortenha propostas pelas colectividades representadas. Mais abraços e beijinhos e também fotografias, mas agora das câmaras de telemóvel. E muitos sorrisos. Presenças A Feira das Tasquinhas, que vai na sua décima quarta edição, ocupou, até segunda-feira, feriado municipal, os dois pavilhões cobertos do mercado de S. Cosme. Visivelmente satisfeito, Manuel Pinto, o presidente da

Federação das Colectividades do Concelho de Gondomar, referiu que eram esperadas cerca de 60 mil pessoas nas tasquinhas, durante o fim-desemana prolongado. Foi esse o número estimado de presenças no ano passado, “cerca de 2500 pessoas por hora”, afirmou. “No ano passado veio cá a ASAE, deu-nos os parabéns e disse-nos para continuar assim”, referiu Manuel Pinto, relevando a organização e higiene do evento. A Feira das Tasquinhas é composta por uma série de balcões ocupados pelos ranchos folclóricos do concelho, que vendem petiscos, rojões, bucho, tripas, caldo verde, vinho, iscas, presunto, em pequenas porções adequadas à estação e ao evento. No fim da visita, Valentim Loureiro reuniu a comitiva de ilustres e família, e sentou-se à mesa, para degustar as iguarias. Para o ano há mais.

Numa iniciativa em parceria da Câmara Municipal de Gondomar e da “Rádio 5 – Cadeia Metropolitana de Rádios”, este conjunto de emissoras esteve em Gondomar, durante a tarde do passado dia 5, a acompanhar, em directo, o programa das Festas do Concelho. Com emissão repartida entre o estúdio-móvel (instalado no Largo do Souto) e equipa de reportagem que trabalhava na zona central de Gondomar, estes directos, para além da temática das festas, também pretendiam traduzir um pouco das dinâmicas concelhias. Por tal, e para proporcionar um “retrato” abrangente do

município, o leque de convidados da “Rádio 5” abrangeu uma vasta lista de entrevistados. Passaram pela emissão, enquanto convidados, Manuel Pinto e Alzira Braga (da Federação das Coletividades), Francisco Ascenção e António Koch (da Confraria de S. Cosme e S. Damião e Nossa Senhora do Rosário) e, já no último directo, Fernando Paulo e Joaquim Castro Neves (vereadores da autarquia). As entrevistas foram conduzidas pelo jornalista Victor Cardoso. Além da emissão para as cinco rádios houve ainda a projecção, em directo, em ecrã-gigante, das entrevistas efectuadas.

Gondomar em directo no “Portugal no Coração” A emissão do passado dia 4 do programa “Portugal no Coração”, apresentado por João Baião e Tânia Ribas de Oliveira, realizou dois directos relacionados com as Festas do Concelho. A jornalista Ana Viriato teve, em duas ocasiões distintas, um largo leque de convidados (e de animação). Primeiro, no Largo do Souto, foi a vez de António Koch, da Confraria, explicar algumas das tradições da “Feira

das Nozes” e da “Romaria do Rosário”. Nesse primeiro directo houve ainda oportunidade para os alunos do “Cantinho Escolar” e para o Grupo de Acordeões da Universidade Sénior de Gondomar (USG). Depois, já no Auditório Municipal, a exposição “Artistas.Gondomar” foi o tema escolhido (e Albertino Valadares o convidado). Ainda neste local actuou a Tuna e o Grupo de Violas e Cavaquinhos da USG.


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GONDOMAR Poder Local | Sociedade | Casos

Porto cresce, Gondomar minga Areosa

Vereador do Urbanismo do Porto chama-lhe “acerto de fronteiras”. Vice-presidente da Câmara de Gondomar diz que apenas há “um princípio de trabalho” •• ORLANDO CASTRO [Textos] •• CÂNDIDO XAVIER [Infografia]

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o âmbito da revisão do Plano Director Municipal (PDM) do Porto e na subsequente correcção a nível da Carta Administrativa Oficial de Portugal, o concelho do Porto vai ficar maior e o de Gondomar (entre outros) menor. As freguesias de Valbom e de Rio Tinto são atingidas por um processo tecnicamente consensual (sobretudo por serem zonas pouco habitadas), mas controverso do ponto de vista político. O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Gonçalo Gonçalves, chama-lhe “acerto de fronteiras” porque, tanto quanto é público, Gondomar perde 20 hectares mas poderá receber 10. Embora a Estrada da Circunvalação seja quase uma fronteira “natural” com os concelhos envolventes (nomeadamente Matosinhos), é certo que essa delimitação não existe na freguesia de Campanhã, cujo território vai para além dessa via. O acordo, oficialmente não confirmado mas que fontes próximas das duas autarquias dão como certo, fará com que a emblemática quinta de Villar d’ Allen (imóvel de interesse público e uma rara sobrevivente das quintas de recreio que nos séc. XVIII e XIX), bem como os terrenos gondomarenses necessários ao alargamento, jun-

to ao IC 29, do Parque Oriental do Porto passem a pertencer a Campanhã. Campanhã tem um papel de força neste caso, desde logo porque o presidente da respectiva Junta, Fernando Amaral, por diversas vezes disse que Gondomar tem estado a usurpar território da sua freguesia, licenciando até projectos de construção, uma referência às urbanizações autorizadas pela autarquia de Valbom em parte dos terrenos da quinta de Villar d’ Allen. Aliás, a Assembleia de Freguesia de Campanhã já aprovou os novos limites propostos pela Câmara Municipal do Porto, consumação que corrobora a aceitação dessas alterações pela congénere de Gondomar. Oficialmente, o vice-presidente da Câmara de Gondomar disse, na última Assembleia Municipal, que apenas existe “um princípio de trabalho que foi feito entre as câmaras de Gondomar e do Porto”, que está a “ser analisado pelos técnicos” das duas autarquias. José Luís Oliveira acrescenta que, “quando houver uma proposta concreta, será levada à Assembleia para aprovação”. E reafirma que, “para já, não há nenhum acordo, nem nenhuma proposta”. O presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto diz-se “surpreendido” com as notícias de que “haveriam negociações em curso e, inclusive, já há um acordo de entendimento entre as câmaras de Gondomar e do Porto”.

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A passar para Gondomar

PARANHOS

A passar para o Porto Limites actuais da CAOP

área em destaque

CONCELHO DE GONDOMAR RIO TINTO

VCI

CAMPANHÃ área em destaque

2 Estádio do Dragão

3

CONCELHO DO PORTO

FÂNZERES

4 3

A4

9/

IC2

S. COSME 6

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VALBOM área em destaque

RIO DOURO 7 Ponte do Freixo

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Quinta de Villar d’Allen


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Universidade Sénior de Gondomar. Já são conhecidos os horários da Universidade Sénior de Gondomar (USG), para o ano lectivo 2012/2013. A USG é um projecto de ensino informal que visa dar uma resposta social e cultural, procurando dinamizar e organizar regularmente actividades culturais, recreativas e de convívio para pessoas com idade igual ou superior a 50 anos. Actualmente, a USG conta com cerca de 315 alunos e 52 disciplinas.

Quinta de Villar d’Allen Área total a transferir para Gondomar

Área total a transferir para o Porto

137 909

213 096

Por parcela:

Por parcela:

metros quadrados

metros quadrados

3 136 451 m2

1 25 388 m2

8 1458 m2

2 90 966 m2 4 38 733 m2 5 6542 m2 6 4308 m2 7 1142 m2 9 46 017 m2

“Lamento que tal tenha acontecido até porque, de acordo com a legislação, processos de delimitação administrativa têm obrigatoriamente que ter um parecer da Junta de Freguesia e da Assembleia de Freguesia”, afirma Marco Martins, acrescentando que não lhe parece “correcta a postura da Câmara de Gondomar, não se percebendo qual é o interesse de não envolver os parceiros (juntas de Rio Tinto e Valbom) no assunto”. Fora da realidade Marco Martins realça que “ao nível das freguesias, entre Rio Tinto e Campanhã, sempre houve o melhor entendimento, sendo de reconhecimento recíproco que há uma situação nas Areias que tem que ser clarificado, porque a CAOP (Carta Administrativa Oficial de Portugal) não retrata a realidade”. O presidente da Junta de Rio Tinto confirma que o mapa

aprovado por Campanhã resolve e clarifica a situação das Areias, mas alerta que “cria um novo problema na zona de Rebordãos”. “Sempre defendi, e defenderei, que alterações a efectuar nos limites administrativos, seja para correcção da CAOP ou por outro motivo (por exemplo, novas vias ou elementos estruturais), deve minimizar ao máximo os impactos junto da população, obrigando o menor número possível de cidadãos e imóveis a transferir de freguesia, por forma a evitar incómodos burocráticos e custos administrativos com a alteração de documentos dos imóveis, dos bens sujeitos a registo e dos documentos pessoais”, conclui Marco Martins. Apesar dos nossos contactos, as juntas de freguesia de Valbom e Campanhã, bem como a Câmara Municipal do Porto, não responderam em tempo útil.

CDU PEDE ESCLARECIMENTOS “A Manhã” sabe que, na segunda-feira, o Grupo Municipal da CDU requereu ao presidente da Assembleia Municipal que a Câmara informe, por escrito e com carácter de urgência, “que motivos emergentes estão na base da negociação com a Câmara Municipal do Porto para a definição de novos limites territoriais dos dois concelhos; que áreas territoriais serão cedidas e recebidas do município do Porto; qual a localização dessas áreas territoriais (em planta topográfica com uma escala que permita uma leitura adequada); se a definição dos novos limites territoriais ficar-se-á apenas pela Carta Administrativa Oficial de Portugal ou será submetida à aprovação da Assembleia da República.”

A actual Quinta de Villar d’Allen resultou da junção de algumas velhas quintas: a da Arcaria ou de Campanhã de Baixo, que pertencera aos Ferreira Nobre, detentores do cargo hereditário de Guarda-Mór da Relação, e a estes comprada por Manuel Simões, um industrial de atanados natural de Viseu – e a de Fonte Pedrinha, que pertencera aos Noronha e Távora, senhores do vizinho palácio do Freixo. Ambas foram compradas em 1839 por João Allen, negociante inglês, trisavô dos actuais proprietários.

Em 1869, Alfredo Amsinck Allen, filho de João Allen, juntou-lhes duas outras quintas contíguas. Enólogo por formação, agricultor e jardineiro por paixão, além de introduzir no país numerosas plantas exóticas, dedicou-se entusiasticamente à colecção de camélias. Aqui e ali, os imponentes fogaréus, os belos “cabazes de fruta” e outros trabalhos feitos em granito por Nicolau Nasoni, adquiridos, supõe-se, quando a abertura da estrada para Entre-os-Rios destruiu boa parte dos jardins do vizinho Palácio do Freixo.


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g: Sociedade | Casos

Autarquias más pagadoras aumentou em 510 dias. Esta autarquia aprovou, entretanto, uma candidatura de 100,5 milhões de euros ao programa do Governo para pagamento de dívidas e ainda pretende pedir à banca mais 39 milhões. Em segundo lugar, na lista de piores pagadoras está Porto Santo (com 864 dias), seguindo-se Nazaré (738), Paços de Ferreira (682), Celorico da Beira (667), Castanheira de Pera (622) e Mirandela (575). Lisboa tem um prazo de pagamento de 132 dias, enquanto o Porto não surge na lista, também por demorar menos de 90 dias.

A Câmara Municipal de Portimão é a pior pagadora do país, demorando, em média, cerca de três anos e cinco meses a pagar aos fornecedores. Segundo dados revelados pela Direcção-Geral das Autarquias Locais, recentemente divulgados, metade (150) das autarquias portuguesas (308) levam mais de 90 dias para saldas dívidas. Gondomar não conta da listagem, e demora, em média, 50 dias a pagar aos fornecedores. No final do segundo trimestre, o prazo médio de pagamento da Câmara de Portimão era de 1243 dias. No período de um ano, o prazo

BREVE Festa angolana no Multiusos. Cerca de duas mil pessoas da comunidade angolana e amigos de Angola, residentes no centro e norte de Portugal, participaram no fim-de-semana, no Pavilhão Multiusos, num mega encontro para comemorar as

recentes eleições gerais realizadas a 31 de Agosto. O evento, organizado pelo Consulado Geral de Angola no Porto, consistiu no visionamento em diferido do acto de investidura de José Eduardo dos Santos.

Tentou assaltar café com pistola de plástico Indivíduo condenado por tráfico de droga acabou por ser detido pela Polícia nas imediações do estabelecimento, em Rio Tinto •• PAULO F. SILVA

Um homem com cerca de 30 anos tentou assaltar, no final da semana passada, em Rio Tinto, um café, utilizando uma pistola de plástico. Ainda repetiu o clássico “isto é um assalto!”, mas a proprietária é que não esteve pelos ajustes: desmascarou-o e correu-o porta fora aos gritos e a pontapé. Como de costume, por volta das 12 horas, Maria de Jesus Barbosa ultimava os preparativos para o almoço no Café Seara, na Rua da Estrada Nova, em Rio Tinto. Os clientes habituais ainda não tinham começado a chegar quando um jovem, com cerca de 30 anos,

Junta de Freguesia de Rio Tinto

Terapia Ocupacional

Terapia da Fala

· · ·

· · ·

Recuperação funcional Mobilidade Integração sensorial e motora

Acompanhamento Psicológico · · · · ·

Estimulação Global Intervenção Precoce Orientação Vocacional Testes psicotécnicos para condutores Avaliação para entrada escolar antecipada

Intervenção em dificuldades de comunicação, gaguez, linguagem, fala e voz Estimulação sensorial e motora Intervenção terapêutica motora oral e facial

CONCESSÃO DE ESPAÇOS PARA COMÉRCIO DE CERA E FLORES CEMITÉRIO Nº. 1:

3 espaços CEMITÉRIO Nº. 2:

Apoio a crianças com NEE · · · ·

Dificuldades de aprendizagem Sobredotação Dislexia Acompanhamento de Pais e Professores

Praça Manuel Guedes, 240 R/C – Gondomar Tel. 22 463 57 32 – email: cliduca.gondomar@sapo.pt Largo do Centenário, 28 R/C – Valongo Tel. 22 422 11 83 – email: cliduca.valongo@sapo.pt

1 espaço Hasta pública: dia 16/10 (3.ª feira) às 21.30 horas Inscrições: até dia 15 de Outubro às 17 horas Mais informações em: www.jf-riotinto.pt ou tel. 224890287

pediu para registar o Totoloto, depois de ter bebido uma cerveja na esplanada. Quando a proprietária se aproximou da caixa registadora, o indivíduo apontou-lhe uma pistola e disse: “Isto é um assalto!”. “Olhei para a pistola e agarrei-lhe as mãos, e foi aí que me apercebi que a pistola era de plástico”, explicou, ao “A Manhã”, Maria de Jesus. “Não me calei mais, mas o meu marido estava na esplanada e a minha filha na cozinha, por isso mal se aperceberam”. A proprietária rodeou, então, o balcão e dirigiu-se ao homem aos gritos e a pontapé. O assaltante, por seu turno, ameaçava disparar, mas, em simultâneo, procurava esconder

a arma nas costas e recuava. “Se ele quisesse ou fosse mesmo disparar não anunciava, pois não?, disparava e pronto, não era?”. A senhora conseguiu colocar o indivíduo na rua, fechou a porta do estabelecimento e chamou a Polícia. Nessa altura, o marido, António Fonseca, correu pelas ruas fora tentando, em vão, alcançar o rapaz. Com a chegada da Polícia, os agentes acabaram por deter o assaltante perto da antiga fábrica da Silva & Sistelo – um toxicodependente condenado e com pena suspensa por tráfico de droga, originário de S. Pedro da Cova. A “arma” tinha sido largada numa zona de silvas.

Roubo de bicicletas rendeu 20 mil euros

Detido suspeito de assaltos a gasolineiras

Uma loja em Gondomar foi assaltada, no sábado passado, por três indivíduos, que levaram cinco bicicletas, roupas e acessórios num valor total de cerca de 20 mil euros, disse fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP). Quando a responsável da loja estava a abrir o estabelecimento, por volta das 8.45 horas, foi abordada por três indivíduos, aparentemente de nacionalidade estrangeira, um deles encapuzado, que lhe ataram as mãos e a colocaram dentro de um armário, explicou a mesma fonte. De acordo com a PSP, não foi utilizada nenhuma arma e a responsável da loja não foi ferida.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, na terça-feira, a detenção de um homem suspeito de ter assaltado à mão armada mais de uma dezena de postos de abastecimento de combustíveis e outros estabelecimentos comerciais no distrito do Porto. Em comunicado, a PJ refere ter recolhido “fortes indícios” de que o detido, de 30 anos, cometeu “pelo menos 13 roubos em postos de abastecimento de combustíveis e outros estabelecimentos comerciais, designadamente em cafés, confeitarias e lojas de vestuário, situados no Porto, Valongo, Gondomar, Matosinhos e Paredes”, desde meados de Setembro.


Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

Acórdão do Tribunal Constitucional. O acórdão do Tribunal Constitucional que rejeita o pedido de realização de um referendo na freguesia de Melres a propósito da reorganização administrativa territorial autárquica foi publicado no Diário da República de ontem.

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Sociedade :g J. PAULO COUTINHO

FUNCIONÁRIOS NO PRIVADO

Câmara admite rever transferências no âmbito dos protocolos com as juntas de freguesia

Funcionários vão ser convidados a integrar consórcio privado

Recolha de lixo vai custar 300 mil euros por mês •• PAULO ALMEIDA

O Executivo municipal aprovou a minuta do contrato de prestação de serviços para recolha de resíduos sólidos e higiene urbana do concelho. A Câmara vai passar a pagar, mensalmente, 298.139,10 euros ao consórcio Rede Ambiente Egeo, para recolha do lixo em todas as freguesias de Gondomar. A minuta do contrato, que foi aprovada na última reunião de Câmara, no dia 4, estabelece um vínculo com a empresa durante uma década, pelo valor de 35 776 692 euros. O consórcio que venceu o concurso público internacional assume ainda o compromisso de pagar a verba de 781 067,19 euros, pela retoma das viaturas de recolha de lixo municipais, comprometendo-se a adquirir veículos e equipamentos “novos e a estrear”. José Luís Oliveira esclareceu que não estão previstos aumentos de taxas pela recolha do lixo

e que os valores que eventualmente a Lipor venha a devolver pelos resíduos diferenciados são atribuíveis à Câmara. “Nós contratámos o serviço ao consórcio por aquele valor mensal e eles só têm aquela receita, não vão beneficiar de taxas adicionais ou aumentos de taxas”, adiantou o vice-presidente da autarquia. Admitiu, no entanto, que as transferências para as juntas de freguesia, no âmbito dos protocolos de limpeza urbana, que totalizam até ao momento cerca 1,2 milhões de euros, poderão sofrer alterações. “Essa questão ainda vai ser estudada, quando começarmos a elaborar o orçamento para 2013. Para já, tudo o que estiver protocolado com a câmara vai ser cumprido”, adiantou José Luís Oliveira. Prudência O PS votou contra a minuta do contrato. “Não é prudente, em período de crise nacional e a um ano de eleições autárquicas, celebrar um contrato por dez anos, que significa uma

despesa anual de 3,5 milhões de euros”, disse o vereador em regime de substituição Luís Filipe Araújo. O autarca e líder do PS local criticou a maioria “Gondomar no Coração” por não se conhecerem estudos de viabilidade económica que sustentem a decisão do Executivo e pela forma como foi apresentada a proposta. “A minuta do contrato foi-nos entregue na reunião de Câmara pública (dia 20 de Setembro), sem sequer estar na agenda. Pedimos para adiar esse ponto e os estudos de viabilidade económica, que não nos foram entregues”, adiantou. O vice-presidente da Câmara contesta esta visão, explicando que o serviço foi avaliado como uma despesa de 49 milhões, em dez anos, e, a partir desse valor de referência, realizou-se o concurso público, que levou à atribuição da proposta mais baixa, de 35 milhões. A CDU foi a primeira força política a reagir, ainda antes da reunião de Câmara, emitin-

do um comunicado criticando a deliberada degradação do serviço municipal de recolha de lixo, comparando a decisão do Executivo com a concessão a privados das Águas de Gondomar, que resultou “num aumento brutal dos tarifários”. Depois de assinado, o contrato seguirá para o Tribunal de Contas e só depois de visado, e passados 30 dias, será aplicado. Todos os valores indicados são apresentados sem IVA.

O contrato de concessão de recolha de resíduos sólidos e higiene urbana é omisso quanto à situação dos funcionários da Câmara que actualmente realizam o serviço, embora seja um dos requisitos do concurso público. João Avelino, da direcção do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), evidenciou a sua preocupação, “até pela experiência que temos das Águas de Gondomar”. O sindicalista explicou que os 189 trabalhadores que estão afectos a esse serviço podem ser integrados na empresa privada ou “passar à mobilidade especial, que é um caminho para o despedimento”. O dirigente do STAL referiu também que desconhece o que irá acontecer aos funcionários que estão mobilizados para a limpeza urbana nas juntas de freguesia. “A população será claramente prejudicada porque as taxas vão disparar”, salientou, revelando que o STAL vai estar presente quando a autarquia informar os funcionários sobre o contrato de recolha de resíduos. Sobre os funcionários camarários, José Luís Oliveira afirma que só transitam para o consórcio “os que quiserem, os que não quiserem ir ficam cá”. O autarca defendeu a privatização de serviços públicos, como a recolha de lixo, justificando que o serviço se torna mais barato.

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A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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ENTREVISTA • Nuno Coelho Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte

CARTÃO DE CIDADÃO “Adoro aquilo que faço” diznos Nuno Coelho, 38 anos. E já fez muita coisa, foi motorista de táxi nocturno em Gondomar, estudou arquitectura no Porto, onde viveu, e até chegou a ser escolhido para entrar na Polícia Judiciária, opção que pôs de lado, para se debruçar sobre o estirador. “Nasci 15 dias antes do 25 de Abril: digo a brincar às pessoas que quando nasci vinha a berrar para que se fizesse o 25 de Abril”, avança o autarca para explicar o seu interesse pela causa pública. Depois de liderar a Juventude Socialista, concorreu à Junta de Baguim do Monte, que lidera desde 2005.

“Nunca irei ficar satisfeito sem um centro de saúde” Eleito a primeira vez para a Junta de Baguim do Monte, em 2005, o socialista Nuno Coelho cumpre agora o segundo mandato. Está preparado para uma terceira candidatura – “se as pessoas quiserem” – mas admite não saber o que vai acontecer à freguesia. A sua grande mágoa, afirma, é não ver a construção do centro de saúde.

•• PAULO ALMEIDA [Texto] •• J. PAULO COUTINHO [Fotos]

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que mudou com a sua chegada à presidência da Junta de Baguim do Monte, em 2005? Faço questão sempre de dizer que não sou só eu, é um trabalho de equipa que não se esgota no Executivo, é um trabalho de equipa que está na Assembleia e também do próprio partido que suporta esta candidatura. O que mudou então com a chegada da sua equipa?

A maior conquista desde que entrámos cá foi a abertura da Junta à população e a proximidade que tem para com a comunidade. Posso lhe dizer que sou presidente de Junta a tempo inteiro, para as pessoas. Não tenho um dia determinado, embora no organigrama faça isso à quarta-feira, para falar com as pessoas, mas estou sempre disponível. Quando cá cheguei, o ambiente não era fácil, as pessoas não se falavam. Apesar de trabalharem em “open space”, havia pouco diálogo entre os funcionários, como também havia pouco diálogo entre os autarcas e os funcionários.

Promoveu abertura e proximidade... Sim. Quando cá cheguei, fui visitar os armazéns da Junta e, quando entrei na sala do pessoal, encontrei aquilo em condições tão degradantes que nem nas obras via tal coisa. Estava habituado a visitar obras de construção civil e, embora tenha visto muita coisa, não me lembro de condições tão degradantes como aquelas que encontrei nos armazéns da Junta. Tratámos logo de melhorar as condições dos funcionários. Qual é o orçamento anual da freguesia? Anda à volta de 450, 460 mil euros. As transferências da

Câmara são de 100 mil euros. Nós fazemos limpeza urbana diária, desobstrução das sarjetas e das redes de águas pluviais, somos nós que colocamos as sarjetas, agora que tem surgido a moda dos roubos das sarjetas, fazemos obras em passeios, nos espaços ajardinados, colocamos herbicida. As transferências não chegam para isto tudo, mas tenho muito orgulho em dizer que não devemos nada a ninguém, fazemos pagamentos de 15 em 15 dias, não devemos um cêntimo a ninguém, comprámos máquinas e pagámos a pronto. Nós não fazemos grandes festas, mas cumprimos tudo aquilo que fazemos na íntegra e pagamos.


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Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

O “Semanário A Manhã” inicia esta semana a publicação de uma série de entrevistas com os presidentes das 12 juntas de freguesia do concelho. Por ordem alfabética, de Baguim do Monte a Valbom, os vários autarcas vão expor-nos, tanto quanto possível, a “sua” freguesia, os projectos realizados e os planos para o futuro.

O orçamento não se esgota nas transferências da Câmara? Temos também transferências do Fundo de Financiamento das Freguesias (cerca de 114 mil euros), que por si só não nos consegue dar uma sustentabilidade para fazermos face àquilo que são as nossas preocupações e o nosso trabalho feito no dia-a-dia. Temos duas grandes transferências: a transferência feita a nível governamental, em que por essa verba, por exemplo, só devíamos ter dois funcionários na secretaria, um ou dois na rua; depois temos um protocolo com a Câmara, que nos transfere os tais 100 mil euros, que nos permitiu contratar mais gente e dar sequência às valências obrigatórias da Junta e têm que dar resposta ao protocolo com a Câmara. E depois há um equipamento onde nós vamos buscar muito dinheiro, infelizmente, tenho que o dizer é a nossa fonte de rendimento, que é o cemitério. Defende mais transferências das competências da Administração Central ou Local para as freguesias? Sim, mas com as devidas transferências de receitas. Dou-lhe um exemplo, que até gera alguma polémica: ninguém em Gondomar cobra uma rampa, uma rampa de uma entrada, de uma garagem. A lei diz que as rampas na via pública devem ser taxadas, devem ser cobradas. A Câmara não tem capacidade de fazer isso, ou não faz isso, mas podia delegar nas juntas de freguesia. É uma fonte de receita, uma receita pequena, mas é uma fonte de receita. Outra situação: nós, em Gondomar, não temos praticamente aquilo que vemos noutras cidades, postos de venda de revistas e jornais, os quiosques, e temos zonas que potencialmente são boas para ter um ou outro quiosque, e os quiosques podiam ser geridos por uma junta de freguesia; era outra fonte de receita.

clamar já passou. Lá está, essa competência, a notificação, podia passar para as juntas de freguesia, ou a própria limpeza. A Junta de Baguim do Monte foi a primeira no concelho a fazer limpeza em terrenos particulares e isso é uma fonte de receita.

Ainda não fechou o nosso ciclo, ainda temos projectos para concretizar”

Aquela zona é do concelho de Gondomar, a Câmara não faz nada e Valongo vai tendo ali receitas próprias” São competências da Administração Local. Não estou a falar de receitas retiradas da Câmara, estou a dizer que elas existem mas não são cobradas porque a Câmara não as consegue cobrar. Outro exemplo, a notificação dos proprietários que não limpam os terrenos: muitas vezes

os vizinhos reclamam na Câmara a limpeza de terrenos, a Câmara ou a Protecção Civil não sabe quem são e pedem à Junta que os ajude; a Junta vai ao terreno consegue identificar o proprietário e depois informa a Câmara. Entretanto, já passou um mês ou dois e a situação que levou as pessoas a re-

É candidato às próximas eleições autárquicas, em 2013? Se as pessoas quiserem sou candidato. Candidato em Baguim. Mas também não sei como é que isto vai ficar, se vão acabar as freguesias todas, se vai continuar a freguesia de Baguim do Monte. Está aqui uma confusão tão grande. O Documento Verde (2011) dizia que Baguim era intocável, agora a nova lei quer integrar Baguim em Rio Tinto, que já tem mais 50 mil habitantes, portanto, contrariava os critérios da lei… Não sei se Baguim continuará. Mas acho que ainda não fechou o nosso ciclo, ainda temos projectos para concretizar, infelizmente fomos assolados por esta crise. O que é falta fazer em Baguim? O maior compromisso que eu tive com os baguinenses – e fico muito triste com este Governo, é uma mágoa que tenho e que transmito – é o centro de saúde. A maior luta que encetei, desde 2005, foi concretizar a construção efectiva do centro de saúde na freguesia de Baguim do Monte. Temos uma unidade de saúde familiar na Venda Nova, que é um óptimo centro, ou dispensário, como as pessoas daqui o conhecem, era um antigo dispensário, que está alocado à freguesia de Baguim, mas está fora da freguesia; todos os serviços administrativos e de atendimento iriam passar para o novo edifício, aqui em Baguim, onde há terreno, onde há projecto e onde havia dinheiro para construir. O processo está parado? Numa primeira fase, a Câmara ia começar a construir

e, obviamente, o Governo vai transferindo depois as verbas correspondentes, que é aquilo que normalmente é feito. À Câmara competia ceder o terreno e iniciar a construção. Foi uma das maiores ilusões que foram vendidas aos baguinenses nos últimos anos, principalmente nos últimos oito anos, antecedendo a minha vinda. Foi dito que a Junta e a Câmara estavam a tratar de trazer para cá o centro de saúde… Nunca mexeram uma palha! Na Junta não havia qualquer processo relativamente ao centro de saúde, nem uma folha sequer, havia conversas só, e foi uma grande ilusão que se vendeu aos baguinenses; diziam que ia haver um centro de saúde, mas não se sabia quando, nem onde, nem como. Foi uma grande luta que tive e digo-vos que, enquanto baguinense e enquanto autarca, nunca irei ficar satisfeito enquanto não houver aqui um centro de saúde, principalmente quando há um terreno e já há um projecto. Mas agora o Governo resolveu congelar as obras e estamos assim. O que pensa da actual zona industrial, junto ao concelho de Valongo? Está muito desorganizada, inclusive existem áreas que foram apropriadas deliberadamente pelo município de Valongo. Há uma coisa que acho absurdo: Valongo conseguiu escriturar aquelas indústrias novas, que pagam contribuição em Valongo. Apesar de nós dizermos e reclamarmos que aquilo é Baguim do Monte e que aquela zona é do concelho de Gondomar, a Câmara não faz nada e Valongo vai tendo ali receitas próprias. Temos escrituras antigas, algumas seculares, que nos dizem que aquilo sempre foi Rio Tinto e, consequentemente, Baguim do Monte, a Câmara nada faz e estamos a perder território. A Câmara de Gondomar não é ágil e não é hábil o suficiente para reclamar aquilo que realmente é seu.


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A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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OPINIÃO Rio Fernandes

Crise e política, ou a crise da política RIO FERNANDES Geógrafo / Professor Universitário

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um tempo em que a crise económica se acentua no país, vale a pena falar de política. Mas esqueçam a politiquice. Esqueçam as lutas partidárias do tipo FCPorto v SLBenfica e os rebanhos dos que de mão no ar e de cabeça vazia votam sempre de acordo com o que o chefe manda. Interessa-nos mais, em Gondomar e em Portugal, a politikis, palavra que na sua origem grega está associada à polis, ou seja, à cidade e à cidadania. O seu oposto – idiotis – servia para designar os que procuravam o isolamento, afastando-se da preocupação pelos interesses coletivos. Talvez por isso foi muito bom ver a 15 de Setembro tantas e tantas pessoas preocupadas com a polis e aborrecidas com os que, dizendo-se políticos, são de facto idiotas. Porque, mesmo que tenham largas maiorias eleitorais de apoio, estão isolados, afastados que estão dos valores e da ética da polis. Ao lado dos idiotas, vemos, no governo que temos em Portugal, assim como em vários outros casos a nível regional e local, entre os políticos (os que devem servir a polis), um conjunto alargado de (chico-)espertos, uns mais inteligentes e sofisticados que outros, uns mais populistas que outros, a aproveitarem-se do poder para fazerem negócios os mais va-

riados, desde submarinos a privatizações, passando pelo aproveitamento de bancos de amigos e off-shores, ou acesso a informação privilegiada de compra, venda e urbanização de terrenos. Um terceiro grupo, é composto pelos que têm uma ideologia, os que acreditam num determinado modelo de sociedade, podendo este ser visto como mais igual e justo (mais à esquerda) que no seu extremo aniquila a capacidade criativa, ou como mais capaz de promover a liberdade individual e melhor promover a criação de riqueza (à direita), podendo no seu extremo chegar a proporse o aumento da diferença entre quem trabalha e os empresários e acionistas de

grandes empresas. Lamentavelmente este último grupo tem vindo a constituir a minoria. Talvez por se perder o debate político, hoje se fale apenas de défice e de emprego e desemprego, como se isso fosse assunto apenas de economistas, se discuta tanto a competência (sobretudo a incompetência!) deste e daquele e muitos votem (na AR, nas AM ou nas eleições) olhando apenas para a cor e para a cara do chefe. Talvez por isso a política esteja tomada por muitos cujo seu maior interesse é fazer à custa da política uns negócios, ou colocar uns familiares e amigos nuns lugares pagos, porventura fazer uns fretes a outros co-

locados nas empresas, ou na melhor da hipóteses pensar apenas na forma de ser popular e ganhar eleições… Talvez que, a exemplo do que ocorre nos países que consideramos mais desenvolvidos, as pessoas sejam escolhidas dentro dos partidos pelas suas capacidades e valores e não tanto pelo número de votos que são capazes de arrebanhar ou pelos fretes que fizeram ou vão fazer a este e aquele, isolando-se num pedestal (idiotis); talvez que, fora dos partidos, as pessoas ganhem vergonha de dizer que não sabem nem querem saber de política e apenas pensam neles e no seu clube de futebol (idiotis). Se as pessoas se preocuparem mais com a polis e os partidos forem capazes de escolher os seus candidatos apenas pelo seu mérito e pelas ideias e valores que defendem, Portugal seria um país melhor. As eleições autárquicas serão o primeiro sinal de que as coisas estão a mudar. Se assim for (e eu acredito – ou quero acreditar? – que será assim, que se acautelem os que prometem muitas pontes no Rio Douro, os que acreditam que basta comprar e submeter a comunicação social, ou os que se habituaram a ganhar em troca duns chafarizes feitos umas semanas antes das eleições, de prendas nos bairros e de pagar (com o dinheiro dos nossos impostos) passeios de autocarro!


Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

POIS FOI! O OUTRO SÍMBOLO ESTÁ INVERTIDO... E NÃO SE ENDIREITA!

EDITORIAL

Que papel para Gondomar? Há duas expressões disseminadas ao longo do tempo e por todos nós – o “país de costumes brandos e hábitos morigerados” e a “política do pão e circo” – que importa reter nos tempos mais próximos.

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“Somos um país de costumes brandos e hábitos morigerados”. A frase foi-nos repetida até à exaustão e muitos de nós desconhecem, inclusive, a sua autoria: António de Oliveira Salazar. Faz sentido recuperar o dito à luz do que está a acontecer no país, cada vez mais intensamente. Matamos a mulher adúltera, montamos ardis violentos e sangrentos como ninguém, espezinhamos os que têm uma opção sexual diferente, pegamos touros, perdemos a lisura até por causa de uma fronteira de terrenos, somos mesquinhos, rasteiros, reles e capazes de atrocidades, nem que seja por um punhado de euros. Ao mesmo tempo, ganhamos metade do que o vizinho do lado, nem que para isso tenhamos de trabalhar o dobro. E ainda expomos a fraqueza humana, num gesto que ora é de “submissão”, ora de “humildade”. Lola Geraldes Xavier, da Escola Superior de Educação de Coimbra, explica muitíssimo bem os “desassossegos e os desafios de Portugal a partir de pensadores da cultura portuguesa”, citando Alexandre Herculano, Alexandre O’Neill, Almada Negreiros, Almeida Garrett, Baptista-Bastos, Boaventura de Sousa Santos, Eça de Queirós, Eduardo Lourenço, Jorge de Sena, José Carlos Ary dos Santos, Miguel Torga, Ruy Belo, Sérgio Godinho, Teixeira de Pascoaes e Vergílio Ferreira.

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A “política do pão e circo”. Sobre esta expressão, provavelmente por ser quase ancestral, há menor ampli-

tude, embora todos a saibamos situar, pelo menos no tempo: Juvenal, 100 anos d.C., criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha interesse em assuntos políticos e apenas se preocupava com o alimento e o divertimento. Nessa altura, Roma, a capital, era o centro do Mundo cosmopolita. E essa modernidade atraiu gentes de todo o lado, pessoas que viviam sem condições ou rendimentos. Para evitar as tensões sociais que, necessariamente, grassavam, os sucessivos imperadores criaram eventos que, em simultâneo, incluíam a distribuição de cereais (mensalmente, no pórtico de Minucius) e entretiam o povo (com gladiadores na arena em luta com animais ferozes, corridas de brigas e artistas de mil e uma artes) dos reais problemas – pelo que toda a gente sabe por que motivo existe, em cada grande cidade, um “Coliseu”.

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Ora, os tempos que correm voltam a ser de extrema exigência. A nível nacional, excluindo os seus progenitores, não se reconhecem públicas vozes de apoio ao reconhecidamente “brutal” aumento de impostos anunciado pelo Governo, à excepção (eventual) dos que lhe apõem a assinatura. Não há, portanto, que recear das palavras. O “bidão de gasolina” de que fala Manuel Pinto Teixeira, na crónica da última página desta edição do “A Manhã”, é de dificílimo (impossível?) controlo. Os hábitos morigerados poderão ser mandados às malvas num estalar de dedos e nem com pão e circo a chamada normalidade deverá ser mantida. E se assim acontecer, cabe questionar, neste espaço, qual o papel e o que pode fazer Gondomar? Aparentemente, nada.

LEITORES Neste espaço de Opinião, há também lugar às cartas dos leitores. Ficamos, pois, a aguardar que nos envie o seu texto de opinião para ir.cooperativa@gmail.com com indicação “Carta do Leitor”. Os textos não podem exceder os 1000 caracteres e são da total responsabilidade dos seus autores. Apenas se aceitam textos acompanhados da respectiva identificação do seu autor: nome, morada, cópia de documento de identificação e contacto telefónico. “A Manhã” reserva-se ao direito de não publicar os textos na íntegra.

CENÁRIO DEPLORÁVEL. Imagino que os vendedores ambulantes tenham que estar licenciados pela Câmara Municipal para poderem exercer a venda dos seus produtos nas ruas, durante os dias em que decorrem as festas do concelho. Imagino que os requisitos exigidos para a obtenção dessa licença sejam muito simplesmente alguns euros (não discutindo aqui a importância desse montante). Percebo que assim seja. Até percebo que a Câmara não se importe com o que ali vá ser vendido. Mas não consigo perceber como

é que a autarquia permite que esses mesmos vendedores – com licença, logo identificáveis – deixem as ruas no lastimoso estado em que se encontravam na passada terçafeira. Será assim tão difícil obrigar os vendedores a deixarem o espaço, que usaram para benefício próprio, no mesmo estado em que o encontraram, sob o risco de, se não o fizerem, recair sobre eles uma pesada coima? Já sei que, nos tempos que correm, é bom que haja muito trabalho para todos, mesmo para os funcionários de limpeza urbana da Câmara ou da Junta de Freguesia. Mas, convenhamos, um pouco de civismo não faz mal a ninguém. E recomenda-se.

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António Martins [S. Cosme]

#05 © ONOFRE VARELA

SOU A ALENTEJANA LUÍSA TRINDADE, QUE PROTESTOU NOS DISCURSOS OFICIAIS...

FUI O ÚNICO E VERDADEIRO SÍMBOLO REPUBLICANO NESTE 5 DE OUTUBRO!


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A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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DESPORTOS Karaté | Futebol | Modalidades

É vice-campeã e a mais nova sensei de Portugal •• ORLANDO CASTRO

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hama-se Joana Amaral, tem 19 anos e começou a praticar karaté (estilo Shukokai) aos cinco. Foi duas vezes vice-campeã nacional, a primeira aos 16 anos. É 1.º Dan, dá aulas na Casa do F. C. Porto de Rio Tinto, tem o curso de treinador e de árbitro, e é uma das três únicas mulheres que a nível nacional dão aulas de Shukokai. Além disso, considerando todos os estilos, é a mais nova sensei de Portugal. Estuda desporto no ISMAI e vibra quando o assunto é o Shukokai, até porque, diz, gostava de ver o karaté “ser uma modalidade olímpica, se possível já em 2014, no Brasil”. Apesar de ter praticado outros desportos, casos da natação e do basquetebol, considera que “o Shukokai faz parte da sua vida e assim vai continuar”, razão pela qual “dá aulas e aposta forte na sua divulgação”. Acredita, aliás, que o karaté de uma forma geral e o Shukokai em particular, tem “um grande futuro mesmo a nível das competições internacionais”. Joana Amaral participa habitualmente nos campeonatos europeus e mundiais, embora dê prioridade aos estudos. Foi por isso que não esteve este ano nos Estados Unidos onde decorreu a prova mundial. “Como em tudo na vida, é preciso estabelecer prioridades. E como estava em causa a entrada para a universidade tive de fazer essa opção”, conta Joana Amaral garantindo, contudo, “que voltou a entrar em ve-

SHUKOKAI: “UMA VIA PARA TODOS” Para se chegar às origens do Karaté Shukokai deve-se recuar 60 anos, e chegar à cidade de Kobe, Japão. Foi fundado em 1952 pelo mestre Chojiro Tani, discípulo de Kenwa Mabuni no estilo por este fundado, o Shito-Ryu. Depois fundou a sua própria escola, o Shukokai, que significa “uma via para todos”. Em 1963, a Inglaterra foi a porta de entrada deste estilo na Europa.

Com técnicas e movimentos muito idênticos ao karaté tradicional, onde se destaca a sua rapidez, o Shukokai tem como objectivo a aplicação das técnicas com a máxima eficácia. Dos seus alunos, cedo se notabilizou o sensei Shigeru Kimura, que se radicou no ocidente (New Jersey – EUA) donde, ocupando o cargo de instrutor chefe mundial do Kimura Shukokai Internacional

(KSI), desenvolveu e divulgou a técnica do Shukokai. O Shukokai em Portugal está representada pela Associação Portuguesa de Karaté Shukokai (APKS), constituída em 1979, sob a orientação do sensei portuense Marcelo Azevedo (7.º Dan). Actualmente, cerca de 1000 karatekas praticam o estilo Shukokai em 40 dojos espalhados pelo continente e Madeira.

locidade de ponta”, razão pela qual se desobra entre Gondomar e Coimbra, seja a dar aulas ou a treinar o seu Shukokai. E tudo leva a crer que, em 2013, Joana Amaral estará nos europeus da Finlândia para, como sempre acontece nas provas em que participa, lutar pelos primeiros lugares e vender caro qualquer derrota. A sua experiência como atleta de alta competição está, inclusive, a ser “muito útil para o desempenho da sua função de treinadora”. Diz que consegue “compreender as necessidades dos atletas porque também é atleta, bem como as dos treinadores porque também o é, o mesmo se passando a nível da arbitragem”. Embora existam mais homens do que mulheres a praticar karaté, Joana acredita que a situação está a alterar-se, desde logo “porque há cada vez mais raparigas a frequentar esta actividade desportiva”. Em breve haverá, conta a vice-campeã, “uma campanha de sensibilização junto das escolas para motivar futuros atletas” que certamente encontrarão no Shukokai “uma excelente forma de se realizarem no campo desportivo”. Joana Amaral recorda, por exemplo, que no primeiro ano em que participou nos campeonatos nacionais, tinha então 16 anos, foi considerada a atleta revelação. Por tudo isto acredita que o Shukokai, tal como o karaté nos seus mais diversos estilos, tem o futuro assegurado e perspectiva que o seu exemplo poderá levar a que, em breve, outros (ou outras) atletas possam guindar-se aos melhores lugares do pódio nacional e internacional.


Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

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Futebol :d

Gondomar afunda-se na tabela J. PAULO COUTINHO

O JOGO Gondomar Padroense

0 1

Mário Costa (51’)

Estádio S. Miguel (relvado) Espectadores Cerca de 200 Árbitro Daniel Cardoso Assistentes João Silva e Nelson Cardoso Gondomar S. C. César, Tiago Graça n, Joel, Marco André, Júlio César, Luís Neves n (Zé Martins, 80’), Ricardo Carvalho, Pinto, Catarino (Francis, 57’), Tiago Gil n (Denilson, 57’) e Igor. Treinador: José Alberto Padroense F. C. Marco, Dias (Paulinho, 61’), Vítor Lobo nn, Nuno Paulo (Pedro Areias, 68’), João Amaral, Mário Costa, Fabu, Miguel, Chico n, Mário Jorge e Vinicius (Manuel, 63’). Treinador: Augusto Mata Depois do golo do Padroense, o Gondomar perdeu várias bolas a meio-campo, apesar de ter beneficiado de boas oportunidades

O jogo de domingo, num estádio S. Miguel com pouco público, opunha dois adversários directos, a equipa anfitriã, o Gondomar Sport Clube, que ocupava o 14.º lugar, e o Padroense Futebol Clube, de Matosinhos, que ocupava o lugar imediatamente abaixo na tabela classificativa da II Divisão, Zona Norte. Entrou bem a equipa da casa, com um futebol rápido,

equilibrado, que conseguia levar a bola à área adversária com frequência. O problema pareceu estar na finalização já que os remates surgiam fracos ou ao lado. Embora tivesse descido menos vezes à baliza do Gondomar, a equipa visitante fê-lo quase sempre em contraataque e com muito perigo. A primeira parte foi equilibrada, com sinal positivo para o Gondomar, mesmo que o Pa-

droense tenha revelado sempre muito perigo nas transições ofensivas, criando duas situações de golo certo, salvas pelo guarda-redes da casa, César. Destaque para o avançado Igor, que falhou um golo frente ao guarda-redes adversário. Na segunda parte, o Gondomar começou bem, novamente com Igor e Júlio César a construírem uma jogada que acabou por terminar nas mãos do

guarda-redes Marco, a remate do segundo. Logo a seguir, aos 51 minutos, numa jogada rápida de contra-ataque, com a bola a circular entre Fabu e Vinicius, surge o passe da direita para a esquerda, rasgando a defesa da casa, em direcção a Mário Costa, que remata ao ângulo, sem hipótese para César. A partir do golo, o Gondomar fraquejou, com várias per-

das de bola a meio-campo, inconsequentes, apesar de tentar sempre o ataque, até com um punhado de boas oportunidades que acabaram resolvidas pelos visitantes. A equipa da casa acabou em alta, mas sem eficácia A arbitragem revelou algumas falhas, mesmo na mostragem de amarelos, mas não comprometeu o resultado. ¬ Paulo Almeida


A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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d: Futebol | Modalidades A JORNADA

Não andam bem as equipas gondomarenses. Na II Divisão Zona Norte, o Gondomar S.C. recebeu o Padroense e perdeu pela vantagem mínima, baixando um lugar, estando agora em penúltimo, na zona de despromoção. Na Zona Centro, o Sousense recebeu o Cinfães e perdeu 1-3, baixando ao 12.º lugar da tabela, baixando quatro posições. Na Divisão de Honra, da distrital do Porto, o S. Pedro

Fracos resultados, quedas na tabela

II DIVISÃO NORTE Gondomar – Padroense

II DIVISÃO CENTRO 0-1

Sousense – Cinfães

1-3

da Cova foi à Lixa perder 1-0 mantendo-se, ainda assim, na primeira metade da tabela, na 6.ª posição, apesar de ter perdido duas posições. Na mesma divisão, o S. C. Rio Tinto recupera, depois de receber o Sobrado, que bateu por 3-1, subindo cinco lugares, para 12.º. Na 1.ª Divisão, Série 2, sortes distintas para as equipas do concelho. O Ataense recebeu o Marco 09 e venceu por 2-1,

subindo seis lugares na tabela, ocupando agora a 2.ª posição. O Gens recebeu o C.A. Rio Tinto, que bateu pela vantagem mínima, subindo dois lugares na tabela, ocupando agora a 15.ª posição. O Rio Tinto é agora o lanterna vermelha, ao fim da quarta jornada, baixando duas posições. Na 2.ª Divisão, Série 1, o Melres D.C. foi a Milheirós jogar com o Inter e alcançou um empate a zero, acabando por

descer uma posição na tabela, ocupando agora o 7.º lugar. O Medense recebeu e perdeu a uma bola com o C.D. Portugal, baixando também uma posição na tabela, estando agora em 11.º. Pior ficou o Estrelas de Fânzeres, que foi a Águas Santas perder por quatro bolas sem resposta, baixando ao penúltimo lugar da tabela classificativa. O Estrelas ainda não marcou nenhum golo.

DIVISÃO HONRA AFP

I DIVISÃO SÉRIE 2 AFP

II DIVISÃO SÉRIE 1 AFP

Lixa – S. Pedro Cova Rio Tinto – Sobrado

1-0 3-1

Gens – Rio Tinto Ataense – Marco 09 CLASSIF.

CLASSIF.

J V E D M S P

CLASSIF.

J V E D M S P

CLASSIF.

J V E D M S P

1-0 2-1

J V E D M S P

1º Pedrouços

4 3 0 1 11 4 9

Inter Milheirós – Melres 0-0 Medense – C. D. Portugal 0-1 Á. Santas – Estrelas Fânzeres 4-0 CLASSIF.

J V E D M S P

1º Desp. Chaves

4 3 1 0 7 2 10

1º Coimbrões

4 3 1 0 10 6 10

1º Perafita

4 3 1 0 6 0 10

2º Ataense

4 2 2 0 6 3 8

1º Canelas 2010 3 3 0 0 8 2 9

2º Famalicão

4 2 2 0 6 4 8

2º Cinfães

4 2 2 0 8 5 8

2º Baião

4 3 1 0 5 0 10

3º Castêlo Maia

4 2 2 0 4 2 8

2º Os Lusitanos

3 2 1 0 7 1 7

3º Limianos

4 2 2 0 4 2 8

3º Sp. Espinho

4 2 2 0 2 0 8

3º Lixa

4 3 0 1 7 1 9

4º Aliança Gandra 4 2 1 1 8 4 7

3º Águas Santas

3 2 1 0 9 4 7

4º Mirandela

4 2 1 1 6 5 7

4º Anadia

4 2 1 1 3 2 7

4º Nogueirense

4 2 2 0 8 4 8

5º SC Nun´Alvares 4 2 1 1 7 8 7

4º Aldeia Nova

3 2 1 0 8 4 7

5º Varzim

4 1 3 0 3 1 6

5º Benf. C. Branco 4 1 3 0 6 5 6

5º Barrosas

4 2 1 1 8 7 7

6º Citânia Sanfins 4 2 1 1 4 1 7

5º Inter Milheirós 3 2 1 0 6 2 7

6º Tirsense

4 1 3 0 5 4 6

6º Tocha

4 1 2 1 5 3 5

6º S. Pedro Cova 4 2 0 2 5 4 6

7º Gondim-Maia

4 2 1 1 6 5 7

6º SC Campo

3 1 2 0 4 3 5

7º Vizela

4 1 3 0 3 2 6

7º Tourizense

4 1 2 1 7 6 5

7º Valonguense

4 1 3 0 2 1 6

8º Leões Seroa

4 2 0 2 10 7 6

7º Melres DC

3 1 1 1 5 2 4

8º Ribeirão

4 1 2 1 4 4 5

8º Pampilhosa

4 1 2 1 5 6 5

8º Candal

3 1 2 0 2 0 5

9º AD Marco 09

4 2 0 2 6 5 6

8º CD Portugal

3 1 1 1 7 7 4

9º Padroense

4 1 2 1 1 4 5

9º Ac. Viseu

3 1 1 1 6 3 4

9º D. Sandinenses 4 1 2 1 5 5 5

10º Amarante

4 1 1 2 5 3 4

10º Operário

3 1 1 1 4 4 4

10º Canidelo

4 1 2 1 5 5 5

11º Moc. Sangemil 4 1 3 0 5 4 6

10º At. Vilar

2 1 0 1 2 2 3

11º Vilaverdense

4 0 3 1 3 4 3

11º S. João Ver

4 1 1 2 5 5 4

11º S. Martinho

3 1 1 1 7 8 4

12º Águias de Eiriz 4 2 0 2 5 7 6

11º Medense

3 1 0 2 4 7 3

12º Infesta

4 1 0 3 3 5 3

12º Sousense

4 1 1 2 5 7 4

12º Rio Tinto

4 1 1 2 4 6 4

13º Vila Caiz

4 1 0 3 5 10 3

12º Arcozelo

2 1 0 1 7 3 3

13º Boavista

4 0 3 1 1 3 3

13º Cesarense

4 1 1 2 2 4 4

13º Perosinho

4 1 1 2 2 5 4

14º Maia Lidador

4 0 3 1 2 4 3

13º CD Torrão

3 0 1 2 3 6 1

14º Fafe

4 1 0 3 3 5 3

14º AD Nogueirense 4 1 0 3 4 8 3

14º Serzedo

4 1 0 3 3 5 3

15º Gens

4 1 0 3 3 6 3

14º M. G. Costa

3 0 1 2 3 7 1

15º Gondomar

4 0 2 2 4 6 2

15º Sp. Bustelo

4 0 2 2 0 3 2

15º Sobrado

4 1 0 3 4 8 3

16º FC Vilarinho

4 1 0 3 3 7 3

15º Ramaldense

3 0 1 2 1 9 1

16º Joane

4 0 2 2 2 6 2

16º Lusitânia

4 0 2 2 4 9 2

16º Oliv. Douro

4 1 0 3 4 9 3

17º Alfenense

4 1 0 3 1 6 3

16º Estr. Fânzeres 3 0 1 2 0 9 1

17º Alpendorada

4 0 2 2 2 6 2

18º CA Rio Tinto

4 0 1 3 2 7 1

17º Sport. S. Vitor 3 0 0 3 3 9 0

18º Ermesinde

4 0 1 3 3 8 1

Próxima jornada: 14 Outubro · 15h Mirandela – Gondomar

Próxima jornada: 14 Outubro · 16h Coimbrões – Sousense

Próxima jornada: 14 Outubro · 15h S. Pedro da Cova – Alpendorada S. Martinho – Rio Tinto SC

Selecção com boas prestações no México A selecção portuguesa de futebol de rua ultrapassou a primeira fase de grupos do Mundial só com vitórias. A equipa nacional, que marcou mais de 30 golos, sem qualquer cartão amarelo, conta com a participação do atleta de S. Pedro da Cova, Daniel “Dani” Miranda. Na terça-feira a selecção voltou a jogar, tendo derrotado a Escócia por 6-3. A equipa do Reino Unido, recordese, já foi campeã do Mundo. A equipa de Dani segue agora em primeiro lugar, com o mesmo número de pontos do

Brasil, que se perfila, tal como Portugal, como candidato ao principal troféu do Mundial. A selecção nacional de futebol de rua defrontou ontem com a Ucrânia, cujo resultado que não era conhecido até à hora do fecho desta edição. Os jogos de futebol de rua, que demoram uma média de 14 minutos e podem incluir equipas mistas, sem limites de idade, decorrem na Cidade do México e podem ser acompanhados em directo em http://www.homelessworldcup.org.

10º Folgosa da Maia 4 1 3 0 4 2 6

Próxima jornada: 14 Outubro · 15h Águias de Eiriz – Ataense AD Marco 09 – Gens CA Rio Tinto – Maia Lidador

Infante D. Henrique bicampeão de clubes O Clube Naval Infante D. Henrique sagrou-se bicampeão nacional de clubes, na semana passada, após o anúncio do cancelamento do Nacional de Sprint, que teria lugar em Caminha, a 29 de Setembro. O clube de Valbom venceu em toda a linha, alcançando o primeiro lugar no “ranking” de masculinos, femininos e no “ranking” global, ficando à frente dos clubes de Lisboa, Coimbra e Viana do Castelo. O Infante D. Henrique, de

resto, liderava as pontuações desde o início de época, revelando ter os atletas mais rápidos a nível nacional. O segundo troféu consecutivo do clube valboense surge na altura mais difícil do Remo em Portugal, após a declaração de insolvência da respectiva federação. A participação dos atletas nas competições internacionais encontra-se agora em risco, assim como o início da nova época que, segundo as novas regras da modalidade, começa em Janeiro de 2013.

9º FC São Romão 2 1 0 1 3 3 3

Próxima jornada: 14 Outubro · 15h Melres DC – GD Aldeia Nova Estrelas Fânzeres – Medense

Supertaça Cidade de Gondomar Amanhã, pelas 22 horas, tem lugar a Supertaça Cidade de Gondomar em Futsal, a disputar entre o S.C. Lomba e a Associação das Areias, no Pavilhão Desportivo de S. Pedro da Cova. No sábado, disputa-se a Supertaça na modalidade de Futebol de 11, pelas 15 horas, no Relvado de Vabom, entre os Dragões Valboenses e o Falcão Negro. Os troféus são da responsabilidade da Liga Desportiva de Gondomar, que promove campeonatos de atletas não federados.



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A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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SETE DIAS Sugestões para a semana • 11 a 17 de Outubro •••

Animação J. PAULO COUTINHO

TEATRO. Comédia “Um fantasma chamado Isabel”, de Henrique Santana, pelo Grupo de Teatro da Escola Dramática e Musical Valboense. No Auditório Municipal, às 21.30 horas.

la Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova, hoje actuam a Escola de Música Leões do Ramalho, o Orfeão de Silveirinhos e a Orquestra Ligeira de S. Pedro da Cova. Às 21.30 horas, no Centro Social Nossa Senhora das Mercês.

•••

EXPOSIÇÃO. “Caderno de viagens”, desenhos de Júlio Resende. Até dia 14, no Lugar do Desenho. •••

Decorre até domingo o clima de festividade em honra de Nossa Senhora do Rosário, tradição também conhecida popularmente como a Festa das Nozes. Aproveite para percorrer as ruas da cidade; encontrará várias tendas de venda ambulante, onde poderá encontrar artigos muito diversificados; não fal-

tarão também, de certeza, as tradicionais nozes, regueifa e outros doces regionais e o tão apreciado vinho doce. Se for apreciador(a), dê um saltinho ao recinto onde se realiza semanalmente a Feira de Gondomar, e divirta-se num dos vários equipamentos de lazer, vulgo carrosséis e outros, ali instalados.

11 12 EXPOSIÇÃO. Pinturas de Lina Santos, expostos na Casa da Juventude de Rio Tinto, até dia 13.

EXPOSIÇÃO. “A propósito de um calendário”, da ARGO. Patente na sede da associação, até dia 19.

EXPOSIÇÃO. “Faz de conta”, trabalhos Joana Jorge. No Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende, até dia 21.

13

•••

EXPOSIÇÃO. Colectiva de Fotografia “Olhares sobre Gondomar”, reúne trabalhos dos alunos da Universidade Sénior de Gondomar, para ver até 27 de Outubro, na Biblioteca Municipal. •••

EXPOSIÇÃO. Também até dia 21, no Auditório Municipal, uma mostra colectiva de “Artistas de Gondomar”. •••

MÚSICA. Integrado na iniciativa “Outubro em Música”, organizada pe-

EXPOSIÇÃO. Inaugura-se hoje, na Biblioteca Municipal, a exposição “A unidade da multiplicidade: os Arquivos como construtores da identidade”, organizada pela Área Metropolitana do Porto. Patente até ao fim do mês. •••

COLHEITA DE SANGUE. Promovida pela Associação de Dadores de Sangue de Gondomar. Hoje e amanhã, das 9 às 12.30

horas, na Escola E. B. 2,3 de Jovim. •••

MÚSICA. A partir das 21.45 horas, o Pavilhão Multiusos recebe a quarta edição do “Cantar Portugal”, organizado pelo Marialis Grupo Coral. Participam, além do grupo organizador, o Madrigal - Grupo Coral de Soutelo, o Orfeão de Silveirinhos, o Grupo Coral de Baguim do Monte, o Grupo Coral da Ala de Nun’Álvares de Gondomar e o Ensemble Vocal Notas Soltas do Conservatório de Música da Maia. •••

MÚSICA. O Coral Fides de Valbom promove uma Gala Lírica, na Escola Dramática e Musical Valboense, com a participação dos solistas Mónica Pais, Irma Amado e Francisco Reis, do Coral Fides e do Grupo Coral Didáxis. Às 21.45 horas •••

FORMAÇÃO. O Pelouro da Cultura da Câmara Municipal promove a acção de formação “Como motivar os filhos para o sucesso escolar”, orientada por Lígia Nora, e destinada a pais e encarregados de educa-

ção. Das 10.30 às 12 horas, na Biblioteca Municipal. As inscrições, gratuitas, terão que ser efectuadas previamente.

14 MÚSICA. Encontro de coros infantis e juvenis “As Filigranas”, organizado pelo Grupo Psallite. Participam os corais infanto-juvenis do Orfeão de Rio Tinto, do Centro Social de Soutelo, do Kyrios e os Psallitinhos. No Auditório Municipal, às 17 horas.

16 EXPOSIÇÃO. Na Casa da Juventude de Rio Tinto pode ver-se, a partir de hoje e até 10 de Novembro, uma exposição de pintura de Daniel Fernandes.


Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

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ROTEIRO Cinemas

Farmácias de serviço

Telefones úteis

CINEMA ZON LUSOMUNDO PARQUE NASCENTE

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

ATÉ QUE O FIM DO MUNDO NOS SEPARE

Sessões: 13.00/15.40/ 18.10/21.10/ 23.40;

RESIDENT EVIL: RETALIAÇÃO 2D

COMÉDIA/DRAMA • M12

Dom. 10.40 h.

ACÇÃO/TERROR • M16

Sessões: 13.40/16.10/ 19.00/21.45 e 00.05 h.

Sessões: 14.10/16.30/ PARA ROMA, COM AMOR

19.30/22.00 e 00.25 h.

Sessões: 13.20/16.05/

ANIMAÇÃO/AVENT. • M6

18.50/21.35 e 00.15 h.

4ª/6ª: 21.15 h.

AMOR, FELICIDADE, CASAMENTO COMÉDIA • M12

COMÉDIA • M12

PARANORMAN (2D)

Sessões: 00.05;

THE POSSESSION – POSSUÍDA

Sessões: 13.00/15.20/ 17.40/21.10 e 23.40 h.

TERROR • M16

Sessões: 13.25/15.50/ 18.15/21.00 e 23.30;

PATRULHA DE BAIRRO

Sessões: 14.20/16.40/

TAKEN - A VINGANÇA

Dom. 11.00 h.

COMÉDIA • M12

19.40/22.15 e 00.40 h.

DREDD 2D

REFORÇO DIA 11

S. Pedro da Cova

CC Parque Nascente Rio Tinto

Farmácia Magalhães DIA 12

Farmácia Bela Vista Fânzeres DIA 13

Farmácia Silva Dias

DIA 12

Farmácia de Aguiar S. Cosme

Farmácia Meneses Nogueira

DIA 13

Baguim do Monte

S. Cosme

DIA 14

DIA 14

Farmácia Castro

Farmácia S. Pedro

Farmácia S. Caetano

ACÇÃO/DRAMA • M12

S. Pedro da Cova

Rio Tinto

Sessões: 13.50/16.20/

Sessões: 13.30/16.00/

DIA 15

DIA 15

19.20/22.05 e 00.40 h.

BRAVE INDOMÁVEL (2D) 18.50/21.40 e 00.00 h.

ACÇÃO/F. CIENTÍFICA • M16 Sessões: 22.05 e 00.25 h.

PERMANENTE DIA 11

Valbom

ANIMAÇÃO • M4

BALAS E BOLINHOS – O ÚLTIMO CAPÍTULO

Sessões: 13.45/16.15/ 18.45; Dom. 11.15 h.

Farmácia Nova de Valbom

ENCOMENDA ARMADILHADA

MORANGOS COM AÇUCAR – O FILME

COMÉDIA • M12 Sessões: 12.40/15.30/

SELVAGENS

Sessões: 14.00/16.20/

COMÉDIA • M6

18.30/21.30 e 00.35 h.

CRIME/DRAMA • M16

19.20/21.50 e 00.10 horas

ACÇÃO • M12

Farmácia Giesta

Areosa - Rio Tinto DIA 16

DIA 16

Farmácia de Fânzeres

Rio Tinto

DIA 17

Farmácia Sousa Reis DIA 17

Farmácia Silveira Fânzeres

Fânzeres

Farmácia das Oliveiras Rio Tinto

TELEFONES ÚTEIS Câmara Municipal

224660500

Forças de segurança PSP Gondomar 224663370 PSP Rio Tinto 224853850 PSP Valbom 224830053 GNR 224830858 Polícia Mun. 224662710 Bombeiros Areosa Gondomar Melres S. Pedro Cova Valbom

229732009 224830001 224760640 224833118 224830041


u:

A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

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UTILIDADES Ciência Acessórios

ACESSÓRIOS

CIÊNCIA

Remover o excesso de cera dos ouvidos... com luz

Da cosmética para a saúde

A cera dos ouvidos é terrível. Quem não sentiu já, afinal, os seus efeitos e as suas chatices? A verdade é que o excesso de cera nos ouvidos pode levar à diminuição gradual da capacidade auditiva, embora o cerume, quando produzido e expelido em condições normais, seja uma defesa normal do próprio organismo. Já conhecemos vários

“remédios” para remover a cera produzida a mais. Com um vulgar óleo de bebé ou um óleo mineral apropriado aplicado directamente sobre o ouvido. Com soro fisiológico, ou simplesmente com água à temperatura ambiente. E, também, já ouvimos dizer que a utilização de cotonetes, ou quaisquer outros objectos, é muito pouco recomendável, pelos danos que podemos causar no canal auditivo. Mas a tentação é enorme… Pois bem. Já está disponível no mercado um dispositivo que pretende reduzir (eliminar?)

alguns desses riscos. Trata-se de uma pinça iluminada num dos seus extremos, substituível e de aparência elegante, projectada para caber em qualquer ouvido humano. Vantagem? A luz, que nos permite observar o ouvido como nunca antes anteriormente. Portanto, se é daqueles que não resiste a uma cotonete, pense duas vezes e pondere a possibilidade de adquirir este equipamento. Não custa mais de 1,5 euros e tem a vantagem de, pelo menos, ver melhor o que está a fazer…

Cofre de parece oculto Hoje em dia, o receio de assaltos é cada vez maior e real. Há, por isso, formas dissimuladas de guardar bens preciosos dentro de casa, sem dar nas vistas. Estudos demonstram que os assaltantes de habitações gastam, em média, seis minutos para “varrer” a casa. O cofre de parede oculto, em plástico resistente e metal, que propomos é útil, precisamente porque

dissimula a realidade. Segundo especialistas policiais, são melhores do que um vulgar cofre, além de que é muito mais barato: oito euros. É fácil de instalar em qualquer tomada menos utilizada e, inclusivamente, o espelho exterior pode ser alterado, uniformizando o aspecto externo de todas as tomadas da casa…

Um estudo na Austrália vai analisar os efeitos da aplicação de botox para o tratamento dos sintomas da febre dos fenos, reacção alérgica ao pólen que, apesar do nome, não envolve a temperatura alta do corpo. “Isto é uma maneira muito nova de utilizar um medicamento muito velho”, afirmou Philip Bardin, professor no Monash Medical Centre, que está ligado à Universidade Monash de Melbourne. Na investigação, será aplicado gel de botox no nariz dos pacientes, na esperança que se sintam aliviados (durante três meses) dos sintomas como os espirros, comichão nos olhos e pingo no nariz. O estudo foi anunciado esta semana depois de os investigadores confirmarem numa primeira análise a eficácia do botox no tratamento de alguns dos primeiros sintomas que surgem. “Parte do motivo pelo qual isto é possível prende-se com o facto de as moléculas do botox serem redesenhadas para penetrar na pele e também na linha do nariz!, explicou Bardin,

destacando que no futuro o botox poderá passar a ser mais do que essencialmente um cosmético. No tratamento da febre dos fenos, a toxina “botulinum” deverá afectar os nervos no nariz e, potencialmente, bloquear a libertação de alguns químicos que estão na base dos sintomas, referiu o investigador. Serão acompanhadas 70 pessoas para o estudo depois de uma primeira abordagem ter revelado que o botox trazia alívio aos sintomas. Note-se que o botox, que faz os músculos relaxar, é uma forma purificada de um veneno dos nervos produzido por uma bactéria que causa uma doença que paralisa, potencialmente fatal. Foi primeiramente usado para tratar doenças do músculo do olho, incluindo o pestanejar compulsivo e os olhos desalinhados. O seu uso na área da cosmética arrancou na década de 1990, quando um oftalmologista canadiano notou que os seus pacientes estavam a perder as linhas de expressão no rosto ao usar o composto.


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o:

Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012 | A Manhã

ÓCIO Passatempos

Palavras cruzadas 1

2

3

4

5 6

Horóscopo Sudoku

7

8

9 10 11

1

Difícil

***

Originário do Japão, trata-se de um jogo de lógica muito simples e viciante. O objectivo é preencher o quadrado 9x9 com números de 1 a 9, sem repetir números em cada linha e em cada coluna. Também não se pode repetir números em cada quadrado de 3x3.

2

9

3

1

6

7

4

2 8

5 6

2

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6

5

3

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1

9

5

8

5

10

6

6 9

3

11 © SEMANÁRIO “A MANHÔ

HORIZONTAIS

VERTICAIS

1 - As principais festas de Gondomar são em honra da Nossa Senhora do… Onde se vendem bebidas (inv.). 2 - Peça dramática desempenhada em canto acompanhado de música. Conjugação do verbo tapar. 3 - Líquido fecundante dos animais. Transportes Aéreos de Angola. 4 - Bolo de farinha de arroz e azeite de coco usado na Ásia. Conjugação do verbo aturar. 5 - Grande curso de água natural. 6 - Periodicidade do jornal “A Manhã”. 7 … uma vez. Aquele que ata. 8 - Conjunto de ramos. Abreviatura de exemplo. 9 – Que tem asas. Feminino de teu. 10 - Expressão designativa de dor. Ninho. 11 - Plural de rolo. Freguesia de Gondomar.

1- Flor com espinhos. Cortar com serra ou serrote. 2 - Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Período de tempo com características específicas. Vogais. 3 - Unidade mínima de significação de uma palavra ou de um morfema. Órgão glandular dos mamíferos. 4 - Lavre. Burro. 5 S. Domingos de… Sódio (s.q.). Gritos de dor. 6 - Acordo. 7 Designação geral de aves (Brasil). 8 - Que se roeu. Pedra pesada e redonda para moinho ou lagar. 9 - Pequeno mamífero roedor. Sono de criança. Vocalista dos Xutos & Pontapés. 10 - Associação Portuguesa de Arbitragem (sigla). Que ou quem é alvo de processo judicial. 11 Freguesia de Gondomar. Título do soberano da antiga Pérsia.

8

1 6

2

Horóscopo

11 a 17 de Outubro

CARNEIRO. Algumas situações poderão fugir ao seu controle. Tente usar a sua inata habilidade para o diálogo. O amor está favorecido, mas cuidado com as atitudes impulsivas. Procure usar o seu carisma pessoal e o diálogo para harmonizar a vida. TOURO. Com tanta vitalidade e bom senso, as oportunidades continuarão a surgir. Porém, não se descuide com a família. Ela é o seu “porto seguro”. Forte atracção por coisas novas. Cuidado com as tentações e encontros especiais. GÉMEOS. Não se deixe ultrapassar no seu trabalho. A atitude despropositada de um colega poderá deixála(o) bastante zangada(o). Ocasião para cultivar a sua fé. No coração, deixe para trás certas regras. Semana favorável às diversões e conquistas. CARANGUEJO. Nem tudo o que queremos, alcançámos. Muito menos com facilidade. Modere os seus impulsos. Para conseguir o que quer, use todo o seu carisma e capacidade de sedução. Não se decepcione no primeiro revés. Acredite e aposte em si! LEÃO. Semana apropriada para novas parcerias. Procure ser objectiva(o) e não se perder com devaneios. Não deixe a timidez atrapalhar a realização dos seus sonhos. A paixão vai dar-lhe o tempero que estava a faltar na sua relação. Aproveite! VIRGEM. Novos projectos e empreendimentos laborais à vista. Será altura para tomar a iniciativa e dar nova orientação à sua vida. As suas noites terão muito mais alegria e prazer, se der mais atenção a amigos e/ou amor. Evite a superficialidade. BALANÇA. Cada dia só tem 24 horas. Não exija demasiadamente de si e dos outros. Poderá optimizar o seu tempo se não se deixar perder nos meandros das manobras. Vá direita(o) ao assunto. Seja clara(o) e objectiva(o). ESCORPIÃO. Boas notícias no campo afectivo, mas não revele muito entusiasmo. Evite ser possessiva(o). A sorte está do seu lado, acredite em si. Esteja atenta(o) no campo profissional. Perdoe alguém que errou. SAGITÁRIO. Ambiente familiar e alegria em alta. No trabalho, tenha cuidado com a inveja. Mantenha distância de mal-entendidos. Seja ousada(o) e acredite na sua capacidade de solucionar situações desagradáveis . CAPRICÓRNIO. O relaxamento físico e mental são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Relaxe ao som do mar ou de um rio em movimento. Tente canalizar as suas energias para o seu lado mais positivo e benéfico.

Soluções

AQUÁRIO. Cuidado! No trabalho, momentos de tensão e conflito. Se necessário, peça ajuda a amigos e colegas. Procure cuidar da sua aparência e tudo sairá facilitado. Aproveite para sair e distrair-se com amigos. A alegria reinará. PEIXES. Todos nós passamos por dificuldades na vida. Não se retraia e peça conselhos a uma pessoa mais velha. Verá que a situação não é tão complicada como parece. A relação será favorecida. É hora de mostrar toda a sua paixão e revelar-se.

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VERTICAIS: 1 - ROSA. SERRAR. 2 - OPEP.ERA. IO. 3 - SEMA.MAMA. 4 - ARE. ASNO. 5 - RANA. NA. AIS. 6 - TRATADO. 7 - UIRA. 8 - ROIDO. MO. 9 - RATO. OO.TIM. 10 - APA. REU. 11 - BAGUIM. XA. HORIZONTAIS: 1 - ROSÁRIO, RAB. 2 - OPERA. TAPA. 3 - SEMEN. TAG. 4 - APA. ATURO. 5 - RIO. AI. 6 - SEMANARIO. 7 - ERA. ATADOR. 8 - RAMA. EX. 9 - ASADO. TUA. 10 - AI. NIO. MI. 11 - ROLOS. LOMBA.


a5: A Manhã | Quinta-feira, 11 de Outubro de 2012

Propriedade e edição: IR - Imprensa Regional, CRL Sede e Redacção: Rua Dr José Mª Santos Moura, 114, 4º D – 4435-483 Rio Tinto NIPC 510 263 542 Tlm. 968 563 361 · ir.cooperativa@gmail.com

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Director: Paulo F. Silva Director-adjunto: Paulo Almeida Redacção: Cândido Xavier, J. Paulo Coutinho (Fotografia), Onofre Varela (Cartoon), Orlando Castro, Paulo Almeida e Paulo F. Silva Grafismo: Cândido Xavier Dep. Comercial: Luiz Miguel Almeida (Tlm. 917 300 338)

ATÉ QUINTA

EM CIMA DA HORA

Funcionários da “Águas de Gondomar” concentram-se nos Paços do Concelho Os trabalhadores da empresa Águas de Gondomar vão realizar uma concentração à porta da Câmara na próxima quinta-feira, em protesto pelo aumento do horário de trabalho e redução do período de férias. Os trabalhadores admitem participar na reunião pública do Executivo, acompanhados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local. Os funcionários da Águas de Gondomar foram contratados em regime de cedência pública, com as mesmas regalias do funcionalismo público. Já por duas vezes a Assembleia Municipal aprovou moções, por unanimidade, no sentido de a Câmara fazer cumprir o contrato de concessão no que respeita ao regime de horário de trabalho. José Luís Oliveira, em Setembro, na assembleia, afirmou que “a Câmara não se vai imiscuir na gestão da empresa”. O STAL afirma que, de todos os sistemas concessionados por autarquias, apenas a Águas de Gondomar e a Águas do Sado tentaram impor o aumento do horário de trabalho.

Redução de contratados a prazo atinge a Câmara de Gondomar Autarquia poderá ter que suprimir 73 postos de trabalho O sector público vai ter de reduzir o número de trabalhadores com contratos a termo certo ou nomeação transitória num mínimo de 50% até ao final de 2013, segundo a proposta enviada pelo Governo aos sindicatos, no início desta semana. O universo potencialmente afectado supera 80 mil pessoas entre administração central e autarquias, a maior parte nas áreas da educação e da saúde. A proposta, a ser adoptada, vai ter impacto no município de Gondomar, uma vez que a autarquia, de acordo com informação oficial, “tem presentemente 1850 trabalhadores, dos quais 147 em situação de contrato de trabalho em funções públicas a termo resolutivo certo. Isto é, até final de 2013, a Câmara de Gondomar poderá ter de suprimir 73 contratos de trabalho a prazo. “Até 31 de Dezembro de 2013, os serviços e organismos das administrações, directa e indirecta do Estado, regionais e autárquicas reduzem, no mínimo, em 50% o número de trabalhadores com contrato de trabalho a termo resolutivo e ou com nomeação transitória existente em 31 de Dezembro de 2012, com exclusão dos que sejam co-financiados por fundos europeus”, revelou o documento de negociação colectiva relativo às normas para o sector

Número de trabalhadores a prazo tem que ser reduzido, no mínimo, em 50%

público, no contexto do Orçamento de Estado (OE) para 2013, discutido após o fecho desta edição. Isto significa que metade dos trabalhadores do Estado com contrato a prazo não deverão ver o seu vínculo renovado no próximo ano. Para além da redução, os serviços “não podem proceder à renovação de contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo e de nomeações transitórias”. Na Administração Local,

se os cortes nos contratos a prazo não forem feitos na proporção dos 50%, a autarquia terá uma redução nas transferências do OE no equivalente, em termos de poupança, ao montante da redução com pessoal e/ou idêntico ao que resultaria da renovação de contratos ou de nomeações. Além deste corte, as câmaras municipais e as juntas de freguesia terão de reduzir os seus quadros 2% face aos existentes em 31 de Dezembro de 2012.

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MANUEL PINTO TEIXEIRA Jornalista e professor universitário

Um Governo cercado na rua As manifestações a que temos assistido e vamos continuar a assistir trazem consigo uma lição indiscutível: o Governo está cercado na rua! Foram as últimas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo que fizeram transbordar a paciência dos portugueses. E o pacote fiscal, verdadeiramente draconiano, divulgado pelo Ministro das Finanças para integrar o Orçamento do Estado de 2013, foi um autêntico bidão de gasolina lançado sobre uma fogueira que já atingia proporções gigantescas de norte a sul do País. A partir daqui, Pedro Passos Coelho tem um caminho muito difícil para percorrer. Tão espinhoso que até o mais inofensivo membro da equipa governamental, onde quer que vá, é sempre esperado por uma manifestação hostil. Não se vislumbra, a curto prazo, qualquer desanuviamento nesta atmosfera. Com ou sem remodelação, é um dado adquirido que daqui em diante o Governo não conseguirá sair à rua em paz. E aos poucos este clima tornar-se-á insuportável quer para governantes, quer para governados. O Presidente da República, nada dado a iniciativas pessoais de intervenção na esfera governativa, também não terá vida fácil: ou assume um papel de moderador dos conflitos político-sociais, ou corre o risco de ver ir por água abaixo o seu já debilitado prestígio. Por isso mesmo, só um golpe de asa poderá ainda salvar o Governo PSD/CDS…


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