Jornal a ilha N-28

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Foto Neusa Mattos


F

editorial

oram dois meses de preparativos. Meninas, meninos, organizadores, comerciantes e apoiadores, integrantes da equipe do jornal, cada um foi fazendo a sua parte. E foi na soma dessa cooperação que o Carecão cheio de gente explodiu em vibração e alegria na manhã do domingo, 18, com a escolha do Menino da Ilha e da Menina da Ilha 2015. Paquetá demonstrou para si mesma do que é capaz de fazer – como, aliás, tem ocorrido com certa frequência nos últimos tempos. Mas, desta vez, teve um componente pouco frequente: os jovens da ilha. Eles foram o centro da festa – seja na passarela, seja na plateia. Nervosos, como seria natural, 12 dos 17 inscritos compareceram e fizeram jus à expectativa dos colegas e vizinhos. E a plateia acompanhou, dando um show à parte: torceu, brincou, urrou, gritou, aplaudiu e, principalmente, sorriu. Sim, aqueles garotos e garotas para quem muitos coroas fazem cara feia, que gostam de falar alto para provocar quem está em volta e que raramente comparecem às atividades comunitárias estavam quase todos lá. E mais: estavam lá sendo eles mesmos, no jeito deles. E ninguém brigou, ninguém provocou, ninguém saiu da linha por causa disso. Ao contrário: foram sendo eles mesmos que, na plateia ou na passarela, eles foram os protagonistas de uma grande festa que reuniu pessoas diferentes, gerações diferentes, moradores diferentes. E que estavam lá por duas razões: para se divertir e para desfrutar do prazer de viver Paquetá. Porque isso tudo que está escrito aqui tem um sinônimo simples, que todos nós sabemos bem: Paquetá. André Villas-Boas

expediente

A ilha é um jornal comunitário mensal, organizado, elaborado e mantido pelos moradores da Ilha de Paquetá.

Mentor e fundador Sylvio de Oliveira (19562014) | Equipe Ana Pinta, André Villas-Boas, Antônio Tomé, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Jorge Roberto Martins, Júlio Marques, Márcia Kevorkian, Mary Pinto, Ricky Goodwin, Ruth Coelho, Vilma Leocádio | Jornalista responsável André Villas-Boas. Reg. Prof. 18583 | As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores, e não necessariamente avalizadas pelo jornal | Impressão DGD Artes Gráficas (3882.4431) | Tiragem 2.000 exemplares | Contato editoria@jornalailha.com

Ano III, número 28, janeiro de 2015. Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de Adílson Martins Marcílio Freire Agnaldo Wanderley Márcio e Mariângela André Villas-Boas Ferreira Dona Guiomar Maria Holanda Cristina Buarque Maria de Fátima Iaga Amorim Ialê Faleiros Marília e Sylvio Sá Júlio Marques Mary Pinto Laize Senra Nadja Barbosa e Fernando Padre Nixon Leonardo Couto Paulo Perissé Lourdinha e Wanja Bastos Rubens S. da Silva Zeca Ferreira

Bronca na Madame

cartas

Gostaria de saber quando esta Madame Sanz vai parar de falar mal de Áries. Está certo que ela brinca com as coisas negativas de todos os signos, mas com Áries é só pancada, só pauleira, não alivia NADA! Se ela é ariana e se odeia, que culpa temos? Alô, Madame, se ame! Largue do nosso pé! Solange Oliveira, ariana, com muito orgulho. Sei não, hein, mas se eu fosse você eu não falaria nesse tom sobre Madame Sanz... Aconselho fazer um patuazinho, pra garantir.

Comercial da Schin

Tenho percebido um grande número de veículos transitando pela ilha, e agora com o verão, a situação vem se agravando. Caminhões de três eixos (...), caminhonetes, vans, (...) um absurdo para nós moradores (...). Hoje a situação extrapolou. Fiquei indignado com fechamento de ruas cerceando o nosso direito de ir e vir! Sem que nenhum morador fosse avisado previamente. (...) Tudo (...) era de uma produção de um comercial de uma cerveja. (...) Não a primeira vez, pois em outras locações cinematográficas os abusos também aconteceram (...). Antonio Carlos Penetra Quem autorizou este comercial da Schincariol aqui na ilha? Se lá no Rio alguém jogar um papel ou lixo, guimba, qualquer coisa no chão é multado, por que a guarda municipal, que estava vigiando a filmagem, não tomou uma providência com relação à quantidade de lixo gerada com o comercial? Que benefício esta filmagem vai gerar para a ilha de paquetá? Como os caras chegam aqui na ilha e vão fechando rua? João Guedes Veja nota na seção ao lado.

CCR e a ineficiência de verão

Durante o verão praticamente todas as viagens da CCR estão com atrasos, todas as barcas estão fazendo com mais de 70 minutos e estamos sendo tratados com mais descaso (...) Ninguém quer mais atrasos, e se os moradores começarem a brigar na estação com todo atraso que tiver, vão atrasar mais ainda. Não adianta um ou outro reclamar, a administração da ilha tem que tomar uma atitude (...). Victor Vidal Peço, de verdade, se houver alguém que possa dar orientação sobre reclamação ao Ministério Público ou mesmo dos Transportes, que por favor me indique como proceder, pois está claro que reclamar, gritar com a Agetransp ou a própria CCR só nos faz ser motivo de risos (...). Juliana Barbieri Bert Tivemos eleições. Na Ilha teve vários candidatos. Foram eleitos e ai.? Me digam: onde estão os candidatos que foram eleitos pelo povo de Paquetá pra brigar com a CCR?(...). Eles colocam as embarcações que querem e, pronto, todo mundo embarca e não se fala mais nisso (...). Mario Trindade Recentemente a CCR está ignorando os horários e as embarcações pré definidas. Tenho pena de quem tem compromissos e depende da CCR. Não dá pra se fazer plano algum quando se trata das barcas. Triste essa situação. Sara Freire Segundo o Informativo da Morena, publicado nesta edição, a Associação já enviou notificação à empresa demonstrando a revolta dos moradores. Quanto aos deputados, nenhum eleito prometeu ações junto às barcas. O único que tinha este item na pauta, Gilberto Palmares, não foi reeleito.

Envie sua carta pelo e-mail cartas@jornalailha.com

Cadê as lixeiras? Aí você compra um picolé no Zeca’s e sai chupando pela praia dos Tamoios. Chega na Maria Gorda, já com o palito e o papel na mão, encontra um monte de turistas com copos de Guaravita e garrafas de água na mão. Todos procurando uma lixeira. Cadê as lixeiras da Praia dos Tamoios? Alô, Comlurb! Bambo na sexta 30

Cadê as lixeiras? III E essa pobre pessoa, então, pega um iogurte rapidinho pra não sair de estômago vazio e vai apressada pra pegar a barca das 7h, engole o iogurte enquanto anda, os vermelhinhos já estão piscando, são 6h59, meu deus, vai bloquear, que vai ser da minha vida... E não tem mais lixeira pra pôr o copinho do iogurte pra poder liberar a mão e pegar o cartão na bolsa. Cadê a lixeira do poste em frente aos torniquetes da estação? Festança de Dejane e Cléa

Dia 30 de janeiro, sexta-feira, o Carecão abre as portas para o nosso Bambo de Bambu, tocando e cantando música regional carioca. O show começa às 22h e o ingresso custa R$15 (antecipado) e R$20 (na hora). Informações: 33972024 e 999362122. Quintal aberto

Depois de quase seis meses de obras, o novo bar e restaurante Quintal da Regina finalmente foi inaugurado. A expectativa era grande – não só pelos órfãos do bar do Zarur, que funcionava no local, mas também por todos os que anseiam por novas opções de pratos e drinks na ilha. A casa, que só está abrindo à noite, tem ficado cheia, pela curiosidade em conhecer as novidades – que, apesar dos naturais tropeços dos primeiros dias, não têm decepcionado ninguém! Cadê as lixeiras? II E, então, sua mãe deu uma melhorada, mas continua na enfermaria. Você, uma preocupação só, tenta dar uma relaxada na calçada frente ao hospital. Mas, na hora de apagar o cigarro... Cadê a lixeira que sempre esteve lá?

Dia 31 de janeiro, sábado, o Iate Clube festeja a partir das 22 horas os aniversários de Dejane e Cléa Guimarães, com a apresentação do Grupo Resumo, num jantar dançante. As mesas custam R$60 (sócios) e R$80 (não sócios), à venda no próprio clube. Informações: 3397.0113 Incômodos do comercial Não faltaram reclamações dos dois dias de gravação do comercial da cervejaria na ilha, em 14 e 15 de janeiro. Muita gente bonita (foram mais de 300 figurantes!) e fantasias divertidas, porém, não foram capazes de conter a irritação causada por vans e caminhonetes circulando – e muito menos pela interdição de ruas, que foram deixadas cheias de confetes e serpentinas. Mas é preciso lembrar que gravações em áreas públicas são comuns, e realizadas com a autorização do governo local – no nosso caso, da Prefeitura – que, certamente, cobrou pelo uso do espaço. O problema maior não são as interdições (que, afinal,


o que vai pela ilha Programação

foram por curtos períodos) nem a sujeira (retirada pela Comlurb, ainda que tenham ficado resquícios na Moreninha), mas sim o fato de que muitíssimos poucos na ilha ganham com isso. Afinal, as taxas cobradas pela Prefeitura não revertem diretamente para Paquetá. Enfim: nós é que aturamos e Ipanema e Realengo é que recebem...

do carnaval

Pedro Bruno descartar no local adequado. E aí... Tchan! Cadê a lixeira de pilhas & No mesmo dia, às 15 horas, o bloco dos Dia 7 (sábado), à tarde, Pérola da Guabaterias que sempre esteve lá? Coqueiros sai da praia dos Coqueiros. nabara. Semana do ouro Baile infantil do Iate Clube, a partir das O aniversário de Vilma Leocádio, em Dia 13 (sexta), a partir das 20 horas, na 16 horas (repete na terça). 13 de janeiro, rendeu uma semana inteira Praça Bom Jesus, Concurso de Fantasias de festejos – almoços, bailes, lanches, Marioguei e Seu Miquinho. Categorias Às 18 horas, o bloco Toma Uma, da praia comemorações diversas na ilha e também infantil, adulto e grupo. da Moreninha. Cadê as lixeiras IV no continente. Foram os amigos, além de Na mesma programação, Coroação do Dia 16 (segunda), Bloco da Dengue às 12 Extenuada, mas ainda consciente de seu parentes, que ofereceram sua alegria à Rei Momo e da Rainha do Carnaval horas, em frente ao hospital. poder para com a sobrevivência do planeta, mulher do ouro, que tanto tem participado de Paquetá pelo Menino da Ilha e pela a criatura pega as pilhas e vai pra Praça das atividades coletivas de Paquetá.. Bloco das Piranhas, às 16 horas, saindo Menina da Ilha 2015. do Iate Clube. Antes, tem Desfile e EleiDia 14 (sábado), bloco Serragen’s, conção da Piranha Rainha. centra às 12 horas (em frente ao PEC) e Ainda na segunda, Bloco da Colônia, sai às 16 horas. saindo da Colônia depois do Bloco das Dia 14 (sábado), o bloco do Corso conPiranhas. centra às 16 horas, na Praça Bom Jesus, Dia 17 (terça), Turma do Copo, às 17 horas, e sai às 18 horas. na Praia da Guarda. Ainda no sábado, o bloco do Camelo, Às 16 horas, Baile infantil do Iate Clube. às 18 horas, em frente ao Balneário E o Fecha Bar, a partir das 19 horas, em Nacional. frente ao Nativa. Dia 15 (domingo), Tartaruga, à tarde, em E no dia 1 de março, no Domingo no Darke, frente à padaria do Manduca. Vai até a o bloco Limpa com Jornal. Ponte.

A vinda do bispo

Gustavo Ribeiro

Gustavo Ribeiro

Vilma Leocádio

#nossas raízes. colaboração: Paulo Cesar PC

Neusa Mattos

Pelo segundo ano consecutivo, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, incluiu Paquetá em seu roteiro da peregrinação que marca a Trezena de São Sebastião. O Cardeal chegou à ilha na tarde do dia 12, uma segunda-feira, a bordo de uma embarcação da Marinha, sendo recebido pelo Padre Nixon. Após rezar a missa, Dom Orani foi à frente da procissão que seguiu até a Praia da Moreninha. Lá, foi feita uma confraternização, com apresentação do Coral Pacantá.

amores da ilha: Marina Abrantes álbum de família

Paulinho (Pouca Roupa)

Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons, mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Bertolt Brecht

Cláudio Santos

Fotógrafos eternizam momentos em clicks e contam histórias através de álbuns.

Matriarca de uma família antiga de Paquetá, acaba de completar 90 anos, e não deixa de ler nenhuma edição do jornal A Ilha.


15 anos de Maria Júlia, nos salões do PEC

A bela debutante comemorou em alto estilo e caprichou no glamur desta data tão importante. O cuidado e a beleza da decoração causou a admiração dos convidados, que não pouparam elogios. E o bufê...! Tudo foi replandescente, como Maria Júlia merecia.

PARA SABOREAR AÇAÍ DA TIA LLOYDD O melhor açaí da Ilha Petiscos Peixe frito Açaí

Bebidas em geral Sorvete Picolé

Praia José Bonifácio (Praia da Guarda), 181

LANCHONETE SÃO ROQUE (Sr. Eudúcio) Almoce em frente ao mar

M. M. VITÓRIA Bar e restaurante

O MELHOR PEIXE DA ILHA Peixe frito ao molho de camarão • Filé de peixe a Belle Muniere • Dourado, Namorado ou Corvina CARNES DELICIOSAS Carne Assada, Churrasco Misto PORÇÕES SABOROSAS Batata frita • Camarão à paulista • Peixe frito • Frango à passarinho • Linguiças Rua Furquim Werneck, 86 - Ilha de Paquetá Tel: 21 3397 2897 Visa • Mastercard (apenas débito)

Estrelinha do campo A sua nova opção de bar no Campo! Alambari Luz, 436 (em frente à Pedra)

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Bar da Dejane

A melhor sardinha da Ilha Praia da Moreninha, 5 Tel: 3397 2199

BAR MIRAMAR (Carminha) A melhor batida e o melhor Feijão Amigo da Ilha! E uma bela vista!

Rua Domingos Olímpio, 12

Praia Grossa, 20 loja A em frente às Barcas

Tel: 3397 2472 (Praia Grossa)


O reveillon na Moreninha

fotos

Cláudio Santos

Chá de bebê de Valentina, no Carecão O Chá de Bebê organizado pelos pais Khalina e Luiz Cláudio Nogueira aconteceu no Carecão em 29 de dezembro. Khalina é filha de Carlos Bernardino e Cátia Figueiredo (à direita), de uma das famílias mais tradicionais de Paquetá. Pelo barrigão, dá pra ver que a neném já estava doida pra nascer. E Valentina veio ao mundo em 15 de janeiro. A avó Cátia não fala em outra coisa.

pqt night


PARA UM DIA-A-DIA COM QUALIDADE Estacionamento de Bicicletas

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Vera Castro: dez anos Quem não vai ao Você é mesmo um na magia da dança Natal da Dejane? escolhido?

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Lourdes Mathias (Lurdinha)

e

você leu o artigo publicado na edição de novembro, que tentava caracter izar “os escolhidos”, e se sentiu como um deles, lamento informar que não é tão simples assim. Há ônus e bônus. Gostar, amar, aqui viver ou apenas estar sempre na área deve ter seu preço. Esta caquinha de mosca no mapa-múndi que se chama Paquetá precisa de você, de nós, para continuar sendo única. Não adianta resmungar, brigar, gritar ou fofocar sobre as mazelas que inevitavelmente aqui existem. Temos que ter objetividade, produtividade e nos juntar aos projetos que já existem. Há iniciativas excelentes, é só procurar seu nicho, sua turminha, aqueles que falam sua língua. Plantar Paquetá, Coletivo Cantareira, Academia de Letras (AACLIP), A Foliona, este jornal A ilha, que sempre estará aberto a sua participação e contribuição, e muitas outras iniciativas agregadoras.

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Fotos: Claudio Santos odo mundo em Paquetá conhece alguém que é ou já foi pupilo da Verinha. A popularidade e o prestígio da professora de dança ficaram comprovadíssimos no evento 10 anos de ballet Vera Castro, realizado em dezembro, no Clube Municipal. Mais de 100 pessoas foram aplaudir essa consagrada carreira e assistir à apresentação de seus 30 atuais alunos (sete estão com ela desde o início!). Foram 22 danças, que deliciaram o público por cerca de duas horas. O espetáculo de fim de ano de Verinha, uma tradição na ilha, contou pela primeira vez com um número dedicado ao Natal, fechando o evento. Criar novidades é a cara de uma professora que sempre se renova.

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Fotos: Neusa Matos ejam moços, seja a meninada, sejam idosos, seja sabe lá o quê: ninguém quer faltar à festa que Dejane e Rose fazem na Praça Pedro Bruno para trazer o Papai Noel para distribuir presentes para as crianças de Paquetá. Já uma tradição das vésperas do Natal na ilha, este ano não foi diferente: enquanto os mais novinhos contavam para o Bom Velhinho seu dia-a-dia de ilhéu e abriam seus presentes junto com os mais crescidos, os adultos tomavam sua cervejinha apreciando a algazarra. Como é um Papai Noel de verdade mesmo, claro que ele chegou de ecotaxi. E, claro também, a sempre festejada participação de Carlos Veras foi fundamental para o sucesso da festa.

M

as a que mais precisa de você é a nossa associação de moradores – a Morena. Através dela, acredito que podemos ser ouvidos, podemos ter alguma força, podemos acrescentar músculos à Administração Regional. Se você é pobrinho, riquinho ou mais ou menos, burro ou intelectual, não importa. Vá às reuniões, participe, dê sua opinião, mostre que você não está aqui apenas pelas paisagens, pela tranquilidade, pelas lindas manhãs ou pelos entardeceres arrebatadores. Afinal, como eu já disse, ser um dos escolhidos não deve sair tão baratinho assim...

cantinho da vovó

Maria do Carmo Zerbinato é poetisa

Versão do Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro,

que eu fiz, para você cantar comigo! Em Paquetá, Sou tão feliz Junto a você Que eu sempre quis... A minha vida Era vazia Sem um amor, Só nostalgia... Agora é só alegria. Ah, como é gostoso Ter você aqui comigo Sempre, sempre, a meu lado... Vendo a lua cheia

Neste céu, que é tão bonito E, também, abençoado... Vem, vem, vem... Ver o amanhecer Nos braços meus, Relembrar o prazer... Vem sentir meu coração E ouvir o que ele sempre diz. Aí então... Serei feliz, Mais feliz...

A criançada plantou uma árvore dos desejos na Praça!

Neusa Matos

Neusa Matos

Não foram só Papai Noel e os presentes que encantaram a garotada no Natal da Dejane. O Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá ofereceu oficinas ecológicas com materiais recicláveis, brincadeiras com um palhaço e ainda contação de histórias. Os pequenos ajudaram a montar uma árvore dos desejos, como mostra a foto. À frente, Cláudia Luna e Ana Claudia Casado.

Pra aquietar meu coração, só a paz de Paquetá.

Gilson Peranzzetta

Pianista, compositor, orquestrador e regente


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Sylvio presente

Vencedor duplo Ana elipe Brito, o da internet), F laiE 1 , e t) r e o ga tern Mayara (2 lu io Tavares (1o e 1 da in ia ín v jo. a ú L , ra a A v o Sil riis as, Fáb o Tiffany Freit idatos: Théo ntos (2 ) e K d a n S ca o ), v 2 n 1 (3 ta s e m jo u ú G Fora do ev eovane Ara l Policante, ação p o r A Luíza (1o lugar), G cedo, Caro a z i M n tu la r n o rs a e o d ic e co m je it o de ti V A org o m o v i d o nta de ne Soares (3 ), Wan r o t o, p icou por c e d e f , elli ar Ilha C a s t . Sérgio, o 2o l u g i g o r s d o t o Sé m s peã a Ba ma U tricam Wanj r iou o le , mas O o i c que sem Sylv deias, i o s ã r a ve m s u o va ç õ e s , e s não r i a s i n ito á espír fe z v anteve o n c o o m O idealizador do concurso e de mas tr utura d nosso s r tantas outras atividades comunie a e criado po sa de n tárias em Paquetá não poderia curso E não ca o que . d o g s i i a deix ar de ser lembrado. O Ballet s am m o , r ia res, que ito brincalhão e v it ó je u Vera Cas tro apre sen tou um o se dizer s apoiado restaã om C ç e la p le c o n s o a barr iga d oleque, Geom e quad de simp ciantes e o que r ro d em homenagem a Sylvio Fáb io Tav ares já era ha ol e P r ê m io ão enchem hamos, connet o levantou a r omer e ser viç ande új e ra c de t Olive A ira, falecido em setem- apontado como um dos n ne n n i va e d r moral . Mas, conv ar por três ha da o r e s m este g r d a n quase todas i d em bro. d Mas a i g o momento não foi de favoritos, por ter sido o ei r m at lu pl e é do o ra ve A qu ningu e g u n d , nu m p e r í o p a ri çõ e s n a s a for ma o fo ra m ár ios s trist a eza: o ao su fim, as bailarinas, mais votado na inter net r s a s a V as ã trê quist secutiv o aval de a passarela. Ficou com o m u t i r a m i g o s . o esn vest o indo cam c isetas estampando e por isso levando o Kit s ã s ar om veze d e i r o a p o i o s n eis no os e c é façanha p - terceiro lugar, ganhando uma foto de Sylvio, oferecida n a s ê s s por Net masculino (camisa e v com inão de tr deste tão visí fundaentes tavo Santos do um Kit Verão, como Ela r Deja e ne, do if Bar Estr d ela m do Mar, boné). Com 16 anos, ele s an júris tivera mas foram dores, um. Gu peonato, lev ra ne Soares. Mas não se puxaram uma salva de palm r e u i t , lq as, é nascido e criado na ilha palco is nos bas letão qua seu tricam e R$100 pa , candidatos que levantou o os m ne ga p d u a entu en a sias r o t mo da e mora próximo ao Parmen o do Com aque- plet m o prêmio r. De queb e virá com tudo plateia (fotos: Vilma Leoc el : 16 o 20 é P la d de b o ádio). que Darke. Este ano, ele com tinho de xi, es- tam es via celu e plástico concurso. o im As óx e danç d arina õ pr á n s p tamb ç no ém o T la apre s a c sen- terminará o ensino médio o & E Nativos taxista lig uma b emorar sua em u tara m o outr o a h a core c ogra n fia m criad a a e já está procurando uma o ita tá e ente o e seria g nário, para c e, inéd uer t e n espe m cialm e u ente a i para q lm o even c lq e e to, empresa onde possa se pe o. E o o s o m c ta – provav tipo em qua d l com a guar da-s óis n faze is m ndo e u alus ão empregar como aprendiz. e e q ss Ro s t a s Sound sos de so. r e ao u amb f iente c u da n praia . o o a d ncha univer a fic taram c ayar lugar que Ma rcio pilo d o par te do M a á E M ni do Laví o segun i a es- o DJ a m e n t e ? sem s t o i f a s u m s t co r i, mas g r a o das me a n j o s vo t o s r ú d j r o i l r u a do d a p e umulo colo s gelo tados i c c o l h ernet. A ice, ga- o s s i n ivos mon udos t t v n da in os: como crédito decora pos e ca cari s o m prêm R$100 e erecido com c is da De q u e f e , v o u á nho celular, imave- dobrá Pa q u e t itens r s P a o i r r s e o ut s pa Bazar ida d - t á v u ainda o star dos r e f o l e pe mo pr lsa cede bem e datos o a bo ra; c autas, et femi- para o dos candi p e ? i n , ntou interga do Kit Nim como o juradost o d a a e q ueria o a c n e e can ue, ass erecido e d e mo s de qu a q of al, co Pousada d i i o i n i o o f n n f i a e F , n E, não ulino A ser se a das. masc &G Mo i d a t a s evento Ao Luar tuid A a s pela d a s c a n as nos Acorde edido gr o ? c d cã i a e e d r s m u lau ve s e o C a i p t a dos ent tirão es u mais s. m m a t ile ador foi um desf Esse s organiz j o r n a l .O bons e c e m . O a. E o d a s r aind ag na mais tá... esse s re cido a h e l I õ ue A iç e Paq s fe olhar plá prod a o l v e po fala! As b stas e o res lhe ado m se e j a i t n e o t n S s e ce laine um f evou de E onaram r. Ela l ofei porc iro luga it Verão dia e n c ter asa o K Kikolâ l o s c cu a a l ó pr o pe t o p o r ália e d i c d s re san sua mpo , c o ol, uma uvido à que o de s ne de re o esto de o t f a um lha, den cer tez uita o a c á es ja. E ida h m o v da l m sua nte. e e que pela fr a s i co o

E eles fi


O árduo trabalh o dos j urados

Açaí para o povo

Na plateia, m uito de tudo

O louro e a morena O páreo foi duro, dificulta nd Não bastass e isso, os ju o o julgamento dos ca ndidatos. rados – Vic Kelly, Anik tor Castro, , Chiquinh Jaqueline o, Simone presididos p Vilela e Bru or Kiko – ain no Coelho da tiveram q quase três h , ue enfrenta oras sentad r o calor, as os sem pod ágil de 288 n e r circular e... a otas, dadas tabulação pelos sete ju e divididas e rados aos 1 m quatro qu 2 candidato esitos (beleza nos desfiles s , simpatia, d e desembara esenvoltura ço nas resp o stas). More

Houve dois intervalos. No primeiro deles, o Açaí com Chantilly da Família na como a ilha distribuiu sua especialidaEncontro de menin de. A própria carrocinha as e men inos de açaí fez parte do cenário – composto justamente por elementos praieiros. Enquan to a plateia se deliciava com o brinde, Boa parte do pú blico foi composta po r jovens, mas os candidatos trocavam havia de tudo um pouco: de criança s pequenas Menino da Ilh o traje verão pelo traje a idosos, todo a e Menina da s numa animação Ilha só. Os cem são títulos et banho, para o segundo primeiros que ernos: os anos chegaram – a organiz pasação avalia sarão e Jackso desfile. Já o outro inter- que o total ult n & Viviane (2 rapassou os 200 es 013), pectadores – Ig o r & K ri ss valo, mais longo, foi para concorreram a ia (2 0 1 4 ) e uma bicicleta, oferecid A Menina a g o ra a pela CW Fábio & Ana dar tempo de contabilizar Net e entregue da Ilha 20 Luíza continua no palco por Fabiano 15 te 1 7 anos e e rão Azevedo, que sendo sempr as 72 cédulas dos jurados veio especialmen stá morand m e nossos men te para o evento. Domi o em P a in quetá há os ngo de sol, e meninas. Com e chegar aos resultados e 10h da manhã, três anos o é tradição, el o calor já cozinhand , na R u a Dois Irm es o os miolos, receberam um para os candidatos sabo- recinto fechado ãos. Mas a bicicleta, ca ... Nada desanimou fr ela J á c o r o e quenta a da a galera, que um, oferecida rearem o lanche oferecido compareceu em ad ilha há m pela Paquetá peso. m u ito encontra o s , o s v e n B a ike is tempo, p e por Bosco por Ivo Paquetá. Ninguém cedo m ois tem fam Bike, e ainda seus a aqui. Ana ília Viviane um mês gratuito nteces r e s arredou o pé até saber Luíza aca M a na PHC Fitn sore g a lhães, ba de Ilha de encerrar o ess, para manter Menina s: quem eram os escolhidos. ensino mé 2 0 1 seus corpos 3 – dio. Em aos e d 2015, ela saradinhos. Não é ventos sempre pres a pretende pouca coisa. e d n o te te C s n u o ta m M M e r a as eles sabem qu lho, Me vaga em Tu & ris e o maior prêm nino da M – e Igor io universidade p mo numa passado e mesmo é a ce ública. que es Ilha do ano rteza de que carreira tá estarão eternam d e modelo seguindo a ente nos cora . çõ es de Paquetá.

izeram a festa! Fotos: Neusa Matos


F

a

ça sol ou chuva, ela é receptiva a todos que a freJorge Roberto quentam, Martins de passagem ou de encantamento. Em ambos os casos, os bancos são suficientes para bons momentos de observação dos seus contornos - a feira de artesanato, o comércio, as charretes, as bicicletas, o trenzinho, os eco-taxis, os visitantes, os moradores, gente que a têm como referência para encontros, namoricos, compras, lazer e, naturalmente, para o até breve de quem embarca e o olá de quem desembarca. Barcas e catamarãs são testemunhas.

PARA CURTIR

A Praça Pintor Pedro Bruno

Projetada pelo próprio homenageado, que a equipou com bancos, bebedouro de pedra, colunas para buganviles e uma linda ânfora, ela é “observada” por ninguém menos do que Pedro Bruno, impávido no busto de sereno olhar - obra do escultor Paulo Mazzuchelli. Dia desses em que os termômetros parecem elevadores buscando a cobertura, um jovem casal aproximou-se de uma carrocinha de pipocas. Ele, bermuda branca, camisa azul claro e corte “neymariano”, ofereceu-lhe um saco de pipocas, perguntando se doces ou salgadas. Ela, um dengo só em seu shortinho generoso e blusa de decote idem, quase sussurrando, respondeu: Doce. Pedido atendido, deram-se as mãos e caminharam em direção à Praia Grossa. Sei não, mas acho que vi o busto de Pedro Bruno dar uma virada em direção ao casal. Coisas desta praça, que também é do condor.

culinária da vilmex

comer bem

Vilmex é a mulher do ouro

JORGE CAPADÓCIO

Geladinho da Helô

Estalagem

“O editor não gosta só de beber cerveja, como dizem. Adora comer, apesar de magro”. Assim começava a coluna de Sylvio e assim continua, pulando o quesito magreza. Mais uma dica de coisinhas diferentes e gostosas na ilha.

(antigo Recanto São Jorge) sob nova direção

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Cristina Buarque também não gosta só de beber cerveja

Rafae

U

ma delícia é o pastel de carne do Assis. Massa caseira (talvez seja a única na ilha) e recheio temperado com carinho. Acompanha refresco de caju ou de maracujá, tudo por R$ 3. Ele tem também pastel de queijo, pastel de forno, enroladinhos de salsicha ou presunto e queijo, bolinho de aipim. Tem gente que bate ponto ali todos os dias e, de quebra, a gente fica sabendo o que vai pela ilha. E os cachorrinhos, olhares lânguidos e pidões, acompanham todo o movimento. Um barato. Assis chega antes das 9 horas e fica até acabar o último salgado - o que não costuma acontecer muito depois das 11h, não. Rua Furquim Werneck, em frente ao Itaú e ao bar do Manel.


falando de cultura

balança mais no cais

Oscar Bolão é músico e professor e pesquisador de música

Flavio Aniceto é produtor cultural e cientista social

Dogville e A vila: dois filmes para serem vistos em Paquetá Cenário do filme Dogville (foto: Divulgação)

Não pretendo aqui fazer uma crítica destes filmes, tampouco contarei o final deles. Também não é um “papo-cabeça”, embora tentasse usar um pouquinho do que ainda resta dentro dela após os excessos das festas de fim de ano e a tensão pré-carnaval. E se pensarmos o pouco espaço que temos, e a proposta geral deste jornal A Ilha e desta coluna em especial, irei apenas lançar algumas provocações. rovocar, segundo alguns dicionários é “Estimular; incitar alguém a fazer alguma coisa”, então refletir sobre algo, ficar com uma “pulga atrás da orelha”, se indignar, se sentir afrontado, tudo isso, tem a ver com provocações ou provocar ações. Desde que vim morar na Ilha, em 2012, faço associações entre estes dois filmes – que me marcaram muito – e alguns traços do comportamento e da cultura paquetaense. Comentei com um ou outro, mas não me atrevi a avançar, mesmo porque poderia ser uma opinião apressada. Ambos os filmes falam das crueldades que pessoas aparentemente “simples”, “do bem”, “honradas” e “religiosas” podem fazer com os outros e com elas mesmas, em “defesa” das suas famílias, do poder, da “comunidade” e do “bem comum”. E o ser humano, quando quer, e quase sempre quer, é o lobo do homem. Sendo que o famigerado lobo, por mais que more nos nossos pesadelos, não é mau. Se ataca, é quando se sente ameaçado, ou por fome. E o homem? Melhor não pensar nisso, deixemos só o lobo ser mau, e nós, inocentes crianças com cestinhas de doces para nossas avós. É mais confortável. Dogville foi lançado em 2003, dirigido por Lars von Trier, estrelado por Nicole Kidman. A história

P

se passa em uma pequena cidade serrana do interior dos EUA, na época da Grande Depressão. O diretor filmou de uma maneira não convencional, em um grande galpão formando todo o único cenário, como em um espetáculo teatral, apenas marcações no chão e alguns poucos objetos informam as casas dos personagens. Para pensarmos em uma imagem similar, lembremo-nos de um abrigo de vítimas de enchentes, – imagem tão conhecida por nós, infelizmente. Aqui como lá, as pessoas encontram-se sem privacidade alguma, todos controlam todos, e são solidários ou não nas desgraças comuns. O narrador do filme apresenta os personagens e nos avisa, ou os desculpa à priori, “Todos têm pequenos defeitos facilmente perdoáveis”. Dentre estes, o destaque é Thomas Edison Jr., um escritor meio fracassado e inédito que se ocupa em pregar sermões morais para a comunidade que os aceitam por preguiça ou cumplicidade. Tudo muda quando aparece Grace (Nicole Kidman), linda, com trajes finos, assustada e dizendo que está fugindo de criminosos. Tom, contra a maioria da comunidade, a acolhe. Político, propõe que deem a forasteira um prazo de duas semanas, para então decidirem sua sorte. Grace, em compensação, deve ajudá-los em tarefas cotidianas. Mesmo esta solução é rejeitada, mas aos poucos Tom e Grace vão dobrando e os crias de Dogville aceitam que ele os ajude com tarefas “simples e desnecessárias”, mas que os moradores “generosamente permitem” que ela faça. E os fatos se desenrolam em um sistema de troca de favores: os nativos “aceitam” Grace, e esta, em compensação, precisa fazer a sua parte, mas a cada vez maior e penosa. Os resultados? Assistam ao filme. É uma experiência inesquecível. E cruel, alerto. Se Dogville tem um aspecto mais “cabeça” ou cult, tendo ganho matérias elogiosas e prêmios mundo afora, A Vila é mais popular,

“Sessão da Tarde”. Para mim, o seu maior prêmio foi ter sido satirizado na série Todo mundo em pânico (no filme 004, se não me engano) o que só demonstra o seu sucesso. A vila do filme é na Pensilvânia/ EUA e conta a história de uma comunidade rural com apenas sessenta moradores cercada por uma floresta na qual “moram monstros” o que impede os humanos passarem das fronteiras da cidadela. Se vivem confinados em função do perigo vindo “de fora”, dentro da vila pouca coisa é permitida, é um regime bem fechado e vigiado. Dia e noite. o meio disto tudo, floresce o amor entre K i t t y, filha do pastor e líder da vila, e Lucius, um jovem sonhador. A “paz” reinante na comunidade começa a ser perturbada não pelos monstros, mas pelo misto de curiosidade e indignação de Lucius que começa a questionar a prisão na qual todos vivem. As consequências são imprevisíveis. E aqui também não irei além, assistam ao filme, embora acredite que muitos já o conheçam. Talvez não tenham ligado o filme às pessoas. #Batuquemos PS: enquanto escrevia esta coluna, espiei, como de costume, as páginas da Ilha de Dogville, digo, da Vila de Paquetá no Facebook e me veio um autor na cabeça, Michael Foucault, em suas ideias sobre “governamentalidade” e “Vigiar e Punir”. Tentarei abordar estes temas nas próximas colunas, talvez não. Mas se alguém mais apto quiser encarar a associação entre estes conceitos... e Paquetá terá muito que fazer. PS2: “Se você não concordar, não posso me desculpar, não canto pra enganar, vou pegar minha viola, vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar...” Geraldo Vandré e Theo de Barros in: Disparada

N

Maria Christina

Sou do tempo de dois nomes. Sou Oscar Luiz, assim como Roberto Flávio, e vou falar de Maria Christina – que é um nome bíblico pois tem Maria, santa mãe de Deus, e tem Christina, que vem de Cristo, filho da Maria. Christina, como seus amigos a chamam. Queria ser enfermeira, mas o pai a obrigou a ser cantora. Ele fez o mesmo com o filho mais velho, que queria ser arquiteto e foi obrigado a ser compositor. Coitado. Eu queria ser advogado, como vocês já sabem. Antigamente era assim. Na história do desenvolvimento da vida familiar no Brasil alguns adotaram nomes de árvores – como os Pereira, outros de animais – como os Leão. O tataravô da Christina, que veio da Holanda, batizou seu clã em homenagem à mãe-pátria, como os França fizeram. Maria Christina, quando assina alguma coisa, bota Ferreira; quando canta, tira o Maria e acrescenta um Buarque. Maria Christina de Holanda Ferreira é a Cristina Buarque, agora sem h, nossa vizinha. Ela cria uns gatos. Muitos. Imaginem comigo: uma sala tem quatro cantos. Cada canto tem um gato. Cada gato vê três gatos. Quantos gatos têm na sala? Uns trinta, talvez? A resposta estaria errada mas essa é, mais ou menos, a população de felinos que comem e dormem no terreiro da Cristina. Vou contar. A Cristina é devota de São Francisco de Assis, talvez por causa do irmão. Ela não pode ver um gatinho vagabundeando por aí que leva pra casa. Aí eles vão ficando. Gatinhos são muito abusadinhos. Mas ela não se incomoda, pelo contrário, fica tomando café pajeando a gatarada no quintal. Daí sai batizando um por um, ninguém fica pagão. Nossa amiga é um arquivo vivo do cancioneiro popular. Deve-se a isso o refinamento do seu repertó-

A

rio, que é alguma coisa sem par. Ou alguma coisa ímpar. Só perde, talvez, pro Élton Medeiros. E é por causa desse conhecimento todo que a gataria, inevitavelmente, foi e vai sendo batizada com nomes de músicos ou músicas. É a própria Cristina quem me explica num bilhete: u tinha quatro gatos: Samuel, Chupeta, Etelvina e Mir tes. Quando vim pra Paquetá, meu filho pediu pra eu ficar com as dele: Iolanda e Adelina. Peguei aqui, pequeninos, Fú e Osmar. A família, completa e feliz, mudou-se para a Alambari e encontrou uma trupe que foi sendo batizada como Chiquinha, Gonzaga, Ernesto, Nazareth, Anacleto, Lago, Catulo, Orestes, Barbosa e etecetera. As gatas foram parindo. De Nazareth vieram Bambino, Tenebrosa, Odeon, Matuto, Arreliado, Escovado, Pinguço, Furinga e Brejeiro. Ela, Nazareth, era a provável mãe de Barbosa (irmã de Orestes) que pariu Atrevidinha, Fon-Fon, Nenê e Fidalga. Chiquinha continua parindo: Forrobodó, Lua Branca (maior negão), Atraente, Catita, Corta Jaca I e Corta Jaca II, Zorba Devagar, Aracy e Ismael. Uma vizinha pediu pra eu cuidar de dois: Silva e Souza. Souza pariu Dina e Zé Keti. Desconfio que Zé Keti seja Zé Keta. Fon-Fon, que escapou da castração, teve cinco gatinhos bem na minha poltrona de ver TV dormindo: quatro pretinhos e um preto e branco. Batizei, então, de “Quatro Ases e Um Coringa”. Tenho agora mais cinco neguinhos iguais, que ainda não batizei. Mas ainda tenho Violeta (Cavalcante), Panaca, Pamonha, Pequenina, Fora Pipa – que apareceu aqui pequenina e morreu (verto lágrimas até hoje) e algumas que passaram, como Abigail. Ia esquecendo de Wilson e Batista. Batista me deu Seu Oscar e Chico Brito. Acho que vou batizar algum gato de Bolão”. Me lisonjeia muito isso. Mas o que me impressiona, de fato, é ela lembrar de todos os nomes. Coisa de mãe.

“E


Acima, o siri azul. No alto, à direita, o siri candeia. E, por fim, Joaquim com a filha, Sinthia, numa pescaria de siri na ilha.

Pesca de siri em Paquetá Joaquim Novaes

Antes de falarmos sobre a pesca, vamos aprender um pouco sobre este crustáceo. Temos o candeia e o azulão; sendo que o candeia vive em águas mais profundas (embora a gente possa encontrá-lo em partes rasas) e o azulão chega a sair da água em busca de alimentos. Os siris se alimentam de crustáceos de tamanho menor, moluscos e uma infinidade de outras espécies, geralmente mortas ou em estágio de decomposição. Eles possuem 10 patas. Um fato interessante é que muitas pessoas não sabem que ele nada. Para isso, as duas patas de trás achatadas funcionam como nadadeiras e o último par de patas locomotoras é usado como remos. Estas podem pinçar com muita rapidez, causando pequenos ferimentos. O habitat preferido do siri são as praias lodosas. A fêmea é menor que o macho e possui abdômen largo e arredondado, cujos apêndices são usados para carregar os ovos quanto está ovada. O abdômen do macho, por sua vez, é estreito e fino. O siri está ameaçado pela pesca predatória, pela destruição do seu habitat e pela poluição. Quando tiver pescando, procure soltar as fêmeas e todos que forem pequenos, pois eles crescem e chegam até 20 cm de envergadura.

Tipos de puçá Agora vamos falar sobre como pescar o siri e os materiais e iscas necessárias. Leve um balde com alça para colocar os siris e um alicate para auxiliar a retirá-los do puçá. Existem dois tipos de puçá nas lojas especializadas. Vamos falar primeiro do que tem cabo. É um aro com rede de nylon e cabo de alumínio de aproximadamente 60 cm, que custa em torno de R$ 36,00. A pesca só será produtiva com a maré enchendo e, de preferência, de manhã e no final da tarde, pois é neste momento que eles ficam ativos a procura de comida. Entre na água até a altura do joelho e vá andando pela praia e olhando para o fundo. Quando avistar o siri, coloque o arco por trás dele, puxe rápido contra seu corpo e levante. No início, você perderá alguns, pois eles correm quando se sentem ameaçados, mas, com o passar do tempo, você conseguirá pega-los. O outro tipo de puçá é o de espera. Possui um aro de aproximadamente 60 cm com rede de nylon, chumbada no fundo e corda de uns três metros. Custa de R$ 6,00 a R$ 8,00. Como utilizá-lo: amarre na ponta da corda uma garrafa pet ou isopor para marcar o local em que lançou o puçá na água. Procure colocá-lo afastado dos banhistas para evitar o barulho.

Melhores iscas No centro do puçá a linha forma uma cr uz. Amarre bem nesse meio pedaços de guelra de peixe, tripa de galinha ou sebo de carne. Coloque o puçá a uns seis metros da areia, aguarde uns cinco minutos e, quando for retirar, levante bem rápido para o siri não fugir. E, como já disse, pesque sempre com a maré enchendo, pois na vazante você não conseguirá nada. Vo c ê c o n segue guelra de peixe com os pescadores pela manhã, na Praça Bom Jesus, e sebo, nos açougues. Locais para pesca: em todas as praias de Paquetá! Se você precisar de alguma ajuda para compra do puçá, isca ou orientações de como usá-lo, me ligue (Joaquim – 99856-3975).

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signo com humor

Perspectivas para o Paquetaense 2015

Madame Sanz. Ariana, metida a engraçada, quase cigana, astróloga, numeróloga e alcoólatra

Libra Os engomadinhos librianos gostam de variedade alimentar. São sofisticados também na cozinha e vão apreciar o estilo nouvelle cuisine. A apresentação é fundamental. Esse desequilibrado por natureza tem certa tendência a se alimentar de forma desequilibrada. Carnes e peixes em pratos bonitos, com acompanhamentos leves, sabores pouco ácidos ou apimentados. Com é um fazedor de média, vai elogiar tudo... Escorpião Para os desconfiados escorpianos, sua alimentação depende do estado emocional. Quando estão bem, adoram experimentar alquimias diferentes, condimentos exóticos e sabores bem pronunciados. Quando estão desgostosos da vida, são capazes de comer qualquer coisa, quando comem. Apreciam carne. Sobremesas elaboradas são a perdição. Se ele não gostar da sua comida, pensará: Deus, ajude-me a perdoar essa cozinheira, mesmo que a crápula não mereça! Sagitário Para os teimosos sagitarianos, a alimentação matutina é essencial. Signo do excesso, do 8 ao 80, se alimenta de acordo com sua inspiração e entusiasmo. Embora goste de dietas purificadoras, que alterna com períodos de loucuras gastronômicas, o Sagitário vai mesmo é de alimentos condimentados, até um pouco pesados. Viajantes inveterados, gostam de cozinha internacional. A dica, se a intenção é conquistar a simpatia do arqueiro: dê risadas se ele entornar a comida ou o copo de vinho - ele é assim mesmo, totalmente desastrado, e ainda vai culpar você! Capricórnio Os metidos a politicamente corretos capricornianos têm um estômago resistente. Gostam de

Glênio Carneiro Maciel Júnior

Mal acabou o campeonato de 2014 e já começam as especulações para o Paquetaense de 2015. Como tivemos como campeão um time convidado, que não é da ilha, é possível que ele volte para defender seu título. Desta maneira, esperamos o Itaoca forte como sempre, com destaque para o meia Júnior e o lateral Pedro, que fizeram um ótimo campeonato em 2014.

V

i

ndo de um vice-campeonato, temos a Moreninha, que, apesar de ter sido derrotada por 4x1 na final do ano passado, ainda assim é uma concorrente de peso ao título. Na equipe, podemos dar destaque ao artilheiro do Paquetaense de 2014, Bruninho, que é um ótimo cobrador de faltas e faz dessa arma um problema para os adversários. Semifinalistas de 2014 e finalistas de 2013, o Eu+10 e o Tudo Nosso sempre surgem como bons times a disputarem a taça, tendo o Tudo Nosso levantado o caneco em 2011 e 2013, nessa última contra a equipe do Eu+10, um 4x4 com a decisão nos pênaltis, um grande jogo. Podemos realçar no Tudo Nosso a experiência de seus jogadores, como Diego Barros, volante e zagueiro que se destaca por sua calma e técnica.

Aquário Como os aquarianos não são desse planeta e têm uma opinião formada sobre tudo, não têm medo de provar aquelas comidas que aparecem nos filmes de Indiana Jones, por exemplo. Gostam de combinações diferentes, como doces com salgados. Salada de flores, comidas frias, grãos, cereais e vegetais cozidos. Use e abuse das especiarias. Este é um signo que se alimenta preferencialmente de poucas quantidades de comida. Sirva fechando com uma sobremesa gelada, com Time do PEC cogitado Para o Eu+10, derrotado na semifinal pelo campeão Itaoca, cobertura quente de fruta. Mas não se eso ano é mais uma oportunidade para conseguir o primeiro queçam… vão analisar e observar tudo e título. Para isso, a equipe conta com a volta do volante Dal e a todos o tempo todo, sem você perceber. contratação do lateral Regis, e ainda há indícios da chegada Peixes Eles que se acham os mais de outros reforços. Porém, não está descartada a saída de inteligentes do planeta, a instabilida- alguns atletas, já que é cogitada a entrada de um novo time de e emotividade deste signo se manifestam no campeonato, o do PEC, que possivelmente contará com também na alimentação. Quando está bem jovens jogadores, moradores da localidade que lhe dá nome. Por último, mas não menos importante, podemos falar sobre e animado, Peixes come de tudo. Quando a Colônia, que não se classificou para a fase final da competição está desanimado ou melancólico, come de 2014 por detalhes. O time da colônia de pescadores já é além do que deveria. Nem é preciso dizer tradição no campeonato. Tendo Marquinhos, Felipe Alexandrino que o pisciano adora frutos do mar. É flexíe Luiz Cláudio no comando, a equipe tem a missão de conseguir vel na culinária, mas tem predileção por o seu primeiro título do Paquetaense. comidas um pouco líquidas, como suflês. Dessa forma, é esperado mais uma vez um campeonato Como se acha um ser superior, cuidado disputado, que é caracterizado por um ambiente familiar, com para ele não dar opinião sobre como você cerveja gelada, bom futebol e conversa fora com os amigos, De cima para baixo, deve fazer a comida, adora reprimir. um campeonato que tem realmente a cara da ilha. Se você não Bruninho Proença conhece, apareça no Municipal aos domingos, escolha um time (Moreninha), Pedro Bispo Ricardo & Neuzinha pra torcer e seja bem-vindo. Viva o Paquetaense! (Itaoca), Felipe Alexandrino Foto: Neusa Mattos

Neusa Mattos

encantos arquiteturais, por

honrar a tradição da comida regional e a francesa tradicional. São sérios e esperam uma boa acolhida, também ao estômago. Não enrole muito com aperitivos. Afinal, o bichinho desse signo é a cabra da montanha! Saboreiam alimentos sem a confusão de molhos e aparências. Para a eterna depressão dos capricornianos, a batata e chocolate (amargo) são grandes aliados. Então, batatas e chocolate para animar o encontro!

Este chafariz com azulejaria portuguesa, incrustado em uma pedra natural, protegido por duas fileiras de colunas encimadas por arcos, em uma construção em estilo neocolonial dos anos 40, século XX, contrasta de forma muito interessante com a natureza exuberante da nossa ilha. Curiosa ousadia arquitetônica da união destes dois elementos em um estilo conservador. Talvez a força da beleza de Paquetá tenha se imposto ao arquiteto, que, ao invés de domar a pedra que surge no terreno, a expõe. O chafariz fica nos fundos dos jardins do Hotel Farol, antiga Colônia de Férias da Mesbla, e evidencia como as relações trabalhistas mudaram. O carinho com que este prédio foi construído testemunha uma época em que havia uma preocupação com o bem estar do funcionário, sua interação com outros colegas de trabalho, sua família. Tempos idos... Ricardo Cintra, Arquiteto Intuitivo

Glênio Carneiro Maciel Júnior é estudante de Psicologia da Universidade Veiga de Almeida, estagiário da equipe de Fenomenologia Existencial do SPA da UVA e presidente do Eu+10.

foto do mês: Francisco Neto

(Colônia), Diego Barros (Tudo Nosso) e Dal (Eu+10).


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meio ambiente Carlos Coelho é professor e músico

Amigos do Cantinho do Ambiente, conforme “combinado” no número anterior, vamos conversar mais sobre o tema da ocupação irregular dos morros. Da regular também. Como o assunto é complexo, serão deixados alguns temas correlatos para o próximo número. Isto porque desejo ir nesta questão lá do início, pois, entendendo como se originou, é mais fácil (ou menos difícil) se chegar a algum ponto. Sem aprofundamento das questões jurídicas mais detalhadas, tanto por não ser necessário quanto pelo meu quase total desconhecimento no assunto! Novas gerações no morro Duas coisas são muito importantes nesta análise inicial: uma é o tempo que se passou (com tudo o que aconteceu até hoje), quando pessoas receberam do governo o direito de ocuparem determinadas áreas regidas por legislação específica, baseada no conhecimento e preocupações gerais daquela época, daquela era. Década de 1980, antes, por exemplo, da Rio 92 - primeira reunião mundial realizada aqui sobre o Ambiente (na época Meio -, a partir de onde foram estabelecidos cada vez mais parâmetros ambientais e de defesa civil. Além disso, naquele momento, as pessoas estavam indo, hoje em dia já se passaram gerações que nasceram nos locais. Claro que em outro ritmo, mas mesmo que mais pessoas ainda estejam cada vez ocupando mais, as próprias famílias já teriam aumentado, crescendo também a ocupação, já que nunca houve política habitacional que

pudesse prever esta expansão de moradias em locais inadequados; Perigo e dificuldades A outra coisa é que, por falar em locais inadequados para moradias, pra mim, que moro no asfalto(?), é tudo mais fácil, ter acesso aos serviços essenciais, como água, luz, botijão de gás, destinação mais adequada ao esgoto domiciliar, ter o lixo coletado, levar as comprar para casa, transporte de algum doente ou idoso ou qualquer pessoa com dificuldade temporária ou permanente de locomoção e tantos outros problemas de quem mora nos morros, mesmo nas partes mais baixas, que dirá nas mais altas. Além dos perigos durante tempestades, por exemplo, cada vez mais iminentes! om tudo isso, não é possível que não haja ao menos um ótimo motivo para se continuar a passar perrengues e perigo. Além, é claro, do apego que causa em qualquer um morar muito tempo no mesmo lugar ou próximo! Foi falado no programa habitacional Minha Casa Minha Vida na ilha para evitar injustiça com quem tem seus direitos adquiridos faz tanto tempo, talvez mais como ideia do que como projeto viabilizado, e nunca mais se tocou no assunto. Neste caso, sou pessimista: a prefeitura e demais instâncias envolvidas na regulação e fiscalização nunca se mostraram dispostas a enfrentar satisfatoriamente para todos a questão.

C

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Ok, reclamaram tanto que as fotos andavam difíceis que dessa vez está sopa-no-mel, mamão-com-açúcar, fichinha, batata, mó limpeza – chame como sua idade preferir... Mas que está fácil, ah, isso tá. Envie a resposta para o e-mail tunel@jornalailha.com. Mas não deixe de dizer como você percebeu: tem que explicar qual foi a pista. A resposta sai na próxima edição, junto com o nome do(s) ganhador(es). Resposta da foto da edição anterior: Houve quem dissesse que a foto era da Rua Doutor Lacerda, no trecho onde há um terreno vazio, ou da Alambari Luz. Mas é da Pinheiro Freire, no quarteirão entre o hospital e o Viracanto. E quem levou, de novo, foi Alberto Marques. A pista foi a primeira construção, à direita: a antiga sede dos Correios. Ele aproveitou para demonstrar o “sentimento de gratidão e reconhecimento à equipe de carteiros que na época servia aos paquetaenses, chefiada por Higino Pradal, na qual se destacavam o Cicico, o Mamaco, o Sabiá, o Paulo Vianna, o Hélcio, o Buraco, Darcy Ruído e, certamente, algum outro que omito porque momentaneamente me falha a memória”. E acrescentou: tais lembranças são “uma dura crítica ao serviço de correios hoje desempenhado em Paquetá, dado o atraso com que as correspondências são entregues e com frequência em endereços errados, pela pressa dos atuais carteiros para não perderem o horário da barca de volta à Praça XV”. Ele escreveu e nós fazemos coro: com o péssimo serviço dos correios na ilha, chega a ser ofensivo ver aquele inútil carrinho de Sedex saracoteando pra cima e pra baixo como se fosse sério.


Informativo da Morena Este espaço é uma cortesia do jornal A Ilha à Associação dos Moradores, que é inteiramente respónsável por seu conteúdo. As informações e opiniões não são necessariamente apoiadas pelos editores do jornal.

Nova Diretora é advogada, chef e atriz A nova Diretora Executiva da Associação de Moradores de Paquetá – cargo que corresponde ao de presidente – é Regina Linhares, moradora da ilha há 11 anos. Ela já integrava a diretoria liderada por Sylvio de Oliveira, cuja morte fez com que o cargo se tornasse vago. Não foram feitas novas eleições porque o estatuto da instituição prevê que, nestes casos, a própria assembleia de associados pode definir o novo ocupante do cargo vago. Como ela já era Diretora Adjunta, os associados consideraram como natural sua indicação (ela não se candidatou, mas sim foi indicada e aceitou a tarefa).

agora realocar esta discussão no novo contexto da ilha.

Quem é Regina A nova Diretora frequenta a ilha desde criança – foi não apenas veranista como morou em Paquetá em diversas fases da vida. Atualmente, ela mora numa casa na Rua Frei Leopoldo, entre o cemitério e a Imbuca. Mãe de quatro filhos, tem seis netos – que vêm frequentemente passar dias com ela. Mas, além deles, tem em seu coração um cachorro (perdeu dois recentemente, sendo um há menos de duas semanas) e um gato.

Regina é advogada, tendo levado à frente ações judiciais para vários moradores – inclusive, gratuitamente, para a Morena. Sua ligação com a associação é antiga: ela já integrou uma diretoria anterior e participou de diversas comissões de trabalho. Foi uma das quatro integrantes da Comissão Eleitoral que, em 2013, conseguiu Regina sabe disso e apesar dos seus mobilizar o ressurgimento da Morena afazeres, aceitou o encargo. Cabe a e promoveu suas primeiras eleições nós todos ajudá-la no que for preciso. em mais de cinco anos. Temos como tarefa retomar a pauta Ela fechou seu escritório no centro estabelecida com o Prefeito, da qual do Rio há dois meses para administrar nada ou quase nada foi cumprido. o bar e restaurante Quintal da Regina, Naquele momento – pouco mais inaugurado há pouco no prédio onde de um ano –, tínhamos estabelecido funcionava o Tia Leleta (bar do Zarur). que o assunto principal, dentre tantos As responsabilidades com o novo que nos afligem, era a reforma do empreendimento foram uma das prinSolar Del Rei e sua transformação cipais razões pelas quais ela relutou em centro cultural. Imaginávamos, em aceitar o cargo na Morena – o que então, que um local público dedicado acabou fazendo, por insistência dos à cultura, com cursos e apresentações demais membros da diretoria. Chef de filmes, peças de teatro, artes plás- de cuisine formada, ela é também ticas e música, transformaria Paquetá atriz, tendo fundado e integrado por e daria aos jovens possibilidade de muitos anos o Grupo Umbu, bastante sonhar com um mundo melhor. Cabe respeitado no meio teatral. Não é tarefa fácil substituir Sylvio. É difícil ter sua capacidade de aglutinar pessoas, manter a calma e o tato ao lidar com assuntos que tocam a vida de todos. E, ainda, em prol do bem comum, suportar as reclamações, às vezes impertinentes, e até agressões feitas de má fé.

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ASSEMBLEIA MORENA

FEVEREIRO (SÁBADO)

10h – Salão da Igreja

OfíciodaAssociaçãoreivindica soluções da CCR para o caos das barcas no verão prévio aos moradores, que venha a se perpetuar mesmo após os meses de verão. Seria a quarta vez que a CCR alteraria a grade em menos de três anos - dado gravíssimo numa empresa que possui o monopólio do serviço de transportes de um bairro inteiro, cuja população dele depende para O ofício chama a atenção para suas atividades diárias. cinco pontos: o desrespeito aos A Morena ressalta ainda que horários previstos para partida e a empresa não pode agir como chegada, a troca rotineira das emse ignorasse o fato de que a ilha barcações previstas, o aumento do possui moradores, priorizando o tempo de viagem e o desrespeito acesso de visitantes em detrimenàs normas de acesso prioritário to destes. Com ou sem verão, tais para idosos, gestantes e os demais moradores têm seus horários de passageiros que têm estes direitos. trabalho e demais compromissos A Morena encaminhou à CCR Barcas ofício no qual demonstra a insatisfação – e a revolta – dos moradores com a ineficiência da empresa em dar conta do mais do que previsível e habitual aumento do afluxo de passageiros durante os meses de verão.

O texto encaminhado à empresa levanta ainda a suspeita de que esteja havendo uma alteração branca dos horários, sem aviso

Nem tudo são flores Às vezes, a gente queima a língua. Na última edição deste Informativo da Morena, apontamos as melhorias em andamento no hospital. Pois, logo depois, no fim de semana entre o Natal e o Ano Novo, com ilha lotada, o serviço de raio-X não estava disponível por falta de pessoal! Isso é imperdoável em um período no qual aumenta consideravelmente a possibilidade de acidentes em razão do movimento frenético de eco-taxis e de pessoas – especialmente crianças e idosos. Indesculpável.

MoradorespensamatéemManualdeSobrevivência A primeira reunião da Morena em 2015 ocorreu em 10 de janeiro. O assunto que mais mobilizou os presentes – fora o calor quase insuportável destes dias – foi o imenso fluxo de turistas que chega diariamente à ilha e os problemas que isso acarreta. Procurando colocar um pouco de humor nesse assunto tão pesado, Coelho, nosso colunista ecológico, elaborará um

– que não têm como ser alterados de acordo com as decisões arbitrárias desta concessionária de um serviço público.

Manual de Sobrevivência dos Moradores de Paquetá nos Meses de Verão, que será urgentemente distribuído. A discussão desse assunto que todos os anos nos aflige, comum a todo lugar com vocação turística e que implica em dificuldades de transporte e abastecimento, continuará em novas reuniões entre os moradores e com a administração, que serão divulgadas.

MORENAILHADEPAQUETARJ@YAHOO.COM.BR

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crônicas de paquetá a vida é como ela é julio marques Cada um lê, vê ou ouve de acordo com sua experiência de vida. Como disse Mario Peixoto : "talvez com o inútil de cada um". Copiando um cronista famoso, mando um abração ao Sr. Revisor e explico que não quero copidescagem comigo. Com a minha concordância concordo eu. Meu tempo é meu. Os parágrafos existem no ritmo da minha respiração e, confesso, às vezes gaguejo e gosto do meu gaguejar. Acredito nas regras, mas as vejo como uma cerca a ser pulada. A gente erra e acerta. o me lembra as razões d'eu vir pr'a cá.

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C

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modize recita a Cristina, eu vim porque não tive paciência. Não estava a fim de lutas e novidades, mesmo porque não havia. O neoliberalismo estava a toda, muros haviam caído para o lado errado e, já que nada interessante acontecia, era melhor ficar quieto. Afinal eu já havia visto o que quis e o que não quis. Acontece que Paquetá foi uma novidade. Não pela paisagem – já tinha conhecido

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

iguais ou melhores no conceito formal da beleza –, mas pelo que havia atrás do mar não tão azul, das casas não tão antigas e das ruas não tão de saibro. O que Paquetá preservava não eram as árvores antigas, mas um jeito antigo de ser livre. No começo, pouco saía de casa. Trazia pessoas para cá, criava festas e saraus e o tamanho da casa condizia com isso. Aos poucos, fui conhecendo gente; mais do que gente, o espírito da coisa. A Casa de Artes foi um rito de passagem, um meio termo entre a cidade do Rio de Janeiro e seu bairro-ilha. Mais pessoas conheci até achar o Bar do Zarur. Lembro de uma tarde inesquecível. O bar vazio, só com um mesão. Gente com surdo, tamborim, pandeiro, cavaquinho e violão cantando sambas do Estácio. De público, só eu e Marilda, mãe de Anginha. Foi assim que eu conheci a Cristina. Sem pompa e circunstância. O bar foi crescendo; minha Paquetá foi se ampliando. No bar, nasceu um painel com fotos de quem queria – fotos antigas, fotos recentes. Cristina lançou um disco com uma roda de samba que fechou todas as ruas. Mais rodas de samba se formaram ali,

mais pessoas interessantes apareceram por lá. Uma biblioteca foi criada, fundou-se um cineclube (no começo só com curtas-metragens musicais).

Com

eçamos a fechar a rua para um bate-papo mensal, que existiu por uns três anos. Ali falaram, em uma mesinha tosca com um microfone fanho, o Sergio Cabral, o Lan, Haroldo Costa, Edino Krieger, Elton Medeiros, Muniz Sodré, Isabel Lustosa. Pessoas de Paquetá contaram sobre a Eliziária, sobre a escola, futebol e carnaval e suas próprias vidas. Áurea, Valtinho, Afonsinho, Regina Yolanda e Valeria e Liliane, Mello e Domício deram vida a uns domingos vazios.

A

liás, queria dizer que isso só existiu graças ao Jorginho, famoso atacante do imbatível Barreirinha e pianista, mais famoso ainda, nas noites cariocas. Naquele bar fundou-se a Foliona e se fez o primeiro baile de abertura do Carnaval de Paquetá. Teve festa de São

João com casamento de verdade professado pelo Pastor Ronaldo.

Q

uem foi foi, quem não foi paciência – sabendo que é melhor ir na canela do que perder o jogo. Viva as metáforas. Por ali passaram, como diz o Chico, sambas imortais dançados pela Nega Luiza e Yara foi coroada Rainha do Carnaval Ali Birulinha bebeu a ultima cerveja e tirou foto comigo e com o Mello. Ali Domício Proença Filho cantou e recitou. A Bundinha Feliz sentou naquele bar, pra felicidade da cadeira e para beber cerveja. A Beldade da Comlurb passou distante e a moça da Saia Curta falou sem parar. Ali fui feliz noites e mais noites Julio, melancólico e saudoso, mas acreditando nas novas conjunturas embora com um pé atrás.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos.

Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Preventório Rainha Dona Amélia Escola Pedro Bruno Poço de São Roque Coreto Renato Antunes Capela de São Roque Casa de Artes Pedra da Moreninha Ponte da Saudade Pedra dos Namorados Casa de José Bonifácio Mirante do Morro da Cruz Cemitério de Paquetá Cemitério dos Pássaros Farol da Mesbla

Praças e parques Telefones úteis

Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2133 (água) / 3397 2150 (esgoto) Comlurb - 3397 1439 Farmácia - 3397-0082 Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Light - 0800 282 0120 Oi Telemar - 3397 0189 PM - 3397 1600 / 2334 7505 Polícia Civil - 3397 0250 XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Pedro Bruno Fernão Valdez Atobás (Quadrado da Imbuca) Tiês Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Mestre Altinho Bom Jesus do Monte Manoel de Macedo São Roque Ex-Combatentes Alfredo Ribeiro dos Santos Pintor Augusto Silva Parque Darke de Mattos Parque dos Tamoios

Praça XV > Paquetá

Dias Úteis Dias Úteis 05:30 > 06:40 05:30 > 06:20 06:45 > 07:35 07:00 > 08:10 08:45 > 09:35 07:45 > 08:35 10:15 > 11:25 09:45 > 10:35 10:45 > 11:35 11:45 > 12:35 13:20 > 14:30 12:00 > 13:10 15:30 > 16:20 14:40 > 15:50 17:30 > 18:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:40 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 20:00 > 21:10 22:15 > 23:05 21:00 > 21:50 00:00 > 00:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados FdS e feriados 04:30 > 05:40 06:00 > 07:10 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40 00:00 > 01:10 Em negrito, horários com barcas abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada.

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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