Jornal A Ilha 64

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Ano V - n 64 - janeiro de 2019 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


Agradecimento à comunidade paquetaense

Hely Fer r eir a

O ano terminou e quero externar os meus mais sinceros agradecimentos a todos os que se doaram para manter viva essa chama que aquece àqueles que vivem à margem da sociedade, muitas vezes querendo apenas um pouco de carinho e atenção. Agradeço também aos amigos que contribuíram com donativos e estiveram presentes nos preparativos do pão de cada dia. O projeto Heli conta também com a colaboração dos amigos Ademir, Adair e seu Manoel, os quais deixaram de ganhar 7.830 reais baixando o valor do pão para 0.40 centavos. Esse ano foram mais de 26 mil pães distribuídos para pessoas em situação de rua. Com a ajuda de vocês, esse ano conseguimos fornecer a eles 31.000 copos de 150 ml. 720 kg de açúcar 190 kg de café Além de manteiga, alguns almoços e de possibilitar a alguns a volta às suas cidades de origem. Aproveito a oportunidade para desejar a todos muitas alegrias, paz e muito amor no coração. Amor para dar e receber. Finalizo ratificando a importância de todos que estão conosco nessa caminhada, pois... NA VIDA NINGUÉM FAZ NADA SOZINHO..

AMORES DA ILHA

FOTO DO MÊS

Francisco Neto

Nixon Bezerra de Brito Cláu dio S an t os

Expediente

A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014)

Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Mary Pinto, Ricky Goodwin, Toni Lucena e Vitor Matos. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 64, janeiro de 2019.

Este número de A Ilha foi possível graças à par ticipação dos anunciantes e às contribuições financeiras de • • • • • • • • • • • • • •

Adilson Martins Ana Cristina Ana Emília Bete Salgado Bichara e Marcia Coronel Paulinho Cristina Buarque Cristina Monteiro Dimas Edinho e Nenem Ernani Guto Pires Julia Menna Barreto Julio Marques

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Karl e Elma Leila e Jorginho Lia e Guinho Frazão Lula Mendes Magda Mittarakis Márcia e Ludi Marcio e Mariangela Mary Pinto Maurinho Nilson Sant'Anna Padre Nixon Paulo e Joana Ricardo Sant Clair Silvio e Marília

Cartas

Capa: Arte Toni Lucena. Foto Ricky Goodwin

O atropelamento do garotinho abre duas discussões: a falta de um atendimento imediato à uma pessoa acidentada na ilha, em que o hospital não consiga dar conta do atendimento e a questão da velocidade e dos meios de transportes na ilha.

São duas frentes de luta em que todos nós precisamos ajudar a MORENA e o CCS. Temos que participar e fortalecer essas duas entidades representativas, não só ir às reuniões quando um problema nos atinja diretamente! Associase, entre em um grupo de trabalho! Proponho que a primeira reunião da nova diretoria seja sobre a questão dos transportes e de um protocolo de atendimento em casos graves, entrando aí, a luta pela ambulancha. Alessandra Bruno (Professora e moradora de Paquetá) O que você achou desta edição do jornal? Qual a sua sugestão para o próximo número? Q u e r e s c r eve r s o b r e a l g u m a s s u n t o d e Pa q u e t á ? cartasjornalailha@gmail.com


Emergência em Paquetá? Texto & fotos: Guto Pires O ano de 2019 chegou, 2018 ficou para trás e os moradores de Paquetá ainda se perguntam – sem encontrar resposta – por que a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) determinou uma ampla Operação Especial da Guarda Municipal, justamente em Paquetá? Na ocasião (4/12), a chegada da operação causou grande apreensão dos moradores. O Grupamento de Operações Especiais (GOE), segundo site da SEOP, “é uma das principais forças de pronta-resposta da Guarda Municipal do Rio para dar suporte a todas as demais unidades operacionais da instituição em situações de emergência”. A pergunta óbvia é: qual foi o cenário de situação de emergência que justificou essa operação em nossa ilha? Nem mesmo o Comando da Operação Especial soube responder. A pergunta foi feita por representantes do CCS (Conselho Comunitário de Segurança de Paquetá) e da MORENA (Associação de Moradores de Paquetá). O segredo, certamente, está guardado em alguma instância da SEOP, órgão ao qual a Guarda Municipal (GM) está vinculada. Foi dito, é verdade, que a operação foi por “demanda dos moradores”. Mas, como? Se o CCS – que existe exatamente para dialogar com as autoridades de segurança sob a perspectiva dos moradores – não foi sequer comunicado? A MORENA, representação máxima de todos nós, menos ainda. A Região Administrativa, parte integrante da estrutura do poder público municipal, foi informada somente na última hora da sexta-feira que a operação teria início na segunda.

No site da secretaria a definição oficial de suas atribuições registra que “A SEOP é o órgão responsável por formular e implementar políticas públicas que garantam a manutenção da ordem urbana e a integração da Prefeitura com todas as forças de segurança pública”. Irônica integração: no DPO (Departamento de Policiamento Ostensivo) da Polícia Militar, em Paquetá, ninguém sabia de nada. ZERO PARA A SEOP, 10 PARA A GUARDA MUNICIPAL O desembarque do numeroso efetivo de policiais da GM, além de um caminhão/escritório e três motos, guardava uma boa surpresa para os paquetaenses: na abordagem da GM foi ressaltada a importância do diálogo com a comunidade, especialmente com nossa Associação de Moradores – MORENA e nosso Conselho Comunitário de Segurança (CCS). Os coordenadores da operação enfatizaram que o objetivo era conhecer o cenário da comunidade e produzir um relatório técnico que faria recomendações diversas aos órgãos competentes para tudo aquilo que estivesse em desacordo com o Código de Posturas municipal. Com expressa preocupação de levar em conta as muitas singularidades de nosso bairro. Melhor ainda, declararam compromisso total com a transparência: o relatório ficará disponível para as diretorias do CCS e MORENA, bem como para qualquer paquetaense interessado.

Dois dias após a chegada da GM, foi realizada uma produtiva reunião da MORENA e CCS com a coordenação da operação, que também compareceu à reunião mensal do CCS, no dia seguinte, para dar esclarecimentos a todos os moradores presentes. À época, foi anunciado que a presença da GM em Paquetá não será mais vinculada à 12ª.Inspetoria (Ilha do Governador e Paquetá), mas que nossa ilha vai ganhar uma unidade específica, com comando próprio, mais que o dobro do diminuto efetivo atual, e policiamento feito em veículos de duas rodas: bicicletas. Aplausos unânimes.

Paquetá Fala Acabou de desembarcar um grupo de mais de 10 homens com um aparato absolutamente desnecessário e indo de encontro ao que foi dito ontem na praça. Homens com cassetete e escudo protetor, como que preparados pra confronto. Homens da marinha. Era tanta gente que foi difícil identificar. E ainda tinham dois caras com fuzis. Achei que vinham corrigir uma coisinha aqui, outra acolá, ouvir os anseios da população, já que a primeira dama se diz apaixonada por Paquetá.... Mas aparato pra CONFRONTO? Isto cheira a intimidação, provocação. Filme que nao pretendo ver de novo, sobretudo na pacata, romântica e fotogênica Paquetá. (Soninha Coelho) Paqueta nunca precisou disso.. Precisava era de investimento nas reformas e na saúde.. mas ai nao rola ne, nao oprime ninguem.. (Marcos Amorim) No centro do Rio são utilizadas bicicletas, por que aqui em Paquetá tem que vir motos? Além da poluição e barulho, tem a questão de despesa pública (combustível, por exemplo) que sai do nosso bolso. (Rafaella Barreto) Isto partiu de uma solicitação do movimento Endireita Paquetá como mencionado em nota de jornal que chegou ao conhecimento do senador Flávio Bolsonaro. É a primeira vez que a Prefeitura se ocupa de Paquetá e, claro, as pessoas que querem ordem devem aplaudir a iniciativa. (Nanda Nog) Se esse "grupinho"amasse Paquetá...brigaria no bom sentido pelas obras a serem feitas: o Solar... os esgostos a céu aberto...as calçadas quebradas...as ruas precisando de saibro...O dinheiro gasto com tantos homens da guarda... motos.. ônibus...parece até que a Ilha está em guerra!!!! Tem que botar ordem sim..mas não desse jeito...A Ilha de Paquetá é amor,poesia e arte!!! Não é com autoritarismo que vamos resolver as coisas!!!! (Heloísa Rezende) Acho que vieram pendurar as plaquinhas da Tânia de volta nas árvores. (Antonio Carlos da Silva)


•ARTICULANDO E DIVULGANDO NOSSAS INICIATIVAS CULTURAIS •APOIANDO ARTISTAS LOCAIS •PRESERVANDO NOSSO PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E IDENTIDADE •PROMOVENDO O TURISMO SUSTENTÁVEL COM A COMUNIDADE PROTAGONISTA E BENEFICIÁRIA

ardim de afeto

Ferreira

Jorge Roberto Martins

Nos derradeiros anos de vida, Baco baixava nele com tudo em cima. Aí então era difícil o diálogo. Não que o raciocínio de todo falhasse, era a língua que insistia em não lhe obedecer. Quase inaudíveis suas palavras. Mas quando “aquele espírito” não o apoquentava ... aí então era uma delícia o bate-papo. Ferreira, José Ferreira, pouco mais de um metro e sessenta, mais de dois metros de inteligência e cultura, e algo mais ainda de sensibilidade e carinho com os amigos. Amigos de todas as idades tinha o bom Ferreira. É bem verdade que sua morte não causou comoção, talvez porque fosse anunciada por ele mesmo – descuidou-se muito da aparência, maltratou o espírito, expôs-se para uma parte do destino que aproveita a vulnerabilidade humana e, imperdoável, destrói. No futebol, jogou como poucos. Abria mão de velocidades histéricas, preferia a plasticidade da jogada, o toque delicado, o drible estilístico, o chute de efeito, o passe milimétrico. Tinha na bola uma cúmplice de primeira hora. Ponta-esquerda do Barreirinha, cedo optou por abandonar os gramados. Revelou-se desde menino mais dos livros do que do corpo-a-corpo das nem sempre amistosas partidas de futebol. Machado de Assis, Lima Barreto, Bilac, Rubem Braga, João do Rio, os grandes cronistas da cidade, todos, rigorosamente todos, ele dividia com alguns dos seus amigos, principalmente com os mais jovens.

Iniciativas apoiadas pelo Ponto CineClube PQT Plantar Paquetá -

Replantando a nossa história.

Auto de São Roque – Grupo Cantareira

Era uma delícia encontrar com Ferreira na Ponte, logo depois que a barca das oito da noite saía. Às vezes ele ia além dos livros – aconselhava, contava casos, inventava outros tantos, inventava com inteligência e arte. De amores sofreu e fez sofrer. Não era chegado a moçoilas, preferia mulheres de coração e alma feitos. Sábio Ferreira. De música, principalmente de samba, era um inspirado letrista, poeta que derramava decassílabos. Politicamente, tinha a cabeça feita. Dizia-se cético, contradizia-se ...”tenho esperança nessa garotada que está surgindo”; crítico, esculhambava os políticos, todos eles, dos palanques aos, vá lá que fossem, aristocráticos salões. Acreditava no povo, acreditava na música e na poesia, acreditava que um dia um verso forte mudasse o mundo, mudasse Paquetá que, já nos anos 80, não vinha lhe agradando muito. Mudanças, sabem como é... Ferreira não foi embora para sempre. Foi até ali. Era meio de semana. Parecia sábado, de tão iluminado estava o dia.

Cortejo de Natal – Feliz Aniversário Paquetá

Festival da Guanabara Exposição A História da Ilha Exposição de Fotografias e Artes Plásticas

Jornal A Ilha S e m a n a d o Pa t r i m ô n i o e da Memória Cultural Conte sua história para entrar para a história

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Acervo Waltinho

A Foliona – Carnaval Comunitário

Com este impiedoso ataque, a bola não passava do meio de campo... do adversário. Lula, Waltinho,Vico, João Carlos, Ferreira e Jorge.


Natal Comunitรกrio Auto de Natal

Papai Noel

Natal em Paquetรก fotos: Neusa Matos



E as placas da poesia voaram para a árvore de Natal Texto & fotos: Washington Luiz de Araújo O poeta Manoel de Barros disse que “poesia é voar fora da asa” E não é que em Paquetá a poesia, que tentaram aprisionar, voou? Voou para o coração das pessoas que se mobilizaram e falaram em paz e amor deixando de lado seus antônimos. E a poesia, que estava nas árvores, colocadas pelo casal Tânia e Valdeci, que foi proibida num primeiro momento por aqueles que pregam o ódio, voou para a árvore de Natal da Igreja Bom Jesus do Monte. A poesia das placas voou nas asas de Benedita Rodrigues, biomédica e acupunturista, que levou a ideia ao nosso padre Nixon Bezerra. Com a ajuda de outro “voador”, o Luiz Costa, que trabalha na Comlurb, as plaquinhas foram devidamente instaladas na árvore de Natal. Uma árvore inovadora, sem bolinhas coloridas e tufos de algodão imitando a neve, mas com muita poesia. Ouvido pelo Jornal da Ilha, Padre Nixon disse que foi procurado pela Benedita a respeito da inédita árvore de Natal: “Achei a ideia excelente e disse que poderiam tocá-la em frente. Poesia nunca é muita”. A idealizadora, Benedita, acompanhou toda a polêmica das plaquinhas e se mostra feliz em viver numa comunidade que se uniu pela poesia: “O pessoal todo da Ilha se movimentou, mostrando o que quer, que vivemos num berço de cultura e que podemos escolher o que é melhor para a Ilha e para o Brasil, a paz”. Benedita, que ligou para a Tânia e solicitou o empréstimo das plaquinhas, sendo prontamente atendida, diz que as pessoas ficaram contemplando mais a árvore de Natal do que ficariam fosse a árvore

aquela tradicional: “Elas interagiram com o que leram, sentindo a poesia na pele”. A biomédica organizou e criou durante a Flipa uma exposição dos orixás, no Orquidário, que foi um tremendo sucesso. Sempre pensando na paz, afirma: “Tem gente que vive dizendo que Paquetá é um lugar violento, mas, na verdade, esta minoria quer é trazer a violência da repressão para a Ilha”.

só vai alimentar o ódio. Vamos elogiar os acertos e não ficar só aponta erros. Assim viveremos bem melhor”, prega Benedita.

Benedita lamenta o momento em que o Brasil está vivendo, com gente pregando o ódio, mas é otimista: “O povo quer paz. Quem vibrar com energia de raiva

Por falar em pregar, Benedita diz que vê na pessoa do Padre Nixon alguém “que só se movimenta pela paz. Uma pessoa especial”.

OS DISCOS DO MEU TOCA-DISCOS!!!

[A TÁBUA DE ESMERALDA – JORGE BEN]

Ludi Um FUTEBOL- ARTE, CHORO, D I TA D U R A , A L Q U I M I A MUSICAL E RABANADA! LUDI UM O ano de 1982 foi marcado pelo choro da perda da Copa do Mundo pelo escrete canarinho dos mais sensacionais de todos os tempos. Tinha Zico, Júnior, Leandro, Falcão e outros tantos que encantaram o mundo e caíram na ponta da chuteira de um bambino chamado Paolo Rossi. Chorei muito naquele dia, foi o último choro por causa do futebol e principalmente a Seleção Brasileira. A rua enfeitada de verde e amarelo (muito antes de virar símbolo daquelas massas fritas recheadas de galinha) era a apoteose da tristeza e foram longos e duros meses até chegar o natal e ainda enfrentávamos um general

em seu canto do cisne. Neste mesmo ano morreria a nossa grande cantora Elis Regina, o talentoso Adoniran Barbosa e John Belushi. Ano duro, duríssimo. Mas lá no Morro do Dendê, outro destino se desenhava em meu futuro, na noite de Natal recebo de presente da minha pequena família o presente que iria direcionar e encher de cores com sua alquimia musical a minha vida a partir de então. Quando rasguei o embrulho me soltou aos olhos as figuras de Nicolas Flamel, o alquimista que supostamente tinha criado a pedra filosofal. Mas minha pedra filosofal estava ali, em minhas mãos, pronta pra ser atirada dentro do meu ser. Ávido para ouvir o disco, mas tendo que esperar a tal Missa do galo (minha família tinha uma tradição católica apostólica romana, pelo menos a ala mais velha) e dado aquele mais tradicional ainda rolézinho gastronômico pela vizinhança, acabei dormindo empanzinado de rabanadas e pasteis de carne e peru de natal e todos as guloseimas natalinas. Na manhã seguinte corri para ouvir no recém adquirido som Gradiente DS-20 o meu único presente recebido e que tinha total certeza não tinha sido dado por Papai Noel e sim com o primeiro salário do meu primo mais velho Emanuel. Era uma explosão criativa do Ben, as 12 faixas enchiam minha cabeça, inundavam meu corpo, balançavam minha alma e a partir daquele dia o meu Papai Noel teria nome e sobrenome, Jorge Ben. Sua música e musicalidade me presenteiam até os dias de hoje. Os alquimistas chegaram!!! OUÇA NO YOUTUBE NO MEU CANAL: Jorge Benjor - 1974 - A tábua de esmeralda


“Eu penso sempre no fator humano”

Entrevista com Mauro, novo administrador regional de Paquetá, e Regina, sua assessora.

MAURO HENRIQUE FERREIRA

Nasci em Paquetá, há 34 anos, e me criei aqui. Comecei como funcionário da Prefeitura, lotado na Secretaria da Educação. Trabalhei primeiro na Pedro Bruno e depois fui pra Joaquim Manoel de Macedo. Trabalhei inclusive com professoras que tinham me dado aula quando criança e adolescente. Fiquei ali por cinco anos. Quando Janaina tornou-se administradora, com o Adelson de assessor, me convidaram para trabalhar na RA, mas como eu estava em estágio probatório não pude trocar de secretaria. Fiquei aqui só um tempo e tive que voltar para a Educação. Quando Ivo assumiu a administração me fez o mesmo convite, e aí pude vir. Estou na Região Administrativa há dois anos. Ricky Goodwin – Como foi que você recebeu a notícia de que seria o administrador? Mauro – Eu tinha acabado de sair da academia e fui para a casa de um amigo meu, que tinha aberto uma loja, para fazer um serviço de elétrica. Acabou o serviço e ficamos trocando uma ideia sentados na frente da casa. De repente veio um grupo de amigos falando que eu ia assumir no dia seguinte como administrador de Paquetá. Eu nem desconfiava! Nem sabia inclusive que o pessoal tava reunido na igreja para falar sobre isso. Pegou todo mundo de surpresa, eu principalmente. Na hora fiquei assustado, não tava esperando, mas foi muito bacana. Uma experiência nova. Um desafio. Tudo está sendo novo, mas está vindo para somar e agregar. Ricky – Com um mês de trabalho, já se arrependeu? Mauro – Não... Às vezes você ouve coisas que te deixam triste, porque não são verdade. Tem uma minoria que, pra te atingir de alguma forma, fala assuntos pessoais ou toca em coisas de família, que não tem relação com o trabalho. Não só eu,, os amigos e familiares ficam tristes, mas faz parte do jogo. Não me arrependo. Vamos levando. Os amigos estão juntos comigo e sei que não vão me abandonar. Vilma Leocádio - O que mudou na sua vida depois que passou a ser administrador? Mauro - (ri) Tudo! Minha vida mudou radicalmente da noite para o dia. Não tenho mais horário. Antes eu tinha uma hora para entrar e uma hora para sair. Agora não. Administrador trabalha 24 horas. Eu recebia uma certa cobrança antes, por ser funcionário, mas agora aumentou muito. Muito!

Se não tiver o apoio das pessoas de Paquetá, a administração não consegue fazer as coisas.

Ricky – Qual a maior cobrança que você recebe? Mauro – Em relação ás ruas. Muito buraco, muitas pedras. Os ecotaxistas reclamam que os carrinhos estão quebrando. Quem anda de bicicleta reclama. A gente sabe que tá ruim, que precisa melhorar, a cada dia tentamos pegar uma das ruas para melhorar. Conseguir saibro para recapear as ruas é um grande desafio. O único material que adere ao solo é o saibro, mas a sua extração está proibida no Rio de Janeiro. O saibro com que trabalhamos hoje vem de um morador que decidiu fazer uma obra nos fundos da casa e nos doou esse material. Não dá para recapear uma rua inteira, mas estamos tampando os buracos. Quando esse saibro acabar, não sabemos como fazer.

Ricky - Bem ou mal, estão cuidando das ruas. E qual é a maior cobrança de algo que vocês não conseguem fazer? Mauro - Tem várias. (pensa). Todas as reclamações da ilha acabam caindo aqui. Até informações sobre números de telefone as pessoas vem pedir. Briga de vizinho... cachorro que mordeu.... passarinho que fugiu... Mas é isso, essas coisas fazem parte do nosso dia-a-dia. Coisas que podemos resolver e coisas que não podemos resolver. O que a gente faz questão é de ouvir. Regina – Eu sempre atendo as pessoas, escuto, dou atenção, e às vezes é isso que a pessoa quer. Antonio Carlos da Silva - Sabendo das dificuldades de trazer coisas para Paquetá, pois depende de terceiros, por que aceitou ser administrador? Somente para incorporar? Mauro – Não. Pra falar a verdade, nem acredito na incorporação. Você precisa de dez anos consecutivos ou 15 intercalados. Eu tenho condições de ficar dez anos no cargo? Pra ser sincero, nem penso nisso. Djalma Bandeira - Qual o seu interesse em ser o administrador da nossa linda ilha? Mauro – Pelo desafio. Eu quis me por à prova. Eu até queria ser o administrador regional, mas nunca achei que fosse o momento. Quero fazer algo pela ilha. Tenho esse sentimento, nasci aqui, sou morador, e acho que posso contribuir um pouquinho. Quero entregar uma administração regional melhor do que a que peguei. Todos nós aqui temos esse pensamento. Ricardo Bichara – Quais os maiores desafios que a RA tem pela frente? Mauto – A falta de dinheiro. Tanto o Estado quanto o Município vivem uma crise. A gente nunca viveu uma crise financeira tão grande. Uma dificuldade é não conseguir alocar mais médicos aqui no hospital. Temos poucos guardas municipais. Uma de nossas brigas é pelo aumento desse efetivo. A população não tem condições de ficar só com dois guardas na ilha. Conseguimos alguns avanços em relação às obras nas orlas, mas, devido à crise é complicado, no momento, liberar dinheiro pra obras desse porte. Fica complicado até pra pressionar o poder público. Essas são as dificuldades maiores. E sabemos que não tem dinheiro. Temos que ter jogo de cintura para pelo menor amenizar algumas questões.

Sabemos que não tem dinheiro. Temos que ter jogo de cintura para pelo menor amenizar algumas questões.

Ricky - Por exemplo? Mauro - Tenho um grupo de amigos – alguns são amigos de infância, outros conheci agora nessa loucura de assumir a administração – que toparam nos ajudar. Compraram esse barulho, vestiram a camisa com a gente e estão ajudando muito. Sem esse apoio ia ficar difícil. Eles estão metendo a mão na massa e fazendo algumas obras. Ajudam inclusive financeiramente. Regina – E o pessoal da charrete elétrica dá um apoio total. Deixam de pegar fregueses pra ficar à disposição da RA. Furam poço, sobem em árvore... Mauro – Se não tiver o apoio das pessoas de Paquetá, a administração não consegue fazer as coisas.

Passo para as pessoas: “Se vocês deixarem de lado essa coisa do poder público e fizerem mais pelo local onde moram, a coisa fica mais fácil”.

Julio Marques – Outra coisa que é responsabilidade do Estado é a questão da Cedae e do esgoto. No verão, sempre tem esse problema. Violentamente. Mauro – E a gente tem cobrado muito deles. Hoje mesmo, quando acabar aqui, vou ligar para o engenheiro responsável na Cedae. As pessoas não entendem a situação e não aceitam. Fica difícil aceitar, né, quando você sai de casa e vê o esgoto jorrando no seu portão. Já teve uma obra, já teve uma verba, as pessoas não entendem por que não foi feito o serviço. Essa briga está no Ministério Público, então meu conselho para as pessoas é irem atrás, acompanharem e cobrarem a retomada das obras. Regina – Elas tem que procurar a Cedae. Podem falar com a gente também, mas tem que pressionar é a Cedae. Mauro – O sistema de esgotos de Paquetá funciona através de bombas. É um sistema de by-pass. Uma puxa para a outra, que puxa para a outra, até chegar na Elevatória. Quando uma dessas bombas pifa, toda aquela rua vai ficar jorrando esgoto, até que se faça manutenção naquela determinada bomba. Se duas ou três bombas param simultaneamente, quase que a ilha toda tem vazamento de esgoto. É complicado. Fizeram uma medida paliativa, que deveria durar um determinado tempo, mas está se arrastando até hoje. A gente herdou essa bomba.

Lei é lei, foi feita pra ser cumprida, mas não adianta chegar a ferro e fogo. Temos coisas culturais aqui que vem de anos e anos.

Júlio – O plano era construir uma ligação com Itaoca mas fizeram pela metade. Mauro- E taí a obra parada. Os funcionários que trabalham em Paquetá não podem fazer nada. A gente também não. Outro problema são os bueiros. Quando chove na Tomás Cerqueira vira um lago. O pessoal já tá curtindo uma piscina no Manduca. A galeria pluvial não poderia ficar ali que é um ponto mais baixo. O que podemos fazer é limpar a galeria pra ela se comportar de maneira melhor, molhando só o calcanhar. Na


Moreninha, a mesma coisa. Por falar em Moreninha, eu queria passar uma crítica que um morador fez no Facebook, postando que um caminhão estava lá recebendo areia de uma máquina. Regina – As pessoas passavam e gritavam: “Tão roubando areia da praia”! Mauro - Aquela areia não saiu da praia da Moreninha. Nada mais é do que material para fechar as valas que se abrem depois da chuva. Acertamos os campos de futebol e de vôlei. Muitos moradores frequentam a praia ali que é de corrente contínua. Os caras da Comlurb, que estavam ajudando, ficaram revoltados com o vídeo no Facebook. Regina – A areia usada veio da Praia de São Roque. Que é a mesma areia da Praia da Moreninha, levada para lá pelo mar. Estamos devolvendo a areia. Quando eu morava na Praça de São Roque aquilo era um cais. O pessoal botava cipó pra mergulhar. Agora a areia cobre a rua.

Não sou contra os blocos, até porque sou folião e gosto de carnaval. Sou contra a desorganização.

Alessandra Lima - O que o senhor acha da segurança da Ilha? Mauro – Dizem que Paquetá não é mais a mesma, mas eu acho controversa essa questão. Eu tava lendo uma reportagem no Globo sobre Arraial do Cabo, que nos fins de semana de sol multiplica a população por dez. Se for levar por esse lado, Arraial deixou de ser segura. Paquetá segue a mesma linha. Um amigo vem visitar, gosta,, índica pra outro amigo também vir. Isso é sinal de que o local é bom. Tá mudando? Tá. O que temos é que tomar cuidado pra essa mudança não ser pra pior. Com relação à segurança: qual o bairro do Rio que é 100% seguro? Júlio – E qual bairro é tão seguro quanto Paquetá? Mauro – Claro, temos alguns problemas, mas não é esse ai-jesus que algumas pessoas pintam. Alessandra- Quando falo em segurança engloba inclusive o ocorrido com a criança que foi atropelada pelo caminhão da Comlurb. Mauro – Por conta desse acidente que o menino sofreu tem vindo muito à tona a questão do helicóptero. Muitas pessoas não sabem, mas quem cuida dessa parte é o Estado. O helicóptero é do Corpo de Bombeiros. Existem protocolos de saída. Aline Fernandes – E a ambulancha, existe algo que a RA pode fazer para agilizar isto? Mauro – A ambulancha também pertence ao Corpo de Bombeiros. Não temos ingerência sobre isto. O que fazemos é levar a demanda: “Olha, realmente é preciso, por isso e isso...” Às vezes somos atendidos, às vezes não. Neste caso, há uma cobrança forte, mas além disso não podemos fazer muita coisa.

Ricky – E o que a RA pode fazer nessa área da Segurança? Mauro – Pedir mais guardas, principalmente no verão e nas épocas festivas. Ter um link direto com os órgãos de segurança, pra trocar informações. Prever

os pontos que possam dar mais trabalho. A gente ouve a população e passa para eles. Agora, quanto à demanda por maior número de guardas, no momento não tem como suprir. Todo o Rio de Janeiro está sofrendo com isto. Júlio – A questão dos blocos que vem para Paquetá passa por essa questão do efetivo da GM. Mauro - Não sou contra os blocos, até porque sou folião e gosto de carnaval. Sou contra a desorganização. Não se pode da noite pro dia decidir vir com um bloco para Paquetá. No último bloco que veio, fomos avisados na sexta que viriam no sábado. Nem a GM, nem a PM, nem o hospital estavam preparados para isso. Além da questão da segurança há a questão dos banheiros. Na verdade, isso foge da nossa alçada, pois não há nada que os impeça de vir, mas sendo avisado com antecedência, dando tempo para nos prepararmos, há menos problemas. Exemplo: o Pérola tem uma estrutura magnífica. No ano passado vieram e não teve o menor problema. A gente é a favor da organização. Iale Falleiros - Gostaria que você se posicionasse sobre as questões relacionadas ao trânsito de veículos motorizados na ilha. Qual o papel da RA, bem como de outros órgãos públicos, na definição e fiscalização dos limites de velocidade? Mauro - Quando houve a explosão de bicicletas elétricas na ilha isso não ficou amarrado. O menor de idade, os modelos, tipos de motor. Temos uma preocupação com isso sim. A última reunião do CCS foi exclusivamente sobre isto. Junto com o gerente da balsa, montamos uma planilha com todos os veículos automotores que estão entrando em Paquetá hoje. Temos uma ideia do que queremos fazer, mas existem leis para serem seguidas. A administração regional vai até determinado ponto, dali entregamos para quem pode fazer mais. Regina – O primeiro ponto a ver é quanto a menor dirigindo taxi e menor dirigindo bicicleta elétrica.

Acredito mais na conversa, na orientação, explicar o porque e a importância. O resultado é melhor do que se fosse pela imposição.

Julio – Tem duas esquinas cheias de pontos cegos: em frente à Regina e quando a Ladeira do Vicente sai na Moreninha. Ali um não enxerga o outro. Tem que sinalizar também na Comlurb. Mauro – Temos conversas avançadas com relação à sinalização. A GM vai nos ajudar nisso. A Guarda enviou um técnico em segurança para a ilha e ele fez um mapeamento. Regina – Mapeamento baseado em informações do Mauro, que conhece as ruas daqui. Mauro – Estamos aguardando agora a liberação das placas. Ricky – Uma coisa é sinalizar, outra é fazer as pessoas seguirem a sinalização. Mauro - Lei é lei, foi feita pra ser cumprida, mas não adianta chegar a ferro e fogo. Temos coisas culturais aqui que vem de anos e anos. Por isso acredito mais na conversa, na orientação, explicar o porque e a

importância. O resultado é melhor do que se fosse pela imposição. Julio – E o tráfego de caminhões? Mauro - Modificamos algumas rotas. Dois caminhões da Comlurb vem todos os dias úteis pegar o lixo na gerência e levar pro aterro sanitário. Tiramos esses caminhões do centro. Agora saem da balsa, passam pela Imbuca e pegam a rua do cemitério. Caminhões grandes, mudança, material, também não passam mais pelo centro, e tem dia certo pra vir a Paquetá. No dia da Ambev não entra mais nenhum caminhão. A Ambev agora tem um local específico pra estacionar, onde não atrapalha ninguém. Só saem os carrinhos.

A gente não pode ser contra o comércio de rua. Como é que você vai falar hoje pra uma pessoa que ela não pode trabalhar? Com um desemprego desses?

Ricky – Os ecotaxistas sempre acham que tem alguém querendo acabar com esse serviço. Tem algum plano para o ecotáxi? Mauro – Ajudando a organizar o serviço. Organizando, fica melhor para a população, mas principalmente para eles mesmos. A maioria são pessoas que trabalham seriamente. Queremos mostrar para o poder público que os ecotáxis são extremamente importantes. Regina – Os ecotáxis são passados de dono em dono, aí quando atropela, fica “Foi q u e m ” ? Va m o s refazer o cadastro que existia na RA, com uma placa de identificação para cada táxi. Mauro – Temos que saber aonde o ecotaxista mora, qual seu numero de telefone, e eles tem que se responsabilizar pelo seu veículo. Irubus Grimnir - Existe possibilidade de plantar mais árvores na ilha para ajudar a diminuir a temperatura? Mauro – Sim. Ricardo Saint Clair e o Plantar Paquetá estão ajudando muito a gente. O Superintendente do Centro da Cidade esteve aqui e ficou de restaurar a praça das barcas. Regina – Um bicicletário para quem vai pegar as barcas é uma das coisas que as pessoas mais pedem. Mauro – Ele ligou para o presidente da Parques e Jardins e conseguiu algumas mudas para a Praça Pedro Bruno. Tem também a sugestão de um replantio na Praça de São Roque. Um amigo meu, que doou sete mudas de flamboyants, deu a idéia de plantar em frente à igreja, onde tem os paralelepípedos. Regina – Agora queremos resolver a iluminação das praças. Muitas praças estão apagadas, como a dos Tamoios, que é tão bonita, um cartão de visitas. Mauro – Quando as pessoas vêem o caminhão da RioLuz se animam: “Vão iluminar as praças”! Não é simples assim. Não é chegar e colocar lâmpadas. Os postes das praças são tombados. Julio – Muitos estão tombados literalmente. Mauro – Mas não se pode remover esses que estão caindo. Os globos, também tombados, são difíceis de arrumar, teríamos que chamar um restaurador.


MAURO HENRIQUE FERREIRA

A rede elétrica é que precisa ser reestruturada. Se acendermos todos os postes, aumenta a carga elétrica e a rede não aguenta. Tem que refazer. Fizemos um levantamento e a Prefeitura está ciente do material que é necessário. Vai ser feito, porém não agora, existem outras prioridades. Ricky – E as orlas, que estão desmoronando? Mauro – Tivemos a visita da GeoRio e da RioUrbe. Um projetista fez o mapeamento e existe um projeto de reconstrução. Aguardamos a votação orçamentaria do município para entrarmos na fila de obras. Atacamos a questão da orla por ser um cartão de visitas. Não temos um stand de turismo, não fazemos propaganda em radio, tv, etc., a gente depende do boca a boca. Ver a orla caindo leva a perda de turistas. Também pode vira provocar acidentes. Por isso cercamos os pontos que estavam mais danificados. Já estão sinalizados e com os tapumes pintados. A Prefeitura tem nos apoiado nisso. A execução agora depende do poder público.

“ ”

Se cada um fizer a sua parte, vai dar tudo certo.

Tatiana Souza – A administração tem um plano de incentivo à cultura, no sentido de promover eventos e festas? Mauro – Sim. Procuramos parceria com grupos de moradores. Se for um projeto bacana nós apoiamos e incentivamos. Tem um projeto chamado Samba na Praça, que acontece em vários pontos do Rio, com barracas apresentando literatura, artesanato local, e queremos trazer isto para Paquetá. Apoiamos as feiras de artesanato na Praça Pedro Bruno e em frente ao Zeca´s. Ricky – Outro pessoal que tá sempre preocupado é o do comércio de rua. Mauro – Essa é uma questão complicada. A gente não pode ser contra o comércio de rua. Como é que você vai falar hoje pra uma pessoa que ela não pode trabalhar? Com um desemprego desses? É uma coisa que supre duas necessidades: a de quem trabalha e a de quem consome. O que é preciso fazer é organizar. A Prefeitura vai nos ajudar nessa regulamentação. Claudio Marcelo - A tal grana que o administrador anterior tinha conseguido para reformar a RA existe mesmo? Vai rolar a obra? Mauro - Sim. A RioUrbe esteve aqui e fez um levantamento do que é necessário fazer. Agora está sob estudo. O Superintendente quando esteve aqui, há duas semanas, também viu isso. Eles já sabem o que tem que ser feito – e que tem que ser feito. Mas tudo esbarra na grana. Na verdade, no momento, reformar a RA não está entre nossos esforços principais. Tem tantas outras coisas a serem feitas...

Julio – Como na Cocheira, que desde o início foi construído errado, com aquele valão no meio. Mauro - Entramos lá com o pessoal da Conservação, e com o apoio da Cedae e da Comlurb, e fizemos um mutirão de limpeza. Consertamos o esgoto nos fundos que estava com problemas. Recebemos doações de material, os moradores ajudaram, e acabamos com o esgoto a céu aberto. Fizemos limpeza da praia. Estamos tirando o cascalho da construção que ruiu quando arriou a ribanceira. Nós só temos um caminhão, que está quebrado. Temos que usar o caminhão da Comlurb, que não pode ficar disponível o dia inteiro. Julio – Ali tem também o problema da invasão. Mauro – Há alguns anos a Prefeitura deixou um pessoal entrar ali. Conto agora com o apoio dos moradores, pra não deixarem ampliar as construções, e eles tem nos atendido. É o que falei, temos que levar para o lado da conversa. Eu penso sempre no fator humano. Agora, o que passo pro pessoal da Cocheira vale para toda a ilha: “Se vocês deixarem de lado essa coisa do poder público e fizerem mais pelo local onde moram, a coisa fica mais fácil”. Rafaella Barreto - Como a comunidade pode ajudar a administração? Desde tarefas cotidianas até mutirões conjuntos? Ou coisas pontuais com agendamento e divulgação? Mauro – De diversas formas. Por exemplo: recebemos mutias reclamações voltadas para os ecotáxis, desde a velocidade aos condutores sem camisa, passando pelos taxis mal estacionados. Como a população pode ajudar nisso? Não utilizando os serviços daquele condutor. Como o condutor pode ajudar? Não parando em fila dupla em frente ao mercado. Não correndo nem conduzindo sem camisa. A população pode ajudar descartando o lixo de maneira correta. Não colocando o lixo pra fora em horários inadequados. Não jogando sujeira nas ruas. Não deixando cachorros soltos. Regina – Recebemos muitas reclamações dos donos que deixam os cachorros soltos na rua. Mauro – A Comlurb tem organizado mutirões de limpeza. O Arthur Tulku tem chamado pessoas para limparem as praias. Se cada um fizer a sua parte, vai dar tudo certo. Julio – O que o jornal pode fazer para ajudar a administração? Mauro – Divulgar o nosso trabalho. É também uma ferramenta que as pessoas tem para fazer perguntas, como nesta entrevista, como na página do Facebook. Obtendo respostas, sabem o que está sendo feito ou o que pretende ser feito – e também o que não dá para ser feito. Ainda mais nesse momento que estamos vivendo, em que as pessoas gostam de ter acesso à informação. O jornal tem um papel importante. Regina – Nossa página no Facebook também tem um papel importante no acesso à informação. Colocamos tudo que fazemos ali. Mauro – E estamos abertos a críticas e sugestões. Colocamos a cara pra bater. Endereço da página da RA: www.facebook.com/XXIRegiaoadiministrativa

Será o Benedito? Talhado e esculpido Guinho Frazão

Os velhos troncos se desfazem, pela ação da aguarrás do tempo? Não nas placas do Bené. Elas são mesmo madeira de dar em doido. Qualquer pedaço de pau vira obra de arte. Cara de Pau? Madeira de lei. Construção no óbvio, do profundo. Transformação do lixo em memória. Tronco, entronca-se, bifurca-se com amizade, letras simples, com afetividade. Nas paredes da Padaria do Manduca (da Dona Maria e do seu Antônio), os troncos se envolvem em uma curiosa árvore genealógica paquetaense. Pintos brincam com Nogueiras, Rosas balançam com Laranjeiras e os demais, como os Pereiras (do Zé?), completam o carnaval das famílias. A lenda se faz pelas ruas, em presença de uma malemolência que deságua nos botequins, nas memórias do Tia Leleta; no Viracanto; nas conversas no eterno Manduca; na casa das janelas de feitio de coração da Alambari Luz. Nesta, o artífice das lascas de madeira esculpiu uma obra prima chamada amizade. Para o mirante do alto do terreno íngreme, o também estofador e contador de histórias criou uma pequena placa, que se faz enorme em seu significado. Nela está escrito: Quintal da poesia, plaquinha “exclusiva” que tem sido exportada para bairros como a Barra da Tijuca. Coisas do amigo. Atualmente, depois do susto que nos deu, quando teve de tirar o chapéu e entrar na ambulância, tem deixado a Paquetá (Weiss) meio de lado, mas não sua Ilha. Quando a ambulância, em uma manhã de domingo parou perto da barca, a curiosidade não era tanta, pois é comum, pacientes embarcarem para serem atendidos no continente. Mas meu olhar encantado - por Paquetá, não apenas pela cerveja kkk -, entristeceu, ao ver o companheiro de histórias descer do veículo com uma sonda. A onda de tristeza era percebida e compartilhada por vários amigos. Dona Maria, que também não sabia da internação do festeiro trabalhador das madeiras, mostrou como se pode aliar comércio com afetividade. E isso é raro no nosso mundinho sem Deus e muita pregação. Talvez seja por isso que o Manduca seja um templo afetivo, efetivamente do coração da ilha. É uma sede de amigos, que matam a sede, alimentando a solidariedade. E é lá que convivem as dores e as flores do Campo. Uma espécie de Santo (do pau oco?, diriam as boas e as más línguas), o boêmio das manhãs e tardes, com (ou) cem (kkk) cervejas, constrói uma trajetória que o transformará, a curto prazo, em uma das principais atrações de qualquer evento na ilha. A esse respeito, é interessante lembrar uma curta historinha que Bené me contou sobre um convite que recebeu para um evento, no Paquetá Iate Clube. O amigo Flávio Aniceto, que o convidou, ao saber da preocupação sobre o traje que usaria no evento, respondeu que deveria ir como se veste sempre. (Bene)Dito e feito: o palestrante-contador foi ao evento de short e sem camisa. Mas será o benedito? Sim. É o Benedito (de Paquetá)


ESPORTES

Re tro spe c ti va 20 18

Texto & fotos: Irakitan

Parabéns a todos os "Paquetá" que nos representam através do esporte !!!!

Corrida Rústica "Paquetá V IP " Beer Run

Sunset Run

Equipe s de Ji u -J it su e Box e Brazil 021 (Iate)

Soul Fighters ( Barreirinha)

Ca mpe o n a to Paq uet aense d e Fut eb ol

Municipal Futebol Clu b e

Escolinha Sirigi

F u t e b o l d e Ve t e r a n o s

Futebol de Associados

Escolinha

Moreninha

Escolinha

Colônia

F u t e b o l d e Ve t e r a n o s

PEC

Fica a dica Que 2019 as pessoas sejam mais tolerantes, amorosas e que respeitem as diferenças. Enfim... simples assim, pessoas.


WALDERI MERCEARIA Frutas, legumes e verduras Congelados e laticínios em geral

Entregamos em domicílio Rua Coelho Rodrigues, 203

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PT N IGht Reveillon 2018/2019

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Morena Na Praça - janeiro 2019

T R A N S PA R Ê N C I A

FALA MORENA - dezembro 2018 Estamos chegando ao final de nossa gestão. No informativo publicado no Jornal A Ilha anterior, apresentamos as conquistas que conseguimos obter nestes dois anos, com apoio da comunidade e dos associados. Neste FALA MORENA, sinalizamos as frentes abertas da MORENA a serem levadas adiante, bem como os problemas mapeados a serem enfrentados pela próxima gestão, que será eleita em janeiro de 2019, para o mandato 2019/2020. FRENTES ABERTAS Regularização do Transportes em Paquetá Atualmente, não há qualquer regra ou lei que regulamente os transportes de Paquetá. Em 2016, iniciamos um trabalho de encontro de pessoas ligadas aos transportes na ilha para pensar o seu ordenamento. Participaram representantes de ecotaxis, carrinhos elétricos, o antigo bondinho, moradores, MORENA e comerciantes. Foram 9 encontros. Desses encontros, saiu uma minuta, que foi apresentada no apagar das luzes do governo de Eduardo Paes, que chegou a criar um GT em D.O., mas só promoveu uma reunião. No governo Crivella, tivemos duas reuniões, mas o processo parou desde que o secretário de Transportes MacDowell faleceu. Coleta Seletiva - Depois de inúmeras reuniões da MORENA com a COMLURB, a Vigilância Sanitária, a Superintendência do Centro e a R.A., conseguimos acertar o serviço de Coleta Seletiva em Paquetá. Chegamos a participar da montagem do cronograma, roteiro e escala dos garis responsáveis exclusivamente para esta coleta. A MORENA chegou a se disponibilizar a custear o conserto do caminhãozinho elétrico da COMLURB para recolhimento do material a ser reciclado. No entanto, o processo está aguardando assinatura do presidente da Comlurb, autorizando que as caçambas, conseguidas pela MORENA por doação, sejam verdes e não laranjas – cor padrão da COMLURB. Solar D`El Rey - O Solar está interditado desde 2009. Nossa gestão fez pressão para reabertura do processo de restauração e, nas últimas semanas de outubro de 2018, participamos de duas reuniões na Secretaria de Cultura para apresentar a proposta da comunidade de Paquetá para que seja feito um projeto executivo da obra: uma biblioteca com centro cultural ou um centro cultural com biblioteca. O projeto está previsto para ser finalizado em cerca de três meses e depois será enviado para o IPHAN e para o IRPH, e, sendo aprovado, recomeçaremos a luta para conseguir a verba para restauração.

é saibro mas entulho e outros materiais. Entregamos em mãos ao então secretário, em uma reunião na SECONSERMA, um dossiê com todos os problemas de conservação de que padece nossa ilha, mas não obtivemos retorno até o momento. Esgoto - A MORENA entrou em contato com a CEDAE em algumas ocasiões e promoveu, em parceria com o Movimento Baía Viva e com a presença do ICMBio, uma audiência pública com a participação de um técnico da CEDAE, tendo em vista resolver os problemas de esgoto a céu aberto ainda presentes em vários pontos de Paquetá e também para cobrar que seja finalizada a obra para que nossa estação de tratamento de esgoto funcione plenamente. Até hoje não obtivemos qualquer avanço nestas tratativas. Os dois barcos-carcaças jumbocats abandonados no cais próximo à estação das barcas de Paquetá - Conversamos diretamente sobre este assunto com o secretário de transportes do governo estadual, quando participamos de audiência pública que tratou do tema da licitação das barcas, em meados de 2017. Ele nos prometeu ação, mas esta não aconteceu. Depois disso, procuramos a superintendência do Centro, que também não conseguiu nos oferecer solução. PROBLEMAS URGENTES A SEREM ENFRENTADOS • Reforma do Prédio da E.M. Pedro Bruno, interditado pela defesa civil desde 2017 • Iluminação do Heliponto • Ameaças à Estratégia Saúde da Família na ilha • Ambulancha • Melhoria das condições para os moradores da Cocheira, com retirada dos escombros das antigas edificações e construção de uma praça no local • Deteriorização das encostas e do DARKE • Inundação de algumas ruas de Paquetá durante as chuvas

Para concretizarmos tudo isso e muito mais,

Saibro e calçadas - Oficiamos à SECONSERMA, algumas vezes, solicitando saibro nas ruas de Paquetá, precisamos da força comunitária e da colaboração para acabar com os buracos e diminuir a poeira gerada do Poder Público, principalmente da Prefeitura e por material atualmente depositado nas ruas, que não dos órgãos locais que a representam.

até o fim de julho (2018): 161 associados; e em T R A N S PA R Ê N C I A caixa R$ 2223,15 até o fim de agosto (2018): 161 associados; e em caixa R$ 2530,90 até o fim de setembro (2018): 164 associados; e em caixa R$ 2667,90 até o fim de outubro (2018): 164 associados; e em caixa R$ 2667,90 até o fim de novembro (2018): 192 associados; e em caixa R$ 489,50

A MORENA contribuiu/gastou No mês de julho de 2018 com: R$ 20,00 para a manutenção do Coral Pacantá No mês de agosto de 2018 com: R$ 302,25 para a Festa de São Roque, comprando as bandeirinhas; R$ 600,00 para a manutenção do JORNAL A ILHA No mês de novembro de 2018 com: R$ 565,00 para impressão de material com feitos e fotos desta gestão (2016-2018), para prestação de contas; R$ 500,00 para a FLIPA (Festa Literária de Paquetá) R$ 150,00 para pagar os serviços de Vinícius Queiroz, que nos ajudou a regularizar no cartório a MORENA R$ 150,00 para pintar o muro da E. M. Joaquim Manoel de Macedo R$ 2500,00 para pagar a 1a parcela (1a de duas) da impressão do investimento nos nossos Lunários 2019 Vale a pena ver o muro de entrada da E.M. Joaquim Manuel de Macedo, com a pintura das crianças de PQT. A MORENA tem WhatsApp: 985154868. Anotem aí! Tendo interesse em se manter atualizado com as atuações da MORENA, siga o nosso Facebook (https:// www.facebook.com/groups/207658559327397/). E visite também o Instagram da MORENA! Todas as fotos e vídeos são de paquetaenses. Mande seu material por email que publicaremos lá!!! Para quem ainda precisa acertar a sua associação, pode acertar com o Gildo, Alfredo, Ialê, Leonardo ou na Bodega com o Júnior e Marcela! Lembrando que para se associar, basta: 1. preencher uma ficha rápida de Associação (tem na Bodega também), e 2. Pagar de 3 em 3 meses R$ 19,08. É só isso mesmo! (2% do salário mínimo atual). Para entrar em contato com a gente: MORENA 985154868 (Zap) ampaqueta@gmail.com https://www.instagram.com/pqt_morena/ https://www.facebook.com/groups/207658559327397/ Fortaleça a MORENA. Associe-se!!! Juntos, somos fortes!


crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques

Saio de um ano e entro em outro e sempre enfrento dúvidas. Me lembro criança, na praia de Copacabana, ouvindo pontos de macumba à luz de velas, deslumbrado com os barquinhos atravessando a arrebentação. Era como se a porta do novo se abrisse. Perto da Atlântica, na roda de pernada, o samba duro escolhia o ganhador. As pessoas bailavam lindo, cantando coisas que eu não entendia, mas sentia que me diziam algo. Depois, já com mais idade, saído de algum "reveillon", sozinho ou acompanhado, recordo as ondas l ambendo r e s to s d e velas e recolhendo o fim de festa e o sol surgindo trazendo o novo, mesmo que chovesse. Sei que me encostava no monte de areia e ficava pensando no que vinha pela frente. Tudo se parecia com o mar, que não tinha fim, mas sorria. Pouco importava, na adolescência, o maluco do Janio ou a insegurança do Jango. Eu iria em frente. E fui. Me lembro depois, no meio da violência da ditadura, na praia do

Ganhamos, talvez pouco, porque, afinal, a luta sempre continua e, que nem o mar que não deixa ver o outro lado, tudo tem jeito de eterno. A amiga sei lá onde foi parar, o mar continua igual embora os cantos de macumba fossem trocados por espetáculos banais.

esquina, o que é sempre uma ilusão.

Silêncio do Amor.

Na virada do século, no sítio de amigos do já extinto BNH, sozinho no meio do jardim, senti que iria perder meus pais em breve.

Continuei com o hábito infantil de saudar yemanjá mergulhando no mar e abraçando as pessoas na hora acertada, mas não crendo que o amanhã fosse diferente do hoje.

Não sei explicar, mas foi um sentimento forte como se eu fosse ficar mais só. Havia a Sandra, havia as crianças mas algo me dizia que um pedaço acabava.

Agora, pasmo com as besteiras daqui e do mundo afora, triste com a escassez de fraternidade, me pergunto onde erramos, nós a geração que está se indo dia após dia.

Vejo a Bundinha Feliz, a Moça da Saia Curta e a Beldade da Comlurb sorrindo, mas sérias a maior parte do tempo. Tenho saudades da Nega Luiza, do Birulinha, da Valéria que, agora encantados, oram, cada um na sua lingua, por nós simples mortais.

Na virada do ano 2003, ano da posse do Lula, cercado de gente otimista, confesso que fiquei dividido entre a alegria e a dúvida.

Como canta minha neta Luiza : " Toda vez que se sai o mundo se distrai Quem fica, ficou quem foi vai, vai, vai ....." Passeio pela Furquim, vendo as figuras de nossa comunidade desfilarem, no fundo solidarias, mas não tão soltas como nas alas do

Os otimistas acertaram e, já em Paquetá, nunca me veio a ânsia da novidade. Não que tenham sido ruins, mas o novo não me espreitava na

Um abraço forte a todos e estejam certos que estamos juntos. Julio, mandando um carinho sem fim para Maria Cristina que aniversariou no dia 23.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Relendo, percebo que o tom dessa crônica banal parece papo de um derrotado. Não é verdade. Sempre soube que existe terra prá além desse mar.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

Leme, semi-clandestinos e deitados na areia, eu e uma amiga olhávamos pro céu e percebíamos que íamos ganhar.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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