Jornal a Ilha 60

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An o V - n 60 - julho de 2 0 18 - Ilh a d e Pa q u e t รก , Ri o d e J a n e i r o


O Centenário que ensina, a sementinha dos sonhos, guardiã do idioma de Paquetá Guinho Frazão

Uma sementinha vermelha, centenária, também me trouxe Paquetá, sua cor, seu idioma. Uma semente foi plantada há um tempo em um terreno alagadiço. Germinou e foi transformada pelo tempo em uma frondosa árvore de sonhos dos meninos de Paquetá. É a responsável pelo brilho nos olhos da garotada que sonha, consciente ou inconscientemente, em ser transportada do gramado do Estádio Alfredo Ribeiro dos Santos (O Alfredão?), do Municipal, para o Maracanã e para todos os grandes estádios do Brasil e do mundo. O Muni é uma semente sorrateira, que o vento leva, e eleva, com o tempo, a autoestima dos pequenos paquetaenses.

Editorial A celebração do centenário do Clube Municipal trouxe à tona tantas histórias que não couberam numa única edição do jornal. Passaram pela edição do mês passado –trazendo fotografias antigas e fatos históricos – e transbordaram para a edição deste mês, que vocês estão lendo agora, e que apresenta depoimentos de pessoas que participaram dessa história. Paquetaenses que ao relembrarem o Municipal estão narrando as suas vidas. Pois o Municipal é isso: um clube que fez parte da vida das pessoas. Acompanhando as lembranças publicadas nas próximas páginas, os leitores locais também relembrarão as suas vivências na ilha. Nas páginas centrais, nosso fotógrafo Cláudio Santos registrou as festas desta celebração do centenário, tanto na missa quanto no baile E agora, no presente, não deixem de prestigiar o Festival da Guanabara, um evento repleto de atrações. A programação está na página seis. Rick y Goodwin

Expediente

A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014)

Conselho Editorial Especial Centenário do Municipal: Claudio Marcelo, Guto Pires, Ricky Goodwin, Toni Lucena, Washington Araujo, Wilma Leitão Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Mary Pinto, Ricky Goodwin, Toni Lucena e Vitor Matos. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 60, julho de 2018. Capa e artes internas: Arte da capa Toni Lucena, sobre fotos de Cláudio Santos Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

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Adilson Mar tins Ana Cristina Carla Renaud Cristina Buarque Cristina Monteiro Dimas Lia e Guinho Frazão Guto Pires Jorginho e Leila

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Julia Menna Barreto Julio Marques Leonardo e Thaiza Lula Mendes Magda Mittarakis Márcia e Ludi Mary Pinto Nilson Sant'Anna Paulo e Joana Washington Araújo

Não se trata apenas de um clube de futebol amador. É mais. É um patrimônio simbólico inestimável, semente vermelha que corre nas veias oníricas dos meninos (e por que ainda não das meninas?) que passam pelas ruas da ilha, a pé, de eco taxi ou de bicicleta, vestindo, orgulhosos a camisa do Municipal Futebol Clube. O clube centenário é também um importante instrumento de barganha educacional. Estranho? Mas é verdade. Por exemplo, o Erick, que com o Cão Billy compõe minha “mega” equipe lúdica de Paquetá, quando não obedece à mãe dele, a Jade, ou ao Capitão Rodrigo, ih!!!!! O bicho pega. E não é o Billy e nem o bicho papão. É o bicho do medo de ser proibido de ir ao treino do Municipal. A sementinha vermelha é esportiva e educacional. Mas, acima de tudo é um lugar de memória de Paquetá. É onde se pode sentir a brisa identitária de um lugar próximo e distante da cidade. É rural sem ser rural, urbano sem ser urbano. Paquetá é mesmo um Estado... um estado de espírito, um país afetivo, que fala uma língua diferente. Aliás, uma menina bem pequenina, que viajava comigo na barca, vinda da Praça XV, me perguntou que língua se falava em Paquetá. Ela talvez não soubesse que sintetizava o olhar de quem conhece Paquetá como um mito, sem conhece-la. Mais forte e estranho ainda é entender a ilha como mito, depois de conhece-la bem. A resposta que dei à menina foi simples e complexa, como as crianças gostam: “Em Paquetá se cultiva a língua da solidariedade”. Tomara que a solidariedade ainda continue sendo nosso idioma por muitos séculos. Que possamos comemorar mais centenários, como esse bonito que agora nos alegra nos cem anos do Municipal Futebol Clube. Mas essa semente vermelhinha que germina no coração e fica visível nos olhos das crianças, só vinga no coração de quem, como terra fértil, se apaixona pela tradição do Muni e guarda na memória o que contaram seus antepassados e é recontado por “griots paquetaenses” como o Benedito, o Paulo Zarur e tantos outros, mais novos ou mais velhos. Entretanto, nem todos conhecem bem o idioma paquetaense, muitos ainda falam com sotaque individualista, por isso a tarefa dos “vermelhinhos” é e-ternamente, traduzir para quem ainda não entende, essa língua paquetaense do coração.

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O que vai pelO MUNDO EM 2018 Ano da Fundação do Club Municipal

O maior sucesso de 1918 O maior sucesso musical de 1918 foi a música "Ontem ao Luar", de Pedro Alcântara e Catulo da Paixão Cearense, interpretada por Vicente Celestino. A melodia de “Ontem ao Luar” foi composta originalmente pelo flautista Pedro Alcântara, em 1907. Inicialmente era uma polca e se chamava “Choro e Poesia”. Mais tarde(1913) recebeu a letra (à revelia do autor) de Catulo da Paixão Cearense e passou a se chamar “Ontem ao Luar”. A música durante vários anos trazia apenas Catulo como compositor. Em 1976, graças aos esforços de uma neta de Pedro de Alcântara, uma decisão judicial restabeleceu o nome de Pedro Alcântara como co-autor da composição. (Fonte: Jornal CGN)

Aumente os seios

Na época em que a exibição do corpo feminino era um mito, o Dr. Ribacal apresentou a sua Pasta Russa. A promessa é de encantar as mulheres (até nos dias de hoje): seios "desenvolvidos, fortificados e aformoseados" em apenas dois meses, como diz o anúncio. Este anúncio ficou estampado em diversos jornais por muito

tempo. Este recorte é do jornal "O Estado de São Paulo" no dia 05 de julho de 1918. (Fonte: Propagandas Históricas)

A Seleção Brasileira perde pela primeira vez para um clube de futebol Em 1918, a Seleção Brasileira perdeu seu primeiro jogo contra clubes. O jogo foi contra o Dublin, time uruguaio, e se deu no campo do Botafogo. Resultado 1x0. A camisa mostrada acima foi utilizada somente para este jogo. Em toda a sua história, a Seleção participou de 70 partidas contra clubes, sendo derrotada cinco vezes. Depois desta partida, a Seleção foi derrotada pelo Santa Cruz (1934), Arsenal da Inglaterra (1965), Atlético Mineiro (1969), Flamengo (1976).

E grande parte do mundo se via envolvido numa guerra terrível, conhecida como I Guerra Mundial, que, iniciada em 1914, ia finalmente chegando ao fim em 1918. Pesquisa: Washington Araújo


Municipal 100 anos

Wanda Marli & Marlene

Sou filha do fundador do clube, Alfredo Ribeiro dos Santos, conhecido na ilha como Alfredo Brasil. Sou a sócia de numero 8. Tinha um grupo de pessoas em Paquetá que trabalhava no Departamento de Antonio Brasil Obras, da Prefeitura, de sete da manhã às quatro da tarde, e que depois do trabalho jogava uma pelada numa chácara onde hoje é o Municipal. Um dia falaram: “Por que a gente não faz um clube pra jogar nosso futebol”? Não tinham dinheiro, mas pegaram emprestado, pediram doações às pessoas do Campo, e conseguiram comprar um pedaço de terra. Meu pai era muito estimado. Júlio Mota, dono da Chácara das Nações, disse que emprestava um dinheiro, mas só se ele fosse o responsável pelas finanças do clube. E como trabalhavam para o município, puseram o nome de Municipal.

Nasci cinco anos depois disto, hoje tenho 96 anos. Me lembro da construção do muro. Muitas mulheres ajudaram a quebrar as pedras pra fazer cascalho, e, enquanto os homens estavam trabalhando nas obras, elas trabalhavam no muro.

Naquela época era só um futebol entre eles mesmos. Depois de algum tempo veio o Tupy, na Ponte, que vivia jogando com o Municipal. Aí já viu, né, tinha briga de torcida. Moça daqui não namorava rapaz de lá! No carnaval também tinha uma grande rivalidade. Com o tempo, foram progredindo, e passaram a vir times do Rio jogar aqui. Depois, passaram o chapéu e construíram a sede. Todo mundo ajudou nesta construção, trabalhando de graça. Com a sede, começaram os bailes de carnaval. Nos domingos, quando acabavam os jogos, tinha baile infantil. Em seguida, tinha o baile de adulto. Muita gente, mas nunca saiu briga. Mais tarde, começaram os concursos, como o Rainha da Primavera. Quando construíram a quadra, passou a ter vôlei, basquete, jiu-jitsu. Fiquei triste quando um clube feito com tanto sacrifício ficou abandonado um tempão. Continuei pagando a mensalidade do meu marido até hoje. Foi muito bom quando a Wilma <sua filha> animou as pessoas a levantarem o clube de novo. Meu pai deve estar feliz da vida, tinha um grande amor pelo Municipal.

Marli - Nós somos bisnetas da ilha, então frequentamos o Municipal desde bebês, desde que nasci em 1935. Meu tio-avô era Antonio Brasil, fundador do clube. Meu tio, Roberto Antunes, foi diretor do clube. Marlene – Nosso pai foi jogador do Municipal. E meu marido, o Lula, foi presidente do clube.

Marli – Todo mundo do Campo frequentava o Municipal. Sábado e domingo, tinha atividades o dia inteiro. Não tinha televisão, o programa era ir ao clube. Os jogos de futebol, os bailes, o bloco de carnaval, as festas da primavera, as festas juninas. Bem depois, lá por 1948, 49, vieram os concursos de Rainha do Municipal. No primeiro concurso fui eleita Rainha. A gente morava nesta mesma casa onde moramos hoje. Tinha poucas casas no Campo, tudo era mato. Perto do Municipal só tinha a Padaria do Manduca, que na época era um armazém. Com o tempo, passou a ser mais povoado. Marlene – Mas nessa rua aqui continua todo mundo parente. Primos, cunhados, sobrinhos. E as pessoas que iam casando também vinham morar aqui. Muito casamento começou no Municipal, nos bailes, nas festinhas. Marli – E nas festas de São Roque. O meu marido, conheci no Municipal. Ele também foi diretor do clube. No princípio, os bailes do Municipal eram com vitrola. Depois começaram a vir as orquestras, muito boas, como a Carioca. Principalmente nas festas de aniversário do clube, que duravam a noite inteira. E tinha também os torneios de futebol, de basquete, de vôlei, de futebol de salão, os concursos de dança, os piqueniques. De noite, a criançada se juntava na rua para brincar de amarelinha, bandeirinha, piqueesconde. Quando dava oito horas as mães chamavam, naquele tempo ninguém dormia tarde. Quando não tinha aula, as brincadeiras duravam o dia inteiro. E no fim de semana era no clube. Marlene – Grandes escolas de samba vieram se apresentar do Municipal, como o Salgueiro, como a Mangueira, como a Portela. E as escolas locais, como o Unidos de São Roque, que no início era União Campista. Marli – A rivalidade Campo x Ponte sempre foi forte. Já tinha um bloco na Ponte há uns dois ou três anos e aqui estava sem bloco. Então o pessoal se juntou pra fazer o Campista – porque era no Campo – que depois virou Unidos de São Roque. Não tinha dinheiro para fazer um bloco, então foi na base da colaboração, livro de ouro, todo mundo contribuindo. Ninguém queria perder para o bloco da Ponte. Lá tinha todo o comércio que ajudava o bloco. Aqui só tinha o armazém. As fantasias eram de papel crepom. Se chovesse... Renato Antunes, meu primo, era um artista, e sua mulher, musicista, organista da igreja, tinha também muita habilidade para a pintura. Eles passaram a fazer carros alegóricos. Lindos! Tipo os que as escolas de

samba do Rio faziam, há 50 anos. Os blocos daqui não deviam nada aos blocos do Rio! As pessoas iam nas escolas do Rio apanhar o que iria ser jogado fora e remodelavam, aproveitavam. De uma banana faziam uma bananada. As cores iriam ser vermelho e branco, mas quiseram diferenciar do Municipál. O mesmo grupo do Campo que frequentava o Municipal organizou o bloco, mas não era um bloco do Clube Municipal. A mulher do Renato sugeriu então azul e amarelo, a cor das fitas no bastão de São Roque. Marlene – As cores do Municipal são vermelho e branco porque a maioria dos fundadores eram torcedores do América. Inclusive o escudo é imitação do escudo do América, trocando o A pelo M, fazendo a mesma curva. Marli - Até hoje as pessoas da minha família são América. No futebol, a rivalidade era entre o Municipal e o Tupy. Muitos anos depois é que veio o Barreirinha, na Ponte. Meu pai era um grande jogador mas era muito brigão. Vivia suspenso. Tinha muita briga no campo, não essa violência que tem hoje, mas saía uns tapas... O que acontecia? Quando ele era suspenso, o Tupy chamava ele pra jogar. O pessoal daqui ficava danado com ele! Mas quando acabava a suspensão, ele largava o Tupy e vinha pro Municipal. Ele era fanático, ficar sem futebol sábado e domingo era uma tortura para ele. Marlene – Era a diversão dos homens, né. E a diversão das mulheres era ir torcer. As mulheres participavam muito dos jogos. Inclusive, quem fez o Municipal foram as mulheres. Minha tia quebrou muita pedra para fazer o muro do clube. Marli – Todo domingo vinha um time de fora jogar. Tinha vestiário, eles traziam o farnel e ficavam o dia inteiro. A torcida era bem dividida: de um lado Visitantes, de outro Associados. Nossa torcida cantava musiquinhas para provocar os outros. Marlene - Irene, a madrinha do Municipal, era da pá virada. Quando acontecia de alguém dar uma rasteira, ou dava um come dentro do campo, o que? Ela virava bicho! Ia lá na outra torcida, puxava o cabelo das mulheres. Tinha uns pegas desses... Aí o pessoal ia desapartar, entrava marido na história – não ia deixar bater na mulher, né – e brigava todo mundo! Depois a semana inteira era o comentário de quem bateu em quem... Marli – E tinha as brigas com o pessoal da Ponte. A rivalidade com a Ponte era maior do que com o pessoal de fora. Agora, os campeonatos, quem ganhava sempre era o Municipal. Quem tem mais títulos? O pessoal da Ponte fala mal, diz que somos a “gente fina” da ilha, mas não é verdade, todo mundo é igual. Agora, tem o seguinte: os rapazes da Ponte, quando queriam casar, procuravam as moças do Campo! Vinham namorar as moças daqui. Todos os nove filhos do Bernardino casaram com moças do Campo. Meu marido foi um desses. Casavam e ficavam aqui.


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Ademir

Minha vida na época era marcada pelas fantasias que eu criava para os bailes de carnaval no Municipal. Teve um ano em que juntamos umas 30 pessoas e fizemos fantasias de patrões e empregados. Minha mãe é que costurou todas essas fantasias. Fez tanto sucesso que passei a fazer fantasias individuais, todo ano. Quando Chico Buarque fez a música “O que será que será”, fiz uma fantasia que era metade homem e metade mulher. Um lado estava de vestido e outro

lado de calça. Fiz uma de Napoleão Bonaparte para presidente, com um canhão que jogava confete. Quando a Delfim quebrou e todo mundo ficou na merda, fiz uma fantasia sentado num vaso. Fiz uma quando enforcaram o Xá Reza Pahlevi. Fiz de Carlitos, operário-padrão, lambe-lambe, carregador de mala de hotel... Teve um ano em que fui de Muhammed Ademir e o Marcos Sebastião de Kim Norton, e num intervalo da banda improvisaram uma luta de boxe entre os dois no meio do salão. As categorias dos concursos de fantasia eram originalidade, luxo, grupo e individual. Minha maior concorrência era com o pessoal que vinha do desfile

das escolas de samba e trazia suas fantasias para desfilar. O Iate inclusive passou seu baile para a segunda para agradar a esse pessoal. O baile do Municipal continuou aos domingos. Eu ia nos dois. Todo mundo da nossa turma era pobre. Eu costumo brincar que aquele milagre que Jesus Cr isto fez, transformando água em vinho, nos fazíamos na nossa época. Comprávamos uma garrafa de rum, uma coca-cola família, juntava os dois, e dava para todo mundo ficar alegre a noite toda. Ninguém tinha dinheiro para gastar no clube, então ficávamos bebendo do lado de fora. Tinhamos uma equipe: eu, Carlos e Cláudio do Bernardino, Joãozinho, Luciano, Marcos que depois foi administrador... umas dez pessoas. A gente decorava o clube e ganhava a entrada para brincar os quatro dias de carnaval. O nome era Equipe Cão. Pintava, botava faixas, máscaras, levava mais de uma semana. Os grande bailes de salão eram os de Iate e do Municipal, mas eram bem diferentes. No Municipal tinham as mesas no meio e todo mundo rodava em volta. No Iate as pessoas brincavam paradas. O Municipal era bom porque era todo mundo junto, os abastados que compravam as mesas e o pessoal que trazia a bebida e pagava a rolha. A gente tomava um uísque bravo às pampas, chamado Gegê. E era muito família. O baile do Iate era mais elitizado. Paquetá era muito frequentado no verão, quando havia três meses de férias. Antes da Ponte Rio-Niterói, as pessoas não investiam na Região dos Lagos, então os bacanas tinham casa em Paquetá. Os homens trabalhavam no Rio e deixavam a família aqui. O carnaval do Iate então tinha essa frequência. Quando

fizeram essa brincadeira das “crias”, escrevi lá: “Diz que é cria da ilha mas nunca ficou no muro do Iate vendo o rico pular carnaval”. O muro naquela época era de grade de ferro... A gente tentava até ir pela água e subir para o clube pelo lado do mar, mas os seguranças mandavam voltar pelo mesmo caminho. Os bailes hi-fi também faziam sucesso. Os meninos gostavam de ficar abraçados com as meninas, dançando aquelas músicas lentas... Aquele ambiente escuro, aquela luz negra... Com 18 anos, tudo é festa! Na época em que o presidente era o Júlio, todo mês de maio havia a Homenagem às Mâes, com bolo , refrigerante e concurso de cartazes. Por eu desenhar bem, aí também ganhava esses concursos. O Municipal marcou muito essa geração que hoje está com 60. Muitos dos mais antigos, por volta dos 80, foram embora, mas nós estamos aí e lembramos bastante do Municipal. O Municipal não foi definhando, como as pessoas falam. Acabou de estalo. Foi a direção, entendeu. Naquela época, nos anos 80, não havia crise. De um ano para o outro, a banda do Hiram, que mantinha um padrão de qualidade, deixou de vir. Ninguém contratou. Não teve baile no Municipal e acabou. O PEC tentou botar um baile, pra tentar pegar o pessoal, mas não foi suficiente para levantar. Mas isso também foi um fenômeno geral do carnaval. Aqueles bailes do Teatro Municipal, Clovis Bornay, as fantasias de luxo, aquilo não existe mais. Tem pessoas agora empenhadas em recuperar o Municipal, mas estão pegando uma época ingrata. Veja o Iate: falido, com os sócios abandonados, muita gente afastada de lá. Agora, o Municipal tem mais tradição, e conta com o futebol que continuou funcionando.



Bené

Aqui na ilha tinha o Departamento de Obras, que empregava mais de 40 funcionários. Foram eles que fundaram o clube, em 1918, com o nome de Municipal, porque trabalhavam para o município. No Campo era tudo chácaras. Começou a ter mais casas a partir de 1930. Uma coisa que as pessoas hoje não sabem: o campo do Municipal foi construído em outro sentido, atravessado. Quando o clube passou parte do terreno para a construção do Ed. São Roque, para angariar fundos, viraram o campo de outra maneira, como é hoje. As reuniões para decidirem as coisas no Municipal eram no Pau da Paciência. Os idosos se reuniam ali, Walter França, Temístocles...Me lembro que eu menino ficava ali, assistindo... Quando eu era criança não tinha acesso ao Municipal, só podia jogar filho de sócio. A gente jogava pelada na rua. Tinha o time do Fogaréu, o time da Esquina do Pecado, o time do Bug-Hug...O Seu Cicico, o Iracy, carteiro, treinador do Municipal, me viu jogando como goleiro, tirou a carteira pra mim e me incentivou a jogar lá. O Municipal era um clube da elite, mas depois que as pessoas de posses passaram para o Iate, ficou um clube mais para o povo. Depois que juntou Municipal com Unidos de São Roque – o bloco de carnaval – o povo participou mais ainda. O Unidos vinha do União Campista, lá da Praça de São Roque, das famílias Penetra, Siqueira, Barreto e a família do Arlindo que faz comida. Me lembro de eu com 15 anos, em 62-63, saindo de índio tamoio no Unidos. O ensaio era na Canela Cinzenta, onde hoje é a casa da Janete. Depois o ensaio passou a ser na Praça da Alegria, onde eram as festas juninas.. Até que o Kim, filho do Bernardino, comprou o espaço e tirou o direito do povo fazer festas ali. Tem gente que até hoje tem revolta disso! Mesmo o Barreirinha tendo sido fundado só em 1949, tinha uma rixa entre os clubes, coisa que vinha do tempo do Tupy. Do lado do campo do Tupy tinha um parque, a Praça São Jerônimo. Quando íamos lá, as crianças de lá jogavam batata na gente, crianças do Campo. Aí, na segunda-feira, quando elas tinham que vir na escola, as crianças daqui, do Bug-Hug e da Esquina do Pecado, jogavam as batatas de volta neles! E as mães incentivavam essa rixa. Quando jogavam Municipal e Barreirinha, a ilha inteira ficava agitada. Eu sou baixo mas tenho bom reflexo e bom impulso, então fui goleiro do juvenil do Municipal. Me lembro que em 1965 fui jogar no campo do Barreirinha e foi tanto grito que mal conseguia jogar. Aquele nervosismo... Era um negócio tão tenso que o jogador não conseguia se concentrar. E quando vinham jogar aqui, o couro comia. Até as mulheres brigavam! Dona Estela, mãe da Aninha, da família Araujo, brigava mesmo, xingava, batia boca!

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Tem uma senhora que tem que ser lembrada em todas as homenagens: Dona Lina, tia do Carlos Alberto, da família Pinto. Uma senhora negra, com uma voz muito aguda, e ela ficava no alambrado do campo xingando o Barreirinha. Perturbava mesmo. Olha, ela era demais. Municipal doente!

Outra pessoa que deve ser exaltada – esse tá vivo – é o Valter, o Tim, pai da Denise que trabalha na Saúde, primo do Nilo que jogou no América. Era centre-for. A garotada, o irmão do Tutinha, o Losa, eu, ficava torcendo pelo Tim, porque ele decidia uma partida: “Tesourinha! Lança lá pro Tim que é gol”! Ele lançava e TOM: Tim testava a bola e fazia o gol. A gente gritava! Foi o melhor centre-for que vi jogar no Municipal. Tinha outros craques, como o Tampinha, mas o Tim era um mulato forte e subia no meio dos beques... O Tim tem uma história interessante: no futebol era Municipal – do Campo - e no carnaval era Silêncio do Amor – da Ponte. Tinha essas coisas: Tutinha também era assim. Já o Tunga, tio do Zaru, jogava pelo Barreirinha e era Unidos de São Roque. As famílias reclamavam! Outra pessoa a ser lembrada foi Davi Rosa, construtor, que fez a obra de cobrir a quadra. Foi muito criticado por fazer a estrutura em madeira, mas ela tá aí até hoje. A quadra passou a ser o espaço mais usado no clube, com basquete, vôlei, futebol de salão. Outro presidente importante foi Ismael Souto Mariah. Ele e sua filha Leia, casada com um dos filhos do Bernardino, fundaram um curso ginasial no Municipal. Acho uma falta de consideração esse ginásio ser Pedro Bruno e não ser Ismael Mariah. Foi um dos feitos mais importantes de Paquetá. No meu tempo de baile no Municipal era radiovitrola. Eu morava onde hoje é Tomás Cerqueira com Feliciana Borges. Lá de casa a minha avó ficava ouvindo as músicas... Ela dizia: “Começou o jazz”... Do lado da minha casa tinha um terreno baldio onde minha mãe, minha avó, todas as lavadeiras do Campo faziam quarador e estendiam as roupas. Minha mãe lavava os uniformes do Municipal. Tudo ali era terreno vazio. Da minha casa até a escola era a Chácara do Vinte, onde morava João dos Santos, avô do João Luís da Fabrícia. Em 1956 veio o Circo do Carequinha ao Municipal. As crianças subiam no palco pra dar cambalhota. Como eu não conseguia, o Arrelia me pegou e me virou. O Carequinha! Aos domingos, o Arquimedes – morava onde hoje mora a Maria – fazia uma feijoada no Municipal. Vinha gente do Rio jogar futebol e comer a feijoada do Seu Bissá. Todo ano, quando chegava essa época de aniversário do Municipal, a gente comprava roupa nova. Carregava lata, fazia biscate, juntava um dinheirinho e comprava a roupa pra se exibir no aniversário. Era uma senhora festa. As famílias todas na Missa Campal, com o padre no campo. À noite vinham os artistas: Adelaide

Chiozzo, Orquestra Tabajara, Copa 7, Os Devaneios... Vi Altemar Dutra tomar muito porre no Municipal. Toroza, da família Almeida, era amigo dele e ficava com ele e a mãe dele bebendo e tocando violão no Manduca. Serenata do Altemar Dutra! Aliás, a meninada frequentava muito a padaria. Seu Manduca era um homem bruto mas muito amável. Sempre que falecia alguém ele oferecia ajuda à família. E se tivesse alguém desempregado ele arranjava trabalho. Em 1973 aconteceu uma coisa triste: aquela padaria pegou fogo. Fizemos fila – criança, velho, todo mundo – da padaria até o Catimbau pra ir passando balde dágua. Depois a população – pedreiro, marceneiro, eletricista – todo mundo trabalhou pra reerguer a padaria. Me lembro quando o Municipal fez um jogo beneficiente para o Garrincha. Ele estava acabado, mas foi um acontecimento. “O Garrincha vem jogar no Municipal!” Jogou vinte minutos. Estava tão bêbado que mal conseguia ficar em pé. Foi uma bagunça! Quem entrou no lugar dele foi Zé Cambalhota. Mas minha maior alegria – eu gritava, eu gritava – f0i quando o Municipal ganhou o titulo do Departamento Autônomo, o campeonato carioca de futebol amador. Foi contra o Facit, cujo técnico era o Esquerdinha. O jogo foi no campo do Flamengo. Quando o time entrou em campo Esquerdinha agradeceu a cada jogador dele como se já fosse o campeão. “Muito obrigado, muito obrigado.” O Municipal era Candonga, Cambalhota, Tesourinha, Tampinha... eram todos baixinhos. Um pessoal mais humilde... O Facit ali zombando deles. O primeiro tempo terminou zero a zero. No segundo tempo, eles botaram um a zero. O título já era deles! Ah rapaz, o Municipal empatou, perto dos 30 minutos. Começaram a ficar balançados. Aos 38, gol de Cambalhota, gol de virada, 2 x 1 e o Municipal trouxe a taça. Foi uma festa! Até hoje me emociono... Com o tempo, a maior parte dos filhos da ilha se mudou. Muitas famílias foram embora. As pessoas moravam em terrenos, com quintais grandes. A especulação imobiliária chegou e começou a comprar terrenos para dividir em casas mais caras. Os filhos da ilha tiveram que ir para Itaoca, Mauá, saindo da ilha. Hoje restam poucos. Com isso o Municipal foi ficando... E as administrações do clube também... Teve época até de baile funk no Municipal. Os sócios foram se desinteressando... Eu mesmo tive uma decepção quando puseram Antonio Tesourinha como presidente. O cara botou o clube pra baixo. Me afastei. Agora vou voltar, porque é um patrimônio da ilha. É hora da população se unir no intuito de resgatar sua história. Tivemos o Iate, o clube dos abastados, e acabou. Tivemos o PEC, que começou como Mocidade Atômica, e acabou. O Barreirinha, tá só a sede. Já pensou se acaba o Municipal?


A festa do centenário

O baile

A missa ecuménica

Fotos: Cláudio Santos

Municip


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Municipal 100 anos

Aldemírio

Jogadores do Municipal da minha época que eu conheci

Sócio 003 do Municipal

Manuel Batanga * Orlando Batista (Pirilo) * Bebê * Hélio (Abóbora) * Oswaldo Fernandes (Massa Bruta) * Cicico (Tanque) * Eudúcio * Vampiro * Darcy (Preto) * Arapuãn * Jonjoca * Pirulito * Ciro Menezes * Nilson (Catarina) * Pedro Machado * Elsidio * Anízio (Diguinho) * Aluízio (Motorzinho) * Tampinha * Neneco (Peru) * Manuelzinho Ferreira * Moacir Batista * Luiz (Baiaco) * Maurício (Araponga) * Mamaco (Pau de Bambu) * Olavo * Mandamento * Artur (Carne Seca) * Zé Sarrafo * Poeta * Zeca * Araganito * Nilo (Creolo) * João (Bicão) * Alfredo (Piu) * José Docínio * Josué (Boca Larga) * Cândido Pereira * Cobrinha * Batista Almeida * Darlan * Nelson (Cagado) * Alfredo (Fedoca) * Waldir (Tunga) * Gito Antunes * Fernando (Gambá) * Carlinhos (Baco) * Baiano Fernandes * Toque (Julieta) * Augustinho Ficher * Dedeco * Dário * Getúlio * Cézar * Walter Manduca.

Tito

piada sem graça”. Eu nunca quis ser diretor, mas tivemos grandes presidentes, como o Lula, muito atuante, o Darci, que levou o clube nas costas. Com o tempo acabei me afastando, veio uma geração que não tem a ver comigo.

Meu vínculo com o Municipal é mais pelo futebol. Quando casei com a Cleo, em 1962, fomos morar num apartamento no Ed. São Roque que dava para o campo do clube. Eu ficava na janela doido para participar daquelas brincadeiras. Mas tinha um time de veteranos que tomava conta do futebol. Tinha Gu, Lula, Bojudo, Pedoca, Joaquim, Eudúcio, ... O pessoal mais da minha idade não tinha vez. Esse time dos veteranos jogava muito com times que vinham do Rio, unindo dois prazeres: jogar bola e passear em Paquetá. Eram fins de semana animadíssimos. Até que montei um time de coroas pra jogar também: o Cacareco. Eu era o lateral direito. Tinha Júlio, Mamaco, Isaurinho, Jacizinho, o Piu que é pai do Lucas Paquetá....Esse time durou 30 anos! Meus amigos montaram uma comissão para submeter minha história para o Guinness Book of Records: um atleta que jogou 30 anos no mesmo time e na mesma posição. Faltou ter um registro oficial disto. O Cacareco jogava mais cedo, fazendo uma preliminar, e em seguida entravam os veteranos. Aí aumentou mais ainda o movimento do clube! O interessante é que os veteranos começaram a querer entrar no Cacareco, porque jogava antes e ficava livre pra tomar cerveja e comer churrasco. De vez em quando encontro pessoas no Rio que jogaram em Paquetá naquele tempo e ainda se lembram de mim. Eu nem sabia jogar muito, não tinha técnica, o que prevalecia em mim era o preparo físico. Se bem que eu jogava plantado, era aquele lateralisopor: não vai ao fundo. E minha filosofia era: podia até passar a bola, mas o jogador não passava. O Miro – avô do Lucas Paquetá – dizia que eu daria um bom treinador de goleiro, porque meu chute, ninguém sabia pra onde a bola ia. Não tinha endereço. Quando o jogo era com o Barreirinha, as disputas não eram tão amistosas. Quase todo jogo tinha expulsão e acabava em briga. Jacizinho então tinha um temperamento incrível! A rivalidade era muito grande. Eu me tornei praticamente um líder no clube, me comunicava com todo mundo, muito vaselina. Quando me perguntavam por que eu era tão considerado, eu dizia: “Olha, tive que pagar muita cerveja e rir de muita

O que sustentava o Municipal sempre foi o futebol. Havia um grande movimento futebolístico que trazia renda para o bar. E durante muito tempo foi a sua resistência. Agora, para a geração mais recente, o futebol deixou de ser o esporte predileto. Veio o celular, o computador... Todos os clubes de Paquetá sentiram. E para melhorar, agora, é preciso que ofereçam lazer para os associados, tem que atrair também quem não joga futebol.

Cleo

Eu era amiga de toda essa gente do Campo que hoje está na faixa dos 70 anos. Marlene, Marli, Nelma, Sônia... brincava na rua com essas meninas. Vivia na casa do Seu Juquinha pescador. Depois, comecei a acompanhar o futebol no Municipal, mas ia principalmente aos bailes. Como eram bons! Todo mundo muito bem arrumado... Tinha os almoços, aonde toda a família ia, reunia todo mundo... O balé da Verinha, os chás, o bingo... O bingo era um espetáculo, as mulheres todas iam. Quem administrava era o Coronel Paulinho. Então, todas as amigas de infância, frequentamos juntas o Municipal durante décadas. Algumas morreram, algumas foram pro Rio, mas muitas estão aqui, com seus netos. Continuo muito festeira, indo na Madame Sanz e no Cerqueirão.

Gilberto

Eu vim do Norte e há 70 anos que eu tô aqui. A família de minha esposa está em Paquetá desde 1735. São mais de 300 anos de ilha. Minha sogra era caçula de 13 filhos e morreu em 2012 com 99 anos. Minha esposa foi diretora do hospital por mais de 20 anos.

Eu era sócio do Municipal e Zé Cláudio – da imobiliária - me convidou para ser o cobrador das mensalidades. Eu não queria, achava que não tinha jeito, mas aceitei ficar por seis meses. Comecei em 1968 e estou cobrando até hoje! Tenho 56 anos de casado com minha esposa e 50 de casado com o Municipal. Nesse trabalho conheci todo mundo da ilha, a começar por Alfredo Brasil, fundador do Municipal, pai do Pedroca. Ganhar dinheiro, não ganhava, quando a passagem era paga eu pagava pra trabalhar. Mas gosto de ajudar o Municipal. O Municipal tinha mais de 500 sócios, agora tem cento e pouco. Tinha baile de carnaval, baile de fim de semana, baile de aniversário. Não tem mais baile, mas tem um campo muito bom. Acompanhei quando construíram a arquibancada. Acompanhei quando puseram refletores, com os jogos de noite. Quando jogava Barreirinha e Municipal o clube enchia de gente. Parecia Fla-Flu! Saía muita briga, mas era legal. Vi muito jogador de futebol sair do Municipal pra virar profissional. Lucas Paquetá faz sucesso agora no Flamengo, mas Bojudo jogou no América, Darci presidente do clube jogou no Bonsucesso, João Carlos nos Estados Unidos e na Alemanha, Gu no Vasco, Moreira foi jogar no Sul... Sem falar no Marcos Paquetá, irmão da Verinha, fazendo carreira como técnico. E Afonsinho, que foi da Seleção Brasileira, craque do Botafogo, agora tá no Municipal. Passei por mais de 20 diretorias, mas a melhor foi do Zeca Careca. Quem era diretor há pouco tempo era o Bojudo, que ficou doente e assumiu o vice, Zé Cambalhota, irmão de Moacir Polícia. Agora assumiu o Maneco, pra levantar o clube, vão fazer uma reforma, os sócios estão voltando.


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Municipal 100 anos

100

Marcos Paquetá

da tradicional Fiorentina italiana. Não deu tempo de esquentar o banco. Dias depois, foi convidado e aceitou dirigir o time do Botafogo FR, do Rio, na retomada do Brasileirão, após a Copa. Agora, temos dois Paquetás brilhando nos clubes cariocas: Lucas, no Flamengo, e Marcos, no Botafogo. Ao Marcos, A Ilha deseja muito sucesso nessa nova empreitada. (Claudio Marcelo)

Na festa do Centenário, não poderia ficar de fora um ilustre filho da ilha, cuja consagrada carreira internacional de profissional de futebol deu seus primeiros passos nas quatro linhas do Municipal Futebol Clube. O nome dele é Marcos César Castro, Laxinxa para os amigos de garoto, Marcos Paquetá para o mundo da bola. Na infância e adolescência, Marcos morava com a família - os pais Sr. Florentino e D. Iracema, mais a irmã Vera, professora de balé de gerações de meninas da ilha - numa simpática casinha de muro baixo, que ainda está lá na esquina da rua do Manduca com a rua do Municipal, como se diz aqui. Marcos não tinha nem que atravessar a rua para treinar na escolinha do professor Cicico. Bom de bola, de toque refinado, foi o primeiro "sobrenome" Paquetá a aparecer no futebol profissional, como jogador do América e do Vasco.

jogo no Mavilis, que nosso goleiro Olavo não queria deixar o time adversário cobrar um pênalti contra a gente, e arrumou o maior tumulto. No empurraempurra, a bandeira do árbitro auxiliar acabou ferindo a cabeça do juiz, que era delegado. Olavo fugiu, e se trancou no vestiário, com o juiz armado esmurrando a porta. Lá dentro, alguém deu a ideia de esconder o goleiro no saco de roupa. Abriram a porta e contaram ao delegado, furioso, que Olavo havia escapado por um único pequeno basculante que havia no ambiente. Por incrível que pareça, o homem acreditou e foi embora. Nunca vou me esquecer dessa história.

O Municipal também ajudou muito minha formação com o jiu-jitsu,do professor Carlos Alberto, uma lição de vida. Sabe como é, criança criada na ilha, a gente com aquela liberdade toda, acabava fazendo besteira. O jiu-jitsu ao mesmo tempo que ensinava a gente a se defender, ensinava também a respeitar o próximo, não arrumar confusão. O Municipal foi fundamental no meu desenvolvimento, não só profissional, mas também pessoal, porque foi onde eu aprendi a dar atenção a pequenas coisas do futebol. Nosso treinador, o Cicico, sempre dizia por exemplo que a primeira tarefa era cuidar do campo de jogo. O treino começava com todo mundo capinando, tirando os pés de galinha, deixando tudo limpinho. Cada um tinha que tirar vinte pés de galinha. Quem mexia melhor com aquela enxadinha costumava acabar primeiro. Mas tinha que ficar esperto, senão vinha um e roubava seus pés de galinha para adiantar o serviço. Brincadeiras à parte, hoje eu dou muito valor a isso, ao nosso local de trabalho, que é o campo de futebol. Cicico também era exigente com coisas como respeitar os amigos, dividir as tarefas, cumprir os horários. O uniforme ele ensinava a usar de forma adequada, a roupa, a chuteira, e depois levar pra lavar em casa. Enfim, vários ensinamentos que valem para o futebol e valem para a vida.

Depois, como técnico, seu belo trabalho nas divisões de base de Fluminense e Flamengo acabou levando-o à Seleção, onde no mesmo ano de 2003 ganhou a Copa do Mundo sub-17, disputada na Finlândia, e a Copa do Mundo sub-20, nos Emirados Árabes, façanha ainda hoje inédita nos anais da FIFA. E foi exatamente no mundo árabe, com sua cultura tão diferente, com o esporte sujeito aos caprichos de xeiques e emires, que a carreira de Marcos deslanchou de vez. Onde tantos figurões fracassaram, Paquetá se tornou figurinha carimbada, e há mais de 15 anos vem sendo convidado sucessivamente para trabalhar em clubes e seleções. Esteve na Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes, Líbia, Egito, Síria. Conquistou diversos títulos locais de nomes estranhos para nós, como Copa do Emir, Copa do Rei, Copa do Vice Rei, Prince Faissel Cup, Liga da Arábia Saudita. Em 2006 realizou o maior sonho de qualquer treinador de futebol: dirigir a equipe de um país numa Copa do Mundo, no caso a Arábia Saudita, na Copa da Alemanha.

Minha carreira profissional começou mesmo quando o Municipal fez um convênio com o Satélite Clube, que pertencia ao Banco do Brasil, e nosso clube virou a casa deles nos jogos do campeonato carioca de dentes de leite. Então eles começaram a observar as crianças da ilha, e eu fui selecionado para disputar pelo Satélite, inclusive as partidas no Rio. Levaram também o goleiro Oswaldo Gordo, que depois acabou no Fluminense, o Wilson Xixiu, que depois foi para o América comigo, e mais gente que não lembro agora. E essa equipe do Satélite, com os reforços do pessoal do Municipal, chegou a ser vice-campeã carioca da categoria.

Marcos Laxinxa Paquetá, falou por telefone com o jornal A Ilha sobre um pouco de tudo isso, enquanto viajava de carro pela Itália com a família, em férias. Férias? Nosso entrevistado negociava na moita o contrato que acabou assinando em 1º de junho com o FC Pune City, jovem clube da Índia, franquia

Meus pais participavam ativamente da vida do clube. Meu pai chegou a ser treinador do time principal, eu criança acompanhava o time nos jogos fora, Pavunense, Mavílis, Manufatura. E ficava ali assistindo e ouvindo, colado no alambrado. As instruções, as substituições, e também as confusões. Lembro de um

E tinha o cinema no clube, que todo mundo adorava, mas às vezes passava filme proibido para menores. Uma vez, eu e meu amigo Gastão entramos escondidos numa sessão assim. Só que nos descobriram e fomos expulsos. E a gente resolveu se vingar. Fomos até a praia e pedimos alguns siris a um pessoal que estava pescando. E soltamos dentro da quadra. Imagina, tudo escuro, começou a maior gritaria, as mulheres pensando que era rato. Nunca souberam quem foi. Quer dizer, vão saber agora. Outro momento legal foi de um grande torneio de futebol de salão, com vários times da ilha, todo mundo se conhecia, era amigo, e cada jogo era uma festa. A quadra do Municipal totalmente lotada, torcida organizada e tudo. O Holanda, que era o time que eu jogava, foi o campeão. O Maneco, hoje nosso presidente, também era do time. Nosso vestiário era lá em casa. A gente se arrumava, ia pro clube e depois do jogo fazia um lanchinho que a minha mãe preparava. Só lembranças boas. Acho que o Municipal foi assim na minha vida um lugar que Deus escolheu para me orientar e colocou no meu caminho tantas pessoas boas, em quem procurei me espelhar, que iriam me guiar para o futuro. E agora é bom demais ver o Municipal ultrapassar esse marco dos 100 anos. De coração, eu sou muito agradecido ao clube onde comecei, e muito orgulhoso de ter participado de uma geração que, depois da escola, vivia o tempo todo lá dentro, não só jogando futebol, mas também bola de gude, soltando pipa, pião, e todas essas coisas que fizeram nossa infância tão feliz.


Municipal 100 anos

Verinha

Com seis anos vim morar em Paquetá e comecei a frequentar o Municipal. Brincava muito lá. Minha mãe virou diretora social do clube e comandava uma escolinha para as crianças. Meu pai foi diretor. Quando o Municipal fez 50 anos, eu fui a Rainha do Cinquentenário. Ganhei na venda de votos. Eu tinha 13 anos. Quem vendeu muitos votos também foi Ana Maria, do Seu João, e Glória, do Seu Davi. Com esse dinheiro foi que cobriram a quadra. Tinha muito desfile no Municipal. As moças se enfeitavam, usavam vestido longo, muito chiques, para concorrer à Rainha da Primavera. Mariana, filha do Seu Cícero – que era presidente – promovia desfiles de moda de inverno, traje típico e traje de noite. A cada aniversário do Municipal, tinha missa campal, e depois um desfile, com as escolinhas, o Padilha vinha tocando, vinham as mulheres que faziam esportes, e no final se hasteava a bandeira. No Sete de Setembro tinha também um desfile das moças do

Municipal na Furquim Werneck. Dona Neusa, ir mã da professora Cenira, dava aulas de balé para crianças, foi onde eu comecei.

E tinha o bloco do carnaval. A orquestra do Seu Hiram vinha tocar e depois saía acompanhando o bloco. E tinha as festas temáticas, de época, como as juninas. Sempre muito gostoso!

Em 1969 eu participei do Concurso Senhorita Rio, representando o Municipal. A ilha inclusive patrocinou a vinda de todas as participantes do Rio para Paquetá, com drinks no Hotel Fragata, mesa no Municipal, passeio em Brocoió. Os charreteiros ficaram disputando para ver quem levava as meninas! Teve muita reportagem sobre isto. Os ensaios eram na Socila. O concurso final foi no Canecão, com Simonal e Regina Duarte.

Teve um jogo em que veio um juiz de fora – acho que era o Margarida – e ele apitou tanto contra o Municipal que deu a maior confusão. Meu pai, Florentino, era o técnico do time. Seu Bojudo, o chefe de polícia, teve que vir acalmar os ânimos e proteger o juiz. Mas numa hora que Seu Bojudo se abaixou minha mãe foi lá e tacou uma pedra na cabeça do juiz! Juiz ladrão! Saiu no Jornal dos Sports: “MULHER DE TÉCNICO AGRIDE JUIZ NO FUTEBOL AMADOR DE PAQUETÁ”.

O melhor do Municipal para mim eram os bailes, para dançar, muito concorridos. Várias orquestras vinham tocar aqui. Tinha muito hi-fi, como chamavam na época. Quem disputava nos bailes com o Municipal era o Barreirinha, que ainda era no Darke, e o Iate. Tinha também o Festival do Chopp. Promovido pelo Seu Milton Bojudo.

As pessoas tinham uma paixão grande pelo Municipal.

Quando o clube deixou de ter a parte social foi acabando. O futebol continuou, mas sem a parte social o povo não vai para dentro do clube. O que tinha para as senhoras, à noite, por exemplo? Agora, no centenário, estamos levantando a história do clube, resgatando os sócios antigos, com confiança na nova diretoria. As Casas tem feito um trabalho ótimo, trazendo gente do Rio, e queremos voltar a ser como no tempo em que vinham os veranistas, gente do Grajau, Tijuca, , Vila Isabel. Paquetá está voltando!


Cantinho da transparência

O próximo MORENA NA PRAÇA será dia 29 de julho no Paquetá Iate Clube (PIC), de 10 às 14h, acompanhando a programação do Festival da Guanabara. Estaremos lá para conversar com os moradores, para tirar dúvidas, para conversar sobre a campanha educativa sobre reciclagem do lixo em nossa ilha e para acertos de trimestralidade e novas associações.

FA L A M OR E NA JU L H O

2018

No dia 29 de junho, a MORENA organizou uma excursão de barco até a sede da APA (Área Proteção Ambiental) de Guapimirim e à sede da Estação Ecológica da Guanabara, de pertencente ao ICMBio/Ministério do Meio Ambiente. Quinze associados participaram do passeio guiado e algumas fotos estão aí para mostrar a beleza que está tão perto de nós. Faremos outro em breve!!!! Paquetá integra a chamada área de amortecimento da APA de Guapimirim, o que nos faz corresponsáveis pela biodiversidade do mangue recuperado e preservado pelo ICMBio. Para saber mais: http://www.icmbio.gov.br/apaguapimirim

até o fim de junho (2018): 160 associados; e em caixa R$ 1311,65 • • • •

A MORENA contribuiu no mês de junho com: R$ 600,00 para manutenção do Jornal A Ilha; R$ 500,00 para a organização do Festival da Guanabara 2018; R$ 250,00 para a organização da Festa Junina da E.M. Joaquim Manoel de Macedo;

A MORENA pagou a segunda e última parcela de R$ 899,41 do seu processo de regularização – cartório.

Pra entrar em contato com a gente:

MORENA

985154868 (Zap) ampaqueta@gmail.com https://www.instagram.com/pqt_morena/ https://www.facebook.com/ groups/207658559327397/

A MORENA tem WhatsApp: 985154868. Anotem aí! Tendo interesse em se manter atualizado com as atuações da Associação de Moradores, siga o Facebook da MORENA (h t t p s : / / w w w . f a c e b o o k . c o m / g r o u p s / 2 0 7 6 5 8 5 5 9 3 2 7 3 9 7 /). E visite também o Instagram da MORENA! Todas as fotos e vídeos são de paquetaenses. Mande seu material por email que publicaremos lá!!! Para quem ainda precisa acertar a sua associação, pode acertar com o Gildo, Alfredo, Ialê, Leonardo ou na Bodega com o Júnior e Marcela! Lembrando que pra se associar, basta: 1. preencher uma ficha rápida de Associação (tem na Bodega também), e 2. Pagar de 3 em 3 meses R$ 19,08. É só isso mesmo! (2% do salário mínimo atual).


crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques " Prá que ilha você levaria uma pessoa deserta ? " - diz um cartaz na porta da Casa de Noca, escrito pelo Vitor, filho da Neuzinha. Essa frase simplesinha explica porque eu tenho saudades de um tempo que não vivi, tempo em que o Barreirinha (ou seria o Tupy?) enfrentava o Municipal, no campo da Dona Adélia. A gente, um pouco, escreve prá dar margem à fantasia. Mentimos, querendo ou mesmo sem querer. De qualquer maneira o Municipal é o início de tudo e a festa do centenário mostrou isso. Todos lá: Tupy, Barreirinha, Silêncio do Amor e Unidos de São Roque dançando agarradinhos com o Municipal, ao som de sambas, valsas e boleros. Pessoas que não se viam há quase meio século se abraçavam, tudo sorria. Caramba, difícil acreditar que Paquetá é tudo isso. Aqui, chique é ter valor e não preço (como alguém já disse) e mal dá prá acreditar que o Municipal começou

"Paquetá é um teatro" diz o Vander. Cada figura é um personagem de brilhante desempenho de tal forma que é impossível não perceber a genialidade de um Rael, do Zarur ou do Seu Eudúcio. E as mulheres que se sabem bonitas e não estão nem aí pra isso? O melhor é que tudo é regido por uma trilha sonora, diferente em cada esquina, mas compondo cenários e temas. Onde pode e poderia viver a Nega Luiza e o Birulinha, a Bundinha Feliz e a Beldade da Comlurb, que, cada vez em mais quantidade, aparecem? Tenho certeza que o Graf Zepellin,

quando sobrevoou a Baia de Guanabara deve ter percebido esse clima. Claro que há exceções e isso não se pode negar. Mas, como diz o economista Belluzzo : "A INDIGNAÇÃO INDIVIDUALISTA E OS ARROUBOS MORALISTAS SÃO EXPRESSÕES DA IMPOTÊNCIA QUE, NÃO RARO, SE METAMORFOSEIA EM DESVIO AUTORITÁRIO" É isso aí e vamos em frente porque, como repete meu amigo Luis Guilherme Pacheco "A seleção da Inglaterra nunca decepciona, é futebol ruim na certa." Eu nunca vi tamanha regularidade e o Tite foi bom nisso. No fim e ao cabo, diz o Maurinho "Paquetá é o que sobrou da humanidade".

Voltando à festa do centenário, que mais que festa foi o reencontro de afetividades antigas e eternas, afirmo sem medo que "nunca vi coisa mais bela. .." ( desculpe Portela ) Julio, saudando mais uma vez o centenário do clube mais amado e cada dia mais perplexo com a cegueira dessa gente que não percebe que nunca vão poder proclamar a escravidão e que esse dinheiro, todo aplicado no mercado financeiro, se esvai e não permite comprar o essencial : o carinho que aqui se tem de sobra. LULA LIVRE para acabar com essa confusão judiciária.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Bom, chega de discurso edificante e, concluindo, não posso de deixar de citar o Moacyr Luz : "Quis escrever essas notas avulsas pelo encanto do cotidiano ".

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

antes do desmonte do morro do Castelo. A última novidade é que todo dia chega um morador novo. Uns nem tão novos, só estão de volta. E todos percebem o espírito diferente do pessoal da Ilha que, pacientemente, acaba educando todos nós. Apesar disso, quem vem para cá gosta de construir muros altos que, espero, sejam derrubados um dia.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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