Jornal a ilha 54

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Ano V - n 54 - outubro de 2017 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


Editorial Esta edição do jornal teve tanta coisa interessante que nem coube um editorial.

FOTO DO MÊS

O que v ai p ela Ilha

Ricky Goodwin

CELEBRIDADES DE PAQUETÁ

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Muitos estudos foram realizados para entender a transformação de Fidel Castro de revolucionário em líder autoritário. Mas a verdade é a seguinte: aquele Fidel que governou Cuba por décadas é um sósia. O verdadeiro Fidel trocou aquela ilha maravilhosa por outra: veio para o Brasil, fixou-se em Paquetá, e adotou o codinome Vítor Matos.

AMORES DA ILHA Leandro Ribas e Ricardo Cintra

24 setembro 2017

Expediente

Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra, Ricky Goodwin, Taís Mendes e Vitor Matos. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 Estagiárias: Gabriela Dias e Julia Sena, em projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob supervisão de professores da Escola de Comunicação/UFRJ. As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 54, outubro de 2017. Capa. Toni Lucena. . Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de • • • • • • • • • • •

Adilson Martins Ana Cristina de Mello Cisinha e Bernardo Cristina Buarque Cristina Monteiro Guto Pires Guinho Frazão Julia Menna Barreto Julio Marques Leonardo e Thaiza Leandro Ribas

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Leila e Jorginho Lia Calabre Lula Mendes Mauro Célio da Silva Marcio e Mariangela Marcilio Freire Mary Pinto Nadja Mara Barbosa Nilson Sant'Anna Ricardo Saint Clair Sandra Souza Silvio e Marília

Depois de ser o artilheiro da Série B do Campeonato Carioca, em 2016, atuando pelo Campos Atlético, nosso craque Vinicius vai jogar ano que vem na Primeira Divisão, reforçando o ataque do Nova Iguaçu. O interessante é que Vinicius, que sempre atuou como centroavante, desde o time de base do Flamengo, e nas temporadas que jogou no Moto Clube do Maranhão, agora vai se posicionar mais aberto, formando uma dupla com o camisa 9 Schwenck. “Pode esperar que vai sair gol do Paquetá. Vim para somar”, diz o VP.

Fôlego invejável: Eudúcio sopra 93 velinhas Na tarde de 26 de setembro, em plena terça-feira, o jornal A Ilha flagrou um animado churrasco nas areias da Moreninha, em frente ao bar do Eudúcio. Era a abertura das comemorações pelo aniversário dele mesmo, os 93 anos desse tricolor apaixonado, que continua esbanjando saúde e adorando uma boa festa. Cercado por filhos, netos e outros familiares (na foto, com o herdeiro mais velho, Luiz Antônio), o aniversariante avisou que no sábado 30 de setembro tinha mais, com música e dança. No dia, a chuva reduziu um pouco o tamanho do evento, mas não a animação. Parabéns, Eudúcio! Isso é vida para duzentos anos.

Be rnar do Gle iz e r/EXTRA

A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá.

Vinicius Paquetá será o orgulho da baixada


A arvore mais antiga de Paquetá está quase tombada

He i to r We g m a n n J r.

Demos mais um passo, e dos grandes, p a ra o t o m b a m e n t o da Quixabeira da City, nossa árvore de mais de 300 anos, localizada no terreno da Cedae, na Praia José Bonifácio. O pedido para torná-la imune ao corte foi aprovado por unanimidade na reunião da Câmara Técnica de Áreas Verdes! O ok da CT é uma etapa importante deste longo processo, iniciado a partir de um minucioso estudo sobre a árvore, realizado por Artur Melo. Agora, o assunto será apreciado na reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente - CONSEMAC -, em dezembro. Quem sabe não teremos um belo presente de Natal? (Márcia Kevorkian) ps – A história desta árvore foi contada na edição passada do Jornal

Estava um lixo, para o lixo foi

Cabeludo para sempre Waldeque Saeta Costa, o Deco, pintor que assina a arte de cartazes e paredes de vários estabelecimentos comerciais da ilha, mostrou que não é criativo só nos pincéis. Insatisfeito com a avançada calvície, e também com as opções tradicionais para resolver o problema, botou a cabeça para funcionar e - tchan!!! - sacou uma ideia no mínimo inusitada. Por que não fazer uma tatuagem na careca imitando cabelos? Contratou um profissional do ramo e foi à luta. "Foi demorado e doído, mas valeu a pena", diz ele. Um artista esse Deco.

Mais tempo para aproveitar o Darke

Feirinha ecológica com música e poesia O Festival da Guanabara e o Grupo de Pesquisa Margens da Literatura (CNPq), convidam,os interessados em música e poesia para apresentação de poetas, compositores e cantores, no dia 11 de novembro às 11:30, na Feirinha Ecológica de Paquetá (Praça Bom Jesus/ Hospital/ Zeca’s). O evento, coordenado pelo professor, poeta e músico Guinho Frazão e pela professora Suzana Costa, contará com a participação de alunos e professores do Grupo de Pesquisa Margens da Literatura (CNPq), que estarão na Ilha integrando o I Circuito Poético Margens da Guanabara.

Do Barreirinha para o Brasil Parabéns ao GILDO, da equipe de jiu-jitsu Soul Fighters, que arrebentou no Campeonato Brasileiro de JiuJitsu sem Kimono, subindo ao pódio com a medalha de prata na categoria Master 2 – Peso Médio.

ma p i o .net

Desde 15 de outubro, com a entrada do horário de verão, o parque Darke de Mattos está aberto até mais tarde. Agora, das 8 h às 18 h, de terça a domingo. Lindíssimo e limpíssimo, são 70.000 metros quadrados de um dos espaços mais agradáveis de Paquetá para passear, se exercitar, ou apenas sentar num banco e deixar o pensamento voar com os muitos pássaros, em meio à variada flora da Mata Atlântica, preservada e regularmente replantada. Os visitantes da ilha sabem disso, e muitas vezes saem das barcas diretamente para lá. E você, morador: qual foi a última vez que esteve no Darke? Aproveite o novo horário e venha curtir o nosso parque.

Como era de se esperar, os aparelhos da chamada Academia da Terceira Idade, na Praia da Moreninha, não resistiram à falta de manutenção e ao uso indevido. Apodrecidos e faltando pedaços, acabaram se tornando objetos perigosos, e foram recolhidos para um canto do pátio da Comlurb. A Administração, junto à Prefeitura, ainda estuda se serão reformados ou substituídos por novos. Certo apenas é que a Academia não voltará para o mesmo lugar. Uma das opções é se mudar para a praça atrás dos Bombeiros, mais protegida e longe dos banhistas de fim de semana.

Turismo é Paquetá Através do Polo Paquetá Cultura e Turismo, uma equipe da RioTur veio à nossa ilha, para apresentação e treinamento dos guias que trabalham nos Postos de Informações aos Turistas, e que passarão a oferecer Paquetá como destino de passeios. Parabéns Paquetá! (Artur Tulku)

Marx vai baixar em Paquetá Dia 26 de novembro, às 15 horas, a Casa de Artes vai apresentar a peça “Marx baixou em mim – uma comédia indignada”, monólogo dirigido e interpretado por Jitman Vivranovski, traduzido da montagem americana “Marx in Soho”. A entrada é gratuita, com direto a debate depois da apresentação.


Ta ís Me ndes Filho feio não tem pai, já dizia minha avó, e o esgoto de Paquetá, que de bonito não tem nada, também não. Este é o caso das obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Paquetá, paralisadas há mais de um ano. Procurada pelo Jornal A Ilha, a Cedae, a princípio, sugeriu que a retomada da obra estaria a cargo da Secretaria estadual de Obras, que negou. A Cedae, então, 'descobriu' a responsável, a Secretaria do Ambiente, que por sua vez, até o fechamento dessa edição, aguardava ainda notícias da área técnica. De certo mesmo, minha gente, é que a novela em que se transformou a obra do sistema que levaria os dejetos da ilha para a estação de tratamento de São Gonçalo, apontada como a solução definitiva, está longe de ter um final feliz. Novela antiga. Em dezembro de 2013, o governo do Rio iniciava a construção de uma tubulação de 9,5 quilômetros, que deveria ligar o esgoto da ilha à estação de São Gonçalo. Uma elevatória com capacidade para bombear 100 litros de esgoto por segundo garantiria o sucesso da operação. A Cedae ainda faria a substituição e o assentamento de cerca de 5 mil metros de rede coletora dentro da ilha, além das ligações prediais, incluindo redes novas, e melhorias operacionais nas quatro elevatórias existentes, entre outros serviços. Dois anos e oito meses depois, a obra, de R$ 34 milhões, foi abandonada antes do término e o governo terá que licitar novamente o trecho terrestre do duto, em Paquetá. Construída há 18 anos, a estação de São Gonçalo, que receberia o esgoto da ilha, continua operando com menos da metade de sua capacidade. O projeto estava no calendário de exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos do Rio. A licitação para a contratação de uma nova empresa para concluir a obra chegou a ser adiada duas vezes pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que pediu a revisão dos custos pra realização do serviço. O valor aprovado pelo TCE foi de R$ 5,7 milhões. De acordo com informações repassadas anteriormente pela Cedae, a rede de Paquetá tem atualmente capacidade de tratar 30 litros de esgoto por segundo. Com a obra da nova adutora, esse número aumentaria a capacidade para 100 litros por segundo. Sem isso, as praias da ilha continuarão recebendo o esgoto que vaza nas ruas. Em entrevista à Rádio CBN há dois meses, a engenheira Eloisa Torres, consultora independente para temas de saneamento básico e integrante do Conselho de Governança da Casa Fluminense, fez um alerta: caso a rede coletora de esgoto de Paquetá não seja redimensionada, a obra pode não representar uma solução. É preciso, segundo ela, adequar as galerias da ilha à população flutuante que Paquetá tem hoje.

Paquetá tem hoje cerca de 5.000 moradores. O presidente da Morena, Alfredo Braga, que participou da entrevista, alerta também para um número grande de pessoas que Paquetá recebe no verão, excedendo a vazão das galerias de esgoto. Na entrevista o presidente da MORENA ressalta ainda que o término das obras é uma questão de saúde pública. Já o biólogo e ambientalista Mario Moscatelli solta o verbo. - A paralização das obras de saneamento de Paquetá nada mais é do que a continuidade do descaso, da incapacidade gerencial, da falta de compromisso, da impunidade e da prevaricação que caracteriza o assunto saneamento no estado do Rio de Janeiro. O assunto é negligenciado nas mãos da típica incompetência burocrática da estatal que, por meio de suas ações incompetentes, afunda em fezes os rios, lagoas e baías de nosso estado. Sem um verdadeiro choque de gestão, o recurso água se tornará muito brevemente escasso e cada vez mais contaminado.

G abr i el a M o r g ado O saneamento básico é um dos principais problemas para os paquetaenses. Apesar das reclamações, o esgoto ainda vaza em várias partes da ilha, principalmente na Praia dos Tamoios e na Praia José Bonifácio, à esquerda dos pedalinhos. Seu Jorge Gomes, dono do Hotel e Restaurante Lido, tem que conviver com uma tampa de esgoto na calçada do seu negócio e com a sujeira e o cheiro forte que isso traz, quando há vazamento. “Nossa rede de esgoto não tem capacidade de aguentar tanta gente, as manilhas são velhas”, comentou. A obra que ligará os canos daqui com os de São Gonçalo está pela metade e para seu Jorge, “vai durar ainda uns dois, três anos, porque o estado está falido”. Do outro lado da ilha, seu Zeca também sofria com os vazamentos perto da região dos iates abandonados, onde fica seu restaurante. “Um monte de gente reclamava e era péssimo para o restaurante”, disse. “Mas de tanto eu insistir, o cano aqui da frente foi consertado, tem uns três meses.” Outros moradores não tiveram tanta sorte. Os piores dias são os de chuva forte e feriados, quando o movimento é maior. Norma Saraiva, 77 anos, tem casa em Paquetá há mais de 50 e vem para cá todo fim de semana. A residência fica em uma esquina que tem duas saídas de esgoto que sempre vazam. “O esgoto sempre foi precário aqui na ilha, desde que eu a conheço”, explicou e reclamou do “cheiro horrível” que aguenta em dias de vazamento. O problema para Roberto Jorge, 36, que mora na Praia dos Tamoios, é que a obra do sistema de esgoto que aconteceu em 2009 e 2010 “foi feita de maneira incorreta”. Ele conta que lá o esgoto vaza às vezes por duas semanas, até a CEDAE mandar um caminhão do Rio para sugar os detritos. Enquanto isso, os resíduos caem na Baía. Dona Maria das Graças diz que o esgoto que vaza em uma ponta da Praia José Bonifácio leva o cheiro até a casa dela, na outra ponta. “Ninguém aguenta ficar ali. Acumula muita sujeira do esgoto e de outras ilhas, que vem para cá”. E não é ruim só para os moradores. Ela completou: “Paquetá precisa de muita obra e precisa resolver esse problema, porque é uma ilha turística”.


A ilha é das crianças

Obrigado Ilha de Paquetá por resistir a cultura de São Cosme e Damião !!! Centenas de crianças pelas ruas da ilha atrás de doces !!! Fantástico!!! (Mário Junior)

Fo to s : R ick y Go o d win

CERQUEIRÃO

M á r io J u n i o r

Cilian e S o u z a

Teres a Co s ta

Teres a Co s ta

Te r e sa Costa

D IA DA S C RIANÇ A S FESTA D O ALF R E D O

Rick y G o o dw in

R ick y Go o d w in

Te r e sa Costa


A ilha é das crianças f otos Neus a Ma to s

C AR E CAS & B OD E G A


A ilha é das crianças

fotos Claud i o Sa n to s

F E S TA D A E S COL A N O I ATE


APA

J U S T I F I C A T I V A

APA OU NÃO APA

Esta Unidade de Conservação, ora proposta, possui uma beleza cênica de grande visitação por turistas, local de contemplação da vida natural, e, é um verdadeiro pulmão localizado praticamente dentro da Baia da Guanabara, que vêm sofrendo com a ocupação humana desordenada, através de construções irregulares, ocupação de encostas, que por consequência vêm acarretando vários danos ambientais, como: desmatamento, acondicionamento de lixo e tratamento/despejo de esgoto em locais impróprios.

Eis a questão...

Em 17/09 saiu uma nota no EXTRA sobre um projeto de lei que transforma Paquetá numa Área de Proteção Ambiental, ou APA. Lucimar Medeiros publicou a notícia no Face do Jornal A Ilha, gerando centenas de comentários. Nos dias seguintes, mais posts e comentários se sucederam, em tons quentes. A polêmica chegou à Rádio CBN, que reuniu o deputado e representantes da Morena e do Polo de Turismo para discutir o assunto (o deputado não foi). O debate continua nestas páginas, onde também convidamos uma especialista para explicar o que é uma APAC (coisa que Paquetá já é).

O PROJETO DA APA Após os preâmbulos de praxe, o projeto de implementação de uma Área de Preservação Ambiental em Paquetá, encaminhado pelo deputado Milton Rangel, na Assembléia Legislativa do Rio, resolve que:

Art. 2º - A criação desta APA objetiva: I – preservar o conjunto geológico e biológico que compõe a região da Ilha de Paquetá; II – preservar espécies raras, endêmicas, e ameaçadas de extinção ou insuficientemente conhecidas da fauna e da flora nativa no seu habitat natural; III – assegurar a preservação e a recuperação dos remanescentes da Mata Atlântica local; IV – criar um corredor ecológico integrando-a a sustentabilidade da Baía de Guanabara; V – preservar as belezas cênicas e seus elementos naturais que configuram a paisagística da ilha; Art. 3º - Passa a ser obrigatório o licenciamento prévio, de acordo com a legislação vigente, para: I – implantação de projetos de urbanização de novos loteamentos, condomínios e a expansão ou modificação dos já existentes; II – remoção da vegetação nativa; III – abertura de novas vias de comunicação e/ ou ampliação das existentes; IV – implantação ou execução de qualquer atividade potencialmente poluidora ao meio ambiente; § 1º - O licenciamento prévio previsto neste Artigo será procedido nos órgãos ambientais do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro. § 2º – Fica proibida a queima de fogos de artifício na Ilha de Paquetá. Art. 4º – Nos casos de obras de alteração ou demolição ilegal ou sinistro em bens da ilha, deverá ser estabelecido a sua recomposição ou reconstrução.

No primeiro momento sugerimos um modelo do Grupo das Unidades de Uso Sustentável, uma vez que não onera os cofres públicos, pois não necessita a desapropriação da área. Já que a Unidade de Conservação está localizada dentro do perímetro urbano, adotamos outro critério, a fim de evitar transtornos nas atividades já existentes na ilha, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com propósito de minimizar os impactos negativos. Dentro desses dois critérios foi escolhido a APA Estadual – Área de Proteção Ambiental, que é uma categoria que se presta ao exercício do ordenamento territorial sempre desejável e ao diálogo com os diversos atores envolvidos. Dentre as desvantagens desse modelo a maior delas é, sem dúvida, que não se pode comparar a outras categorias mais restritas no seu papel para a conservação da biodiversidade. A Baía de Guanabara há décadas já apresenta graves problemas relativos a poluição ocasionados, principalmente, pela ocupação de suas margens pela população e pela indústria, fazendo-se necessários esforços para proteção dos biomas ali existentes, integrando a outras unidades de conservação da região. A ilha de Paquetá sempre foi local de abrigo para pequenos mamíferos. Os gambás e as diversas espécies de morcego são ainda encontrados com abundância. Em virtude da proximidade da ilha com a área do Manguezal de Guapimirim, torna a região em rico viveiro de aves silvestres, marinhas e migratórias, Não podemos, assim, deixar de considerar o alto valor histórico e paisagístico da área. Por tais razões e preocupado com a preservação do ecossistema da região, conto com a aprovação de meus pares para a aprovação desta proposição. Deputado Milton Rangel

Iale Falleiros

Um Projeto de Lei caiu de paraquedas sobre a ilha de Paquetá. É o PL 3376 de 2017, apresentado na ALERJ pelo Deputado Estadual Milton Rangel, no dia 19 de setembro, que propõe transformar a ilha em Área de Proteção Ambiental (APA). O PL está cheio de erros técnicos. Embora indique que a APA seria criada para proteger animais em risco de extinção e a devastação de mata nativa de Paquetá, não explicita a que animais ou a que vegetação se refere, se estará presente em toda a Ilha ou em apenas uma parte, ou seja, não diz para que serviria exatamente esta APA. Ainda, o PL indica como a APA deveria funcionar, colocando, por exemplo, como proibidos os fogos de artifício, sem discutir previamente com a comunidade de Paquetá. Não foram marcadas as necessárias Audiências Públicas com as entidades representativas da ilha, dando a entender que se trata de um PL que deseja fazer algum tipo de “limpeza” socioeconômica – tal como aconteceu em Ilha Grande, como informou a diretoria da Associação de Moradores de Abraão, da Ilha Grande, que é uma APA. Segundo ela, a APA é um instrumento muito elitista porque restringe o acesso das pessoas, acabando por privilegiar quem tem mais renda e expulsando os mais desprovidos. Aventa-se que este PL pode ser fruto de Lobby, para que Paquetá fique mais atrativa para quem tem mais poder aquisitivo. A criação da APA pode, ainda, causar outra confusão. Isto porque Paquetá é uma Área de Preservação do Ambiente Cultural (APAC), gerida pelo poder municipal, enquanto a APA é regida pelo poder estadual. Paquetá, assim, estaria sob dupla regulamentação municipal e estadual, o que não está previsto no PL. A questão mais complicada parece ser como juntar uma discussão necessária e importante sobre a preservação do meio ambiente na ilha trazendo junto a população mais fragilizada. A saída tem que ser comunitária, e não excludente, considerando a ilha como um todo, buscando o desenvolvimento local com respeito à comunidade e ao meio ambiente. Para que a população da ilha possa realmente construir algo bom, não se pode admitir que interesses pessoais ou grupistas se manifestem acima dos interesses coletivos.


APA MORENA Unidades de Conservação em Paquetá A MORENA cita a importância da participação comunitária no processo de criação de uma nova Unidade de Conservação na Ilha de Paquetá, seja de proteção integral, ou de uso sustentável. Nesse sentido, solicita o cuidado com o projeto de Lei Estadual s/n° de 2017, que cria a Área de Proteção Ambiental - APA na Ilha de Paquetá, que até agora não apresentou consulta popular. Conforme estabelece o artigo 22, § 2º, da Lei 9.985/2000, "a criação de uma Unidade de Conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a Unidade." Nesse sentido, são dois, portanto, os requisitos obrigatórios a serem observados pelo Poder Público quando da criação de Unidade de Conservação: a elaboração de estudos técnicos; e a realização de consultas públicas. É o que queremos! Que a população de Paquetá seja consultada e conscientizada sobre uma nova Unidade de Conservação e quais as relações e compromissos que temos e devemos ter com esse território!

Em defesa da APAC,

ou em busca de instrumentos urbanísticos elaborados de forma coletiva Por Cristina Nacif – Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense - UFF

M a s , a f i n a l , o q u e é u m a A PAC ? Conforme o Plano Diretor do Rio de Janeiro, o instrumento urbanístico denominado Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC é uma área de domínio público ou privado que apresenta relevante interesse cultural e características paisagísticas notáveis, cuja ocupação deve ser compatível com a valorização e proteção da

paisagem e do seu ambiente urbano, e com a preservação e recuperação dos conjuntos urbanos, conforme o art. 124 do Plano Diretor Decenal do Rio de Janeiro, Lei nº 16 de 1992. Para a criação de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural, são relacionados os bens tombados, os preservados e os tutelados, e definidos seus critérios de preservação. As edificações tombadas podem ou não estar presentes em uma APAC. Aí também estão implícitos os pedidos de demolição que descaracterizam os conjuntos "apacados". A criação de uma APAC (assim como a de uma Área de Preservação Ambiental) demanda tempo, discussão, negociações, revisões etc. Demanda também, e principalmente, pressão do (s) grupo(s) interessado(s), para que a criação da área de preservação se transforme em realidade. Um momento muito importante depois de delimitada e normatizada uma APAC é seu monitoramento. Segundo publicação da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (link no final do artigo) a IRPH, a Gerência de Conservação e Fiscalização, através de seus técnicos, tem a atribuição de promover a preservação desse patrimônio, através de um trabalho cotidiano de GESTÃO, EDUCAÇÃO PATRIMONIAL e FISCALIZAÇÃO. São três ações permanentes que devem ser feitas em Paquetá e em outras APACs, mas para isso os moradores devem ter acesso a informação e meios de contribuir com o processo de preservação cultural. Qualquer norma urbanística é fruto em geral, como não poderia deixar de ser, de muitas posições contraditórias, em atendimento aos interesses de grupos com natureza e objetivo diversos. Assim, torna-se necessário indagar, em cada momento, quem defende o quê?

Quem briga contra as APACs? Independentemente das questões técnicas que têm instruído a definição das APACs, desde 2007, tem sido tema de acalorados debates, especialmente no Leblon. Segundo divulgado na mídia, diante de pressões de alguns grupos para alteração da legislação, a decisão do prefeito César Maia de manter como estava a Área de Proteção ao Ambiente Cultural (APAC), do Leblon, reacendeu a polêmica preservacionista naquele bairro. Nesse caso, os diretores da Associação de Proprietários de Pequenos Prédios do Leblon ameaçaram ir à Justiça para tentar retirar da APAC cerca de 60 imóveis. Os diretores argumentavam que o tombamento desvalorizou os imóveis e os preços dos aluguéis. Revisão da APAC era o lema das faixas! Mas, ao que parece a possibilidade de demolição de prédios preservados para reconstrução com maior área construída e outro padrão era o objetivo. Vale lembrar que no Rio de Janeiro as APACS (atualmente contamos com mais de 30) tem sido uma conquista dos moradores de caba bairro, afinal eles são os grandes conhecedores do cotidiano e o modo de vida dos seus locais de moradia. Assim, ao que parece, esse deveria ser "o instrumento regulador" dos nossos bairros uma vez que sua definição envolve participação popular e, em última instância, possibilidade de resistência quanto aos processos em curso na cidade! Mais informações em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4355621/4107491/ paqueta_dec17555_99.pdf (Decreto de criação da APAC Paquetá) http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4355621/4166468/Mapa_ APAC_Paqueta_A0_rev02.pdf (Mapa da APAC Paquetá) http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/6433361/4172408/guia06. compressed.pdf (Guia das APACs - Caderno 6 Paquetá)

Obs e r va ç ã o Por coincidência, Cristina Nacif, em seu artigo, apontou um exemplo que para nós, aqui, soa interessante. Ela relata a resistência à APAC do Leblon promovida pela Associação de Proprietários de Pequenos Prédios do Leblon, com o objetivo de poder demolir imóveis preservados. O líder dessa Associação é o Sr. Augusto Boisson, que participou recentemente de um programa de rádio defendendo a implantação desta APA em Paquetá. Não é estranho que a mesma pessoa batalhe contra uma APAC no Leblon porém a favor de uma APA em Paquetá? (João Nala)


Por determinação da Sr. Síndico e em observância ao artigo 3º da convenção condominial, convocamos e solicitamos o comparecimento dos condôminos na Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 14 de outubro de 2017 às 13:00 horas/min em primeira convocação ou, na falta de número legal, ou seja, após uma hora às 14:00 horas em segunda convocação, com qualquer número, na forma que dispõe o artigo 05º § Único da convenção condominial, no espaço destinado para guarda de bicicleta e ou estacionamento do próprio condomínio, a fim de deliberar sobre:


SOLAR

Acredito que a melhor forma de avaliar a real importância de alguma coisa na sua vida é estar privado dela. Foi desta maneira que pude dimensionar o quanto o Flávio Grande da Luz Solar Del Rei foi importante na construção do meu ser. Desde que ele foi fechado ao público, para reformas que nunca acontecem, vivemos este vazio sociocultural em Paquetá. A Suntuosidade daquela propriedade me faz viajar no tempo. Lembro de, quando criança, de me sentar nas muretas laterais da varanda principal e imaginar os personagens da novela “A Moreninha”, exibida em 1975, passeando por ali em seus trajes de época, suas sombrinhas, escravos e mucamas. Visitar as carruagens ali expostas na época, o estilo da Casa Grande e de seus anexos, com suas enormes portas e janelas, ajudavam a me transportar para o ano de 1866, época que a novela retratava. Cresci um pouco mais e alguns anos depois minha relação com o Solar se dava por conta da sua biblioteca e seus livros e revistas. Ora, pra que comprar revistas nas bancas, se eu podia lê-las ali, gratuitamente? Fui descobrindo novos personagens: Recruta Zero, Hangar, Tintim, etc…

para estar constantemente apaixonado. Naquela época de ilha cheia dava para se apaixonar toda semana por uma nova menina. Além das meninas também me apaixonei pelo cinema: Kramer x Kramer, Lagoa azul e outros foram diversas vezes exibidos ali. Naquela época não existiam as famosas vídeo-locadoras de filmes VHS, pois os aparelhos ainda eram raros e caros. Os anos 80 foram dominados pelos famosos walkmans, que reproduziram fitas K7 com musica, eram os MP3 da época. Os fones eram divididos entre amigos e namoradas. Nos anos 90 o Solar foi palco de muitas apresentações de shows e teatro. O Rock’n Roll rolou solto por lá, muitos dos meus amigos ensaiavam por lá. Hoje posso afirmar que muito do que sou, do que aprendi e exercitei, teve o Solar como cenário. Uma pena nossa comunidade estar privada de todas as possibilidades que aquele maravilhoso espaço pode proporcionar. Precisamos dele aberto, preparado para acolher à todos, como ele sempre o fez com excelência. Eu tive a sorte de ser criança, jovem e adulto naquele lugar, e espero poder voltar a usufruir dele novamente, em breve.

Continuei crescendo, claro, e entre uma revista e outra comecei a perceber que aqueles seres irritantes, as meninas, ficavam mais interessantes e atraentes. Não demorei a ser fisgado. Paquetá, naqueles anos, tinha algo de especial, diria mesmo mágico, no ar. Nunca descobri realmente os motivos, talvez fossem só os hormônios, talvez algo inexplicável…

Há pouco o Polo de Turismo de Paquetá promoveu o I Encontro de Empreendedores, no PIC, com a presença de 45 participantes, e um rico debate sobre alguns ideais para a ilha. Maurício Werner, gestor de atendimento ao turista da RioTur, abriu a mesa falando sobre a importância do turismo para Paquetá. Participaram oficialmente também a Morena e a R.A. Na ocasião foi lançado o Guia Oficial da RioTur, com 10 páginas dedicadas a Paquetá

Paquetá

Patrimônio dos nossos corações

José Lavrador

O nosso bairro é uma das ocupações mais antigas do Brasil, com histórias que marcaram a nação. Seu isolamento e uma inteligente legislação guardaram com carinho um rico acervo natural e cultural, material e imaterial. Com ruas de saibro sem carros, casario secular, lendas, bucólica e segura, nossa ilha é solidária e acolhe o visitante com carinho. Por sua importância, Paquetá foi decretada uma APAC – Área de Preservação do Ambiente Cultural, com magnífico inventário. Uma Pérola! Os desafios da revitalização A ilha desperta como um polo cultural e turístico, não por acaso, mas resultado de muito empreendedorismo local. Uma economia criativa com melhores ou novos serviços e produtos, embalados no nosso modo de vida e ambiente cultural, vêm seduzindo o Rio de Janeiro. E esse processo está começando. Quais os turismos possíveis e quais os impactos? Qual devemos estimular? Como se assegurar que será bom para Paquetá e sua comunidade? E o valor da passagem, poderia reservar um pequeno percentual para a manutenção da ilha?

Iale Falleiros

Dona Hercília Bria, professora, exibia filmes e tinha um curso de cinema no Solar. Hoje lembro com saudades e com um carinho especial da preocupação dela em desfocar as cenas mais “picantes”, fossem elas um simples beijo mais “acalorado”. O cinema, os bancos e cadeiras, o cair da tarde, o céu alaranjado pelo sol morrendo por trás da Ilha de Brocoió formavam um cenário perfeito

Queremos empresas que venham de fora, gerando subempregos e evasão de renda, ou aceitamos o desafio de sermos os protagonistas dos serviços ou produtos turísticos, com a renda ficando e circulando na ilha? Estamos capacitados para prestar esse serviço com competitividade e qualidade que o turismo hoje exige? O poder público será mais parceiro, ou continuamos bairro dormitório degradado, com nenhuma atenção estratégica, como em várias gestões? Um Polo de empreendedores Pensando em aprofundar essas questões e construir caminhos, alguns empreendedores vêm trabalhando na construção do Polo Paquetá - Cultura & Turismo, com claros princípios: Paquetá é turística e nossa história, patrimônio, estilo de vida e comunidade são os nossos diferenciais. O turismo é o modelo de desenvolvimento sustentável que traz benefícios a toda a comunidade, gera trabalho e renda, movimenta a cadeia econômica local, eleva a qualidade de vida e a autoestima. Estimula a preservação da ilha, e promove um novo olhar, do cidadão e do gestor público. A comunidade deve se capacitar e ser empreendedora para, com seus saberes individuais e coletivos, ser a protagonista e beneficiária do processo turístico. Juntos somos mais fortes, e devemos buscar parcerias e consensos com lideranças locais, a Morena e outras instituições e o poder público, solidários a esse modelo sustentável. Trabalho em andamento Após o I Encontro, os empreendedores de Paquetá continuam promovendo encontros regulares, às, segundas-feiras 16h30, no Zeca’s, trabalhando para ajudar a pavimentar (com saibro) essa estrada. A participação de empreendedores que se identifiquem com esse processo é benvinda. Um estimulante desafio.

Neusa Matos


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E a Gestão do Parque Darke? Luiza Boechat Ricky Goodwin

Quem ama a nossa ilha, ama o Parque Darke de Mattos, não é mesmo? Aliás, quem nunca fez um picnic nele?

O Darke não é apenas um parque, ele é uma área legalmente protegida, ou seja, uma Unidade de Conservação (UC) do âmbito municipal. Para o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza uma UC é considerada uma área natural, passível de proteção por suas características especiais que apresenta. O nosso parque, é considerado como um Parque Natural Municipal, uma categoria de proteção integral e este foi criado pelo Decreto Municipal n° 394, de 18 de maio de 1975. Mas desde a década de 70, o Parque não apresenta conselho gestor, responsável por gerir e ordenar essa unidade. Como vocês já devem ter reparado, o Parque vem sofrendo constantemente com a falta de manutenção, seja por seus postes quebrados, pela iluminação precária e até mesmo pelos pontos de deslizamento que estão interditados pela defesa civil. São muitos desafios para manter o Parque Darke de Mattos e afim de fortalecer e discutir sobre esse tema, a MORENA participou de um debate

sobre Áreas Protegidas - Oportunidade de trabalho e de combate ao Racismo Ambiental, que ocorreu no dia 21 de setembro de 2017, no Plenário da Câmara. Organizado pelo vereador Renato Cinco do PSOL, o evento contou com a participação de ilustres representantes do ICMBio, INEA, FIOCRUZ, Secretaria de Áreas Verdes da Prefeitura do Rio de Janeiro, além de ONGs. Foram apresentadas as legislações perante as Unidades de Conservação e algumas experiências sobre a valoração dessas áreas pela população local e o poder de relação e pertencimento que temos com esses territórios. No momento de fala, a MORENA citou o projeto de Lei municipal n°508/2013 que altera a categoria do Darke e fragiliza essa área verde. Foram relatados os problemas identificados no parque e a situação atual da antiga Cocheira, fortalecendo a necessidade de se manter a categoria atual de proteção integral desta área, indicando a importância de criação de um Conselho Gestor Participativo dessa Unidade de Conservação para que se possa melhorar as condições atuais desta unidade. O mais interessante é que nesse debate, Paquetá se mostrou presente por meio das ações ambientais que vem desenvolvendo na Ilha, seja pela Feirinha Ecológica e pelo Projeto Plantar Paquetá. A Secretaria de Áreas Verdes da Prefeitura do Rio de Janeiro se mostrou interessada em atender as demandas de Paquetá, especificamente pela área do Parque, o que se comprovou pelo contato e convite feito no dia 23 de setembro pelo gestor Getúlio, para a construção do Conselho Gestor do Parque Natural Darke de Mattos, onde a MORENA estará atuando e fortalecendo.

às comunidades do papel das diversas instituições que podem agir de forma integrada para o controle da violência e da criminalidade.”

Nas últimas semanas um assunto presente em Paquetá tem sido o CCS (Conselho Comunitário de Segurança). Como porta-voz de reivindicações e reclamações de moradores, tem colocado propostas polêmicas quanto à realização de eventos e à vida social na ilha. No momento, porém, oficialmente, está desativado, tendo se encerrado o período de gestão da direção anterior, sem que houvesse continuidade da mesma. Em sua última reunião, os representantes da Segurança Pública informaram que caso não se formasse uma chapa para compor o novo mandato, o CCS seria extinto.

Com reuniões mensais de até duas horas previstas no seu regimento, os CCS são compostos por membros natos, efetivos e participantes. Os membros natos são os representantes das organizações policiais (polícias Civil e Militar) que têm responsabilidade sobre a área de circunscrição do CCS. Os membros efetivos devem ser voluntários, ter idade mínima de 18 anos, residir, trabalhar ou estudar na área de circunscrição do CCS, ou em circunscrição vizinha que ainda não possua CCS organizado, enquanto perdurar tal carência. Além disso, as pessoas que desejem participar dos CCS não podem ter registro de antecedentes criminais e devem firmar compromisso de fiel observância às normas reguladoras dos conselhos.

Iale Falleiros

Os membros efetivos devem ser representantes de organizações que atuem na área do CCS, a saber: dos poderes públicos; das entidades associativas; dos clubes de serviço; da imprensa; de instituições religiosas ou de ensino; organizações de indústria, comércio ou de prestação de serviços. Podem ainda participar membros da comunidade, ainda que não sejam representantes de alguma organização, desde que tenham frequentado pelo menos metade das reuniões do período anual anterior às eleições.

Segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), o novo modelo dos CCS remonta ao início dos anos 2000, quando o próprio ISP

Toda pessoa presente à reunião do CCS que não seja membro nato ou efetivo será chamada de membro participante.

passa a coordenar as ações que levaram à institucionalização desses conselhos, embora não haja relação de subordinação entre os CCS e o ISP. No Guia Prático para Participantes dos Conselhos Comunitários de Segurança apresenta-se a definição de que os CCS “devem promover a integração das instituições policiais com a comunidade e desta com a polícia, restituindo a credibilidade e transmitindo confiança e sentimento de segurança. A aproximação entre polícia e comunidade deve contribuir para a construção de uma relação de respeito mútuo entre policiais e cidadãos”.

Quanto à ética, de acordo com o Guia, o regulamento dos CCS “apresenta um conjunto de deveres comuns, que devem ser observados por seus membros natos, efetivos e participantes. Eles constituem os parâmetros éticos de funcionamento dos conselhos. Podemos destacar alguns deles, como: “Respeitar a diversidade religiosa ou de convicção filosófica ou política, abstendo-se de utilizar as reuniões para atacar opiniões divergentes”; “Estimular a harmonia e o respeito entre os membros da comunidade, a polícia e o governo”; “Coibir a apologia à violência, o descumprimento das leis e a violação dos direitos fundamentais da pessoa humana como solução para os problemas de segurança da comunidade”. Para acompanhar o fiel cumprimento dos preceitos regulamentares existe uma comissão de ética, composta por três membros indicados pelo presidente do CCS.”

Enquanto aguardamos a resolução desta situação, informamos algo que poucos paquetaenses realmente sabem:

O que é o Conselho Comunitário de Segurança (CCS)

O Guia define também como finalidade dos conselhos “conhecer os problemas de cada localidade pela ótica dos moradores e demais usuários dos serviços das organizações policiais”, incluindo nesse diagnóstico “a identificação de deficiências de instalações físicas, equipamentos, armamentos e viaturas”, além de possibilitar “a delimitação mais clara junto

Mais informações em http://www.isp.rj.gov.br/Conteudo.asp?ident=51


FLIPA 2017. Vem aí a Festa Literária de Paquetá. A Ilha de Paquetá realiza, entre os dias 18 e 20 de novembro, a sua primeira festa literária. Dentre outros confirmados, a FLIPA contará com a participação da escritora Bia Bedran e do presidente da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença Filho, que encerra a programação na segunda-feira, dia 20/11, às 17h, no Quintal da Regina. A festa é uma iniciativa de moradores e terá atividades em cerca de dez locais diferentes, com apoio do comércio local. A principal fonte de financiamento da FLIPA é colaborativa. A “Pulseirinha Mágica da FLIPA” custa R$ 10 e dá direito ao kit completo com a programação, descontos no comércio durante a festa e sorteio de livros. É ela que identifica os participantes da campanha e faz a festa acontecer. Além das atividades oficiais, a FLIPA vai receber autores, escritores e poetas em todos os recantos da pequena ilha. Paquetá reúne todas as condições para uma grande festa. “Aqui já existe muita tradição em recitais, saraus e outras manifestações artísticas. Na última década, dezenas de artistas,

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músicos e escritores vêm procurando a ilha para morar e lideram uma renovação cultural significativa”, afirma Cintia Barreto, principal responsável pela curadoria do evento. “Aqui é o melhor lugar do mundo para se ler um livro. Tranquilo, pacato e seguro, é comum ver as pessoas lendo à sombra de uma árvore, no pôr do sol, na beira da praia e nas praças. Queremos servir de exemplo para as crianças, que terão um lugar só para elas. Praticamente toda a programação da Casa Flor, uma das idealizadoras da FLIPA, será dedicada à programação infantil e infanto-juvenil”, diz Marcelo Ficher, um dos curadores do evento e proprietário do espaço. Várias instituições já estão envolvidas e as adesões continuam. São elas, Academia de Ciências Artes e Letras da Ilha de Paquetá, Casa Flor Paquetá, Conversa Literária, Paquetá Iate Clube, Quintal da Regina, Casa de Artes Paquetá, Zeca’s, Varanda da Madame Sanz, Katia Pinno Atelier Literário, Casa de Noca, Casa da Coruja, Espaço Esotérico Duende Amarelo, Secretaria de Estado de Cultura, MORENA, Polo Paquetá Cultura e Turismo, Biblioteca Municipal Escolar de Paquetá, FACHA, Bodega Confeitaria, Espaço Sol, Paquetáxi e Solar dos Limoeiros. A programação completa estará disponível em breve na página da FLIPA no Facebook (https://www.facebook.com/flipa01/). Curte lá!



crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques

Acho que estou escrevendo sobre as sobras da minha vida como uma espécie de Livro do Desassossego, copiando Fernando Pessoa. Mas, como disse o Raphael Vidal, a Democracia, às vezes, dialoga com a Barbárie. Falaram por aí que vivemos um tempo de breu em um país naufrago de si mesmo, onde se tem que mandar prender um boi voador, seja esse boi o que for ( Salve o Chico, como sempre). Sei que estou no momento de tentar refugio em um filme antigo de um antigo corso que o Claudio Motta postou no Facebook. Nesse bloco até a Bundinha Feliz estava. Impregnado de eternidade, revejo o Rio de Janeiro do Beco das Garrafas, que eram atiradas por um juiz ou promotor, provavelmente bêbado, do terceiro ou quarto andar do prédio logo acima das boates, tentando conter o abuso gostoso dos gritos das crianças e do falatório dos boêmios que eu, precocemente, escutava. Sei que dei sorte e vim parar em Paquetá

Aliás, viva os bares, restaurantes e botecos da minha vida. Viva o Peteca, a Rutinha do Iate, o Baiano do Zarur que não sei por onde anda, que tanto carinho me deram. Aliás, de novo, Paquetá é prodigo em carinhos e surpresas. Paulinho, Paulo Cezar meu vizinho que durante muito tempo embalou minhas tardes ao som do Jacob do Bandolim, antigamente me perguntava, com a voz do Orlando Silva ao fundo, se eu queria picanha pro churrasco. Bons tempos passados. Melhores devem ter sido quando a casa do Juquinha era uma leiteria, segundo conta o Paulo Cezar, com vacas pastando e uma rinha de galo ao fundo. Claro - faz parte do andar da carruagem - que alguns deviam reclamar do mau trato aos animais, disfarçando seu horror ao cheiro da bosta. E o tempo, fundamentalmente, anda junto com a especulação imobiliária, como diria Beethoven.

Devo, também, minha paixão por esse recanto às histórias do pessoal do Jaca's Soçaite, pessoal da antiga muito antiga que jogava frescobol na Praia Grossa Luis Belo, Birulinha, Lelo, Sueco, Mello e Marilda e outros mais. Valtinho e Marlene e Jorginho também, mas sem essas frescuras.

Ser dono é o melhor dos mundos e ser dono do Juiz, claro que numa partida de futebol, é nunca perder. Que o diga a Juventus da Itália.

E tem as aventuras do Serginho Cabeleireiro, do Claudio Marcelo, da Liliane, do Ricardinho Magrela, do Nando. Tem o mundo velho do eterno Nativa.

No fim a delação premiada vaza pelo cano furado da justiça e o Funaro diz que deu dinheiro pro Cunha comprar a deposição da Dilma. Tem gente que finge não saber.

Fico matutando: pra onde será que o futuro está nos levando ? Leio que os técnicos, os empresários e a Globo e seus comentaristas preferem a "posse da bola".

Como diz a Christiana : lição do demo demo lição Que a Dilma volte que a gente precisa dela.

Isso é natural nesse momento globalizado

Sorte eu ter Paquetá.- Julio

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

do Temer e do Trump. Possuir passa a ser a chave do sucesso.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

e tive grandes mestres que me ensinaram a viver a Ilha e, como sempre vivo dizendo, o Zarur foi o maior deles.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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