Jornal A Ilha 47

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Ano V - n 47 - janeiro de 2017 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


Editorial

O que v ai pela Ilha

O mar não está para peixe Ao que tudo indica, 2017 será um dos mais intensos anos de nossa época. Não apenas pelo rescaldo de tudo que aconteceu no ano passado, mas também por razões históricas, que insistem em nos rodear, e pelos fatos que se seguiram ao réveillon. Nossa cidade está conflagrada, e porque não dizer o país. Historicamente, o verão é dos mosquitos. Antes incômodos, os mosquitos se tornaram perigosos. A chegada do Aedes e as doenças que ele transmite mudou o cenário. A água, que nos dá a vida, também pode cultivar o nosso fim. Estimativas do governo apontam que até metade da população carioca pode ser atingida pela epidemia de dengue, zika e chikungunha. Esta última tem se mostrado ainda mais agressiva do que zika e dengue. Portanto, todo cuidado é pouco. O Jornal A Ilha publica nesta edição o alerta do diretor do hospital de Paquetá falando justamente sobre as ações do poder público e da população que podem contribuir para salvar a nossa pele. Também histórica, é a ideia de que é possível colaborar com a justiça ativamente, para além da denúncia. Todas as vezes que a população decide substituir a polícia, fazendo vigilância privada ou punindo os suspeitos antes do tribunal, isso gerou algo pior. Tampouco é tolerável que agentes da lei ignorem a própria lei para contornar as dificuldades de sua aplicação. Tem gente que diz coisas assim aconteciam aqui, na nossa pacata Ilha de Paquetá. Tem gente que diz que não. E tem gente que gostaria.

O governador do estado, Luiz Fernando Pezão, sancionou no último dia 02 de janeiro seis leis aprovadas pela Câmara dos Vereadores, dentre elas a Lei 7.505/16 que mantém a gratuidade apenas para quem ganha menos de R$ 3 mil por mês. Demais usuários pagarão meia. Mas por enquanto não se sabe nem quando começará a cobrança, nem como será a fiscalização. A CCR Barcas já anunciou um novo aumento nas tarifas, que a partir de 12 de fevereiro passará a R$ 5,90. E ainda este ano deve entrar em discussão a volta da tarifa turística.

Olha o que eu vi “Olha o que eu vi” é uma exposição de fotografias de Márcio Ferreira que está na Casa de Artes. E o que Márcio viu são detalhes de muros e de fachadas de casas paquetaenses, formando composições geométricas. Assim, a exposição, além de mostrar fotos muito bacanas, vira um jogo divertido: você vai lá e fica brincando de tentar descobrir quais casas, quais muros, aonde foram clicadas as imagens. “Olha o que eu vi” fica na Casa de Artes até depois do carnaval. Márcio Ferreira

No final de 2016, faleceu um dos moradores que mais influenciaram o pensamento sobre segurança na Ilha. Para uma parte da população, deixou saudades. Para outros, deixou marcas. Estamos falando do policial João Macedo Tristão, que chefiou a DPO de Paquetá por quase 20 anos. A longevidade e a atualidade de algumas de suas ideias – a nostalgia está no ar – fez com que o jornal destacasse o período em que esteve lotado aqui e o seu legado.

Gratuidade pela metade

Tudo isso não impediu o brilho das festas de fim de ano. São três páginas dos registros da passagem por aqui dos nossos amigos, familiares, das nossas festas comunitárias e dos artistas que vieram para o show na praia da Moreninha. Enfim, o ano começou e logo vem o carnaval, a páscoa, o dia das mães e as festas juninas. Por essa época, muitos dos nossos problemas... continuarão os mesmos. Mas pelo menos o calor terá nos deixado, enfim, reclamar do frio. E os peixes? Bem, esses estão mesmo fritos, em qualquer época. (Jornal A Ilha)

Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra e Ricky Goodwin, Taís Mendes. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares

Ano 5, número 47, janeiro de 2017. Capa: Toni Lucena Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

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Adilson Martins Ana Cristina de Mello Carla Renaud Cizinha e Bernardo Cristina Buarque Cristina Campos Cristina Monteiro Claudio Mota David Fichel Guto Piris Henriete Araujo Julia Menna Barreto Julio e Sandra

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Leonardo Couto Luisa Barreto Lula Mendes Maria do Carmo Maria Holanda Ferreira Marilia e Silvio Mary Pinto Marcio e Mari Angela Mello Menezes Nadja Mara Barbosa Padre Nixon Ricardo Saint Clair Sandra Souza

Como vem acontecendo nos últimos verões, o belo parque Darke de Matos já está funcionando até mais tarde, agora de 8h às 18 h, de terça a domingo. Vale ir até lá. Está limpo e bem cuidado, inclusive os banheiros (embora sem papel, nem sabonete - por que será?). Falta um trato em alguns bancos e nas luminárias. Mas é sem dúvida um dos espaços mais agradáveis da ilha para passear, se exercitar ou fazer um picnic – a barraca do Giba, na entrada, garante a cerveja e o refrigerante. Curiosamente, como atesta o gestor Getúlio de Andrade Ramos, o parque é muito mais frequentado pelos visitantes do que pelos moradores. E acrescenta: “O Darke é de todos, mas é principalmente dos paquetaenses. Venham aproveitar o nosso parque”. Ricky Goodwin

Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com

Mais uma hora de Darke


Maioridade

Casamento bombou a ilha

Congratulamos o Padre Nixon, pároco da comunidade católica local, que completou 18 anos de sacerdócio, celebrados com uma missa especial na Igreja de Bom Jesus, onde além de cânticos religiosos foram entoadas músicas nordestinas em sua homenagem.

O casamento de Juliana e Patrick Gusmão foi um dos pontos altos da vida social de Paquetá no fim do ano. Os jovens noivos casaram em dezembro, na Igreja de São Roque, em uma bela cerimônia celebrada pelo Pe. Nixon e que contou até com apresentação ao vivo de 'Los Gumbas', amigos do casal. Na sequência, a festa foi no Recanto Paquetá, de Fernando Francisquini e Sérgio Dias e as pistas não ficaram vazias hora nenhuma. Os padrinhos dos noivos, que foram muitos, e vários jovens da ilha se encarregaram disso.. Parabéns aos pais da noiva, a querida Professora Hanriete e o Rogério, e do noivo, Antônio e Raquel

Geloteca Anacleto de Medeiros arrumada e com novos livros. Durante a semana - seg a sexta - fica na Igreja do Bom Jesus e no final de semana na Praça Pedro Bruno. Parece uma geladeira, mas é uma biblioteca! Pode chegar pegar livros, doar, devolver ou não.

Flávio Aniceto

Hugo Lobi

Novos livros na Geloteca

Em tempo: por favor, não doem livros escolares/ didáticos, jurídicos, revistas semanais, jornais, tratados médicos ou sem capa, com traças etc. A ideia é circular literatura, cultura e conhecimento. Não ser um depósito.

Passinho faz clipe em Paquetá O Grupo Show, do Passinho Carioca, na hora de filmar seu primeiro videoclipe, escolheu as paisagens da Ilha de Paquetá como cenário para suas danças. O grupo é um coletivo de meninos e meninas de diversas favelas do Rio, uma verdadeira Seleção do Passinho, essa dança que é um genuíno movimento cultural carioca. Essa galera já esteve em Paquetá, no final de 2015, participando do Festival da Guanabara, dançando passinho nas ruas e em pontos turísticos da ilha, trazendo também a exposição fotográfica “Passinho Carioca – o Registro de uma História”. Para ver o clipe, pesquise no Face com as palavras “passinho carioca Paquetá”. Thiago de Paula

Paquetá no xadrez Marcelo Imbriosi criou um clube de xadrez – o Grupo de Enxadristas de Paquetá – e está procurando pessoas interessadas em participar. O GEP inclusive está organizando torneios mensais, com a criação de um ranking na ilha. Se você joga xadrez e se interessou pela ideia, entre no Face, no link abaixo, e escreva para Marcelo. Se você não joga, mas conhece alguém que joga, mande o nome para o Marcelo. A participação no GEP é gratuita. https://www.facebook.com/groups/1342490235815004/?hc_location=ufi


AMORES DA ILHA

TÚNEL DO TEMPO o passatempo deste mês

Seu Jorge Ricky Goodwin

JORGE ROSAS era o charreteiro mais antigo, aquele com mais tempo de atividade e ainda na função, ultimamente na versão carrinho elétrico. Presidente da Associação dos Charreteiros, deu organização ao serviço de charretes, botando ordem, unindo os condutores. Amável no trato com o público e com seus cavalos que tanto amava. Agora, quando olho para as nuvens, e vejo uma charrete passar pelo céu, cumprimento, de longe: “Seu Jorge”! (Ricky Goodwin) “E da barca desce um caixão acompanhado por muitas pessoas. Com tristeza fico sabendo que foi a última viagem de “Seu Jorge”, O Jorge Rosas da charrete 13, a primeira pessoa que conheci em Paquetá.” (Ana Pinta)

PAQUETÁ TEM DISSO Cristina Buarque

Aqui temos uma fotografia antiga mostrando uma praia da ilha. O passatempo consiste em puxar pela memória ou seu conhecimento de Paquetá e identificar que lugar é este. Escreva para cartasjornalailha@gmail.com E mais: quem sabe o que é aquela casa ao fundo¿ E esta é para quem conhece mesmo: o que havia naquela rua, à direita¿ Como ninguém acertou o desafio da edição passada (ou não conseguiu mandar a resposta porque publicamos o endereço de email com erros), republicamos a foto com o casarão não-identificado.

Seu Jorge encostava a charrete bem juntinho à calçada do Zaru e segurava a mão da senhorinha pra ela poder descer. Seu Jorge segurava as crianças no colo pra elas fazerem carinho nos cavalos.

Seu Jorge pegava a aparelhagem de som do Zaru e levava pra Casa de Artes quando havia os shows da Confraria. Seu Jorge participava dos eventos do Coletivo Cantareira fosse como condutor de carruagem ou como São José puxando com uma corda seu cavalo que levava no lombo a Virgem Maria. Sempre vestido a caráter. Passamos um perrengão há poucos anos, por conta de vereadores oportunistas querendo acabar com o serviço de charretes em Paquetá. Abraçamos a causa dos charreteiros e a coisa foi adiada até voltar em forma de golpe fulminante. O candidato do PMDB fez a cabeça de quase todos os charreteiros, trouxe uma parafernália, posou de herói puxando cavalinho pela corda, feito São José puxando o burrinho que levava no lombo a Virgem Maria. Mas o tal candidato foi bem vaiado pela galera da Ponte, principalmente no bar do Puxa, onde ninguém é bobo. Nesse dia briguei muito com Jorge, o charreteiro que eu mais respeitava, o mais querido: “Essas porras de carrinho não aguentam as ruas esburacadas e empedradas! Vocês vão ficar sem cavalo e sem carrinho!” Fomos reciprocamente ríspidos, ele disse que a saúde não dava mais pra cuidar direito dos animais e que se desse errado, azar. Mas nos abraçamos no meio daquele circo de horrores. Circo armado pelo candidato pra angariar votos de ativistas da cidade, com os cavalos amarrados e o caminhão que os levaria para sempre pra longe de nossas vistas. Chorei ali. Hoje, na Ponte, a notícia: Morreu Jorge Cananga.

FOTO DO MÊS

Ponte da saudade

Cartas

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Uma sugestão para os eco-taxistas e charreteiros elétricos: que tal criar uma linha de telefone na área do centro do bairro para facilitar a disponibilidade do serviço para quem precisa sair de casa ? Um ¨ Disque Eco Táxi ¨e um¨ Disque Charrete Elétrica¨ Já foi tentado?! Pode ser criado?! Abraços e espero que a sugestão seja positiva! (Flávio Loureiro) Bem, acho que algo está errado com nossa água da Cedae, pois pelo fato de ter dois aquários, sempre que vou trocar a água, eu testo com um anticloro, e já é a segunda vez que não acusa cloro na água! Fiz o teste com a água direto da cedae, sem entrar na cisterna, e o resultado foi o mesmo, sem cloro! Estou preocupado, pois ouvi dizer que têm várias pessoas, aqui na Ilha, com dor de barriga. Como podemos averiguar isso? (João Guedes)

jim skea

Aqui na ilha bato nesta mesma tecla há anos. As casas cimentam todo o terreno e retiram árvores para não terem que varrer folhas, árvores ficam velhas e não são repostas, as pessoas estão destruindo nosso verde e a reposição é muito inferior ao verde que está desaparecendo pela ação do homem e pela ação da própria natureza. Quem, de alguma forma, frequenta nossa ilha (Paquetá) sente a diferença em clima (muito mais quente) e na pele (quando precisa andar nas ruas quase não há sombra). E ninguém ou muito poucos fazem algo para melhorar essa situação. Algo precisa ser feito ou o aquífero que existe sob nossa ilha secará em pouquíssimo tempo, já está secando. Depois não adiantará chorar, a ilha vai se transformar em um monte de areia sujeita a erosões e desabamentos. (Nanda Nog)

O que você achou desta edição do jornal? Qual a sua sugestão para o próximo número? Quer escrever sobre algum assunto de Paquetá?

car tasjornalailha@gmail.com


Paquetá no combate ao mosquito

Diretor da Unidade Integrada de Saúde Manoel Arthur Villaboim. Na época do verão é esperado um aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: Dengue, Zika e Chikungunya. A Unidade de Saúde Manoel Arthur Villaboim/UISMAV em anos anteriores realizou algumas atividades preventivas e de combate ao mosquito, como Gincana nas Escolas, Bloco de Carnaval, ações educativas locais, caminhadas ecológicas e trabalho de pulverização com bomba costal. Contamos com o apoio de lideranças comunitárias locais, e Corpo de Bombeiros, XXI Região Administrativa, Guarda Municipal, Comlurb, Escolas, CCR Barcas, dentre outros. Além disso, algumas parcerias externas como a Fiocruz e a Marinha do Brasil.

Em 2017, não será diferente. Desde 2016, com a parceria da Fiocruz coordenada pelo Professor Doutor José Bento e a Doutoranda Paula, há armadilhas para o Aedes chamadas ovitrampas, que continuarão a ser inseridas em algumas residências neste ano pelos agentes de vigilância em saúde/AVS. Em conjunto, continuarão as buscas por focos ativos do mosquito e a orientação pelos agentes comunitários de saúde/ACS com o “10 minutos contra o Aedes”, que ajuda a cada morador a perceber e eliminar os focos de sua residência. Se você é veranista ou conhece alguém que deixa a casa fechada em Paquetá, oriente a ligar pelo telefone 1746 ou para a unidade de saúde através do (21)3397-0123 e falar com o AVS Leandro dos Santos para a busca de possíveis focos.

Além disso, no início do mês de fevereiro, será realizada uma reunião com lideranças comunitária, moradores, direção e vigilância em saúde da UISMAV para a orientação de novas ações coletivas, como agendamento de nova caminhada ecológica em parceria com a Academia Carioca da Saúde, atividades nas escolas e nova Feira de Saúde, além da discussão do atual panorama da Dengue, Zika e Chikungunya no território. Contamos com a colaboração de todos nesse combate ao mosquito. Pedimos aos moradores que abram as portas de suas casas para o AVS. A eliminação dos focos é um trabalho de todos. Só venceremos essa batalha com a ajuda de toda a população.


Caldeirão Dos Gumbas Los Gumbas é uma banda formada por músicos da Orquestra Jovem de Paquetá, e que usa instrumentos clássicos para tocar um repertório variado, de clássicos da MPB a Mamonas Assassinas, passando por Pink Floyd, Nirvana, Beatles, Tim Maia e outros. Pois foram convidados por Luciano Huck a se apresentarem no seu programa Caldeirão do Huck, tocando músicas do Djavan. Isto em si já seria o máximo, os meninos de Paquetá numa apresentação de grande audiência na Globo. Mas haveria também uma grande surpresa. Quando começaram a tocar “Oceano”, quem é que entra no palco – sem que os Gumbas soubessem – e começa a cantar junto com eles? O próprio Djavan! Ele tinha visto um vídeo do grupo e se encantou não só com eles, como com o projeto de formação de talentos que é a Orquestra Jovem de Paquetá. Fez questão de participar do número musical e foi a glória! Antes disto, o Caldeirão exibiu também uma reportagem sobre Paquetá, a Casa de Artes e a OJP.

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Batuquemos

Flavio Aniceto

Um dia eu fui jovem, todos foram e os jovens de hoje, das favelas e periferias do Rio e os de Paquetá, como são jovens? E o filho da Tati Quebra Barraco que não será adulto?

Por dever de ofício, costumo avaliar projetos culturais para órgãos públicos e outras instituições. No último mês de novembro e início desse dezembro de 2016 estive na comissão de avaliação de um programa de apoio à cultura voltado para a juventude. Nossa missão, como comissão, era ler, criticar, dar um parecer e uma nota para cada um dos 300 e poucos projetos inscritos - por jovens de diversos municípios do estado e por ¨adultos¨; propondo ações com e para os jovens de 15 a 29 anos. Após a fase inicial, os 120 projetos mais bem posicionados foram convocados para uma defesa oral, na qual os proponentes apresentavam a sua ideia de ação e como fariam para desenvolvê-la. Vimos projetos medianos, outros bons e alguns excelentes. Uma parte deles feita por ¨mais velhos¨ e voltados para os jovens -, mas a grande maioria apresentada e desenvolvida por meninos e meninas, alguns bem jovens, com 18 anos e mostrando uma capacidade de criação, de defesa e de realização de animar qualquer um. Sobretudo nesses tempos mortos, de golpes e revezes que estamos vivendo. Corta para o fato de eu um dia ter sido jovem. A maioria da equipe do nosso “Jornal A Ilha” também. Somos todos “maduros”, mas com uma preocupação em apoiar e incentivar ações na ilha para a juventude. Mas não podemos nós realizá-las. A juventude tem que tomar a frente. Podemos, no máximo, apoiar e aplaudir. Ser jovem hoje em dia é diferente. Acho eu, pensando no “meu tempo”. A galera tem mais acesso a informação, mais recursos tecnológicos e algum poder de decisão. Eu fui jovem na Baixada Fluminense, nos anos 1980. Mas corri a gira, fazendo teatro, política estudantil, ações culturais e mesmo a política geral e partidária, pela esquerda. Eu e muitos daquela geração criamos pontes, quebramos muros, sem saber erguemos outros, e estamos aí. Na fase de defesa oral do programa cultural que eu estava na comissão, vi projetos incríveis das juventudes pobres, negras, periféricas, brancas, mas pobres, ¨margem de¨ etc de Nilópolis a Japeri – Baixada; da Rocinha à Paciência – Rio; de Volta Redonda; da Serra; de outros lugares. Jovens propondo fazer saraus, rodas de rima/hip hop, rolêzinhos, cineclubes, games, aplicativos, série para a internet, apresentações de música, de dança, grafitagem, gravação de músicas para serem disponibilizadas livremente na internet ou ainda em CD, rodas de conversa sobre feminismo, violência, racismo, LGBT e muitos outros assuntos. Algumas das propostas deixaram a nós da banca, todos na faixa de 40 e 50 anos, de queixos caídos e admirados. Evidentemente que me senti representado e orgulhoso pela minha Baixada, especialmente Nova Iguaçu e Belford-Roxo, onde nasci, com projetos bons. Assim como me senti esperançoso vendo que a juventude que é assassinada todos os dias pela polícia reage, cultural e politicamente, contra o destino que lhe foi traçado. Hoje, 12/12/2016, quando escrevo esse artigo, a cantora Tati Quebra Barraco, mulher, negra, favelada, funkeira, enterra o seu filho de 18 anos. Hoje é ela, amanhã 13/12/2016, outra, depois de amanhã e no Dia de Natal outra, no AnoNovo também e em 2017 inteiro. A cada dia será outra mãe negra ou pobre, possivelmente menos famosa, e talvez repercuta menos. Tanto a solidariedade, mas, principalmente o agravo, a ofensa, a acusação, muitos relativizando o assassinato do menino, ¨ah, mas devia estar envolvido¨, ¨mas roubou um boné, um dia aí¨,¨ mas devia ter drogas no meio¨ - como se tudo isso fosse motivo para matar um rapaz de 18 anos. Podia ser filho, neto, sobrinho, irmão de qualquer um de nós, mas é só um preto e pobre. A menos. A tal da ¨guerra contra o tráfico¨ mascara tudo. MC Carol, outra cantora-funk em ascensão, mandou a letra certa: ¨É uma guerra da polícia contra a comunidade, não contra o tráfico¨, comentando o assassinato do filho de Tati. Todos os agravos a Tati e a qualquer mãe que perde o seu filho na favela, na Baixada, em Itaoca, no Alcântara, seja onde for, vítima da violência, aumenta a dor. São vítimas da própria ação violenta e de um ¨julgamento moral¨. Quem pode julgar quem, aliás? Atirem a primeira pedra, mas cuidado... ela pode voltar e estilhaçar a sua vidraça.

Mas me parece que essas falas raivosas são para mascarar um pré-julgamento, um pré- conceito sobre quem é pobre, negro, periférico, nordestino, branco favelado ou de bairros ¨ruins¨. O pré-julgamento é para referendar a violência que, evidentemente, tem vários lados. Não podemos pedir que os bandidos ou milicianos ajam dentro da lei, eles são ¨fora da lei¨; no jargão e na vida real. Mas aos policiais não deveria nem ser preciso pedir que cumpram a Constituição Federal e as demais leis pertinentes, não é mesmo? Voltando aos projetos culturais. Todos que li e vi as defesas - aprovados ou não, ganhadores ou não - mostram a força de uma juventude que se recusa a ser número, que não admite morrer, ao contrário, quer criar. Viver. E assim como me orgulhei da Baixada, pensei nos jovens de Paquetá. O que eles estariam propondo para um edital como esse? Que projetos apresentariam? Ficariam nervosos na hora de defender perante uma comissão de velhos, como a nossa? Ou tirariam de letra? Mas também pensei, que recursos - salvo projetos como os da Casa de Artes, do Fazendo a Diferença e outros em menor escala - a juventude de Paquetá dispõe para entrar no jogo? Que ações são oferecidas a ela? Ou melhor, que ações ela própria pode fazer e ter apoio dos ¨adultos¨, dos ¨poderosos¨ da ilha? Parece-me que é justamente o contrário. A cada dia querem cercear mais a juventude em Paquetá. Em nome da ¨ordem¨. Qual? Quem deu o direito de meia-dúzia definir regras para uma comunidade inteira? Depois essa meia-dúzia aponta o dedo e define qual punição a juventude paquetaense deve ter, por ter nascido, por ter sobrevivido, por não fazer o que a cartilha de alguns define. Por ser jovem e talvez fazer as coisas que os mesmos acusadores-dedo- em-riste já fizeram em ¨seu tempo¨. Fosse eu jovem, dava uma tapa no dedo dessas cacuras. Quem, supostamente, matou o filho de Tati Quebra Barraco - a polícia, o Estado, o sistema, a falta de investimentos sociais e culturais, a falta de escolas públicas de qualidade, a ausência de programas esportivos, de lazer e de cidadania - está com a arma apontada para matar os jovens paquetaenses também. Morre-se de várias formas. Precisamos escolher e promover a vida.


Quem Foi Macedo?

Depoimentos colhidos por Cláudio Marcelo e Ricardo Cintra (Adriano)

Durante quase um mês, o jornal A Ilha conversou com dezenas de moradores antigos da ilha, para saber sua opinião sobre o sargento PM João Macedo Tristão, que durante 20 anos - de 1987 a 2007 - serviu no DPO de Paquetá, e morreu em novembro último, aos 69 anos, em Petrópolis. Macedo, policial-morador, foi no imaginário da população um símbolo da paz e tranquilidade que Paquetá sempre se orgulhou em oferecer aos moradores e visitantes. E acabou morrendo num momento em que existe uma sensação generalizada de aumento na insegurança na ilha.

"O Macedo foi uma figura polêmica na minha juventude, pois fazia um trabalho sério para a população, mas para alguns era arbitrário. Era um policial exemplar e zelava pelo bem estar dos moradores de bem."

Ivo dos Santos Filho, policial civil, cujo pai já falecido, o também policial Ivo Bareta, trabalhou com Macedo no comissariado de Paquetá. "Macedo deixou saudades. Alguns dizem que era polêmico. Mas todo mundo que faz, que trabalha direito, acaba sendo taxado de polêmico."

"Um grande policial. Se continuasse aqui, a coisa não estaria desse jeito."

Irmãos Adeir e Ademir Moraes, comerciantes.

Nas entrevistas, a imensa maioria das respostas foi parecida com a da frase acima. Se alguém fizer sua própria pesquisa, é pouco provável que encontre um resultado diferente.

Quando se pergunta sobre o sargento Macedo, duas ideias vêm sempre juntas: eficiência e polêmica. Praticamente todas as pessoas afirmaram que era sim um policial competente e dedicado. Certo. E o que se esconde atrás da tal "polêmica"? Quase ninguém disse com todas as letras, mas deu a entender que o sargento era violento com seus detidos. Como tapas, chacoalhadas, e o constrangimento de serem conduzidos algemados até o DPO e depois até as barcas, diante de todos.

"Macedo foi um policial muito competente e um colega muito correto. Faz muito falta alguém como ele na ilha."

Moacyr Baptista Filho, policial civil, criado na ilha, que atuou no comissariado de Paquetá, na época de Macedo. Moacyr, que participou da investigação e prisão dos responsáveis pelo bárbaro assassinato de dois homens, moradores da Ilha dos Lobos anos atrás, lembra que no seu tempo a equipe de plantão da civil chegou a ter três policiais. Isso para uma população de menos de 3 mil pessoas. Hoje temos um único policial civil para 6 mil habitantes. Há relatos de que o contingente da PM também era maior na época de Macedo, do que os apenas três policiais que temos hoje. "Como policial? Foi excelente! Excelente! Macedo rodava, investigava, corria atrás mesmo. Será que não falta isso hoje? Investigação?”

Alfredo Braga, presidente da Morena, Associação de Moradores de Paquetá. "A farmácia ainda era na nossa casa, ficava na frente e a gente morava nos fundos. Entrei a noite e flagrei dois rapazes roubando a loja. Um deles me ameaçou com uma faca, depois fugiram. Em quinze dias o Macedo prendeu um, que era menor e morava na ilha. O outro, maior, era de São Gonçalo, e soube depois que apareceu morto. Eu quis dar uma segunda chance ao menor, então o Macedo combinou de irmos todos até a delegacia no Rio para dar um susto no garoto, e na hora H eu retirar a queixa. Assim fizemos. E ele nunca mais deu problema."

Fernando Praça, comerciante. Mesmo diante dessa percepção de que a ilha está menos segura, os representantes do 5º Batalhão da PM e da 5ª DP, que participam das reuniões mensais do CCS Conselho Comunitário de Segurança - garantem que os índices de criminalidade em Paquetá continuam muito baixos, como sempre foram. E não há motivo para se duvidar disso: furtos de bicicletas, arrombamentos de casas fechadas, drogas e brigas sempre aconteceram na ilha. E os registros de homicídios não chegaram a dez nos últimos 30 anos ou mais

"Era uma pessoa muito má. Invadiu minha casa na chácara e me espancou na frente da minha família, dos meus filhos pequenos. Depois me levou algemado para o DPO e me bateu mais. Tudo porque fui cobrar um serviço que fiz para uma mulher, que me pagou com cheque sem fundos." Benedito, o Bené. "Eu acho que o Macedo fez mais mal do que bem pra ilha. Tem histórias terríveis de violência dele e de coisas escrotas que ele fazia. Mas tem um negócio que não dá pra negar: se você precisasse, ele resolvia." Comerciante, que pediu anonimato. Entre as histórias escrotas, algumas pessoas dizem que abusava do seu poder na ilha, adotando um relacionamento extorsivo com parte do comércio local. Há também aqueles que o consideram uma pessoa preconceituosa, que se colocava acima da lei, digna da repressão dos regimes de exceção. Macedo e equipe esperavam a última barca, que na época chegava à meia-noite, e abordavam quem parecia não ser morador. "Documentos. Vai dormir aonde? Tem dinheiro? Ah, então tem uma cama macia pra você no DPO. E se prepara para acordar cedo, que a sua barca de volta sai amanhã às 5:30 h." Algumas das pessoas que condenaram esse controle de quem chega na ilha, porque infringiria o direito de ir e vir, admitiram, porém, que não gostariam de encontrar de madrugada gente estranha perambulando pelas ruas, ou próximo a suas casas. Poderiam até mesmo alertar a polícia. Inclusive, mais de uma vez, foi feita referência à preocupação com barcos de pesca, vindos de outros lugares, que rondam nossas praias no meio da noite. "Sempre trabalhei fora o dia inteiro, e depois que o filho vira adolescente fica difícil segurar em casa. Comecei a desconfiar porque toda vez que ele


ia ao Rio, na volta recebia a visita de um monte de amigos. Um dia veio a bomba: o Macedo prendeu ele com drogas. Acabou liberado, mas foi a lição que ele precisava pra se aprumar." Moradora, que pediu anonimato. "Uma noite, estou em casa e aparece um PM dizendo que o Macedo estava me chamando no DPO. Como assim, a essa hora? Chego lá e encontro meu filho, que morava com a mãe, sentado numa cadeira. 'Olha cara, fica vivo que seu garoto tá entrando numa furada com uns maconheiros de m… Leva ele e dá uns conselhos'." Morador, que pediu anonimato. Com a separação da esposa, poucos anos após o casamento, Macedo passou a morar sozinho com os filhos ainda crianças - três meninos e uma menina numa casinha nos fundos do DPO, na rua Comendador Laje. Era comum vê-lo passeando com os quatro pequenos, todos juntos empoleirados na bicicleta. O filho mais novo, Adriano, ainda vive na ilha (leia as suas recordações na entrevista ao lado). A relação estreita entre a vida de policial, que ele gostava tanto, e o papel de pai e "mãe", que uma surpresa do destino lhe reservou, pode ser uma pista para se entender seu empenho quase obsessivo em proteger a ordem em Paquetá, seguindo seus próprios métodos. Macedo tinha a autoridade e o poder de agente da lei, nessa ilhota onde adorava morar, onde tinha amigos e amores, e que ainda era o playground de seus filhos pequenos. Isso tudo somado ao seu temperamento forte - embora gentil, segundo muitos - forjou a figura do Xerife Macedo. Vaidoso, segundo pessoas próximas, vestia-se impecavelmente, fosse fardado ou à paisana, e dizia-se que tinha um sortido fã clube feminino. "Gostava de verdade do Macedo e chorei muito quando soube da morte dele. Era amigo, amigo mesmo de ir lá em casa desabafar, eu e ele falando da vida. Aí, eu tinha um namorado que ficou valente demais comigo. Ah, bati pro Macedo. No dia seguinte, ele deu uma pressão no cara. Virou um doce, um veludo." Moradora, que pediu anonimato. Numa das conversas, um morador nos perguntou algo como "então o jornal vai fazer uma homenagem ao Macedo?". O que ouvimos pode ser uma armadilha para cair nisso. Mas o legado do Macedo ainda é muito controvertido. A reportagem busca apenas contar algumas histórias sobre uma pessoa importante no passado da ilha. O melhor de levantar a história desse policial é termos conhecido um pouco mais sobre nós mesmos, paquetaenses, e o que queremos para a nossa ilha. Especialmente nessa pátria amada onde as leis e os conceitos morais são muito, muito relativos.

Macedo em familia

Conheci Adriano Tristão há alguns anos na preparação daquele que seria o último carnaval em que o Silêncio do Amor desfilou em Paquetá. Garoto educado, doce. Ficamos amigos de Nativa.Depois ouvi histórias de um certo Macedo, antigo policial aqui da ilha e só quando Macedo faleceu descubro que o famoso policial era pai de meu amigo. Para mim foi uma surpresa, as histórias que ouvi me fizeram formar uma imagem de policial, rigido, agressivo, que mantinha a ordem na ilha a custo de muitas arbitrariedades e me parecia contraditorio este policial ser pai de rapaz tão educado. Me ofereci pra conversar com Adriano e tentar entender um pouco mais esse personagem tão recente e que já faz parte de nossas lendas. Adriano chegou dizendo que não falaria de política, falaria do pai. Contou que o pai se separou cedo da mãe, ficou com os 4 filhos e os criou sozinho. Chegou em Paquetá em um posto baixo e saiu posentado como comandante. Foi pai presente e referência na vida do filho. .E contou-me algumas histórias de Macedo como policial. Existia uma senhora já de idade, catadora, que se chamava Xuxa, morava na Cocheira , teve sua casa invadida e roubada. Denunciou. O ladrão voltou, bateu nela e quebrou sua clavícula. Nova denúncia, prisão. Ao sair da prisão o ladrão volta, mata-a e foge. Macedo não sossega enquanto não o prende. Faz uma investigação por conta própria, descobre o assassino em uma cidadezinha de Minas, vai lá e o prende com ajuda da polícia local. A outra história é mais curta. Uma mulher, apanha do marido, vai reclamar a Macedo. Macedo pega o agressor, joga-o no meio da rua, o mantém sob coerção, da um pedaço de pau a mulher e manda que ela bata no homem. Ela obedece. O agressor sai todo ferido e nunca mais agride a mulher. Adriano repete mais de uma vez: ¨O meu pai se importava com as pessoas e não tinha medo.¨ Entendi que era nisso que Macedo acreditava, no exemplo prático. Dizia ele que não tratava bandido com rosas.Recebia as queixas das pessoas, muitas vezes em sua casa, diretamente, olho no olho, como repetiu inúmeras vezes Adriano. E resolvia a demanda da forma que acreditava ser a melhor. Macedo se aposentou, mudou pra Petrópolis e depois de alguns anos morando lá se envolveu em uma briga com o vizinho, perdeu a cabeça e armado, acabou matando-o. Não contratou advogado, ficou com o que lhe foi designado pela justiça, foi condenado e passou alguns anos preso .De acordo com o relato do filho teve papel destacado também dentro do presídio, criou laços e deixou saudades.

Adriano quis o tempo todo me mostrar um retrato positivo do pai. Sente orgulho. Achava o pai rígido, mas justo. Me desafiou a encontrar algum trabalhador, pai de família, que tenha se sentido injustiçado. Repetiu mais de uma vez que quem fala mal de Macedo está se entregando. As palavras finais de Adriano, antes de se despedir, foram: ¨resumindo, meu pai foi um herói pra família, pra comunidade e até, pra penitenciária em que ficou preso.¨ Foi embora e depois me mandou um e-mail com fotos do pai. De sua frase de despedida neste último e-mail gosto mais que de sua definição na saída aqui de casa.. Escreve por fim Adriano : ¨O meu pai era bonito, carismático e complexo!¨


Natal das crianças

com Balé de Vera Castro

Cantata Ecumênica

Concurso de Rabanadas

Missa com Presépio Vivo e Corais

Natal Comunitário


Apesar do consumismo, o Natal continua sendo, na sua essência, uma festa religiosa, celebrando o nascimento de Jesus e promovendo uma confraternização entre os homens e mulheres de boa vontade. Pedimos a alguns paquetaenses ligados a diferentes correntes religiosas que escrevessem sobre o que o Natal representa para eles. E recebemos belos e emocionantes presentes natalinos, embrulhados nestas palavras.

N

Os momentos compartilhados

É hora de Natal!

Uma noite de Natal

Leandro Ribas

Padre Nixon

Irinéa Maria Ribeiro

Sou o caçula de uma família extremamente religiosa de origem evangélica. O convívio em casa era tão eclesiástico quanto a vivência na igreja era familiar. E isso me traz umas boas lembranças desse tempo de festas de final de ano!

É hora de sonhar juntos!

Hoje acordei pensando na Noite de Natal da minha infância.

Era um corre-corre para organizar o Natal, tanto em casa quanto na igreja. Ensaio do coral, discussão para decidir quais pratos estariam à mesa na ceia, ida ao mercado para comprar os ingredientes, reunião para preparar o culto de Natal, ensaio do outro coral, passeio pelas lojas para comprar presentes, ... Nossa! Bem intenso! Mesmo com essa agitação, e talvez por conta dela, não enfeitávamos nossa casa com temas natalinos... na verdade, não era o nosso forte. E Papai Noel, o bom velhinho, esse nem era lembrado, sequer durante a nossa infância. Contudo, árvore de Natal e pisca-pisca eram itens obrigatórios para a anfitriã da festa, minha tia Ana, a quem apelidamos carinhosamente de Titica. Na data festiva, na casa da minha Titica, nos reuníamos em volta da mesa, com a boca aberta para as gargalhadas e os belisquetes, e sempre alguns minutinhos para uma saudação à Razão do nosso Natal, podendo o culto na igreja ser antes ou depois da noite do dia 24/12. Na congregação, era muita cantoria e oração, abraços e beijos, e os melhores votos para esta celebração. O motivo de se comemorar o Natal, para mim, para meus familiares e para boa parte do mundo, é o nascimento de Jesus Cristo. Em minha fé protestante, Ele é o sentido de tudo: o menino-Deus que veio ao mundo religar toda a humanidade ao seu Criador. Agora, neste Natal de 2016, tendo constituído minha própria família, curtiremos entre nós e os amigos, lembrando sempre da Razão desta comemoração - e isso não muda -, além de festejar a amizade e os laços de afetos que aproximam uns aos outros. "Então... É Natal!" Aproveite para se juntar àqueles que te fazem bem e faça festa, pois uma das coisas mais gostosas dessa vida são os momentos compartilhados. Feliz Natal e Boas Festas!

É hora de olhar na mesma direção. É hora de voltar-nos para onde nasce o sol e ver, já no horizonte, o seu brilho. Ele brilha num estábulo repleto de animais que guardam um menino, uma criança. Ele é a esperança, é vida que brota, que se renova e não aceita morrer. Nele brilha uma estrela, mesmo encoberta por nuvens escuras de medos, de mágoas, de tristezas e decepções (um ano tão difícil!), aponta uma realidade invisível aos olhos, mas presente dentro do coração sonhador. Sim, é hora de dar-nos as mãos, de quebrar o jogo que nos mantinha cativos nas prisões do isolamento, quando cada um apenas olhava para si. Juntos, unir forças e nossas fraquezas também, pois é nessa mescla de sombra e luz que faremos, que construiremos mais. Ouse olhar para a estrela! Os magos olharam e viram ouro, o que significa ver ouro em alguém? Significa ver o lado bonito, o lado positivo, o lado criador, a riqueza interior de cada pessoa. Há pessoas que nunca vêem ouro, porque seus olhos são opacos, não conseguem ver uma qualidade na mãe, no pai, nos outros... Quantos de nós não conseguem perceber o ouro naqueles que estão ao nosso lado... É natal! É hora de procurarmos o ouro, não dos presentes caros, mas do verdadeiro presente que permanece, que vence as guerras, que inaugura o novo e faz a vida valer a pena: o amor! É ele que enxugará nossas lágrimas, acalmará nossas dores e nos fará capazes de recomeçar. É hora de escutar os ventos, de escalar montanhas, mergulhar no mar da intuição, sentir o perfume das flores, voar com os pássaros e descobriremos, assim, seres humanos tocados pelo Divino. É hora de voltar a ser criança e correr livre pelos campos. Pés descalços, mãos abertas, peito aberto, e nos lábios um sorriso de quem se sente feliz por simplesmente existir. É hora de livrar-nos dos pesos que nos impuseram e daqueles que nós mesmos nos sobrecarregamos, tornando nossos passos lentos e cansados, porque fomos perdendo a leveza da vida. É hora de voltarmos ao essencial, de deixar para trás o que passou, segurar apenas o que realmente importa. É hora de encontrar o ouro em você e nos que estão a sua volta. Você não está sozinho, você não luta nem sonha sozinho, com você estão todos aqueles que em toda parte fazem de sua vida a mais bela canção que pode ser entoada. Um beijo de feliz natal, renasça com o menino da manjedoura.

Era um preparativo que começava no dia de Reis, seis de dezembro, e ganhava luz e cores brilhantes com a montagem de nossa árvore de Natal! Recordo minha expectativa dos novos enfeites, que eram surpresas a cada ano. E a noite chegava. O pinheiro vivo ganhava neve de algodão, fios dourados, sinos, bonecos de neve, bolas coloridas e, no alto, a estrela-guia! Meu pai e minha mãe aceitavam as comemorações cristãs natalinas, porém sempre deixaram clara a significação da “Noite Feliz”: a busca da humildade, a compreensão, o companheirismo, a tolerância nas pequenas coisas. Aos olhos de Deus, singelos gestos de amor ao próximo são verdadeira revolução perante a lei de amor. O ponto alto da nossa comemoração era a véspera do nascimento de Jesus. À mesa, iguarias sonhadas o ano inteiro, e ao pé da árvore de Natal, os presentes descansavam despertando a curiosidade de cada um de nós. Então vinha o momento especial, que me transformava ano a ano numa seguidora das lições que Alan Kardec nos deixou: A Prece! Por momentos de gratidão pelo ano que acabava, por nosso pão de cada dia, pelo trabalho e por nossa saúde. Por todos os povos do planeta, todas as religiões, as escolhas respeitadas, o Amor e a Paz Universal. Havia um momento de reflexão, onde a aura espiritual nos cobria de Amor. Me lembro, ainda pequena, de sentir a energia que envolvia o ambiente através da prece proferida por meu pai. Nossa ligação com o Mestre Jesus e a plêiade de espíritos amigos e protetores que visitavam nossa casa, vindos pela linda sintonia que enviávamos através de nossas mentes e corações.


Centenário do Municipal Futebol Clube Wilma Leitão

1918 - 2018

reuniam os associados, e suas equipes disputavam campeonatos na própria Ilha e fora dela.

A decisão dos moradores do Campo em fundar o seu clube, naquele início de século, foi pouco a pouco se concretizando. Assim, paralelamente ao pagamento do montante principal para a aquisição do terreno, iam arrecadando outros recursos destinados às instalações das primeiras benfeitorias do Municipal Futebol Clube. Além das parcelas pagas mensalmente pelos associados, desenvolviam estratégias de mobilização de recursos extras, por exemplo, os “Livros de Ouro”, assinados por representantes das famílias mais abastadas da Ilha, que sempre apoiaram a iniciativa. Eram também realizadas festas, bailes, que até hoje são lembrados como muito animados, e que

Havia também as modalidades náuticas que, mais tarde, desmembrando-se do Municipal, mas guardando as suas cores, deram origem ao Paquetá Iate Clube. Falaremos disso em outro momento. aportavam alguma renda para a consolidação do clube. Junto com o futebol, as festas tornaram-se marca registrada do Municipal. Muitos casais relatam com alegria e saudade que começaram a namorar nesses bailes: “muito bons!” Mas não eram apenas essas as atividades que movimentavam quadra e salão: basquete, vôlei, halterofilismo, tênis de mesa, futebol de salão

Em 1966 o Municipal Futebol Clube recebeu o título de Utilidade Pública, concedido pelo governo do estado a pessoas jurídicas que ¨servirem desinteressadamente à coletividade¨. Por meio da Lei 1001, publicada no Diário Oficial do Estado da Guanabara em 13 de julho daquelen ano, ficava reconhecido o papel de liderança e de promotor de esporte e lazer do centenário clube paquetaense.


Reveillon em PaquetĂĄ

foto de Thiago Deejay

f o t o d e B e r e n i c e To m e

foto de Nadja Mara Barbosa

f o t o d e B e r e n i c e To m e

foto de Cristina Almeida

fotos de Iza Keilane Barreto

foto de Marcos Santos

Reveillon no CerqueirĂŁo

foto de Ricky Goodwin


Agora você pode ler o jornal no - www.issuu.com/jornalailha8

Cortes, penteados para casamentos, bodas, reflexo

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crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques

Como disse a amiga espanhola do meu amigo Xabier:¨Todo es susceptible de empeorar¨. Mas o fascismo não irá adiante, não passará.

Outra solução não apagará essa mancha e, por mais que se tenha preferências diversas, quem garante que essas eleições não serão também,anuladas ?

Lá vou eu, de novo, perdendo a minha graça e tendo que falar sério sobre a dura realidade.

Sei que os egos se exacerbam. Sei que todos querem o poder achando que têm a solução. Mas tudo se encontra achincalhado e, cada vez mais, manchado por covardia e oportunismo. Só um grande pedido de perdão resgata um mínimo de credibilidade para se recomeçar. Sei também que esse pedido de perdão virá, mas que venha agora enquanto é tempo.

Está claro, cada vez mais, que essa tática suicida do Golpe aniquila o país e, como disse o Nassif, no fim só restarão escombros Há que se dar um basta nesse clima agressivo, de um bater no outro, como se isso construísse o futuro.

E digo, imitando o Papa Francisco - figura maior desse início de século - que a saída é simples: corrigir o que de errado foi feito, o gesto inicial, o impeachment.

Não se trata de absolver culpados, embora se deva reconhecer que todos os botequins de esquina usam caixa dois, e sei que a Receita sabe disso. Há que punir, mas com juízes imparciais, capazes de diferenciar e julgar as coisas. Dedo duro é sempre alguém, diz a sabedoria popular, em quem não se deve confiar.

Sei das dificuldades imensas e acho que eleições diretas são sempre a melhor escolha, mas ela já foi feita e anulada pelo juiz, por falso impedimento e com gol roubado.

O risco do momento é que nesse enfrentamento, com a arquibancada só olhando, Luis Bonaparte empolgue o poder (vale ler o ¨ 8 brumário¨ , clássico que explica isso). Há que se ter um pacto,

Como disse o Padre Nixon no batizado da minha neta : amai-vos uns aos outros.

Melhor é falar de coisas lindas, e tenho de elogiar a Casa de Artes, onde a Orquestra Jovem de Paquetá encanta os gostos mais refinados e começa a ensinar crianças a trilhar os caminhos que eles já atravessaram. Salve a Casa de Artes, palco principal de Paquetá. Paquetá que é, em si mesma, um palco onde brilham e sempre brilharão Nega Luisa e Birulinha e todos os que dançaram no Jaca´s Society, que desfilaram no Silêncio do Amor e no Unidos de São Roque, que saíram em todos os blocos que aqui passearam, que conheceram a Bundinha Feliz, a Moça

Concluo vendo, numa tarde chuvosa, Serginho Cabeleireiro abrir seu Livro II e falar dos carnavais da Andrea, dos periquitos do Johnny, e do sargento Macedo, no quiosque da praça, mandando os soldados revistá-lo. E ele só de short, sem sunga e sem cueca, só pode dar um pulo pra trás ao ser apalpado. Comigo, Macedo era afável, gentil e muito sensato nas opiniões. Eu gostava dele. Julio, bradando cada vez mais alto: VOLTA DILMA.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

da Saia Curta e os outros personagens dessa ilha que Anacleto e Orestes tanto amaram.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

como diz de novo o Nassif, porque a guerra não é boa pra ninguém.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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