Quinta-feira, 3 julho 2025 | Ano 22 - Nº 3878 | R$ 5,00 (dia útil) R$ 9,00 ( m de semana)
OPINIÃO | RODRIGO MARTINI
Polêmica em Teutônia
Vereadores avaliam possível quebra de decoro após fala de parlamentar contra colega.
OPINIÃO | FILIPE FALEIRO
Direitos em segundo plano Movimento “anti CLT” vende servidão disfarçada de empreendedorismo.
REDE DE PROTEÇÃO
Lajeado articula força-tarefa no frio intenso
Abrigo e ações sociais se unem para atender população vulnerável
Com temperaturas perto de zero ou até negativas, governo de Lajeado e rede de amparo intensificam acolhimento a pessoas em situação de rua. São 44 vagas no abrigo São Chico e equipes em
operação até 22h. Drogadição e alcoolismo são as principais causas para recusa no atendimento. População pode ajudar com doações e roupas de inverno para homens e crianças.
OPINIÃO | DIOGO FEDRIZZI Inspirações no passado
Chacotas a possível empreendimento turístico de Roca Sales me faz voltar no tempo.
Quatro anos de obras, dois de atraso
Limites e possibilidades do acolhimento
O desafio de reinserir pessoas em situação de rua na sociedade revela uma das mais complexas equações da assistência social contemporânea. Vai além de oferecer abrigo e alimentação. Talvez comece por estas necessidades urgentes. Mas, de fato, o fundamental é romper ciclos de exclusão, seja por vícios, doenças psíquicas, rupturas familiares e uma progressiva desconexão com as estruturas sociais básicas.
Existe uma realidade paralela para pessoas em situação de rua, uma espiral da história de vida de difícil reversão. A cada noite ao relento, a cada refeição improvisada, a cada olhar de desprezo, consolida-se um abismo social que ultrapassa a falta de moradia.
Existe uma realidade paralela para pessoas em situação de rua, uma espiral da história de vida de difícil reversão”
Pode começar com uma crise pontual, como a perda de emprego, separação, conflito familiar, uso de drogas e de álcool, doença não tratada. Por vezes, mais de um fator concomitante. Isso transforma-se em uma condição crônica, onde a rua deixa de ser um acidente de percurso para tornar-se paradeiro permanente.
O trabalho de reinserção exige intervenções complexas. Começa com o acompanhamento, precisa de abordagens integradas dos aparelhos públicos, combinadas com tratamento de saúde, regularização documental e capacitação profissional. Sobretudo, requer compromisso.
Esse assunto ganha notoriedade em momentos específicos. Seja tragédias ambientais ou mesmo durante uma onda de frio como a atual. Em um cenário tão complexo, a medida esperada é combinar atendimento urgente com projetos de longo prazo, capaz de compreender as múltiplas facetas da exclusão, com foco em preservar a dignidade e ajudar a reconstruir vidas.
Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS grupoahora.net.br / CEP 95900-104
Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores. Impressão Zero Hora Gráfica
“Por que não eu? Passei a acreditar que sou capaz”
Denilson André Kuhn tem 26 anos.Em29dejulhode2019 sofreu um acidente de moto. Fraturou duas vértebras e teve lesão na medula.
Perdeu os movimentos e a sensibilidadedotóraxpara baixo. A cadeira de rodas setornousuacompanhia inseparável.FilhodeJoão
InácioedeEloedeTeresinha, precisouressigni caravida. Hoje,oatendentedeuma barbearia inicia carreira de modelo.
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
O que lembra do acidente?
Estava voltando para casa. Passei na frente do shopping, na curva em direção a Arroio do Meio, perdi o controle. Não lembro o que aconteceu, se bati no canteiro ou a moto caiu em cima de mim. Eu quebrei as vértebras T-7 e T-8. Mas o pior foi na medula. Em resumo, tudo, do peito para baixo, acabou. Perdi o movimento e a sensibilidade.
Como foi receber essa notícia?
No começo foi muito pesado. Não controlava o intestino e precisava de ajuda para tudo. Não conseguia nem subir na cadeira. Além do corpo, também tinha uma questão emocional e de mente. Eu me fechei. Não saia na rua. Não gostava de me ver no espelho. Não queria acreditar. Me dava vergonha estar deste jeito. Meus amigos queriam ir em casa me ver e eu inventava desculpas. Eu pensava: ninguém tem que me ver assim. Foram oito meses de isolamento. Trancado dentro de mim mesmo. Depois, comecei a ter mais independência e comecei a sair, dar uma passeada na rua.
O que mudou?
É um processo. Olho para trás e passou sete anos como se fosse um estalo. Quando fiquei mais independente, as coisas começaram a melhorar. Comprei um carro, pois antes para ir a qualquer lugar precisava ser levado, agora vou sozinho. Voltei a me sentir livre. Mas a virada mesmo veio faz pouco tempo, acho que uns quatro ou cinco meses. Foi quando comecei a ir na agência de modelos. Me dei a chance de arriscar, de conhecer pessoas. Entendi que não tem mistério, pois a vida continua.
Como foi esse lance de virar modelo?
Conheci uma agente, uma booker, que chamam. Ela me mandou uma mensagem, disse que eu tinha perfil. Eu pensei: “Modelo?
O que eu vou fazer de modelo?”. Mas aí me bateu: “Se eu não for, nunca vou saber”. Em casa, meus pais também estranharam e eu entendo, pois se nunca passou pela minha cabeça, imagina para eles, que são lá do interior. Foi aí que pensei de novo: “Por que não eu?
O que os outros têm que eu não tenho? Por que não tentar?”. Ter dado a cara e encarado foi um divisor para mim. Passei a acreditar que sou capaz. Tem sido muito bom, passei a me relacionar com outras pessoas que jamais ia conhecer. Me encorajei para outras coisas também. Comecei a fazer academia, quero praticar esportes e, até mesmo, competir.
Agora você se aceitou?
Acredito que sim. A vergonha passou.
A cadeira de rodas, que eu tinha pavor, se transformou na minha melhor amiga. Passei a entender que ela não era o problema. Ela é a solução. É ela que me leva para onde eu quiser.
O que mais sente falta?
Jogar bola com os amigos. Isso faz falta. Mas o principal, é dar um abraço nos meus pais de pé. Isso é o pior. Eu sempre vejo eles de baixo para cima. Isso pesa.
Como foi o acidente para os seus pais?
Para mim, doeu muito no começo. Para eles acho que é pior. Para eles, acho que dói até hoje. Porque eu me viro, me adaptei. Mas eles ainda lembram do filho que corria. Eles não verbalizam, mas eu vejo. Aos poucos, estão mais tranquilos. Me veem saindo, andando de carro, indo pra academia, tentando a vida como modelo. E isso alivia eles também.
Quais são os planos?
Claro, sempre melhorar de vida, ter um carro melhor, casa. Mas para além disso, é ajudar o máximo de pessoas que puder. No início, logo depois do acidente, precisei de apoio. Precisei ser encorajado. Eu quero fazer isso para os outros. Seja para alguém na mesma condição que eu ou não. Comecei a compartilhar minha rotina nas redes sociais e o retorno tem sido muito bom. São mensagens de carinho, de admiração. Passei a motivar outras pessoas.
Filiado à
Fundado em 1º de julho de 2002
Vale do Taquari - Lajeado - RS
Diretor Executivo: Adair Weiss
Diretor Editorial e de Produtos: Fernando Weiss
Contatos eletrônicos:
Editor-chefe da Central de Jornalismo: Felipe Neitzke
FILIPE FALEIRO
Governo de Lajeado mantém convênio com o Abrigo São Chico, com 44 vagas. Também reforça campanha de agasalhos e equipes multidisciplinares para atender vulneráveis. Drogadição, migração e recusa de acolhimento desafiam o sistema
Filipe Faleiro filipe@grupoahora.net.br
LAJEADO
Com temperaturas abaixo de zero e previsão de semanas seguidas de frio intenso, a administração de Lajeado reforça estratégias para proteger a população em situação de rua.
Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), cerca de 40 pessoas estão cadastradas como sem moradia fixa. A gestão mobiliza assistentes sociais, entidades conveniadas, segurança pública e voluntários para minimizar os riscos aos mais vulneráveis.
O principal ponto de acolhimento é o Abrigo São Chico. A entidade tem convênio com a administração para receber até 44 homens. O contrato firmado prevê repasse de até R$ 1,4 milhão por ano para garantir alimentação, higiene, atendimento social e estrutura para pernoite. A coordenadora do abrigo, Luana Dias Pereira, afirma que o número de vagas é suficiente para a demanda.
“Desde a acolhida no portão, sanamos as necessidades básicas como higiene pessoal e alimentação. Muitos chegam apenas com a roupa do corpo. Em seguida, são atendidos por psicólogos e assistentes sociais, que fazem os encaminhamentos. Nosso objetivo é contribuir para que saiam da rua, busquem o mercado de trabalho ou retomem o convívio familiar”, relata Luana.
A estrutura da associação conta com profissionais contratados e equipe terceirizada para o serviço de abordagem. As saídas ocorrem em diferentes horários, com foco em persuadir aqueles que estão nas ruas a aceitarem o acolhimento.
Conforme a secretária de Desenvolvimento Social, Eliana
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Frio extremo pressiona acolhimento a pessoas em situação de rua
Centro de referência Vestir&Ser precisa de roupas de inverno, em especial masculino adulto, também para crianças e calçados fechados. Doações podem ser feitas de segunda a sexta-feira
Heberle, quem recusa, recebe cobertores e roupas. O modelo de atendimento, dificuldades, avanços e pontos de dificuldades são registrados e acompanhados em reuniões da equipe multidisciplinar, conta.
No São Chico, o abrigo conta com equipe de abordagem social atuando das 7h30min às 22h. Essa equipe também atende chamados da comunidade e articulase com os outros serviços da rede, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de Referência em Assistência Social (Cras), UPA, hospital e Conselho Tutelar. Para contato, o telefone da abordagem é (51) 9209-3115.
Desafios
A secretária Eliana Heberle destaca que a drogadição e o alcoolismo estão entre os principais fatores que impedem a adesão ao acolhimento. “Sabemos que mui-
tos preferem ficar na rua. Por isso, a assistência social busca manter vínculo e garantir acompanhamento. Em algumas abordagens, recebi relatos de agradecimento pelo serviço, mesmo com recusa ao abrigo”, afirma.
Para além da assistência social, ações integradas são pensadas em termos de segurança pública. As equipes visitam pontos conhecidos por ter presença de pessoas em situação de rua.
Conforme o secretário de Segurança Pública, Paulo Locatelli, esse trabalho tem como objetivo romper o ciclo de precariedade. “Enquanto houver esmola, muitos se mantêm nas ruas. E temos fluxo constante de pessoas vindas de outros municípios como Passo Fundo, Ijuí e Carazinho. Isso amplia o desafio. Mesmo assim, seguimos com as abordagens para oferecer alternativa segura e digna”, afirma.
Apoio da população
Está em andamento a campanha “Doe Amor em Cada Peça”.
SERVIÇO:
Campanha Doe Amor em Cada Peça
Local: Centro de Referência Vestir&Ser
Endereço: Rua Júlio de Castilhos, 414
Horário: Segunda a quinta, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 16h45min; sexta-feira, das 8h às 14h Telefone: (51) 3982-1091
Contato do Abrigo São Chico Telefone: (51) 3726-3665
Abordagem social: (51) 9209-3115
Pix para doações: 92.744.788/0001-03 (Associação São Chico)
passam por triagem e ficam à disposição da comunidade. Segundo Eliana Heberle, a demanda por roupas masculinas e infantis aumentou com o frio. “Reforçamos que doação não é descarte. Queremos peças em bom estado, que ainda tenham valor para quem vai usar”, afirma.
A iniciativa arrecada roupas de inverno, calçados, cobertores e travesseiros para atender famílias e indivíduos em vulnerabilidade.
As doações são recebidas no Centro de Referência Vestir&Ser, na rua Júlio de Castilhos, 414. O local foi criado em 2020 após uma enchente e funciona como uma loja solidária. As peças
Além de roupas, cobertores e artigos de higiene, há necessidade constante de doações de roupas masculinas de inverno, para crianças, calçados fechados, alimentos não-perecíveis e materiais de limpeza. Interessados podem também contribuir via Pix para o Abrigo São Chico. O CNPJ é 92.744.788/0001-03 (Associação São Chico).
São Chico tem 44 vagas para homens em situação de rua. Equipe multidisciplinar garante atendimento psicológico, alimentação e auxílio para entrada no mercado de trabalho
Abrigo
NOVA POLÊMICA EM TEUTÔNIA
Vereadores avaliam possível quebra de decoro parlamentar
Vereadora do PSDB, Neide Schwarz já se envolveu em polêmicas ligadas à causa animal, aos pedágios e, mais recentemente, à vida pessoal do também vereador Dirinho, do PSD. Sobre esse último fato, registrado na sessão plenária desta semana, a parlamentar tucana pode ter se envolvido em um enrosco um pouco maior. O causo é o seguinte. Neide ficou ofendida – e com razão – com uma fala do colega na semana passada. Ele afirmou, em resumo, que ela estaria “sempre dormindo em casa” enquanto outros vereadores fiscalizavam serviços públicos até no período da noite. A resposta dela veio nessa terça-feira, 1º, em um parâmetro muito questionável. E a súbita fala da vereadora causou um inimaginável constrangimento coletivo que se iniciou
no plenário e rapidamente se espalhou pela cidade via redes sociais. “Você me desrespeitou semana passada. Então tenho direito a resposta. Eu durmo seis horas por dia, o sono faz parte da vida saudável do ser humano”, iniciou. E foi adiante. “E um colega nosso me contou que você, quando vice-prefeito, além de dormir com a sua linda esposa em casa, a mãe das suas filhas, você também tinha uma namorada aqui na ‘casa do povo’ e outra no Executivo.” Vereadores tentaram intervir. Mas a fala já estava registrada. Agora, alguns parlamentares – que recentemente aprovaram o Código de Ética da Câmara de Teutônia – avaliam se a fala representa (ou não) quebra de decoro parlamentar. Questionado, Dirinho lamentou a conduta da vereadora e avalia eventuais medidas judiciais.
rodrigomartini@grupoahora.net.br
RODRIGO MARTINI
Tucanos (e tucanas) voam ao PSD
A filiação do governador Eduardo Leite ao PSD ainda vai atrair muitos tucanos e tucanas ao partido de Gilberto Kassab. Nesta semana, por exemplo, a secretária estadual de Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, e a assessoria da Casa Civil, Mariela Portz, trocaram o PSDB pelo PSD. E as duas lajeadenses iniciam um movimento que pode se estender no Vale do Taquari, onde o PSDB ainda mantém interessantes redutos e capitais políticos nas principais cidades. Incluindo Lajeado, claro!
Elevação da ERS-129 está no contrato!
A notícia quase passou despercebida. Mas merece destaque. Em entrevista ao Frente e Verso, na terça-feira, o diretor-presidente do Daer, Luciano Faustino, foi claro ao detalhar o investimento de R$ 50 milhões no trecho da ERS-129 entre Estrela, Colinas e Roca Sales. Além da pavimentação asfáltica do último trecho de sete quilômetros entre Roca Sales e Colinas (em Fazenda Lohmann), Faustino anunciou a elevação de alguns trechos alagáveis da rodovia estadual. Entre esses, o acesso principal à Colinas, nas proximidades da foz do Arroio Pajé no Rio Taquari, e que historicamente é um dos primeiros pontos a alagar na cidade e interromper o tráfego de veículos na 129.
De frente para o novo São Cristóvão
O único shopping do Vale do Taquari está de cara nova. Aliás, mais do que isso. O centro comercial inaugurado na década de 90 às margens da BR-386 também está com uma nova fachada. E o principal: está voltada ao revigorado e pujante bairro São Cristóvão. A estratégia de aproximar o Lajeado Shopping dos lajeadenses por meio de um novo acesso junto à rua 11 de Junho me parece muito acertada. Sem deixar de lado o acesso via rodovia federal – o que certamente atrai muitos
TIRO
clientes de outras cidades –, o empreendimento se movimenta para fazer parte de um movimento ainda maior, que é o rejuvenescimento de todo o “lado esquerdo” do bairro São Cristóvão – sentido Centro/Bairro –, uma área nobre da cidade e que por muitos ficou aquém do desenvolvimento do “lado direito”. Outros movimentos e articulações já devolveram vida e impulsionaram a economia do populoso bairro. E o Lajeado Shopping valoriza ainda mais essa recente mudança.
- Em Lajeado, o vereador Lorival Silveira (PP) pediu vistas ao projeto de lei que declara a “não anuência de Lajeado” ao modelo de pedágio free flow proposto pelo Estado. E a proposta, que pouco altera a ordem do dia, pode ser votada na próxima semana.
- A Corsan/Aegea apresentou um plano de ações para mitigar o problema de abastecimento em Encantado. E tal movimento tende a enfraquecer a tentativa de abertura de uma CPI por parte de vereadores da oposição.
- Sobre a polêmica entre Corsan/Aegea e Associações de Água em Lajeado, faço um exercício com os eleitores impactados. Em quem vocês votaram para deputado estadual em 2018? Quem fez campanha para esse deputado estadual? E o principal: o seu deputado estadual votou a favor ou contra a PEC 280, que retirou a necessidade de plebiscito para a venda da Corsan pelo Estado?
- Em tempo, eu não estou questionando a venda da Corsan – esse debate é longo e merece muito mais do que meia dúzia de linhas. Eu só estou levantando uma bola – provocada originalmente por um leitor – para um assunto que, por vezes, é pormenorizado: a importância do voto.
- O jornalista Fabiano Diehl está cotado para assumir a função de diretor na Câmara de Vereadores de Estrela.
CÂMARA DE LAJEADO
Oposição pressiona para manter as associações de água
Negociação com a Corsan/Aegea para aditivo contratual restringe serviço para a companhia. Protesto no próximo sábado visa convencer prefeita a desistir do acordo
Alguns dos vereadores são aliados das associações na mobilização para manter o atual formato no serviço de fornecimento de água em Lajeado. Desde a gestão de Marcelo Caumo, o governo acena com o desejo de aditivar o contrato com a Corsan/Aegea para atender ao marco legal do sanea-
Associações articulam nova manifestação, desta vez em frente à prefeitura, no sábado
mento, que prevê a universalização do abastecimento e 90% de esgoto tratado até 2033. Desta forma as associações serão obrigadas a encerrar as atividades e o atendimento será de responsabilidade da concessionária. Na sessão da câmara desta semana, os quatro integrantes da bancada do MDB reforçaram o
posicionamento contrário à entrega do serviço exclusivamente para a Corsan. O principal argumento utilizado são os problemas com rede de água, falta de investimentos e demora na manutenção em casos de problema. “A prefeitura pode muito bem dizer: associações, vocês fazem um bom trabalho, podem continuar”, acrescenta o
vereador Eder Spohr (MDB). O discurso mais intenso na reunião dessa terça-feira, 1, foi de Waldir Blau (MDB), que criticou diretamente a prefeita Gláucia Schumacher por não cobrar o cumprimento do contrato vigente. Blau criticou a gestora em função da defesa ao aditivo com a Corsan. “Encantado criou uma CPI para
tentar resolver problemas com esta empresa. É muito fácil dizer que há uma lei maior. Há, sim, mas também existe uma legislação que permite a municipalização da água”, esbraveja. Posicionamentos parecidos adotaram Jones Vavá (MDB) e Marquinhos Schefer (MDB). Este último exemplificou o caso de Teutônia, onde o atendimento no fornecimento de água é gerenciado pela administração municipal. Ramatis de Oliveira (PL) sugeriu uma audiência pública com especialistas para aprofundar o tema.
Protesto no sábado
Após protesto no último final de semana no bairro São Bento, as associações articulam nova manifestação, desta vez em frente à prefeitura, sábado, a partir das 9h. O objetivo é convencer a prefeita a adiar qualquer novo vínculo com a concessionária ou desenvolver modelo capaz de garantir a permanência das associações.
O assunto envolve ainda o Ministério Público (MP) que promoveu reuniões com líderes das associações e o governo. A proposta é de criar um estudo para apurar o valor das estruturas das associações a serem ressarcidas no caso da Corsan assumir o serviço na totalidade do município.
HENRIQUE PEDERSINI
Duplicação completa quatro anos com perspectiva de entrega em novembro
Obra iniciada em 1º de julho de 2021 enfrentou sucessivos atrasos, causados por problemas no contrato com antiga terceirizada e eventos climáticos.
Empresários e autoridades cobram cumprimento de novo prazo
Quatro anos de muita expectativa, surpresas, decepções e mudanças nos cronogramas. A duplicação dos 20,3 quilômetros da BR-386, entre Marques de Souza e Lajeado, completa seu quarto aniversário com a obra atrasada, mas perto do fim. O percentual de conclusão chega a 96% e a projeção mais recente da CCR ViaSul é entregá-la pronta em novembro deste ano.
Iniciada em julho de 2021, a obra era aguardada há mais de uma década pela comunidade regional. Com a rodovia concedida desde 2019, havia uma perspectiva de execução com mais agilidade, diferente dos 32 quilômetros entre Estrela e Tabaí, cujos trabalhos se estenderam por quase oito anos. Mas a realidade atual também aponta para prazos descumpridos.
Primeiro, o atraso nas licenças ambientais retardaram o início da obra em pouco mais de quatro meses. Depois, a rescisão con-
tratual com a Eurovias – antiga terceirizada responsável – e os eventos climáticos adversos impactaram no cronograma. A conclusão em dois anos passou longe de ser alcançada. Agora, a empresa corre contra o tempo para finalizar ainda em 2025. Na mais recente atualização, a concessionária, por meio de nota, admite que não houve grandes mudanças no cenário, pois estão em execução “obras de maior vulto”. Entre elas, estão a elevada no acesso ao bairro Montanha e o novo trevo de acesso a Conventos, no local onde existia a antiga sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Cobrança
Enquanto a obra não termina, autoridades mantém vigilância constante sobre o andamento dos trabalhos. Para o empresário Diego Tomasi, que atua no setor logístico e também em entidades representativas, o cenário começou de forma positiva, mas se transformou em frustração.
“Entendemos que imprevistos acontecem, mas não dá para usar isso como desculpa. Assim como nós, empresários, precisamos ter um plano B, eles também deveriam ter”, avalia Tomasi.
Ele reforça que a expectativa agora é de que o prazo anunciado seja, de fato, cumprido. “A sociedade do Vale do Taquari vai cobrar. O Vale está cansado dessas prorrogações, não adianta ficar anunciando datas que não são cumpridas.”
Na mesma linha, a presidente do Codevat, Cintia Agostini, espera pela conclusão em novembro. “Contamos muito com isso. Não podemos ter novos atrasos, dois anos é muito tempo. Nosso papel, enquanto entidade, é cobrar para que isso não aconteça, e que eles nos atendam”, pontua.
Euforia, frustração e expectativa
2021
• O avanço da duplicação nos primeiros meses de obras surpreendeu a comunidade. Além disso, a chegada de trabalhadores de todos os cantos do Brasil impacta de forma positiva na rotina das cidades, sobretudo em Marques de Souza, com fomento ao comércio e serviços.
2022
Em alguns trechos da rodovia, a pista dupla melhora signi cativamente o uxo de veículos
• Obra completa um ano com ritmo intenso e quase 10 quilômetros de nova pista prontos. De início, ideia da CCR ViaSul era liberar trechos apenas com 100% de conclusão. No ano seguinte, foi permitido o trânsito nos locais já duplicados.
2023
• Depois dos primeiros sinais de problemas com a antiga terceirizada, obra atrasa e o primeiro prazo – de conclusão em julho de 2023 – não é cumprido. Aquele ano foi de poucos avanços, baixa presença de trabalhadores e muitos transtornos aos motoristas.
2024
• Depois da CCR fechar contrato com uma nova terceirizada, obra sofre mais contratempos, dessa vez por conta da catástrofe climática de maio, que devastou trechos da 386. Duplicação só volta a ganhar ritmo no último quadrimestre do ano.
2025
Entendemos que imprevistos acontecem, mas não dá para usar isso como desculpa. Assim como nós, empresários, precisamos ter um plano B, eles também deveriam ter.”
90%
• Cronograma de conclusão da duplicação da rodovia sofre novos ajustes após avaliação da CCT. Com isso, perspectiva da concessionária é entregar os 20,3 quilômetros totalmente duplicados até o fim do ano. Ao todo, obra deve fechar quatro anos e meio.
Também em andamento, estão as obras da faixa adicional entre Lajeado e Estrela. São 10,2 quilômetros de nova faixa entre as duas cidades, nos dois sentidos. Segundo a CCR ViaSul, a obra atingiu um estágio de 90%. O prazo para conclusão, por ora, segue para agosto.
VALE DO TAQUARI
Mateus Souza mateus@grupoahora.net.br
DIEGO TOMASI EMPRESÁRIO
Trechos em obras na rodovia trazem transtornos aos motoristas
FOTOS GABRIEL SANTOS
Novas moradias representam o recomeço a 35 famílias do Vale
Histórias de superação marcam nova etapa da entrega de moradias no programa federal de reconstrução habitacional realizada nessa quarta-feira, 2, na Caixa Econômica Federal, em Lajeado
Aassinatura do contrato da casa própria nessa quarta-feira, 2, na Caixa Econômica Federal, em Lajeado, representa o recomeço para 35 famílias do Vale do Taquari atingidas pelas enchentes de maio de 2024. Os beneficiados são de Lajeado, Estrela, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado e Taquari, contemplados por meio do programa federal da “Compra Assistida”, voltado à reconstrução de vidas após as catástrofes climáticas no Rio Grande do Sul. Entre os contemplados está Eva Cardoso Birck, 44 anos, moradora do Bairro Marmitt, em
Estrela. Ela revive a angústia dos momentos em que sua casa foi sucessivamente atingida pelas cheias. “Na enchente de setembro a gente voltou pra casa, mas em novembro, com parte do telhado já estragado, acabamos saindo. Quando pensamos em voltar e arrumar o que restava, outra casa caiu em cima da nossa. Perdemos tudo”, relata.
A demora no processo burocrático deu lugar à esperança. Nos próximos dias, Eva e sua família se mudam para o novo lar, no bairro São Cristóvão, em Lajeado. “Demorou demais, mas agora é um alívio. A gente queria continuar em Estrela, mas como não conseguimos, escolhemos Lajeado, que também é perto do trabalho e da escola.”
Outra beneficiária é a aposentada Celma Pereira Lord, 63 anos. Moradora de Estrela, desde a enchente de maio está abrigada na casa da irmã. Com a ajuda do programa, ela irá retornar à terra natal, Venâncio Aires. “Dessa vez caiu tudo, perdi o que tinha. Dava enchente, a gente limpava e voltava, até que no fim caiu tudo. Não tem mais como
voltar pra lá, aquele lado não tem mais condições.”
Celma também recorda o sofrimento da filha, que perdeu uma casa recém-construída. “Agora, o que ela tinha virou em nada, mato tomando conta. Agradeço a Deus todo dia pela vida e pela saúde. Quase perdi minha outra filha com as crianças nas enchentes de setembro. Perdemos os bens, mas salvamos o mais importante: a vida.”
As entregas fazem parte do compromisso do Governo Federal de agilizar semanalmente a liberação de novas moradias. No Rio Grande do Sul, já são 3,5 mil famílias contempladas, sendo 750 no Vale do Taquari. Além disso, há novos empreendimentos habitacionais em análise.
O secretário de Apoio à Reconstrução do RS, Maneco Hassen, reforça o esforço do governo em acelerar o processo de entrega das moradias. “Sabemos que há uma série de transtornos para as famílias, para a região e buscamos acelerar ainda mais a viabilização e doação das casas. As localidades atingidas são quase sempre as mesmas, por isso, quanto mais
agilizarmos, menos famílias serão impactadas em futuros eventos climáticos.”
Segundo ele, a meta é garantir celeridade no acolhimento das vítimas. “Estamos trabalhando para que todas as famílias atingidas pelas catástrofes climáticas possam receber suas moradias com seriedade e agilidade.”
As ações de reconstrução têm se tornado essenciais não apenas para devolver tetos às famílias, mas também para resgatar a dignidade de quem perdeu tudo — menos a esperança.
Maira Schneider mairaschneider@grupoahora.net.br
VALE DO TAQUARI
Famílias bene ciadas de Lajeado, Estrela, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado e Taquari assinaram os contratos através do programa federal da “Compra Assistida”
FOTOS DANIÉLY SCHWAMBACH
Celma morava em Estrela e, após perder sua casa, encontrou um novo lar na cidade de Venâncio Aires
MAIRA SCHNEIDER
Após perder a casa em que moravam em Estrela, Eva e sua família recomeçam uma nova fase da vida em Lajeado
vinibilhar@grupoahora.net.br
VINI BILHAR
Liderança e governança: pilares cooperativos sob o olhar da Dália
Três turmas formadas por associados e colaboradores da Cooperativa Dália Alimentos concluíram, no mês de junho, o quarto e último módulo do curso Formação para Liderança. A iniciativa foi promovida pela Longevisar, com apoio financeiro do Sistema Ocergs/ Sescoop.
O encerramento da formação, realizado na sede do Sicredi Região dos Vales, em Encantado, reuniu 90 participantes, todos certificados ao final da jornada. O professor Ademar Schardong conduziu o encontro final, revisando os conceitos fundamentais abor-
dados nos módulos anteriores. A formação reforça uma compreensão já consolidada, mas sempre atual: o preparo das lideranças é fator-chave para a sustentabilidade de negócios cooperativos. Para o Supervisor Comercial responsável pelo mercado interno da Dália, Daniel Martin Weingartner, o conselho de administração ocupa posição central na estrutura cooperativa, sendo responsável por garantir não apenas boas práticas de gestão, mas a aderência contínua aos princípios que regem o modelo cooperativista.
A solenidade também contou
com a presença do Vice-Presidente do Conselho de Administração da cooperativa, Pasqual Bertoldi, que reforçou um ponto essencial: a liderança só cumpre seu papel integral quando está conectada ao sentimento de pertencimento. Iniciativas como essa, que alinham capacitação técnica e valores identitários, sinalizam um futuro promissor para o setor cooperativista. Ao investir na formação de lideranças conscientes, a Dália Alimentos reafirma seu compromisso com a governança sólida e com a construção de um modelo de gestão que respeita raízes, mas projeta o amanhã.
1ª AQUIBOM terá Feira da Agricultura Familiar
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) abriu as inscrições para a Feira da Agricultura Familiar, que integrará a 1ª AQUIBOM – Feira Estadual de Aquicultura. O evento será realizado de 7 a 9 de novembro, no Recanto Novo
Paraíso, em Bom Retiro do Sul. Os sindicatos têm de 7 a 14 de julho para inscrever os empreendimentos interessados.
As inscrições devem ser feitas no site da Fetag-RS, na aba “Feiras”, utilizando login e senha já cadastrados. Após preencher a ficha e
anexar os documentos exigidos em PDF, a comissão organizadora avaliará os pedidos. A inscrição não garante participação, e os empreendimentos locais terão prioridade. Os sindicatos serão responsáveis por comunicar a aprovação ou eventuais pendências aos inscritos.
Papos de Bar da Acil aborda inovação e experiências internacionais
A Acil promoveu na terça-feira, 1º, na Bem Cervejaria, a segunda edição de 2025 do Papos de Bar. O convidado foi Fernando Röhsig, conselheiro do IBGC e do Grupo Medical San, que compartilhou vivências em polos de inovação como Vale do Silício, Israel, China e Inglaterra. Ele destacou que a inovação vai além da tecnologia e está ligada à cultura e à mentalidade das empresas. Röhsig defendeu que experiên-
cias internacionais podem ser adaptadas ao contexto brasileiro para promover resultados e gerar conhecimento.A vice-presidente de Desenvolvimento Executivo da Acil, Betina Durayski, e o vice-presidente de Inovação e Tecnologia, Rafael Zanatta, ressaltaram que o evento fortalece o propósito da entidade de inspirar negócios locais com cases de sucesso. Röhsig ainda revelou nova missão em 2025 aos Estados Unidos.
FRASE DO DIA
É bom viajar porque, quando voltamos, vemos que há muito o que pode ser feito por aqui. A transformação precisa gerar prosperidade e resultado para os negócios, não apenas na forma monetária, mas em forma de conhecimento que precisa ser compartilhado”.
DIVULGAÇÃO
MAURO HAUSCHILD/DIVULGAÇÃO
SANEAMENTO BÁSICO
Corsan projeta investimento de R$ 68 milhões até 2033
Plano foi apresentado nesta terça-feira e inclui o tratamento de esgoto e o abastecimento de água, dentro das metas do Marco
Legal do Saneamento Básico
sistema completo de coleta e tratamento de esgoto, alinhado às exigências do Marco Legal do Saneamento Básico.
Os diretores de Relações Institucionais da Corsan/Aegea, André Finamor e Cesar Faccioli, apresentaram o plano de investimentos previsto para Arroio do Meio à comunidade, vereadores e lideranças políticas, na sede da Acisam, nessa terçafeira, 1º.
A companhia prevê um investimento de R$ 68 milhões até 2033. Os recursos serão aplicados na ampliação do abastecimento de água e na implantação de um
O projeto contempla a instalação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com capacidade para atender 21 mil habitantes. A estrutura contará com aproximadamente 116 mil metros de redes coletoras e 6,2 mil ligações domiciliares.
O prefeito Sidnei Eckert destaca que a comunidade ainda possui muitas dúvidas sobre o processo de concessão e a atuação da Corsan. Segundo ele, o momento é de buscar informações para tomar a melhor decisão para o futuro
do município. “É importante analisar com responsabilidade, como fizemos com o setor elétrico anos atrás, e que, aos poucos, vem demonstrando avanços”, afirmou.
O plano da Corsan integra um movimento estadual que envolveu a assinatura de convênios com 317 municípios gaúchos, totalizando mais de R$ 4 bilhões em investimentos. Conforme a instituição, os recursos destinados a Arroio do Meio fazem parte do esforço para cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento, que determina que, em oito anos, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto.
Diretores de Relações Institucionais da Corsan/Aegea apresentaram plano em reunião na sede da Acisam
OBITUÁRIO
LUIZ ZIMMERMANN, 72, faleceu ontem, 2. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico do bairro São José, em Estrela.
IVO ANSCHAU, 92, faleceu ontem, 2. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico Nossa Senhora da Conceição, em Fazenda Vilanova.
TERESINHA BORSATTO, 80, faleceu ontem, 2. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico de Bela Vista, em Arroio do Meio.
CARMELINA MENEGHINI, 84, faleceu na terça-feira, 1º. O sepultamento ocorreu no Cemitério Santo Antão, em Encantado.
ANAYR JUDITHA BOTTONI, 93, faleceu na terça-feira, 1º. O sepultamento ocorreu no cemitério de Palmas, em Arroio do Meio.
ILSE ULLRICH SCHMITZ, 63, faleceu na terça-feira, 1º. O sepultamento ocorreu no Cemitério Católico da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes de Conventos, em Lajeado.
ARROIO DO MEIO
Gabriel Santos gabriel@grupoahora.net.br
GABRIEL SANTOS
PISTA SIMPLES
Acidentes reforçam alerta por mais segurança na Via Láctea
Trecho entre os quilômetros 20 e 30, em Teutônia, acumula 150 acidentes em quase seis anos – 137 com lesões. Projeto estadual de duplicação é criticado por falhas em soluções para mobilidade urbana e proteção a pedestres
Grasi Nabinger grasielinabinger@grupoahora.net.br
TEUTÔNIA
Dois acidentes num curto espaço de tempo reacenderam o alerta para os riscos na ERS-128, a Via Láctea, em Teutônia. No dia 15 de junho, um homem morreu no quilômetro 23 da rodovia. Já no dia 20, outro acidente – com danos materiais – foi registrado no trevo do bairro Teutônia, onde está prevista uma intervenção viária que tem gerado debate.
Os dois casos somam-se a um histórico de acidentes. Entre 1º de julho de 2019 e 31 de maio de 2025, o trecho entre os quilômetros 20 e 30 da Via Láctea registrou 150 acidentes – 137 deles com vítimas lesionadas.
A via também contabiliza óbitos por atropelamento, reforçando a urgência por intervenções que tornem a rodovia mais segura para quem trafega ou cruza o trecho diariamente.
Os horários mais críticos, conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) concentram-se entre 6h e 7h e entre 17h e 18h – períodos de deslocamento para trabalho e estudo.
Divergências
Enquanto o número de acidentes cresce, a proposta de duplicação da rodovia levanta controvérsias entre o governo estadual e a Prefeitura de Teutônia.
A Via Láctea integra o Bloco 2 do Plano de Concessão do Governo do Estado, apresentado em janeiro deste ano. O projeto estadual prevê a duplicação da via até o quilômetro 26, nas proximidades do trevo de acesso ao bairro Centro Administrativo de Teutônia.
A Via Láctea cruza Teutônia em todos os seus bairros, e tirar as rótulas representaria um grande problema de interligação e mobilidade dos moradores.”
A proposta do município, no entanto, sugere que a duplicação se estenda até o quilômetro 23, no trevo de acesso ao bairro Canabarro, em direção à Fazenda Vilanova.
Outro ponto de discordância é a retirada de rótulas em cruzamentos importantes. O projeto do Estado propõe interseções fechadas – como no trevo do bairro Teutônia, onde foi registrado acidente na semana passada. Essa proposta, segundo a Prefeitura, aumentaria o fluxo dentro da área urbana e comprometeria a segurança de quem precisa atravessar a rodovia.
Mobilidade e segurança
Para o presidente da Associação dos Municípios do Sol Nascente (Amsol) e prefeito de Teutônia, Renato Altmann, a proposta estadual ignora a dinâmica urbana local.
“Impacta diretamente na mobilidade urbana do município, pois destoa da realidade que vivemos diariamente em Teutônia. A Via Láctea cruza Teutônia em todos os seus bairros, e tirar as rótulas representaria um grande problema de interligação e mobilidade dos moradores, além de direcionar grande parte do fluxo de veículos para dentro da cidade”, afirma A contraproposta da administração municipal é clara: manter as principais rotatórias e ampliar o trecho de duplicação, visando à redução de riscos e ao respeito à dinâmica urbana de Teutônia. “A sugestão foi de manter as principais rotatórias, viabilizando a mobilidade e reduzindo os riscos de acidentes”, completa Altmann.
Rodovia tem trechos considerados perigosos por autoridades
GRASI NABINGER
RENATO ALTMANN, PREFEITO DE TEUTÔNIA
EMBAIXADA DO MEIO AMBIENTE
Educame movimenta escola do bairro Planalto
Emef Lauro Müller, em Lajeado, recebeu a 13ª edição caravana do programa Educação Ambiental na Escola
Aapresentação da peça teatral “Educa, por quê?” e a oficina “Repórter Mirim Ambiental” envolveram mais de 190 alunos da Emef Lauro Mathias Müller, na manhã fria de ontem. Na abertura da atividade, a diretora Betina Immich deu boas-vindas à equipe do Grupo A Hora. Em seguida, o coordenador do programa Educame, Gilberto Soares, falou sobre a importância da preservação ambiental e destacou:
“Cuidar um do outro faz parte de cuidar do meio ambiente.” Ele ainda destacou que a curiosidade leva ao conhecimento. Perguntar “por que?” é uma maneira de saber mais, basta não se contentar com a resposta “porque sim”. Logo em seguida, Soares chamou o personagem “Por Que?”
Com muita animação e ludicidade, o “Por Que?” abordou sobre os cuidados com a água, a importância de separar os resíduos sólidos e a necessidade de cuidar do meio ambiente. E ensinou: “Conhecer, cuidar e preservar. Reduzir, reciclar, reutilizar.”
Depois da apresentação teatral, as turmas do 4º e 5º ano participaram da oficina “Repórter Ambiental Mirim”. A intenção é capacitá-los para redigir pequenos textos noticiosos sobre atividades
Estrutura subterrânea escavada por animais préhistóricos Tom Ford, estilista
Cobra que protege as matas de destruidores da natureza (Folc.)
Compaixão Controle (?): poder do investidor majoritário em uma empresa S.A
CRUZADAS
Metáfora para a comunicação codificada entre grupos segregacionistas
Data como 1/5 (?) Lara, atriz
Continuar a existir Material elétrico Interjeição que manifesta surpresa
Sílaba de "pelve" Isto é (abrev.)
de Horácio Deus, em árabe
de Milão Correio eletrônico
para um cargo
Docinho típico de festa infantil
Cuidados com o meio ambiente foram abordados pelo personagem “Por Que?”
Diretora Betina recebeu placa de escola “Embaixada do Meio Ambiente”
realizadas na escola. Os alunos conheceram o símbolo do jornalismo, a raposa, e as informações básicas necessárias para compor o texto noticioso. No final da oficina, receberam um certificado de participação e um convite para enviar conteúdos a serem publicados no suplemento impresso do Educame.
Os colegas Samuel Imperador Silva, 10, e Elinton Leonardo Souza Valle,10, gostaram da peça teatral, especialmente da música cantada pelo personagem ao som do violão. Os meninos também participaram da oficina de jornalismo.
A diretora Betina recebeu do coordenador Soares uma placa que reconhece a Emef Lauro Müller como “Embaixada do Meio Ambiente”.
Qualidade inerente a uma pessoa
Condição de Dunga, na Copa de 1994
Gás mais incidente no ar (símbolo)
Símbolo de brasões Tecido fino
Carta do baralho 4 + 3 (Mat.) (?) de esforço, exame cardíaco
HORÓSCOPO
ÁRIES: Aproveite para conversar sobre planos futuros com o par ou fazer aquela reunião produtiva no trabalho.
TOURO: Inclua atividades gostosas, como um passeio tranquilo após o expediente ou pausa para relaxar no almoço
GÊMEOS: Será bom momento para lançar um curso ou compartilhar suas ideias nas redes sociais e brilhar publicamente.
CÂNCER: Valorize as conversas familiares e deixe o ambiente mais bonito e acolhedor com pequenos detalhes que fazem diferença.
LEÃO: As comunicações uirão facilmente hoje, poderão surgir ideias brilhantes em conversas com amigos e irmãos.
VIRGEM: Experimente também se mimar um pouco com algo que aumente sua autoestima, como um acessório elegante ou novo look.
LIBRA: Cuide da beleza, do bem-estar, da saúde, cultive o amor próprio e jogue a autoestima para cima. O dia trará fortalecimento emocional.
ESCORPIÃO: Aproveite o dia para re etir, meditar e se conectar com a espiritualidade. Uma pausa para contemplar a natureza.
SAGITÁRIO: Encontros com amigos e conversas enriquecedoras animarão o clima. Convide alguém para almoçar.
CAPRICÓRNIO: SVisualize o que quer para o futuro e invista na sua imagem pro ssional. O dia trará maior exposição, popularidade.
AQUÁRIO: Melhore condições de um contrato ou aposte numa nova jornada e assuma posição de maior prestígio.
PEIXES: Conversas íntimas reveladoras aumentarão a cumplicidade numa relação especial. O dia pedirá privacidade e um mergulho nas emoções.
Teatro
Poema
Anuro de pele lisa
Sublimes (fig.)
Samuel e Elinton, do 5º ano, gostaram do teatro e participaram da o cina
FOTOS LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA
PARTICIPAÇÃO
LAJEADENSE CONVOCA ASSOCIADOS PARA ASSEMBLEIA GERAL
ezequiel@grupoahora.net.br
OClube Esportivo Lajeadense convocou os associados para participarem da assembleia geral ordinária, que ocorrerá no dia 18 de julho, na sede do clube. A primeira chamada está marcada para às 19h, com presença mínima de 50% dos associados; a segunda, e definitiva, será às 20h, com qualquer número de
Reunião ocorre no dia 18 de julho e prevê eleição de conselhos e aprovação de contas do clube presentes. A pauta da assembleia inclui a aprovação das contas do Conselho de Administração relativas ao exercício de 2024 e eleições para importantes cargos do clube. Serão escolhidos 14 membros titulares e nove suplentes para o Conselho Deliberativo, além de três titulares e três suplentes para o Conselho Fiscal. Também ocorre a eleição da nova Mesa Diretora do Conselho Deliberativo, com mandato de quatro anos, até julho de 2029.
De acordo com o edital assinado por Neidemar José Fachinetto, presidente do Conselho Deliberativo, somente poderão votar ou ser votados os associados que estiverem em dia com suas mensalidades: 12 meses para votar e 18 meses para serem votados, conforme prevê o Estatuto Social. A assembleia também abrirá espaço para assuntos gerais, reforçando o compromisso da diretoria com a transparência e a participação ativa dos sócios nas decisões do clube.
Zique Neitzke
LIGA GAÚCHA
BELLA RETORNA AO
COMANDO DA ALAF EM BUSCA DE REAÇÃO
Técnico reassume equipe principal após passagem vitoriosa entre 2017 e 2023 e terá comissão técnica permanente ao seu lado
Zique Neitzke ezequiel@grupoahora.net.br
AAssociação Lajeado de Futsal (Alaf) confirmou o retorno de Edmilson Corrêa, o “Bella”, ao comando técnico da equipe adulta. O treinador reassume o time após pouco mais de dois anos afastado por questões pessoais e chega com a missão de reverter o início ruim da equipe na Liga Gaúcha Série B, onde a Alaf ainda não pontuou após quatro rodadas.
Nesta nova etapa, Bella contará com uma comissão técnica permanente formada pelos auxiliares
Nei Jung e Gabriel Dalmoro, marcando o início de uma nova metodologia de trabalho no clube. Os treinamentos com o elenco adulto iniciaram ontem, terçafeira, 1º de julho, e a reestreia do técnico será no sábado, 5, às 20h, contra a AGSL, no Complexo Esportivo da Univates. Antes de aceitar o convite para reassumir a equipe principal, Bella estava à frente da categoria Sub-17 da Alaf, ao lado do auxiliar Douglas Olbermann, que agora passa a comandar a
Bella esteve anteriormente no comando da equipe principal entre 2017 e 2023, período em que consolidou seu nome na história do clube
equipe na disputa do Gauchão da categoria.
EVITAR O REBAIXAMENTO
A situação da Alaf na Liga Gaúcha é delicada. Em quatro partidas, a equipe marcou apenas quatro gols e sofreu 18. Com isso, ocupa a lanterna do grupo e precisa reagir rapidamente para evitar o rebaixamento à Série C. De acordo com o regulamento, os dois piores de cada grupo na primeira fase serão rebaixados. Os próximos compromissos da equipe lajeadense no primeiro
turno serão contra Tapejara Futsal (fora), Soberano (casa) e Asaf (fora), além do confronto deste sábado com a AGSL. A liderança da chave está dividida entre Tapejara Futsal e Fontoura Xavier Futsal, com sete pontos, seguidos por Ibira Futsal, São José Futsal e União Parobé (6), Asaf, Soberano e AGSL (5). A Alaf ainda não pontuou.
Bella esteve anteriormente no comando da equipe principal entre 2017 e 2023, período em que consolidou seu nome na história do clube. Agora, ele retorna com o desafio de reconstruir a confiança e recolocar a Alaf no caminho das vitórias.
ENVELHECER COM SAÚDE: O PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO
NA QUALIDADE DE VIDA
Envelhecer é um processo natural, mas isso não significa aceitar o sedentarismo ou o declínio físico como destino inevitável. Há muito tempo se estuda sobre exercícios físicos na terceira idade e todos comprovam que é uma das estratégias mais eficazes para manter a saúde, a autonomia e a qualidade de vida. A partir dos 60 anos, o corpo passa por diversas mudanças: perda de massa muscular, redução da densidade óssea, maior risco de doenças cardiovasculares, além de alterações no equilíbrio e na mobilidade, no entanto, esses efeitos podem ser significativamente atenuados ou até mesmo evitados com a prática de atividades físicas orientadas.
O TREINO DA FORÇA, POR EXEMPLO, ANUDA A PREVENIR A SARCOPENIA, UMA CONDIÇÃO COMUM ENTRE OS IDOSOS”
As caminhadas, musculação, ginástica funcional, alongamentos e até exercícios com trampolim adaptado são ótimas opções para manter o corpo ativo e saudável. O treino de força, por exemplo, ajuda a prevenir a sarcopenia, uma condição comum entre idosos que leva à perda de força muscular e aumenta o risco de quedas, já as atividades aeróbicas estimulam o sistema cardiovascular, controlam a pressão arterial e melhoram a oxigenação do cérebro. Além dos benefícios físicos, o exercício tem um papel fundamental na saúde mental, ela ajuda no combate à depressão, à ansiedade e à solidão, problemas que infelizmente atingem muitos idosos. A participação de grupos de treino ou aulas coletivas ainda promove socialização e autoestima, fortalecendo o bem-estar emocional. O importante é lembrar que nunca é tarde para começar, mas sempre com o acompanhamento de um profissional da educação física. Envelhecer com saúde é uma escolha que exige movimento, cuidado e constância. Portanto, mexa-se! Seu corpo e sua mente agradecem — em qualquer idade.
MARCOS MINORU OTSUKA
DIVULGAÇÃO
por Raica Franz Weiss
Settimana Italiana é tradição em Encantado
Para homenagear a imigração italiana, o município organizava a 13ª Settimana Dell Imigrazione Italiana de Encantado. O evento promovia a integração entre as comunidades, o resgate dos costumes dos antepassados e a continuação das tradições e da cultura dos colonizadores de Encantado.
Foi promovido um desfile de carroças no Centro da cidade, simbolizando aspectos culturais e retratando a chegada dos italianos ao município. O cortejo foi recebido na comunidade de Santo Agostinho, onde houve missa festiva e almoço para mais de 700 pessoas.
Além disso, Encantado iniciava um projeto de descentralização do governo e levava ao distrito de Valdástico as atividades da administração municipal por um dia. O intuito ea incentivar a participação de moradores de comunidades do interior nas decisões do governo.
O distrito de Valdástico era o primeiro a receber o projeto, uma forma de homenagear a cultura italiana dentro da programação da Settimana. Isso porque foi no distrito que os primeiros imigrantes italianos
de Encantado se estabeleceram. Valdástico é a principal razão para que Encantado seja considerada cidade irmã de San Pietro de Vasdástico na Itália, no processo de gemellagio.
Dentro das festividades também estava uma homenagem a três servidores municipais que integram o Corpo de Bombeiros Voluntários de Encantado:
Sérgio Zamboni (na época, secretário de Obras), Fernando Zachetti e Giovani Delazari. Eles receberam medalha de honra pelo trabalho efetuado durante o período de estiagem em 2005, quando foram registrados diversos incêndios pela comunidade.
Na edição de 2005 da Settimana, também foi realizado o 1º Festival de Cantoria Italiana. Participaram sete grupos de canto de diversas localidades de Encantado. O vencedor foi o grupo de Jacarezinho.
A Settimana Dell Imigrazione Italiana foi instituída por lei municipal em 1993, no governo de Adroaldo Conzatti, e é realizada ainda hoje em Encantado. A edição de 2025 foi anunciada na Suinofest e está programada para 28 de julho a 3 de agosto deste ano.
HBB inaugurava UTI no hospital
Conforme os jornais da época, o Hospital Bruno Born de Lajeado instalava uma moderna Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na instituição. Os equipamentos eram todos importados da Alemanha pelo custo de 300 mil cruzeiros. Hoje, o HBB dispõe de 20
leitos na UTI Adulto e atende a população do Vale do Taquari e do Rio Pardo. As instalações se enquadram na Unidade de Nível II, segundo normatização do Ministério da Saúde. Um avanço considerável na comparação com 50 anos atrás.
1º Festival de Cantoria Italiana
Autoridades junto aos bombeiros voluntários homenageados
Hoje é
- Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial
- Dia Internacional sem Sacos Plásticos
Santo do dia: São Tomé
FILIPE
FALEIRO
Jornalista colunafaleiro@grupoahora.net.br
“Empreendedorismo” da servidão da
Era uma vez um trabalhador que virou patrão de si mesmo. Um novo microempresário. Comprou um capacete na promoção e começou a entregar felicidade em caixas brancas com molho extra.
Acordava cedo, batia meta no app, agradecia pelo algoritmo permitir um "dinheiro extra". Dormia sonhando com a próxima corrida. Uma fábula dos tempos modernos, sem fada madrinha, sem bônus e zero direitos.
A moda agora é ser "dono de si". Um patrão sem empresa. Um empreendedor sem capital. Só com dívida e dor na coluna. Tem que fazer pose no Instagram, agradecer pela oportunidade de "fugir da CLT", como se a carteira assinada fosse prisão e não conquista histórica. Pior: tem multinacional que ainda enche o peito pra dizer que oferece “liberdade” quando, na prática, está terceirizando até a dignidade.
No meio disso tudo, surge o MEI — o CPF com esteroides. Uma sigla que virou o paraíso da pejotização e o inferno da previdência. Em 2009 eram 44 mil no país. Hoje são mais de 16 milhões. Só no Vale, Lajeado viu um salto de 41% nos últimos cinco anos. Estrela, Teutônia, Encantado, todas indo na mesma batida. E metade desses “empreendedores” estão inadimplentes com o INSS. É o famoso “crescimento que afunda”. Um rombo de R$ 711 bilhões no INSS que não é debatido nem no cafezinho da Faria Lima. Sabe quanto um MEI contribui? Uns R$ 75 por mês. Isso dá direito a quê? Uma aposentadoria de salário mínimo, se o boleto não atrasar. Spoiler: atrasa. E muito. Precisamos falar sobre o novo truque de mágica do capital: chamar trabalhador de empresário. O entregador não é mais assalariado, é “parceiro”. A doméstica não tem vínculo, tem “flexibilidade” para ser diarista. O motorista de App não tem chefe. Ele que se vire com a
mecânica do carro e há quem aluga até o veículo para rodar.
Tudo em nome de um empreendedorismo de palco, onde o sujeito pode até vender coxinha na rua, mas se quebra a perna, ninguém paga nem a gaze. Sobra, claro, para a famigerada previdência social, que todos xingam, mas sempre precisam.
“Assinar a carteira nada, quero liberdade”
A cereja desse bolo azedo é a “aversão à CLT”. Crescente fenômeno da internet, alimentada por influencer sem conteúdo. Tem gente achando bonito dizer que prefere trabalhar por conta. Como resultado, temos milhares de autônomos por desespero. O Brasil inventou o empreendedorismo de necessidade com estética de sucesso. A selfie é bonita. O boleto, nem tanto.
Os dados são alarmantes: 59% preferem ser autônomos, mesmo sem garantias. O trabalhador formal virou quase exceção. CLT é artigo de museu. Previdência? Uma ficção. Toda uma geração está sendo jogada no desamparo. Vamos ser claros, isso não é empreendedorismo. O povo está substituindo salário por esperança. E esperança não paga consulta, não paga INSS, não paga aposentadoria. Só alimenta a ilusão de que quem trabalha por conta, muitos ficando 12 horas por dia na frente de uma direção, é mais livre do que quem tem horário, férias e 13º salário. Bem-vindo ao capitalismo da autoexploração. O século 21 promete liberdade, entrega QR code e te cobra em silêncio. O trabalhador parou de assinar o livro ponto e foi parar no serviço pela notificação de aplicativo.
ARTIGO
MÁRCIO PORT
Presidente Central Sicredi Sul/Sudeste
Sicredi: cooperando para transformar
vidas e
comunidades
Quando falamos de cooperativismo, falamos de um modelo que nasce da vontade de construir um mundo melhor. Um movimento que acredita que as soluções para os desafios da sociedade vêm do esforço conjunto, da solidariedade e da participação democrática. É dentro dessa grande história que o Sicredi se insere — e se destaca. O Sicredi é mais do que uma instituição financeira. É uma expressão viva de tudo o que o cooperativismo representa: pertencimento, resiliência, desenvolvimento local e compromisso com o futuro. Em cada município onde está presente, o Sicredi constrói mais do que agências — constrói vínculos. Estimula o crescimento das comunidades, fomenta a inclusão financeira e econômica, apoia a agricultura familiar e incentiva a educação e a cidadania. Em muitos lugares, especialmente nos pequenos municípios, o Sicredi é a única instituição financeira que se mantém ao lado das pessoas. Enquanto outros recuam diante das dificuldades, o Sicredi permanece próximo, oferecendo crédito responsável, soluções justas e, principalmente, confiança. Essa capacidade de resistir às adversidades e crescer junto com os associados não é ocasional — é fruto de um modelo de gestão democrática, de uma cultura de cooperação e de uma profunda ligação com os territórios onde atua. O Sicredi entende que pertencer significa estar presente, ouvir, compreender e construir soluções a muitas mãos. É isso que faz a diferença no dia a dia de seus mais de 9 milhões associados: saber que não são apenas clientes, mas parte de uma grande comunidade, que compartilha conquistas e enfrenta desafios de forma coletiva. Ao mesmo tempo, o Sicredi olha para o futuro com responsabilidade.
É isso que faz a diferença no dia a dia de seus mais de 9 milhões associados: saber que não são apenas clientes, mas parte de uma grande
comunidade.”
Está engajado nos grandes temas globais da sustentabilidade, do fortalecimento da educação financeira e da promoção da inclusão social. Participa ativamente da construção de um cooperativismo moderno, digital, ágil — sem nunca perder a essência humana que o trouxe até aqui. E os resultados desse trabalho não se medem apenas em números. Eles se expressam nas comunidades mais fortes, nos negócios locais mais prósperos, nos jovens que encontram oportunidades, nas famílias que realizam seus projetos de vida com apoio, segurança e orientação.
O Sicredi mostra, todos os dias, que o cooperativismo é uma força silenciosa, mas irresistível: que transforma economias, renova esperanças e constrói futuros possíveis. Com coragem, com propósito, com união. Se o cooperativismo é a resposta para um mundo mais justo e mais próspero, o Sicredi é a prova concreta de que essa resposta já está sendo construída, aqui e agora.
Quinta-feira, 3 julho 2025
Fechamento da edição: 18h
4º | MÁX: 17º
O dia começa com temperaturas baixas e com geada, principalmente na parte mais alta da região.
Educame reconhece escolas parceiras
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Apresentação da peça teatral “Educa, por quê?” e a oficina “Repórter Mirim Ambiental” envolveram mais de 190 alunos da Emef Lauro Mathias Müller, em Lajeado. Instituição de ensino também recebeu placa com o título de “Embaixada do Meio Ambiente”
Muçum testa sistema digital pioneiro para monitoramento de cheias
Município busca autonomia e precisão no alerta de inundações com tecnologia avançada e conexões independentes
Um projeto inovador de monitoramento de cheias está em fase de testes em Muçum. Instalado na Ponte Brochado da Rocha, o novo sistema tecnológico tem chamado a atenção da população, que questionava nas redes sociais sobre a estrutura presente no local. Em entrevista, o prefeito Mateus Trojan esclareceu os objetivos da iniciativa, que visa reforçar a segurança e melhorar a precisão das informações em situações de risco. O equipamento desenvolvido conta com um sensor de alta precisão, câmera 360º, sirene de alerta e autonomia energética, operando com baterias e alimentação elétrica
Nos surpreendeu a precisão do sensor e a capacidade de uso desses dados no sistema, que depois poderemos disponibilizar para a população e facilitar o acesso de todo mundo sem depender das réguas físicas como ainda ocorre até hoje”
MATEUS TROJAN
PREFEITO MATEUS TROJAN
independente da rede pública.
A transmissão de dados ocorre por meio de fibra óptica e tem redundância garantida pelo sistema Starlink, assegurando conexão permanente mesmo em cenários de instabilidade climática.
“A intenção principal é qualificar com tecnologia o monitoramento e alerta no próprio município de Muçum, tornando menos dependente
a população informada”, disse o gestor.
Acesso à população
a estrutura física das réguas, e também, mais eficaz em precisão e orientação à população”, afirmou o prefeito.
Testes promissores
Segundo Trojan, o sistema já está apresentando bons resultados nas últimas semanas e, se confirmada sua eficácia, será finalizado e replicado em outros pontos estratégicos do município com sirenes de alerta. A medida busca ainda reduzir a disparidade entre os dados coletados pelas réguas físicas e os sensores digitais do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que, em eventos recentes, apresentaram divergências significativas. “Não sabemos o motivo disso ocorrer, técnicos já vieram realizar uma calibragem para tentar resolver o problema, que não é exclusivo de Muçum, mas o fato é que não nos dá a precisão necessária para manter
Com o encerramento da fase de testes e a validação do sistema, os dados obtidos não serão restritos a Defesa Civil. “Nos surpreendeu a precisão do sensor e a capacidade de uso desses dados no sistema, que depois poderemos disponibilizar para a população e facilitar o acesso de todo mundo sem depender das réguas físicas como ainda ocorre até hoje”, comentou Trojan. A iniciativa se soma a uma série de ações adotadas pelo município desde os eventos climáticos extremos de 2023 e 2024, que colocaram em evidência a importância de sistemas de alerta rápidos e confiáveis para proteger vidas e mitigar danos. “A expectativa é que outros municípios da parte mais baixa, e alta também, possam ser beneficiados com uma precisão maior na nossa previsão e prevenção durante esses momentos de cheia”, salientou o prefeito.
Sensor está em fase nal de testes e logo poderá ser ampliado e seus dados acessados pela população
Quinta-feira, 3 julho 2025
Matheus Giovanella Laste matheus@grupoahora.net.br
Prefeito Mateus Trojan próximo ao sensor instalado na ponte Brochado da Rocha
A arca e o blá, blá, blá
Quando o presidente da Associação Amigos Reconstruindo Roca Sales, Eduardo Salgado, atualizou em primeira mão na Rádio A Hora (foto), os avanços do projeto turístico da réplica da Arca de Noé, idealizado por empresários do Vale do Taquari e da Serra, minha memória voltou para 2019. Naquele ano, o exprefeito Adroaldo Conzatti mobilizava amigos e lideranças encantadenses e anunciava a fundação da Associação Amigos
Tramontina e Roca Sales 1
O empresário Clóvis Tramontina, dono da potente indústria Tramontina, de Carlos Barbosa, aproximou-se de lideranças roca-salenses após a enchente de maio de 2024 (primeiro na foto à direita). E, nos bastidores, as conversas levantaram a possibilidade de instalar uma unidade da conceituada empresa na Cidade da Amizade. Mas antes de avançar nas negociações, o município precisa concluir o Plano Diretor, além de oferecer melhor infraestrutura logística. Nesse caso, os projetos de ligação asfáltica Roca Sales-Colinas e Roca Sales-Coronel Pilar são fundamentais.
de Cristo. Foi alvo de chacotas, comentários depreciativos, blá, blá, blá. E não se abalou. Situação idêntica ocorreu em 2023, quando o empresário Robison Gonzatti divulgou o maior Rosário do Mundo, em Muçum. Aliás, em breve deveremos ter novidades sobre o novo local do grandioso empreendimento. Foi alvo de chacotas, comentários depreciativos, blá, blá, blá. E não se abalou. Agora, com a arca, nada de novo!
DIOGO FEDRIZZI diogofedrizzi@grupoahora.net.br
Tramontina e Roca Sales 2
Quando esteve na cidade, Seu Clóvis encantou-se pela Estação Ferroviária, tanto que pediu para que a estrutura (hoje abandonada) seja revitalizada. Deu até sugestões para transformar o local em museu, memorial ou restaurante.
Tramontina e Roca Sales 3
A Associação Amigos Reconstruindo Roca Sales pretende agendar uma reunião com o experiente empresário para apresentar três projetos: a réplica
da Arca de Noé, a revitalização da Praça da Matriz e a ponte que será construída nas proximidades da empresa Beira Rio, no bairro 21 de abril.
E a CPI da Corsan?
A CPI da Corsan pode esfriar na Câmara de Vereadores de Encantado, antes mesmo de ser iniciada. A vinda de três dirigentes da Corsan/Aegea ao município nesta semana deu novas esperanças de soluções definitivas para o histórico problema do abastecimento de água na cidade. Na reunião, ocorrida na
Prefeitura, estavam os vereadores Cris Costa (PSDB) e Daniel Passaia. O primeiro assume a presidência do legislativo na sessão de segunda-feira, 7, e será o responsável pelos encaminhamentos do processo de criação ou de arquivamento da comissão. O segundo é o autor da proposta.
É assim que o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, encara a decisão de se lançar pré-candidato a deputado estadual pelo MDB. Na entrevista de ontem, ao programa Frente e Verso da Rádio A Hora, o político recordou o episódio de uma fotografia que encontrou em casa em meio à bagunça deixada pela enchente de maio de 2024. Na imagem, registrada em 1º de outubro de 2001, em um cenário de inundação, o menino Mateus, de 6 anos, usava uma camiseta com a frase “Today or tomorrow, I’ll finish it!” (Hoje ou amanhã, resolvo isso). “Na hora em que encontrei aquela foto, me impactou. Parece que ali já havia um sinal de que existia algo maior a ser trabalhado e a ser feito”, disse. Incrível coincidência!
Eu pergunto:
Depois dos últimos dias, ainda vale a expressão “o frio é psicológico?”
. Em Roca Sales, a empresa Traçado, de Erechim, será a responsável pela construção da ponte na avenida General Daltro Filho, entre o curtume e a JBS. O município foi contemplado com R$ 14 milhões do governo federal para executar a importante obra em um dos locais mais impactados pela força do Rio Taquari nas históricas enchentes.
. O encantadense Gilson Conzatti foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Mormaço com uma Moção de Congratulações, em reconhecimento ao trabalho na defesa do municipalismo e no fortalecimento do Poder Legislativo no país. Conzatti é vereador na cidade de Iraí e presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB). A informação foi repassada pelo jornalista Luis Gustavo Betinelli, novo assessor de imprensa da entidade.
. O sábado será movimentado em Encantado. No Boulevard, às 14h, tem o 1º Festival Interescolar de Quadrilhas Juninas, com a distribuição de R$ 30 mil em prêmios para as melhores coreografias. A programação movimenta escolas da região. No Complexo BBQ, das 10h às 20h, tem festa de São João beneficente, com a participação de entidades locais. E no Clube Comercial, a partir das 16h, o 1º Festival do Rock Encantado, com a apresentação de seis bandas.
Comunidade cobra investimentos em prevenção a deslizamentos
Audiência pública sobre o Plano Plurianual (PPA) ocorreu nesta semana. Orçamento supera R$ 700 milhões nos próximos quatro anos
ENCANTADO
Encantado estima um orçamento total superior a R$ 710 milhões de 2026 até 2029. Os números foram apresentados durante a audiência pública do Plano Plurianual (PPA) realizada na Câmara de Vereadores na segunda-feira, 30. A partir do PPA, o governo planeja os próximos quatro anos do orçamento público. Conforme o projeto de lei encaminhado pelo Executivo, os maiores investimentos são direcionados para as áreas da Saúde e Educação, seguido de Obras, Habitação e Assistência Social (veja em destaque).
A participação expressiva da comunidade surpreendeu os parlamentares. "Das três vezes que acompanhei, foi a reunião do PPA que teve maior presença de público", destacou o presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Infraestrutura Urbana e Rural, Diego Pretto (PP), responsável por coordenar a audiência. "Pela primeira vez, em 20 anos de legislatura, vi a Câmara com grande público", emendou Valdecir Gonzatti (PSDB). O interesse das pessoas, explicou Pretto, também foi motivado pela maior divulgação, com convites encaminhados diretamente a líderes de entidades e de associações, além dos próprios cidadãos. "É fundamental o envolvimento das pessoas, pois é nesse ato que conseguimos compreender, enquanto poder público, quais são as demandas que a comunidade está enxergando e que os agentes políticos não percebem. A audiência pública serve para captar aquela mensagem que
muitas vezes só a comunidade sabe que é importante", argumentou o assessor jurídico da Câmara, Lucas Pezzi.
"Consertar o morro"
As manifestações mais contundentes da plateia miraram a necessidade de investimentos em obras de prevenção nos locais onde foram registrados deslizamentos na tragédia climática de maio de 2024. "O morro pode ser trabalhado e consertado", reforçou o presidente da Associação de Moradores do Alto da Santa Clara, Rodrigo Artus. O bairro Santa Clara foi um dos mais impactados com graves movimentações de solo que ainda ameaçam a estrutura de moradias e colocam em risco a vida de moradores. "O PPA não tem nenhuma referência que nos atenda. Queremos
Estimativa orçamento
2026 - R$ 167,4 milhões
2027 - R$ 173,7 milhões
2028 - R$ 180,7 milhões
2029 - R$ 187,9 milhões
que seja incluída uma rubrica no PPA que contemple algo para deslizamentos", disse Artus. "Pagamos imposto para quê? Não adianta me dizer que vai chover 50 milímetros e eu tenho que sair de casa. A minha vida inteira está lá no morro. Ninguém da Santa Clara dorme tranquilo", apelou a professora Lisiane Scartezini. Outras contribuições sugeriram a aplicação de recursos na compra de áreas para novos
Com bom público no plenário, vereadores ouviram demandas e sugestões
distritos industriais, recuperação de solo no interior, ampliação do Asfalto Comunitário no interior, aparelhamento da Defesa Civil, fortalecimento das agroindústrias familiares, maior aporte para projetos na área do turismo e da cultura e para o auxílio-transporte aos universitários, aperfeiçoamento do sistema da coleta seletiva do lixo, novo acesso ao bairro Porto XV, entre outras. "Vamos levar essas propostas para dentro da comissão para serem apresentadas na forma de emendas. Os vereadores também apresentarão suas emendas. O projeto será liberado pela comissão uma semana antes da última sessão do mês. Votaremos até o
Principais instrumentos do orçamento público
Etapa 1: PPA (Plano Plurianual)
Define as prioridades do governo para os próximos quatro anos. Estabelece metas e programas que orientam os investimentos públicos.
Etapa 2: LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)
Liga o PPA à Lei Orçamentária Anual (LOA). Define as regras e prioridades para o orçamento do ano seguinte. Serve de guia para a elaboração da LOA. O projeto de Lei é encaminhado à Câmara de Vereadores até 31 de agosto e a votação ocorre até 15 de outubro.
Etapa
3:
LOA (Lei Orçamentária Anual)
É o orçamento em si. Detalha quanto e onde o dinheiro público será gasto no ano. Baseia-se nas diretrizes da LDO e nas metas do PPA. O projeto de Lei é encaminhado à Câmara de Vereadores até o dia 15 de novembro e a votação ocorre até 15 de dezembro.
fim de julho conforme o prazo acordado", explicou Pretto. O relator do PPA será Cris Costa (PSDB).
Ao mesmo tempo, Pretto defende que o legislativo proponha o debate a respeito de um plano a longo prazo. "Precisamos definir um guia geral para os próximos 20 anos de Encantado. Com a transformação que a gente está vendo em função do turismo e, por outro lado, com os impactos que a enchente trouxe, precisamos planejar o município por mais tempo", observou.
"Recicla-me" transforma alunos em agentes da sustentabilidade
A22ª edição do programa O Segredo da Infância, transmitido direto do estúdio da Rádio A Hora em Encantado, teve como tema central o projeto "Recicla-me", iniciativa ambiental desenvolvida pela escola Centro Municipal de Educação Encantado. Com a participação de professores e alunos da instituição, o programa foi mediado por Ana Fausta Borghetti, facilitadora de processos de inovação social, e chamou atenção para a importância da sustentabilidade nas escolas.
Participaram do bate-papo a diretora Gabriela Baggio, a professora Leila Horst e os estudantes Vitória Proença Fontana, Luan Sperotto, do 7º ano, e Bedjine Elasme, do 8º ano. O projeto foi idealizado com foco na educação ambiental e no reaproveitamento de resíduos plásticos, a partir da articulação com a empresa Lorenzon Plásticos, que atua na reciclagem do material no município.
A professora Leila, idealizadora da proposta, destacou a motivação por trás da iniciativa. “Sustentabilidade sempre foi meu carro-chefe como professora. No ano passado, vimos muito plástico nas enchentes. O que cabe a mim fazer como educadora? Fizemos da escola um ponto de entrega para tirar o resíduo do meio ambiente", explicou.
A ação tem gerado impacto direto na comunidade escolar, que hoje conta com cerca de 380 alunos – 280 deles em turno integral, do Pré B ao 9º ano, organizados em 19 turmas. Com o apoio da direção e da equipe pedagógica, a coleta de resíduos secos, especialmente plásticos, ocorre de segunda a sexta-feira, antes do início das aulas.
Para Luan, entender a diferença entre reciclar e reutilizar foi um aprendizado importante. “A reciclagem é um processo. Os plásticos que levamos para a escola vão para a Lorenzon Plásticos, onde até viram cerdas de vassoura. Já reutilizar é quando você aproveita uma garrafa pet ou um pote para outro uso em casa”, disse. A estudante Vitória reforçou a necessidade de
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cuidado com o material entregue. “Tem que estar limpo e seco. Não pode ser qualquer plástico. A gente aceita garrafas pet, embalagens de produtos de limpeza e tampinhas", afirmou.
Segundo a diretora Gabriela, o projeto começou de forma estratégica e consciente. “Definimos por começar com alguns tipos específicos de material reciclável. Não coletamos papelão, vidro ou latas, pois ainda não temos espaço nem equipe para triar esses resíduos".
A escola tem investido em ações educativas para ampliar o alcance da proposta. Alunos do 8º ano desenvolveram uma peça teatral com personagens criados especialmente para abordar o tema de maneira lúdica e acessível às turmas menores. Bedjine, que interpreta o vilão Plasticon, explicou que o objetivo da peça é mostrar como o plástico mal descartado faz mal para a natureza. Já o personagem Eco, o herói da
Realização:
história, representa a consciência ambiental que a escola busca desenvolver.
A mediação do programa foi conduzida por Ana Fausta Borghetti, que elogiou o projeto pela sua relevância. “É um projeto fundamental, pensando em sustentabilidade. É um assunto muito debatido nas escolas e cada vez mais urgente.” Ela também destacou a dimensão social da ação. “Isso tem que se transformar num hábito. Para nós, professores, isso não é novidade. Mas como sociedade, por que ainda temos tanta dificuldade em mudar?”
A diretora Gabriela reforçou que os estudantes são os grandes protagonistas dessa mudança. “Os alunos são os multiplicadores. A ideia é que eles engajem as famílias e que esse trabalho possa crescer. Que nossos bags fiquem cada vez mais cheios e que a gente possa chamar o caminhão da Lorenzon com mais frequência.”
Lideranças definem ações para resolver problema da falta de água no município
Reunião com representantes da Corsan/ Aegea ocorreu nesta semana na Prefeitura
ENCANTADO
Abusca por soluções definitivas para os problemas no abastecimento de água em Encantado avançou na terça-feira, 1º, com a apresentação, por parte da Corsan/Aegea, de um plano abrangente que inclui medidas emergenciais e estruturais. A iniciativa foi motivada por uma notificação formal encaminhada pelo governo no dia 24 de junho e resultou em um encontro presencial na Prefeitura, entre servidores municipais, representantes da concessionária e vereadores.
Estiveram presentes à reunião a presidente da Corsan no Rio Grande do Sul, Samanta Popov Tamiki, o diretor executivo regional Alexandre Barradas e o gerente institucional André Finamor. O governo municipal foi representado pelo prefeito Jonas Calvi, pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, José Caetano Turatti Ost, pelos fiscais Roque Conte e Gilmar Scaravonatti e pelos vereadores Daniel Passaia (União Brasil) e Cris Costa (PSDB).
Durante o encontro, a Corsan apresentou um diagnóstico completo do sistema, reconhecendo que metade da cidade é abastecida pela Estação de Tratamento
de Água (ETA), justamente na área que mais sofre com falhas no fornecimento. Foram apontados como principais fatores de instabilidade a captação antiga com bomba inadequada e sujeita a entupimentos por lodo, o quadro de comando elétrico defasado, a instabilidade elétrica que compromete os equipamentos de pressurização, os vazamentos ocultos em redes antigas e a baixa pressão registrada em bairros como Loteamento Fumagalli,
Jardim da Fonte, Planalto e Barra do Jacaré.
Providências
Entre as ações imediatas e de médio prazo já em execução, destacam-se o reposicionamento da captação em 250 metros rio acima, com a instalação de uma bomba anfíbia, a implantação de sistema de telemetria para monitoramento em tempo real da pressão, a perfuração e interliga-
ção de novos poços — incluindo um já concluído no Parque João Batista Marchese —, a realização de geofonamento para detec-
ção de vazamentos invisíveis (com previsão de conclusão até setembro), o alteamento de poços vulneráveis às cheias e a elaboração de um estudo para viabilizar a transição completa para o abastecimento por poços até 2026.
Como encaminhamento prático, foi definida a criação de um grupo de trabalho com representantes da Corsan, da administração municipal, da câmara e de lideranças comunitárias, que acompanhará o cumprimento das metas e garantirá a fiscalização das ações.
Ficou acertado ainda que representantes da Corsan/Aegea irão à Câmara de Vereadores em data futura para prestar esclarecimentos adicionais, ampliando o diálogo institucional. Já a Prefeitura se comprometeu a encaminhar ofícios solicitando a priorização da ligação elétrica do poço do Parque João Batista Marchese, o reforço na fiscalização dos serviços terceirizados de recomposição de calçadas e pavimentações, além da melhoria na comunicação com a população durante interrupções no abastecimento.
Uma nova reunião está prevista para setembro, após a conclusão do geofonamento e o avanço nas obras dos poços programados. A expectativa é que, com a implementação das medidas anunciadas, Encantado comece a superar os problemas históricos de abastecimento e possa contar com um sistema mais moderno, eficiente e confiável.
Quatro novos secretários reforçam alto escalão do governo
Comunicado foi feito pelo prefeito Angelo Barbieri nesta semana
NOVA BRÉSCIA
O governo de Nova Bréscia anunciou, nesta semana, os novos nomes que passam a integrar a equipe da Prefeitura. Os servidores assumem a condução de secretarias municipais ligadas a áreas como assistência social, agricultura, turismo, esportes, lazer e administração. As nomeações fazem parte da reorganização interna da gestão.
Na Secretaria de Assistência Social, Fernanda Zambiasi passa a comandar a pasta. Entre as prioridades da nova gestão estão a ampliação dos atendimentos e o fortalecimento das ações do
Centro de Referência de Assistência Social (Cras), cujo projeto de construção da nova sede está em andamento.
Para a Secretaria da Agricultura, foi nomeado Diogo Meneghini Vian. A atuação do novo gestor deverá se concentrar em iniciativas voltadas à produção rural e à sucessão familiar no campo, temas diretamente ligados à base econômica do município.
Jorge Fontana assume a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. A expectativa é de que a pasta intensifique a realização de eventos nas áreas esportiva, cultural e turística, com foco na integração comunitária e na promoção das atividades locais.
Na Secretaria de Administração, Silvia Maria Laste passa a coordenar os trabalhos internos.
A nova titular terá como atribuições a organização dos processos
administrativos e o suporte às demais secretarias, com foco na gestão e na articulação entre os setores da Prefeitura.
“Nosso compromisso é com uma gestão transparente, próxima da comunidade e eficiente. Desejo sucesso aos novos secretários e que,
juntos, possamos seguir construindo uma Nova Bréscia ainda melhor para todos”, destacou o prefeito Angelo Barbieri.
Novos titulares iniciaram trabalho nesta semana junto ao Poder Executivo municipal
Município havia notificado a concessionária após constantes falhas no abastecimento nos bairros
Divulgação
Erva-mate local ganha destaque como aliada contra as mudanças climáticas
Estudo da Secretaria da Agricultura, com apoio da Appemat, foi apresentado em simpósio latinoamericano sobre carbono do solo
ILÓPOLIS
Acadeia produtiva da erva-mate cultivada em Ilópolis ganhou projeção internacional na última semana. Um estudo desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), em parceria com a Associação dos Produtores e Parceiros da Erva-Mate do Alto Taquari (Appemat), foi apresentado durante o Simpósio Latino-Americano e Caribenho de Pesquisa de Carbono do Solo, realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
A pesquisa analisou os fluxos de gases de efeito estufa em três diferentes sistemas de cultivo da erva-mate no município de Ilópolis: mata nativa, cultivo a pleno sol e cultivo sombreado entre araucárias. Os resultados mostram que o sistema sombreado apresentou o menor potencial de aquecimento global, destacando-se como uma alternativa ambientalmente sustentável e com capacidade superior de acúmulo de carbono no solo e na vegetação.
Segundo os pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/ Seapi), o cultivo sombreado não apenas reduz as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e), como também reforça o papel da erva-mate como cultura estratégica no enfrentamento das mudanças climáticas.
Pesquisadores da Seapi no simpósio internacional. Produto local ganhou reconhecimento
Potencial descarbonizante da cultura
“É nesse contexto que a erva-mate entra, porque é uma cultura perene, com forte expressão no Estado, e seu manejo permite que ela retire mais carbono da atmosfera do que emite”, explicou Bruno Lisboa, pesquisador da área de solos da Seapi. “Nosso trabalho vem sendo desenvolvido há quase um ano, avaliando diferentes sistemas de produção — sombreado, pleno sol, mata nativa e áreas de grãos — para entender o quanto cada um emite
e, principalmente, o quanto consegue armazenar carbono no solo, na madeira e nas folhas da planta. Os dados comprovam o potencial descarbonizante da erva-mate e podem subsidiar políticas públicas, já que cada região e tipo de solo influencia esse comportamento.”
Além dos benefícios ambientais, o pesquisador destaca que o acúmulo de carbono no solo está diretamente ligado à qualidade e saúde do solo, influenciando sua capacidade produtiva. “Quanto mais matéria orgânica, melhor a saúde do solo, e isso impacta diretamente no rendimento das
Nosso trabalho vem sendo desenvolvido há quase um ano, avaliando diferentes sistemas de produção para entender o quanto cada um emite e, principalmente, o quanto consegue armazenar carbono no solo, na madeira e nas folhas da planta”
lavouras”, acrescenta.
O estudo foi um dos quatro trabalhos apresentados pela equipe técnica da Seapi no simpósio, que reuniu cientistas de toda a América Latina e Caribe para discutir estratégias de mitigação dos impactos ambientais na agricultura. Os dados sobre a erva-mate de Ilópolis integram a agenda científica que antecede a COP30, conferência mundial do clima que será realizada em novembro, em Belém (PA).
A participação da Appemat reforça o compromisso da região alta do Vale do Taquari com práticas produtivas sustentáveis e com o protagonismo na construção de soluções climáticas a partir da agricultura. A entidade tem atuado ativamente no incentivo à pesquisa, valorização do conhecimento técnico e fomento ao cultivo responsável da erva-mate.
Pesquisador de solos Luciano Kayser, ao lado do trabalho sobre uxo de gases nos ervais
BRUNO LISBOA PESQUISADOR
Análise a campo da emissão de gases em Ilópolis
DIVULGAÇÃO
Projeto Viver Bem celebra quatro anos de um novo modelo de envelhecimento ativo
Impacto real
Iniciativa pioneira já impactou mais de 400 pessoas com ações que unem movimento, ciência e cuidado humanizado
ENCANTADO
Há quatro anos, se reestruturava o Projeto Viver Bem, uma proposta inovadora da Secretaria Municipal da Saúde que hoje se consolida como política pública e referência regional no cuidado com pessoas da meia e terceira idade.
O que começou como um projeto piloto, com atuação pontual, hoje atende diretamente mais de 400 participantes em 18 grupos espalhados entre a área urbana e comunidades do interior de Encantado. E vai além: por meio do programa “É de Casa”, o atendimento também chega às residências de pessoas acamadas, oferecendo acolhimento, movimento e dignidade mesmo fora dos espaços coletivos.
O sucesso do Viver Bem é fruto de uma engrenagem que envolve gestão pública, profissionais capacitados e a força das comunidades. “Investir no Viver Bem é valorizar vidas. É cuidar de quem dedicou tanto por nossa cidade”, define o prefeito
A dança é só o ponto de partida. A partir dela, promovemos vínculo, autoestima, alegria e prevenção de doenças”
CRISTIANO SILVA
PROFESSOR
municipal, Jonas Calvi. A atuação próxima e dedicada das agentes comunitárias de Saúde é outro diferencial. São elas que mantêm o elo entre os grupos e a rede de atenção, mobilizando, acolhendo e acompanhando os idosos em cada etapa.
Sob liderança da secretária de Saúde de Encantado, Karoline Crippa, a pasta vem garantindo estrutura, suporte técnico e integração com demais políticas públicas, possibilitando a expansão constante do projeto. “É um dos projetos que mais nos orgulha, porque transforma a vida das pessoas”, afirma.
À frente da proposta, o professor Cristiano Silva, é o responsável por uma metodologia que une dança, ludicidade e movimento com embasamento científico e foco no envelhecimento ativo. “A dança é só o ponto de partida. A partir dela, promovemos vínculo, autoestima, alegria e prevenção de doenças”, explica.
As aulas ocorrem semanal, quinzenal ou mensalmente, sempre com respeito aos limites individuais e foco no bem-estar físico, emocional e social. Além das atividades em grupo, os atendimentos domiciliares levam o cuidado para onde ele é mais necessário, com sensibilidade e profissionalismo.
O projeto foi apresentado em congressos nacionais e internacionais, tendo inclusive um artigo publicado no FIEPS Bulletin — periódico da Federação Internacional de Educação Física — destacando os resultados positivos da modalidade de atendimento domiciliar. Os benefícios incluem ganhos funcionais, melhora da autoestima, redução do isolamento e fortalecimento dos vínculos sociais.
Outras produções acadêmicas também relatam os efeitos do projeto na prevenção da depressão, no estímulo à socialização e na promoção de um envelhecimento mais saudável.
Grupo atende diretamente mais de 400 participantes em 18 grupos espalhados pelo município
365 VEZES NO VALE
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Árvore mais famosa do estado ganha cabana e restaurante
No Linha Silva Tavares, interior de Venâncio Aires, uma árvore com quase 500 anos e trilhas que levam até três cascatas se transformou em destino popular. Agora, o Sítio da Figueira Centenária ganha hospedagem e restaurante, se consolidando de vez como ponto turístico regional.
A cabana já disponível para locação fica num dos pontos mais altos da propriedade. Está cercada por belas araucárias e três nascentes. À noite é possível escutar o barulho tranquilo da água. Como a propriedade rural continua ativa, é comum notar a presença silenciosa dos animais pastando nas redondezas.
Na parte interna, a hospedagem é formada por peça única. Tem cozinha completa, fogão a lenha ao lado de duas poltronas confortáveis e cama de casal com colchão de apoio para mais uma pessoa. O destaque fica para a hidromassagem.
Da sacada, os hóspedes têm uma visão ampla do campo verde, lagos e da figueira gigantesca.
O café da manhã é incluso na diária. Ao estilo colonial, tem pães, frios, geleia, pão de queijo, frutas, wafel, suco, café e leite. Encanta o carinho com o qual os anfitriões recebem os clientes. Na nossa passagem por lá, fomos recepcionados com carta escrita a mão, bolo de fruta, chá quente e uma cesta de bergamotas. A hidromassagem estava cheia de água e o fogo de chão na parte externa com lenha posta.
Com espaço para quase 80 pessoas, o Restaurante da Figueira foi construído onde antigamente ficava a estufa de fumo da família.
Atende nos fins de semana com pratos à la carte. O menu conta com a la minuta, pizza, porções e tábuas de frios. Uma vez por se-
Família abandonou outras atividades para apostar exclusivamente no turismo e já colhe resultados positivos dessa aposta
mana realiza jantares ou almoços especiais com informações divulgadas nas redes sociais. Nesse caso, o cardápio é variado desde churrasco, até galinhada.
Além da área interna, interessados podem aproveitar a gastronomia local na sombra da frondosa figueira. Há até opção especial
de cestas de piqueniques. No entorno da figueira, um verdadeiro garden se formou com bancos, balanços e mirante.
Todos os ingredientes para composição dos pratos vêm da propriedade rural ou de parceiros locais. Um exemplo são os vinhos e espumantes da Vinícola São Pedro, localizada em Grão Pará, Venâncio Aires.
Mais informações podem ser obtidas nas páginas @cabana_valedafigueira e @figueira_centenaria.
Aposta e confiança
A popularização da Figueira Centenária é um dos legados do projeto Redescubra Venâncio, idealizado pela ex-coordenadora de Turismo, Angelica Diefenthaler. A árvore rara ganhou holofotes em 2017 e, desde lá, passou a receber visitantes com frequência. Em 2021, o casal Rogério e Rejane Schwinn abandonaram a produção de fumo para se dedicar exclusivamente ao atendimento dos turistas. Os investimentos na cabana e restaurante são feitos com apoio da filha Jandrine e genro Maicon Ehlert. Inclusive, Ehlert largou um emprego estável como gerente de uma rede de atacado, para apostar no turismo rural e também proporcionar qualidade de vida para a filha Marina. A ideia dos proprietários é investir em novas experiências para popularizar cada vez mais a Figueira Centenária.
A comida caseira feita com ingredientes da propriedade rural e de parceiros locais é o diferencial do Restaurante da Figueira
Cabana com peça única é ideal para casais, mas tem acomodações para receber até três pessoas
Além da gigantesca árvore, Sítio da Figueira Centenária conta com trilha atê três cascatas: Santinha, Açaí Jussara e Araucárias