http://www.unric.org/html/portuguese/newsletter/newsletter_portugal36

Page 11

Crise Alimentar

Boletim do Centro de Informação Regional das Nações Unidas—UNRIC

São de esperar novos aumentos acentuados dos preços alimentares

PAM lança plano estratégico para responder a crise alimentar Este plano centrar-se-á em medidas de ajuda de emergência, por exemplo, a favor dos 3 milhões de pessoas vulneráveis no Darfur, em medidas preventivas, na compra de produtos alimentares nos mercados locais e no uso de dinheiro em efectivo e de vales, quando os alimentos estiverem disponíveis localmente mas fora do alcance dos pobres. O Programa Alimentar Mundial (PAM) aprovou um novo plano estratégico de quatro anos que permitirá responder às consequências da crise alimentar mundial. “Este plano estratégico é revolucionário em matéria de ajuda alimentar pois apoia os mercados locais, a fim de quebrar o ciclo da fome”, afirmou Josette Sheeran, Directora Executiva do PAM.

O PAM utilizará o seu poder de compra para reforçar o desenvolvimento e os pequenos agricultores, a nível local, bem como as redes de transportes e de comunicações. No ano passado, o PAM comprou produtos alimentares no valor de mais de 600 milhões de dólares em 69 países em desenvolvimento. Para mais informações (em inglês)

Crise alimentar: Banco Mundial cria fundo de 1,2 mil milhões de dólares O Banco Mundial lançou, em resposta à crise alimentar, um mecanismo de financiamento rápido no montante de 1,2 mil milhões de dólares para fazer face às necessidades imediatas. Deste montante, 200 milhões de dólares serão atribuídos sob a forma de subvenções a favor das populações vulneráveis dos países mais pobres do mundo. O Grupo do Banco Mundial anunciou também que elevaria o montante global do seu apoio mundial à alimentação e à agricultura, que se situa actualmente em 4 mil milhões de dólares, para 6 mil milhões de dólares, no próximo ano.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou esta iniciativa estreitamente coordenada das Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. O Banco Mundial informou que lançará também instrumentos de gestão de riscos bem como mecanismos de seguro das colheitas para proteger os países mais pobres e os pequenos agricultores. O mecanismo apoia a produção de géneros alimentícios este ano e nos próximos, nomeadamente fornecendo sementes e fertilizantes e melhorando os sistemas de irrigação dos pequenos agricultores.

Novo relatório da CNUCED sobre a crise alimentar mundial

É provável que, durante as próximas campanhas, se continuem a verificar aumentos acentuados dos preços e que a volatilidade dos mercados se mantenha, diz um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O relatório contém uma lista dos 22 países que considera particularmente vulneráveis aos aumentos dos preços dos alimentos devido aos seus níveis elevados de fome crónica e por serem importadores líquidos de produtos alimentares e combustíveis. Segundo o relatório, os países mais expostos a risco neste domínio são a Eritreia, o Níger, as Comores, o Haiti e a Libéria. O relatório afirma que aumentos dos preços dos alimentos da ordem de apenas 10% a 20% a nível nacional podem ter efeitos negativos imediatos nos agregados familiares pobres, que gastam grande parte do seu rendimento em alimentos. Para proteger as pessoas mais vulneráveis das zonas rurais e urbanas, será necessário assegurar uma distribuição directa de alimentos bem orientada, subsídios para alimentos e transferências de dinheiro, bem como programas de alimentação,

incluindo programas de refeições escolares, diz a FAO. A organização apela igualmente à distribuição de sementes, fertilizantes e rações a pequenos agricultores, através de sistemas de "vouchers" ou de subsídios inteligentes. A FAO está a pedir 1,7 mil milhões de dólares para fornecer sementes, fertilizantes e outros consumos intermédios com o objectivo de impulsionar a produção em países de baixo rendimento e com um défice de produtos alimentares. O relatório sustenta que os preços elevados dos alimentos proporcionam uma excelente oportunidade de aumentar o investimento na investigação e em infraestruturas agrícolas, observando que o apoio deve destinar-se sobretudo a satisfazer as necessidades dos agricultores pobres, muitos dos quais cultivam, cada vez mais, terras marginais.

Equipa Especial de Alto Nível sobre a Crise Alimentar Mundial

Depois de ter começado a responder aos desafios mais imediatos que a crise alimentar mundial coloca, a comunidade internacional deveria aproveitá-la como uma chamada de atenção para melhorar o sistema de produção e comércio agrícolas.

O relatório, intitulado Addressing the Global Food Crisis: Key trade, investment and commodity policies in ensuring sustainable food security and alleviating poverty analisa as causas da crise e propõe uma série de respostas, em particular a longo prazo.

11

Criada a 28 de Abril de 2008 pelo Secretário-Geral da ONU, a Equipa Especial tem como principal objectivo promover uma resposta unificado ao desafio dos preços alimentares, nomeadamente facilitando a criação de um plano de acção com prioridades e coordenando a sua execução. É presidida por

Ban Ki-moon, dela fazendo também parte os chefes dos organismos especializados, fundos e programas da ONU, das instituições de Bretton Woods e das partes pertinentes do Secretariado.

Para mais informações (em inglês)


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.