#218 a revista do mundo gráfico Abril / Junho 2022 intergraficas.com.pt
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Ficha técnica DIRECTORA ANA PAULA CECÍLIA REDACÇÃO ANA PAULA CECÍLIA anapcecilia@intergraficas.com.pt DESIGN E PAGINAÇÃO DESIGNGLOW geral@designglow.com FOTOGRAFIA ISTOCKPHOTO, ANTÓNIO CAMILO E LUÍS FILIPE COLABORADORES AUGUSTO MONTEIRO, JOÃO FELGUEIRAS, DANIEL FURET, DAVID ZAMITH E MARIA JOÃO BOM MARKETING E PUBLICIDADE PEDRO SILVA WEBMASTER RJ LIMITADA PROPRIEDADE ANA PAULA CORDEIRO CECÍLIA E CARLA CECÍLIA Rua José Isidro dos Santos, nº 3, 5º esq.; 2625-089 Póvoa de Santa Iria TEL. +351 21 804 15 28 TLM. 91 991 35 27 E-MAIL anapcecilia@intergraficas.com.pt SITE www.intergraficas.com.pt Nº DE CONTRIBUINTE 503 898 007 Nº DE REGISTO NO I.C.S. 114 507/97 DEPÓSITO LEGAL 220 938 TIRAGEM 2 000 exemplares PERIODICIDADE Bimestral IMPRESSÃO TIPOGRAFIA PRISCOS LDA R. de São Tomé 6, 4705-578 Priscos TEL. +351 253 672 473 E-MAIL administracao@tipografiapriscos.com Os artigos de opinião integrados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor.
Ana Paula Cecília Directora da Revista Intergráficas anapcecilia@intergraficas.com.pt
EDITORIAL INTERGRÁFICAS #218
ESTRATÉGIA? NEM QUE SEJA ESCRITA NUM GUARDANAPO DE PAPEL!
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hegamos a um momento novo na indústria gráfica, um momento que está a obrigar todas as empresas e profissionais a permanecer atentos aos sinais para entender, não o futuro, mas para viver o presente. Já não se trata de projectar o futuro a dois anos ou antecipar cenários possíveis sobre aquilo que o mundo da impressão será nos próximos anos. Não, agora vive se numa espécie de navegação à vista, ajustando a direcção a cada nova alteração. Adaptar é mesmo a palavra de ordem. Com a falta de papel no mercado, a escolha entre uma ou outra gramagem passou a ser irrelevante. Relevante agora é mesmo o facto de haver papel. É por isso que a adaptação tem sido uma lição aprendida à força, até por quem estava habituado a programar e geria a longo prazo. Os profissionais gráficos andam com os “cabelos em pé”, angustiados pela falta de papel e outros materiais. Os clientes sentem o impacto, não só da falta destes, como dos consequentes aumentos e isto leva a que ponderem reduzir a percentagem de impressão nos seus trabalhos, nas campanhas e acções anteriormente definidas. No meio desta redução de volumes de impressão ou menos substituição por outros meios, reside o perigo de que não voltem. Se a coisa corre bem sem impressão, a falta desta não será sentida. Há quem no mercado ache que estes aumentos de preços de matéria prima serão bons para quem fornece e quem imprime porque poderão ambos ganhar mais… pessoalmente não estou certa do quão interessante será facturar mais em cada trabalho se o volume produzido se avizinha menor.
Ainda assim, há áreas que não pestanejam com a subida de preços da matéria prima devido ao crescimento que estão a registar, como são as áreas da embalagem, etiquetas e rótulos ou até o mundo dos livros. É talvez por isso que o mercado está a funcionar como um “cata vento” que vai virando ao sabor dos números e resultados de áreas impulsionadas por uma procura incessante ancorada sobretudo no e-commerce e, por uma pandemia que acelerou hábitos, métodos e processos. Fechados em casa durante muitos meses, cada pessoa encontrou formas de ocupar o tempo e enquanto uns fizeram pão e aprenderam a cozinharam, outros desataram a ler e contribuíram para o crescimento dos livros impressos em papel. Houve ainda quem passasse a escrever e sobretudo o sexo feminino, já que 78 por cento de todos títulos escritos em 2021, surgiram pela mão de mulheres. Ao mesmo tempo que são muitos os sinais negativos e ameaçadores de toda a cadeia de impressão, são também enormes as oportunidades que esta transicção oferece. Nem todos conseguem enfrentar os momentos conturbados da mesma forma, nem todos têm a visão certa ou a determinação que as crises exigem, mas é inegável que não é cruzando os braços que as empresas chegam mais longe. Há muitas receitas para o sucesso e nenhuma é mais certa do que outra, mas a verdade é que cada um dos profissionais desta área tem de encontrar a sua e adaptá-la ao seu seu know-how, à sua equipa, aos seus clientes, ao mercado que já tem e ao que deseja conquistar. Como disse recentemente Rui Fonseca Ceo da Altronix, num evento que aborda o erro no marketing, “todas as empresas têm de ter uma estratégia que tem de estar escrita, nem que seja num guardanapo de papel, mas tem de estar escrita!”
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OPINIÃO AUGUSTO MONTEIRO
Augusto Monteiro Presidente do Conselho de Administração da Grafopel augusto.monteiro@grafopel.pt
Sair do Lugar Comum Na realidade a indústria gráfica nacional ainda depende de muitos factores para competir em pé de igualdade com as suas concorrentes
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air do lugar-comum é uma forma expressiva, espécie de chavão, quando pretendemos falar de algo que diz respeito, por exemplo, a uma sociedade ou comunidade. Falando concretamente do sector gráfico, sair do lugar-comum significa dominar o meio que o cerca. Dominar o meio que o cerca é garantir um gestão sustentável, um factor de sobrevivência de importância vital e um dos principais desafios da indústria gráfica nacional. Se uma empresa não está preocupada com as condições do seu mercado actual e futuro e com a sua estratégia para se manter uma empresa sustentável, com enfoque económico, social e ambiental, essa falta de comprometimento não ajuda a consolidar a empresa, nem a pro-
porcionar o suporte económico para o seu desenvolvimento. Já referi uma e outra vez, que muitas gráficas, na sua luta diária pela conquista de encomendas, não levam muito a sério o quanto da sua imagem e do seu serviço, além da questão do preço, está presente na mente dos seus clientes. Ou melhor dizendo: quantas gráficas conseguem fidelizar os seus clientes baseada em conceitos como inovação, bom serviço, eficiência e qualidade, ao invés da fidelidade baseada somente em preços a rasar a linha d´água? Talvez sejam muito mais do que imaginámos! Na realidade, a indústria gráfica nacional ainda depende de muitos factores para competir em pé de igualdade com as suas concorrentes estrangeiras, tais como: investimentos constantes em
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tecnologias avançadas, aumento de produtividade e massa crítica industrial, que lhe permita ombrear com as suas congéneres de outros países, não necessariamente para praticarem os preços mais baixos, mas para oferecerem soluções que os clientes nem imaginavam que existiam. Sair do lugar-comum é agir como uma razão de vida, para que o sector industrial gráfico nacional alcance melhores níveis de competitividade no contexto da globalização, pelo menos semelhantes aos demais países europeus, que lhe permita competir de igual para igual. Enquanto não construímos uma nova, revigorada e forte indústria gráfica capaz de se organizar em torno de metas concretas, com os olhos postos no futuro, continuará a lutar entre si no mercado doméstico, consciente das suas debilidades impulsionadoras de desenvolvimento. O OFFSET RESPONDE A TODAS AS EXPECTATIVAS. Nas últimas décadas o mundo da impressão tem evolucionado a um ritmo trepidante. Podemos lamentar que estes desenvolvimentos obriguem a investimentos constantes, mas não os podemos evitar! Aporta riscos, mas também oportunidades que devemos aproveitar. Desde 1980 que a impressão digital vem tentando desbancar a impressão convencional (offset), mas a realidade demonstra que a incorporação de processos digitais nas impressoras de offset, tornou possível agilizar procedimentos que tornaram imparável a sua posição dominante. Apesar de muitos falsos profetas, a confrontação inicial entre impressão digital e offset, tendo em conta os pontos fortes específicos de ambos os lados, tenderia numa coexistência com novas formas mistas, entre processos de impressão digital e convencional. No entanto, há algo que é muito claro: quando falamos de qualidade, produtividade e rentabilidade, indubitavelmente estamos falando de impressão offset! Comparativamente, as extraordinárias performances do sistema offset surpreendem, incluso os mais cépticos,
Enquanto não construírmos uma nova , revigorada e forte indústria gráfica capaz de se organizar em torno de metas concretas, com os olhos postos no futuro, continuará a lutar entre si no mercado doméstico porque responde a todas as expectativas e até as supera! UM ANIVERSÁRIO PARA SER RECORDADO. SEMPRE! Alegria! Amor filial! Felicidade! Emoção. Lágrimas. Afetos partilhados, longos e intensos! Há momentos em que não se pode ser mais feliz. As lágrimas a saltarem rosto abaixo testemunham essa felicidade. São as emoções sentimentos que enchem uma alma e ampliam cada pulsação. Entre os incontáveis amigos que deparei na vida, ressalta uma amizade que perdura há mais de cinquenta anos. Há amizades que marcam a vida. Esta tem o nome de Manuel Candela. Começou a partir do nosso primeiro encontro profissional. Foram dezenas de anos de um convívio maravilhoso, que aliado aos manjares da Paquita, sua amorosa esposa, eram um prazer de conversa, que começava sempre por uma referência a um qualquer acontecimento político ou de natureza profissional, e depois se estendia à rédea solta, num bate-papo de oratória pelos temas mais diversos.
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Foi para viver horas como estas, a festejar os 81 anos do meu amigo “Manel”, que fiz tudo por tudo para viajar até Barcelona. Não podia recusar, mas antes agradecer terem-se lembrado de mim para uma celebração que extravasou de humanidade. Na casa paterna, a matriz sagrada da família, onde, por algumas horas todos os presentes sentiram o prazer de conviver. Uma celebração organizada no segredo dos deuses, por toda a família, contrariando o aniversariante, que não queria festejos. A surpresa deixou-o siderado. À quente manifestação dos “Parabéns a você”, cantada em uníssono, que vendaval de emoções! Não resistindo a este sublime e belo momento, destilou em lágrimas, que eram simultaneamente de comoção e alegria! Saudavelmente activo enquanto a saúde durou, vive agora numa espécie de clausura imposta, vinculado a horas que o impedem de ser totalmente livre. Uma enfermidade que expia como uma condenação à sua liberdade; um recalcado sentimento de impotência e uma inconfessada frustração recordar saudáveis hábitos de vida em liberdade plena e de alegria, que ficaram para trás. De luto na alma, recordo-lhe a cordialidade comunicativa, a nobreza de carácter e a tenacidade inquebrantável. Tudo isto transfigurado na própria imagem da desolação. Com um passado rico de experiências, sei que não vai parar no tempo e fará o que tiver de ser feito para ter ainda muitos bónus de vida, f loridos de esperança. E que nunca perderá a coragem diante da incomodidade que lhe exacerba o desespero. Regressei, de certo modo, conciliado comigo pelo dever cumprido. Melhor ainda: rendido ao rasgo inesperado dos seus familiares – esposa, filhos, netos e respectivos cônjuges - de em segredo criarem um ambiente festivo, cheio de amor, sublime, belo, arrebatador, que ficará para sempre nos olhos, no coração e na lembrança do aniversariante e dos convivas presentes. Bem hajam por lhe terem amenizado a angústia que sente!
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OPINIÃO JOÃO FELGUEIRAS
Penúria de Papel João Felgueiras General Manager Africa The Navigator Company joao.felgueiras@ thenavigatorcompany.com
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ECENTEMENTE REFLECTIMOS nestas páginas sobre o facto de o mercado estar de pernas para o ar! Já depois disso tive a oportunidade de contactar com bastantes gráficos no encontro anual da APIGRAF e com outros que me contactaram direCtamente. Senti a tensão que se instalou no mercado por falta de matéria prima. Muitos gráficos impossibilitados de trabalhar ao nível de anos anteriores, por falta de papel.
Gostaria de reforçar aqui o que já afirmei antes, designadamente no encontro da APIGRAF: A Navigator não está a vender em Portugal em 2022, menos do que tinha vendido em 2021. Para ser mais preciso, até ao fim de Abril, as vendas de papel de impressão e escrita da Navigator estavam 13% acima das vendas do ano passado. Isto quer dizer que ninguém deve ter dificuldade em comprar o mesmo volume do Soporset ou Inaset que comprou o ano passado. A Navigator está a tentar optimizar a produção. Procura-se que as mesmas máquinas consigam produzir mais papel nas mesmas 24h do dia. Para isso, aumenta-se a gramagem média (evitando os produtos de mais baixa gramagem) e concentra-se a capacidade nos produtos premium. Evita-se assim tempos mortos por mudança de produto na máquina. No passado o mercado era abastecido por vários fabricantes: alguns europeus (designadamente espanhóis), indonésios, brasileiros, etc. Também é conhecido que estes fabricantes ofereciam ao mercado opções de preços e qualidades inferiores aos do Soporset e Inaset. Certamente muitos compradores julgaram fazer uma excelente escolha, ao optar por estas soluções económicas. O problema, é que essas soluções desapareceram com a crise que se instalou no mercado. Nuns casos, foram os valores dos fretes marítimos que tornaram inviável para indonésios e brasileiros, obter rentabilidade de vendas na Europa. Noutros casos, fabricantes de baixo preço, tinham rentabilidades insustentáveis que
Quem tem uma empresa que necessita trabalhar todos os dias, não deve colocar-se na dependência de fornecedores que só estão presentes quando lhes convém
os obrigaram a encerrar linhas de produção ou passar a produzir material de embalagem. Outros ainda, tendo muita procura nos seus próprios mercados, optaram por concentrar aí as suas vendas, abandonando sem preocupações os seus clientes portugueses. Assim, a Navigator, mesmo aumentando em 13% as suas vendas em Portugal (fruto da política de aumento da gramagem média e da concentração do mix), não consegue tapar o buraco criado por outros. Insisto assim numa recomendação que já deixei no encontro da APIGRAF: Quem tem uma empresa que necessita de trabalhar todos os dias, não deve colocar-se na dependência de fornecedores que só estão presentes quando lhes convém e que desaparecem quando a procura nos seus mercados se torna mais apetecível. Será preferível estabelecer uma relação estável com um fornecedor sólido, que ofereça mais confiança e que não abandona o mercado quando as condições são menos favoráveis. Um fornecedor assim, não acompanha as ofertas de preço de ocasião, mas em contrapartida está com os seus clientes, de acordo com o que tiver sido acordado e com o que corresponder ao histórico de compras.
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Revoria. A nova gama de impressoras digitais da Fujifilm. Mas a Revoria não é uma gama qualquer. Pertence à Fujifilm – uma empresa que conhece profundamente a impressão offset e digital, com uma longa tradição de fornecimento de soluções de impressão sustentáveis e líderes da indústria, bem como uma cultura de parcerias honestas, abertas e duradouras. Com um plano ambicioso de lançar novas impressoras digitais de toner como parte desta gama, este é apenas o início. A nossa primeira impressora, a Revoria Press PC1120, possui elevadas velocidades de impressão, uma soberba flexibilidade de acabamentos e a melhor gama de cores e aperfeiçoamentos do setor. E, obviamente, fornece a qualidade de impressão que seria de esperar de uma empresa que definiu novos padrões com a Jet Press 750S. Faça parte deste caminho – desenvolva o seu negócio com a Fujifilm.
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OPINIÃO DANIEL FURET
Daniel Furet Director de Operações e Membro da Administração da Lidergraf daniel.furet@lidergraf.pt
Andamos todos aos papéis
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M 28 ANOS A TRABALHAR NESTA ÁREA, é a primeira vez que sinto que ando literalmente aos papéis. Como se já não bastasse a grave crise que vivemos com a pandemia e as suas sucessivas vagas, o mundo resolveu presentear-nos com uma guerra no seio da Europa, uma greve de meses de uma das maiores papeleiras do mundo e, um aproveitar sem precedentes de todos estes males que vivemos. O papel está a um preço nunca antes visto e a falta do mesmo fez com que seja elevado a estatuto de “ouro”. Este novo problema, está a enlouquecer a indústria gráfica, onde várias empresas tentaram fazer um stock sem saberem o preço do que estavam a comprar (veio a moda do open price), o que faz com que os preços orçamentados não façam qualquer sentido, o que provocou a desconfiança do cliente final, que não sabe a que preço lhe vai chegar o seu produto e muitas vezes acrescido de taxas extras. Esta loucura, está a fazer com que os
O papel está a um preço nunca antes visto e a falta do mesmo fez com que seja elevado a estatuto de “ouro”.
níveis de stocks dentro das empresas estejam a atingir valores astronómicos, o que está a provocar um enorme estrangulamento de tesouraria, e pode mesmo estar a colocar em causa o normal funcionamento das mesmas. Vejo a discussão muito centrada no tópico do papel, mas para além do papel, o mercado das matérias-primas e subsidiá-
rias está igualmente a sofrer um aumento de preços e uma escassez dos mesmos e os tempos de entrega regrediram anos, aquilo que estávamos habituados a receber em 24h pode passar a semanas ou mesmo meses. Se não bastassem todas as dificuldades em arranjar as matérias-primas, agora somos bombardeados com os preços astronómicos da energia elétrica, do gás e dos combustíveis. Onde é que vamos parar? Não consigo ter uma visão clara sobre o futuro, mas confesso-me algo pessimista em relação ao mesmo para a nossa indústria, pois temo que o preço possível de praticar não seja suficiente para colmatar os custos reais que enfrentamos, e não vejo muitas das vezes os clientes com a capacidade de colocarem os seus produtos no mercado com os preços devidamente actualizados. A sensação que tenho, é que uma grande parte desta nossa indústria na Península Ibérica vai desaparecer neste ano de 2022, que a compra de produtos gráficos impressos vai diminuir rapidamente e as tiragens vão voltar a diminuir. Se as matérias-primas e subsidiárias subiram em média 30%, a energia tem uma subida a rondar os 100%, o gás pode atingir para algumas empresas mais de 600% de aumento, não vamos conseguir sobreviver se não alteramos significativamente os preços de venda, reestruturar as empresas acabando com as gorduras, voltando a visitar todos os processos produtivos tentando diminuir desperdício e tempo, poupar energia (aqui mudar hábitos e formas de produzir e os próprios horários de produção), arranjar alternativas energéticas e em modo de brincadeira começarmos a produzir sem energia, gás e se possível sem papel. Não sou uma pessoa negativa, nem acredito que o nosso mundo vai acabar, vejo também algumas oportunidades e talvez uma forma de nos reinventarmos mais uma vez, o único problema é que as mudanças estão a acontecer a um ritmo muito superior nos últimos 3 anos e ainda não saímos de um problema já estamos a enfrentar outro. Gostava de ter uma escrita mais esperançosa, mas realmente os tempos são que são.
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Alfacar aposta em soluções digitais
PARA APOIAR NA REARBORIZAÇÃO DA SERRA DE S. JULIÃO, NO CONCELHO DE TORRES VEDRAS, a Epson doou
500 exemplares de sobreiros, numa acção de plantação durante o mês de fevereiro, prática em que a empresa tem vindo a apostar e que conta já com três edições. A iniciativa integra o plano anual de actividades da multinacional e tem como
objectivo contribuir positivamente para a pegada ecológica do Aspiring Geoparque do Oeste, território em que a Serra de S. Julião está inserida, como forma de celebrar a parceria recentemente estabelecida entre a AGEO (Associação Geoparque Oeste) e a Epson Ibérica. Para celebrar esta acção, diversos membros da equipa Epson Portugal - e o CSR Manager da Epson Ibérica, Joan Escoté – juntaram-se para apoiar a missão de plantação de espécies autótones, como pinheiros mansos, sobreiros, medronheiros, carvalhos, alfarrobeiras e zambujeiros. No total, a Epson contribuiu com 500 árvores para o desenrolar da actividade, com vista a aumentar a biodiversidade da região e a criar espaços verdes para a comunidade local. A acção dividiu-se em duas sessões, de manhã e de tarde, respectivamente, com o cultivo de 250 árvores em cada uma delas. Como parte da sua visão para 2050, a Epson tem como objectivo tornar-se negativa em termos de carbono e excluir a utilização de recursos subterrâneos. Até 2030 a empresa visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, em linha com o cenário de 1,5°C do Acordo de Paris e no seguimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
NACIONAIS
Epson contribui com 500 árvores para reforçar biodiversidade local
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A empresa de Cartonagem, Alfacar em Santa Maria da Feira, acaba de investir numa solução industrial para potenciar o seu crescimento. A empresa apostou no fornecedor Brigal para fazer a aquisição de um equipamento de corte iECHO digital que permite trabalhar em diversos materiais e suportes indo até 1.200 X 900 mm e com uma espessura até 10 mm. Este investimento da Alfacar tem como objectivo aumentar ainda mais a sua capacidade de satisfação com os seus clientes, no sentido de dar uma resposta imediata tanto no fabrico de amostras, bem como na produção personalizada de curto prazo para indústrias de impressão e embalagem. A Alfacar revelou já que a sua escolha na iECHO foi determinada pela tecnologia e robustez que o equipamento oferece, todo o acompanhamento prestado pela Brigal, assim como o seu serviço técnico. A garantia está incluída nos 12 primeiros meses, sendo que é oferecido pela Brigal um contrato de manutenção extensível no tempo.
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Novo Verde com Menção Honrosa no Prémio Nacional da Sustentabilidade A CERIMÓNIA DE ATRIBUIÇÃO DOS PRÉMIOS NACIONAIS DE SUSTENTABILIDADE DECORREU NO PASSADO DIA 8 DE ABRIL DE 2022, no Pestana
Cidadela de Cascais. A Novo Verde, entidade gestora de resíduos de embalagens, foi reconhecida pela iniciativa “Reciclar é a Nossa Praia” na categoria Comunicação de Sustentabilidade, onde as candidaturas são avaliadas no âmbito da estratégia e do seu contributo para uma comunicação de carácter educativo na sociedade. Esta iniciativa desenvolvida pela Novo Verde, em parceria com a Sailors for the Sea Portugal, desafiou os portugueses a reduzir a quantidade de resíduos nas praias, promover a preservação das espécies e ecossistemas marinhos e incentivar a reciclagem, através da recolha de resíduos em 30 praias, de 30 municípios diferentes e em mais de 900 km de costa Portuguesa. A iniciativa “Reciclar é a Nossa Praia” sensibilizou cerca de 3.200
pessoas ao longo de 30 dias. A Novo Verde percorreu 30 municípios diferentes e desenvolveu diversas sessões de educação ambiental e literacia dos oceanos, bem como acções de limpeza do areal, totalizando-se em cerca de 45 mil minutos de sensibilização. Em matéria de media foram publicadas 90 notícias (meios locais e nacionais), comunicados mais de 40 minutos em televisão e conquistadas mais de 500 mil impressões nas redes sociais. Ricardo Neto, Presidente do Conselho de Administração da Novo Verde, assinalou que, “esta iniciativa
Porto supera metas e recicla mais de 39% em 2021 Em 2021 os portuenses voltaram a colocar a cidade na linha da frente no combate às alterações climáticas, com a taxa de reciclagem a cifrar-se nos 39,26%, voltando a crescer em relação ao ano anterior (37%) e, uma vez mais, ultrapassando a meta de 31%. Em linha com o crescimento sustentado dos últimos anos, também o valor médio por pessoa aumentou, ascendendo aos 69 kg/hab.ano, números acima da meta (60kg/hab.ano), que demonstram que as preocupações dos munícipes do Porto com a sustentabilidade são cada vez mais vincadas. Em termos de indicadores relevantes, importa destacar a quebra expressiva, nos indiferenciados - menos 2 mil
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pretendeu sensibilizar os portugueses para a importância de reciclar e do seu impacto na natureza, de uma forma lúdica. Reunimos numa só acção conceitos sustentáveis e a componente formativa e empírica, através de jogos e actividades pedagógicas. É bastante gratificante para todos os envolvidos ver o nosso trabalho reconhecido. Estes prémios são um estímulo e uma forma de promover o trabalho das empresas e organizações, nesta área, incentivando ao desenvolvimento de mais projetos sustentáveis e benéficos para a sociedade”.
toneladas, seguindo a tendência dos anos anteriores. Valores que atestam que esta é, cada vez mais, a última opção dos munícipes que, mais conscientes, valorizam os resíduos produzidos, através do seu correcto encaminhamento. Esta quebra nos indiferenciados não pode ser dissociada do trabalho pioneiro da Porto Ambiente na recolha selectiva de resíduos orgânicos, área que tem vindo paulatinamente a crescer e que, só no ano anterior, permitiu recolher 23% dos resíduos produzidos. 2021 foi, recorde-se, o ano de implementação do projecto Orgânico, que conta já com mais de 26 500 famílias, recolhe actualmente mais de 100 toneladas/ mês e que irá expandir-se ao longo de 2022, estando previsto o seu alargamento a praticamente toda a cidade até ao final de 2023. A aposta na sensibilização e informação das populações, a par do reforço de oferta no campo da deposição, com a eliminação de pontos de deposição apenas para esta fração, são os vectores estratégicos da acção da Porto Ambiente que explicam, em larga medida, estes indicadores e colocam o Porto no restrito núcleo de cidades “Aterro 0”, enviando apenas 0,22% do total de resíduos produzidos para este destino.
NACIONAIS
Breves
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Graphicsleader facturou 26,6 milhões euros em 2021 A Graphicsleader, referência do sector do packaging em Portugal e que foi adquirida pelo grupo espanhol Hinojosa no início de 2020, fechou 2021 com uma facturação de 26,6 milhões de euros, 8% acima do que no período anterior. O crescimento orgânico nos principais clientes, o crescimento no sector não alimentar e a actualização de preços de venda foram essenciais no contexto de um ano marcado por um aumento de custos sem precedentes. O seu posicionamento no mercado português, onde é líder no negócio de embalagens em cartolina e em micro-canelado e fornece as principais marcas europeias, contribuiu para reforçar significativamente a presença dos produtos da Hinojosa no mercado europeu. A sua forte actividade exportadora é de realçar, já que mais de 40% da sua produção se destina aos mercados internacionais. As aquisições da Graphicsleader e a da Allard Emballages em 2021 foram os marcos iniciais da internacionalização da Hinojosa, contribuindo para a vocação do grupo de se converter num ator importante no setor do packaging sustentável no sul da Europa. Hinojosa facturou 644 milhões de euros O Hinojosa Packaging Group fechou 2021 com uma facturação total de 644 milhões de euros, 49,7% acima do que no exercício anterior. O aumento da procura de bens de consumo, a preferência dos clientes por utilizarem cada vez mais embalagens sustentáveis e o constante incremento do e-commerce foram factores essenciais neste exercício. Sustentabilidade em toda a cadeia de valor A Hinojosa promove o impacto positivo no meio ambiente e nas comunidades em que opera através de um modelo de Economia Circular. Em 2021 conseguiu uma redução de 40% na sua pegada de carbono, através da instalação da primeira unidade de produção solar fotovoltaica para autoconsumo em Córdoba, através da implementação de um sistema de tratamento de biogás e através da instalação de uma caldeira de biomassa na sua unidade de Sarrià de Ter. Assim, a Hinojosa foi a primeira companhia espanhola dos sectores do packaging e do papel a receber a certificação ‘Residuo Cero’ em duas das suas unidades: a Hinojosa Paper Alquería ea Hinojosa Packaging Xàtiva, cuja valorização de resíduos é superior a 98%. O grupo continua a ampliar o seu programa de descarbonização e de certificação a outras unidades.
A Graphicsleader, adquirida em 2021 pelo Grupo Hinojosa facturou em 2022, 26,6 milhões.
Inovação como resposta à incerteza O Hinojosa Packaging Group continuou a apostar na inovação durante 2021 através do desenvolvimento da Barket, uma barqueta termosselável de cartão para o mercado agrícola, produto que foi referenciado nos WorldStar Awards pelo menor impacto no meio ambiente; e o Ecogrip, uma solução de cartão canelado que é uma alternativa de relevo ao filme plástico utilizado para embalar garrafas. Na sua missão de contribuir para a criação de melhores oportunidades laborais, o grupo inovou ao dinamizar um Ciclo de Formação Profissional Dual, especializado em Impressão Gráfica e reconhecidamente pioneiro em Espanha. Esta iniciativa tem como objectivo profissionalizar o sector do packaging através de formação específica e favorecer a inserção laboral e imediata dos 25 alunos que o curso tem actualmente. Em 2022, a Hinojosa celebra 75 anos de percurso considerando ter um compromisso de excelência sustentável com cada cliente, proporcionando-lhes soluções flexíveis e ágeis na área de packaging, que acrescentem valor aos seus negócios e proporcionem a máxima satisfação com os seus produtos. O objectivo partilhado da Hinojosa é aumentar o bem-estar comum com soluções sustentáveis de embalagem, incentivadas por valores como a aposta na inovação contínua, a proximidade e relação de confiança com o cliente e a excelência em todas as suas actividades.
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NOVO CARGO SISTRADE
“PRETENDO ESTABELECER PARCERIAS COM OS NOSSOS CLIENTES” Tiago Matos é o novo Country Manager da Sistrade e revela estar totalmente alinhado com os desafios propostos pela empresa.
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UANDO SURGIU O CONVITE PARA INTEGRAR A POSIÇÃO DE COUNTRY BUSINESS MANAGER?
O convite para Country Manager surgiu nos primeiros dias de janeiro de 2022 por intremédio do CEO da empresa, Dr Sousa Ribeiro. QUAIS SÃO OS SEUS OBJECTIVOS E DESAFIOS?
Os meus objectivos e desafios estão intrinsecamente ligados com os da Sistrade, empresa que represento no mercado nacional. Estes passam assim por fornecer e implementar soluções informáticas em empresas espalhadas de Norte a Sul do país, tendo como base as mais recentes tecnologias, para que estas possam tirar partido de soluções de gestão inovadoras, permitindo-lhes não só uma boa gestão interna como também a criação valor. Pretendo estabelecer parcerias com os nossos clientes no sentido de fornecer uma solução ajustada e funcional e com resultados concretos e inovadores, atra-
vés de decisões conjuntas, num mercado tecnológico cada vez mais competitivo. Como desafio pessoal gostaria de estar sempre a par das necessidades das empresas em termos de informação e gestão no seu dia-a-dia. Para além disso, estar sempre em constante evolução e inovação tecnológica com novas funcionalidades, alargando o leque de disponibilidade das nossas soluções para diferentes áreas do sector da indústria gráfica, trazendo inovação para o dia a dia dos nossos clientes. QUE MENSAGEM GOSTARIA DE DEIXAR AO MERCADO?
A mensagem que posso deixar ao mercado e aos meus clientes é que a Sistrade é uma empresa com 22 anos de experiência no mercado nacional e internacional, e actualmente tem clientes em mais de 30 países espalhados por quatro continentes. É uma empresa certificada pelas normas ISSO 9001 e NP 4457 (Qualidade e Inovação) e disponibiliza soluções de gestão integrada da próxima geração que permitem gerar informação apropriada para a rápida tomada de decisão, levando a um incremento da produtividade, encontrando-se já perfeitamente alinhada com os pilares da Indústria 4.0. Neste momento difícil que o nosso país atravessa e com os aumentos e a escassez da matéria prima a palavra que melhor posso transmitir ao mercado é resiliência!
“Gostaria de estar sempre a par das necessidades das empresas em termos de informação e gestão no seu dia-a-dia”
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DIGITAL IMPRESSÃO TÊXTIL
O VERDADEIRO IMPACTO ECOLÓGICO DA OPÇÃO DIGITAL 30% de todos os têxteis produzidos nunca chegam a ser comprados e por isso 21 milhões de toneladas de têxteis vão directamente para o lixo. A Kornit quer mudar isso.
DIGITAL IMPRESSÃO TÊXTIL
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E CONSEGUIRMOS PRODUZIR O NOSSO VESTUÁRIO SEM MONOPOLIZAR O FORNECIMENTO DE ÁGUA...NÃO O DEVEMOS FAZER?
30% de todos os artigos têxteis produzidos atualmente nunca chegam a ser comprados. Isso representa 21 milhões de toneladas de têxteis que vão directamente para o lixo. São 28 biliões de litros de água, suficiente para hidratar 300 milhões de pessoas durante toda a vida, desperdiçados em peças que o mercado não quer. A Kornit quer mudar isso. SE CONSEGUIRMOS PRODUZIR O NOSSO VESTUÁRIO SEM MONOPOLIZAR O FORNECIMENTO DE ÁGUA...NÃO O DEVEMOS FAZER?
Há muito tempo que a “sustentabilidade” tem sido uma mensagem chave no marketing da moda e dos têxteis, mas a sua influência na promoção de uma
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Kornit Presto
verdadeira mudança tem sido tudo menos consistente. O “branqueamento ecológico”, ou tomada de medidas superficiais para reivindicar uma produção ecológica plausível ao mesmo tempo que se evitam os esforços inerentes a uma verdadeira transformação da indústria para melhor, é infelizmente comum. No entanto, existe agora a tecnologia que permite oferecer uma alternativa clara aos tradicionais mecanismos de produção esbanjadores, sem sacrificar a qualidade, a criatividade, a versatilidade do tecido ou a velocidade de produção. A Kornit Digital está empenhada em tornar a sustentabilidade em algo mais que uma mera conversa fiada de marketing, mais que uma ilusão, e em proporcionar às marcas, aos fabricantes e aos criadores
A Kornit Digital está empenhada em tornar a sustentabilidade em algo mais do que uma mera conversa fiada de marketing
Atlas MAX
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de todo o mundo as ferramentas necessárias para produzirem de uma forma que satisfaça simultaneamente a respetiva consciência e o público que compra. Por isso é que a Kornit Digital aplicou uma metodologia científica normalizada para realizar uma LCA (Avaliação do ciclo de vida) a dois dos seus mais importantes sistemas de produção têxtil digital por encomenda, Kornit Atlas MAX e Kornit Presto. No apoio ao seu compromisso de eliminar a água e outros desperdícios de materiais de um negócio tradicionalmente esbanjador, a Kornit consegue quantificar os seguintes benefícios para a sustentabilidade decorrentes da implementação destas tecnologias como alternativa à serigrafia: • A solução Atlas MAX para produção digital diretamente na roupa, por encomenda e à escala industrial, utiliza até 93% menos de água e 66% menos de energia, ao mesmo tempo que produz até 82% menos emissões de gases com efeito estufa. • A solução Kornit Presto para produção digital diretamente no tecido, rolo a rolo e de passo único em qualquer distância, utiliza até 95% menos de água e 94% menos de energia, ao mesmo tempo que produz até 83% menos emissões de gases com efeito estufa. Quer obter mais informações sobre os esforços da Kornit para tornar a produção de moda e têxtil numa empresa globalmente mais limpa, e como pode dar resposta à necessidade de sustentabilidade nas suas próprias operações ao mesmo tempo que cria novas oportunidades de negócio, novas eficiências na sua organização, novas aplicações do produto e margens de lucro ainda maiores? Vá a Kornit.com
IRMÃOS PORTUGUESES ASSUMEM GESTÃO DE MULTINACIONAL EM ESPANHA HÁ MAIS DE 25 ANOS À FRENTE DA MARQUE TDI/ DOMINO PORTUGAL, HENRIQUE E RICARDO GONÇALVES ASSUMEM AGORA TAMBÉM A GESTÃO DA SUBSIDIÁRIA ESPANHOLA, QUE PASSARÁ A DESIGNAR-SE DOMINO IBÉRIA. Os dois irmãos são assim reconhecidos pelo empenho que levou a empresa a ser líder no sector da codificação, marcação e etiquetagem industrial em Portugal, com uma quota de mercado superior a 65%, contando com clientes nos mais variados sectores, como o alimentar e bebidas, farmacêutico, automóvel, tabaco, entre outros. Aos 72 colaboradores que se repartem entre os escritórios do Porto e Lisboa, somam-se agora mais 65 em Madrid e Barcelona. Com o objectivo de replicarem em Espanha o êxito alcançado em Portugal, os dois gestores levam para além da marca Domino, as soluções e competências desenvolvidas com mérito no mercado nacional. A Marque TDI/Domino Portugal é vastamente conhecida pela sua qualidade no serviço prestado ao cliente, bem como pela sua capacidade em desenvolver soluções de software de rastreabilidade, preparadas para a Indústria 4.0.
Xerox apresenta alimentador especial a vácuo para formatos extra longos A Xerox acaba de anunciar o lançamento do Alimentador a Vácuo Alta Capacidade para formatos XLS, permitindo que os clientes melhorem ainda mais os recursos já disponíveis para as soluções Xerox Iridesse Production Press e Xerox Versant 4100. A avançada tecnologia de alimentação a vácuo da Xerox oferece melhorias na fiabilidade da alimentação, aumentando a produtividade mesmo com folhas extra longas (XLS). Folhas mais longas são recursos utilizados para altos volumes de produção, e deste modo a Xerox capacita os seus clientes com ferramentas para adicionar novas aplicações ao seu portfólio de serviços,
como sejam: pósteres/banners, sinalética, ou capas de livros com badanas. Esta nova solução diferencia-se pela aplicação da tecnologia de vácuo e suporte de ventilação em todo o processo de alimentação, desde a separação da folha até a inserção no percurso do papel. Além disso, a tecnologia utiliza uma cabeça de transporte com um design exclusivo, que possibilita que na tecnologia de vácuo da Xerox, seja virtualmente impossível erros de alimentação ou encravamento de várias folhas. “A Xerox está focada em fornecer tecnologia flexível e adaptável por forma garantir o máximo aumento de produtividade para os nossos clientes”, afirmou Tracey Koziol, Senior Vice-President – Global offering solutions, Xerox. “Os Alimentadores a Vácuo XLS da Xerox dão continuidade ao nosso legado na área da impressão de produção, através da adaptação e aperfeiçoamento contínuos da tecnologia para máxima eficiência e automatização avançada.”
INTERNACIONAIS
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Labelexpo Europa só em Setembro de 2023 O Tarsus Group, organizador da Labelexpo Global Series, anunciou que a Labelexpo Europe 2022 foi remarcada, passando assim este evento a ter lugar entre 11 a 14 de setembro de 2023. A equipa organizadora tomou a decisão de mudar as datas do evento devido às significativa as pressões da cadeia de fornecimentos que a indústria de etiquetas europeia está a enfrentar actualmente, juntamente com a situação de guerra vivida na Ucrânia. A decisão surge na sequência de uma estreita consulta com expositores, associações e a indústria em geral, directamente impactados pela escassez de componentes e materiais. Essa escassez, desencadeada pela pandemia, tem aumentado nos últimos meses, com longos prazos de entrega que estão agora a interromper a
cadeia de fornecimento na Europa. Com o evento programado para acontecer ainda este ano, a falta de visibilidade no futuro levou a organização a remarcar tendo em conta o interesse de toda a comunidade de impressão. Lisa Milburn, directora da Labelexpo, explicou que, “(...) sabemos que a decisão de remarcar o certame representa uma decepção para os expositores mas também para nós. Esta foi uma decisão muito difícil já que temos trabalhado incansavelmente para superar os problemas da cadeia de fornecimentos de forma a produzir uma feira que responda ao que a indústria precisa, especialmente perante os desafios dos últimos dois anos. Infelizmente, estes problemas são neste momento intransponíveis e por isso sentimos que o reagendamento é a decisão mais responsável a ser tomada”. Devido ao reagendamento da Labelexpo Europe, o próximo grande evento global para a indústria de impressão de embalagens será a Labelexpo Americas, que acontecerá no Donald E. Stephens Convention Center, Chicago, de 13 a 15 de Setembro de 2022.
Hubergroup apresenta um sistema para impressão offset mais rápida COMO PODEMOS IMPRIMIR AINDA MAIS RÁPIDO? Esta questão tem um papel importante nas áreas de impressão. Velocidades de impressão de até 20.000 folhas por hora são agora possíveis em embalagens e impressão comercial, mas estas levam a um equilíbrio crítico de tinta-água. Ao mesmo tempo, as tiragens estão a ficar cada vez menores, por isso a produção estável com resposta rápida no controle da impressão é importante. Para responder a estas mudanças nas exigências do mercado, o hubergroup Print Solutions está agora a lançar PERFECT-DRY-FIX, um aditivo de solução de molhagem que é adequado tanto para impressão offset convencional como UV. O PERFECT-DRY-FIX
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O novo aditivo de solução de molha foi especialmente projectado para a impressão rápida. permite uma operação estável e de alta qualidade, mesmo em alta velocidade de impressão. Além disso, o novo aditivo de solução de fonte é perfeitamente compatível com a série de tintas ECO-PERFECT-DRY já estabelecida, que
o hubergroup também desenvolveu especificamente para a impressão rápida. “Na impressão offset, a simbiose da solução de molhagem e tinta desempenha um papel importante. É crucial para uma imagem de impressão de alta qualidade”, explica Frédéric Kocher, Chefe de Desenvolvimento de Soluções de Fonte na hubergroup. “Aditivos de solução de molhagem regulam e estabilizam o equilíbrio entre a água e a tinta. Em altas velocidades de impressão, no entanto, os aditivos convencionais de solução de fonte não conseguem manter esse equilíbrio”. Com isto em mente, a hubergroup desenvolveu o PERFECT-DRY-FIX. O novo aditivo de solução de molhagem foi especialmente projectado para a impressão rápida. Mesmo em altas velocidades de impressão, garante, portanto, um comportamento de controle rápido, boa umectação da área sem imagem, rápida limpeza da chapa de impressão e um comportamento muito estável de funcionamento da produção. Além disso, o PERFECT-DRY-FIX suporta secagem rápida e, portanto, acabamento rápido de embalagens, revistas ou trabalhos comerciais. Para reduzir a carga de trabalho das impressoras, o hubergroup também se certificou de que a solução de fonte assegura que um reservatório de solução de molha limpo reduz a quantidade de manutenção necessária para as máquinas impressoras.
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Breves INTERNACIONAIS
Primeira tinta da Ricoh de origem vegetal para packaging A Ricoh apresentou a sua primeira tinta de origem vegetal para impressão gráfica, recipientes e embalagens. A tinta, que já está disponível para toda a EMEA, é um derivado à base de azeite criada para o sector da impressão decorativa, fruto da colaboração da Ricoh com o fabricante de equipamentos alemão Olbrich. Este desenvolvimento permite oferecer uma excelente resistência e um melhor rendimento em suportes brancos e castanhos ondulados, assim como em cartão. O componente de azeite vegetal cria uma tinta sustentável e que respeita o meio ambiente graças à secagem rápida, já que não é necessário calor para fixar ou secar a tinta (o azeite penetra nos substratos porosos deixando o pigmento perto da superfície, o que reduz o consumo de energia e elimina a necessidade de todo o sistema de secagem,) já livre de odores e com compatibilidade alimentar melhorada, já que não se utilizam monómeros; é biodegradável e facilita a destintagem; não é à base de água e não requerem biocidas para manter a tinta em bom estado. As cabeças de impressão são mais fáceis de limpar e é menos provável que fiquem obstruídas, já que o “tempo aberto” é muito maior. Isto ajuda a melhorar a fiabilidade, o rendimento e a vida útil das cabeças de impressão. Além disto, assegura um baixo consumo de tinta já que se pode obter a mesma densidade óptica usando 50% menos de tinta. Graham Kennedy, director de Impressão Industrial e Comunicações Gráficas da Ricoh Europa, afirmou que, “os proprietários de marcas e os fabricantes de impressoras centram cada vez mais a sua atenção na redução do seu impacto no meio. ambiente e em aplicar práticas sustentáveis sempre que seja possível. Com a nova tinta de base vegetal, é possível introduzir, sem problema, mudanças positivas que marcam uma grande diferença sem afectar os resultados impressos de alta qualidade.”
TECNOLOGIA MAXIDRIVE DA BROTHER ACELERA
PROCESSOS DE IMPRESSÃO A Brother, especialista em soluções de impressão, identificação e digitalização, anunciou a integração da tecnologia de impressão da próxima geração Maxidrive nas novas soluções de jacto de tinta recém-lançadas. Esta integração representa mais um passo na evolução da tecnologia de impressão da Brother – e um claro avanço na indústria em geral -, uma vez que, entre outras coisas, irá agilizar os processos de impressão dos equipamentos. O chip de impressão Maxidrive, patenteado pela Brother, utiliza um exclusivo sistema piezoelétrico de dupla transformação que emite tinta com elevada potência, injetando a quantidade correcta num espaço de tempo mais curto, aumentando a velocidade de impressão até 150% - o mais rápido até agora para os equipamentos de tinta da Brother. O chip também aumenta a durabilidade dos equipamentos, que agora poderão realizar até mais 200% de impressões, convertendo-se em soluções ecológicas de alto desempenho.
Tajiservi propõe impressão directa à peça para crescimento do negócio A Tajiservi aposta numa nova distribuição com impressoras têxteis da Epson. A empresa propõe ao mercado o compacto equipamento (SC-F2100), que pode personalizar todas as suas peças de algodão de forma digital, fácil e rápida. Este equipamento pode produzir sem qualquer necessidade de quantidades mínimas, limitação de cores ou de desenhos e vai, segundo os responsáveis da Tajiservi, “enquadrar-se perfeitamente e impulsionar o seu negócio, esteja ele no seu início, com a personalização de produtos únicos exclusivos, ou sendo já mesmo um negócio já estabelecido.” Esta solução integra-se num ambiente de produção sustentável, onde é possível produzir apenas após encomenda, com um processo rápido, o que vai eliminar stocks desnecessários e acabar com a eliminação de peças que não sejam vendidas. Isto claro, sem nunca afectar a rapidez de entrega. Além de t-shirts, com o SC-F2100, é possível imprimir em vários tipos de peças, como camisolas, casacos com botões e fechos, calças, sacos, leggings, bonés, entre muitos outros, apenas com a mudança da palete de alimentação. Esta é uma solução completa da Epson. Todos os componentes da impressora são produzidos pela Epson, bem como a tinta e o software, o que faz dela uma impressora bastante fiável, com resultados excelentes e consistentes. As tintas estão de acordo com o GOTS e Oëko-Tex Standard 100.
Koenig & Bauer Durst Delta SPC 130 integra nova fábrica da Rondo A Rondo Ganahl, um dos principais fabricantes de cartão ondulado e embalagens da Europa, revelou que planeia comemorar o seu 50º aniversário e a abertura oficial de uma fábrica de produção de impressão digital, num investimento total de 25 milhões de euros. A empresa sediada em Estíria, na Áustria, está determinada em capitalizar o crescimento contínuo dos negócios, onde os volumes de produção digital continuam a aumentar de 25 a 30% ao ano. No centro desta unidade de produção digital está a impressora de passagem única Delta SPC 130 da Koenig & Bauer Durst com tecnologia de tinta à base de água que está a impulsionar o crescimento dos negócios e a fornecer soluções exigidas pelas marcas para a indústria de embalagens de alimentos. A Delta SPC 130 foi transferida com sucesso para a nova fábrica e a produção começou no início de abril. A cerimónia oficial de inauguração do novo edifício, juntamente com a
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CANON NOMEIA EQUIPA DE LIDERANÇA
PRODUCTION PRINT
sierra foi escolhida para European Vice President (VP), Production Print Direct Sales e Jennifer Kolloczek para European Planning, Marketing & Innovation Senior Director, Production Print. As duas executivas assumiram os respetivos cargos a partir de 1 de junho de 2022. Na sua nova função de European VP, Production Print Direct Sales, Alicia Cifré Trassierra será responsável pela definição e implementação de uma estratégia robusta de go-to-market para Production Print na região EMEA. A partir da sede da Canon Europa em Londres, trabalhará em estreita colaboração com toda a unidade de negócio Digital Printing & Solutions, que inclui as equipas de Marketing & Innovation, Services & Support e Workspace & Part-
celebração do 50º aniversário do Rondo St Ruprecht, será em setembro. A empresa, que faz parte do Grupo Rondo e que possui oito fábricas na Europa, investiu na Delta SPC 130 há três anos para iniciar a produção digital. Cerca de 90% do negócio de impressão digital da Rondo é para a indústria alimentar. Com os prazos de entrega cada vez mais baixos, a Rondo diz que deve desenvolver ainda mais a tecnologia digital onde a excelente qualidade de impressão já corresponde à produção litográfica. Karl Pucher, director administrativo da Rondo Ganahl St. Ruprecht, disse afirmou que “a impressão digital foi um grande passo para nós há três anos, com um futuro desconhecido, mas nunca olhamos para trás. A transformação está
ner Sales, para alcançar os objectivos de vendas para Production Print. Apoiará também as organizações comerciais nacionais da Canon em toda a EMEA, para impulsionar os seus planos de go-to-market e de desenvolvimento operacional. Com mais de 30 anos de experiência no sector, incluindo mais de 12 anos na Canon Espanha, Alicia traz conhecimentos valiosos para o seu novo papel. Ocupou várias posições na sua carreira, desde as áreas de controlo e planeamento de negócios, orçamentação e forecasting, até operações comerciais e de vendas. Mais recentemente, Alicia foi Head of Production Sales da Canon Espanha e, antes de assumir o cargo actual, foi Director of Production Printing Products. Alicia irá reportar a Taz Nakamasu, Executive Vice President, Digital Printing & Solutions da Canon Europa, que está muito satisfeito por contar com alguém com o seu valor. Nakamasu revelou que, “o conhecimento de Alicia sobre o portfólio da Canon, juntamente com o seu foco no conhecimento e na ligação com os clientes, confere-lhe um
a ser impulsionada por marcas que precisam colocar os produtos no mercado rapidamente, e com a impressão digital somos muito rápidos, desde o desenvolvimento até à entrega dos produtos aos clientes, entre eles a Lindt & Sprüngli que são muito grandes em produtos de exposição e estão connosco desde o início. A impressão digital é o futuro e está realmente a ajudar-nos a conquistar uma série de novos clientes. A qualidade não é mais um tópico de conversa. Estamos a trabalhar com a SPC 130 a dois turnos, e às vezes, em três turnos. Temos muitos clientes na indústria alimentar e uma das principais razões para escolher a Koenig & Bauer Durst é por causa das tintas seguras para alimentos. Eles forneceram todas as permissões que precisamos para a indústria alimentar.”
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CANON EUROPA ANUNCIOU DUAS NOVAS NOMEAÇÕES PARA AS SUAS EQUIPAS EUROPEIAS DE VENDAS E MARKETING PARA A DIVISÃO DE PRODUCTION PRINT. Alicia Cifré Tras-
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conjunto de competências inestimável, o que é vital para o sucesso futuro da nossa empresa. É um gosto recebê-la na nossa equipa de liderança e aguardamos com expectativa a diferença que pode fazer na nossa unidade de negócio de Digital Printing & Solutions, bem como para continuar a apoiar os nossos parceiros e clientes.” Também Jennifer Kolloczek – European Planning, Marketing & Innovation Senior Director, Production Print assumiu a função de European Planning, Marketing & Innovation Senior Director, Jennifer Kolloczek irá integrar e liderar todas as actividades de planeamento de negócio e marketing da divisão de Production Print para o mercado EMEA. Jennifer Kolloczek traz consigo uma vasta experiência em marketing, gestão de produto e planeamento de portfólio, adquirida ao longo de mais de 20 anos na indústria de impressão de produção. Mais recentemente, Jennifer ocupou o cargo global de Director – Graphic Arts na Canon Production Printing, onde se focou em acelerar a adopção da produção a jacto de tinta no ambiente das artes gráficas. Anteriormente, ocupou várias posições de relevo na Océ, tanto em Poing como em Venlo, antes de se mudar para os EUA em 2014, para se juntar à Sede Regional de Vendas na Canon U.S.A. e, mais tarde, à Organização Nacional de Vendas na Canon Solutions America. Enquanto Marketing Director, Jennifer liderou o desenvolvimento e a execução de estratégias de go-to-market para o portefólio crescente de soluções e serviços B2B. Na sua nova função, Jennifer reportará a Hiro Imamura, VP of Marketing & Innovation, Digital Printing & Solutions da Canon Europa.
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TECNOLOGIA LABEL
KONICA MINOLTA LANÇA
ACCURIOLABEL 400
PARA REVOLUCIONAR MERCADO DE
ETIQUETAS E RÓTULOS
Vem aí a AccurioLabel 400, a impressora pensada para o mercado de impressão de etiquetas e que estará disponível no início de 2023. O lançamento decorreu em Madrid e reuniu imprensa e impressores de vários países da Europa.
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KONICA MINOLTA LANÇOU UM NOVO EQUIPAMENTO DE IMPRESSÃO DIGITAL, A ACCURIOLABEL 400, destinada a fabricantes de etiquetas de médios e altos volumes, e que promete revolucionar o mercado de etiquetas e rótulos em Portugal. A apresentação decorreu no dia 30 de Maio em Madrid, nas instalações da Konica Minolta, no evento designado como European Labels & Packaging Exhibition e que recebeu, durante toda a semana, imprensa e impressores de vários países da Europa, interessados em ver em funcionamento um equipamento que estará disponível para venda
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Este equipamento da Konica Minolta promete revolucionar o mercado de impressão de etiquetas e rótulos em Portugal no primeiro trimestre de 2023. Agora que o e-commerce está em expansão, as empresas tendem a tornar-se muito mais competitivas e por isso estão a apostar mais na qualidade, rapidez de impressão e transformação digital. De acordo com a Konica Minolta, a AccurioLabel 400 apresenta novos desenvolvimentos, sendo que os mais destacados são a possibilidade de uso de toner branco, produtividade aprimorada com velocidades de impressão até 39,9 metros por minuto e redução de custos de operação adicionais graças a peças que terão ainda mais durabilidade, bem como qualidade de impressão que está melhorada. Este equipamento está disponível em opções de 4 e 5 cores. Para o português Diogo esteves, IP Product Specialist que apresentou o equipamento aos participantes, o “Intelligent Quality Care da Konica Minolta e o IQ520 aumentarão o uso e a automação com o AccurioLabel 400. É esta estabilidade dada pelo Intelligent Quality Care que permite o controle em tempo real da opacidade do toner branco, controle de estabilidade de cor, bem como calibração automática, ajustes de densidade e criação de perfil.” Com uma capacidade de digitalização principal de 1.200 dpi (equivalente a 3.600 dpi), a impressora de toner de passagem Konica Minolta AccurioLabel 400 imprime em larguras de papel
de até 330 mm ou 250 mm. Vários monitores de painel de toque em três áreas diferentes da impressora de etiquetas permitem operação intuitiva e facilidade de uso para os operadores, eliminando a necessidade de treino extensivo do utilizador. Tarefas que antes consumiam muito tempo em máquinas analógicas podem agora ser executadas com rapidez e precisão para fornecer uma qualidade de impressão estável, afirmam os responsáveis da empresa. Durante o evento foi divulgado pela Konica Minolta que a multinacional já pode celebrar a sua milésima instalação da impressora digital AccurioLabel 230 – menos de sete anos desde que entrou no mercado de etiquetas.
“O AccurioLabel 400 junta-se à nossa ampla gama de soluções de impressão inovadoras para permitir a transformação digital que também inclui fluxo de trabalho, software e automação de processos e soluções em nuvem como parte da unidade para a fábrica inteligente”, afirmou Carsten Bamberg, gestor para o desenvolvimento de negócios de impressão na Konica Minolta Europe. “A digitalização da indústria de etiquetas continuará a acelerar com crescimento previsto de dois dígitos anualmente. Desta forma, é evidente para todos os profissionais do mercado que as oportunidades estão em todos os lugares, sendo apenas preciso olhar para as soluções disponíveis.
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TECNOLOGIA LABEL
A apresentação do AccurioLabel 400 na nossa Exposição Europeia de Etiquetas e Embalagens oferece uma oportunidade perfeita para ajudar os nossos clientes a repensar as possibilidades e dar início à impressão. Trabalhando em parceria como um player global e parceiro de escolha, estamos constantemente a repensar a impressão e a ajudar os clientes a melhorar e crescer.” Com uma estimativa de mais de 3.000 impressores de etiquetas nos mercados de médio e grande volume, a Konica Minolta está confiante na conquista de uma participação de mercado significativa com esta AccurioLabel 400, que, segundo o avançado durante a apresentação, terá um custo de aquisição extremamente competitivo.” MERCADO A CRESCER “A Konica Minolta lidera o mercado europeu em impressoras digitais de etiquetas e rótulos, com 28% de quota de mercado em 2021, pelo que é natural esta evolução tão significativa ao nível da transformação digital, que inclui soluções de cloud, software e automação de processos”, referiu Hilário Galiano, PPD & IP Sales Manager da Konica Minolta Portugal. “É expectável que o mercado da impressão de etiquetas e rótulos continue a acelerar com uma previsão de crescimento de dois dígitos anuais. As oportunidades de negócio para as empresas estão em todo o lado. Basta estarem atentas e terem os equipamentos certos”, acrescentou. Este novo equipamento terá conversores de etiquetas e rótulos de médio a alto volume e fornecerá impressão digital de alta qualidade. Com uma capacidade de digitalização de 1200 dpi (equivalente a 3600 dpi), a impressora de produção de toner de passagem única Konica Minolta AccurioLabel 400 imprime em larguras de papel de até 330 mm ou 250 mm. A Konica Minolta AccurioLabel 400 tem a capacidade de expandir aplicações com toner branco, produtividade aprimorada com velocidades de impressão super-rápida de até 39,9 metros por minuto e permite reduções de custos de operação adicionais graças ao aumento de vida útil das peças, bem como qualidade de impressão aperfeiçoada. O
AccurioLabel 400 tem a capacidade de expandir aplicações com toner branco, produtividade aprimorada com velocidades de impressão superrápida de até 39,9 metros por minuto
equipamento está disponível em opções de 4 e 5 cores. INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO 1000 A Konica Minolta está neste mercado há cerca de sete anos e, em 2022 celebrou a instalação do milésimo equipamento de impressão digital AccurioLabel 230, equipamento de grande sucesso e antecessor do equipamento que agora é lançado. Este marco confirma o histórico de sucesso da empresa que trabalha cada vez mais de perto dos clientes para impulsionar a transformação digital. A Konica Minolta AccurioLabel 400 também será totalmente adaptável aos clientes que têm a AccurioLabel 230 e que estejam numa fase de expansão dos seus próprios negócios.
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PORTUGAL PRINT 2022
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SUPEROU EXPECTIVAS DE EXPOSITORES E VISITANTES! A feira PP fez mexer o mercado e o feedback de expositores e visitantes foi tão positivo que uma nova edição está já em marcha
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ERMINOU A 9 DE ABRIL MAIS UMA EDIÇÃO DA FEIRA PORTUGAL PRINT PACKAGING & LABELING 2022.
Quando teve de ser adiada de Fevereiro para Abril, alguns profissionais e players destes segmentos do mercado gráfico, de impressão, packaging, labeling, comunicação visual e área têxtil temeram que o certame pudesse não ter o impacto de edições anteriores, sobretudo a de 2019, antes da pandemia, que registou um verdadeiro boom de leads e número de visitantes.
A 24 de Fevereiro teve início a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que levou à guerra na Europa e a consequências que se manifestaram de imediato, sobretudo com o aumento do preço dos combustíveis e energia. Ainda assim, e apesar dos receios de alguns, organização e expositores de-
cidiram avançar e dar continuidade ao trabalho feito e programado e o resultado foram três dias de uma feira menor em termos de número de stands, mas manifestamente maior em visitantes. Segundo a organização, “foi de alguma forma surpreendente que tenhamos conseguido atrair um tão grande núme-
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ro de visitantes. Sabíamos que tínhamos reforçado o investimento em comunicação, divulgando a feira em meios como revistas da especialidade, na área do marketing e mesmo em rádios de amplitude nacional. Agora não contávamos com tantos visitantes durante os dias do certame.” Talvez o facto do mercado ter estado três anos sem acesso a uma feira, fruto da pandemia, tenha suscitado uma vontade dos profissionais se reencontrarem e voltarem a poder observar equipamentos, soluções, substratos, produtos e tecnologia de forma presencial. A partilha de informações, novidades e lançamentos, acaba sempre por garantir público interessado em saber mais e melhorar a sua actividade. Entre os visitantes a sensação recolhida foi sempre de enorme satisfação por voltarem a ter acesso a uma feira que se realizou mesmo e apesar da enorme incerteza europeia e mundial face à guerra na Ucrânia, quando nem a pandemia acabou totalmente. Da parte dos expositores, a maioria considera acertada a decisão de ter apostado numa presença nesta feira, mesmo que tenha tido dúvidas sobre o investimento versus objectivos delineados. Alguns expositores registaram um recorde de contactos e manifestaram a sua satisfação, mas o que todos foram revelando, foi a qualidade desses con-
A maioria dos expositores considera acertada a decisão de ter apostado numa presença nesta feira, mesmo com as dúvidas inciais sobre o investimento versus resultados
A feira Portugal Print foi palco de lançamento da nova publicação da IG, a “Grandes Formatos Portugal”
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tactos, mais focados, mais dirigidos e com maior impacto. Os expositores, com a presença numa feira, pretendem atingir um número considerável de leads de qualidade que se traduzam depois na concretização de negócios ou mesmo no fecho durante os dias do evento. Foi precisamente isso que aconteceu com a Fujifilm que no segundo dia do certame anunciou a venda da Revoria Press PC1120 em exposição, pela Transgráfica, de José e Paula Paiva, com instalações em Corroios. “Este equipamento responde à procura de impressões criativas que proporcionam crescimento empresarial. Mais do que produzir impressões de alta qualidade de forma rápida e fiável a um preço razoável, os clientes querem hoje contar com empresas que lhes ofereçam também uma impressão criativa e a ‘pedido’”, referiu José Paiva. Recorde-se que com a concretização deste negócio, e só este ano, a Fujifilm conta já com duas instalações de Revorias no mercado nacional, o que prova que algumas gráficas continuam a confirmar a estratégia de que é em épocas de crise que as empresas devem investir.
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PORTUGAL PRINT 2022
Imprimax Teresa Simões “Durante a feira tivemos contacto com 10% dos visitantes que se cadastraram no nossa stand. Mantemos conversas com alguns clientes, mas ainda sem compras efectivas. De qualquer forma, para além destes 10%, consideramos que a feira foi excelente, pois estamos na fase de divulgação da marca.”
Portus Daniel Ribeiro “O balanço que fazemos da Portugal Print é positivo. Apesar de termos expectativas muito baixas, ficámos surpreendidos de forma positiva com a afluência de visitantes e, com o número de contactos que obtivemos. Conseguimos fechar alguns negócios na feira e, agora passado dois meses, ainda temos negócios a correr. O nosso balanço é bastante positivo.”
Fujifilm Filipe Marques “Este ano, após um longo período de ausência, o regresso da Portugal Print foi especialmente importante para o sector gráfico e para a Fujifilm, com a possibilidade de nos reencontrarmos presencialmente. A Portugal Print foi uma excelente platafoma para comunicarmos as nossas soluções de grande formato e print-on-demand, junto da indústria gráfica. Foi com enorme entusiasmo que pudemos demonstrar a qualidade dos equipamentos e soluções presentes na feira e como estas podem impulsionar o negócio em 2022. Registamos com grande satisfação o interesse demonstrado na Acuity Prime, uma nova impressora plana de referência para uma produção gráfica versátil e rentável, oferecendo uma impressão de elevada qualidade em diferentes tipos de suporte, rígidos e flexíveis. A impressora Revoria PC1120, pelos elementos diferenciadores que possui, nomeadamente a utilização simultânea de 6 cores, mereceu a especial atenção e interesse do sector, o que nos deixa extremamente positivos. Também o Sistema Printbar Samba Mini 4300, para produção de aplicações de 1200 dpi a 1000 fpm numa única passagem, teve uma excelente receptividade. Foi um regresso positivo às feiras presenciais, o que nos deixa boas expectativas relativamente à evolução do sector gráfico.”
RES O T I S O P X E S DOS EXPOSITORES K DO C CK BA A ED FE B & S D HO UN E E TESTEM F & OS TESTEMUNH Anasiscor Leopoldo Lopes “Contrariamente ao que gostaríamos de afirmar, esta edição não foi uma grande feira. Os nossos objectivos não deixaram de ser alcançados mas, na verdade, a Anasiscor / Anassisgraf participaram na feira porque achamos que não podemos deixar de marcar presença. É evidente que os nossos clientes gostam de nos ver por lá. Também é verdade que aparecem sempre novos clientes que ainda não nos conhecem e aí sim, pode ter valido a pena, mas foram muito poucos os novos clientes. Quanto à feira a norte é sempre uma grande dúvida mas, também não existe muita lógica em realizar a feira em Lisboa dois anos seguidos, sendo que depois teremos a drupa em 2024. No nosso caso, pode fazer algum sentido participar na feira a norte, no Porto, pelo facto da Anassisgraf estar sediada nessa região.”
Widinovations Miguel Miranda “Apesar de ter sido uma das feiras mais pequenas de sempre no que respeita a expositores, esta teve uma excelente afluência de clientes. A maioria dos clientes presentes, demonstrou muito interesse em investir, o que tornou a feira ainda mais interessante. A Widinovations, tal como em anos anteriores, teve o stand na melhor localização possível, ou seja, mesmo na entrada, onde apresentamos as nossas últimas novidades e o sucesso foi evidente. Penso que no próximo ano, a feira devia deslocar-se para o Porto, de forma a dar mais oportunidades de visitação aos clientes do norte.”
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Weddt
Xerox
Ricardo Fernandes
Paulo Carvalho
“Participar no único evento do sector em Portugal é a nossa obrigação. Iremos sempre participar por mais pequena que seja a feira, ou com mais ou menos afluência. Queríamos muito estar com os nossos clientes. Em alguns casos não estávamos juntos há mais de dois anos. Foi importante mostrar que estamos empenhados no sector e no futuro. Muitos clientes não nos visitaram este ano porque sabiam que a feira seria pequena, no entanto, disse a todos sem exepção que deveriam ter ido por serem parte do sector e porque foi uma boa primeira feira pós-covid. Todos os clientes que foram ao certame gostaram e, apesar de não ser um objectivo principal, conseguimos estabelecer alguns novos contactos. Após a feira, muitos já nos compraram. Mal podemos esperar que a feira aconteça no norte. Somos do norte e, vincamos esse facto na nossa comunicação. Para onde vamos, somos sempre muito bem recebidos. Agora seremos nós a receber.”
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A Xerox Portugal assumiu desde o primeiro instante, com enorme entusiasmo, a possibilidade de voltarmos aos eventos presenciais com a Portugal Print. É um evento de referência no mercado, e sentíamos a genuína vontade dos clientes tomarem contacto mais efectivo com os desenvolvimentos mais recentes e as inovações lançadas nestes últimos dois anos. Dentro das limitações actuais de disponibilidade de equipamentos, preparámo-nos para estar presentes directamente com a apresentação do nosso portfolio, desde a entrada de gama até ao produto estrela a Xerox Iridesse. Efectivamente contávamos que, ao entusiasmo sentido na fase de lançamento, se tivesse juntado um volume maior de clientes presentes na feira, mas ainda assim conseguimos avançar para o fecho de algumas oportunidades em que estávamos já a trabalhar. Em paralelo, identificámos um conjunto de novas oportunidades relevantes e em diferentes mercados para trabalhar nos próximos meses. Aguardamos com redobrada expectativa o anúncio de mais detalhes sobre a edição de 2023, que esperamos possa, de uma forma ainda mais efectiva, resultar no evento de referência do mercado gráfico em Portugal.
S E R O T I S O P X DOS E K C A B D E E F OS & H N U M E T S E T RES TESTEMUNHOS & FEEDBACK DOS EXPOSITO Induquímica Canon Manuel Matos “A Portugal Print 2022 foi muito positiva para a Canon Portugal. A nossa presença fez-se notar por via dos nossos parceiros, Print House, Print Control, Camaracolour, Smique, otherway, Inapa Viscom e Signorte. Ao nível da Proprint (soluções de folha solta) geramos mais de 200 lead´s de negócio, e nas duas semanas após o evento fechamos quatro negócios estratégicos no mercado das artes gráficas. O mercado nacional está a sofrer fortemente as diversas crises mundiais, saúde (COVID-19), suporte de impressão (papel e consumíveis), guerra na Ucrânia, etc. Todas estás camadas juntas têm um impacto gigante na economia e gestão das empresas. Por outro lado, existe um dado positivo relacionado com o número de visitas à Portugal Print 2022, o que é demostrativo da atitude positiva lusitana - e o empresário português, (verdadeiro herói da nação valente), acedeu à chamada dos fornecedores, tendo marcado uma presença muito positiva. Concordamos com a ideia de fazer a feira Portugal Print de forma alternada, entre Lisboa e Porto.”
Filipe Sousa A feira Portugal Print correu bastante bem, tendo em conta que tínhamos o objectivo de lançar em Portugal a nova CNC de aplicação de cola da Félix Gluer, que despertou bastante interesse e com perspectiva de concretização de negócios a curto prazo. Relativamente à Color IQ Consultoria em Cor, superou a expectativas, fruto do reconhecimento cada vez maior do nosso trabalho e das soluções de gestão de cor e CIP3 que apresentamos com vista à redução de custos imediatos nos clientes, especialmente agora que o papel é mais escasso e atingiu valores de compra tão elevados. Relativamente à realização no Porto, faz todo o sentido, de forma a criar alguma descentralização e tendo em conta que a maioria das gráficas estão no Norte. As taxas de afluência no Porto sempre foram superiores às de Lisboa.
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PORTUGAL PRINT 2022
Inprintout José Filipe Fôsco “Sobre a Portugal Print, temos duas análises, uma em relação aos visitantes e outra em relação às PME’s. Ficámos com a sensação de que a maioria das grandes empresas não estiveram motivadas a visitar a feira, registámos poucos contactos dos chamados “Big Players”, o que significa que o investimento que fizemos para esses clientes, não teve resultados. Em relação às PMEs, aí sim, sentimos uma grande afluência e com visitas muito interessantes, quer no aspecto de empresas novas, quer no que se refere a resultados das vendas. Assim nessa área os objectivos foram po-
sitivos, fizemos alguns negócios na feira em especial na área de máquinas de impressão de rótulos e de embalagens e, temos vários a correr que, pensamos finalizar nos tempos mais próximos. Quanto à realização da feira a norte, também se compreende, já que o maior número de visitantes que tivemos foram do centro e norte do país.”
ES R O T SIITORES O P X EXPOS S E O S D O KD K C C A A B D B E FFEEED & S O H & UN HOS TESTEM N U M E TEST Inapa Portugal Luís Ferreira Esta edição da Portugal Print decorreu acima das expectativas, depois de 2 anos de pandemia, com muitas novidades e proposta de valor renovada com novos produtos e soluções para o mercado de impressão digital de grande formato. Entre os objectivos alcançados esteve a elevada taxa de visitação por parte de
Nova edição a Norte Depois de um interregno de quase três anos, forçado pela pandemia, a feira Portugal Print, prevista para 2022 acabou por acontecer em Abril e marcou um ponto de viragem no sector de impressão, packaging, label e têxtil. Os diversos profissionais destas áreas, os fornecedores e clientes, bem como visitantes, voltaram a poder ter contacto directo e observar equipamentos e soluções ao vivo. Apesar de todas as condicionantes, os expositores referem a satisfação geral pela realização deste certame, pela possibilidade de voltar a eventos presenciais, gerarem leads e fechar negócios durante ou no período pós feira. A próxima edição, segundo a organização, realizar-se-á a norte do país, em Braga ou Porto. Antes da decisão final, Vanda Santos, directora geral da Profair falará com todos os expositores que marcaram presença nesta edição e mesmo em anteriores, para obter opiniões e, se possível um consenso alargado, sendo certo que a edição 2023 terá lugar na região norte.
clientes, novas oportunidades de negócio, notoriedade e posicionamento reforçados. Sobre a possibilidade da próxima edição se realizar a Norte, em Braga ou no Porto, consideramos uma excelente iniciativa face ao crescimento e à dinâmica do mercado de impressão digital de grande formato na zona Norte.
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STAND: QUEM FEZ O QUÊ A IG esteve presente na Portugal Print com um stand de 18m2 e para a decoração do mesmo utilizou diversos materiais que ilustram bem o potencial da área de impressão e comunicação. Para além da decoração das paredes do stand, do revestimento e dos roll ups, contámos com móveis em cartão compostos por duas cadeiras e mesa, impressos de forma personalizada com elementos da IG, tivemos várias revistas e flyers impressos em papel, alusivos a acções que marcam as várias actividades da revista e ainda tshirts com capa estampadas na frente que, estiveram em exposição durante os 3 dias do certame.
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FEIRA HISPACK + GRAPHISPAG
HISPACK MOSTROU TODO O POTENCIAL DO PACKAGING! A Hispack mostrou toda a relevância, destaque e crescimento do mercado de packaging. Barcelona acolheu um certame que reuniu a cadeia de valor das embalagens, o seu potencial e avançou com as principais tendências que o mercado já pede e vai continuar a exigir.
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RGANIZADA PELA FEIRA DE BARCELONA A CADA TRÊS ANOS, a Hispack
é a maior feira de packaging, processos e logística realizada em Espanha e uma das primeiras da Europa na sua especialidade. A edição deste ano decorreu no final de maio, entre 24 a 27 de reuniu mais de 600 expositores directos, de 18 países, e mais de 1.100 marcas representadas, ocupando dois pavilhões do recinto de feiras da Gran Via. A grande novidade desta edição foi o facto de coincidir com a Graphispag, feira de referência para a indústria gráfica e comunicação visual no país. Quem tem visitado regularmente a feira Hispack, que decorre em Barcelona, tem assistido ao seu crescimento, a par da evolução e fortalecimento desta área de negócio. Com o crescimento do mercado de embalagens, a impressão apanhou a “boleia certa” e, soube oferecer tudo aquilo que as marcas e departamentos de compra necessitam. Isto acontece porque os consumidores estão hoje mais activos, mais despertos e são por isso eles que “mandam” no rumo que as embalagens têm seguido. Assim, foi sem surpresa que os visitantes profissionais da área de impressão e os responsáveis por marcas que gerem departamentos de marketing, de publicidade, logística ou ponto de venda assistiram a um certame recheado de inovação e pensado para responder
FEIRA HISPACK + GRAPHISPAG
ao que o mercado precisa e vai exigir a breve prazo. A inovação faz-se de materiais, de processos e de novas formas de utilização que passam hoje, mais do que nunca, pela sustentabilidade. Foi precisamente este tema que abrangeu todo o certame já que em todos os expositores, as embalagens, os substratos, os equipamentos, os métodos e processos, a logística e distribuição, a reutilização e reciclabilidade estiveram sempre em destaque. Para quem visitou o Hispack, além da possibilidade de “escutar” o potencial desta indústria, através do contacto com empresas que mostraram o melhor que estão a desenvolver, foi ainda possível assistir a palestras previamente programadas para oferecer informação
Duas áreas, do Hispack e Graphispag, que atrairam sempre muitos participantes foram, respectivamente a zona Unboxing e Diálogos
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e formação sobre tendências e consumo. Esta grande novidade decorreu no Hispack Unboxing, um espaço criado dentro do próprio certame, entre stands, e teve um programa criado com oradores de relevo, como directores de grandes marcas nacionais e internacionais, fabricantes de embalagens, designers, criativos e marketers. A Hispack acabou por responder positivamente às expectativas da organização e dos expositores. O evento recuperou o clima das grandes feiras industriais, promovendo o tão esperado encontro de empresas, entidades e profissionais ligados à embalagem para mostrar inovação e partilhar conhecimento num momento em que se acelera a transição para a circularidade das embalagens. Nesta 18ª edição, a Hispack reuniu 643 expositores e 1.027 marcas representadas, atraindo 31.118 visitantes, 11% internacionais, juntamente com a exposição para a indústria gráfica e comunicação visual, Graphispag. Na verdade, as duas feiras que decorreram em simultâneo acabaram por promover um valioso encontro sectorial para acelerar a questão da sustentabilidade. Este certame comprovou aquilo que todos já sabiam relativamente ao crescimento e fortalecimento da área do packaging. Segundo a organização, há já muito que existia o desejo de realizar uma feira e um reencontro de topo e o Hispack e a Graphispag, eventos líderes para as indústrias de embalagem e impressão para o mercado espanhol. Equipamentos em funcionamento, novidades, contactos profissionais, fecho de notas de encomenda e leads geradas que serão depois devidamente acompanhadas, marcaram uma edição que teve a sustentabilidade como principal prioridade para ambos os sectores. Duas áreas, do Hispack e Graphispag, que atrairam sempre muitos participantes foram, respectivamente a zona Unboxing e Diálogos. Estas iniciativas foram um complemento à oferta comercial, e mostraram o interesse despertado pelas mais de 147 conferências, sessões e mesas redondas com 322 oradores. Tanto o Hispack como a Graphispag confirmaram o im-
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FEIRA HISPACK + GRAPHISPAG
“BEST IN CLASS” 5 HISTÓRIAS DE SUCESSO E INOVAÇÃO portante papel das duas feiras na promoção do conhecimento sobre tendências e resultados concretos da aplicação da inovação em embalagens e impressão. Em palco estiveram sempre palestrantes de empresas de renome e compradores internacionais e profissionais se reuniram para debater termas de interesse para toda a cadeia de fornecimento de packaging. As duas feiras decorreram em pavilhões paralelos e transformaram-se num evento industrial voltado para o mercado ibérico, valorizando sinergias entre embalagem e impressão, duas indústrias essenciais na economia produtiva dos países. A sustentabilidade foi de facto o tema das duas feiras que mostraram soluções em matéria de tecnologia, processos e materiais para reduzir a pegada ambiental de embalagens e produtos impressos. O contexto actual, marcado por mudanças legislativas em curso que promovem a economia circular e que afectam especialmente as embalagens, tem acelerado a implementação dessas inovações. A digitalização e automação de processos, mostrados nas máquinas e equipamentos expostos, também se focaram na melhoria da eco-eficiência, bem como na produtividade e competitividade das empresas. Neste sentido, houve uma maior presença na Hispack de marcas de fabrico, principalmente dos sectores alimentar, de bebidas, farmacêutico, químico e cosmética, entre outros. No caso da Graphispag, as empresas de serviços gráficos e outros sectores com necessidades de impressão também estiveram focadas em aprender sobre tecnologias gráficas, suportes, acabamentos e tintas mais ecológicas. As próximas edições da Hispack e Graphispag estão previstas para maio de 2024.
O certame incluiu todas as áreas da cadeia de valor da embalagem. Uma área em crescimento é a logística
A feira apresentou ainda os “Best in class” como exemplos de transformação de negócios graças às embalagens, reconhecendo 5 histórias de sucesso de empresa europeias em que a embalagem actua como força motriz para a inovação. Um pacote para cultivar e exportar, um sistema para encher embalagens de cosméticos reutilizáveis na mesma loja, robots colaborativos para embalar microculturas farmacêuticas, fabrico de embalagens, acondicionamento e rastreabilidade desde o primeiro momento da pesca do salmão e, uma linha para produção de embalagem e conservação de cubos de gelo em diversos formatos. Estes são os cinco projectos internacionais escolhidos pelo programa “Best in Class” da Hispack, que reconheceu as empresas que, graças à inovação nas embalagens, conseguiram multiplicar a sua eficiência, aceder a novos mercados ou transformar o seu modelo de negócio. Os casos apresentados na feira surgiram de países como a Dinamarca, Inglaterra, Alemanha, Escócia e Ilhas Faroé. Na feira, foi dado destaque aos representantes destas cinco empresas num dia exclusivo em que os protagonistas explicaram mais detalhadamente as soluções de embalagem aplicadas e os resultados obtidos.
Destaque em inovação A empresa dinamarquesa GrowUp Farm, dedicada ao cultivo e comercialização de rebentos de soja, foi reconhecida por ter transformado a sua proposta de produção, apresentação e venda do produto através de um novo formato de embalagem. Sob o lema “Comer, crescer, repetir”, a solução de embalagem inovadora, implementada em colaboração com a Schur Star Systems, permite que os clientes cultivem os seus próprios rebentos em casa, utilizando o mesmo recipiente de venda. Este sistema significou para a empresa um rápido aumento das vendas e o início das exportações.
Também a multinacional britânica do sector cosmético, “The Body Shop” relançou à escala global uma proposta desenvolvida internamente, já idealizada e utilizada nos anos 70, que se baseia na reutilização de embalagens em prol da melhoria da sustentabilidade. trata-se do Refill Station, um dispensador em loja através do qual os clientes podem encher os seus próprios recipientes com o produto pretendido. Só isto reduz o consumo de plástico em várias toneladas a cada ano, além de contribuir para que os consumidores se sintam mais responsáveis e por isso mesmo mantenham uma fidelidade maior à marca.
FEIRA HISPACK + GRAPHISPAG
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Cerimónia de Prémios Liderpack
Na Escócia, o fabricante de microculturas para os sectores farmacêutico e cosmético, E&O Laboratories, implementou robots colaborativos de última geração da Universal Robots, por meio do integrador local Olympus Technologies, para automatizar o fim da linha de embalagens e embalagens, alcançar maior segurança, precisão e rapidez no manuseio de produtos tão sensíveis. Esta melhoria de eficiência e produtividade traduziu-se num aumento significativo da sua quota de mercado.
Bakkafrost (Ilhas Faroé), uma das grandes empresas internacionais do sector da aquicultura, desenvolveu a sua própria linha de fabrico de embalagens, adicionando um sistema de codificação e impressão a laser fornecido pela empresa espanhola Limitronic e integrado pela MP Teknik com o qual obtém uma rastreabilidade abrangente que conecta o fabrico e a comercialização dos seus produtos ao mesmo tempo em que gera valor de marca. A empresa faroense produz um milhão de peças de salmão por dia que são embaladas, codificadas e prontas para serem vendidas a partir do momento da pesca.
Por fim, a empresa alemã Ice Age Ice foi reconhecida por ter demonstrado como a perfeita automação do processo de fabricação e embalagem é fundamental para agregar valor a um produto e aumentar as vendas, mesmo quando se trata de cubos de gelo. Graças às eficientes soluções de embalagem fornecidas pela empresa espanhola Coalza Systems, a empresa alemã é líder de mercado nesta categoria de produtos, fornecendo todos os tipos de formatos.
A Hispack acolheu também a cerimónia de entrega dos Prémios Liderpack-Popai Espanha correspondentes às edições 2020 e 2021. Na categoria Ponto de Venda foram distinguidos 81 embalagens e obras publicitárias que se destacaram pelo design inovador e que têm a sustentabilidade como denominador comum. Algumas destas embalagens são de papel com propriedades barreira para alimentos, bolsas com tampões laterais úteis para abrir e fechar, caixas com garrafas de vinho integradas em baldes de gelo, embalagens de cartão para cerveja, ou garrafas feitas com plástico 100% reciclado e reciclável, entre outros produtos
Procurement Day Catalunya 2022 A Associação Espanhola de Profissionais de Compras, Contratação e Compras (AERCE) e a feira Hispack na Feira de Barcelona assinaram um acordo para promover um maior conhecimento entre os associados da entidade sobre a gestão estratégica da embalagem como elemento chave das cadeias de abastecimento, o seu valor e as vantagens competitivas para as empresas. Entre estas acções destaca-se a celebração do Procurement Day Catalunya 2022, evento anual organizado pela referida associação que reuniu profissionais da função de Compras, incluindo directores de empresas de diferentes sectores produtivos e no qual foram abordados temas actuais que são relevantes para os profissionais de compras. Dado que a gestão de compras adquire cada vez mais impacto e relevância como elemento fundamental para garantir a rentabilidade e competitividade das empresas, o Procurement Day Catalunya 2022 conseguiu superar as expectativas em número de participantes.
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EMPRESA OLEGÁRIO FERNANDES
CEM ANOS DEPOIS
OLEGÁRIO FERNANDES SOMA E SEGUE!
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ARA CELEBRAR OS CEM ANOS DA OLEGÁRIO FERNANDES, a adminis-
tração decidiu realizar um evento comemorativo nas instalações da empresa, reunindo clientes e amigos que ao longo dos anos têm acompanhado e participado no seu percurso. Para além de João e Cristina Baeta, administradores, a cerimónia contou com convidados como o vice-presidente da câmara Municipal de Sintra, concelho onde se encontra sediada a Olegário Fernandes, o presidente da Câmara de Góis, região a que o fundador está profundamente ligado pelas suas raízes, o presidente da CIP e o presidente da Apigraf. No seu discurso sobre a empresa que dirigiu desde 1968, João Baeta referiu que as comemorações da empresa tiveram início em 2018/2019, altura em que se cumpriram 50 anos da presença da família Baeta à frente do destino da Olegário Fernandes. “Querermos estar em proximidade com as instituições e escolas divulgando o que a indústria gráfica produz e
A Olegário Fernandes celebrou 100 anos de actividade. Poucas empresas conseguem atingir esta marca histórica com crescimento e sucesso.
reproduz. (...)Centenas de alunos estiveram já neste nosso “Espaço da memória. Esta ligação escola/empresas deve ser um caminho a trilhar. Queremos nestas comemorações dos 100 anos da Olegário Fernandes testemu-
“Na Olegário Fernandes orgulhamo-nos do nosso passado, vivemos o presente com paixão e queremos continuar a construir o futuro para todos os que trabalham nesta casa.”
nhar que as PME’s, a que pertencemos, dispõem da capacidade e saber para gerir, desenvolver e obter resultados. As PME’s reclamam por ser mais acarinhadas através de estímulos que não passam só por apoios financeiros. É por isso que destaco o gabinete do apoio empresarial da Câmara de Sintra no suporte que presta às empresas.” João Baeta referiu ainda o apoio do IAPMEI e do sistema financeiro. A Apigraf também não foi esquecida e João Baeta manifestou a sua gratidão pelo apoio que esta presta aos seus associados. A terminar, o empreendedor e responsável por muitas décadas de evolução e sucesso da Olegário Fernandes referiu que, “na Olegário Fernandes orgulhamo-nos do nosso passado, vivemos o presente com paixão e queremos
EMPRESA OLEGÁRIO FERNANDES
Uma história chamada “Olegário Fernandes” Em cem anos a Olegário Fernandes passou apenas pelas mãos de duas famílias. De 1922 até 1968 a empresa esteve com a família Fernandes e dessa data em diante até aos dias de hoje é a família Baeta que tem gerido o seu destino. Com uma história feita de luta e superação, a Olegário Fernandes tornou-se numa referência na área de impressão de rótulos, etiquetas e embalagens, entre outras, para a indústria farmacêutica, alimentar, vitivinícola. Quando em 1968 João Baeta comprou a empresa, fê-lo sobretudo porque esta, apesar de estar em que apesar declínio, já depois da morte do seu fundador, possuir um valioso alvará que lhe permitia laborar.
continuar a construir o futuro para todos os que trabalham nesta casa.” Cimentando a Olegário como uma referência na indústria gráfica também o vice-presidente da Câmara de Sintra, Bruno Parreira, resumiu nas sua palavras a força de determinação do projecto, considerando que, “uma gráfica que atravessou as dificuldades de duas guerras mundiais, uma ditadura, a entrada na CEE, depois na União Europeia, a adesão à moeda única, crises variadas, a presença da Troika, uma pandemia e recentemente a situação gerada pela guerra na Ucrânia, só pode estar de parabéns.” José Manuel Lopes de Castro, presidente da Apigraf citou Fernando Pessoa, para reforçar a mensagem de que “não é o trabalho mas o saber trabalhar
“Centenário”, o livro que marca dez décadas da Olegário Fernandes O livro de capa dura, uma edição de luxo com 265 páginas é uma peça que ficará para a história da empresa mas é também uma obra que permite a todos um maior conhecimento sobre os últimos cem anos do país no que se refere ao mundo da impressão e o seu impacto na história da cultura nacional. Esta edição foi coordenada pelo professor Guilhermino Pires e contou com o empenho e dedicação pessoal de João e Cristina Baeta.
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que é o segredo do êxito no trabalho. É este saber trabalhar, associado ao gosto pela partilha, bem como o empenho, competência e humanismo da administração que estão na origem do sucesso desta empresa.” Depois dos discursos os convidados passaram ao “Lugar da Memória”, uma sala que contém uma exposição evocativa sobre a impressão em Portugal e os momentos mais marcantes da vida da empresa e que foi coordenada por Manuel Paula. Para além de equipamentos, a exposição é feita de cartazes que mostram a importância das artes gráficas e acompanham a evolução desta gráfica, desde a rua do Bemformoso às instalações em Belas. Seguiu-se uma visita à fábrica, tendo os convidados percorrido todas as instalações para observar a produção, constatando que a Olegário Fernandes é hoje uma empresa referência na impressão de rótulos, etiquetas e embalagens e que investe continuamente em tecnologia de vanguarda, em métodos e processos que lhe permitem ser líder no seu segmento e contar com a confiança de grandes marcas nacionais e internacionais. No final decorreu um cocktail com direito a bolo de aniversário e foram cantados os parabéns à Olegário Fernandes.
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TEMA DE CAPA ESCASSEZ DE PAPEL
QUEM TEM PAPEL, QUEM TEM?? Escassez e aumento do preço do papel gera crise na impressão. Este é o tema do momento e para muitos, uma “dor de cabeça” bem maior que a situação gerada pela pandemia.
A
CRISE DO PAPEL NO SECTOR GRÁFICO já se arrasta há algum tempo, e o
fim parece não estar à vista. A situação deve permanecer tensa durante todo o ano de 2022, e os players do mercado esperam que esta permanência de preços elevados e incerteza no que se refere à oferta se mantenha. Com este cenário, o ânimo geral da indústria não é elevado mas, também é verdade que esta área já passou por outras situações difíceis.
Neste artigo, procurámos falar com alguns profissionais que nos responderam sobre como estão a enfrentar a situação e, qual a sua opinião sobre a forma de a ultrapassar, bem como consequências que, sabem, podem surgir a curto e médio prazo. A abordagem tem de ser hoje ainda mais inteligente para que as empresas consigam gerir da melhor forma as suas compras durante esta crise do papel e evitar custos maiores. MAS O QUE É QUE REALMENTE ESTÁ A ACONTECER?
A escassez de matéria-prima causou escassez de papel por meses, o que afectou toda a cadeia de fornecimento de indús-
TEMA DE CAPA ESCASSEZ DE PAPEL
impacto e consequências directas no sector de impressão, que acabou por levar a um novo aumento nos preços do papel devido à subida dos custos de energia. OS REMÉDIOS TEMPORÁRIOS
Esta crise complexa tem obrigado a que todos tenham de ser criativos no campo da impressão e, é por isso que os gráficos têm de ser cada vez mais assertivos na forma como gerem os custos. Os formatos e os tipos de papel estão a mudar e os ajustes de acabamento de impressão estão a ajudar a reduzir o custo da produção. Mas isso é mais um compromisso do que uma solução: a qualidade do produto final é tão diferente do que o cliente inicialmente tinha em mente que nem sempre este fica satisfeito com isso. Além disso, as constantes oscilações dos preços devem ser levadas em consideração ao apresentar uma oferta ao cliente. Ao fazer uma proposta de orçamento, é preciso que utilize os preços
tria de impressão. O enorme desequilíbrio entre a oferta e a procura tem vindo a causar uma drástica escassez de papel. Um segundo factor importante nesta crise é o aumento dos custos da energia. A produção de papel requer muita energia, razão pela qual já se falava anteriormente, em Outubro de 2021 na possibilidade de existir um imposto energético adicional sobre o preço do papel. No espaço de 12 meses os preços da eletricidade, petróleo e gás triplicaram em muitos países produtores de papel. Por parte da Intergraf, houve mesmo um alerta sobre a guerra na Ucrânia e o
Estes aumentos são grandes e podem subir mais de 10% em poucas semanas. Isso implica falar com o cliente e propôr novo orçamento...
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disponíveis nos catálogos dos fornecedores de papéis e substratos. Esse orçamento é aprovado depois de algum tempo e concretiza-se sobre a forma de encomenda. Habitualmente, só nesse momento é que o departamento de compras procede à compra do papel. O que acontece, é que o papel ou outro substrato, que antes era entregue da manhã para a tarde ou, da tarde para a manhã seguinte, não pode agora ser entregue no prazo e o preço sobe muito para lá do que tinha sido colocado no orçamento oferecido ao cliente. A longo prazo, estes aumentos são grandes e podem subir mais de 10% em poucas semanas. Isso leva a que os profissionais gráficos sejam confrontados com uma realidade dura que implica ter de falar com o cliente e propor um novo valor de orçamento, com base na actualização da subida do preço do papel. Outra opção é absorver este valor e ficar com o custo do seu lado, o que também não é exequível mesmo a custo prazo porque acaba por pressiona a margem de lucro. Como é então possível agir? Todas as soluções parecem ser apenas um “penso rápido” numa ferida que se alastra e infecta diariamente. A opção é perder parte da margem e lucro ou confrontar os clientes com a realidade e perder alguns ou mesmo “manchar a reputação e boa imagem” da gráfica. Esta última situação pode ser uma machadada na já difícil situação que impacta o mundo a impressão. Do lado dos clientes, este estão a ser também pressionados pelo aumento de preços e mesmo que tenham vontade de continuar a trabalhar com a gráfica e a colocar nos seus projectos e campanhas
A produção de papel requer muita energia. Num espaço de 12 meses os preços de eletricidade , petróleo e gás, triplicaram
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TEMA DE CAPA ESCASSEZ DE PAPEL
A grande maioria das gráficas que tem liquidez financeira está a fazer stock de papel nas suas instalações
com produtos impressos, sentem-se entre a “espada e a parede” porque também querem continuar a ser competitivos. Claro que há empresas que conseguem fazer uma “melhor e mais inteligente gestão de compras”, tendo desta forma uma fluidez na forma como encomendam e recebem a matéria prima. Um ponto importante é ter acesso ao catálogo de produtos dos fornecedores e dos respectivos preços de forma rápida e actualizada. As actualizações constantes têm de fazer parte da visão que as empresas necessitam para poder orçamentar com dados relevantes, sem erros de cálculo e com preços precisos. Outra situação que está a acontecer, é que os clientes que já sabem da falta de papel no mercado estão a proceder os pedidos de impressão com bastante antecedência, o que vai dificultar o trabalho da gráfica que tem de reservar papel com maior antecedência para responder mais tarde ao adjudicado pelos seus clientes, sobretudo porque também sabe que o prazo de entrega é agora uma “dor de cabeça” A menos que recorram a plataformas específicas, os profissionais gráficos não têm hipótese de saber exactamente como estão os stocks em cada semana, um mês ou até seis meses. Com esse conhecimento, seria possível gerir melhor a situação e evitar rupturas e controlar o custo de papel. Dessa forma, seria possível lidar melhor com o volátil mercado de papel de
Alguns empresários dizem que esta é uma oportunidade para que a gestão e planeamento das gráficas se torne mais profissional
hoje e evitar surpresas desagradáveis no meio de um projecto. Sem surpresa, a grande maioria das empresas gráficas que tem liquidez financeira está a fazer stock de papel nas suas instalações, comprando o que há disponível em cada momento, mesmo sem trabalho específico para aquele papel. A consequência disto, é que há ainda uma maior “secagem” no que se refere ao papel disponível no mercado. A Navigator já veio dizer que disponibiliza a mesma quantidade de papel aos seus clientes nacionais em relação ao ano anterior. Aquilo que não consegue fazer é responder a empresas que antes não compravam à Navigator e que agora, por força de algum abandono de fornecedores estrangeiros, recorrem à papeleira nacional. Alguns empresários estão de facto preocupados com a situação de escassez de papel no mercado mas, quase todos são unânimes em afirmar que, esta é também uma boa oportunidade para que a gestão e planeamento das gráficas se torne mais profissional, ao mesmo tempo que os clientes percebam a realidade dos empresários que se debatem com a questão e tentam oferecer a qualidade de sempre com o cumprimentos dos prazos. Esta situação está, naturalmente, a ser mais difícil para todas as empresas gráficas que não têm uma grande capacidade financeira para investir e fazer stock de papel. No meio deste “furação”, estão também as agências de publicidade que acabam por sofrer a pressão dos clientes enquanto lidam com a realidade vivida pelas gráficas. Ninguém parece sentir-se confortável quando se pede uma previsão sobre o comportamento do mercado e o fim desta crise que, além de se reflectir em outros materiais, se acentua claramente na escassez de papel. Até lá, o mercado vai vivendo de forma volátil, gerindo diariamente os stocks e levando a novos e forçados métodos de planeamento e produção.
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Paulo Alexandre
A IG falou com três empresários gráficos e um publicitário sobre a forma como estão a enfrentar esta situação relacionada com a escassez de papel no mercado nacional e internacional e o que pensam sobre o impacto e possíveis consequências, a curto e médio prazo para a área de impressão.
Jorge Rodrigues Influenza Agência de marketing e publicidade A Influenza já sentiu a falta de papel no mercado mas ainda não foi crítico. Existe um receio generalizado em relação à escassez de papel que deverá tornar-se real para o cliente final em pouco tempo. Ouvimos falar, somos “avisados” em conversas informais mas, continuamos a ter uma boa resposta das gráficas. Sabemos desta escassez e aumento de preços do papel. Há problemas de fornecimento relatados em primeira mão pelos empresários gráficos. A incerteza em relação ao transporte de mercadorias é a principal razão. A escassez é, obviamente, um problema para o planeamento das agências. Vivemos de pressão e prazos apertados. Por outro lado, pode ser que a escassez seja a realidade que faz mudar a forma como o cliente final planeia as suas necessidades de comunicação. Ou seja, pode ser que a nova realidade torne inultrapassável o que até agora dava sempre para “desenrascar” com alguma pressão e que o planeamento seja feito de forma mais atempada por todos os envolvidos. Há sempre boas lições a tirar. Esta escassez pode ser uma oportunidade para uma mudança na atitude de alguns fornecedores que são obrigados a pensar com a agência. O racional do orçamento estanque, exactamente como a agência pede, vai mudar para propostas alternativas, às vezes com maior valor acrescentado, por via da escassez do “papel habitual”. A necessidade aguça o engenho, pareceme a resposta perfeita a esta situação. A substituição do físico pelo online já acontece há muito tempo e não tem volta a dar. Não é a escassez de papel que empurra nada. As duas vão continuar a conviver e a melhorar a forma como combinam. É o que tem acontecido. Novamente, a solução criativa por parte das gráficas ganha cada vez maior relevância. A maior parte dos clientes que trabalham online sente necessidade de comunicar também com material impresso. A estratégia de comunicação das marcas não pode fugir aos momentos de contacto da marca com o target. Ainda há muitos momentos em que nada substitui o “papel na mão”.
“A maior parte dos clientes que trabalham online sente necessidade de comunicar também em material impresso”
Empresa Gráfica Miraventos Sentimos muita falta de papel no mercado, os prazos estão mais alargados e as datas em certos casos, são alteradas. Estamos todos os dias atentos à escassez do papel e vamos alterando o planeamento e a produção diariamente para evitar quebras de produção. Para proceder de forma a evitar ter ruptura, estamos a fazer stock dos papéis mais utilizados habitualmente e não perdemos a oportunidade de comprar quando entra papel no mercado. A forma de comprar papel mudou muito e estamos a comprar mais quantidade em função do nosso consumo habitual. Apesar da escassez, os nossos fornecedores vão tentando informar-nos aquando da chegada de papel e tentam alternativas aos pedidos mas, por vezes, não têm matéria prima para vender. Sobre o que deveria ser feito para fazer frente a esta situação? Penso que a indústria gráfica deve, mais uma vez, unir-se e fazer esforços para pensar o assunto e procurar alternativas em todo o mundo! Esta situação de escassez de papel pode ser prejudicial para a indústria gráfica. Os pedidos dos clientes têm datas apertadas e nestes casos, por vezes, perde-se o timimng da obra e não se faz o trabalho, o que acarreta perdas e insatisfação. Por outro lado, a digitalização está em curso e em algumas situações o produto físico já não voltará ao mercado.
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Miguel Marques Jorge Fernandes Artes Gráficas A Jorge Fernandes consome em média, 3 mil toneladas de papel por ano, logo, como é fácil calcular, sentimos muitíssimo a falta do papel no mercado. Tentamos, frustradamente, adquirir papel e raramente há uma resposta positiva. Ou temos o dinheiro na “mão”, ou o papel vai para outro. Receio até que possa haver alguma especulação porque muitas vezes parece que estamos a comprar papel em leilão. Sobre os prazos de entrega para matéria-prima como o papel, posso afirmar que, em maio comprámos papel para Novembro/Dezembro, papel comum que antes tínhamos em 2, 3,4 dias e que agora demora 5 ou 6 meses e, com valores em aberto! Hoje compramos o papel a um preço, mas quando esse chega meses depois, o preço já é outro e já não conseguimos reflectir isso no orçamento do cliente Temos 2 negócios (convencional e online) e perdemos negócios de centenas milhares euros este ano por falta papel no convencional porque o cliente não espera. No online temos gramagens “bloqueadas” porque não temos papel em stock, não podemos vender produtos de determinadas gramagens porque não temos esse papel. Para evitar ter ruptura de stocks estamos a planificar com muitos meses de antecedência, arriscando bastante, comprando o que achamos que vamos precisar e, até o que não vamos precisar, mas mesmo assim não conseguimos prever tudo e acabamos por perder negócios. Não havendo papel disponível temos que planificar, falar com clientes, perceber o que querem fazer para o ano inteiro e, antecipar e pagar o papel que só chega meses depois. Da parte das papeleiras, infelizmente estas não dão uma resposta e apenas remedeiam porque estão dependentes de quotas das fábricas para cada país e, como Portugal é pequeno, o que sobra para nós é muito pouco. Antes recebíamos diariamente visitas dos comerciais das papeleiras mas agora, estes raramente vão às gráficas porque não têm nada para vender! Acerca do que poderia ser feito para fazer frente a esta situação, considero que, primeiro que tudo, a APIGRAF deveria levar este problema ao Governo, reunir e explicar a situação. Os portugueses não fazem ideia do que se passa! As gráficas precisam de ajuda urgente porque estamos a passar uma crise igual, ou pior,
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que o covid. Temos de exigir uma maior quota de papel para gráficas portuguesas, incluindo a Navigator, em Portugal. Somos obrigados a ir comprar papel fora de Portugal porque já não temos quota no nosso país, o que é, simplesmente ridículo. Queremos trabalhar, temos projectos em carteira e não nos vendem o papel ou então, temos de esperar seis a sete meses! Esta situação é gravíssima, e não vemos nenhum organismo ou associação a fazer o que seja… Infelizmente, muitas gráficas vão ficar pelo caminho, pois é impossível sobrevivermos todos a esta crise do papel. Não temos papel para trabalhar, logo não vamos facturar e não facturando, não pagamos as contas. Para piorar, as papeleiras reduziram drasticamente os plafons e obrigam as gráficas a pagar papel a pronto, o que leva ao desequilíbrio da tesouraria das gráficas porque não existe sustentabilidade ou fundo reserva para estes casos. Preocupame esta escassez de papel pois os clientes precisam de comunicar seja de que forma for, seja em papel, digital ou online. As gráficas perdem todos os anos quotas de papel impresso e é assustador o caminho que isto está a levar... As fábricas não percebem que estão a dar um “tiro no pé”, com aumentos radicais e com a escassez papel, pois se o cliente não compra o produto papel, a gráfica não produz, e logo não compra mais papel, e as fábricas não vendem (mais cedo ou mais tarde vai acontecer) e isto, é uma bola neve. Receio que a escassez de papel prejudique também a essência do negócio online, visto que os clientes pagam a pronto e pode depois não haver uma resposta atempada para as suas encomendas. Nenhum cliente de papel consegue suportar aumentos de 50% ou 60% em matérias primas. É gravíssimo o que está a acontecer! Fala-se que muitas empresas estão a fazer stock de papel mas não acredito que sejam muitas as gráficas que o conseguem. A maioria não o pode fazer porque, como expliquei, é preciso tesouraria para o tal e, saímos de uma crise Covid que afectou muito as gráficas. Para se fazer stock, é necessário capital e uma maioria de gráficas, sobrevive. Portanto, creio que isto é algo pontual. Na minha opinião esta situação pode ter duas leituras: Positiva - a medio prazo, pode mudar o modo como se olha para a tesouraria – isto é, estreitar cada vez mais os prazos de pagamento e recebimento, fazendo
circular o dinheiro de forma mais rápida e permitindo também ser mais competitivos. Mas vai levar ainda algum tempo e até lá, haverá muita especulação, muita desconfiança, muito cliente insatisfeito. Negativa – o facto de pedirmos alteração de prazos de pagamento aos clientes por forma a tentarmos garantir já o papel, e o cliente ter que pagar a pronto, porque não podemos financiar a 60, 90 dias. Tem sido um tipo de resposta às exigências do mercado para ser possível à gráfica garantir papel a pronto e não perder clientes. A par da escassez temos que reflectir os aumentos do papel nos trabalhos dos clientes, isto é, comercialmente é um trabalho desgastante porque mensalmente temos de actualizar valores ou publicações periódicas, o que também é, só por si, um risco porque vai deteriorar as relações de parceria.
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Bruno Colaço Colprinter
Nenhum cliente consegue suportar aumentos de 50% ou 60% em matérias primas. É gravíssimo o que está a acontecer!
Começamos a sentir a escassez de cartolinas em dezembro do ano passado. Entretanto essa escassez continuou a piorar durante este ano e, alargou-se a outros tipos de papel como Papel IOR e Couchés. Actualmente existe pouquíssimo papel nos distribuidores, baixas gramagens e, praticamente não há papel para encomendas diárias e, por isso, os prazos de entrega são muito alargados. Começámos já no final do ano anterior a fazer encomendas para stock, principalmente em cartolinas. Este ano, começámos também a fazer stock de papéis couchés nas gramagens que têm mais saída. A área de produção não foi atingida mas em contrapartida, o planeamento sofreu alterações pois tivemos de falar com clientes e antecipar encomendas para não falhar nas entregas. Para evitar ruptura de stocks estamos a fazer atempadamente encomendas, porque muitas vezes o prazo de entrega é de três a quatro meses. A forma de comprar papel mudou drasticamente e, actualmente, temos de antecipar e prever as encomendas, com o risco de que, por vezes, esse papel ou gramagem previsto para certos trabalhos não se realiza e ficamos com o papel em stock por muito mais tempo do que o previsto. Praticamente nenhum distribuidor tem dado resposta positiva, nem têm previsão de entrega! Por exemplo, se tivermos um trabalho para produzir daqui a oito ou quinze dias, “não há papel” e teremos de fazer uma encomenda a um, dois ou três meses. O problema actual não se foca só na falta de papel, porque atingiu tal gravidade em que já não se discute preço, mas sim se este existe, para a produção não parar. Não sei o que poderá ser feito para resolver esta situação. Muitas opiniões afirmam que estes aumentos se devem à falta de matéria prima, não só papel, mas outros produtos, e tudo com origem na Guerra na Ucrânia. Penso que a crise é reflexo da pandemia do Covid e que só agora estamos a viver esta situação porque a instabilidade no papel começou a sentir-se em Outubro do ano passado. E esta será mais uma crise que teremos de passar ou ficaremos para trás... Esta situação é muito prejudicial para a nossa indústria, derivado aos custos das matérias primas terem aumentado brutalmente, reflectindo-se no valor final. Para agravar isto, a falta de papel e a dúvida no prazo de entrega de um trabalho, leva os clientes a apostar ainda mais em campanhas digitais online. Sobre a possibilidades das empresas estarem a fazer stock de papel, considero que tudo depende da evolução do mercado. No início de actividade da Colprinter, fazíamos stock de papel mas, nessa altura isso acontecia porque quando comprávamos papel em grandes quantidades, conseguíamos reduzir o preço. Actualmente, fazemos stock por falta de papel. Penso que isto seja apenas um ciclo que virá a estabilizar daqui a algum tempo. A falta de papel fez o seu valor disparar e por isso, isto vai ser sentido nos bolsos da população em geral e nas empresas em particular. Vamos enfrentar tempos difíceis....
O problema não é só a falta de papel. Isto atingiu uma gravidade tal que já não se discute preço mas sim se este existe....
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ENTREVISTA VIZELPAS
“A SISTRADE TEM DESENVOLVIDO SOLUÇÕES INTERESSANTES PARA ESTE SECTOR” Com uma facturação de 45 milhões de euros, a Vizelpas é o exemplo de uma gestão de excelência na produção de embalagens e filmes técnicos flexíveis para as indústrias alimentar e médicocirúrgicas.
A
IG falou com Modesto Araújo, fundador e administrador sobre o presente e o futuro da Vizelpas e a importância de contar com ferramentas de gestão, como o software da Sistrade, quando a estratégia se foca na exportação e enfrenta mercados altamente competitivos.
DE QUE FORMA SURGIU A VIZELPAS E, EM QUE MOMENTO SE FOCOU NA ÁREA DE PRODUÇÃO DE EMBALAGENS?
A Vizelplas iniciou a sua actividade há cerca de 23 anos. Estive durante 5 anos ligado à indústria dos plásticos, na Intraplas, onde fui técnico de qualidade. Essa empresa produzia copos de plástico e embalagens para iogurtes. Após 5 anos de actividade, decidi criar o meu próprio negócio, para fabricar, na altura, embalagens para a indústria têxtil, que era bastante forte naquela região. Mais tarde, o objectivo passou por entrar na área alimentar, só que esta era muito complexa, muito técnica e, requeria um grande investimento. Quando arranquei com este projecto, o dinheiro não abundava e comecei apenas com dois ou três mil euros, tendo recorrido a financiamento bancário, o que permitiu à empresa ir crescendo. Foi apenas a partir do quarto ano de actividade que a Vizelpas entrou na área alimentar. Em 2006 procedemos à aquisição da primeira máquina multi-camada, para fabricar embalagens com MBH, com barreira oxigénio. Fomos a primeira empresa em Portugal a fazê-lo. Depois disso, entrámos também na área médica. A empresa conta hoje com 200 trabalhadores e terminou 2021 com uma facturação que rondou os 45 milhões de euros, o que nos coloca como uma empresa de referência no sector.
SENDO UMA EMPRESA REFERÊNCIA NO SECTOR, A VIZELPAS EXPORTA GRANDE PARTE DA SUA PRODUÇÃO...
A Vizelplas exporta praticamente para quase todos os continentes, com excepção da Ásia. Exportamos para os Estados Unidos e vários países da América Latina, Europa e também alguns de África. Cerca de 60 por cento da produção vai para exportação e para Portugal vendemos 40 por cento,
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por cento para a área médica. A nossa empresa tem projectos para continuar a crescer, como de resto tem vindo a acontecer todos os anos, à volta de dois dígitos. Queremos continuar a trilhar esse caminho. A VIZELPAS TEM VINDO A TRABALHAR SEMPRE O MESMO GÉNERO DE PRODUTOS?
A Vizelpas sempre foi uma empresa bastante inovadora, mesmo quando actuava no sector têxtil. Fomos pioneiros em vários produtos que foram sendo lançados no mercado, levámos inovação a um sector tradicional, reduzimos a pegada de carbono e fazemo-lo há cerca de vinte anos. Há cerca de 20 anos, esta já era a nossa preocupação. Mais recentemente, há seis anos, 80% dos produtos que produzíamos, registavam uma taxa de desperdício na ordem dos 6%, sendo que desse valor, 5% ia para aterro, por não ter forma de ser reciclado. Hoje, temos praticamente 90% das nossas soluções recicláveis para todos os sectores, ou seja, fizemos grandes inovações em todas as embalagens. A Vizelpas, está assim preparada para oferecer aos seus clientes soluções 100 por cento recicláveis, com alta barreira, com todos os mecanismos necessários para que os produtos funcionem e tenham o tempo de vida útil necessário. Modesto Araújo, fundador e administrador da Vizelpas.
sendo que desse valor, 30 por cento, evitamos fazer importação porque os nossos concorrentes são empresas internacionais e assim, contribuímos para a balança comercial de uma forma positiva. A Vizelpas contribui entre 80 a 90 por cento em termos de exportação para a balança comercial. Hoje, a Vizelpas trabalha essencialmente para a área alimentar, em cerca de 70 a 80 por cento e, 10 a 15
Questionámos a Monteiro Ribas, que já trabalhava com este software Sistrade. Também o recomendamos a outras empresas
FOI UMA EVOLUÇÃO NATURAL QUE TEVE COMO BASE A VOSSA ESTRATÉGIA...
Este foi um desenvolvimento de vários anos que contou com o apoio dos centros tecnológicos, das universidades, e com muita inovação partilhada entre nós e as petroquímicas. Hoje, por exemplo, a Vizelpas é um parceiro estratégico de desenvolvimento de várias instituições, como por exemplo a Universidade do Minho que, nos convidou para fazer parte do conselho estratégico. Somos também um parceiro estratégico de uma das maiores petroquímicas do mercado. Mesmo nas feiras em que esta empresa está presente, a Vizelpas acaba por aparecer nos seus flyers de apresentação, o que é um grande orgulho para nós. Não gostamos de estar parados. Es-
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tamos sempre a tentar inovar, tentando oferecer soluções melhoradas aos clientes e, esse é o nosso principal foco em termos de estratégia de negócio. A VIZELPAS IMPLEMENTOU UM SOFTWARE DA SISTRADE. O QUE É QUE VOS CATIVOU NA EMPRESA E NO PRODUTO PROPOSTO?
Já conhecemos a Sistrade há alguns nos e tínhamos alguns parceiros de negócios que já contavam com o software da Sistrade. Sabíamos que essas empresas estavam satisfeitas, como era por exemplo o caso da Monteiro Ribas. Na atura, queríamos um programa específico e dedicado à nossa indústria e tomámos conhecimento de que a Sistrade estava a trabalhar num programa focado na área da embalagem, pelo que decidimos optar pelo programa deles. Temos feito melhorias contínuas e, este é um programa muito interessante que nos dá as respostas que precisamos.
ENTREVISTA VIZELPAS
O programa ajuda bastante e dá-nos reports que nos permitem depois definir quais são os produtos com maior margem e rentabilidade
podemos fazer. O programa ajuda bastante nesse sentido e, dá-nos reports que nos permitem depois definir quais são os produtos que nos dão maior rentabilidade e margens, etc. Isto é de facto essencial. DE QUE FORMA SE POSICIONA A VIZELPAS NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL?
A nossa principal estratégia em termos internacionais passa essencialmente por atrair novos clientes, fazendo a diferença nos produtos que estamos a desenvolver e a inovar. Nos últimos anos,
O FACTO DO PROGRAMA DA SISTRADE TER UMA ÁREA DE GESTÃO DE PRODUÇÃO QUE PERMITE CONTROLAR O CHAMADO “CHÃO DE FÁBRICA”, É IMPORTANTE PARA A VIZELPAS?
Claro que sim! Hoje, cada vez mais as empresas têm de ter esses controles feitos com bastante rigor e a Sistrade tem desenvolvido muitas soluções interessantes para este sector. A FORMA COMO A SISTRADE COLABORA COM A VIZELPAS E VICE-VERSA, É IMPORTANTE PARA DESENVOLVER E AJUSTAR TUDO AQUILO QUE VÃO PRECISANDO?
A nossa empresa conta com um departamento informático interno que vai fazendo melhorias contínuas e que tem o know-how das nossas necessidades. A Sistrade está sempre em apoio contínuo à Vizelpas porque, conforme vamos precisando de fazer upgrades e melhorias, eles estão sempre presentes. É assim que trabalhamos. QUAL É A IMPORTÂNCIA DE EXISTIR UM SOFTWARE QUE FAZ A LIGAÇÃO DA GESTÃO À PRODUÇÃO?
Não seria possível funcionar neste
momento, em termos de mercado, com uma empresa que não tivesse estas ferramentas... Isso é muito importante porque a indústria tem sofrido muita evolução e, se não tivermos as ferramentas para ajudar, torna-se mais difícil fazer prospecção de mercado em termos estratégicos e, até definir de que forma o
temos desenvolvido produtos novos que fazem a diferença em relação ao que já existe. É muito difícil vender para os EUA, México, Argentina, Alemanha e Países nórdicos, porque existem outras empresas igualmente boas. Assim, conquistar novos clientes passa por oferecer produtos inovadores, o que temos feito constantemente.
ENTREVISTA VIZELPAS
O PERCURSO DA VIZELPLAS É MUITAS VEZES REFERIDO PELO SEU RÁPIDO CRESCIMENTO E QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇO...
Esse tem sido o grande trunfo que a Vizelpas tem tido para encontrar o seu lugar no mercado internacional. Muitas vezes, quando os clientes nos visitam pela primeira vez, perguntam se foi o meu pai ou o meu avô quem criou a empresa, já que não acreditam que a nossa estrutura e dimensão tenha sido criada em apenas 20 anos. O que nos dizem, é que este tipo de produtos que fazemos, requer uma grande evolução por parte
de empresas, o que leva mais de 50 anos a construir. Para além da experiência, creio que a evolução que a Vizelpas tem tido, se relaciona com visão do mercado. Aliás, a nossa empresa sempre foi pioneira em determinados produtos e isso, requer muita atenção ao mercado. Para isso é também preciso viajar e
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ver outros mercados. Antes da Pandemia participei regularmente num evento sobre economia global, no Texas, que reúne grandes bancos de investimento e petroquímicas, e sempre “bebi” informação sobre crescimento económico, demográfico, tendências de produtos, etc. Muitas vezes, os empresários portugueses preferem ficar fechados nos seus escritórios e não saem para ver o mundo, para observar o que outros estão a fazer. Isto é uma grande ajuda para saber para onde devemos seguir.
pressupostos necessários de resistência para esse tipo de produtos. Como consequência, estes sacos passaram a ser usados em todo o país, o que foi uma grande evolução em termos de pegada carbónica. Esta preocupação sempre se reflectiu na nossa abordagem junto do cliente, já que, o que queremos, é saber que este tem aquilo que precisa que seja melhorado. Fazer mais do mesmo não é solução e nem tão pouco o preço pode funcionar como elemento determinante.
DE QUE FORMA PODE A SISTRADE AJUDAR A VIZELPLAS A ATINGIR PROJECTOS, COMO POR EXEMPLO, OS CONTEMPLADOS NA CHAMADA “BAZUCA”?
A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL TEM SIDO UMA DAS BANDEIRAS DA SISTRADE. CONSIDERA QUE ESTE TEMA É IMPORTANTE PARA UMA EMPRESA COMO A VIZELPAS? O QUE É QUE ESPERA DESTE CONCEITO?
A Vizelpas, desde que existe, já contou com 32 projectos e em todos eles obtivemos sucesso praticamente a 100 por cento. Não fazemos projectos só para ir “buscar dinheiro”, mas sim se precisarmos deles. Se algum projecto surgir no âmbito da “Bazuca”, e que seja de interesse para a Vizelpas, que possa ser uma “mais-valia” para o que fazemos, então será bem-vindo. Se o projecto for apenas para receber uma verba e ter alguma margem, nós não aderimos. Estamos neste momento com quatro projectos, sendo um deles “desenhado” por mim e designado por “Beta Plastic”, destinado à indústria dos plásticos. A Vizelpas está a liderar este projecto, juntamente com 25 outras entidades, uma delas o Grupo Sonae. Achei que seria importante introduzir uma inovação nas embalagens, tornado as que não são recicladas, em embalagens recicladas e amigas do ambiente. Isto é uma necessidade e uma preocupação em termos ambientais e pegada de carbono. O nosso foco é ter sempre um produto melhor para o cliente e, desde há vinte anos que o fazemos. Um dos primeiros grandes projectos que a Vizelpas desenvolveu, em termos de sustentabilidade, teve como foco os sacos usados para o lixo nas praias e hospitais e que tinham 80 e 90 microns e que passaram a ser sacos de 35 microns, e que suportam todos os
A transformação digital é um assunto que é debatido há vários anos, mas as empresas têm de, definitivamente, caminhar nesse sentido. A Vizelpas caminha cada vez mais na direccão da transformação digital, tomando uma série de medidas que veem sendo trabalhadas. Com a nova estrutura que está a ser construída, teremos uma fábrica 100 por cento inteligente, com uma pegada de carbono bastante baixa em termos de sustentabilidade e uma produção de energia quase 100% para o que vamos produzir. Na unidade actual, foram feitas já muitas inovações nesse sentido e, queremos fazer ainda mais no futuro. RECOMENDARIA A SISTRADE COMO UM PARCEIRO TECNOLÓGICO DE INDÚSTRIAS COMO A SUA?
Sim, temos recomendo este software a outras empresas que nos questionam sobre o mesmo. QUAIS SÃO AS SUAS EXPECTATIVAS PARA ESTE ANO, NO QUE SE REFERE À VOSSA ACTIVIDADE INDUSTRIAL?
As expectativas são as mesmas de sempre. Estamos focados nos nossos objectivos, no plano de negócios e tudo tem corrido de acordo com o que previmos. A Vizelpas já passou por três crises e esta é a quarta, embora esta seja muito diferente de todas as outras.
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ENTREVISTA TRAÇOS ORIGINAIS
“MAIS QUE CLIENTES, PROCURAMOS PARCEIROS”
Raquel Martins é CEO da Traços Originais, uma empresa que tem vindo a destacarse na área de impressão de rótulos e etiquetas e que completa 20 anos de actividade. O segredo? A qualidade e o “passa-palavra” dos clientes.
A
TRAÇOS ORIGINAIS COMEMOROU 20 ANOS DE ACTIVIDADE. QUAL O BALANÇO DE DUAS DÉCADAS DEDICADAS AO MERCADO DE IMPRESSÃO DE ETIQUETAS E RÓTULOS?
O balanço dos 20 anos é extremamente positivo, principalmente quando relembramos a história de coragem que foi em 2010 termos passado de 16 para 44 colaboradores. Comprámos em leilão público as máquinas e o imóvel da principal empresa parceira que entrara em insolvência e, convidámos os colaboradores a integrarem a Traços Originais. Nos anos seguintes, as mutações de mercado foram assumidas com total entrega dos colaboradores permitindo que o caminho da qualidade fosse de um sentido só. Apostamos em novas máquinas de forma a seguir a nossa missão de total satisfação dos clientes, quer em prazos de entrega, quer em qualidade. As relações de confiança com colaboradores, fornecedores e clientes são o nosso combustível sendo que em 2018 demos continuidade a esta força motriz e, implementámos a ISO 9001 e FSC e em 2020, em plena pandemia, arriscámos novamente e instalámos uma semi-rotativa offset. Tudo isto representa a forma como encaramos o risco associado ao nosso objectivo e missão a que nos propusemos. Estes 20 anos são apenas o início. A aposta, como sempre, é a relação entre inovação e brio de todos os envolvidos na empresa. Isto é a Traços... COMO DECORREU A PANDEMIA NA VOSSA EMPRESA? A EMPRESA CONTINUOU A TRABALHAR OU TEVE DE ENCERRAR POR ALGUM TEMPO?
Nunca parámos durante toda a pandemia mas, confesso que no início temi com a especulação criada. Alguns clientes estavam perdidos no planeamento a seguir e, foi uma altura de muito alvoroço, principalmente para definição de timings. Alguns dos nossos clientes, como a indústria têxtil e calçado, cancelavam encomendas enquanto outras indústrias, como a alimentar, duplicavam e pediam prazos mais curtos de
ENTREVISTA TRAÇOS ORIGINAIS
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gumas das inovações implementadas nos nossos processos traduzem-se em ferramentas de análise da flutuação de preços sentida nesta fase actual e a sua rápida comunicação aos nossos clientes faz com que consigamos atingir os objectivos definidos. QUE SEGMENTOS DE MERCADO CONTINUAM A FAZER PARTE DA VOSSA CARTEIRA DE CLIENTES?
O nosso espectro de clientes é tão amplo quanto a nossa oferta de tipos de impressão. Conseguimos abranger quase todo o género de clientes mas, há obviamente sectores chave, como a indústria alimentar, vitivinícola e a farmacêutica. Esses são os clientes com maior volume mas torna-se difícil encontrar uma área de negócio que não necessite de impressão de etiquetas, rótulos ou embalagens.
entrega. Tudo isto exigiu um esforço extra na nossa gestão organizacional e apenas com os colaboradores a lutar por um objectivo comum, foi possível responder a tudo isto. No início da pandemia, seguimos todas as medidas sugeridas pela DGS e talvez por isso fomos tendo casos esporádicos de covid mas nunca suficientes para abrandar a nossa produção. Posso assegurar que depois deste esforço extra de uma gestão de risco quase diário, estamos prontos para qualquer situação e sinto que a empresa avançou 10 anos no que respeita a processos. A ÁREA DAS ETIQUETAS E RÓTULOS, BEM COMO A EMBALAGEM SÃO AS QUE MAIS TÊM CRESCIDO, CONTINUANDO A REGISTAR VALORES NA ORDEM DOS DOIS DÍGITOS. SENTEM ESTE CRESCIMENTO?
Depois da pandemia registar oscilações, o crescimento é agora mais notado. Esse crescimento do mercado só pode ser absorvido pela Traços devido ao investimento que realizámos nestes últimos dois anos em máquinas de última geração, na formação do capital humano e em processos internos. Al-
Os preços sofrem flutuações e os adiamentos constantes de entrega de matériasprimas devido à sua escassez, juntando a ganância humana, dá-nos uma perspectiva que este cenário não irá melhorar a curto prazo.
A EMPRESA TEM VINDO A CONQUISTAR NOVOS CLIENTES? DE QUE FORMA TEM A TRAÇOS ORIGINAIS CONSEGUIDO FAZER ESSA ABORDAGEM?
Ao abordar um cliente, a nossa preocupação é ouvir. Seja um cliente com o qual trabalhamos há 20 anos ou um novo cliente, a nossa energia é focada no que são as necessidades, dificuldades e visão do mesmo. Assim, quer seja uma mudança total de um produto,
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ENTREVISTA TRAÇOS ORIGINAIS
E FLEXIBILIDADE DOS SEUS EQUIPAMENTOS PARA DAR UMA MELHOR RESPOSTA AO MERCADO. OS CLIENTES RECONHECEM ESSE EMPENHO E DEDICAÇÃO?
“As relações de confiança com colaboradores, fornecedores e clientes são o nosso combustível sendo que em 2018 demos continuidade a esta força motriz e, implementámos a ISO 9001 e FSC e em 2020, em plena pandemia, arriscámos novamente e instalámos uma semi-rotativa offset”
uma mudança de paradigma ou de posicionamento de mercado, analisamos e oferecemos uma solução completa. Consideramos que mais que clientes, procuramos parceiros. EM TERMOS COMERCIAIS, A EMPRESA CONTA COM UMA FORÇA DE VENDAS OU O KNOW-HOW E PROFISSIONALISMO TÊM SIDO SUFICIENTES PARA O PASSA PALAVRA?
Acreditamos nos resultados e, prova disso é o passa-palavra dos últimos 20 anos. Ficamos sempre gratos aos clientes que encaminham mais clientes pois é a melhor prova de trabalho bem feito. Sentimos uma felicidade difícil de colocar em palavras pois mais do que um serviço, somos falados como parceiros e isso é o que nos motiva. NO QUE SE REFERE A NOVOS INVESTIMENTOS, A TRAÇOS ORIGINAIS TEM APOSTADO NA PRODUTIVIDADE
Como já referi a aposta em máquinas de última geração permite uma maior eficiência e rentabilidade do negócio. Os clientes sentem que todas as suas necessidades são cumpridas e sentem o nosso envolvimento. Mais que um serviço, somos um parceiro e actuamos como tal. DE ENTRE TODAS AS QUESTÕES PERTINENTES PARA AS EMPRESAS GRÁFICAS, A SUSTENTABILIDADE GANHA CADA VEZ MAIS DESTAQUE. O QUE É QUE A TRAÇOS TEM VINDO A FAZER PARA IR DE ENCONTRO A ESTAS NOVAS EXIGÊNCIAS?
Depois deste esforço extra de uma gestão de risco (por causa da pandemia), quase diário, estamos prontos para qualquer situação e sinto que a empresa avançou 10 anos no que respeita a processos.
A questão da sustentabilidade começa no nosso ADN. A Traços desde a sua génese tem como missão desenvolver de maneira ecologicamente correcta, socialmente justa e economicamente viável todos os seus produtos e processos. Contamos com a certificação da cadeia de responsabilidade f lorestal FSC e entregamos os nossos resíduos a empresas especializadas. Todos os materiais excedentes da produção são também doados a escolas e associações de forma a terem uma segunda vida. AS ETIQUETAS SÃO UMA PEÇA ESSENCIAL EM TODAS AS ÁREAS DE CONSUMO E ESTÃO A REGISTAR UM PROTAGONISMO MUITO GRANDE, SOBRETUDO EM PRODUTOS COMO VINHOS OU MESMO PERFUMARIA. QUAIS OS ITENS QUE OS CLIENTES MAIS PROCURAM E VOS PEDEM PARA TER UM PRODUTO DE VALOR ACRESCENTADO?
A diferenciação, seja no material ou no design, continuam a ganhar grande destaque por parte das necessidades sentidas pelo cliente. Curioso é ouvir os clientes e ver a reacção destes quando fazemos propostas com os mesmos materiais mas com incrementações no design, ou o contrário, mesmo design mas mudança de material. Depende sempre da moda, do momento, mas em algumas áreas de negócio sente-se
ENTREVISTA TRAÇOS ORIGINAIS
uma aposta forte na componente táctil do produto, desde o relevo do rótulo de um vinho, ao toque de uma embalagem de um sabonete. COMO É QUE A TRAÇOS ORIGINAIS TEM CELEBRADO ESTES 20 ANOS DE ACTIVIDADE?
Além da tradicional e merecida fatia de bolo acompanhada de champanhe, marquei um passeio surpresa com toda equipa e fomos visitar a The Navigator Company. Além de ter sido um bom momento colectivo, foi muito agradável a forma como aprendermos sobre o processo que começa no simples plantar de uma árvore até ao papel que utilizamos. DE QUE FORMA CLASSIFICA O MOMENTO ACTUAL VIVIDO PELA INDÚSTRIA DE IMPRESSÃO?
A indústria da impressão é instável, tanto em número de encomendas como quantidade das mesmas. Todos os dias os preços sofrem flutuações e
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os adiamentos constantes de entrega de matérias-primas devido à sua escassez, juntando a ganância humana, dá-nos uma perspectiva que este cenário não irá melhorar a curto prazo. Como consequência, temos de saber transmitir ao cliente as oscilações verificadas entre encomendas, de forma a garantir a viabilidade do negócio. Este é o grande desafio que a indústria enfrenta no momento actual. APESAR DAS INCERTEZAS DO MERCADO, DA PANDEMIA E AGORA DA GUERRA NA UCRÂNIA, QUAIS AS PERSPECTIVAS DA EMPRESA PARA OS PRÓXIMOS DOIS ANOS DE ACTIVIDADE?
O nosso pensamento não está focado a dois anos. Como qualquer negócio estamos dependentes da nossa capacidade de adaptação e num cenário de pandemia e guerra o nosso foco é diariamente estar ao lado dos clientes e garantir que temos capacidade de resposta às suas exigências.
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© Lorenz Holder – Embaixador da Canon
CHEGOU O MOMENTO DE PARTILHAR
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ENTREVISTA LEMORAU
“CRIAMOS SOLUÇÕES CADA VEZ MAIS PRÁTICAS E FUNCIONAIS” A empresa portuguesa Lemorau definiu há muito uma estratégia que, passou primeiro pela internacionalização e, levou depois à exportação de grande parte da produção. Para além da presença em feiras, a Lemorau privilegia o contacto com os clientes e por isso organizou o segundo open house que decorreu no Porto.
Q
UAL O MOTIVO DE REALIZAÇÃO DESTE OPEN HOUSE?
Desde a última exposição internacional que participamos, em 2019, continuamos a desenvolver novos projectos, a melhorar e inovar software para as máquinas, criar soluções cada vez mais práticas e funcionais sempre a pensar como otimizar a produção para os nossos clientes. Mesmo estando presente através de webinares e live demos, sentimos a necessidade de poder dar a conhecer os nossos últimos desenvolvimentos presencialmente. Sabemos a importância de ver as máquinas a operar ao vivo, poder tocar numa etiqueta finalizada, sentir o relevo, texturas e todos os demais acabamentos. Coincidentemente, tivemos um conjunto de projectos a terminar na mesma altura. Vimos uma oportunidade de poder então realizar o nosso segundo
Open House durante 5 dias, sendo que o primeiro dia foi totalmente virtual, para quem estava indisponível de viajar e os restantes 4 dias presenciais. Tivemos a oportunidade de ter 39 visitantes no dia virtual, 130 visitantes presenciais, um total de 31 países e 17 vendas. QUE EQUIPAMENTOS ESTIVERAM EM EXPOSIÇÃO?
Em demonstração tivemos a EVOLUTION, uma máquina com impressão flexo, estampagem a frio, serigrafia, estampagem a quente, alto relevo e acabamento. Duas configurações distintas da MEBR+, nossa máquina de acabamento modular, nas quais podemos mostrar impressão flexo em rotativo e semi-rotativo, turn bar, estampagem a frio, corte semi-rotativo, Easy Strip- um rebobinador de desperdício com descasque fácil, um sistema que desenvolvemos de posicionamento das laminas automático e rebobinamento revólver. Tivemos o nosso último desenvolvimen-
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Tivemos várias novidades, desde os novos sistemas de flexografia, sistema de rebobinamento de desperdício e posicionamento automático das lâminas QUE DEMONSTRAÇÕES FORAM REALIZADAS AO VIVO E DE QUE EQUIPAMENTOS?
Foram realizadas demonstrações em todos os equipamentos. Decidimos não o fazer de uma forma rígida, ou seja, com horários marcados, para facilitar a escolha de horário dos visitantes. Fizemos as demonstrações de uma maneira mais fluída onde todos tiveram a oportunidade de ver de acordo com a sua chegada. to em acabamento compacto- SMART-L – uma máquina de acabamento com um webpath curto, software inteligente, com corte semi-rotativo. Uma Inspecionadora – ICR3, e equipamentos auxiliares tais como cortadoras de tubos, manual e automática, elevadores de bobines, e máquina rebobinadora de etiquetas com um sistema de impressão para dados variáveis. QUAL A MAIOR NOVIDADE A NÍVEL DO VOSSO PORTFÓLIO DE EQUIPAMENTOS?
Tivemos várias novidades, desde os novos sistemas de flexografia, sistema de rebobinamento de desperdício, posicionamento automático das lâminas, diferentes possibilidades de configurações uma nova máquina compacta de acabamento e sistema de impressão para dados variáveis.
A LEMORAU É UMA EMPRESA PORTUGUESA QUE SE DESTACA PELA INOVAÇÃO E CAPACIDADE DE EXPORTAÇÃO. A VOSSA ESTRATÉGIA DE PRESENÇA EM FEIRAS INTERNACIONAIS É PARA CONTINUAR?
As feiras internacionais foram sem dúvida um impulso para o nosso crescimento não só em exportação como em novos desafios requisitados pelos nossos clientes para alguns mercados. Desde 2013, a nossa primeira participação num evento internacional, tivemos um crescimento constante e progressivo, estando agora presentes em 78 países nos 5 continentes.
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ENTREVISTA LEMORAU
Durante a pandemia as feiras foram canceladas, tivemos que redescobrir novas formas de alcançar novos mercados e até mesmo de estar com os clientes habituais. Estas formas têm sido bem sucedidas e conseguimos assim manter o nosso ritmo de crescimento de ano para ano. Actualmente, as feiras começam a reaparecer e temos a intenção de continuar com a nossa participação. Para este open house convidámos todos os clientes com necessidade de expandir, que procuram novas soluções para um mercado cada vez mais exigente. De entre os países para onde temos vendido mais equipamentos destacamos a França, Estados Unidos da América e Itália. COMO PLANEIAM O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS EQUIPAMENTOS? HÁ UM FEEDBACK DO CLIENTES E RESPONDEM ÀS TENDÊNCIAS DO MERCADO?
É um conjunto de vários factores. Mantemo-nos sempre actualizados sobre o mercado e estamos constantemente a par das tendências. Os nossos clientes expõem as suas necessidades, muitas vezes nunca anteriormente feitas, mas que aceitamos o desafio e desenvolvemos o projeto em conjunto. Tendo a nossa própria equipa de automação dá-nos flexibilidade de desenvolver novas funções assim como constantemente melhorar as já desenvolvidas. Somos bem conhecidos pela nossa versatilidade, pela capacidade de nos adaptar às necessidades dos nossos clientes. Temos sempre em consideração a opinião dos operadores, afinal são eles que estão com as máquinas no dia a dia. Há sem-
O Open House contou com a presença de clientes oriundos de diversos países de todo o mundo
Somos conhecidos pela nossa versatilidade, pela capacidade de nos adaptar às necessidades dos nossos clientes pre pontos que podem ser melhorados e a necessidade de ter uma produção cada vez mais rápida leva-nos a constantemente procurar novas funcionalidades. AS PARCERIAS COM OUTRAS EMPRESAS E MARCAS SÃO IMPORTANTES PARA A LEMORAU?
Sem dúvida! Sempre que integramos componentes ou equipamentos nas nos-
sas máquinas, a nossa primeira preocupação é a qualidade e fiabilidade, tanto do sistema como do parceiro, ou seja, trabalhamos sempre em parceria de forma a obtermos o melhor resultado final. Temos total controlo e confiança no que desenvolvemos, mas quando envolve outras marcas, procuramos parceiros bem estabelecidos no mercado. É extremamente importante sentirmos segurança no que integramos, temos que ter certeza que acompanha o nível de qualidade ou até mesmo acrescenta valor às nossas máquinas. COMO ANALISAM O ACTUAL MERCADO DE IMPRESSÃO, SOBRETUDO NA ÁREA DOS RÓTULOS E ETIQUETAS?
Cada vez mais vivemos num mercado mais exigente para respostas rápidas. A pandemia sem dúvida proporcionou uma aceleração no crescimento da automatização, e-commerce e do digital. Em relação ao mercado de impressão no setor de rótulos e etiquetas, vemos uma necessidade da transição de uma impressão tradicional para o digital. A qual proporciona uma produção mais rápida e menos complexa. Podemos dizer que grande parte dos nossos clientes possuem impressão digital embora ainda requerem impressão flexográfica, uma solução que cada vez está menos complexa e mais pratica na troca de ferramentas. Tudo depende do tipo de etiquetas que necessitam produzir e do sector para as quais estão destinadas.
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CANON FUTURE BOOK FORUM
FUTURE BOOK FORUM: SUSTENTABILIDADE E RENTABILIDADE
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Gerar mais crescimento e, ao mesmo tempo, manter-se sustentável e rentável foi o tema central da edição deste ano do Future Book Forum, organizado pela Canon Europa no seu Customer Experience Center em Poing, na Alemanha.
OS DIAS 4 E 5 DE MAIO, AS PRINCIPAIS EDITORAS, PRODUTORAS E DISTRIBUIDORAS DE LIVROS E INFLUENCIADORES DE TODA A EUROPA reuniram-se
para discutir o futuro da indústria editorial, bem como formas de a tornar mais sustentável e rentável. O fórum que vai já na nona edição, reuniu representantes de todos os elos da cadeia de valor editorial. Esta foi a primeira vez, em dois anos, que os participantes puderam estar presencialmente durante dois dias de apresentações ao vivo, workshops e oportunidades de networking, para perceberem de que forma podem conseguir um crescimento sustentável e aumentar o seu valor. Peter Wolff, European Production, Direct Sales Vice President da Canon EMEA, afirmou que “com uma impressionante lista de participantes e moderadores nas sessões, tivemos um feedback fantástico dos intervenientes deste ano. Tornou-se claro que beneficiaram da interacção presencial e levaram do evento muitas novas ideias sobre como aplicar práticas mais sustentáveis nas suas pró-
prias empresas, não apenas para as tornar mais responsáveis ambiental e socialmente, mas também para as tornar mais rentáveis”. O evento começou com as boas-vindas por parte de Peter Wolff, seguindo-se um discurso do moderador Peter Fisk, líder de opinião a nível global, autor, futurista e orador. As palestras do Future Book Forum 2022 sobre sustentabilidade foram conduzidas por diversos especialistas das indústrias editorial, de marketing e de bens de consumo. Entre os oradores esteve Matthias Rippel, Vice President Global Brand Strategy da Adidas, que proferiu um discurso inspirador com base nas semelhanças entre a indústria editorial e a marca desportiva líder de mercado, já que ambas têm o poder de mudar vidas e melhorar as suas comunidades. Jemima Cox, Head of Social Sciences da Canvas8, discutiu a mudança de atitudes dos consumidores em relação à sustentabilidade, explorando as oportunidades emergentes para as empresas. Neste sentido, partilhou uma in-
CANON FUTURE BOOK FORUM
vestigação sobre o comportamento dos consumidores e deixou recomendações sobre como a indústria editorial pode pôr em prática as mudanças necessárias. Richard Charkin, Publisher e antigo Presidente da International Publishers Association, partilhou a sua visão acerca da necessidade da indústria editorial pensar de forma diferente sobre cadeias de abastecimento, modelos de negócio e práticas contabilísticas para
Future Book Forum 2022 revelou oportunidades de crescimento sustentável e rentável na indústria editorial se tornar mais sustentável e rentável. Debruçou-se de forma aprofundada sobre o tema da digitalização e sobre como a impressão a pedido pode ser utilizada para melhorar a sustentabilidade da indústria editorial. O segundo dia do evento começou
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com um discurso de Peter Kraus vom Cleff, MD da German Publishers and Booksellers Association e Presidente da European Publishers’ Association (FEP), que destacou a importância da colaboração dentro da indústria editorial para impulsionar a sua sustentabilidade. Também falou sobre como a indústria precisa de redefinir o crescimento e repensar as práticas actuais: tendo em conta que um em cada oito livros comprados em livrarias é devolvido, a indústria precisa de trabalhar em conjunto para tornar toda a cadeia de abastecimento mais sustentável. Os participantes puderam ainda assistir a diversas mesas redondas sob a forma do Innovation Lab. Inspirados pelas apresentações do primeiro dia do evento, tiveram a oportunidade de explorar vários tópicos em torno da sustentabilidade como motor-chave para o crescimento rentável, o que levou à geração de ideias que podem ser aplicadas na indústria editorial para abrir caminho a um futuro com sucesso. O evento terminou com uma apresentação estimulante de Andy Hunter, CEO e Founder da Bookshop.org, que apelou ao público para colaborar mais, ampliar o seu alcance e repensar as formas já experimentadas e testadas de fazer negócios, partilhando a sua visão para uma indústria editorial saudável e sustentável. No seu discurso apaixonado, destacou as oportunidades de crescimento de modelos de negócio sustentáveis, a necessidade de a indústria partilhar o sucesso e a importância de cada elemento do ecossistema editorial.
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CANON FUTURE BOOK FORUM
ORADORES FUTURE BOOK FORUM 2022
Jesus Badenes Del Rio CEO do Grupo Planeta na Área do Livro É preciso encontrar novas formas sustentáveis e que levem ao crescimento e rentabilidade. A pandemia trouxe aspectos positivos. O grupo cresceu. As razões? As livrarias fecharam e a solução era comprar online ou comprar ebook ou audiobooks. A nossa indústria passou a publicar mais e melhor, divulgou novos autores. O digital cresceu muito nos últimos anos. Os Ebooks cresceram de 2019 para 2021 de 5 para 20%. Os audiobook também cresceram. É por isso que hoje o marketing é ainda mais importante.
Muitos dos modelos de negócio precisam de ser revistos
Mathias Rippel Vice president Global Brand Strategy na Adidas Um dos primeiros oradores deste Fórum veio da Adidas, uma marca reconhecida mundialmente, para falar sobre o poder de mudar vidas e estabelecer uma comparação entre a indústria do desporto e da edição. Mathias Rippel, vice-presidente de estratégia global da marca Adidas, afirmou em palco que, “as duas indústrias – desporto e edição de livros - estão unidas no propósito de mudar vidas. Para Rippel, “correr e ler têm um propósito para cada individuo e isso é muito pessoal. Na Adidas, não definimos ser o melhor, isso acontece quando os clientes nos dizem que somos os melhores. Ver o impossível também revela o nosso optimismo. Com a nossa atitude temos o poder de mudar vidas e isso é fantástico pois estamos a criar um melhor futuro para os nossos produtos e para o planeta. Puxar pela sustentabilidade é importante para nós e para o planeta
mas, não podemos criar um produto qualquer, temos de ter lá o nosso ADN e o nosso propósito, temos de ter credibilidade e sustentabilidade, temos de ser inclusivos”. Mas o que tem esta indústria de livros de mais sustentável? Uma história! E como pode essa história ser contada de forma sustentável? Para explicar como encontrou a Adidas a sua “história”, Rippel mostrou um vídeo da Adidas sobre o plástico, o seu excesso, e o fabrico de ténis que usam plástico. O vídeo conta a história de um surfista que estava farto de ver plástico no oceano e passou a recolhê-lo para o transformar depois em ténis. Para o vice-presidente da Adidas, o ponto principal foi a mudança de mindset que levou a uma inovação que permitiu reciclar, reutilizar e regenerar, utilizando produtos que não se retiram da natureza mas que usam elementos já disponíveis. Entre outras ideias, Rippel revelou que a
partir de 2024 a Adidas planeia não usar mais polímeros plásticos virgens nos seus produtos e isto surge porque os consumidores esperam que sejam as marcas a oferecer soluções sustentáveis. Um dado curioso é a relação estabelecida entre a Adidas e a Disney com o objectivo de criar sapatos sustentáveis para todos os heróis desta última. A ideia mostra o compromisso da marca com o tema da sustentabilidade mesmo quando o investimento não gera de imediato o lucro pretendido. Rippel considerou que neste ponto, “é preciso que as marcas saibam esperar e ser resilientes.” Numa busca cada vez mais necessária pela baixa neutralidade de carbono, a Adidas deu vida a uma Corrida pelos Oceanos, levando 9 milhões de pessoas a correr num evento inclusivo que agrega uma task force que traz à marca novas ideias sobre sustentabilidade.
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Andy Hunter
Dalia Mohamed Ibhraim
Richard Charkin
CEO e fundador da Bookshop.org
CEO da Nahdet misr Publishing House
Editor e presidente da Associação Internacional de Editores
Em dois anos venderam 1,350 mil livros, é uma corporação certificada e Carbon neutral. A Bookshop é sustentável desde o design, é um eco sistema que se apoia entre todos. É um mundo de livros que apoia diferentes players, trabalhando com parceiros, vizinhos, escolas, universidades, comunidade em geral. Esta plataforma considera ser uma organização de media que conta actualmente com dois milhões de clientes conquistados em dois anos mas que, teve início nas pequenas comunidades. “Somos sustentáveis porque assentamos num modelo eco sistema com os livros que amamos no centro.”
“Somos fornecedores de conteúdos. O futuro é híbrido. O futuro dos editores passa pela sustentabilidade, oportunidades, diversificação, etc. Na nossa editora, trabalhamos o livro impresso, ebooks, audiobooks, podcasts, plataformas, aplicações mobilie, etc. Temos de implementar uma “Uberização dos livros”, com impressores locais a imprimirem perto dos leitores o que poupa a distribuição, pegada de carbono, armazenamento e baixa os custos de produção e incrementa as margens. Temos de pensar fora da caixa e trabalhar do print para o digital e do digital para o print”.
“Somos todos culpados por não fazer melhor o nosso trabalho. Registou-se um recorde de vendas durante a pandemia e um recorde de margens na venda de livros” afirmou Richard Charkin, acrescentando ainda que “é preciso imprimir localmente e isso vai reduzir fortemente a pegada de carbono.” Richard considera que para imprimir mais e a tempo, não devem os editores esperar pelas grandes cadeias de encomendas. Vamos ter mais margem. Isto também leva a uma redução dos stocks. A dificuldade é convencer o autor de que as suas obras não serão produzidas em grandes quantidades por todo o lado mas à medida que forem sendo compradas pelo leitores.
Sven Fund Senior Management Director na Knowledge Untached
Peter Kraus Vom Cleff Presidente FEP (Federação de Editores Europeus) “A edição é uma das mais fortes e maiores indústrias da Europa. O peso da facturação desta indústria é semelhante ao do Facebook. Tem um grande impacto. As maiores editoras da Europa são também algumas das maiores do mundo. É uma questão de compromisso, empenho e, por isso, temos de fazer mais para garantir a sustentabilidade. A questão da pegada de Carbono nesta área reduziu desde 2016 em 40%. A dificuldade reside em encontrar novos colaboradores. Esta é uma geração altamente qualificada que pode escolher onde trabalhar e se não contarmos uma “boa história não atraímos essas pessoas”
Em 2050 todas as indústrias têm de ser “climate neutral” e por isso é preciso planear a produção, não deixar os livros aprisionados em armazéns à espera que sejam vendidos. É por isso preciso imprimir à medida que os leitores os querem. Para que isto seja possível, os editores têm de ter capacidade de resiliência, empatia, contexto, adaptação, transparência e intuição. No que se refere a esforços concretos, deste fórum saiu a necessidade de criar uma Task force, grupos de trabalho, resolver questões técnicas, apostar na colaboração, rever as cadeias de valor e passar a produzir local.”
Redenhar a forma como trabalha o mercado de edição é preciso. Imprimir, enviar para a distribuição e rezar para que os livros sejam vendidos? Este é um modelo a repensar já que depois o editor recebe de volta 30 por cento das obras. Print-on-demand é uma solução mas é preciso pensar também nas aplicações de impressão. O impacto da pandemia colocou as empresas a pensar mais. Colocar livros a cruzar o mundo de navio não é solução e é por isso que pensar global e imprimir local é imperativo e permite baixar custos. Para que tudo isto aconteça é necessário começar e testar, testar de novo e reduzir o tempo que leva a imprimir um livro. É preciso experimentar situações novas. Ninguém quer falhar mas nos EUA e no Reino Unido, falhar não é um problema porque se alguém falhar é porque vai acertar a seguir. É preciso pensar nas questões sociais e ambientalmente mais correctas, nos conteúdos em primeiro lugar, na distribuição do produto, nos parceiros da cadeia de valor, experimentar, comunicar, mudar o mindset.
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Jamila Cox Head of Social Sciences na CANVAS8 Numa apresentação altamente estruturada sobre consumidores e sustentabilidade, Jamila Cox da Canvas8, revelou dados positivos sobre os livros afirmando que a venda de livros está a subir, tendo crescido em 2021, mais do que em toda a última década. Também o volume de livros impressos subiu 5,2% comparando com 2019. Para Jamila Cox, “os livros têm sido mais importantes à medida que compreendemos a complexidade do nosso tempo.” Entre as conclusões do estudo estão dados interessantes, como por exemplo, o facto de que 75 por cento de toda a literatura geral, ficção e romances vendidos em 2022 terem sido escritos por mulheres e que 68 por cento dos inquiridos considera que os governos têm de fazer mais pelos livros, para garantir as gerações futuras. De realçar ainda que 90% dos consumidores europeus espera que as marcas estejam mais comprometidas com a sustentabilidade, já que também as pessoas em geral, estão cada vez mais comprometidas com novos comportamentos sustentáveis. Jamila Cox questionou a plateia sobre o desafio actual, sobretudo no que respeita às novas gerações e que passa por saber como colocar as pessoas a ler mais e ter um produto (livro) mais sustentável e rentável. Sobre o que podem os editores fazer para crescer de forma sustentável, Jamila Cox avançou com 3 soluções que passem pela simplificação. 46% dos consumidores pensam mais claramente se souberem a origem dos produtos e estão a aprender a lidar melhor com uma vida mais sustentável. 65% dos consumidores globais prefere comprar produtos e serviços dos seus próprios países. 80% dos consumidores franceses acredita que se um produto é eco responsável tem de ser feito em França. Para Jamila, “os livros podem inspirar esperança e diversos estudos mostram que estes inspiram comportamentos sustentáveis de longo prazo. Publicar é uma posição única para fazer um storytelling e narrativas humanas que tragam confiança e liguem pessoas. 52% dos consumidores diz que o custo da crise os impede de comprar mais produtos. É preciso tornar o livro mais simples, positivo e desejável e isso vai ajudar a que chegue a mais pessoas.
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AS CONCLUSÕES SOBRE O FUTURO DO LIVRO Um Forum que se focou na sustentabilidade e que procurou encontrar formas de mostrar a toda a sociedade que o livro tem muito mais em comum com outras indústrias do que à primeira vista poderemos pensar. A qualidade execepcional dos oradores, dos apresentadores e dos participantes, que integraram editores de todo o mundo e impressores que respondem às reais necessidades destes, acabou por ser o palco perfeito para que o resultado deste Fórum sobre o futuro do livro, avançasse com uma vasta lista de conclusões que permitirão a todos os profissionais que marcaram presença, e também à Canon, entidade organizadora, alavancar o negócio de quem trabalha apaixonadamente o mundo dos livros. Ainda antes do início deste Fórum já o ambiente se adivinhava altamente positivo face aos números que indicam uma subida considerável do consumo do produto livro. Entre as principais ideias e conclusões ficaram registadas as seguintes: • Não só se leem mais livros, como se imprimem mais títulos. • As grandes tiragens são menores mas, em contra ponto, a leitura é actualmente mais diversificada. • Estão disponíveis mais títulos que abordam mais áreas • A impressão just in time, a pedido e personalizada cresceu muito nos últimos anos. • O mercado livreiro sofreu um impulso considerável, sobretudo por causa da pandemia. • Há um foco na sustentabilidade e como tornar o livro (ainda) mais sustentável. • Os consumidores interessam-se cada vez mais sobre a matéria prima, a sua produção, impressão, acabamento e logística. • Até estar disponível em qualquer livraria ou outra superfície comercial, o livro faz um imenso caminho que os mais conscientes e despertos para as questões ambientais querem ver reduzido. • Já não se trata de imprimir grandes quantidades, de produzir na China, de ter longos meses de esperas pelo produto acabado, de não saber as características dos produtos utilizados, dos métodos e processos, de integrar uma logística complicada e estar dependente dela, de aguardar que os navios cruzem oceanos e cheguem à Europa e América do Norte e sejam depois armazenados em espaços enormes e ali fiquem a aguardar a sua vez de serem expostos numa estante e cheguem finalmente às mãos de que compra o livro. • O mundo mudou e a consciência dos consumidores mudou com ele. • Os editores têm de dar novas respostas, têm de adaptar a sua forma de trabalhar e os impressores do velho continente têm de estar preparados para oferecer um serviço que vá de encontro ao que os editores necessitam e os leitores exigem. • Muitos dos modelos de negócio precisam de ser revistos e, sobretudo agora que as cadeias de abastecimento têm sido afectadas. • Este é o momento ideal para analisar o que se menos bom está a ser feito e tudo aquilo que pode ser melhorado. • Estes novos desafios forçam toda a indústria a pensar em novas formas de trabalhar. • Ser criativos e ter uma mente aberta é condição essencial para trabalhar nesta área do livro e com a toda a comunidade de editores • O livro precisa de ser um produto sustentável mas também rentável, a partir de um processo produtivo. • A necessidade de deixar de imprimir em zonas do mundo muito distantes, como a China, o que implica uma grande pegada de carbono. • A importância de passar a imprimir localmente, perto dos locais de venda dos livros. • Imprimir a pedido e just in time.
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MARKETING EVENTO
MARKETING MIX
DO ERRO
ACERTA NA RECEITA
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A segunda edição do Marketing Mix do Erro que decorreu na Maia teve como tema central as oportunidades e crescimento à volta do erro.
EGUNDO HÉLIO CABRAL, ORGANIZADOR DO EVENTO, “O ERRO É UM VERDADEIRO IMPULSIONADOR PARA MELHORAR E EVOLUIR ESTRATÉGIAS DE MARKETING, a utilização de canais digitais, entre muitos outros aspectos para que as empresas consigam atingir os seus objectivos, por vezes baseados na “Tentativa-Erro”. Esta segunda edição trouxe, além das apresentações de oradores de renome, Conversas de Marketing designadas por Tertúlia, desta vez dedicadas ao E-commerce. O Evento Marketing Mix do Erro contou com a participação de Patrícia Coelho, Directora de Marketing da Control, Rui Fonseca, CEO da Altronix, Carlos Brito, Professor de Marketing FEP e Porto Business School, Ana Bolina, Directora de Marketing da Soc. Com. C. Santos – Mercedes, Rui Delgado, CEO da M&A Worldwide, entre outros. O Evento reservou ainda uma área
de exposição para diversas marcas e dinâmicas criadas para fomentar o networking, a troca de experiências e opiniões entre todos os participantes. MOVIFLOR VANESSA ARLANDIS “A Moviflor ainda existe”. Foi desta foram que Vanessa Arlandis, directora de e-commerce da Movif lor deu início à tertúlia. A marca que chegou a facturar 170 milhões e que foi durante décadas uma referência na comercialização de móveis, acabou por fechar em 2014 e dar início a um processo de insolvência que passou depois por um leilão. O nome acabou por ser comprado por um empresário que tinha um negócio de brigolage e viu aí algumas vantagens. Em seis meses, a marca foi adquirida e deu início a um rebranding. Segundo Vanessa Arlandis, “foram cometidos vários erros como o facto de ter passado um
ano entre a abertura da primeira loja física e da segunda.” A directora afirmou que, “muitas vezes se olhou para o online como se olha para o físico e isso é um erro.” No meio de tudo isto, revelou que havia uma verdade absoluta que era preciso ter em conta e que é o facto de que as pessoas que vão sempre acompanhadas para comprar móveis. Outra tendência, é que, actualmente, muitos clientes vão a uma loja física para depois comprar online. Assim, a directora de e-commerce da Moviflor revelou que a marca tem vindo a adaptar-se ao momento que estamos a viver. Sobre a concorrência, Vanessa Arlandis referiu que apenas a Conforama ou a La Redoute online podem considerar-se como estando no mesmo patamar que a Moviflor, já que a Ikea representa, acima de tudo um estilo de vida!
MARKETING EVENTO
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na parte dos parceiros, usamos canais online, apostamos na media para ganhar notoriedade e também no ponto de venda.”
CONTINENTE ONLINE MARTA MACHADO DE CARVALHO Marta Machado de Carvalho, coordenadora de social media do Continente, iniciou a sua apresentação referindo que a missão do Continente Online passa por “facilitar a experiência do utilizador. Aprendemos com os utilizadores quando deixam mensagem, e quando interagem em número de clicks.” Durante a pandemia o Continente Online fez vários estudos para aperfeiçoar a experiência do utilizador, sabendo que esta tem de ser fácil e intuitiva, no que respeita à compra de produtos alimentares. “Esta é uma compra de dia-a-dia e não pode demorar tempo. É por isso que hoje o site é responsive e os algoritmos vão aprendendo com a pesquisa dos utilizadores. Tudo isto tem permitido reorganizar os menus e os conteúdos. Com novas informações dos clicks, tudo pode ser melhorado”, sublinhou Marta M. de Carvalho. Questionada sobre a estratégia omnicanal, a coordenadora considerou que esta deve ser online e offline porque, “as lojas físicas são muito importantes, mas neste momento, o cliente pode comprar online e recolher na loja e até completar o seu pedido. Há produtos que é difícil expor em loja e, por isso, podem ser comprados online, através de écrans no local e posteriormente entregues em casa do consumidor.” PRIO (E-COMMERCE) JOÃO PEDRO CAETANO O gestor de E-commmerce da Prio João Pedro Caetano, explicou que, “o início
do projecto foi alavancado pela venda de gás engarrafado online, mas este projecto já levou a marca até outras áreas de negócio. Um erro? Começámos por trabalhar categorias que não estavam relacionadas com o nosso negócio, mas à medida que as pessoas foram tomando conhecimento da loja online, ganharam maior confiança na marca.” Para o gestor este projecto tem sido um desafio constante porque, “faltou uma estratégia mas, temos trabalhado muito
“Não é possível não ter estratégia e esta, até pode ser escrita num guardanapo, mas tem de existir”
ALTRONIX RUI FONSECA O Ceo da Altronix começou por contar um pouco do seu percurso, feito de resiliência, o que segundo o próprio, acabou por ser também fundamental para a evolução da empresa que criou. Para Rui Fonseca entre outros erros cometidos no marketing estão a não segmentação e a não qualificação do público-alvo. “Não é possível vender tudo para todos. Não é possível não ter estratégia e, esta até pode ser escrita num guardanapo, mas tem de existir. É igualmente importante perceber porque é que vendemos, e quais são os nossos pontos fortes. A inovação tem de ser uma constante porque até as grandes empresas abrem falência porque fazem algo muito bem até aparece alguém a fazer diferente.” Sobre o erro, Rui Fonseca considerou que “há erros que doem e por isso é preciso trabalhar para que o erro tenha o menor impacto na cultura organizacional.” Entre outros itens, o Ceo da Altronix afirmou que, “não é possível estar numa empresa sem medir constantemente, sem ter uma obsessão pelo cliente e pela diferenciação, já que a possibilidade de perder clientes acontece de forma muito rápida.” Em jeito de conselho final, Rui Fonseca sublinhou a necessidade de “gerir tempo e prioridades, de errar se necessário, mas nunca aceitar o morno.”
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REVORIA PRESS PC1120 FUJIFILM
IMPRESSÃO RÁPIDA E FLEXÍVEL
PARA AS CAMPANHAS MODERNAS IMPULSIONADAS POR DADOS
A Revoria Press PC1120 da Fujifilm inspira novas possibilidades para a integração da impressão nas campanhas de marketing multicanal Por Taro Aoki*
O
RITMO DA MUDANÇA NO SECTOR DA IMPRESSÃO COMERCIAL está a ser
simultaneamente impulsionado pelas actuais exigências dos utilizadores finais, em constante mudança, e pelas visionárias empresas tecnológicas que ambicionam antecipar as futuras necessidades dos respectivos clientes. Quando os fornecedores de tecnologia acertam, a própria tecnologia pode revelar-se uma inspiração para as empresas de impres-
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são e os utilizadores finais, para que causem maior impacto nas respectivas campanhas e pensem nas mesmas de uma forma diferente. Isto confere-lhes um maior destaque e aumentam a probabilidade de atingirem os seus objectivos. As campanhas de marketing eficazes comunicam a mensagem certa, ao público certo, no momento adequado. Para fazer isto, as marcas precisam de ser rápidas e flexíveis; têm de ser extremamente rápidas a responder às constantes mudanças nas atitudes e nas exigências dos consumidores; têm de ser credíveis; têm de ser relevantes e as respectivas campanhas também precisam de ser bonitas, impactantes e memoráveis. Tudo isto significa que os requisitos tecnológicos e logísticos destas campanhas estão constantemente a evoluir; e que os dados e conteúdos únicos têm um importante papel a desempenhar. Quanto mais informação tiver sobre os requisitos das pessoas e os respectivos comportamentos de consumo, mais poderá personalizar a sua mensagem no sentido daquilo que eles realmente pretendem ou precisam. As marcas precisam de recorrer a todos os canais disponíveis para chegarem aos novos clientes e conseguirem convencê-los a investir nas suas propostas. Muitos destes canais são digitais – mas a impressão também tem um importante papel a desempenhar. A impressão trabalha arduamente no sentido de proporcionar um retorno sobre o investimento; é táctil, interactiva e física, estimula diferentes emoções e as pessoas querem passar muito mais tempo a interagir com ela. Sabemos que sempre que a impressão é inteligentemente incluída numa campanha, esta tem um maior sucesso. Da parte da Fujifilm, o desenvolvimento pioneiro da tecnologia de impressão digital ao longo das últimas duas décadas permitiu que centenas de empresas de impressão por todo o mundo tivessem acesso à capacidade tecnológica neces-
sária para integrarem eficientemente a impressão nas modernas campanhas de marketing, de ritmo rápido e impulsionadas por dados. No seguimento desta tradição, a nova Revoria Press PC1120 da Fujifilm encontra-se perfeitamente posicionada para acelerar e melhorar ainda mais esta oportunidade. RAPIDEZ DE COMERCIALIZAÇÃO
Os prazos de entrega rápidos são cada vez mais uma característica dos requisitos de marketing modernos. A impressão é forçada a integrar-se em estruturas comunicacionais capazes de mudar instantaneamente; e as capacidades de im-
Ao adicionar a Revoria Press PC1120 ao seu portfólio a Fujifilm está a ajudar as gráficas comerciais a diversificarem a sua oferta
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pressão a pedido (POD) das impressoras de toner actuais são crucialmente importantes neste aspecto. Com a adição da Revoria Press PC1120 à sua carteira de impressoras digitais, a Fujifilm está a ajudar as gráficas comerciais a diversificarem a respectiva oferta e a garantirem que estão perfeitamente posicionadas para responder às muitas necessidades dos respectivos clientes, bem como às suas rápidas mudanças. EFICIÊNCIA
Entre os crescentes custos e a enorme incerteza económica, ter uma solução de impressão digital eficiente, fiável e altamente automatizada deixou de ser um luxo e passou a ser uma necessidade. O aumento dos preços dos consumíveis associados à impressão offset, junto com os elevados custos da logística, alteraram significativamente o limiar de rentabilidade da impressão digital. A tendência no sentido da impressão digital tem sido obviamente significativa nos últimos anos, mas a pandemia da Covid e outros desafios globais associados vieram estimulá-la ainda mais, e de forma mais rápida. QUALIDADE
Talvez exista também uma percepção do mercado de que a tecnologia de toner se tem mantido estável ao longo dos últimos cinco ou seis anos e que as coisas não mudaram muito durante este período; mas isto não corresponde à realidade. Além da resolução de impressão básica, a capacidade de as impressoras de toner oferecerem precisão da cor, consistência da cor e um registo soberbo sofreu melhorias significativas, tal como aconteceu com o manuseamento dos suportes de
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impressão e com a gama de suportes de impressão que podem ser utilizados para impressão. Além disso, o fornecimento de cores de toner adicionais através da introdução da camada inferior e superior de toner proporciona possibilidades infinitas aos criativos e aos prestadores de serviços de impressão. Tendo em conta todos estes elementos, bem como tudo aquilo que é possível alcançar actualmente numa impressora de toner, especialmente numa máquina avançada como a Revoria Press PC1120, conclui-se que aconteceu uma enorme evolução em matéria de qualidade. O resultado são novas aplicações, novas ideias ou novas e criativas abordagens, que, por sua vez, podem resultar em novas fontes de receita para as gráficas. INTEGRAÇÃO DA TECNOLOGIA
As muitas décadas de história da Fujifilm em termos de inovação na tecnologia de impressão digital, bem como a sua experiência interna em tantos aspectos da tecnologia da impressão, colocam-na numa posição privilegiada para integrar tecnologias digitais de modo a obter o máximo efeito. Quando se trata da Revoria Press PC1120, a tecnologia inteligente da Fujifilm revela-se logo nos primeiros passos do processo: o manuseamento do papel e do suporte de impressão, a eliminação da estática e um alimentador de sucção tecnologicamente avançado. Em seguida, continua para a tecnologia de ima-
A qualidade melhora ainda mais com toners especiais. Pode adicionar até dois ao CMYK: dourado, prateado, transparente, branco e rosa
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA REVORIA
Equipada com um motor de impressão de seis cores e passagem única, podem ser utilizados até dois toners especiais, como dourado, prateado, transparente, branco e rosa, para além dos toners CMYK básicos. Estes toners proporcionam uma impressão de grande valor e elevada qualidade, tais como cores metálicas e texturas de pele natural.
gem. O toner foi concebido e produzido de modo a fornecer as partículas mais pequenas do sector, o que resulta em níveis de qualidade extremamente altos. A qualidade oferecida melhora ainda mais com a adição de toners especiais, sendo que pode adicionar até dois deles ao CMYK. Incluindo: dourado, prateado, transparente, branco e rosa. Estes toners expandem significativamente a gama de cores, resultando em impressões vibrantes, cores intensas e tons de pele mais suaves, ao mesmo tempo que oferecem impressões de maior valor e de alta qualidade, tais como cores metálicas e texturas de pele natural. Além disso, as capacidades de registo garantem a total inexistência de danos quando o papel se desloca pela impressora. Este aspecto é da máxima importância, uma vez que as marcas não estão preparadas para sacrificar a qualidade em detrimento
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O Alimentador por sucção de ar opcional e o Eliminador de estática oferecem uma alimentação de papel de elevada estabilidade para uma vasta variedade de suportes de impressão, incluindo o papel com revestimento coesivo e película.
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*Taro Aoki, responsável pelas Soluções de Impressão Digital da Fujifilm Graphics Systems EMEA
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da velocidade – insistem em ter ambas. Relativamente ao fluxo de trabalho, a Fujifilm desenvolveu o Revoria Flow, que, ao contrário dos sistemas de fluxo de trabalho utilizados pela maioria dos produtos concorrentes, foi especialmente concebido para as necessidades e os desafios únicos do mercado da impressão comercial. A inovação intencional e especializada tem sido uma característica do desenvolvimento de produtos da Fujifilm ao longo dos anos. Não se trata apenas da inovação pela inovação, mas de uma inovação direccionada para públicos específicos. A Fujifilm tem um longo historial de introdução de fantásticas impressoras digitais no mercado; e apesar de a Revoria ser um nome novo na indústria, está alicerçada nas décadas de experiência da Fujifilm em termos de impressão
A Inteligência artificial (IA) permite correções de imagem automáticas para as imagens fotográficas. Cada imagem fotográfica é automaticamente melhorada com base na sua condição actual. Esta função é especialmente útil para as imagens demasiado escuras ou demasiado claras, em que é necessário corrigir a exposição de retroiluminação para melhorar os tons de pele e para destacar as tonalidades nos céus azuis.
O Alimentador por sucção de ar opcional e o Eliminador de estática oferecem uma alimentação de papel de elevada estabilidade para uma vasta variedade de suportes de impressão, incluindo o papel com revestimento coesivo e película.
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digital, desenvolvimento de tecnologia e conhecimento do mercado. Sendo uma das primeiras companhias revolucionárias na impressão digital, e impulsionadora da tecnologia do sector, a Fujifilm é o parceiro ideal para fornecer não só a tecnologia necessária para assegurar o sucesso num futuro incerto, como também o mais amplo suporte e aconselhamento baseado em décadas de experiência prática, com milhões investidos em investigação e desenvolvimento.
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O alimentador é capaz de trabalhar com papel de diferentes espessuras, que abrangem desde o papel fino de 52g ao papel grosso de 400g; e os tabuleiros de papel são compatíveis com vários tamanhos de papel, desde papel pequeno de 98 x 148 mm até papel mais longo de 330 x 1200 mm na impressão de um lado e até 330 x 729 mm para a impressão de frente e verso.
7. Podem ser conseguidas velocidades de produção de 120 páginas em impressões de elevada definição e resolução de 2400 ppp (A4 horizontal) com o toner Super EA-Eco (Agregação da emulsão), que ostenta a partícula de toner mais pequena do sector.
O servidor de impressão de elevado desempenho (Revoria Flow PC11) efectua o processamento RIP a 1200 × 1200 ppp e 10 bits por cor (1024 gradações), que dá origem a dados de imagem de elevada qualidade.
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Um versátil alinhamento em linha pós-processamento, que pode ser usado para a dobragem de papel, o agrafamento da lombada, o corte de três vias e o agrafamento da lombada com acabamento de costas quadradas.
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EMBALAGENS & MARKETING
A EXPERIÊNCIA DE “UNBOXING” O diferencial no comércio eletrónico
De que forma estão as embalagens a tornar-se, por si só, numa “experiência” apetecível para os consumidores? A verdade é que o comércio electrónico está a permitir que as embalagens sejam parte da experiência de compra dos consumidores online.
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comércio eletrónico demonstrou ser a tábua de salvação de muitas marcas durante a pandemia da Covid 19. A par de vários programas de digitalização, o comércio eletrónico permitiu às empresas continuar a trabalhar e a servir os consumidores durante o auge da pandemia. Actualmente, à medida que as empresas ponderam os próximos passos no âmbito do comércio eletrónico, uma área que está a atrair particular atenção é a das embalagens, sobretudo a forma como as marcas podem usar as embalagens no comércio eletrónico para satisfazer os consumidores e apresentar uma experiência de compras diferente que promova a participação e a fidelidade a longo prazo. Ben Ginesi, European Sales Manager for Digital Corrugated Packaging da Domino Printing Sciences, explica qual o papel da impressão digital na criação de novas oportunidades para as marcas desenvolverem embalagens criativas e
visualmente cativantes para o comércio eletrónico, que enriquecem a experiência do consumidor e que suportam as iniciativas de marketing e sensibilização de marca mais alargadas. O MERCADO DO COMÉRCIO ELETRÓNICO EM MUDANÇA
Durante a pandemia, o comércio eletrónico demonstrou ser um dos canais de vendas mais formidáveis para os retalhistas, com um crescimento de 26% nas vendas globais de produtos online em 2020, de acordo com a investigação da Euromonitor International. Assistiu-se a um crescimento mais significativo no sector dos alimentos e bebidas, tendo-se verificado um aumento de 53% e um crescimento do valor absoluto de mais de 80 mil milhões de dólares. A investigação sugere que o crescimento online das vendas digitais continuará a fazer-se notar, representando mais de metade do crescimento
EMBALAGENS & MARKETING
Os retalhistas de luxo nos sectores de alta costura, joalharia, produtos eletrónicos e automóvel já oferecem esta experiência há pelo menos uma década.
do valor absoluto do sector retalhista global entre 2020 e 2025, o equivalente a 1,36 biliões de dólares. À medida que as vendas no comércio eletrónico aumentam, a concorrência é forte e as marcas procuram beneficiar desta oportunidade. Neste âmbito surgem algumas questões, nomeadamente como diferenciar e cativar os consumidores, proporcionando-lhes uma experiência de marca positiva que impulsione as revisões e as recomendações e que conduza a uma repetição das vendas. O ponto em que o consumidor recebe o produto que adquiriu torna-se um momento fundamental que recordará e partilhará com os seus contactos nas redes sociais como o Facebook, o Instagram e o YouTube. Houve uma época em que a única finalidade de uma caixa canelada era a de mover um produto de A para B sem danos. Todavia, os tempos mudaram e as embalagens para o comércio eletrónico representam uma nova forma das marcas se diferenciarem e interagirem com os consumidores. É possível utilizar uma embalagem cativante e focada no consumidor para uma experiência de “unboxing” que amplie a história da marca, que apoie as campanhas mais alargadas de marketing e que possibilite uma experiência do consumidor moderna e personalizada no momento da entrega do produto. A EXPERIÊNCIA DO “UNBOXING”
A ideia de proporcionar uma experiência de “unboxing” impressionante, sofisticada e criativa não é nova. Os retalhistas de luxo nos sectores de alta costura, joalharia, produtos eletrónicos e automóvel já oferecem
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esta experiência há pelo menos uma década. Também não é nova a ideia de registar e partilhar online uma experiência de “unboxing”: o primeiro vídeo desta natureza surgiu em 2006 para o telemóvel Nokia E61 e na Yahoo Tech. Contudo, devido ao custo e à disponibilidade das tecnologias de impressão do passado, apenas as marcas mais luxuosas conseguiam fazê-lo. Tradicionalmente, os sistemas de impressão flexográfica eram as únicas opções disponíveis para impressão em caixas caneladas. Esta abordagem costuma ser mais despendiosa para lotes pequenos porque implica mais recursos e ferramentas, tempos de configuração longos e a utilização de placas novas nas mudanças de gráficos. Nesse sentido, a flexografia é habitualmente adequada apenas para grandes volumes de impressão ou reservada para marcas com grandes margens que estejam dispostas a absorver o custo de uma tiragem curta. Hoje em dia, com a crescente disponibilidade da tecnologia de impressão digital, as marcas mais pequenas e as que trabalham em indústrias com margens mais apertadas (como é o caso do sector de alimentos e bebidas) também podem competir e proporcionar uma experiência inovadora para o comprador actual do comércio
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EMBALAGENS & MARKETING
O “unboxing” e a personalização, juntamente com um marketing criativo para o consumidor e estratégias de envolvimento e embalamento têm o potencial de elevar as relações com o consumidor a um nível que cria a repetição do negócio.
eletrónico. Com a impressão digital, a abordagem à impressão é flexível, sem necessidade de placas e com um tempo de configuração mínimo, pelo que as limitações do passado, como o custo e um número mínimo de tiragens, já não são impeditivas à criação de embalagens cativantes para o comércio eletrónico. A TECNOLOGIA NA VANGUARDA
Com a impressão digital, as marcas podem incorporar aspectos como a sazonalidade, a fidelidade e iniciativas de marketing mais alargadas nas
embalagens dos produtos, agora que as tiragens curtas permitem a produção de entre 100 e 10 000 embalagens a preços competitivos. A Vibrant Forest Brewery, localizada no New Forest National Park, no Reino Unido, adoptou a impressão digital para criar um pack de cervejas de presente, de edição limitada, para celebrar o seu 10.º aniversário. As embalagens eram atrativas e coloridas, o que ajudou a assinalar a ocasião com criatividade e charme. A impressão digital também permite a criação de uma experiência mais personalizada para o destinatário. Por exemplo, a PostmanPooch oferece o envio de caixas de presente para cães, que podem ser personalizadas de acordo com a raça e a ocasião (por exemplo, Na-
EMBALAGENS & MARKETING
tal e aniversário). Além disso, a marca promove no seu website as experiências de “unboxing” dos compradores, identificando publicações no Instagram e avaliações publicadas, realçando o potencial de uma experiência de “unboxing”. A impressão de pequenas tiragens, facilitada pela impressão digital, permite que as marcas controlem a experiência do consumidor: as mensagens impressas nas caixas podem convidar directamente os consumidores a partilharem as suas opiniões online, enquanto os códigos 2D podem ser utilizados para facultar informações adicionais sobre o
As mensagens impressas nas caixas podem convidar directamente os consumidores a partilharem as suas opiniões online, enquanto os códigos 2D podem ser utilizados para facultar informações adicionais sobre o produto, promover esquemas de fidelização e incentivar a partilha nas redes sociais.
produto, promover esquemas de fidelização e incentivar a partilha nas redes sociais. Estas acções podem ser vistas em várias plataformas de redes sociais, em que os consumidores documentam
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as suas experiências de “unboxing” dos produtos. No YouTube existem canais inteiros dedicados a avaliações de produtos e “unboxing”. A impressão digital traz ainda vantagens ambientais consideráveis. A tecnologia supera qualquer questão relacionada com o excesso de desperdício causado por tiragens curtas dos sistemas flexográficos tradicionais, permitindo que as marcas produzam tiragens mais pequenas à medida das suas necessidades. Além disso, a criação de imagens de marca específicas para as embalagens de comércio eletrónico pode reduzir efectivamente a quantidade de embalagens que são utilizadas por uma marca. No passado, a versão retalhista de um produto seria entregue aos consumidores numa caixa castanha normal adequada à logística. Agora, a caixa castanha tradicional pode tornar-se parte da experiência visualmente criativa do “unboxing” e reduzir a quantidade de embalagens desnecessárias. As embalagens criativas e personalizadas com tiragens curtas já não são exclusivas das grandes marcas. A impressão digital apresenta uma oportunidade significativa para as marcas de comércio eletrónico e marcas que trabalham direCtamente com o consumidor em todas as indústrias, possibilitando o enriquecimento da experiência do consumidor e a ligação com os consumidores a um nível muito mais individualizado. O “unboxing” e a personalização, juntamente com um marketing criativo para o consumidor e estratégias de envolvimento e embalamento têm o potencial de elevar as relações com o consumidor a um nível que crie a repetição do negócio, melhore a fidelidade do consumidor e desenvolva uma maior sensibilização para a marca. A impressão digital está a democratizar este potencial para as marcas, e as empresas só estão ainda a ver uma pequena amostra do que é possível. Para as marcas que ainda não consideraram a impressão digital para as embalagens de comércio eletrónico, agora pode ser a altura de reavaliar as experiências que proporcionam aos consumidores e as suas estratégias de desenvolvimento, seguindo um caminho digital.
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TENDÊNCIAS 2022/2023
PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PARA 2022/2023 Depois de uma pandemia que acelerou o consumo online e a digitalização de métodos e processos, as empresas que actuam na área de impressão de pequenos, grandes formatos, impressão têxtil, embalagens e etiquetas passaram a estar mais atentas às tendências para poder oferecer as melhores soluções aos seus clientes.
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á uma clara tendência no mercado para acelerar em matéria de ofertas diversificadas e responder cada vez mais com qualidade, rapidez e eficiência, sendo que tudo isto tem de estar englobado na questão da sustentabilidade SUSTENTABILIDADE
Num mundo cada vez mais imediato, onde a digitalização e personalização andam de mãos dadas, as empresas já perceberam que não podem deixar de estar atentas aos desejos dos seus clientes, ao mesmo tempo que estes estão de “olho” naquilo que os seus fornecedores lhes querem vender. Já não é possível vender “qualquer coisa”, de “qualquer forma”, em “qual-
quer material” e muito menos fazer-lhe chegar “de qualquer modo”. Os clientes querem saber como foi feito esse produto, que métodos utilizou, a que processos foi sujeito e ainda, a que condições estiveram submetidos os profissionais que trabalharam nele. São muitas questões que as empresas têm de equacionar se querem continuar a estar no mercado. A diferenciação passa hoje, mais do que nunca, pela resposta a todos estes itens porque os clientes finais estão também mais atentos e não perdoam as empresas que se esquivam a trabalhar em prol da sustentabilidade. Se quisermos ver o que está por detrás desta palavra, temos de recorrer ao dicionário, percebendo que é um concei-
to relacionado com o desenvolvimento sustentável, ou seja, com um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente correctas e economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas. Todos temos noção de que temos um só planeta, que não existe plano B, que é preciso reduzir, reutilizar, reciclar e garantir eficiência de métodos e processos para que haja garantia de futuro.
TENDÊNCIAS 2022/2023
necedores de produtos ou equipamentos estão actualmente mais disponíveis para trabalhar na procura de soluções mais inteligentes e preparadas para mudar os velhos paradigmas que têm contribuído para a poluição e alterações climáticas do mundo. O MERCADO DAS EMBALAGENS E A HORA DO CARTÃO
Quando se fala na impressão de embalagens, os consumidores finais não perdoam e estão claramente a repudiar produtos que não respeitam a regra dos três “Rrs”, que dizem respeito à redução, reciclagem e reutilização. No campo das embalagens, por exemplo, alguns estudos realizados junto de 7.000 consumidores europeus, concluíram que 6 em cada 10 consumidores considera que o impacto ambiental das embalagens afecta as suas decisões de compra. Além disso, quando questionados sobre a preferência, caso o mesmo produto estivesse disponível em plástico ou cartão, quatro em cada cinco optaram pelo formato em papel e menos de um em cada dez preferiria o produto embalado em plástico. A indústria do papel e cartão está assim a testemunhar uma procura crescente de marcas que em todas e diferentes categorias, procuram fazer a sua parte nesta importante mudança para materiais de embalagem mais sustentáveis. Isto representa uma fantástica oportunidade para todos aqueles que trabalham na cadeia da impressão em papel. As embalagens são produzidas com material renovável que não esgota os
REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR
A redução de resíduos nunca foi tão importante e as sociedades estão hoje mais comprometidas no caminho do desperdício zero e na aposta em actividades circulares. Para que isto aconteça, para que se verifique de facto uma redução de resíduos, as empresas sabem que a colaboração é uma chave comum e que é preciso criar uma economia circular entre todos. Todos os fabricantes e for-
Há uma procura das marcas por papel e cartão, para que possam fazer uma mudança para materiais mais sustentáveis
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recursos naturais do planeta e podem ser reciclados 25 vezes ou mais. Mais de 58% dos consumidores inquiridos em diversos estudos referem que reciclam mais do que há um ano e mais da metade reduziu a compra do número de produtos embalados em plástico. Para que a taxa de reciclagem aumente para mais de 90% da actual até 2030 vai ser preciso uma forte disciplina por parte dos fabricantes, distribuidores e consumidores para separar, recolher e disponibilizar o material que é tão valioso para recicladores autorizados para reutilização do material nas fábricas de cartão. IMPRESSÃO 3D
A impressão 3D continua a crescer a um ritmo muito acelerado. A impressão 3D traz consigo a possibilidade de criar à medida, de personalizar a produção, ou de dar liberdade de criação. A possibilidade de criar peças de produção per-
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TENDÊNCIAS 2022/2023
sonalizadas é um factor de impulso da impressão 3D, bem como o de dar vida a geometrias complexas. Áreas como a aeronáutica, medicina e até construção, são apenas algumas que estão a experimentar todo o potencial da impressão 3D. Ainda assim, a impressão 3D de grandes formatos para a área do marketing e publicidade e mobiliário urbano está a ganhar um terreno enorme. OS GRANDES FORMATOS
A prevalência da comunicação impressa continua a dar um grande destaque à indústria gráfica no mundo das campanhas publicitárias das empresas. A área dos grandes formatos está a registar um crescimento e relevância pela enorme criatividade do que se designa por campanhas Out of home. A impressão digital nos grandes formatos
Inovações inteligentes e tecnologia de ponta
Os grandes formatos registam um crescimento e relevância pela enorme criatividade em campanhas out-of-home segue a par com o uso de meios de sinalética digital. Vários estudos referem que a maioria das empresas continua a considerar imprescindível a produção de materiais impressos e que estes têm
Educação e treino da equipa também evitam desperdício
O investimento em tecnologia de ponta e inovações inteligentes Na empresa, é preciso adoptar uma cultura organizaestão entre os pilares para a sustentabilidade na indústria têxtil. cional baseada num padrão operacional de combate ao Com foco no fim do desperdício, as máquinas já conseguem aliretrabalho e ao desperdício, com foco na melhoria do connhar o aumento da qualidade da produção com a redução do trole de qualidade. impacto ambiental. Os funcionários devem estar atentos a questões básicas A inteligência artificial (IA) também é uma grande aliada da susque colaboram para a análise da geração de desperdítentabilidade na indústria têxtil. Empresas como a portuguesa cio, permitindo que seja combatida na raiz, com questões Smartex, por exemplo, apostam alto nas inovações para acabar como a quantidade de rolos inspeccionados por dia, de com o desperdício e o retrabalho. amostras para conferência da gramagem, de peças que A startup desenvolveu um sistema que detecta defeitos na propoderiam ser feitas com essas amostras e qual a taxa de dução já na tricotagem das malhas circulares através da IA. Os desperdício de tecido. teares são monitorizados com recolha de imagens, analisadas por algoritmos. Quando algum defeito é detectado, a produção é parada imediatamente. Com isso, a redução dos resíduos têxteis A sustentabilidade na indústria da moda defeituosos caiu quase a 0%, já que o proe a economia dos recursos naturais blema é notado logo no início do processo, evitando gastos com matéria-prima, energia e água, além do tempo com o acabaA economia de recursos naturais é fundamental para sustentabilidade na indústria mento das peças. da moda. De acordo com levantamento da ONG britânica Fundação Ellen MacArthur, Por outro lado, é importante também o a indústria do vestuário consome 93 bilhões de metros cúbicos de água por ano, investimento nas máquinas revisadeiras, cerca de 4% da captação mundial de água doce anual. que revisam a qualidade dos tecidos e a É preciso pesquisar materiais e desenvolver processos que reduzam o consumo e metragem recebida. soluções químicas que melhorem a qualidade da água devolvida ao meio ambiente. Por outro lado, a adaptação física das instalações com soluções que permitam maior entrada de luz natural e ventilação cruzada beneficiam tanto o meio ambiente quanto as finanças das empresas.
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parte do negócio estando integradas em quase todas as grandes campanhas. IMPRESSÃO TÊXTIL MODA E DECORAÇÃO
um papel fundamental e relevante para a comunicação das mesmas. Apesar do valor investido em comunicação impressa ter diminuído nos últimos anos, (redirecconado para o online e vídeo), quase 30% das campanhas são ainda destinados à impressão. DISPLAYS VERSUS IMPRESSÃO
A utilização de meios digitais causa enorme impacto nos negócios de grande formato e essas tecnologias já fazem
As perspetivas de crescimento deste segmento de mercado passam pela tecnologia digital. A estamparia digital têxtil tornou-se já uma alternativa importante à impressão serigráfica, apesar desta se manter como essencial para algumas áreas do mercado. O investimento em equipamentos de impressão têxtil continua a estar nos planos de investimento das empresas. Também os substratos têxteis continuam a crescer no segmento da sinalética. A sustentabilidade na indústria têxtil está em alta nas discussões sobre o futuro do sector. A implementação de boas práticas alinhadas ao acompanhamento
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da produção é um ponto crucial para o desenvolvimento responsável. Num momento de instabilidade e incertezas, a sustentabilidade na indústria têxtil tornou-se assunto dos próprios consumidores, cada vez mais preocupados com o pesado impacto das formas de produção no meio ambiente. A pressão não deixa dúvidas que, para manter a competitividade, o assunto deve ser levado a sério. As vantagens são muitas. Medidas práticas geram resultados significativos, vantajosos para a natureza, para a relação com o público-alvo e para a saúde financeira das empresas. Várias têm se mostrado eficientes para a redução do impacto social e ambiental e estão a ganhar adesão de um grande número de fabricantes, transformando positivamente a relação das empresas com o público.
Adoção do modelo de economia circular na moda O aproveitamento de material têxtil dispensado durante a produção é uma solução que visa a sustentabilidade na indústria têxtil de uma forma bastante criativa. O correcto destino de resíduos têxteis abre um leque de opções interessantes. Um deles é a parceria com iniciativas sociais, como cooperativas de costureiras e arteEscolha dos materiais sãos, nas quais os retalhos são reaproveitados na produção de peças novas, tanto no vestuário, quanto como acessórios ou Um dos pilares mais importante da sustentabilidade na indústria têxtil é a escolha decoração. dos materiais. Há várias alternativas sendo utilizadas com sucesso no mercado e Os retalhos também podem ser reorgaganhando a preferência dos consumidores de forma crescente. nizados a partir de novos processos de • Poliéster reciclado – Os fios de poliéster reciclados são produzidos através de garfiação, para compor detalhes de novas rafas PET. Além de reduzir a quantidade das garrafas deixadas no meio ambiente colecções de moda. e em aterros sanitários, peças como as etiquetas de poliéster reciclado também Além disso, outro modelo de moda circular são recicláveis, evitam o uso de matéria-prima importada ou fabricada e ainda são os bazares, onde peças de colecções agregam valor às peças. antigas são oferecidas com desconto, ou mesmo a criação de brechós, com o rea• “Sou de Algodão” – Nascido em 2016, o movimento procura consciencializar sobre proveitamento de peças usadas. o consumo responsável através da união de todos os agentes da cadeia produtiva A sustentabilidade na indústria têxtil é um e da indústria têxtil do algodão, do homem do campo até ao consumidor procurancaminho sem volta, que responde às urgendo uma jornada ambientalmente correcta, socialmente justa e economicamente tes necessidades do meio ambiente, aos responsável. novos hábitos de consumo e tem reflexos • Refibra – Produzida pela austríaca Lenzig e considerada de alta performance, a sociais, ambientais e económicos positivos. Refibra é produzida a partir dos resíduos de celulose, madeira e algodão, materiais Dentro deste conceito, basta olhar para com alto potencial de reutilização; o diferencial do fio de poliéster reciclado nas etiquetas e de que forma este con• Tricô 3D – Através de uma máquina de tricô 3D, a italiana Bennetton desenvolveu tribui para a sustentabilidade no mundo o conceito de fio único: as peças são confeccionadas a partir de um único rolo, sem da moda! emendas e com desperdício zero.
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NÓS SOMOS SERIGRAFIA
APOSTA NA SUSTENTABILIDADE (ESG) David Forrester Zamith Ruy de Lacerda & Cª., S.A.
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UM MUNDO em enorme Wtransformação assistimos a um novo tempo da Globalização, com sinais claros de apostas no Reshoring (regresso à origem de unidades de produção deslocalizadas para a Ásia), assim como um salutar fenómeno de Localização (numa lógica de proximidade da fábrica à prateleira) ancoradas numa política Europeia de Re-Industrialização, Digitalização, I4.0 em automação e para um novo paradigma de Sustentabilidade (ESG)! Custos Energéticos em Alta: Se é verdade que muitos sectores empresariais desde há muito que vinham apostando na digitalização, I4.0 no chão da fábrica e na mobilidade e-auto, mais recentemente vem-se assistindo ao enorme aumento dos custos energéticos com, por exemplo, apostas em instalações de painéis fotovoltaicos (PV) para autoconsumo energético (exemplo do sector têxtil)!
A sustentabilidade começa desde logo pelo posicionamento das empresas. Face a uma nova postura do sector financeiro, há bancos a exigir comprovativos de medidas de sustentabilidade para a partilha de crédito
Sustentabilidade (ESG) - Ambiental, Social e de Governo: Mas a análise da sustentabilidade começa desde logo pelo posicionamento das empresas face a uma nova postura do sector financeiro, havendo bancos europeus (e nacionais) a exigirem comprovativos de medidas de sustentabilidade para a partilha de crédito, com taxas mais elevadas para os menos atualizados, ou, simplesmente pela rejeição de crédito! Há mesmo quem afirme que o negócio da banca para a década é exactamente o da Sustentabilidade (ESG), acompanhando orientações europeias de transformação para um “novo mundo empresarial”, na globalidade das vertentes do Ambiental, Social e de Governo! SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: E aqui chegados, este paradigma mostra-nos uma orientação para estes três eixos (ESG), sendo que o primeiro na indústria a ser o ambiental! Pensando nós só na vertente da “sustentabilidade ambiental”, tudo deverá ser reanalisado,
NÓS SOMOS SERIGRAFIA
passo a passo, com uma nova preocupação de investir numa lógica de descarbonização sustentável, necessária como um enorme desafio no combate ao câmbio climático no nosso planeta e, ao mesmo tempo, sendo visto como uma “oportunidade”! Desde as matérias-primas, as mais limpas e ecológicas, aos equipamentos, desde logo pela sua capacidade de automação (menos etapas de processo), promotores de dados digitais, mas com valores mais rentáveis em termos energéticos, menos poluentes e de baixo consumo de água! Vivemos tempos de “parar para pensar” sobre as novas oportunidades, os novos modelos de negócios, sempre numa lógica a favor de boas práticas na Circularidade, manufactura de produtos com menor complexidade (mono produto) para uma mais fácil reutilização ou reciclagem! Será que o status actual dos custos energéticos, aliados a factores ambientais, nos indicam mais aplicações com impressão directa sobre o produto final (exemplo do sector das embalagens de vidro, metal ou plástico) em alta com curas UV e LED vs. estufas de secagem de alta temperatura (com elevados consumos de eletricidade ou gás)? Outro exemplo, no sector da Têxtil-Moda (T-Shirt) através da utilização de tintas de base aquosa (ecológicas) e impressão molhado em molhado (wet-on-wet), sem curas intermédias e somente com cura final, traduzindo-se em elevada eficiência energética? Nos Têxteis já há quem defenda que “as empresas têxteis devem controlar 75% da energia que consomem
Embalagem de Vidro: impressão Directa UV
Vivemos tempos de “parar para pensar” sobre as novas oportunidades, os novos modelos de negócio e boas práticas de circularidade
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e, por isso, avançarem com a ideia de criação de um “cluster auto-sustentável para que a energia pertença a todos”! Pela utilização de sistemas de secagem com alta precisão de regulamentação térmica e excelente isolamento, reduzindo o consumo energético, por exemplo na produção de transferes têxteis? Em termos de substratos, iremos assistir a um mesmo sentido, orientado para materiais mais amigos do ambiente, com mais papel/cartão e menos plástico, telas de base monoproduto facilitadoras de reciclagem, adesivos mais amigos do ambiente e substratos com construções menos complexas? No sector dos rótulos e etiquetas o mercado internacional já aponta a direcção de base papel? Em todos os processos produtivos será fundamental o repensar do tema da “automação” em “digitalização”, permitindo com ela uma maior produtividade, precisão, análise de dados, tempos mínimos de arranque de máquina, controlo de registos ópticos, menos etapas de processo, menos desperdícios, seja em sistemas de pré-impressão CTS - Computer-To-Screen, seja em linhas de impressão Serigráficas, planas ou cilíndricas! Transferes Têxteis: Linha de impressão serigráfica INO em “total automação”!
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OPINIÃO MARIA JOÃO BOM
Maria João Bom Professora Assistente no Instituto Politécnico de Tomar, do Curso de Design e Tecnologia das Artes Gráficas mariajoaobom@ipt.pt
O logótipo da FIFA World Cup 22
A
PESAR DE EFÉMERO O LOGÓTIPO DA FIFA WORLD CUP 22, teve um lança-
mento pujante e com grande abrangência a nível local e mundial. Ao romper com as bolas, os atletas em movimento ou com os tradicionais efeitos de movimento, este logótipo marca a diferença relativamente aos anteriores, pela discrição, harmonia e elegância, observada, nomeadamente na cor escolhida, o lilás que raramente é utilizados nestes contextos futebolísticos. Os símbolos que têm uma vida curta, como este que está associado a um determinado momento de actividades desportivas, procuram ser conhecidos em todo o mundo, no menor tempo possível. Para tal devem ter uma qualidade gráfica e uma identidade acima do normal, para que possam ser identificados e aceites, de maneira a que, por sua vez, possam ser utilizados também como estandartes e uma referência transversal à actividade de jogar futebol.
O logótipo é português e foi desenhado no estúdio UNLOCK, e o símbolo coincide com a representação matemática de infinito
A conjugação das duas fontes de letra utilizadas no logótipo, e, sobretudo o artifício, ou arabesco, como quiserem chamar, entre as letras t e a está deveras bem conseguido e remete-nos imeatamente para o facto do evento se realizar num país árabe. A forma do símbolo em loop, cumpre uma função decorativa, e está elegantemente decorada com motivos tipicamente da região, e representa também os magníficos oito estádios produzidos para o evento, inclusivamente com sistemas de arrefecimento nas próprias bancadas, para que o enorme calor do Qatar não comprometa o bem estar daqueles que assistem aos jogos. O logótipo é português e foi desenhado no estúdio UNLOCK, e o símbolo que coincide com a representação matemática de infinito, foi produzido em linha de conta com os novos standards estabelecidos pela FIFA, desde 2014, onde se sugere que o logo seja uma representação abstrata do FIFA World Cup trophy. Neste símbolo combina-se também tradição e modernidade de uma forma muito apelativa graficamente, de uma maneira em que se parece unir com grande naturalidade as culturas árabes e ocidentais, uma vez que o evento em si já é, ou pelo menos devia ser, uma forma de unir culturas.
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Imprimimos as cores dos seus sonhos
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A nossa tradução de “made in Germany”: higiene, sustentabilidade e proximidade. mewa.pt