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intergraficas.com.pt #209 1 #219 a revista do mundo gráfico 10,00€ Setembro/Novembro 2022 intergraficas.com.pt nova JetPress 750S fábrica de papel Impressão digital tudo em um MELHORAR A IMAGEM DA INDÚSTRIA OC M O CONTORNARA C R I ?ES PAPEL SAPPI EMBOSSING BY EXELCOAT VERNIZ BY CORTARTE IMPRESSÃO TIPOGRAFIA PRISCOS CHAPAS FUJIFILM SEM REVELAÇÃO INDUQUÍMICA CONSULTORIA DE COR INDUQUÍMICA

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Os artigos de opinião integrados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor.

MELHORAR A IMAGEM DA INDÚSTRIA GRÁFICA... QUAL IMAGEM?

São tantas as vezes que me perguntam porque faço uma revista especializada, de nicho, para uma indústria pequena e com pouca visibilidade que, apesar de cansada, aprendi ao longo dos anos a responder de forma resumida com os argumentos certos. Em poucas palavras descrevo a indústria e a importância transversal na vida de todos nós e, considero que sempre que o faço, quem está do outro lado fica “convencido”.

O problema, dizem-me, depois de entenderem que o mundo da impressão é vasto e essencial, diz respeito à imagem do sector da impressão.

E é aqui que me interessa chegar. Pergunto sempre, “qual imagem?”, “como é que vê a indústria gráfica e as empresas que vivem da impressão?”.

Na verdade, as empresas que compõem esta área são muito diversas e não podem ser caracterizadas todas de igual forma porque um fabricante de tecnologia ou matéria-prima tem uma organização muito diferente de uma gráfica. Todas as empresas trabalham para no final, oferecer transformação de produtos em impressão, para clientes finais que os usam em diversos objectos, com distintos objectivos e nos mais variados produtos.

Quando se apercebem que os produtos impressos estão em todo o lado, que são tão comuns que quase não os notamos, o foco passa a ser a questão da notoriedade desta área, de que forma se “vende”, como se promove ou porque passa de um modo tão discreto aos olhos da sociedade em geral.

À primeira vista poderíamos pensar que esta é uma indústria/área low profile por opção. Só que não.

Ana Paula Cecília

Directora da Revista Intergráficas anapcecilia@intergraficas.com.pt

Depois de 25 anos a trabalhar para a indústria gráfica, de acompanhar de perto a vida das empresas, a actividade profissional de centenas de gestores, de entender a forma de funcionar dos fornecedores, de estudar o negócio de

impressão, de saber de cor os seus pontos fortes e fracos, os problemas e dificuldades, as mais valias, validade e o seu potencial, considero que a imagem que passa, fica muito aquém daquilo que é na realidade.

Esta é uma indústria altamente tecnológica, digitalizada, actualizada, modernizada. Esta é uma indústria imprescindível a muitas outras e essencial a todos os negócios.

Esta é uma indústria que integra o vasto mundo da comunicação.

Esta é uma indústria que dá vida a trabalhos únicos, criativos e poderosos.

Esta é uma indústria que se encolhe para que o trabalho de outros seja um sucesso.

Com tudo isto e porque se “aperta” e “desdobra”, a indústria gráfica fica por último na cadeia de valor do processo de produção e se torna invisível aos olhos de todos os profissionais que estão a montante e a jusante da adjudicação e da entrega final.

De quem é a culpa?

De todos. São todos os que trabalham nesta área que, de forma inconsciente, quer por humildade, quer por falta de tempo se anulam, perdendo destaque e notoriedade.

Para mim é urgente que a indústria se mostre, que se organize e valorize, que tome as rédeas do seu futuro, que faça por merecer ser reconhecida e que sem medo, se coloque ao lado de todas as outras empresas e profissionais, granjeando o reconhecimento que merece. Não será hora de fazer isto?

Não há uma fórmula única, uma receita mais extraordinária ou mais especial, mas existem muitas opções que, juntas podem fazer brilhar a indústria gráfica e colocar sobre si os holofotes que merece. Da minha parte estou disponível, como já disse, para contribuir com ideias que podem ser utilizadas por todos e mesmo integrar uma campanha que torne a indústria gráfica mais apelativa, mais sexy e com o valor que realmente tem junto da sociedade. Sempre que uma indústria se valoriza, a forma como os outros a veem muda e isso só pode ser positivo!

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EDITORIAL INTERGRÁFICAS #219

Realidade ou ficção?

ALGURES NO TERRITÓRIO NACIONAL, desde há alguns anos que se encontra a laborar uma gráfica, cujo proprietário está levando a empresa a um crescimento contínuo, e a intensificar a sua presença no mercado europeu, com grande sucesso.

Desde o início, adoptando uma gestão assente em conceitos de eficiência e produtividade, foi criando uma capacidade estratégica suficientemente hábil para possibilitar a sua actuação à escala internacional, com rentabilidade suficiente para cobrir os riscos de novos desenvolvimentos tecnológicos, e de internacionalização.

O continuado crescimento da empresa, reflectindo uma evolução na cifra de negócios e no volume de facturação, que se multiplicaram de ano para ano, representava uma salvaguarda para se expandir noutros contextos nacionais.

Pese embora o sucesso alcançado, o seu proprietário não se dá por satisfeito.

A sua visão de tornar a empresa líder europeu, com um papel percursor no âmbito da actividade gráfica nacional, é uma meta que se perfila no seu horizonte empresarial.

O seu plano consiste em ampliar o quadro de pessoal com pessoas altamente capacitadas em cada sector-chave da empresa, ciente de que o investimento objectivo na competência dos funcionários possibilita resultados extraordinários, e que é melhor investir na produtividade de um óptimo funcionário do que no aumento do desempenho dos funcionários medianos; a criação de capacidades estratégicas suficientes para possibilitar a sua actuação à escala mundial; ampliar a sua área industrial e dota-la com as ferramentas necessárias para atingir o objectivo em mira.

A motivação para conquistar o mercado europeu deve-se ao facto de presenciar o princípio do fim do “nacional”

OPINIÃO AUGUSTO MONTEIRO 6 intergraficas.com.pt #219
“O nosso sucesso assenta, sobretudo, na tecnologia utilizada.
Ela é o factor e fonte principal do desenvolvimento da nossa empresa; as ferramentas usadas para assegurar o nosso bem-estar económico, e projectar a empresa noutros mercados”

enquanto factor de relevância no contexto do desenvolvimento da sua organização, e o espaço nacional estar a ser substituído, enquanto factor estratégico, pelo espaço global de economias mais desenvolvidas.

Coexistir neste espaço global implica, obviamente, ter um know-how de conhecimentos especializados de toda a panóplia de países e de empresas potenciais clientes, mais o privilégio de poder ser integrado como provedor. Desafios que não desencorajam o seu propósito de se tornar líder europeu na sua área.

Na sua empresa, conforme pude observar, a tecnologia de ponta tem sido o elemento crucial para o seu desenvolvimento. A acrescentar a isso o facto de ver como as margens de benefício estão vinculadas, cada vez mais, à optimização dos processos, que tiveram uma influência estrutural na organização em todas as fases do funcionamento da empresa.

“O nosso sucesso assenta, sobretudo, na tecnologia utilizada. Ela é o factor e fonte principal do desenvolvimento da nossa empresa; as ferramentas usadas para assegurar o nosso bem-estar económico, e projectar a empresa noutros mercados”, salienta o empresário.

Basta uma “olhada” para o interior da gráfica para entender o quanto a empresa está à altura da concorrência internacional, pois dispõe de equipamentos de tecnologia de ponta em todas as áreas de produção, onde tudo flui com total eficiência e grande produtividade.

Na realidade, o que mais claramente se destaca nesta empresa é o seu enfoque na produção optimizada, integrada em rede, executando todos os passos do pedido, desde o cálculo inicial de custos até ao acabamento e entrega.

-“O nosso investimento em rede de gestão para sistemas e processos dão-nos uma clara vantagem competitiva, que nos próximos anos somará cada vez

mais benefícios. Não só aumentamos a eficiência global e o nível de qualidade que os mercados exigem, como reduzimos drasticamente os tempos de produção, bem como o desperdício”, argumenta o proprietário.

-“Para que a produção se desenvolva de forma eficiente 24 horas por dia, os equipamentos não podem falhar. Têm de estar sempre operacionais “just-in-time. Os contractos de manutenção que celebramos com os nossos parceiros fornecedores, que periodicamente disponibilizam especialistas concretos de serviço de assistência técnica, dão-nos a garantia, praticamente a 100%, da sua permanente operacionalidade.

Apontando aos mercados internacionais, determinado a tornar-se um dos actores principais da indústria gráfica

mundial, o empresário está consciente do seu papel percursor de uma nova e revigorada indústria gráfica nacional, que tomando o seu exemplo, já se predispôs a olhar o mundo que a rodeia, reconhecendo que o espaço nacional é demasiado pequeno para dar resposta, enquanto ponto de relevância estratégica fundamental para o seu desenvolvimento. A crescente penetração em outros mercados reflecte uma mudança histórica, que despontou lentamente, mas que cada vez mais se intensifica, conduzindo a um aumento extraordinário de exportações, principal força da estruturação das suas empresas e bem-estar das suas economias.

Nos últimos tempos grande parte da indústria gráfica nacional tomara medidas visando aumentar a eficiência e produtividade. Produção em rede, finalmente, começou a fazer parte do seu vocabulário diário. A integração dos processos de produção na sua totalidade, permite executar entre 3 a 5 vezes mais pedidos que antes da integração, com os mesmos funcionários.

Por seu turno, o Estado, na sua louvável prática politica de apoio às empresas, assegurando o continuo desenvolvimento sócio-económico nacional, para além do estabelecimento de incentivos fiscais, necessários para o investimento em inovação tecnológica, mobiliza recursos financeiros que asseguram as condições necessárias para garantir a todas um sentido de direcção e segurança, que as motiva a criar identidade, expandir os seus negócios e crescer em importância.

Há pessoas que têm uma visão do que querem que seja a sua vida e de como fazer as escolhas ousadas para tornar essa visão verdadeira.

A ficção é uma forma inventiva de criar uma narrativa imaginária fantasiando uma história ou uma realidade inexistente.

OPINIÃO AUGUSTO MONTEIRO intergraficas.com.pt #219 7
A crescente penetração em outros mercados reflecte uma mudança histórica, que despontou lentamente, mas que cada vez mais se intensifica, conduzindo a um aumento extraordinário de exportações

É no Verão que se prepara o Inverno

Atenção ao estabelecimento de relações sérias e fiáveis com fornecedores sólidos! É nos momentos de abundância que se constroem as bases em que nos poderemos apoiar nos momentos de escassez.

RECENTEMENTE sobre a chamada penúria de papel. Não valerá a pena tentar explicar os fenómenos que conduziram a essa situação. A verdade é que muitos de nós experimentámos de diferentes formas e com diferentes graus de sofrimento, as consequências dessa penúria.

FALÁMOS AQUI

gelou durante os últimos meses, está a passar e é bem possível que brevemente tenhamos fartura e variedade de oferta no mercado.

A economia mundial está caótica. Tivemos pandemias e confinamentos com consequências inimagináveis. Temos agora uma guerra envolvendo uma das maiores superpotências do mundo, com consequências desastrosas para a economia mundial. Estamos a braços com crises energéticas complicadas, cujos efeitos ainda não estão totalmente visíveis. Estamos perante uma séria escassez de matérias primas. Muitos países estão a entrar em recessão. A inflação disparou. As taxas de juro estão a aumentar de forma assustadora. Muitas das economias dos países em vias de desenvolvimento, debatem-se com uma grave falta de divisas. Não sabemos onde tudo isto vai parar.

Do meu ponto de vista, uma das principais lições a retirar desta situação, é que não se pode confiar no acaso. Pensar que, se não tomarmos medidas sérias, tudo decorre com normalidade e não teremos surpresas, é suicídio! É como ir para o mar numa casca de noz sem condições, confiando que vai estar sempre bom tempo. Sabemos que não é assim. Mais cedo ou mais tarde, apanhamos com o temporal.

Acredito que, no que concerne a papel, a situação de escassez que nos fla-

Pois bem, a minha mensagem é muito simples e alinhada com o que tenho escrito em momentos anteriores: atenção ao estabelecimento de relações sérias e fiáveis com fornecedores sólidos! É nos momentos de abundância que se constroem as bases em que nos poderemos apoiar nos momentos de escassez.

Durante muitos meses houve um conjunto de fornecedores de papel que não puderam ou não quiseram estar presentes e abastecer os seus clientes portugueses. Brevemente (se não já hoje), esses mesmos fornecedores virão oferecer preços e condições atrativas para escoar os seus stocks. É bom lembrar que, quando voltar a haver escassez, esses fornecedores voltam a fugir para onde ganham mais dinheiro, deixando os clientes portugueses entregues a si mesmos.

É nesta fase que merece a pena elaborar uma estratégia de aprovisionamento que nos transmita segurança de que não ficamos sem fornecedor quando o mercado se complica.

Se eu dedicar 20% das minhas necessidades para comprar no mercado das oportunidades, poderei aproveitar algumas pechinchas. Mas se o mercado se complicar e eu tiver uma redução dos meus aprovisionamentos em 20%, provavelmente conseguirei sobreviver. Agora se dedicar 75% das minhas compras ao mercado das pechinchas e, mais tarde, perante uma nova crise, ficar sem 75% das minhas necessidades de matéria prima, provavelmente, terei que fechar a porta…

OPINIÃO JOÃO FELGUEIRAS
General
Manager Africa The Navigator Company joao.felgueiras@ thenavigatorcompany.com
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Nova readaptação a mais uma nova realidade

Estes governantes desinformados, igualmente expostos a uma lavajem sobre os malefícios do papel, esquecem-se que os computadores tablets, telemóveis, contribuem de uma forma muito superior à destruição do planeta. Já reflectiram como vamos reciclar todos estes produtos eletrónicos, qual a frequência de troca dos mesmos, sabendo que a durabilidade dos mesmos é muito curta e facilmente está desactualizada. Já alguma vez viram o processo de extração dos vários minérios utilizados na produção de todos estes materiais eletrónicos, certamente que não, e sobretudo nunca se informaram nos benefícios que tem a indústria do papel e o contributo decisivo nas últimas décadas na reflorestação da floresta contribuindo significativamente para o ar que ainda se vai respirando.

COMO SE JÁ NÃO BASTASSEM 2 ANOS de pandemia, em que sistematicamente nos tivemos que reinventar na forma de estar e de trabalhar, como se não bastasse a falha de papel no mercado e os preços absurdos a que chegaram os mesmos, enfrentamos agora o terror dos preços da energia, que não é mais do que uma forma de dizer, estamos em guerra.

Mais grave, é que neste momento somando o preço das matérias-primas ao custo de transformação das mesmas, o preço dos produtos gráficos chegaram a um ponto em que ou se aumenta e se passa o custo para o Cliente ou não é possível continuar a suportar os custos de qualquer operação produtiva, e terão que ser tomadas decisões de continuar a produzir ou de encerrar os próprios negócios antes que seja tarde de mais.

Vamos enfrentar um desaparecimento massivo da quantidade de publicações disponíveis em banca e as que não vão desaparecer sofrerão reduções de tiragem significativas.

Enfrentamos igualmente a ameaça dos

livros escolares passarem a suportes digitais, mais uma grande ameaça para a nossa indústria e sobretudo para a qualidade do ensino a praticar, onde vejo cada vez mais dificuldade na aprendizagem e capacidade de concentração por parte dos nossos filhos. Enfim, estamos cercados por uma série de factores que não querem que a indústria continue, pelo menos nos moldes actuais.

Temos que voltar a combater o flagelo do Greenwashing, essa desinformação que ataca a nossa indústria, através de afirmações falsas e ignorantes sobre a utilização do papel. Hoje trabalhamos numa área onde a industria papeleira é líder mundial na utilização de matérias-primas de origem sustentável, e igualmente líder em taxas de reciclagem.

Mas haja esperança, esta é uma indústria vital para a continuação da informação credível, informação que se guarda e consulta ao contrário do lixo digital que abunda por essa internet fora. Todos somos culpados desse mesmo lixo e de contribuir para a destruição do nosso negócio, através do uso massivo das redes sociais, sejam elas de lazer ou de trabalho. Quantos de nós recorremos às redes sociais para promover o nosso negócio, escrever o que queremos e expressar uma opinião não fundamentada, contribuindo para a desinformação global. Vejamos as notícias sobre a guerra na Ucrânia, em quais podemos acreditar? Qual é a verdadeira informação? Pois não sabemos, a guerra também se faz por desinformação. Afinal a informação digital é boa ou é má? E a informação impressa é ou não é a mais credível?

Deixo-vos aqui a minha modesta opinião, o digital tem coisas boas, tem, mas o mundo impresso é repleto de sensações, capaz de criar outro tipo de emoções e experiências e é muito mais duradouro no tempo do que o mundo virtual.

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Temos que voltar a combater o flagelo do Greenwashing, essa desinformação que ataca a nossa indústria, através de afirmações falsas e ignorantes sobre a utilização do papel

Breves

NACIONAIS

EPSON REVELOU VENCEDORES DO B-SEARCULAR, MODA E TÊXTIL SUSTENTÁVEL

OCONSUMO EXCESSIVO DESTE MATERIAL E A MÁ GESTÃO DA SUA RECICLAGEM E RECOLHA, FAZEM COM QUE MILHÕES DE TONELADAS CHEGUEM AOS MARES E OCEANOS A CADA ANO. Neste sentido surgiu a iniciativa B-SEArcular realizada pela Epson em conjunto com a Lisbon School of Design (LSD), a A. Sampaio & Filhos, a Lemar, a INEDIT Studio, a Seaqual. Este projecto mostra que assenta na economia circular nasceu de um modelo sustentável que consiste no reaproveitamento dos plásticos que poluem os oceanos para a fabricação de tecidos que posteriormente serão transformados em peças de moda. “A iniciativa B-SEArcular surgiu através de uma conversa com a Lisbon School of Design, em que considerávamos importante fazer o match entre uma tecnologia que já existia por parte da Epson, de impressão digital sustentável para material têxtil, com as ideias cada vez mais sustentáveis de alunos das escolas de design”, afirmou Raul

Sanahuja, Responsável de Comunicação da Epson, por explicar que, “esta iniciativa só foi possível de realizar em Portugal graças à participação de vários intervenientes. As empresas A. Sampaio & Filhos, Lemar, INEDIT Studio e Seaqual participaram, cada uma, em diferentes fases do projecto, desde a limpeza de praias para angariação de plástico marinho aos processos de produção, à transformação do plástico em malhas circulares e à criação de tecidos – posteriormente personalizados pela Epson através de uma das técnicas de impressão menos invasivas e mais sustentáveis para o meio ambiente: a sublimação. A impressão têxtil digital, ou seja, a impressão de moda sustentá-

vel, funciona mediante injeção de tinta e permite 80% de poupança energética, consome 60% menos de água e, portanto, reduz consideravelmente a produção de resíduos associada ao processo de produção. Assim, a Epson conta com diversas certificações que comprovam que as tintas utilizadas são inócuas e resistentes à transpiração e lavagem.

Na opinião do Responsável de Comunicação da Epson, “o nosso trabalho assenta em oferecer aos profissionais as melhores soluções tecnológicas que lhes permitam realizar tiragens curtas e ágeis, conseguir uma maior personalização dos desenhos, imprimir em todo o tipo de superfícies, reduzir acões e, em última instância, ser capaz de responder à procura de um mercado em constante mudança”. Como parte do projecto, os tecidos foram preparados, como uma folha em branco para que os alunos da Lisbon School of Design, pudessem dar asas à sua imaginação e criar as suas peças de moda. Nesse sentido, o B-SEArcular também se posiciona como uma plataforma de projeção para jovens profissionais do design têxtil, especialmente no campo da moda sustentável, económica e mais responsável com o ambiente. No final foram escolhidos 6 finalistas e um grande vencedor que provaram que é possível ter uma produção de moda têxtil sustentável. O grande vencedor foi Edivaldo Lupion.

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O aumento do lixo plástico é uma das ameaças mais importantes aos ecossistemas em todo o mundo.

AMBIENTE REUNIRÁ 4.700 EXPOSITORES

De 3 a 7 de fevereiro de 2023, as três principais feiras internacionais Ambiente, Christmasworld e Creativeworld serão realizadas em conjunto na Messe Frankfurt, na Alemanha, reunindo decisores do canal Horeca, negócios relacionados com a área de escritório e papelaria, ambiente, decoração, têxtil-lar, etc. O novo formato foi muito bem recebido, contando com 4.700 expositores de 80 países, sendo 85% de fora da Alemanha. “A procura pela exposição e confiança demonstrada são referidos pela organização como “impressionantes.”

Depois de uma mudança no paradigma pessoal com base nas mudanças económicas e políticas, a Messe Frankfurt decidiu fazer algumas alterações, conjugando feiras de forma a atingir um público mais vasto e ir de encontro a novas exigências de consumo. Com o avanço da digitalização, era imperativo que a organização da Messe Frankfurt apresentasse novas soluções e modelos de feira, que aproximem os consumidores dos produtos que mais precisam a nível industrial. A inovação surgiu com a feira Ambiente que engloba agora a Christmas World e Criative World, expositores da anterior feira Paperworld, e também pelo facto de ter desenvolvido uma plataforma

que aproxima expositores que não podem estar de forma directa na feira mas que querem continuar a manter um diálogo com os visitantes do certame.

Esta plataforma oferece networking, inspiração e um mais fácil acesso a encomendas de produtos, sendo uma forma eficiente e inteligentes de ver, avaliar e comprar produtos, mesmo de expositores que estão em países como a China ou Rússia. Para a organização, esta plataforma será o maior mercado virtual de sempre nesta área, com foco na sustentabilidade, nas marcas e nas necessidades dos consumidores. Para saber mais vá a https:// ambiente.messefrankfurt.com

Bulhosas organiza workshop de soluções de segurança para protecção de marcas

A empresa de Soluções de Impressão BULHOSAS, S.A. organizou um evento relacionado com Soluções de Segurança para Proteção de Marcas, com participação especial da marca internacional de tecnologia HP e em parceria com a BRIGAL, S.A.

O evento, que decorreu em Novembro, em estilo Open House, teve como objectivo apresentar e sensibilizar os seus clientes e parceiros sobre as mais recentes soluções tecnológicas de segurança para a proteção de marcas. A primeira parte do workshop, orientada pela HP, apresentou os diversos parceiros existentes no mercado para segurança de marcas, através da demonstração de exemplos e amostras de casos práticos. A segunda parte do evento contou com uma visita guiada pela empresa, onde foi possível ver directamente na produção a impressão de amostras de segurança.

Para o CEO da Bulhosas, Alberto Bulhosa, o objectivo deste evento está directamente relacionado com as soluções de impressão inovadoras que a empresa tem oferecido ao longo de 88 anos ao mercado nacional e internacional. Alberto Bulhosa referiu que, “As plataformas digitais e o comércio eletrónico representam um potencial de oportunidades para falsificações das marcas e dos produtos premium, e por iss,o para nós, é essencial transmitir a confiança e a garantia aos nossos clientes de que estamos preparados para qualquer serviço de impressão, num compromisso de protecção contínua da qualidade dos seus produtos. É essa a nossa responsabilidade.”

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A Ambiente desenvolveu uma plataforma que aproxima expositores que não podem estar de forma directa na feira

FUTURO DO PACKAGING INTELIGENTE FEITO DE “PELE” AUTORREGENERADORA

A DS Smith, empresa líder em packaging sustentável, considera que o futuro do packaging aponta para embalagens feitas de fibras orgânicas programáveis com capacidade de regeneração – como a nossa pele – quando danificadas. Este projecto surge no âmbito do 150.º aniversário da primeira caixa de cartão. As características da caixa autorregeneradora incluem um sistema nervoso entrelaçado inspirado na composição das folhas, os sensores imprimem-se na “pele” da caixa e conectam todas as fibras da embalagem, de modo a que esta possa detectar danos e comunicar com o exterior. Um tecido de cicatrização regenerador idêntico ao do corpo humano, de tal forma que a superfície estica e aumenta de volume para cobrir a lesão e transmite os dados à em-

presa transportadora e ao destinatário para indicar que está a fazer uma pausa para se curar no caminho. Sobre a capacidade de reutilização, uma vez aberta, a embalagem cicatri-

tendência para que as tecnologias que utilizamos diariamente cuidem de si mesmas – os automóveis que se conduzem sozinhos são um claro exemplo disso. O packaging que se cura a si próprio para que possa ser reutilizado em múltiplas ocasiões é, evidentemente, um conceito futurista, mas hoje em dia já estamos a utilizar os princípios circulares para eliminar os resíduos e reciclar as fibras que utilizamos até 25 vezes. Assim, uma economia circular na qual os materiais se mantenham em uso durante muito mais tempo poderá estar mais próxima do que pensamos”.

Para comemorar o 150.º aniversário da caixa de cartão, a DS Smith criou uma retrospectiva do cartão canelado. Esta retrospectiva celebra realizações passadas e na busca de ideias inovadoras, tais como designs para substituição do plástico, como a Ecovete e o Eco Carrier, ou embalagens para peixe e marisco que estão preparadas para resistir ao frio e à humidade.

DOMINO E SAPPI COLABORAM

NA ÁREA DE CODIFICAÇÃO A LASER SUSTENTÁVEL

A Domino e a Sappi estão a colaborar no desenvolvimento de papéis de barreira das embalagens de alimentos flexíveis.

A Domino anunciou a adequabilidade dos seus codificadores a laser CO2 D-Series como solução de codificação e marcação para os fabricantes do sector alimentar que utilizam os papéis de barreira sustentáveis e à base de fibra da Sappi nas suas embalagens flexíveis.

A Domino colaborou com a Sappi, fornecedor global líder de mercado em produtos à base de fibra para as embalagens, na determinação de uma solução de codificação a laser ideal para as marcas de alimentos globais que necessitem de códigos de elevada qualidade em embalagens de papel de barreira. Depois de extensos testes de adequabilidade, os codificadores a laser CO2 D-Series da Domino foram utilizados para codificar seis produtos diferentes da Sappi, tendo

a laser eficaz que faz das suas embalagens recicláveis uma alternativa sustentável aos materiais de compósitos de plástico”, declara Stefan Stadler, líder de equipa da Laser Academy da Domino. “O mercado das embalagens de produtos sustentáveis está em crescimento, e a procura por alternativas aos plásticos flexíveis de difícil reciclagem continuará a aumentar.”

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INTERNACIONAIS
Breves

Epson renova parceria com Usain Bolt

PC1120 GANHA PRÉMIO BUYERS LAB 2022 PRO AWARD

A Fujifilm revelou que a sua impressora Revoria Press PC1120 conquistou o prémio Keypoint Intelligence ‘Buyers Lab 2022 Pro Award’ na categoria “Outstanding High-Volume CMYK+ Production Device” (Excelente devido a características como:

• Seis estações de cor com capacidades antes e após CMYK que permitem um leque mais amplo de opções criativas em linha que alguns dos seus concorrentes

• Excepcional reprodução de imagens de meio tom com a maior gama de cor CMYK testada até hoje, bem como uma série de cores

especiais que ajudam a criar uma ampla paleta de cores

• Plataforma personalizável e intuitiva do servidor de impressão, que permite uma gestão do dispositivo/ remota eficiente

• Excepcional desempenho do fluxo de trabalho com suportes de impressão mistos, sem atrasos na produtividade, que se traduz num maior volume de trabalho produzido em linha num único envio de trabalho

Os principais destaques da Revoria Press PC1120 incluem, velocidades de produção de 120 páginas por minuto numa qualidade soberba e de elevada definição, uma combinação única de opções de alimentação e acabamento, para proporcionar a máxima flexibilidade para qualquer trabalho que surja, uma gama de cores e melhorias líderes da indústria, com um motor de impressão de passagem única e seis cores que permite a utilização de até dois toners especiais, como dourado, prateado, transparente, branco ou rosa, para complementar o CMYK.

A EUROPA DURANTE MAIS 12 MESES. Depois do êxito da campanha do ano passado, Bolt volta a ser a imagem da Epson EcoTank para promover a impressão económica numa nova campanha integral que foi anunciada na IFA em Berlim, a feira de eletrónica de consumo mais importante do mundo. Esta nova colaboração também se destina a outros produtos Epson de primeira categoria, como projectores de home cinema, impressoras profissionais de grande formato, digitalizadores profissionais e impressoras de etiquetas. Mais de 75 milhões de pessoas em toda a Europa já relacionam Usain Bolt como a imagem da EcoTank, a raiz da colaboração do ano passado. A campanha, que contou com publicidade em televisão, outdoors, online, POS, redes sociais e em meios de comunicação social, ajudou a Epson a consolidar sua a posição enquanto fornecedora líder mundial em impressoras de tanque de tinta. De facto, mais de 70 milhões de impressoras EcoTank foram vendidas em todo o mundo desde o seu lançamento em 2010, com 8 em cada 10 impressoras de tanque de tinta na Europa a serem fabricadas pela Epson.

Nine Stars Printing instala Landa S10 no mercado chinês de embalagens

A Landa Digital Printing e a Nine Stars Printing and Packaging, uma subsidiária da CR Sanjiu, anunciaram a instalação de uma impressora S10 Nanographic Printing na empresa chinesa especialista em embalagem nas suas instalações em Longgang, Shenzhen. A empresa está a utilizar a sua nova impressora Landa S10 para ampliar a oferta de produtos aos clientes, ao mesmo tempo em que simplifica a produção, substituindo os tradicionais trabalhos analógicos de embalagens de médias e curtas tiragens por um processo de impressão digital económico, lucrativo e que reduz o desperdício. A Nine Stars Printing acredita que a Nanografia revolucionará o mercado chinês de embalagens. Liu, Wen Heng, director geral da Nine Stars Printing que, “a Landa S10 é uma das soluções mais emocionantes e transformadoras para entrar o mercado de impressão. Estamos confiantes de que a Landa S10, com seu formato

digital B1, alta velocidade de impressão e incríveis recursos de cores, fornecerá aos primeiros utilizadores, como nós, uma vantagem competitiva muito valiosa. É importante ressaltar que a Landa S10 permitirá mudar o nosso modelo de negócios e oferecer uma gama de novos serviços, aumentando o nosso valor para os clientes e, finalmente, em estreita parceria com a Landa, a transição da indústria de impressão chinesa para uma tecnologia mais sustentável e preparada para o futuro.” ANine Stars Printing é 49º entre as 100 maiores gráficas da China em 2021 e trabalha para o mercado farmacêutico, eletrónico, cuidados pessoais e alimentar. A impressora Nanográfica Landa S10 de formato B1 permite a eficiência principal just-in-time para a produção de cartão dobrável e POP/POS e imprime a uma velocidade de 6.500 folhas por hora em papéis offset padrão e substratos com espessura de 4 a 32 pt. (0,06-0,8 mm).

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REVORIA PRESS
A EPSON RENOVOU A COLABORAÇÃO COM USAIN BOLT. A LÍDER GLOBAL EM TECNOLOGIA E O MELHOR VELOCISTA DE TODOS OS TEMPOS RENOVAM O SEU ACORDO PARA LEVAR A IMPRESSÃO SEM TINTEIROS AOS LARES E ÀS PEQUENAS EMPRESAS EM TODA
para promover a impressão sem tinteiros

2023

em análise no almoço debate

VIP TALKS

Decorreu no dia 15 de novembro, no Estoril, mais um almoço VIP TALKS by PRINTALKS. Com o tema central nos desafios, oportunidades e foco, o debate contou com a presença de João Sousa, administrador executivo dos CTT, Ricardo Costa do Vale da Rosa (uvas sem grainha) e Nuno Sampaio, professor e responsável pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Como será 2023? Que medidas devem as empresas tomar face à necessidade de investimento quando a inflacção está a subir? Pode a guerra durar muito mais tempo? Devem as empresas reorganizar-se e procurar novas áreas de negócio? O que podemos aprender com a história de empresas como os CTT ou o Vale da Rosa? E de que forma devemos estar atentos à análise de especialistas político e económicos, como Nuno Sampaio, que fez um RX ao momento actual que estamos a viver?

Foi precisamente tudo isso que esteve em “cima da mesa” durante a apresentação e debate com os tês oradores no Zeno Loungue no Casino do Estoril.

O objectivo do almoço debate foi o de clarificar aquilo que podem as empresas esperar de 2023, depois de uma pande -

mia, de uma guerra e mais recentemente de uma inflacção que, é preciso recuar 30 anos no tempo para encontrar num patamar semelhante. Com base nos case studies de duas grandes empresas, CTT e Vale da Rosa, foi possível entender que a persistência e a capacidade de inovar e renovar são os pontos comuns que se destacaram durante o debate.

A regra da imprevisibilidade No plano político e económico, Nuno Sampaio falou na incerteza, como a palavra que mais podemos esperar já que actualmente, como referiu, “tudo pode mudar de um dia para o outro.” Para o académico da Universidade Católica, “são as empresas que criam riqueza para a sociedade e isso é indiscutível”. Abordando a questão do aumento das matérias primas, inflacção e valor do dinheiro, Nuno Sampaio considera que

está criado o cenário perfeito para que os próximos tempos não sejam de recuperação rápida, sendo certo que teremos ainda os próximos dois trimestres com alterações e subidas nestas matérias. Para o professor, que é também presidente do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, a regra será, por enquanto, “a imprevisibilidade.”

Os CTT e a modernização da sociedade

João Sousa, administrador dos CTT, fez uma breve apresentação sobre esta instituição que tem 500 anos e que, segundo as suas palavras “quer permanecer cá por mais 500 e que está a trabalhar no sentido de se renovar, casando a história com a inovação.” O administrador executivo revelou que a empresa pretende manter o equilíbrio entre o mundo físico e digital e que por isso, ao negócio tra-

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Questionado sobre a manutenção das agências mais distantes, o administrador referiu que são elas que garantem produtos em vilas e aldeias que têm nos CTT uma referência e oferta de um conjunto de serviços imprescindíveis a toda a sociedade

Nuno Sampaio falou na incerteza, como a palavra que mais podemos esperar já que actualmente, como referiu, “tudo pode mudar de um dia para o outro”

dicional juntou um banco, um serviço Expresso 24 horas e ainda a oferta de serviço de voz. Neste momento, são os CTT que asseguram o serviço de atendimento ao cliente da NOS. Questionado sobre a manutenção das agências mais distantes, o administrador referiu que são elas que garantem produtos em vilas e aldeias que têm nos CTT uma referência e oferta de um conjunto de serviços imprescindíveis a toda a sociedade. No fundo, os CTT são o elo de ligação entre pontos urbanos de grande densidade populacional e mesmo os lugares mais distantes no interior do país, onde as populações reconhecem na instituição

um conjunto de mais valias essenciais à sua vida e bem-estar.

João Sousa falou sobre adaptação da instituição aos tempos actuais, diversificando a sua oferta e permitindo soluções inovadoras como por exemplo a possibilidade que os consumidores têm de personalizar um selo com a imagem que desejam. E isto, é um elemento bem conhecido do mundo gráfico, já que o potencial da personalização faz a diferença em qualquer campanha de comunicação e produtos impressos.

Para o administrador executivo, os CTT não só se adaptaram aos tempos modernos, como procuram antecipar necessidades de toda a população. Questionado sobre o crescimento do e-commerce e a resposta que este segmento de mercado exige, João Sousa afirmou que “os CTT têm trabalhado para dar uma resposta rápida e eficiente, indo de encontro ao que o mercado pede.”

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Ricardo Costa e o exemplo das uvas para o negócio das laranjas

Ricardo Costa, responsável pela área de comunicação do Vale da Rosa, conhecido sobretudo pelo produto premium “uvas sem grainha”, falou sobre a forma como esta empresa, situada em Ferreira do Alentejo, consegue ser uma referência nacional e internacional, revelando segredos relacionados com a sua produção e designando os solos do Alentejo como “uma terra que produz sabor”.

Com base nas uvas sem grainha, uma espécie de uva de mesa totalmente natural que agrada a todo o tipo de consumidores, por ser doce e estaladiça, Ricardo Costa falou sobre o seu novo projecto, em parceria com dois outros sócios de renome, e que se refere às “Laranjas do Alentejo”.

Mais de 700 hectares de laranjas estão já plantados em solo alentejano, procurando tal como as uvas do Vale da Rosa, beneficiar do sabor doce e intenso que este proporciona a tudo o que ali é produzido.

Ricardo Costa falou ainda sobre a mudança que está a acontecer na agricultura, na falta de mão de obra, já que 70% desta é estrangeira e ainda nas dificuldades de uma actividade que continua a não parecer atrativa para os mais jovens.

Apesar disto, Ricardo Costa considerou que, “a agricultura está na moda” e que para que quem investe em projectos agrícolas, o importante é “fazer bem e diferente.”

Para o gestor, “quem faz o que é difícil vai ter menos concorrência. Claro que o objectivo de todas as empresas é o lucro, mas para que isso aconteça é preciso trabalhar para o sucesso.”

Este gestor e empresário, que é sem dúvida um empreendedor, falou ainda sobre os mercados gourmets, considerando que “este é para todos”. O projecto das laranjas

do Alentejo, é o exemplo de um investimento com um conceito previamente pensado e definido, em que além das laranjas com sabor, a empresa se propõe a produzir laranjas biológicas e a integrar na cadeia de valor uma área para aproveitamento total com produção de sumos.

O empresário contou um pequeno episódio que se refere ao facto de uma empresa espanhola, produtora de laranjas usar nas suas embalagens a bandeira de Portugal e uma designação portuguesa. Ricardo Costa foi tentar perceber o porquê e concluiu que a marca Portugal é associada a qualidade e que por isso os espanhóis estavam apenas a apanhar boleia daquilo que o nosso país tem de melhor. “Este facto

Para Ricardo Costa, “quem faz o que é difícil vai ter menos concorrência. Claro que o objectivo de todas as empresas é o lucro, mas para que isso aconteça é preciso trabalhar para o sucesso.”

deve fazer-nos reflectir e pensar sobre o tanto que temos para oferecer lá fora.”

Desafios e oportunidades

Desafiado a deixar alguns conselhos aos empresários e profissionais da área de impressão, João Sousa falou sobre a importância de estar atento ao mercado e oferecer a antecipação de produtos e serviços. “Nenhum consumidor pediu um electrodoméstico como é o caso do micro-ondas e no entanto este veio a revelar-se imprescindível. Por vezes temos de ir mais longe e antecipar necessidades.”,

Ricardo Costa revelou que a indústria gráfica é essencial para a sua área, através da concepção das embalagens, das etiquetas, de toda a identidade corporativa e ainda da própria comunicação visual que compõe, por exemplo, eventos e pontos de vendas, sempre tão relevantes para a “conversa com o consumidor final”.

Assim, o gestor incentivou as empresas da área de impressão a estarem às necessidades dos seus clientes, a procurar novas soluções, a oferecer novas formas e métodos de produção e, sobretudo, a manter um diálogo colaborativo que crie parcerias onde todos acabam por ganhar.

Nuno Sampaio, aconselhou de forma pragmática as empresas a estarem atentas à evolução do mercado e sobretudo planearem os próximos trimestres de forma ponderada, ajustando as estratégias ao que a economia vai ditando.

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João Sousa falou sobre a importância de estar atento ao mercado e oferecer a antecipação de produtos e serviços

Além dos equipamentos os clientes puderam observar exemplos de trabalhos gráficos

ENCONTRO ANUAL

ANASISCOR REÚNE 95 CLIENTES

Foram 15 dias de casa aberta para receber 95 clientes vindos de diversas zonas do país, para mostrar equipamentos que, segundo Leopoldo Lopes, director geral da Anasiscor, fazem a diferença na produção diária das empresas de impressão.

pamentos em mente. “Acerca do Feedback recebido, Leopoldo Lopes considerou que, este “foi muito positivo. O facto de ser um evento de casa aberta, mas com marcação prévia dá um maior à vontade aos clientes de organizarem a sua agenda laboral de forma a conseguirem visitar-nos com tranquilidade e poderem conhecer todos os equipamentos que temos ao dispor.”

Tal como já vem sendo hábito, a Anasiscor reservou duas semanas durante o mês de Outubro, para fazer apresentações diárias aos seus clientes e assim dedicar-lhes, durante uma hora de contacto directo, toda a atenção que precisam, explicando detalhadamente todas as características e funcionalidades das marcas e respectivos equipamentos que representa no mercado nacional.

De entre as marcas mais destacadas, a Anasiscor trabalha a Konica Minolta, Duplo, Agfa, Renz, Roland, Moll, Vivid, Synaps e mais recentemente, a Multigraf.

Com instalações na Abrunheira, em Sintra, a Anasiscor optou por criar um horário com apresentações individuais e criar um networking com clientes que se cruzaram durante o almoço.

Sobre os equipamentos que conseguiram mais destaque, Diogo Lopes, da área de Comunicação e Marketing da Anasiscor revelou que, “sem dúvida a Duplo PFi Blade b2, a Duplo DC-618 e a nova máquina de vincar, perfurar e dobrar da Multigraph CF375 foram os equipamentos que tiveram maior destaque. Este destaque pode ser devido à cada vez maior procura por equipamentos de acabamento nas áreas de corte, dobra e vinco e também ao trabalho prévio de divulgação que fizemos especificamente com estes equi-

Hoje há uma clara aposta dos clientes na área de acabamentos e a Anasiscor tem trazido até ao mercado diferentes tipo de soluções porque acredita que, “devido à cada vez maior crescente presença da impressão digital na nossa indústria, os clientes estão de facto interessados em adquirir equipamentos que se foquem no acabamento de impressões digitais. Nessa linha, os clientes procuram equipamentos de corte e vinco com alto nível de automação para conseguirem dar resposta aos cada vez mais curtos prazos de entrega exigidos. Face a estas exigências a Anasiscor conta com a representação de marcas como a Duplo e Multigraph, cuja automação é um dos seus principais focos”, acrescentou Diogo Lopes. Sobre o facto da Anasiscor ser agora representante da Multigraf, Leopoldo Lopes considera que esta marca “vem disponibilizar diferentes tipos de acabamentos, principalmente na dobra e no vinco e dobra. AMultigraf conta com equipamentos com velocidades de produção que as nossas outras marcas representadas não conseguem atingir, adequando-se a clientes que tenham maiores volumes de negócio com prazos de entrega mais curtos. É uma abordagem a outro mercado para o qual ainda não tinhamos uma resposta muito concreta, o vinco e dobra. “

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SHOW-ROOM ANASISCOR

O PAPEL E AS ESTRELAS DA POP

sar as suas emissões recorrendo à plantação de árvores.

Na verdade, estas bandas têm uma visão fundamental sobre o papel que as florestas desempenham na sustentabilidade global e estão empenhados em todos os planos e projectos que podem ajudar esta questão.

Grandes artistas musicais como Ed Sheeran, Hot Chip e George Ezra estão a tornar-se mais conscientes acerca de questões tão relevantes como a pegada de carbono, nas suas tournés e estão a optar para compen-

As árvores absorvem dióxido de carbono (o gás de efeito estufa mais comum) do ar ao mesmo tempo em que emitem oxigénio para a atmosfera. A plantação de árvores contribui para o reflorestamento (de áreas degradadas que geralmente iriam para desmatamento ou seriam apenas para desbravar terrenos para agricultura) ou, como no caso da indústria papeleira europeia, para a gestão florestal sustentável. Na Europa, onde as florestas crescem mais de 600 milhões de metros cúbicos por ano, a silvicultura sustentável é a pedra angular sobre a qual a indústria do papel se abastece de matérias-primas e é um factor chave na criação de uma circular de base biológica.

Por outro lado, um estudo realizado em 2019 pela Universidade ETH-Zurich (Suíça), no qual foi equacionado o potencial de restauração das florestas da Terra, concluiu que o planeta como um todo poderia suportar outros 900 milhões de hectares de florestas (uma área quase do tamanho da China), com potencial para reduzir o carbono

SUSTENTABILIDADE COLDPLAY
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A plantação de árvores contribui para o reflorestamento (de áreas degradadas que geralmente iriam para desmatamento ou seriam apenas para desbravar terrenos para agricultura)
Porque é que as estrelas da pop estão ao lado da indústria de papel, quando se trata de plantar árvores? O que é que Coldplay e Duran Duran têm em comum?

atmosférico em um quarto.

Não é de admirar, então, que músicos preocupados com a sustentabilidade plantem árvores. O grupo de rock britânico Coldplay, o mais bem-sucedido do século XXI, está a fazer uma tourné mundial designada de “Music of the Spheres” e comprometeu-se a torná-la o mais sustentável possível, baixando ao máximo a pegada de carbono. Para que tal seja realidade, a banda financiará a plantação (e o cuidado vitalício) de milhões de árvores, incluindo uma para cada entrada nos seus concertos e camisolas vendidas.

Por outro lado, o cantor e compositor George Ezra, cujo álbum de 2019 Staying at Tamara's foi o número um no Reino Unido, doou ao British National Trust um valor que permitiu plantar 17.000 árvores em todo o país.

"Estamos a plantar as árvores nos lugares certos para maximizar o impacto que elas terão na questão da pegada de carbono", referiu Hilary McGrady , Ceo do National Trust.

O famoso cantor de nível mundial, Ed Sheeran, com 150 milhões de discos vendidos e o maior número de seguidores no Spotify, é muito consciente

da sua própria pegada de carbono. "Eu tento comprar o máximo de terra possível e plantar o máximo de árvores possíveis", afirmou. Embora não tenha anunciado os seus objectivos, Sheeran disse que espera ter o menor impacto possível junto do ambiente.

Para garantir a plantação adequada de árvores, faz sentido que artistas e grupos musicais se associem a instituições de caridade especializadas. Assim, os artistas de música pop, Hot Chip fizeram uma parceria com a Forests Without Frontiers - uma organi-

zação sem fins lucrativos criada para reflorestar paisagens degradadas com a ajuda de artistas e músicos. O objectivo foi plantar 800 árvores para ajudar a compensar o carbono da sua tourné norte-americana de 2022.

Alguns músicos também usaram os lançamentos de seus álbuns para apoiar projectos de plantação de árvores. O cantor e compositor Passenger, que já arrecadou vários prémios de platina, prometeu plantar uma árvore para cada cópia vendida do seu álbum Songs for the Drunk and Broken Hearted, de 2021. Em colaboração com a instituição de caridade Ecologi, Passenger financiou a plantação de mais de 18.000 árvores.

Em fevereiro deste ano, os veteranos Duran Duran lançaram o seu próprio projecto de plantação de árvores vinculado à venda de NFTs (ativos digitais). Eles planeiam plantar "micro-florestas" em todo o mundo, começando com um projecto na Nova Zelândia. Microflorestas são pequenas áreas (por exemplo, do tamanho de duas quadras de tênis), muitas vezes em ambientes urbanos, que são densamente plantadas com uma variedade de plantas. Estas plantas desenvolvem-se rapidamente, amadurecem em 20 anos e podem ser mais eficazes em termos de carbono do que florestas plantadas com apenas um tipo de árvore.

O famoso cantor de nível mundial, Ed Sheeran, com 150 milhões de discos vendidos e o maior número de seguidores no Spotify, é muito consciente da sua própria pegada de carbono

SUSTENTABILIDADE COLDPLAY intergraficas.com.pt #219 21

COLDPLAY, A BANDA COM A MENOR PEGADA DE CARBONO DE SEMPRE!

inteiro”, afirmou Chris Martin, vocalista dos Coldplay.

Tratou-se de uma aposta arrojada na sustentabilidade que servirá de referência para os grandes espetáculos da indústria musical.

A digressão mundial “Music Of The Spheres” começou a 18 de março de 2022, na Costa Rica, seguindo depois para a República Dominicana, México, EUA e tendo passado pela Europa, com datas já confirmadas para o verão do próximo ano na Alemanha, Polónia, França, Bélgica e Reino Unido e em Maio, em Portugal.

Uma colaboração de sucesso

A sustentabilidade está na base da colaboração entre a BMW e a banda de Chris Martin, Jonny Buckland, Will Champion e Guy Berryman, que remonta ao ano de 2014. Na altura, os Colplay tocaram para 1 500 fans no final da digressão “Ghost Stories Tour”, no inovador edifício BMW Welt, em Munique.

Os Coldplay voltam à estrada em 2022 para a digressão mundial “Music Of The Spheres” e fizeram-no com dupla ambição: prometeram grandes espetáculos e uma tour de espírito ecológico, que visou reduzir a pegada de carbono e elevar os padrões de sustentabilidade da indústria musical.

A digressão da banda britânica contou com uma solução energética inovadora. Toda a energia captada foi armazenada num sistema desenvolvido pela BMW, que utiliza baterias recicláveis usadas nos modelos BMW i3. Mais de 40 baterias foram usadas para garantir a energia das actuações ao vivo da banda.

As baterias BMW i3 foram as primeiras na indústria automóvel a nível mundial preparadas para serem reutilizadas sem necessidade de processa-

mento adicional. A tecnologia é parte essencial da visão de sustentabilidade e futuro do BMW Group.

“Estamos orgulhosos da parceria com a BMW ao criar a primeira bateria recarregável para espetáculos do mundo. É algo que nos permitiu alimentar os nossos concertos com energia limpa e renovável quase por

Esses contactos iniciais abriram caminho para uma parceria com uma visão comum de sustentabilidade. Em 2022 o lançamento dos BMW iX e BMW i4 marcaram o primeiro grande sucesso desta colaboração. A música da campanha, “Higher Power”, provou ser mais um grande sucesso da banda, com o verso “This joy is electric” a servir como a mensagem perfeita da marca para os dois novos modelos premium da BMW.

SUSTENTABILIDADE COLDPLAY 22 intergraficas.com.pt #219
A banda britânica apresentou-se ao mundo, no ano de 2022 em grande estilo e com a sua menor pegada de carbono de sempre.

40 ANOS de uma empresa muito especial!

Está no Acores, em Ponta Delgada, no meio do oceano Atlântico, e isso nunca foi um argumento que impedisse o crescimento, a concretização e a oferta de trabalhos de excelente qualidade.

ANova Gráfica fez 40 anos e marcou o momento com uma celebração inédita, que teve até direito a Hino próprio!

A Nova Gráfica celebrou 40 anos de actividade. Para comemorar, a empresa reuniu colaboradores, amigos e clientes no Centro Natália Correia, em Ponta Delgada.

Uma data tão especial teria de ser assinalada com destaque e José Ernesto Rezendes e a sua equipa não pouparam esforços, tendo pensado ao pormenor cada momento da cerimónia. De forma inesperada, foi oferecida a todos uma revista que conta com a participação de muitos clientes, amigos, fornecedores e colaboradores que quiseram deixar o seu testemunho sobre a forma como cruzaram a sua vida com a da Nova Gráfica e a relação que mantiveram com esta, ao longo do tempo.

A revista a que foi dado o nome “Imprimindo o Tempo”, foi apresentada por Ana Paula Cecília, Directora da Revista Intergráficas, que falou sobre a relevância do projecto e fez ainda uma pequena retrospectiva sobre quatro décadas de uma empresa que, apesar de estar no meio do oceano Atlântico, nunca se deixou limitar na dedicação e qualidade dos trabalhos que sempre produziu.

“Imprimindo o Tempo”, não é um revista comum já que revela os testemunhos de clientes, amigos, fornecedores e colaboradores que passaram pela empresa e fizeram parte dela durante alguns anos, antes de seguirem os mais variados percursos profissionais. A maior surpresa viria quase no final, quando o Auditório Natália Correia, se tornou pequeno para acolher um momento muito especial, com a revelação de um hino criado propositadamente para esta gráfica. A música, da autoria de Ana Paula Andrade, professora e compositora do Conservatório Regional de Ponta Delgada e a letra, escrita pelo poeta Álamo Oliveira, acabou por ser cantada pelos alunos do conservatório. O Hino da Nova Gráfica e que se eternizou na memória de quem assistiu vai agora ser gravado e desta vez será cantado por todos os colaboradores da

empresa. A letra do Hino, da autoria de Álamo Oliveira e a música de Ana Paula Andrade casaram na perfeição, encheram o auditório e relevam o quanto a arte de imprimir está presente na vida de todos nós.

A cerimónia contou com um bolo de aniversário para soprar as 40 velas e brindar à data com champanhe.

Os convidados tiveram ainda a oportunidade de conhecer o Fundo José Ernesto Rezendes, que integra todos os livros impressos pela Nova Gráfica ao longo destes 40 anos anos de actividade e, muitos deles editados pela Letras Lavadas e Publiçor. O fundo, que está depositado numa sala do Auditório Natália Correia, conta com livros com formatos especiais, muitos deles vencedores de grandes prémios nacionais e internacionais. José Ernesto Rezendes revela um visível orgulho no projecto, tendo mostrando a sala onde está instalado esse Fundo, que contém além de todos os títulos publicados ao longo de 40 anos pela Nova Gráfica, ainda um vasto conjunto de livros especiais, pelo formato e dimensão, que não deixam ninguém indiferente perante, por exemplo o mais pequeno ou mesmo o maior livro do mundo. Os projectos especiais desen-

NOVA GRÁFICA 40º ANIVERSÁRIO 24 intergraficas.com.pt #219

volvidos pela Nova Gráfica têm todos a “assinatura” de José Ernesto Rezendes, já que da sua imaginação saem obras de uma beleza rara e incomparável e que desafiam a produção gráfica, exigindo um empenho, dedicação e colaboração de toda a equipa desta gráfica açoriana. No dia seguinte, a empresa organizou um jantar com todos os colaboradores num hotel junto à marina, para um momento de confraternização e entrega simbólica de uma recordação personalizada. O convívio entre todos os colaboradores, segundo José Ernesto Rezendes, é já uma tradição da empresa, tendo sido apenas interrompido durante os anos da pandemia.

Nova Gráfica, a criatividade no meio do oceano

Falar da Nova Gráfica não é falar de uma gráfica comum. Primeiro, nem todas as empresas têm a capacidade de somar 40 anos de actividade e, sobretudo, registando sempre sucesso e surpreendendo os clientes e o mercado de forma positiva pela qualidade e criatividade que apresenta em cada trabalho! Esta empresa, com sede em Ponta Delgada, é um raro mas fantástico exemplo de uma empresa que conquistou ao longo de quatro décadas, o respeito e admiração de clientes, fornecedores e amigos!

intergraficas.com.pt #219 25 NOVA GRÁFICA 40º ANIVERSÁRIO
Bruna e Milton Resendes dirigem actualmente o destino da Nova Gráfica e embora tenham total independência do pai, sabem que podem sempre contar com o seu know how e experiência

A IG esteve presente neste momento de celebração e apresentou com orgulho o percurso inspirador do seu mentor, José Ernesto Rezendes e ainda da revista de testemunhos de todos os que têm feito parte de um caminho exemplar, recheado de distinções, prémios e aclamações! A revista “Imprimindo Tempo”, é um marco que ficará para a história da Nova Gráfica pela qualidade das palavras de todos os que passaram para o papel sentimentos e emoções!

Os filhos Bruna e Milton Resendes são agora os orgulhosos sucessores de uma empresa que todos os dias quer ir mais longe, que trata os colaboradores como família e que não se limita a ter clientes, mas sim parceiros com quem partilha uma visão de futuro!

Bruna e Milton Resendes dirigem actualmente os destinos da Nova Gráfica e embora tenham total independência do pai, sabem que podem sempre contar com o seu know how e experiência. Na verdade, José Ernesto Rezendes gosta de dizer que, “agora tem ainda mais tempo livre para criar, para pensar e desenvolver projectos inovadores, que colocam à prova a capacidade, engenho

A revista, a que foi dado o nome “Imprimindo o Tempo”, foi apresentada por Ana Paula Cecília, Directora da Revista Intergráficas, que falou sobre a relevância do projecto e fez ainda uma pequena retrospectiva sobre quatro décadas de uma empresa que, apesar de estar no meio do oceano Atlântico, nunca se deixou limitar na dedicação e qualidade dos trabalhos que sempre produziu.

e dedicação de todos os que colaboram com a Nova Gráfica.

“Hoje é um dia muito feliz porque reunir colaboradores, família, amigos e clientes para comemorar uma data tão especial, significa que fizemos um bom trabalho. A Nova gráfica só é esta empresa porque contou com pessoas muitos boas, que deram o melhor delas para que fosse possível chegar até aqui. Muitos colaboradores que estiveram alguns anos connosco saíram e seguiram a sua vida profissional noutros sítios ou fundaram as suas empresas, mas tornaram-se desde sempre clientes da Nova Gráfica e isso, é um orgulho imenso.”

Para que a celebração fique completa ficou apenas a faltar a finalização do livro que assinala os 40 anos da Nova Gráfica, mas que em breve será terminado, impresso e editado!

26 intergraficas.com.pt #211 NOVA GRÁFICA 40º ANIVERSÁRIO
Os convidados tiveram ainda a oportunidade de conhecer o Fundo José Ernesto Rezendes, com todos os livros editados pela Letras Lavadas e Publiçor, e livros com formatos especiais, muitos deles vencedores de grandes prémios nacionais e internacionais

Sistrade aborda sustentabilidade Industrial

Com a necessidade de abastecimento energético, a volatilidade mundial dos mercados tem focado a sua atenção na eficiência e sustentabilidade industrial. Apoiando-se na conectividade dos sistemas e equipamentos, a Sistrade garante a capacidade de tirar o máximo partido dos recursos, obtendo uma maior eficiência industrial.

O

EVENTO QUE DECORREU a 14 de outubro, no Porto, teve como tema a “Sustentabilidade Industrial – Indústria 4.0” tendo sido apresentados vários casos de parceiros da Sistrade onde a implementação destes métodos se tornaram em casos de sucesso, assim como a perspectiva da inovação e próximos passos no caminho de uma industria mais capaz.

A abrir o evento esteve Francisco Leiras, director adjunto e chefe da Unidade de Soluções para a Indústria que considerou a relevância do tema em análise, referindo que, “o objectivo passa por abordar um caminho para a sustentabilidade e uma nova estratégia de crescimento. A Sistrade está atenta a tudo isto e oferece peças de software que ajudam as empresas a obter rácios

que levem a uma estratégia de sustentabilidade. O papel da Sistrade neste caminho da sustentabilidade é garantir ferramentas que ajudam a melhorar a performance das empresas no capítulo da sustentabilidade.” Para Francisco Leiras, “além de um software adequado, é preciso ter também uma equipa adaptada de modo a alcançar os objectivos da sustentabilidade.”

Seguiu-se Lopes de Castro, presidente da APIGRAF que na sua comunicação à plateia considerou a sustentabilidade como a capacidade de satisfazer as necessidades das empresas, sem comprometer as necessidades dos clientes.

“Este tema já vem tarde. Um estudo americano, refere que 63% por cento dos CEOS americanos vão parar todas as estratégias referentes a alterações climáticas por um período de 12 a 18 meses. O motivo assenta na existência de uma guerra e de uma crise energética, mas é preciso fazer algo. É preciso que as empresas continuem a fazer o seu papel e que os políticos tenham, por exemplo, uma coerência sobre a crise energética. Mais uma vez a sustentabilidade vem tarde.

As instituições financeiras analisam e premeiam projectos onde o tema da sustentabilidade está no cerne da questão, de forma a vincar a necessidade da economia seguir esta tendência.”

As instituições financeiras analisam e premeiam projectos onde o tema da sustentabilidade está no cerne da questão, de forma a vincar a necessidade da economia seguir esta tendência

Filipe Sousa, director do grupo de conectividade da Fraunhofer AICOS – e Professor convidado da Universidade de Aveiro e Porto Business School, abordou a questão da Sustentabilidade e Inteligência Artificial aplicada à Indústria. Para este especialista, “quando falamos na transformação digital falamos em máquinas mas esquecemos os humanos. A realidade é que a população está a envelhecer e por exemplo, na área têxtil, não encontramos pessoas para trabalhar. O objectivo é perceber de que forma podemos tornar a profissão mais atrativa.

As doenças musculo-esquelética e aspectos ligados aos problemas mentais continuam a crescer e na Europa só o custo com a doença mental atinge os 240 biliões ao ano.

Portugal é um dos países com maior incidência de doenças psico-sociais ou

Duarte Rebelo de Sousa

Administrador e Director Industrial na Olegário Packaging and Labels

A Olegário é uma indústria gráfica de material de embalagem, moderna, experiente e que trabalha com empresas líderes de mercado. O que distingue a empresa é sobretudo a aposta na tecnologia, inovação, criatividade e a dedicação ao cliente, procurando relações e parcerias duradouras. Duarte Sousa fez uma breve apresentação da história da empresa, dando destaque à exportação directa de 5% e exportação indirecta de 50%.

Com 150 empregados, 60 por cento do trabalho da empresa centra-se na área da Cartonagem, 25% na área das etiquetas e 13 por cento nas bulas médicas, sendo o restante distribuído entre as áreas de higiene, farmacêutica e alimentar.

Com uma produção de 750 mil caixas, 300 mil bulas e um milhão e meio de etiquetas, a empresa conta com os módulos do ERP da Sistrade que comunicam entre eles, recebe automaticamente informação da área comercial gerando automaticamente um certificado.

intergraficas.com.pt #219 29 SUSTENTABILIDADE INDUSTRIAL

mentais e também um onde existe um menor número de pessoas para contratar.

Sabemos que cerca de 23 por cento da população activa trabalha na área industrial, mas como é que podemos melhorar a taxa de absentismo? Como aumentar a satisfação no trabalho, cuidar da saúde e como é que a transformação digital pode ter aqui um papel nestas questões.”

Filipe Sousa revelou que a sua empresa desenvolveu um projecto com a AutoEuropa que visa o operador 4.0 e que vai para além da digitalização, permitindo um trabalho com qualidade. O objectivo é capturar algumas destas métricas e saber se há um declínio da qualidade ou não e como se pode tornar o trabalho mais apelativo.

“Temos sensores que ajudam na medição da temperatura, humidade, ergonomia, etc.

Queremos saber como é que cada pessoa consegue atingir maior produtividade. Neste estudo, envolvemos gestores de diferentes áreas e levamos as pessoas a comunicar dados que se referem, por exemplo à dor, e à pressão no trabalho. Do ponto de vista ambiental, queremos analisar o conforto térmico, as condições de luz que tem efeitos, variados, o ruído, etc. O importante é monitorizar estes dados através de um Interface que permite ver, por cada workstation, a produtividade e outros aspectos igualmente relevantes.”

Sobre o futuro, o investigador adianta que, “as fábricas serão empoderadas por human cyber physical systems mas em que a componente humana será sempre importante. É importante saber se as pessoas são saudáveis, se conseguem trabalhar para lá da idade da reforma, se podemos colocar humanos e robots lado a lado de forma colaborativa e, como é que cada colaborador pode ser mais inteligente e ter uma maior ajuda para tomar mais e melhores decisões.”

SISTRADE -Investigador e Adjunto

Unidade

Indústria

Soluções

“Inicialmente e sem que estivéssemos numa era pós covid, a União Europeia impôs medidas para tornar a Europa “carbon neutral” até 2050.

Uma medida intermédia foi então lançada até 2030 com o objectivo de reduzir as emissões de gases de estufa em 55%, face aos dados das emissões de 1999.

O consumo energético causa perto de 70% de emissões de co2 a nível mundial, sendo a indústria responsável por 24, 2% dessas emissões. Neste momento a Alemanha reactivou as centrais a carvão e os alemães compraram mais um milhão de radiadores do que no ano anterior e em certas horas do dia, isso poderá causar problemas na rede. Em Portugal temos muitas energias alternativas, como é a solar ou eólica, mas agora sabemos bem os custos que isto tem.

Assim, tendo em conta os conflitos e de onde vem a energia, sabemos que podemos vir a ter problemas de maior.

Neste sentido, o que podemos esperar? Na realidade podemos contar com um custo da energia que já triplicou e do qual as indústrias se têm queixado. Olhando para os próximos meses isto pode ser algo muito severo. São necessárias medidas urgentes que passam por racionar o consumo e pela eficiência de medidas de curto prazo, tendo em conta o inverno que aí vem.

O que a Sistrade pode oferecer nesta matéria é uma análise energética, com mapas e dashboards energéticos, além de que com o Scada é possível analisar em tempo real o histórico a utilizar reports e ordens de fabrico.

Em função dos parâmetros identificamos, padrões energéticos, o que cada máquina consome e, com esses dados, introduzimos a inteligência artificial para corrigir as necessidades energéticas.

A MIRANDA & IRMÃO, LDA é um dos principais fornecedores no mercado de bicicletas OEM com soluções personalizadas para todas as principais marcas de bicicletas. Desde 1940, a empresa tem vindo a desenvolver várias soluções OEM para as indústrias de motocicletas e bicicletas. Hoje o seu produto estrela são as pedaleiras, que fabrica para muitas marcas e para isso conta com o software da Sistrade para controlar toda a produção.

Sabemos que há uma incerteza e volatilidade no mercado energético, que o custo energético varia de hora para hora e que pode quadriplicar do dia para a noite.

Assim, o que pretendemos é chegar ao controlo energético e saber, ao nível do produto, quanto foi gasto, qual o consumo energético específico por equipamento e interpretar uma análise de tendências. A análise de tendências para dados e implementação de dados energéticos com inteligência artificial será o próximo passo de sugestão desta ferramenta.

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do Chefe da de para a Eficiência e Controlo Energetico na sua empresa Isaac Ferreira Computer System Manager na Miranda & Irmão, Lda Luis Cardoso Filipe Sousa revelou que a sua empresa desenvolveu um projecto com a AutoEuropa que visa o operador 4.0 e que vai muito para além da digitalização

A Opolgraf é reconhecida como uma das melhores empresas da Polónia, produzindo aproximadamente 11 milhões de livros ao abrigo de 3.000 títulos produzidos anualmente. A cooperação com as grandes editoras na Polónia, e outras editoras estrangeiras prova que a Opolgraf está pronta para cumprir com os critérios mais rigorosos. Bartosz Mazurkiewicz contou a sua experiência enquanto utilizador do sistema Sistrade na Opolgraf que nasceu na Polónia em 1951, e é hoje uma empresa líder na área de impressão, exportando para todo o mundo. Depois de um investimento numa Hiedleberg 8 cores SX102 com capacidade para impressão de 14.000 folhas por hora, a empresa apostou igualmente numa linha de capa dura e capas mole, possui certificações ISSO 14001, FSC, PEFC e programas Eco Friendly.

A gráfica que começou por fazer uso de estimativas, ordens de trabalho, gestão de armazém, planificação da produção, CRM, DAS, Dashboards, estatísticas e análise de dados, está a dar o passo seguinte no que se refere ao módulo de energia, já que sem dúvida este é um elevado custo do processo produtivo.

Para o representante da empresa que esteve no Porto, “as estimativas passaram a ser rápidas e muito precisas. Hoje podemos definir todos os passos e mostrar sem dúvida, quanto vai custar o produto.”

Um dado que foi revelado e considerado muito importante para a empresa gráfica polaca é a possibilidade de contar com o Data Acquisition System que permite obter a informação directamente das máquinas.”

“A Raclac SA aposta na criação de inovação e o resultado é o amplo portfólio de produtos com elevado padrão de qualidade e performance.

No portfolio desta empresa estão dispositivos médicos descartáveis, produtos higiene e luvas de nitrilo

O que esta empresa fez foi investir em processos, tecnologias e gestãos, sendo hoje a linha mais rápida do mundo atingindo a produção de 1600 luvas por minuto.

Em que é que a Sistrade ajudou a Raclac?

O conceito está instalado em Portugal e apenas uma empresa que participou no projecto é de fora do país. Desde a automatização, à gestão de dados, são apenas dez pessoas ao todo para controlo total de uma produção tornando o conceito totalmente inovador.

Por se tratar de um produto embalado em cartolina que é contaminável, foram exigidos critérios muito apertados.

Esta fábrica só foi possível com softwares para todas as áreas, personificando a indústria 4.0.

A parceria de sucesso para servir de interface do ponto de vista do ERP é de outra marca mas precisávamos de recolha de dados e desenvolver com a Sistrade um Scada /Mes que nos apoiasse do ponto de vista da gestão, produção e report. Com uma comunicação bidirecional, conseguimos monitorizar 46 mil variáveis em tempo real e contamos com um software que nos ajuda a tomar a decisão seguinte, o que nos permite decisões acertadas.”

SUSTENTABILIDADE INDUSTRIAL
Plant Manager da Raclac Paulo Rego Bartosz Mazurkiewicz

FUJIFILM MOSTROU O SEU MELHOR

A Fujifilm realizou a Peak Performance Print Experience, um evento que reuniu empresas de impressão de toda a Europa para ver em primeira mão os mais recentes desenvolvimentos no portfólio de impressão digital em rápida expansão da marca nipónica.

DEPOIS DO SUCESSO DA PRIMEIRA PEAK PERFORMANCE PRINT EXPERIENCE EM 2021, A FUJIFILM REALIZOU A SUA SEGUNDA EDIÇÃO, no final de setembro de 2022 no Fujifilm Advanced Print Technology Centre, em Bruxelas. No centro de todas as atenções esteve a nova JetPress 750S modelo High Speed da Fujifilm, tendo sido apresentado várias novas funcionalidades e outros desenvolvimentos. O evento contou com demonstrações ao vivo da impressora de jacto de tinta B2 de alta qualidade, que se apresenta como a mais rápida, mais produtiva e mais económica do mercado. Foram ainda apresentadas novas configurações de impressão baseadas na tecnologia de cabeça de impressão Samba, reunindo cabeças de impressão de jacto de tinta, optimização da tinta e da imagem em sistemas de impressão híbridos ou personalizados que podem ser totalmente integrados em vários processos de produção convencionais. Parte do portefólio de impressão da Fujifilm, foi também apresentado em directo com a mostra do sistema de jacto de tinta europeu recentemente adquirido, o Fujifilm Unigraphica.

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PRINT PERFORMANCE

No evento houve ainda oportunidade para mostrar a nova gama Revoria de impressoras digitais baseadas em toner da Fujifilm. A demonstração ao vivo da premiada Revoria Press PC1120, permitiu ver tudo o que oferece ao mercado da impressão profissional topo de gama, com uma ampla gama de opções de embelezamento. Este equipamento foi concebido para ajudar as empresas de impressão a manterem-se na linha da frente, a expandirem o seu negócio, bem como a aumentarem a produtividade através de novas aplicações, da capacidade para seis cores, e retirar proveito da inteligência artificial e tecnologia de automatização. Em exposição esteve ainda a Revoria Press Série E1, uma impressora de produção monocromática com um vasto leque de funcionalidades, produtividade e qualidade de imagem. Os participantes puderam ver um conjunto de novas aplicações que podem ser realizadas com a gama Revoria. Um outro dado relevante foi a divulgação das novas parcerias com a EFI, XMPie e ColorLogic. Além disso, foram revelados e expostos os mais recentes desenvolvimentos na crescente gama de soluções de rotulagem e embalagem da Fujifilm, com uma demonstração em directo do Japão da próxima impressora de embalagens flexíveis JetPress FP790 da empresa.

PEAK PERFORMANCE PRINT

2022 – O PODER DO DIGITAL

Num mundo em constante evolução, a Fujifilm não tem ficado parada e vai oferecendo aos seus clientes inovações que permitem às empresas maior rentabilidade, produtividade e no fundo, uma competitividade acima da média.

Taku Ueno, vice-presidente Graphic Systems EMEA da Fujifilm deu as boas vindas oficiais ao evento e começou por afirmar que, “a Fujiflm mudou muito nos últimos tempos está atenta ao mercado.” Como o aumento dos materiais e custos de transporte, a Fujfilm está a acelerar também os seus desenvolvimentos digitais, estando toda a equipa empenhada na concretização de uma plataforma tecnológica. Para Taku Ueno, “confiança, inovação e sustentabilidade permitem que as empresas continuem a operar de forma mais tranquila mesmo em condi-

ções instáveis e momentos conturbados a nível económico.”

Também Taro Aoki, Head of Digital Solutions EMEA da Fujifilm falou aos participantes do PPP, considerando que “todo o ambiente na área de Impressão está a empurrar as empresas para o digital devido a uma menor pegada de carbono do que a impressão tradicional e porque o digital é mais eficiente e apresenta um custo efectivo mais baixo.”

Na “guerra” entre analógico versus digital, o responsável da Fujifilm conclui que no final das contas, a impressão digital permite que as empresas se distanciem dos seus concorrentes.

A Fujifilm anunciou a instalação de mais de 60 novas JetPress na primeira metade do ano, sendo que a JetPress 750S conta com mais 15 modelos vendidos desde novembro de 2021. Quanto à Revoria, este equipamento tem mais de 50 unidades vendidas na Europa. Entre as características da JetPress 750S, a apresentação feita destacou caracterís-

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No centro de todas as atenções esteve a nova JetPress 750S modelo High Speed da Fujifilm, tendo sido apresentadas várias novas funcionalidades e outros desenvolvimentos
PRINT PERFORMANCE

ticas como a alta qualidade, a elevada performance com 3600 folhas por hora, a pilha alta com opções para cartão, a flexibilidade e o facto do equipamento ser escalável para soluções comerciais, de embalagem e aplicações industriais. Um dado relevante prende-se com a possibilidade do equipamento, a pedido do cliente, ser customizado.

No caso da JetPress 750s, este equipamento foi crido há onze anos e trouxe um novo modelo de negócio dentro da área de impressão digital com a possibilidade dos clientes terem 3 equipamentos num só. A alta qualidade, o detalhe e definição acabam por marcar os pontos fortes da JetPress 750S. Sobre o modelo de distribuição digital, muitas mudanças estão a caminho sobretudo porque a questão da sustentabilidade faz toda a diferença quando sabemos que a impressão digital é mais sustentável do que a impressão tradicional. Num momento em que as palavras, reduzir, reciclar e reutilizar estão na ordem de todas as agendas e debates, a impressão digital mostra-se como um processo que utiliza menos químicos e menos chapas, o que permite passar uma mensagem clara sobre a sua validade. No que se refere a capacidade, a Fujifilm considera também que a oferta de valor acrescentado em termos de personalização abre um leque de possibilidades para que as empresas trabalhem com gigantes mundiais como é o caso da Amazon.

A EXPERIÊNCIA DA WEGNER GMBH COM A REVORIA PC1120

O evento integrou um case Study de relevo, contado na primeira pessoa, através de Henning Rose CEO da WEGNER GMBH que revelou que a aquisição da Revoria PC1120 trouxe à empresa oportunidades, diferenciação, capacidade de atracção de trabalho adicional e abriu um novo potencial no negócio tradicional.

A Wegner GmbH que iniciou actividade em 1985 e está sediada em Bremen, oferece impressão comercial na área dos

catálogos, brochuras, calendários e photobooks, construiu novas instalações em 2001 e foi a partir daí que deu início a um processo de substituição dos velhos equipamentos por outros mais modernos, com um modelo de impressão a pedido.

A empresa investiu na principal impressora a jacto de tinta B2 da Fujifilm, a JetPress 720S em 2015 para apoiar o crescendo de trabalho digital e, após resultados impressionantes, actualizou para a JetPress 750S em agosto de 2019, o que resultou num aumento da produção, velocidade e flexibilidade.

Mais recentemente, a empresa fez outra adição ao seu crescente portfólio, investindo na impressora de toner da Fujifilm, a Revoria Press PC1120, que foi instalada em março de 2022.

Henning Rose, explicou o que o levou à aquisição da Revoria PC1120. “Tínhamos uma máquina de toner de pequeno formato de outro fornecedor, mas não estávamos totalmente satisfeitos com a qualidade que atingíamos. A Fujifilm apresentou-nos a Revoria PC1120 e ficamos totalmente impressionados.”

Rose acrescentou ainda que, “optámos pela Revoria PC1120 porque descobrimos que esta é a impressora de toner

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“Optámos pela Revoria PC1120 porque percebemos que esta é a impressora de toner mais flexível disponível no mercado, além de oferecer excelente qualidade e estabilidade de cor.” Henning Rose, CEO Wegner GMBH

mais flexível disponível no mercado, além de oferecer excelente qualidade e estabilidade de cor. A máquina pode produzir de forma económica uma grande quantidade de trabalho de alta qualidade a pedido numa ampla gama de substratos, incluindo banners e envelopes, o que nos permitiu diversificar a oferta. A Revoria tem a capacidade

adicional de imprimir em substratos muito espessos, o que geralmente é um problema para outras máquinas de tamanho semelhante, permitindo-nos alcançar um número maior de clientes.

Outra característica importante que nos atraiu foram as seis estações de cores disponíveis, pois exigimos cores exclusivas, como rosa, juntamente com cores metálicas como prata e ouro. Usamos essas cores e efeitos para aplicações como brochuras e cartões de visita. Outras plataformas exigiam várias passagens e a troca de cores entre as estações para obter a mesma saída. Esses benefícios adicionais permitiram nos chegar a novos clientes e desenvolver novos negócios.

Ralf Schlozer analista de cor com 30 anos de experiência na indústria gráfica e sobretudo na impressão digital deu o seu contributo ao considerar que “o valor acrescentado e os efeitos na impressão digital estão só a ganhar balanço já que actualmente, menos de 1% dos trabalhos de impressão digital usa cores especiais e, por isso, os impressores que tiverem a tecnologia certa têm agora a oportunidade de explorar este gap”

O anúncio da série ApeosPro C

A Fujifilm anunciou ainda a série ApeosPro C, impressoras híbridas para uso em escritórios e ambientes de produção de nível básico, com excelente relação preço/ desempenho, ideais para uma utilização geral em escritórios, departamentos reprográficos de empresas, empresas criativas e de marketing ou tipografias comerciais. A série ApeosPro C, construída numa plataforma da próxima geração, foi concebida para permitir que as empresas imprimam uma gama mais alargada de substratos a excelentes níveis de qualidade. Graças à sua tecnologia híbrida, a gama estará igualmente à vontade num escritório de empresa; num ambiente de impressão profissional de produção moderada ou na produção de aplicações criativas. Os clientes poderão desfrutar de uma cor e qualidade excelentes, uma ampla gama de opções de substratos, bem como um novo potencial de aplicação, incluindo folhas longas, tudo sem comprometer a segurança, a capacidade de utilização ou o desempenho.

A gama inclui três modelos: um modelo standard, a ApeosPro C750, um modelo premium, a ApeosPro C810, e a ApeosPro C650, que oferecerá uma opção de entrada adicional e ultra-acessível para negócios com menores requisitos de produção. As impressoras ApeosPro C810, C750 e C650 podem produzir panfletos, brochuras, catálogos e uma série de outras produtos de marketing – incluindo faixas com até 1,3 metros de comprimento. E conseguem produzir tudo isto de forma rápida, por encomenda, sempre que necessário, ajudando as empresas a aproveitar as oportunidades de negócio com restrições ao nível do prazo. Também é ideal para a impressão confidencial e de alta qualidade que não pode ser subcontratada (como amostras ou projetos de produtos), e adequada para uma ampla gama de tipos de papel, incluindo: papel leve, cartão, cartões postais, papel em relevo e envelopes.

REVORIA PRESS PC1120 E PRESS

E1

A Fujifilm apresentou duas séries da Revoria Press, a Revoria Press PC1120 e a Revoria Press E1. A Fujifilm acrescentou produtos com tecnologia de toner seco à gama de impressoras profissionais, através do lançamento de dois modelos de produção da nova marca, a Revoria Press PC1120, uma impressora de produção a cores para o mercado da impressão profissional de gama alta e a série Revoria Press E1, uma impressora de produção monocromática para a impressão a pedido num contexto profissional ou de escritório. Os dois novos modelos começaram a ser vendidos a partir de outubro na Alemanha, em Itália, Portugal e Espanha. A RevoriaPress PC1120 surgiu para ajudar as empresas de impressão na expansão do respectivo negócio e a aumentar a produtividade com novas aplicações, IA e tecnologia de automatização. Equipada com um motor de impressão de seis cores e passagem única, podem ser utilizados até dois toners especiais, como dourado, prateado, transparente e rosa, para além dos toners CMYK básicos. Estes toners proporcionam uma impressão de grande valor e elevada qualidade, tais como cores metálicas e texturas de pele natural. O alimentador por sucção de ar e o eliminador de estática oferecem uma alimentação de papel de elevada estabilidade para uma vasta variedade de papel, como por exemplo o papel com revestimento coesivo, e película.Os dados de imagem são automaticamente divididos em cinco cores, ciano, magenta, amarelo, preto (CMYK) e rosa. As cores fluorescentes do toner rosa expandem significativamente a gama de cor, o que resulta em impressões vibrantes - especialmente em imagens de pessoas com cores intensas e com tons de pele mais suaves. A Inteligência artificial (IA) permite correções de imagem automáticas para as imagens fotográficas. Cada imagem fotográfica será automaticamente melhorada com base no respectivo nível de qualidade, como uma imagem demasiado escura/demasiado brilhante, exposição de retroiluminação, correção de tons de pele, realçando as tonalidades dos céus azuis.

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KONICA MINOLTA e MGI

Lançam sistema de impressão digital

Repensar a produção, ter eco consciência e acesso a uma impressão digital 4.0. Foi isto que foi apresentado do centro de demonstrações da AlphaJET, em Paris para que clientes e imprensa pudessem observar a primeira impressora jacto de tinta B1+ que promete revolucionar a impressão industrial.

MGI Digital Technology lançou a AlphaJET, a primeira impressora a jacto de tinta digital B1+ de passagem única do mundo, da impressão ao acabamento, com uma combinação exclusiva de tintas CYMK à base de água com embelezamento digital em linha com revestimento UV Eco-Spot e tecnologias de folha verde.

Juntamente com a Konica Minolta, o primeiro AlphaJET Democenter decorreu em Paris no Centro de Competência dedicado nas instalações da Konica Minolta.

Um equipamento com infinitas possibilidades, que trabalha num passo único e precisa apenas de um operador. Esta é a proposta resumida da MGI Digital Technology que, anunciou em Outubro que o equipamento AlphaJET está já instalado na ISRA. Esta é uma empresa de base industrial que trabalha no sector de embalagens e imprime cartões com ou sem chips voltados para os mercados da distribuição, transporte, autenticação e controle de acesso e que optou pelo avançado Sistema MGI AlphaJET para optimizar todo o seu fluxo de produção e beneficiar das vantagens da Indústria 4.0.

MGI Digital Technology lançou a AlphaJET, a primeira impressora a jacto de tinta digital B1+ de passagem única do mundo, da impressão ao acabamento, com uma combinação exclusiva de tintas CYMK à base de água com embelezamento digital em linha com revestimento UV Eco-Spot e tecnologias de folha verde

EVENTO MGI PARIS 36 intergraficas.com.pt #219

Ao adquirir o MGI AlphaJET, a ISRA confirma o plano de inovação de cinco anos que faz parte da iniciativa “France Relance”, um plano de investimento maciço de € 100 bilhões para apoiar negócios, repensar modelos de produção, transformar infraestrutura e investir em treinamento. A ISRA sempre esteve focada na inovação já que a empresa desenvolveu recentemente o primeiro papel ISBIO “zero plástico”, que agora se tornou popular entre grandes marcas e clientes de luxo graças

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Um equipamento com infinitas possibilidades, que trabalha num passo único e precisa apenas de um operador. Esta é a proposta resumida da MGI Digital Technology

à sua aparência ecológica e seu material totalmente reciclável.

Nesse contexto, a compra da MGI AlphaJET parecia ser uma continuação lógica da estratégia de inovação da ISRA, de acordo com seu CEO, Jean-Pierre Chauvin que afirmou que, “hoje, 5 etapas principais são geralmente necessárias para produzir os nossos produtos. O MGI AlphaJET permite simplificar o fluxo de produção e liberta-nos de certas restrições de impres são, sem quebras de carga, sem desperdício e de modo eficiente em termos de tem po, com uma produtividade inigualável que é impossível de alcançar com equipamen tos convencionais.”

As duas empresas parcei ras, Konica Minolta e MGI Digital Technology também anunciaram que um segun do AlphaJET Democenter dedicado será aberto nas ins talações da Konica Minolta em Nova York no início do próximo ano, para acelerar ainda mais a jornada de transformação digital das empresas e o envolvimento do cliente.

O conceito de passagem única O conceito de passagem única Factory 4.0 com automação completa de processos de fabrico para produção em massa personalizada e flexível e oportunidades únicas de valor acrescentado, são o destaque desta impressora digital a jacto de tinta de quatro cores à base de água, com

A MGI & a Konica Minolta estão a trazer a revolução da fábrica 4.0 para vários segmentos do mercado de artes gráficas

capacidade de produção até 1.800 folhas B1 por hora, com a mais alta resolução de impressão a jacto de tinta de 1.600 dpi.

A MGI & a Konica Minolta estão a trazer a revolução da fábrica 4.0 para vários segmentos do mercado de artes gráficas, incluindo embalagens, cartolina dobrável, web-to-print/to-packaging, impressão comercial, livros e revistas.

A compatibilidade dos substratos varia de uma espessura mínima de 135 g/m² até 2 mm. Isto inclui papéis revestidos e não revestidos, cartolina dobrável, cartão e materiais sintéticos no formato B2 a B1+.

A produção ecologicamente correcta de passagem única inclui tintas de pigmento à base de água CMYK, revestimento UV eco-spot e estampagem (plana, elevada e em relevo), efeitos de laminação OPV.

A impressora jacto de tinta digital AlphaJET 4.0 é certificada de fábrica como destintável pela INGEDE para tintas à base de água CMYK, revestimento Eco-UV e estampagem, em determinados substratos, bem como certificação FOGRA.

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A MGI & a Konica Minolta estão a trazer a revolução da fábrica 4.0 para vários segmentos do mercado de artes gráficas

A compatibilidade de substratos varia de uma espessura mínima de 135 g/m2 até 2 mm.

Os pontos fortes e exclusivos da AlphaJET

• Um transporte de papel plano patenteado inovador com: Transporte de substrato eletromagnético com sistemas de bandejas inteligentes para registo e movimentos perfeitos, o que resulta numa impressão de alta resolução e operações sem incidentes.

• Registo de revestimento UV CMYK e spot devido ao uso de scanners inteligentes e calibração de cores com automação completa

• Sistema IOT e MGI que conectam a plataformas baseadas na cloud.

• Custo total de propriedade competitivo - sem ferramentas, sem desperdício, sem preparação.

Os melhoramentos do software incluem validação interactiva de provas digitais com um assistente de vendas digital de valor acrescentado, fluxo de trabalho automatizado de pré-impressão e soluções em cloud de última geração usando o MGI Connect.

Edmond Abergel, CEO do MGI Group, afirmou que, “a MGI AlphaJET oferece oportunidades ilimitadas. A fábrica de passagem única 4.0 que vai da impressão ao acabamento e que usa tintas à base de água e UV, é uma inovação revolucionária para as indústrias de impressão e embalagem. Um operador, um equipamento e uma única fábrica. A AlphaJET tem sido uma jornada significativa desde o conceito até a finalização, mas sei que falo em nome de toda a equipa ao dizer que estamos imensamente orgulhosos das nossas conquistas à medida que avançamos para a produção comercial completa. O nosso conceito tudo-em-um,

oferece uma enorme flexibilidade para produção de valor acrescentado, desde provas até tiragens de milhões –tudo a um custo competitivo.”

Olaf Lorenz, gestor da Divisão de Transformação Digital da Konica Minolta Business Solutions Europe, referiu ainda que, “o lançamento global do MGI AlphaJET é um passo significativo à medida que continuamos a acelerar a nossa jornada de transformação digital – tanto interna quanto externamente. Hoje, estamos a crescer muito para lá dos nossos principais mercados e a expandir com sucesso em mercados como os de serviços de TI, saúde e fabrico digital, bem como acabamento e embelezamento. Tanto a MGI quanto a Konica Minolta, continuamos a trabalhar junto dos nossos clientes com uma abordagem colaborativa, e esperamos fazer novos anúncios em breve.”

As duas empresas parceiras, Konica Minolta e MGI Digital Technology também anunciaram ainda durante o evento que decorreu em Paris, que um segundo AlphaJET Democenter dedicado

será aberto nas instalações da Konica Minolta em Nova York no início do próximo ano, para acelerar ainda mais a jornada de transformação digital das empresas e o envolvimento do cliente. Para um número cada vez maior de organizações, o sucesso hoje é mais do que a definição restrita de prosperidade financeira – também inclui proteger o meio ambiente e ter um impacto positivo em sua força de trabalho, bem como nas sociedades em que estão inseridas. Com seu compromisso com o Desenvolvimento Sustentável Objetivos (ODS), a Konica Minolta comprometeu-se a perseguir consistentemente os seus objectivos de sustentabilidade e responsabilidade social.

A empresa tem sido repetidamente reconhecida pela sua rica história de contribuição social, bem como por trabalhar para alcançar os ODS ao longo de seus negócios e cadeia de fornecimentos. A Konica Minolta está listada entre as “100 empresas mais sustentáveis do mundo em 2021” e recebeu o mais alto nível nas classificações de sustentabilidade da EcoVadis.

intergraficas.com.pt #211 39 intergraficas.com.pt #219 39 EVENTO MGI PARIS

OC N TORNARACRISEES

TEMA DE CAPA COMO CONTORNAR A CRISE 40 intergraficas.com.pt #219

ESEGUIR

CENÁRIO POUCO FAVORÁVEL a qualquer indústria tem impacto na área gráfica e está a ser contornado pelas empresas que tentam encontrar soluções adaptadas ao actual momento.

AS empresas estão a conseguir ponderar e racionalizar melhor os seus investimentos, escolhendo tecnologia mais assertiva que permite uma maior capacidade produtiva, velocidades mais rápidas, valor acrescentado, automação e gestão de diversos materiais. São muitas as variáveis que hoje os empresários gráficos procuram gerir de forma a obter resultados mais positivos que os tornem também mais competitivos.

A juntar a tudo isto está a questão que se refere à imagem que as empresas que integram a área de impressão têm passado e que precisa de ser renovada para que se mostre com todo o seu valor e potencial.

Contornar a crise implica também mostrar uma boa imagem de toda a indústria, rever métodos e processos, criar parcerias e inovar.

Há ainda a formação como uma necessidade real e elementar porque cada vez mais as empresas têm dificuldade em atrair “sangue novo” que traga até si, ideias e visões de futuro. Esta não é uma indústria que se vende como “sexy”, mas que tem muitos ingredientes para seduzir os que chegam. Digitalizada, automatizada, vanguardista, criativa, integrada no fantástico mundo da comunicação e com remunerações acima da média, a indústria de impressão tem quase tudo para ser apelativa aos olhos dos mais jovens. O que é que falta então?

Comunicação! É preciso que as empresas que trabalham impressão tenham orgulho se mostrem por dentro e por fora, que “conversem” com os mais novos e entendam o que é que podem fazer para os captar. Se esta é uma indústria moderna, este é também o momento certo para que se mostre com tudo o que tem para oferecer.

TEMA DE CAPA COMO CONTORNAR A CRISE intergraficas.com.pt #219 41
OHá ainda a formação como uma necessidade real e elementar porque cada vez mais as empresas têm dificuldade em atrair “sangue novo” que traga até si, ideias e visões de futuro. Esta não é uma indústria que se vende como “sexy”, mas que tem muitos ingredientes para seduzir os que chegam
Uma pandemia, uma tímida retoma pós pandemia, uma guerra e consequências económico financeira como inflação generalizada por todo o mundo e ainda escassez de matérias primas.

COMO PODEM OS GESTORES GRÁFICOS CONTORNAR A CRISE?

Fazer parcerias, ter bons parceiros de negócio e encontrar soluções para problemas comuns que podem melhorar a performance de todos, sempre foi apontado como uma excelente solução para atingir resultados extraordinários. Neste momento em é sem dúvida a melhor solução para enfrentar a crise que o mundo da impressão atravessa.

sE HÁ ÁREA DE MERCADO habituada a superar crises diversas, é a da impressão. Sempre que algo corre menos bem na economia local ou global, são as gráficas que mais sofrem, pois a impressão, que trabalha com o mundo do marketing e publicidade “sofre por tabela” com os primeiros cortes.

COMO PODEM OS PROFISSIONAIS GRÁFICOS ENFRENTAR DA MELHOR FORMA AS ACTUAIS “CRISES” QUE INTERROMPEM O MERCADO?

Parece que a chave para superar este momento é a parceria e é isso que pode ajudar as gráficas a melhorar os seus negócios nestes tempos conturbados.

Ninguém que trabalhe na indústria gráfica precisa ser lembrado da volatilidade actual deste mercado. Uma infinidade de factores como problemas de transporte que afectam a cadeia de fornecimento global, redução da força de trabalho, uma longa greve na UPM na Europa, aumento dos preços de matérias primas e custos de energia crescentes, para citar apenas alguns - criaram

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TEMA DE CAPA COMO CONTORNAR A CRISE

enormes problemas para os gráficos e para todos os seus clientes. Então, o que é que estes profissionais podem fazer para mitigar as dificuldades que estão a atravessar?

1. PENSE NOS SEUS CLIENTES

Este é o momento de ser mais aberto e comunicativo com os seus clientes. Isso significa explicar-lhes o que está a acontecer, porque algumas das acções que desejam concretizar podem não ser exequíveis, e ao mesmo tempo, ajudá-los a encontrar soluções. Por outro lado, as expectativas devem ser geridas e transmitidas aos utilizadores finais para que

Se um cliente usa o mesmo papel repetidamente e o gráfico sabe que ele não estará disponível para o trabalho, ofereça uma gramagem ou formato diferente que possa funcionar de igual forma no resultado final.

a flexibilidade permita maior eficácia.

Paul Palmer, gestor de vendas da Sappi Europe, aconselha os profissionais gráficos a “colaborar mais e começar a ter uma abordagem consultiva com os seus clientes.

Se um cliente usa o mesmo papel repetidamente e o gráfico sabe que ele não estará disponível para o trabalho, ofereça uma gramagem ou formato diferente que possa funcionar de igual forma no resultado final. Tente educar os seus

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Parece que a chave para superar este momento é a parceria e é isso que pode ajudar as gráficas a melhorarem os seus negócios
TEMA DE CAPA COMO CONTORNAR A CRISE

clientes e aconselhá-los”, afirma Palmer. Por exemplo, se eles normalmente pedem um acabamento semi-fosco, um brilho poderia funcionar? Um brilho de 95 em vez de 98? Um postal funcionaria tão bem ou melhor do que uma carta?

Christina Esparza, vice-presidente de operações da empresa de impressão norte-americana InfoIMAGE, também incentiva os seus clientes a considerarem a impressão de ambos os lados e a que, sempre que possível, reduzam o tamanho da fonte.

2. (RE)PLANEAR AS FINANÇAS

Com o aumento dos preços a afectar todos os aspectos dos negócios, desde as matérias-primas à energia, é importante reavaliar o orçamento ou, como diz a Harvard Business Review, ganhar “visibilidade dos gastos”. A chave é “entender onde o dinheiro está a ser gasto e quem o está a gastar”.

Estabeleça uma imagem clara dos gastos por categoria de custos e em função de cada trabalho/projecto. Então veja se os gastos estão alinhados com a sua estratégia de negócios e, mais importante, se vão melhorar o retorno do seu investimento.

Com esses dados, procure pontos onde os custos podem ser racionalizados. O objectivo é melhorar a sua vantagem competitiva, levando sempre em consideração factores como a qualidade do produto final e o atendimento ao cliente.

3. DESENVOLVER RELACIONAMENTOS COM FORNECEDORES

Isso é algo muito importante e que

não deve ser esquecido. Mais uma vez, a comunicação é fundamental, o que significa que as gráficas podem estar preparadas para qualquer alteração nas entregas ou preços (informações que podem ser repassadas aos clientes).

Na Sappi, Palmer é mais capaz de responder aos clientes com quem trabalha porque está próximo dos clientes e já conhece os seus negócios, especialmente aqueles que são membros do programa Sappi Value Development Process. Este profissionais gráficos trabalham com a Sappi para ajudar a simplificar e melhorar a eficiência de tempo e material. Uma vez registados, os especialistas da Sappi examinam os dados de compra da gráfica, o modelo de negócios, o tipo de clientes, etc. Esses dados são usados para desenvolver uma proposta destinada a economizar dinheiro por parte da empresa gráfica, agilizar as suas operações de compra e até mesmo expandir a sua base de clientes.

“Estamos a trabalhar com algumas gráficas para criar novos clientes para elas, pois entendemos muito bem o que elas fazem e o que precisam”, revela Paul Palmer, gestor de vendas da Sappi Europe.

Com os problemas logísticos que provavelmente continuarão pelo menos por mais um ano, as gráficas precisam de manter um bom relacionamento com clientes e fornecedores para seguir em frente. A associação/ parceria, é assim a chave para que as empresas possam superar

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todos os obstáculos que assolam o mercado da impressão.
TEMA DE CAPA COMO CONTORNAR A CRISE
Com o aumento dos preços a afectar todos os aspectos dos negócios, desde as matérias-primas à energia, é importante reavaliar o orçamento

PROBLEMAS DE IMAGEM NA INDÚSTRIA DE IMPRESSÃO?

Esta é uma indústria com problemas diversos mas se existe algo que não contribui para uma boa imagem é a forma como comunica com os seus clientes

TODOS RECONHECEM QUE A INDÚSTRIA DE IMPRESSÃO tem um problema de imagem e que comunica mal com os seus clientes. Mas o que é que podemos fazer acerca deste assunto?

Um novo relatório revela que há um problema de má contratação ligado à má percepção do que é na verdade a indústria de impressão e que isso é uma séria ameaça à sua saúde e viabilidade futura.

A indústria gráfica actual, como tantas outras indústrias, está a enfrentar uma escassez de mão de obra. E se, por um lado, isso pode ser atribuído à economia instável dos tempos pós Covid, a indústria gráfica tem também um problema muito particular: o de contratação. E esta é uma questão agravada por um outro problema, o da sua imagem. De acordo com um relatório recente, as gerações mais jovens veem a indústria como tradicional e antiquada. Não seria

preciso um grande estudo para perceber que os jovens olham com desinteresse para uma indústria que “julgam” desajustada e antiquada. Nada mais errado, mas é esta a sua percepção.

PROBLEMAS DE CONTRATAÇÃO

No início deste ano, o grupo europeu de associação e defesa da indústria de papel, Intergraf divulgou os resultados de uma pesquisa de dois anos, intitulada “Print Your Future”, que examinou o recrutamento e o emprego em todo o sector. O relatório destacou “as dificuldades actuais no recrutamento de jovens, não só em termos de números,

TEMA DE CAPA IMAGEM DA INDÚSTRIA 46 intergraficas.com.pt #219

mas também de uma mão-de-obra qualificada, competente e adaptável”. Este relatório destacou que, no Reino Unido, uma das quatro principais preocupações do sector é o acesso à força de trabalho, enquanto na Alemanha os estágios não podem ser preenchidos devido à falta de candidatos.

Quatro em cada cinco empresas que participaram na pesquisa classificam a falta de atratividade do sector como um problema para a contratação.

Os equívocos também desempenham um papel importante o sector, já que este é visto como tendo uma imagem ultrapassada, que não pode oferecer um futu-

ro estável e que não é amigo do ambiente (um grande problema para a geração mais jovem). Esse tipo de pensamento também prevalece entre professores e pais, que não olham para o trabalho na indústria gráfica como uma carreira viável para os seus alunos e filhos.

A pesquisa revelou também que há um desconhecimento sobre os produtos impressos, pois as pessoas assumem que a impressão se limita a livros, jornais e revistas. A embalagem – que, segundo o relatório, representa já 50% da produção impressa – é muitas vezes esquecida.

Quanto às soluções, os entrevistados acreditam que a formação é fundamental, com 59% a defenderem escolas técnicas de ensino médio específicas para a área da impressão. Considera-se também importante estabelecer uma ligação entre os programas de formação das empresas e as oportunidades de carreira.

COMO ATRAIR TALENTOS

Michael Warner é a quarta geração a trabalhar na gráfica familiar Warners Midlands, no Reino Unido. A empresa familiar, fundada em Lincolnshire em 1926, é especializada em impressão em rotativas e máquinas planas, imprimindo sobretudo revistas, catálogos e brochuras. Michael Warner, agora com 31 anos e director de marketing, frequentou e terminou a faculdade. De forma muito clara, Warner acredita que “empregar alguém é como estabelecer uma parceria”, já que tempo, talento e qualificações são trocados por salários. Para ele, como empregador, as qualificações não são tão importantes quanto a atitude. “É mais sobre as atitudes por trás disso”, afirmou. “Sobre as competências, estas podem sempre ser ensinadas. Agora o importante é sobre quem é a pessoa, como ela funciona.”

No entanto, hoje uma relevância cada vez maior vai para a cultura de uma empresa. Warner revela que os candidatos a emprego procuram empregadores cujos valores correspondam aos deles e acredita que o sector precisa de concentrar-se naquilo que um jovem de 17 ou 18 anos deseja para o seu futuro.

“Temos que criar um ambiente onde não é o que fazemos que atrai as pessoas, mas sim como o fazemos.” Ainda

TEMA DE CAPA IMAGEM DA INDÚSTRIA intergraficas.com.pt #219 47
Este sector é visto como tendo uma imagem ultrapassada que não pode oferecer um futuro estável e não é amigo do ambiente
Há um desconhecimento sobre os produtos impressos. As pessoas assumem que a impressão se limita a livros, jornais e revistas. A embalagem – que já representa 50% da produção impressa é muitas vezes esquecida.

assim, Michael Werner não espera que os jovens trabalhadores permaneçam apenas seis ou nove meses.

Warner estima que o funcionário médio da sua empresa permaneça no projecto há mais 20 anos e que por isso, a rotatividade não é um problema.

CINCO DICAS PARA O SUCESSO DA CONTRATAÇÃO

O relatório da Intergraf é acompanhado por uma publicação intitulada “Print

Your Future”, que oferece conselhos práticos sobre recrutamento. Aqui estão cinco dicas importantes.

1. Forneça a escolas e consultores de carreira informações sobre a indústria e o seu negócio – mostre toda a gama de oportunidades que a impressão tem a oferecer.

Os entrevistados acreditam que a formação é fundamental, com 59% a defenderem escolas técnicas de ensino médio específicas para a área da impressãoe a ligação entre os programas de formação das empresas e as oportunidades de carreira.

2. Vá a feiras de emprego e traga funcionários actuais para que possam explicar o seu trabalho com convicção.

3. Saiba o que as gerações mais jovens querem e esperam dos seus empregadores: transmita os valores e a cultura da sua empresa e veja como estas desempenham um papel importante nos dias de hoje.

4. Use as redes sociais não só para divulgar vagas, mas também para mostrar como é a vida na sua empresa.

5. Promova uma relação com os meios impressos com a cultura popular, como livros, quadrinhos, jogos de tabuleiro, fotos, arte e decoração.

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TEMA DE CAPA IMAGEM DA INDÚSTRIA
Forneça a escolas e consultores de carreira informações sobre a indústria e o seu negócio – mostre toda a gama de oportunidades que a impressão tem a oferecer. Vá a feiras de emprego e traga funcionários actuais

O NEGÓCIO GRÁFICO ESTÁ DIFERENTE

NÃO SOU SÓ EU QUEM O DIZ, são praticamente todos os empresários gráficos que conheço e são muitos. Todos dizem, sabem, comentam, e até anunciam a morte do sector, mas nada fazem para inverter a situação. Isto acontece porque não param para observar o que se passa, analisar os sinais de Médio e Longo prazo e não fazem uma introspeção ao seu negócio. Qualquer altura é boa para o fazer e não há um mês exacto para isso.

Uma das primeiras contratações que facilmente podemos fazer é que os hábitos de consumo de comunicação mudaram e nunca mais serão como eram.

Até 2020 já se observava o digital a ganhar terreno ao papel e com a pandemia, essa transicção foi reforçada e acelerada até, devido ao confinamento. As empresas descobriram também, que afinal muito se pode fazer à distância porque a tecnologia encurta o caminho.

Hoje, dois anos depois, temos outro desafio. Escassez de matérias-primas e a volatilidade do mercado energético. Todos estes factores contribuem para que as marcas optem pelo digital para a distribuição da sua comunicação, não só pelas razões mencionadas, mas também, pela facilidade de aplicação de métricas que permitem analisar os resultados das acções.

Os empresários gráficos, infelizmente, continuam a preocupados apenas com a gestão do dia a dia, com a encomenda diária que move os seus negócios. Mesmo que já estejam a ver que os seus clientes transitam a comunicação para onde os seus públicos estão, continuam a insistir num modelo de negócio desgastado.

Hoje tudo se passa online. Não apenas na simples venda, mas no trabalho reputacional, de angariação e crescimento. O cliente quer já e de fácil digestão. Não quer reuniões, não quer esperar por orçamentos e por todas outras circunstâncias que implicam perda de tempo.

O cliente que compra comunicação apenas tem um propósito, gerar valor. O cliente não quer apenas comprar um catálogo ou um site. O que este quer mesmo, é atingir objectivos de negócio, automatizados e quantificáveis, com o melhor benefício possível.

É num posicionamento semelhante que um gráfico deve apresentar a sua proposta de valor.

É POSSÍVEL? CLARO QUE É! E O QUE É NECESSÁRIO?

1. Ter o midset alinhado para a completa mudança do modelo de negócio, 2. Ter condições de investimento na inteligência do negócio – certamente as máquinas já as tem todas. 3. Tem que assumir os pontos e liga-los 4. E depois?... muito trabalho, certamente. Quer saber mais? Quer saber como? Pergunte-me!

intergraficas.com.pt #219 49 TEMA DE CAPA IMAGEM DA INDÚSTRIA Vá a feiras de emprego e traga funcionários actuais
POR ANA CECÍLIA anapcecilia@intergraficas.com.pt

ESTE MERCADO É MAIS REATIVO DO QUE PROATIVO… Mas podemos mudá-lo!

EU COSTUMO DIZER QUE OS IMPRESSO RES SÃO PRESTA DORES DE SERVIÇOS, mais do que apenas im pressores porque geram um serviço para os seus clientes para que estes possam comunicar e vender. É por isso que os impressores são muito mais do que es pecialistas em pintar papel. Ao longo da minha carreira, visitei muitos prestadores de serviços em muitos países. Em geral, são muito poucos os que se posicionam como se fossem consumidores e que sabem como gostariam de rece ber a comunicação. Eles agem de forma reativa ao pedido de um cliente que vai se dedicar poten cialmente a vender algo na esfera privada. Na realidade, as discussões giram em torno da queda das tiragens, se a culpa é da internet, se é o preço, se

MERCADO VISÃO 50 intergraficas.com.pt #219
Ao invés de: “não se preocupe, eu faço-lhe isso”, eu gostaria de ouvir mais vezes algo como, “não se preocupe, eu faço-lhe isso e proponho ainda uma melhor solução”.

é o mercado, etc. Foram poucos os momentos em que ouvi dizer que estes iam propor algo para que os seus clientes vendessem mais ou até mesmo pensassem em como poderiam continuar a aumentar os volumes, oferecendo algo novo. Estamos a fazer ao mesmo que fizemos há 20 anos, mas com um ecossistema completamente diferente, que já não funciona e com a possibilidade de cair numa dinâmica de pessimismo. Quando dizemos que estamos no sector gráfico, somos olhados como “dinossauros” e na verdade, estamos longe disso porque há ainda muito espaço para progressão. O ser humano tende a entrar em algo sem pensar na sua transversalidade ou em como melhorar ou transformar. Na maioria dos casos tudo é motivado pelos custos. Actualmente fala-se muito de embalagem como se esta tivesse acabado de ser inventada. As embalagens existem, representam volumes importantes e muitas gráficas estão a dar o salto para essa área, reduzindo custos sem propor algo novo que melhore o negócio dos seus clientes. E também aqui chegaremos a um ponto em que viveremos o mesmo que se vive agora na impressão comercial. É legítimo e

importante atrair novos negócios, mas também é importante que desde o primeiro minuto possamos ser críticos do que está a ser feito e ver como podemos diversificar e agregar valor.

No meu ponto de vista, o leitmotiv seria o que dizia o químico Antoine-Laurent de Lavoisier no século XVIII, “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Com o legado, história e experiência, podemos sempre inovar e melhorar. Muitos prestadores de serviços têm uma base sólida de conhecimentos de cor, substratos ou tecnologia, o

que, no final, lhes permite oferecer novas ideias aos seus clientes, uma vez que já controlam a parte de produção. No entanto, é preciso muita criatividade para inovar e melhorar a oferta.

É óbvio que os custos são importantes e devemos saber como optimiza-los, mas vale a pena focarmo-nos apenas na questão económica sem pensar no impacto que isso pode ter nas vendas? Vale a pena não ter comerciais na rua para economizar nos custos e ter como único comercial da empresa o dono? Vale a pena perder notoriedade em nome de uma mudança motivada apenas pela redução de custos? É preciso transformar e reorganizar as empresas.

Sem dúvida que a internet e o marketing digital, impactaram o mercado gráfico de forma rápida e brutal. Tudo foi motivado pela economia potencial que os compradores de impressão poderiam fazer, se se concentrassem na Internet sem, em muitos casos, saber ou pensar no impacto potencial que isso geraria. Pessoalmente, sou viciado em marketing digital porque é uma disciplina que adiciona mais uma ferramenta ao arco do marketing. Nos tempos em que vivemos, é essencial e é possível chegar facilmente a mais pessoas, comunicar mais e, sobretudo, medir o que é comunicado.

O marketing digital tornou-se naquilo que a impressão era há alguns anos, mas está a ser usado massivamente e, muitas vezes sem sentido. Quantos de nós recebemos um “pop-up” nas redes sociais que não pedimos? Ou um anúncio de férias quando estamos a ler notícias tristes? O marketing digital é uma ferramenta de marketing que deve ser usada para lançar um produto e não deve ser o marketing digital a usar o produto para se lançar, como pode ser visto em muitos casos. Há uma tendência a esquecer o que é o produto, o consumidor e o “clique emocional”, e que, este último, não pode ser medido. Não estou a dizer que o marketing digital é melhor ou pior que o marketing impresso, mas sim que cada um tem o seu lugar e ambos podem coexistir perfeitamente sendo complementares.

As soluções de marketing digital não são só matemática. Hoje, as novas tecnologias, em todos os segmentos, permitem-nos comunicar e, sobretudo,

intergraficas.com.pt #219 51 MERCADO VISÃO
O marketing digital tornou-se naquilo que a impressão era há alguns anos, mas está a ser usado massivamente e, muitas vezes sem sentido

conhecer melhor os nossos clientes. Pessoalmente, acho que, embora tudo tenha mudado, o canal gráfico e digital, como outros tipos de canais, têm ou deveriam coexistir e interagir entre si. Actualmente há uma sensação de “déjàvu”, em relação ao digital porque estamos a substituir o que foi feito na impressão, quando o que temos de fazer é combiná-los.

Embora os volumes de grandes tiragens de offset tenham caído, a impressão digital permite que os nossos clientes ofereçam aos seus clientes, serviços novos ou adicionais, sem substituir o offset tradicional. Deve ser uma obrigação do prestador de serviços ajudar o seu cliente a diversificar e a comunicar melhor para vender mais, assumindo um actividade mais consultiva. Assim também os fabricantes, têm que ter a mesma atitude, sendo a cadeia de valor e de negócios o ponto comum para todas as partes interessadas. Todos temos que pensar que somos clientes de alguém e que o “clique emocional” é o que nos move. Portanto, o multicanal é o melhor compromisso para comunicar melhor e obter melhores resultados. A pergunta principal deverá ser, “O que é que vende o nosso cliente e o que é que lhe poderei oferecer?”, em vez de apenas perguntar, “O que é que quer fazer?”.

Também teremos que perguntar como poderemos estabelecer um processo com os nossos clientes para implementar uma melhoria contínua do que faz. Não estou a falar da qualidade, do Pantone, do ponto, etc., mas de como poderemos melhorar a qualidade da informação. A qualidade de um código de barras, por exemplo, não é definida pela qualidade de impressão, mas pela sua leitura ou não. Não podemos esquecer que uma comunicação impressa entra mais facilmente na casa do consumidor já que não há “spams”, “firewalls” ou tamanho do servidor. Outro aspecto, é que, o “vou ver depois” já não existe e que nos esquecemos dessa mensagem, dada a grande quantidade de informação que recebemos e que desaparecem depois. Acontece comigo e acontece com todos nós.

Assim, embora os volumes de offset estejam em queda, a impressão digital permite que os nossos clientes ofereçam

Biografia Manuel Cortizo

Manuel Cortizo é gestor internacional de negócios, vendas e inovação há mais de 15 anos. Fala 7 línguas que começaram em Espanha onde nasceu (Forcarei, Pontevedra, 28.10.1973) e depois na Suíça para onde se mudou com a família. Cortizo é apaixonado por comunicação, inovação, cultura e pessoas. A sua abordagem de negócios sempre foi focada no utilizador final, ajudando os seus clientes directos a encontrar oportunidades de negócios para crescer, além de impulsionar a eficiência. Teve também a oportunidade de viver em diferentes países o que o ajudou a adquirir uma experiência única. Cortizo é Engenheiro em Electrónica, Master em Gestão e MBA pela HES na Suíça. Função actual: Director de Desenvolvimento de Negócios e Vendas EMEA na Fujifilm e responsável pela impressão digital para: Portugal, Espanha, França, Israel e África.

serviços novos ou adicionais aos seus clientes e é obrigação do provedor de serviços ajudar os clientes a diversificar e comunicar melhor.

Ao invés de: “não se preocupe, eu faço-lhe isso”, eu gostaria de ouvir mais vezes algo como, “não se preocupe, eu faço-lhe isso e proponho ainda uma melhor solução”. Todos os grandes profis sionais do sector, vão obviamente fazer um trabalho de qualidade, mas porque não pensam em outra forma, saindo do campo puro da impressão e colocando -se no lugar dos seus clientes?

Do ponto de vista dos fornecedores de tecnologia, também é essencial que nos coloquemos no lugar do consumidor para adaptar a nossa oferta. Há uns anos, um cliente disse-me que quem vai ganhar a operação será aquele que melhor entende

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Deve ser uma obrigação do prestador de serviços ajudar o seu cliente a diversificar e a comunicar melhor para vender mais, assumindo um actividade mais consultiva

do seu negócio e que isso o ajudará a oferecer novos produtos com base no que já tem e com foco numa melhoria contínua. Esta será a base de uma transformação.

Na Fujifilm procuramos desenvolver soluções à medida dos negócios dos nossos clientes, considerando o tipo de negócio e, sobretudo, a cultura. O que funciona na Alemanha não funciona necessariamente em Portugal ou França. Há uma parte cultural muito importante quando se trata de administrar e desenvolver um negócio. A empatia é um ponto fundamental, pois se não tentarmos entender uma pessoa no seu campo, não há negócio, não há relacionamento, não há comunicação, não há nada. É óbvio que cada cliente, país ou pessoa tem o seu próprio ADN e deve ser tratado de forma única e exclusiva.

Falando de tecnologia, oferecemos, por exemplo, a Jetpress 750, que é uma máquina de impressão digital inkjet que, pela sua filosofia e conceito, se equipara ao actual processo produtivo e qualidade de uma impressora offset e, é mesmo designada por “offset digital”. A Revoria permite oferecer formas inovadoras de comunicação devido à sua flexibilidade e exclusividade. As cabeças de 42k que podem ser integradas em qualquer meio para imprimir dados variáveis num documento estático, também permitem que os nossos clientes entrem no mundo digital passo a passo, protegendo o Na Fujifilm procuramos desenvolver soluções à medida dos negócios dos nossos clientes, considerando o tipo de negócio e, sobretudo, a cultura. O que funciona na Alemanha não funciona necessariamente em Portugal ou França.

nico, produtivo ou empresarial, porque por melhores que sejam as ferramentas técnicas, nada pode substituir uma ideia brilhante que responde às necessidades de todos os stakeholders de um determinado projecto. O ponto positivo é que devido à diversidade das nossas soluções, podemos resolver muitas dessas ideias brilhantes. A minha missão sempre foi e sempre será, trabalhar com marcas que potencialmente compram impressão, partilham e desenvolvem soluções de comunicação que lhes permitem comunicar melhor com os consumidores finais. A ideia é vender mais, usando todos os parâmetros do ecossistema como meio ambiente, cultura do país, cross-selling, redes sociais, etc.

O meu objectivo passa por desenhar em conjunto uma solução técnica e económica que faça sentido no campo do cliente e em vários mercados considerando todos os parâmetros que o possam influenciar. Muitas vezes esquecemos que somos todos consumidores e estamos focados em tecnologia que, no final, é o menos importante. O objectivo não é competir com os nossos clientes, mas gerar uma colaboração com as empresas que potencialmente compram comunicação. Considerando os parâmetros que podem influenciar um processo, definindo-o em conjunto com o cliente ou o cliente deste, poderemos ver se o que estamos a fazer, faz ou não sentido. Instalar uma máquina com “calçadeira” nunca ajudou ninguém, pois chegará um ponto em que o pé vai doer. Temos de definir os passos que permitem realizar um negócio de forma controlada e evitar surpresas, temos que ter em mente o tipo de negócio que pode ser realizado usando o que temos, com uma visão do que podemos alcançar e, acima de tudo, que todas as partes interessadas possam beneficiar dele, para que seja um (win-win-win = w3): Eu ganho, tu ganhas e o projecto ganha! Não quero generalizar, mas simplesmente destacar uma realidade e abrir um ponto de reflexão. Mas o que fica claro é que a comunicação impressa não é uma “commodity””, mas sim um valor acrescentado.

MERCADO VISÃO intergraficas.com.pt #219 53
MERCADO ESTRATÉGIA 54 intergraficas.com.pt #219

4estratégias para uma indústria de impressão mais flexível e resiliente

Reavaliar, redefinir estratégias e reconfigurar o futuro são agora essenciais por força de eventos recentes.

Manter a operação lucrativa requer atender aos mercados tradicionais de forma eficiente e económica investindo em soluções que impulsionam o crescimento e que possam dar resposta a uma crescente procura por trabalhos de curta tiragem e com tempos de produção reduzidos.

Esta é uma oportunidade que se adapta perfeitamente à produção digital em jacto de tinta. E embora 80% dos fornecedores de serviços de impressão não tenham actualmente produção em jacto de tinta, 26% desses 80% dizem que planeiam investir em jacto de tinta, mais especificamente em jacto de tinta de folha solta (segundo dados da Keypoint Intelligence, 2021).

al como muitos outros dentro e fora da indústria de impressão, eventos recentes forçaram-nos a reavaliar, redefinir estratégias e, em muitos casos, reconfigurar para um futuro que parece muito diferente do que era à apenas um ou dois anos atrás.

Embora a indústria de impressão tenha reportado uma queda de 13% na receita em 2020, a pandemia impulsionou um aumento de 8% na quota do digital vs. Offset (segundo dados da IT Strategies).

Em muitas operações produtivas, a quantidade de trabalhos de grande e média tiragem do passado estão a diminuir, sendo substituídos por uma mistura mais diversificada de trabalhos mais curtos que exigem várias tecnologias de impressão e acabamento, assim como uma cada vez maior procura por aplicações especiais.

Embora não exista um modelo único de sucesso para integrar jacto de tinta nas operações de impressão de produção, aumentar a resiliência e proteger o investimento significa optimizar custos enquanto se automatiza tarefas redundantes e se investe em tecnologia ajustada às actuais necessidades de produção. Estar preparado para o crescimento significa complementar as tecnologias tradicionais com aquelas que fornecem recursos novos e de maior valor acrescentado. É um equilíbrio delicado e que será completamente diferente de operação para operação.

A abordagem conjunta, ou “Better Together”, reconhece a grande variedade de tecnologias de produção disponíveis para atender às necessidades da indústria de impressão e responde com uma visão aberta das soluções tecnológicas modulares e escaláveis que se vão adaptar às necessidades e objectivos de hoje e de amanhã.

intergraficas.com.pt #219 55 MERCADO ESTRATÉGIA

É uma visão holística onde a tecnologia de jacto de tinta de produção é complementar ao offset e ao digital de tinta seca, oferecendo níveis de qualidade diversificada e económica, opções de produtividade e manipulação de múltiplos suportes de impressão, tudo suportado na automação do fluxo de trabalho de forma integrada e numa coexistência perfeita.

Com tantas opções tecnológicas disponíveis, escolher a melhor para atingir os objectivos pode ser um quebra-cabeça, mas há certas estratégias que quando combinadas com jacto de tinta de produção da maneira certa podem proporcionar uma importante base para flexibilizar, potenciar crescimento e salvaguardar a proteção do investimento.

1. Optimizar Custos

Reavaliar o TCO optimizando os custos transversalmente a cada tipo de trabalho para incrementar a rentabilidade.

Exemplo disso pode passar por apurar objectivamente todos os custos escondidos que estão associados à produção de cada trabalho, para que possam ser tomadas decisões de migração de trabalhos entre diferentes tecnologias de impressão tendo por base dados concretos.

2. Redimensionar

Incrementar a flexibilidade entre os diversos equipamentos de impressão e acabamento por forma a responder aos requisitos de hoje e dando escalabilidade para amanhã.

Exemplo disso pode passar por ter em consideração quando é que a produção a jacto de tinta faz sentido criando redundância e cortando custos, redimensionando a capacidade ou optimizando a qualidade.

3. Expandir Capacidades Expanda o seu negócio oferecendo novos produtos de valor acrescentado e respondendo a novas necessidades dos seus clientes.

Exemplo disso poderá passar por entrar no mundo de novas aplicações de valor acrescentado e produzidas “on-demand”, tirando partido de formatos estendidos, efeitos especiais que combinam cores para além do CMYK ou tão simplesmente ampliando a latitude de suportes de impressão utilizados.

4. Automatizar

Aumente sua produtividade agilizando a produção, eliminando redundâncias e tarefas morosas.

Exemplo disso pode passar por simplificar tarefas de preparação como a pré-validação e imposição, direcionar os trabalhos automaticamente para a máquina de impressão mais adequada tendo em consideração as características do trabalho para que cada solução de produção possa ser utilizada onde é vantajosa ou oferecendo serviços via uma loja online simplificando e automatizando a angariação de trabalho.

Estando cientes que uma vez mais assistimos a múltiplos factores a nível global que afectam as cadeias de produção e distribuição e que tudo isto terá impactos na forma como até hoje o mercado procurava a produção de trabalho gráfico, é o momento de reavaliar posicionamentos de mercado e processos produtivos por forma a que a oferta se possa ajustar às necessidades de hoje e responder à aquilo que o mercado amanhã solicitará.

56 intergraficas.com.pt #211 MERCADO ESTRATÉGIA
Estamos cientes que uma vez mais assistimos a múltiplos factores a nível global que afectam as cadeias de produção e distribuição
A abordagem conjunta, ou “Better Together”, reconhece a grande variedade de tecnologias de produção disponíveis para atender às necessidades da indústria de impressão e responde com uma visão aberta das soluções tecnológicas modulares e escaláveis

TIRAR O MÁXIMO PARTIDO DO BRIEFING PARA ACRESCENTAR VALOR

A forma como respondemos aos briefings dos clientes é um factor importante para a construção de relações bem-sucedidas e o seu regresso com mais pedidos

N MARKETING BRIEFING 58 intergraficas.com.pt #219

ATURALMENTE, SE SEGUIRMOS À RISCA ÀS PRINCIPAIS ESPECIFI

-

DO QUE NOS É INDICADO, vamos atingir os objectivos-chave, garantindo um cliente satisfeito. Contudo, se fizermos as perguntas de follow-up adequadas após recebermos um briefing, podemos agregar mais valor e oferecer materiais impressos que conseguem re sultados muito melhores para os clientes.

CAÇÕES

Apenas um em cada sete clientes de marketing recebe, actualmente, os níveis de criatividade e consultoria que espera dos fornecedores de serviços de impressão. Os resultados mensuráveis são um factor crucial para a alocação dos orçamentos de marketing, mas um em cada três clientes não sabe como medir o sucesso das campanhas de impressão. Assim, orientar a medição de resultados tornou-se fundamental nos processos de briefing.

Isto significa adaptar a forma como abordamos o cliente, questionando-o activamente para tornar a conversa mais estratégica e focada em resultados. Dessa forma poderemos reunir mais informações importantes, para fazer o melhor trabalho possível e garantir que a impressão tem o peso que merece numa campanha e que – ainda mais importante – consegue provar isso mesmo.

1) Propósito

Só pode saber se teve sucesso se começar por definir os seus objectivos. Numa campanha de marketing, isto significa conhecer o seu propósito. O cliente deve saber o que deseja alcançar e porque está a recorrer à impressão. Assegure-se de que sabe os resultados mensuráveis que o cliente procura, e assim terá mais hipóteses de trabalharem juntos de forma eficaz, para poder ir ao encontro – e até superar – as suas expectativas.

2) Mix de materiais

É importante discutir a combinação de formatos e canais a utilizar numa campanha mais ampla e a função que cada um desempenha – web, mobile, e-mail, publicidade endereçada, outdoors e outros. Explore proativamente com o

cliente como a impressão pode interagir com os elementos online e mostre como dispositivos simples, como os códigos QR, permitem aos clientes navegar sem problemas entre os ativos impressos e os online. Isto vai ajudá-los a medir o desempenho dos elementos individuais e a ver como funcionam em conjunto.

3)

Fluxo da campanha

É importante ser capaz de ver como a campanha funciona no seu todo e entender os vários ‘pontos de contacto’ –os momentos em que se espera que o público-alvo interaja e comunique com a marca de alguma forma. Conversar sobre como a campanha está pensada no geral pode gerar novas oportunidades de impressão ao mover o cliente pelos diferentes canais.

4)

O papel da impressão

Mostre-se interessado em saber porque os clientes estão a utilizar a impressão. É para alcançar mais rapidamente o público ou para criar uma certa perceção da marca ou do produto? Utilize este conhecimento para entender o pensamento do cliente sobre a impressão no geral, e se tem perceções erradas e desatualizadas sobre a agilidade e mensurabilidade

desta. Se assim for, desafie-o e ajude-o a compreender todas as capacidades da impressão digital contemporânea.

5) Eficácia

Esteja preparado para falar de forma positiva sobre como a impressão se compara ao online para ajudar os clientes a lutar contra a fadiga digital. Afinal de contas, podem não estar cientes de que o seu impacto pode ser medido e das muitas evidências que comprovam a sua eficácia face às comunicações de marketing digital. Certifique-se de que direciona a conversa para longe do custo e em direção ao valor – lembre o cliente de que um e-mail, ainda que mais barato, não vale de muito se não tiver uma resposta, enquanto a impressão direcionada pode ser muito mais eficaz.

6) Orçamento

Pode ser estranho falar sobre dinheiro numa fase inicial, especialmente se ainda está a habituar-se a uma abordagem mais de consultoria, mas a sua criatividade fica limitada se não souber o valor disponível. Com um pouco mais de orçamento, poderá acrescentar efeitos especiais, acabamentos de alta qualidade ou elementos personalizados que podem elevar a campanha e causar grande impacto. Da mesma forma, se o orçamento não corresponder às expectativas do cliente, tenha confiança para fazer sugestões proativas sobre como o aplicar de forma mais eficaz. Isto pode, por exemplo, significar volumes de impressão menores e mais direcionados, mas de maior valor.

7) Medição de desempenho Muitos marketers lutam para medir a contribuição da impressão, mas é preciso evitar a ideia de que ela não é mensurável. Mostre ao seu cliente como pode incorporar diferentes dispositivos nos materiais impressos para medir a eficácia das campanhas. Amplie os seus horizontes para além dos códigos QR e mostre como NFC (Near Field Communication), PURLs e códigos de vouchers podem atrair consumidores para as plataformas digitais, permitindo que as interações sejam monitorizadas e novas camadas de dados sejam captadas.

intergraficas.com.pt #219 59 MARKETING BRIEFING
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Para ter sucesso devemos definir objectivos. Numa campanha de marketing é preciso conhecer o propósito. O cliente deve saber o que deseja alcançar e porque está a recorrer à impressão.

8) Personalização

O seu cliente provavelmente personalizou os elementos digitais da campanha de marketing, por isso agarre essa oportunidade para maximizar a eficácia da impressão com a personalização. Incentive-o, sempre que possível, a ir além do nome e do endereço e a utilizar os dados demográficos ou de comportamento da audiência para realmente individualizar os elementos impressos. Níveis mais sofisticados de personalização vão causar um impacto muito maior e aumentar realmente o ROI da campanha.

9) Fazer um esforço adicional Durante o briefing, é quase certo que terá ideias que farão com que a impressão resulte melhor para o cliente, porque aumentarão a resposta. Não tenha medo de sugerir proativamente formas de aumentar o impacto visual e tátil, por exemplo com diferentes acabamentos, formatos ou materiais. O seu cliente provavelmente não está ciente de todas as opções, pelo que lhe cabe a si inspirá-lo e mostrar como um pouco de esforço extra pode render lucros maiores.

Durante o briefing, é quase certo que terá ideias que farão com que a impressão resulte melhor para o cliente, porque aumentarão a resposta.

10) Visão a longo prazo Pense mais além do trabalho que tem em mãos e faça perguntas sobre campanhas futuras, para mostrar que pretende uma parceria a longo prazo. Mostre interesse genuíno nos negócios e objetivos do cliente, além do briefing atual, e que está focado em ajudá-lo a alcançar resultados comerciais mensuráveis através da impressão.

Ao desenvolver este estilo mais aberto e atencioso nas reuniões de briefing com os clientes, aumentará as hipóteses de produzir impressões com resultados e contribuição activa para as campanhas. Ao aprender a questionar os briefings, poderá abrir os olhos dos clientes para um novo potencial de impressão, mostrar como ela pode ser medida e consolidar relações positivas e lucrativas.

60 intergraficas.com.pt #219 MARKETING BRIEFING
O seu cliente provavelmente personalizou os elementos digitais da campanha de marketing por isso agarre essa oportunidade para maximizar a eficácia da impressão com a personalização

A logística de chapas de impressão “Plate to Unit” totalmente automática torna a tecnologia offset ainda mais atraente para a produção industrial de tiragens pequenas.

SAXOPRINT PRODUÇÃO 62 intergraficas.com.pt #219
Gráfica online SAXOPRINT produz quase de forma autónoma com as soluções HEIDELBERG

As gráficas online estão a sentir sinais de recuperação, com as encomendas a voltar a um nível satisfatório neste sector. Muitas empresas usaram os meses mais tranquilos da pandemia para optimizar os seus processos internos e progredir ainda mais na digitalização das suas operações. Por conseguinte, as gráficas online estão a liderar o sector dos media impressos quando se trata de padronização e automatização dos processos – desde portais web para impressão até a entrega de produtos acabados. Para lidar com grandes volumes de impressão de forma confiável, estas gráficas devem atender a necessidades particularmente altas em termos de produtividade e processos estáveis e totalmente integrados – tanto nas interfaces com os clientes como na produção de produtos impressos. Para além disso, o serviço e o aspecto intimamente relacionado com a satisfação do cliente agora têm um peso maior do que nos primeiros anos deste modelo de negócios.

A eficácia geral do equipamento (OEE) e o custo total de propriedade (TCO) também são cruciais, a longo prazo, para a obtenção de lucro nos negócios. A SAXOPRINT GmbH, com sede em Dresden e uma das empresas europeias líderes neste segmento de mercado, não é excepção. Emprega cerca de 500 funcionários e lida com cerca de 4.500 trabalhos de impressão por dia – trabalhos comerciais, embalagens e publicidades – cuidando de todas as etapas, desde a entrada da encomenda até ao seu envio.

A partir da sua fábrica em Dresden, a SAXOPRINT atende aos mercados alemão e europeu.

Parceria com a HEIDELBERG impulsiona inovações

Quando se trata da produção de produtos impressos, a SAXOPRINT desfruta de uma longa parceria com a Heidelberger Druckmaschinen AG (HEIDELBERG) que inclui investimento contínuo nas mais recentes soluções de automatização e no conceito Push to Stop. Como cliente-piloto de inúmeras inovações da HEIDELBERG, a empresa fornece regularmente um impulso vital de desenvolvimento relativamente à aplicação prática de soluções. Por exemplo, está entre os clientes-piloto do Plate to Unit, o sistema de logística de chapas de impressão totalmente automático que a HEIDELBERG apresentou ao público, em conjunto com a última geração Speedmaster XL 106, em estreia mundial no outono de 2020. A SAXOPRINT também mudou, agora, a sua produção para o fluxo de trabalho Prinect da HEIDELBERG, lançando assim as bases para uma produção de impressão totalmente integrada e automatizada.

“A SAXOPRINT visa a liderança de preços no sector da impressão online.

Queremos oferecer aos nossos clientes o melhor preço, combinado com alta qualidade confiável”, afirma o Director Geral da empresa, Klaus Sauer. “A longo prazo, isto só é possível automatizando totalmente toda a nossa cadeia de valor, e isto tornará realidade a visão de uma sala de impressão autónoma. A integração do fluxo de trabalho e o novo sistema Plate to Unit são marcos importantes no caminho para atingir este objetivo, e a HEIDELBERG é um parceiro importante nesse sentido”, acrescenta.

A Saxoprint mudou a produção para o fluxo de trabalho Prinect da Heidelberg, passando para uma produção de impressão integrada e automatizada

intergraficas.com.pt #219 63 SAXOPRINT PRODUÇÃO
Quando se trata da produção de produtos impressos, a Saxoprint desfruta de uma parceria de longa data com o gigante Heidelberger Druckmaschinen

“A pressão crescente em termos de custos e concorrência está entre os grandes desafios enfrentados pelos nossos clientes. A melhor maneira de lidar com isto é melhorar a produtividade do processo de produção. Em muitas áreas da impressão offset – ou seja, nosso core business tradicional – o potencial de automatização também está longe de se esgotar”, revela Ludwin Monz, CEO da HEIDELBERG. “Em estreita colaboração com clientes como a SAXOPRINT, estamos a manter a nossa liderança em tecnologia, aumentando a competitividade dos nossos clientes e progredindo de forma mais rápida e direcionada na preparação de soluções de automatização para o mercado”, enfatiza.

Plate to Unit – mais um marco no conceito Push to Stop a caminho das salas de impressão autónomas

O Plate to Unit permite a logística de chapas de impressão totalmente automática. Por outras palavras, o processo de disponibilização de chapas de impressão na máquina de impressão e a remoção das mesmas é quase totalmente automatizado. Guiados por sistemas de assistência inteligentes, os operadores só precisam intervir quando realmente for necessário. Em termos de equipamento, a HEIDELBERG preenche assim uma lacuna importante no caminho para a produção de impressão autónoma. As gráficas que já operam em escala in-

dustrial, como as gráficas online, com um número particularmente grande de pequenas tiragens, podem rapidamente deparar-se com mais de dez mudanças de trabalho por hora. Isto também significa uma alta carga de trabalho para os operadores, que estão em falta devido à actual escassez de pessoal qualificado. Mesmo sem qualquer intervenção do operador, o Plate to Unit possibilita alcançar uma produtividade consistentemente alta e, desta forma, uma melhor eficácia geral do equipamento (OEE). Também alivia a tensão dos operadores e garante um processo confiável e estável com o menor tempo de inactividade na produção.

“A mudança de chapas são uma parte particularmente trabalhosa do processo de impressão e o nosso sector também é muito afectado pela escassez de mão-de-obra qualificada. Com o Plate to Unit, alcançamos elevada produtividade mesmo em tiragens pequenas. Também eliminamos em grande parte o risco de danificar as chapas, o que torna o processo ainda mais estável e fácil de planear”, diz Sauer.

O fluxo de trabalho Prinect é um aspecto fundamental na fiabilidade do processo

O processamento correcto dos dados recebidos é um factor-chave para garantir que o processo funcione sem problemas. O fluxo de trabalho Prinect é usado para

planear a sequência de tarefas do Plate to Unit. O Prinect Scheduler, uma ferramenta de planeamento digital, analisa os dados recebidos para determinar a melhor sequência com base em critérios como espessura e formato do papel, cobertura de tinta e layout da dobra. As chapas de impressão são, então, gravadas de forma totalmente automática na linha de produção Suprasetter.

Graças ao Prinect Plate Pilot, o CtP Suprasetter produz as chapas de impressão na sequência correcta para o processo de impressão e coloca-as no trolley de chapas que é então transportado para o sistema Plate to Unit. Cada chapa tem um código QR exclusivo de modo a que este sistema, controlado por sensor, possa disponibilizar a chapa certa na corpo de impressão certo no momento certo. Durante este processo, o contacto é feito apenas sobre o lado das chapas que não foi gravado. Isto elimina em grande parte o risco de vincos ou arranhões na chapa, e os tempos de inactividade são ainda mais reduzidos.

“Com o Plate to Unit, estamos a levar o desenvolvimento da gráfica inteligente a um nível totalmente novo, preenchendo uma grande lacuna de automatização, tornando a impressão offset ainda mais atraente para a produção industrial de tiragens pequenas. Com quase 200.000 mudanças de chapas, na SAXOPRINT, durante a fase piloto, o sistema forneceu a prova impressionante de ter a robustez necessária para a operação diária. Como parte do nosso diálogo contínuo com a equipa da SAXOPRINT, fizemos melhorias específicas no Plate to Unit antes do recente lançamento da produção em série”, explica Rainer Wolf, chefe de gestão de produtos Sheetfed na HEIDELBERG.

SAXOPRINT instala agora segundo sistema Plate to Unit Com base na sua experiência muito positiva nos últimos meses como cliente-piloto do Plate to Unit, a SAXOPRINT decidiu investir num sistema adicional, em conjunto com uma nova Speedmaster XL 106-8-P. A instalação já está em andamento e o arranque da máquina está iminente. “O Plate to Unit é um virar de página para nós. Esperamos que esta tecnologia se torne padrão na nossa empresa a médio prazo”, resume Sauer.

64 intergraficas.com.pt #219
SAXOPRINT PRODUÇÃO
66 intergraficas.com.pt #219 ENTREVISTA OLEGÁRIO FERNANDES
“Os clientes são cada vez mais exigentes, procuram novidades e existe uma pressão para ir de encontro às suas necessidades”
Ana
Baeta e Duarte Sousa, administradores da Olegário Fernandes

“SÃO OS CLIENTES QUE NOS DESAFIAM A EVOLUIR”

Fez 100 anos, celebrou a data e continua a investir em novas áreas de produção no mercado de embalagem, rótulos e etiquetas adesivas. Depois das couvetes seguem-se os sleeves. Ana Baeta e Duarte Sousa, administradores, contam nesta entrevista os planos da Olegário Fernandes, uma empresa que quer continuar a ser uma referência para os seus clientes.

AOLEGÁRIO FERNANDES FEZ 100 ANOS EM 2022. COMEMORAR ESTA DATA ACABA POR TER UM CERTO “PESO”, POR OBRIGAR A DAR CONTINUIDADE A UM PROJECTO DE SUCESSO E DE REFERÊNCIA?

Em Junho de 2022 a empresa celebrou 100 anos e nós, que estamos na administração, queremos dar continuidade à empresa, implementar as mudanças necessárias e ter uma nova visão para o futuro já que existe, claramente um “peso” de conseguir que a empresa continue a ser um exemplo e uma referência na sua área de negócio. Sentimos essa responsabilidade e trabalhamos para que o futuro seja positivo.

HÁ ALGO QUE MUDA, DENTRO DE UMA EMPRESA QUANDO SE COMEMORA ESTA DATA?

Não, o que fazemos, é continuar a apos-

tar na área em que a Olegário Fernandes se especializou e que é a área da embalagem, onde se inclui embalagens em geral, as caixas contra coladas, as bulas médicas, etiquetas autoadesivas, rótulos, material de embalagem, etc.

Neste momento queremos especializar-nos cada vez mais, dando continuidade ao projecto já existente e oferecendo novas soluções de embalagem aos nossos clientes de acordo com aquilo que precisam e nos vão pedindo.

OS CLIENTES ESTÃO CADA VEZ MAIS EXIGENTES? PROCURAM MAIS INOVAÇÃO?

Os clientes são cada vez mais exigentes, procuram mais novidades e neste sentido, existe uma pressão constante para que consigamos ir ao encontro das necessidades. Temos um conjunto de clientes que já está connosco há vários anos e depois vão surgindo todo um leque de clientes recentes que chegam todos os anos para trabalhar connosco.

Podemos afirmar que, são os clientes que nos desafiam a evoluir!

Entre os nossos clientes estão diversas empresas da indústria farmacêutica, alimentar e química com os produtos de higiene. Na indústria farmacêutica, que é muito exigente, existe alguma estabilidade nas relações sobretudo por causa do tipo de produtos, já que esta é uma área em que não contamos com grandes alterações ou inovação. A indústria farmacêutica começou a ter mais atenção à questão da sustentabilidade e passou a procurar trabalhar materiais sustentáveis e matérias primas FSC ou PEFC, ou mesmo, por exemplo, papéis reciclados.

AS EMPRESAS INTERNACIONAIS QUESTIONAM MAIS O VOSSO PROCESSO PRODUTIVO?

As empresas que são de cariz internacional pedem que cumpramos normas e processos e, temos obviamente de responder a questionários no sentido de saber se podemos ser fornecedores homologados. Pedem nos também evidências e garantias de tintas. Trabalhamos por garantia, o que significa que o cliente não vai inspecionar os materiais usados mas somos responsáveis pelo cumprimento das certificações e homologações.

ISTO OBRIGA-VOS A ESTAR MUITO ATENTOS E, A ANDAR UM POUCO À FRENTE DO MERCADO, SENDO REFERENCIA PARA OUTRAS EMPRESAS...

Sim, e traz nos uma maior exigência porque sabemos que temos de andar sempre a à frente. É sempre um trabalho difícil mas faz parte da filosofia da empresa. Com a devida humildade impomos a procura pelas melhores soluções mas sabemos que existem outros fornecedores do mercado de grande nível e qualidade.

intergraficas.com.pt #219 67
ENTREVISTA OLEGÁRIO FERNANDES

O QUE É QUE MUDOU DESDE QUE A OLEGÁRIO FERNANDES TEM O SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO TOTALMENTE AUTOMATIZADO?

Isso é algo fundamental porque hoje em dia trabalhar com um software de gestão e ter um processo perfeitamente automatizado faz toda a diferença. O que mudou a partir do momento em passámos a ter o processo produtivo totalmente automatizado, é que deixámos de ter aquilo que designávamos como “artes”, em que tínhamos várias pessoas muito experientes que sabiam fazer a cor e todos os truques possíveis mas nada era reprodutível uma segunda vez. Tudo isso acabou e começámos a trabalhar com normas e standarts e hoje temos um novo tipo de impressor. Hoje, os impressores têm os processos sob controlo, contam com um laboratório de tintas, têm medidores da cor, e isto tudo passou a ser standartizado e feito por um software e tecnologia de ponta que garante segurança e qualidade.

Investimos muito nos softwares de pré impressão, na automatização de todos os workflows necessários na preparação do trabalho e investimos também na standartização da cor.

Trabalhamos muito junto dos clientes para que estes percebam a tolerância de cor, da nossa indústria de modo a que não depende do olho de cada um e do erro humano.

Todo este controlo da cor, softwares da pré-impressão, definição dos perfis, parâmetros sob controlo dos vários equipamentos, com a medição da cor em tempo real nas máquinas de impressão e depois nos espectrofotómetros, permite também que haja alguma salvaguarda junto dos clientes, caso se verifique alguma reclamação relacionada com a cor. Temos feito um grande esforço nestas áreas junto dos clientes e, por vezes, há uma espécie de “educação” sobre o assunto já que todos acabamos por aprender mais e isso reflecte-se depois no resultado final.

No primeiro impacto os clientes não entendem muito bem mas com a continuação e explicação dos passos do processo todos acabam por perceber a vantagem. Já temos clientes que eles próprios compraram espectrofotómetros para poderem ler a cor.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE CONTAREM COM UM SOFTWARE DE GESTÃO?

Este software da Sistrade permite que tenhamos uma gestão mais controlada e integrada. Gestão de cor, pré-impressão, máquinas, tudo é controlado.

Temos monitores de seguimento que levam os departamentos a fazer o melhor possível. Desde a entrada do orçamento, temos tudo interligado, ordem de fabrico dos clientes, web center que vai para a pré-impressão e a partir daí encaminha o trabalho, faz as chapas automaticamente, determina os perfis, decide o papel, etc.

Para manter a competitividade isto é fundamental. Cada vez mais os clientes querem integrar-se connosco. Temos uma plataforma onde os clientes colocam o trabalho, leem a prova, fazem alterações e sabem onde está o trabalho. Isto permite que o cliente rastreie o seu trabalho, o que é mesmo uma mais valia para todos.

Desenvolvemos muito o planeamento, trabalhamos com o software da Sistrade há vários anos. Na verdade, arrancámos em 2015 com o módulo de planeamen-

to da Sistrade e fomos adquirindo os restantes pelo facto de ser essencial ter uma gestão integrada. Mesmo que no início tenhamos sentido alguma resistência, com o tempo ficou claro que ter um software de gestão é hoje essencial para qualquer empresa que queria estar no mercado de uma forma competitiva.

A OLEGÁRIO FERNANDES TEM MUITOS

CLIENTES INTERNACIONAIS, MAS A MAIORIA VEM DE FORMA INDIRECTA? A EMPRESA ESTÁ PREPARADA PARA PASSAR A TRABALHAR DE FORMA DIRECTA COM CLIENTES DE OUTROS PAÍSES?

Temos muitos clientes internacionais mas a maioria surge de forma indirecta. Não é fácil trabalhar de forma directa com alguns clientes porque é preciso ter uma estrutura muito bem organizada e “oleada”. É claro que, se uma empresa como a nossa tiver um softaware de gestão, que conte com uma plataforma que possa oferecer aos clientes a possibilidade destes enviarem os seus ficheiros, poderem corrigir, observar a prova, fazer alterações e saber em que ponto está o seu trabalho, então a localização da empresa, o país onde está, por exemplo, já não é importante, desde que o resultado final seja de qualidade e o serviço corresponda às expectativas. É claro que temos também de ter em consideração a distância e a logística da entrega, já que este é um factor que tem peso no valor final da produção.

Já tivemos algumas experiências com clientes para quem vendíamos de forma directa, sobretudo na Galiza mas, pelo facto de tudo vir até à empresa de uma forma física, havia uma maior morosidade no processo.

ENTREVISTA OLEGÁRIO FERNANDES 68 intergraficas.com.pt #219
Uma empresa como a nossa tem de ter um bom software de gestão e oferecer uma plataforma de trabalho

Actualmente 5% na nossa facturação tem origem em Espanha mas gostaríamos, obviamente de fazer crescer este número.

A OLEGÁRIO FERNANDES TEM UM NOVO ARMAZÉM. QUAL O OBJECTIVO QUE LEVOU À CONSTRUÇÃO DESTE NOVO ESPAÇO?

A construção deste novo armazém foi feita a pensar no armazenamento de papel, para acondicionamento das bobines, para separar as linhas de produção. Contamos assim com três unidades físicas separadas, passamos a ter colaboradores e máquinas em locais distintos. No fundo, trabalhamos como se tivéssemos três fábricas e vamos ter ambientes separados por áreas. Ao avançarmos com esta construção, equacionámos as vantagens e, por isso, tomámos esta decisão.

O QUE É QUE DISTINGUE A OLEGÁRIO FERNANDES DE OUTRAS EMPRESAS QUE ACTUAM NA MESMA ÁREA DE ACTIVIDADE? QUAIS AS CARACTERÍSTICAS QUE CONSIDERAM MAIS RELEVANTES PARA O FACTO DA OF SER UMA REFERÊNCIA NO MERCADO?

Os clientes trabalham connosco por diferentes razões. Depois do factor preço que todos os clientes procuram, sabemos que muitos gostam de trabalhar com a Olegário Fernandes porque somos um fornecedor que oferece caixas e as bulas

médicas, no caso das farmacêuticas, ou na área do vinho, porque trabalhamos as embalagens e as etiquetas. Este facto faz com que o cliente saiba que na Olegário Fernandes encontra resposta a um conjunto de serviços que precisa, tendo tudo no mesmo fornecedor.

O preço, serviço, prazo de entrega e qualidade, são eixos que dificilmente encontramos em qualquer empresa porque para que possamos oferecer tudo isto, temos de ter uma estrutura devidamente preparada e um investimento considerável, o que não é fácil de conseguir.

Nos últimos anos todos os clientes tentaram baixar preços mas com esta crise de materiais, passaram a ter uma outra percepção das prioridades.

Nos últimos meses, sobretudo devido a alguma escassez de matéria-prima, o mercado está um pouco diferente e, tudo aquilo que os clientes querem agora é ter quem lhes dê resposta pronta à impressão dos seus produtos. No entanto, sabemos que clientes de alguma dimensão valorizam empresas que estão no mercado há muitos anos e que têm

experiência e know-how porque isso lhes dá confiança na boa condução do processo e resultado final dos seus trabalhos.

É claro que a subida do preço do papel e cartão coloca questões muito pertinentes e leva os clientes a procurarem novas soluções e, sobretudo, a estarem ainda mais atentos para as questões da sustentabilidade.

E nós, como fornecedores, temos de estar igualmente despertos para as tendências do mercado, tentando antecipar necessidades para oferecer novas possibilidades dentro do mercado de embalagens, rótulos e etiquetas.

DA PARTE DA OF EXISTE ALGUM PROJECTO QUE PASSE PELA OFERTA DE UMA PLATAFORMA WEB-TO-PRINT AO MERCADO?

Não, mas estamos a ponderar embora a nossa gestão tenha de estar preparada para gerir essa área de negócio.

O conceito de gestão também é diferente e passamos de tiragens de milhões para quantidades mínimas. É claro que também o planeamento acaba por ser muito diferente. Não é algo que não seja possível a breve prazo, mas é um tipo de negócio totalmente diferente e que implica outra tecnologia, pelo que terá de ser muito bem analisado.

EM TERMOS DE NOVOS PROJECTOS O QUE É QUE A OF TE VINDO A DESENVOLVER?

Estamos a desenvolver a área de produção de couvetes e vamos apostar na produção de sleeves, sobretudo nos detergentes onde já estamos e mesmo nos sumos e outros produtos.

Esta aposta permite-nos crescer em outras áreas e oferecer aos clientes aquilo que nos podem. Ultimamente estamos muito focados na automatização do processo produtivo, contando com menos mão de obra mas podendo facturar mais, de forma a poder retribuir melhor os nossos colaboradores.

Hoje a mão de obra escasseia e temos por obrigação dar as melhores condições de trabalho e oferecer salários justos ou mesmo acima da média. Quando as pessoas se sentem motivadas dentro da empresa, todo o processo flui e isso deixa-nos muito satisfeitos.

ENTREVISTA OLEGÁRIO FERNANDES intergraficas.com.pt #219 69
Contamos com três unidades físicas separadas, com papel, máquinas e colaboradores em locais distintos
Estamos a desenvolver a área de produção de couvetes e vamos apostar na produção de sleeves, sobretudo nos detergentes onde já estamos e nos sumos e outros produtos

OLEGÁRIO FERNANDES

Uma jovem Empresa Centenária

AHISTÓRIA DE UMA EMPRESA é como o relato de uma caminhada que se inicia com uma meta no horizonte, e que no seu percurso vai trilhando caminhos por vezes ásperos, e muros que terá de transpor. E, sem uma pausa de alento, prosseguir, sem limites nem restrições, e insistir, mesmo quando a montanha que tem pela frente pareça intransponível.

O honroso convite que me foi dirigido para estar presente no evento comemorativo do Centenário da Olegário Fernandes, trouxe-me à lembrança um João Baeta ainda jovem, desde quando, vai para mais de 50 anos, o conheci como o novo proprietário daquela pequena tipografia de então. Depois do primeiro encontro, as nossas relações como parceiros de negócio estreitaram-se tanto a nível empresarial como pessoal.

Nas minhas visitas periódicas, vi-o sempre cheio de entusiasmo, enfrentando a responsabilidade assumida, com o desejo de tornar aquela pequena gráfica

“Espreitar a ocasião, agarrá-la com audaz habilidade e aproveitá-la com perseverança enérgica: eis as condições para o êxito.”

W.L. Phelps

no pilar da sua vida pessoal e profissional. Sempre predisposto a maximizar conhecimentos de um sector de actividade que praticamente desconhecia, e a diferenciar-se a pouco-e-pouco do comum, tanto pela sua capacidade de visão superior, como pela gestão dos parcos recursos da Empresa, reinventando-a dia-após-dia, visando a necessidade de colocá-la num patamar diferente da generalidade, denunciava o propósito de alcançar êxito, mesmo aceitando os riscos.

A mudança, entretanto, da Rua do Benformoso para Belas foi um salto qualitativo, acrescentando uma nova dimensão espacial para o seu crescimento.

Foi um salto da miragem sonhada para a realidade objectiva, do imaginário para

o tangível. Mudança que se tornou um factor positivo para o desenvolvimento de novos projectos, que vieram a destacar a capacidade de gestão e grau de dinamismo dos protagonistas responsáveis da Empresa, cuja vontade expressa na sua expansão reflete um verdadeiro desafio empresarial de futuro. Desafio que espelha a ética e o modo de pensar a empresa, sempre na busca permanente pelas soluções ideais.

As últimas cinco décadas decorreram céleres, não sem algumas dificuldades, mas sempre com uma maior implantação e novas iniciativas em várias áreas de acção, para que muito contribuíram uma esposa participativa, a filha e o genro.

A integração da filha, Ana Cristina Baeta, licenciada em Gestão, e do genro, Duarte Sousa, licenciado em Engenharia Química Industrial e com um MBA em Gestão, acrescentando um todo coeso a gerir com eficiência os activos da empresa e a actividade desta, para além do seu contributo para a afirmação do prestígio que a empresa goza, constituem uma garantia de confiança na continuidade duradoura da Olegário Fernandes.

É, com efeito, impressionante o seu longo historial desde o seu início até aos nossos dias. Ao percorrê-lo, sobretudo nos últimos 54 anos, fica-se com a ideia de como foi duro e laborioso o caminho que teve de percorrer até alcançar o êxito.

O seu capital principal, para além de uma história centenária, que constitui uma sólida base para ter confiança no futuro, é o espírito empresarial de empresa familiar independente, com uma excelente reputação, graças aos seus produtos e serviços.

Também a modéstia é uma das virtudes que caracteriza o clã Baeta. Simples na sua natureza, dando curso a um certo espírito magnânimo e de respeito pelo próximo, não estabelecendo qualquer distinção entre o empresário e o colaborador, ou o fornecedor.

Neste ano marcante em que a Empresa inicia um novo ciclo de vida a caminho dos próximos 100, sob a denominação Olegário Packaging & Labels, aos meus parabéns pela efeméride, junto os meus votos para que prossiga sem esmorecimento a conquistar novos êxitos, e tão relevante como até agora!

70 intergraficas.com.pt #219 100 ANOS OLEGÁRIO FERNANDES

UM FORTE S NAL

na direção da publicidade impressa

MERCADO DE PAPEL 72 intergraficas.com.pt #219

Com este passo, o gigante retalhista alemão responde à situação actual do mercado do papel e garante um fornecimento fiável e sustentável de papel para as suas cadeias de supermercados Lidl e Kaufland, que pertencem ao Grupo Schwarz. Com uma produção anual de 500.000 toneladas, o fornecimento de papel deixou de ser um problema.

O anúncio da cadeia DIY OBI e do REWE Group, um dos maiores distribuidores de supermercados da Alemanha, de que acabariam completamente com os folhetos publicitários no futuro, levou a discussões acaloradas no sector da publicidade, mas também na indústria de impressão, e colocou os produtos publicitários sobre pressão. É, portanto, ainda mais surpreendente que o Grupo Schwarz, com as suas marcas de retalho Lidl e Kaufland, tenha reagido de forma completamente oposta à situação actual do mercado do papel e tenha acrescentado ao seu portfólio uma fábrica de papel própria. Além da segurança de abastecimento, a empresa também deu um forte e positivo sinal na direcção da publicidade impressa com este passo.

Reestruturação da Stora Enso ganhou forma em março de 2022

O grupo de papel escandinavo Stora Enso anunciou uma mudança estratégica que o faria vender quatro de seus cinco locais de produção de papel existentes. A empresa vê as suas oportunidades de crescimento de longo prazo mais em produtos renováveis, em embalagens, soluções de construção e biomateriais.

“Estamos muito satisfeitos com o acordo com o Grupo Schwarz, pois cumpre o nosso objectivo de garantir um futuro de longo prazo para Maxau e para os seus funcionários. Continuaremos o processo de venda para as três unidades de papel restantes, Nymölla, Hylte e Anjala”, afirmou Seppo Parvi, CFO e chefe da divisão de papel da Stora Enso, em setembro passado. Dois dias depois veio o anúncio de que a fábrica de papel em Nymölla seria vendida para a Sylvamo, fabricante norte-americana de papéis não revestidos, com o objectivo de expandir a sua presença internacional.

O comprador da fábrica de papel em Maxau, na Alemanha, é a Schwarz-Produktion, a marca testa de ferro, sob a qual o Grupo Schwarz combinou todas as suas operações de produção. Mais de 4500 colaboradores produzem alimentos, bem como embalagens e materiais sustentáveis para o Lidl e a Kaufland. A compra da fábrica de papel destina-se a garantir o fornecimento a longo prazo de papel ecologicamente sustentável para as cadeias de retalho Lidl e Kaufland. O papel produzido na Maxau é reciclável e biodegradável, em linha com o compromisso de sustentabilidade de todo o Grupo. Resíduos de papel já são matéria-prima fundamental para a produção de papel em Maxau.

Foco na segurança do abastecimento

A empresa deverá valer cerca de 210 milhões de euros. A transação deve ser concluída, o mais tardar, até o início de 2023. A Schwarz planeia continuar a produção de papel supercalandrado (SC) no local e também assumirá os 440

funcionários da fábrica. “A Schwarz Production está a posicionar-se ainda mais amplamente com a compra da fábrica de papel em Maxau. É particularmente importante que garantamos o fornecimento de produtos e materiais sustentáveis para as divisões de distribuição do Grupo Schwarz”, sublinha Jörg Aldenkott, CEO da Schwarz-Produção. “A ligação logística, a utilização predominante de papel reciclado, a ampla independência energética bem como a competência profissional dos colaboradores foram determinantes para a decisão de investir na Maxau.”

As três fábricas de plásticos e reciclagem existentes também se enquadram no conceito de sustentabilidade da empresa. Elas são uma componente central de um ciclo especial de materiais PET. Neste, os corpos das garrafas PET são produzidos predominantemente com material 100% reciclado.

Para a Schwarz-Produktion, a compra da fábrica de papel em Maxau é, por um lado, um alicerce central no caminho para uma economia circular e, por outro, uma forte afirmação do sector de distribuição alimentar que a impressão continuará a desempenhar um papel no mix de media desta indústria altamente competitiva.

intergraficas.com.pt #219 73 MERCADO DE PAPEL
Um grupo a que pertence a cadeia de supermercados Lidl acaba de comprar a sua própria fábrica de papel e garantir
assim que continua a manter a publicidade impressa que tanto o caracteriza.
A compra da fábrica de papel destina-se a garantir o fornecimento a longo prazo de papel ecologicamente sustentável para as cadeias de retalho Lidl e Kaufland

da Canon,

imagePRESS V 1000 a nova referência de impressão

A Canon Europa tem uma nova aposta na impressão de produção com a impressora digital a cores de folha cortada, a imagePRESS V1000. Em Portugal a imprensa teve direito a apresentação e viu ao vivo todas as inovadoras capacidades do equipamento. A imagePRESS V1000 foi concebida “a pedido”, para responder às novas exigências dos profissionais de impressão.

ão se trata de um novo modelo mas sim de uma geração nova.” É desta forma que a Canon apresenta a imagePRESS V1000, que traz consigo uma nova perspectiva de abordagem ao mercado. Apesar do sector de produção de impressão está a viver um crescimento médio de 4, 1% desde 2018 até 2023, a pandemia obrigou a optimizar processos internos, rever prazos, analisar custos, rever stocks, automatização, equipas renovadas e sobretudo, contar com equipamentos mais flexíveis e produtivos para responder a novas oportunidades que surgem no mercado.

NDurante os anos da pandemia, a multinacional não ficou parada e foi ouvir os profissionais de impressão e os seus desafios, tendo desenhado um equipamento que integra funcionalidades tecnológicas e atributos de desempenho que deram origem a esta nova geração na evolução da família imagePRESS. Devido a todos estes recursos, a imagePRESS V1000 oferece qualidade consistente e fiabilidade com tempos de operação maximizados, para aumentar a capacidade de produção e a oferta de aplicações de impressão.

A imagePRESS V1000 eleva a produtividade das empresas, ao ser capaz de lidar com uma ampla variedade de

IMPRESSÃO DIGITAL 74 intergraficas.com.pt #219
QUALIDADE MELHORADA POUPANÇA DE TEMPO IMPRESSÃO MAIS RÁPIDA

materiais e dar resposta às necessidades dos clientes. Carlos Marçal, gestor de produto da Canon Portugal fez a apresentação à imprensa, destacando elementos inovadores que ajudam as empresas que procuram uma impressão de produção a trabalhar melhor, de forma mais rápida e com mais alcance, para oferecerem produtos mais criati -

vos aos seus clientes. “Com estas novas funcionalidades as empresas de impressão, percebem que a imagePRESS V1000 consegue dar resposta a maior variedade de trabalhos de impressão e cumpre prazos ainda mais exigentes. Ao garantir uma alta produtividade de forma consistente e incorporar mais automação e uma óptima qualidade de impressão com uma mínima intervenção humana, os operadores podem dar mais assistência aos seus clientes e ter mais tempo para se focar em cada trabalho.”

Este novo equipamento imagePRESS V1000 oferece flexibilidade, aceitando diversas aplicações, permite formatos interessantes e conta com uma capacidade de papel mais ampla. Com inúmeras funcionalidades inovadoras pensadas para facilitar a vida dos operadores e maximizar o potencial criativo e comercial, a Canon considera que este é o investimento ideal para os fornecedores de impressão que querem ter um equipamento digital robusto e fiável que permita resultados diários, independentemente do trabalho de impressão que é pedido pelos clientes

A Canon considera que este é o investimento ideal para os fornecedores de impressão que querem ter um equipamento digital robusto e fiável que permite resultados diários.

intergraficas.com.pt #219 75 IMPRESSÃO DIGITAL
Flexibilidade, formatos interessantes e ampla capacidade de papel

V1000,

Entre as características que mais de destacam nesta impressora, está o nível de produtividade e o facto de poder lidar com uma ampla variedade de materiais.

No design da imagePRESS V1000, a sustentabilidade foi tida em conta em todos os momentos e se, por exemplo, os materiais na unidade de alimentação não corresponderem às configurações, o trabalho pode ser interrompido antes da impressão, o que resulta numa redução de desperdício, consumo de energia e emissões de CO2. A Unidade de detecção opcional para o motor, faz ajustes de registo da frente para o verso em tempo real, reduzindo a necessidade de reimpressões. Por outro lado, ao utilizar os controladores PRISMAsync ou EFI Fiery, os operadores podem verificar todos os detalhes do trabalho de impressão, incluindo a qualidade, e fazer alterações em tempo real na interface de utilizador antes de pressionar o botão de impressão, eliminando ainda mais erros de impressão desnecessários. Construída para lidar com as aplicações mais inovadoras numa ampla variedade de tipos e pesos de materiais a velocidades de 100 páginas por minuto, a imagePRESS V1000 permite que os profissionais de impressão produzam uma maior variedade e volume de trabalhos com rapidez, sem comprometer a qualidade ou a produtividade.

A velocidade de 100 páginas por minuto permite que os profissionais de impressão produzam maior variedade e volume

imagePRESS V1350, nascida para a produtividade

A imagePRESS V1350 oferece elevada produtividade na classe de impressoras de produção de toner a cores, com uma velocidade máxima de 135 páginas por minuto, gere volumes mensais de até 2.4 milhões de páginas A4 com uma vida útil de 72 milhões de páginas A4, graças à sua construção

industrial. A inclusão de um mecanismo de alimentação a vácuo, o trajecto de transporte de papel mais plano, a unidade avançada Print on Demand-Surface Rapid Fusing (POD-SURF) e o sistema de arrefecimento integrado suportam períodos longos e contínuos de impressão de alta qualidade, em alta velocidade e sem congestionamentos de papel, permitindo que os fornece -

76 intergraficas.com.pt #211
No design de imagePRESS
IMPRESSÃO DIGITAL
a sustentabilidade foi tida em conta e e se os materiais na unidade de alimentação não corresponderem às configurações, o trabalho pode ser interrompido

dores de serviços de impressão realizem os trabalhos rapidamente e sem compromisso. A qualidade de offset é um dado adquirido para a V1350 e mantém-se desde a primeira à última folha de cada trabalho, independentemente da dimensão da tiragem. O sistema de correção de cores Multi-D.A.T. preserva automaticamente a estabilidade das cores, mesmo durante o funcionamento contínuo, enquanto o Sensor Espectrofotométrico integrado automatiza ajustes de cores com precisão quando necessário. A V1350 foi pensada para a produção de aplicações de impressão de alta qualidade, como brochuras, folhetos, correspondência e cartão de alta qualidade, e oferece a mais elevada precisão da sua classe no registo frente e verso (0.5 mm), graças às suas tecnologias de registo avançadas. Suportando a mais ampla faixa de peso de materiais (60gsm-500gsm) de uma impressora de toner a cores, bem

como uma ampla selecção de tipos de papel, ncluindo em relevo e sintético,, e oferecendo total compatibilidade com a vasta gama de equipamentos de acabamento in-line da Canon e de parceiros de tecnologia líderes, a imagePRESS V1350 permite que os PSPs ofereçam aos seus clientes tiragens em digital de qualquer dimensão numa enorme variedade de produtos de impressão.

A Canon conta ainda com a Série imagePRESS V900, um equipamento que permite flexibilidade de aplicações e é ideal para gráficas que produzem volumes mensais de até 500.000 páginas A4. Disponível em três modelos diferentes – V900, V800 e V700, reflectindo a velocidade máxima de cada um (90ppm, 80ppm e 70ppm) – e suporta –desde 52gsm a papel revestido a 70gsm, passando por materiais com 350gsm, envelopes estreitos, banners auto-duplex de 762mm e simplex de 1.3m, e ainda papel com relevo e sintético.

intergraficas.com.pt #211 77
A apresentação da ImagePRESS V1000 decorreu nas instalações da Canon Portugal, no Tagus Park
IMPRESSÃO DIGITAL

sistema de impressão de etiquetas

TOTALMENTE DIGITAL GALLUS ONE

A Heidelberg apresentou o novo sistema projectado para rápido Retorno do Investimento (ROI) na produção digital de etiquetas de alta qualidade. A par disto a empresa deu destaque a inovações em impressão digital que abordam segmentos em crescimento do sector.

apresenta A

HEIDELBERGER DRUCKMASCHINEN AG E A SUA SUBSIDIÁRIA SUÍÇA GALLUS ESTÃO A APRESENTAR SOLUÇÕES para o crescente segmento de impressão de etiquetas na sua exposição “Your Partner for Label Solutions” (Stand 3228) na Labelexpo Americas 2022. A feira aconteceu entre 13 a 15 de Setembro em Chicago. Um destaque particular foi para o novo sistema de impressão de etiquetas Gallus One totalmente digital, que é baseado na plataforma de impressão, testada e comprovada, Gallus Labelmaster. O sistema é voltado para a produção económica e sustentável de etiquetas de alta qualidade, proporcionando

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ETIQUETAS INOVAÇÃO

assim um retorno do investimento (ROI) fiável para uma ampla gama de clientes. Como uma impressora digital de etiqueta em linha a jacto de tinta UV, bobina a bobina, com largura de 340 mm, uma resolução de 1.200 dpi, quatro cores mais branco e velocidade de impressão até 70 metros por minuto, é adequada para uma ampla gama de aplicações, tornando assim a mudança para a produção de etiquetas digitais particularmente económica. Para além disso, a Gallus One pode ser totalmente integrada no fluxo de trabalho Prinect da HEIDELBERG. Desenvolvida em conjunto pela HEIDELBERG e Gallus, este sistema combina a impressão digital e

o know-how de software do líder de mercado em impressão offset plana com os muitos anos de experiência abrangente da Gallus em impressão de etiquetas.

“A impressão digital é e continuará a ser uma tecnologia chave para a HEIDELBERG! A nova Gallus One é mais uma

prova disso mesmo”, afirma o Dr. Ludwin Monz, CEO da HEIDELBERG. “As nossas inovações em impressão digital estão voltadas para os mercados em crescimento no nosso negócio principal e fornecem aos nossos clientes uma solução atraente e preparada para o futuro, criando, assim, os pré-requisitos para uma maior competitividade”, acrescenta.

EXPOSIÇÃO CONJUNTA NA FEIRA SUBLINHA A IMPORTÂNCIA DA IMPRESSÃO DE ETIQUETAS

Além da Gallus One digital, a HEIDELBERG e a Gallus também irão apresentar soluções convencionais para produção de etiquetas económicas e de alta qualidade. Por exemplo, os visitantes da feira poderão obter informações sobre as opções de acabamento de superfície para gráficos de etiquetas oferecidos pelas telas de impressão para serigrafia rotativa Gallus Screeny, um desenvolvimento interno da Gallus. A microestrutura exclusiva, o tecido de malha estabilizado e o equilíbrio estrutural perfeito do verniz fotossensível garantem a máxima qualidade e consistência de impressão - para linhas extremamente finas, fundos e impressão em relevo. Os efeitos resultantes tornam o produto mais atraente no ponto de venda.

A HEIDELBERG e a Gallus também terão em exposição a sua ampla linha de consumíveis Saphira para impressão flexográfica, que estão perfeitamente coordenados com os equipamentos. No futuro, os clientes nos EUA e Canadá também poderão adquiri-los diretamente online na eShop da HEIDELBERG.

Com a sua exposição conjunta, a HEIDELBERG e a Gallus estão demonstrar a importância do mercado de etiquetas para o Grupo HEIDELBERG em geral e para o mercado americano em particular. “A tendência de rótulos criativos e de alta qualidade continua e cresce também nos EUA”, revela Felix Müller, Presidente Cluster Americas da HEIDELBERG.

“O segmento oferece aos nossos clientes excelentes opções de negócios, principalmente quando se trata de impressão digital, e a HEIDELBERG está a mostrar as suas credenciais como parceira preferencial com um portfólio atractivo na Labelexpo Americas 2022”, conclui.

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ETIQUETAS
Gallus One pode ser totalmente integrada no fluxo de trabalho Prinect da Heidelberg combinando digital e know how do offset
INOVAÇÃO

REINVENTAR INOVANDO?

ANECESSIDADE

dos sectores industriais de se reinventarem, como o da impressão, é um processo contínuo até pela necessidade de acompanhar as novas exigências dos mercados! Novo é aposta da EU na Re-Industrialização ancorada em novos pressupostos, com aposta em Ecossistemas específicos, nas preocupações ambientais, na descarbonização, para uma mudança estrutural da sociedade europeia orientada para a Indústria 4.0 (I4.0), pelas apostas em Tecnologias Inovadoras em Automação, na Digitalização de processos, na tecnologia da Base de dados, até à Sustentabilidade na sua dimensão alargada do ESG (Environamental-Social-Governance), acrescidos de estarmos a ser experimentados com uma pandemia, uma guerra e mais uma vez perante uma nova crise económica em inflacção a recomendar um “parar para pensar” focando-nos nas vantagens do nosso conhecimento adquirido, olhando o nosso modelo de negócio e nas oportunidades crescentes que ocorrem em qualquer mudança estrutural.

REINVENTAR INOVANDO?

Como produzir produtos e serviços mais fáceis, melhores e baratos? Passa seguramente pela orientação de uma

aposta no conceito I4.0 investindo em estado-da-arte da tecnologia, na automação nas várias etapas de processo. Analisando o chão da fábrica e, passo a passo, com novas máquinas e tecnologia de apoio, orientando os fluxogramas em automação, interconectados digitalmente com o apoio da base de dados. Muito do que afirmamos tem vindo a ser já uma realidade crescente de muitas das empresas de topo nacional, como realidade o é, mais recentemente e devido ao custo enérgico em alta, de investimentos na indústria com soluções em painéis fotovoltaicos (PV) e ao encontro de novas soluções para mitigar esta problemática com a ajuda dos centros do conhecimento (Universidades e Centros Tecnológicos)!

FORMAÇÃO É FUNDAMENTAL!

Estima-se que o volume de dados disponíveis aumente dez vezes a cada cinco anos. 85% destes dados provêm de novas fontes e com novos formatos. Existe um consenso entre os especialistas de que as empresas que possuem um Sistema de Informação de Gestão Moderno obtêm resultados superiores aos seus concorrentes. E para isso, essas organizações precisam de profissionais capazes de enfrentar os desafios da análise de dados em contextos de negócios. Formação contínua é fundamental no contexto da I4.0 e

NÓS SOMOS SERIGRAFIA
Ruy de Lacerda & Cª., S.A. David Forrester Zamith
Como produzir produtos e serviços mais fáceis, melhores e baratos? Passa seguramente pela orientação de uma aposta no conceito 4.0, investindo em estado da arte da tecnologia, na automação nas várias etapas do processo.
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hoje uma realidade para as empresas que apostam no ambiente humanista e na Valorização das Pessoas (o pilar nº 1 da empresa) resultando numa partilha de conhecimento actualizado nas equipas, promovendo um ambiente e condições agradáveis, políticas de mérito, resultando na retenção de talentos. Só com conhecimento transversal é possível Criar Valor pela aposta em Eco-Produtos, Eco-Materiais e em Eco-Equipamentos!

NÓS SOMOS SERIGRAFIA!

É claro que o segmento da Tecnologia de Impressão Serigráfica também sofre das mudanças estruturais e tecnológicas do mercado dos nossos tempos, mas ou invés da anunciada morte souberam muitos Reinventar-se Inovando! Alguns exemplos que nos levam a confirmar isso mesmo, começa pela Pré-Impressão Digital onde o número de novas soluções ao nível de equipamentos de exposição digital directa CTS (Computer-To-Screen) tem vindo a crescer a nível global, apresentando diversificadas soluções e com isso provando a necessidade de uma aposta no conceito I4.0, resultando em mais qualidade, mais produtividade, reprodução fiel da imagem original, menos intervenção humana e menos erros, mais flexibilidade, menor custos e um novo conceito de repetibilidade de imagem em processos totalmente digitalizados em automação, sejam matrizes de trama ou espessurados de 500 microns, com um maior grau de sustentabilidade “numa só etapa de processo” (sem fotolitos, químicos, secagem, retoque, montagens, etc.) permitindo um arranque nas máquinas de impressão muito mais rápido pelo registo eletrónico obtido do CTS e, hoje, através de Software, PLC, servo motorização e camaras de controlo a aposta no desperdício zero em linhas automáticas de impressão serigráficas, não ser mais uma miragem!

E tudo isto que acabamos de referir é prática diária, em Portugal ou pela Europa, em sectores onde as características intrínsecas do processo Serigráfico estão em crescendo, como são exemplos:

Transferes Têxteis: Linha de impressão serigráfica INO em “total automação”!

• T-Shirt Têxtil

• Transferes Têxteis

• Decalcomanias Cerâmicas

• Biomédica

• Eletrónica Impressa (PE)

• Painéis Fotovoltaicos (PV)

• IMD – In Mold Decoration

• Sensorização

• Impressão Direta em Vidro

• Eletroluminescência

• Rótulos e Etiquetas

• Capsulas de Vinho

• Acabamento Gráfico

REINVENTAR INOVANDO

Fazendo parcerias com os nossos Centros do Conhecimento, que têm apostado na Tecnologia de Impressão Serigráfica, um pouco por toda a Europa, como o exemplo do reputado Instituto Fraunhofer - Alemanha com desenvolvimentos e formação na área da Electrónica Impressa e em aplicações Funcionais ou a ESMA (Associação Europeia Gráfica) com as palestras e formações dedicadas, bem como em Portugal com os excelentes exemplos da Universidade do Minho em Braga, FEUP no Porto, Universidade de Aveiro, ESSR Porto ou CeNTI em Famalicão, investindo na Tecnologia de Impressão Serigráfica e apoiando desenvolvimentos inovadores em aplicações industriais no automóvel, têxteis, cerâmica, calçado e electrónica impressa!

VISÃO ESTRATÉGICA!

Uma palavra final para o Reinventar na Visão Estratégica das nossas empresas, maioritariamente PME´s Familiares, com foco em dois pilares importantes:

• Autonomia Financeira (Capitalização)!

• Sucessão Empresarial!

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O segmento da Tecnologia de Impressão Serigráfica também sofre com as mudanças estruturais e tecnológicas do mercado mas, ao invés da anunciada morte, souberam muitos reinventar-se inovando

Os símbolos gráficos de uma nação devastada

mummente pertenciam a outros países e a outros contextos que estão a ser adaptados à situação como forma de suscitar sentimentos de esperança, de luta e de resistência. Os símbolos mais banais vestem agora as cores da bandeira da Ucrânia. Pintados de azul e amarelo gritam palavras de ordem, pedem auxílio, apoio e esperança.

A pomba, outro símbolo tipicamente ucraniano e igualmente utilizado pelos ortodoxos, usada anteriormente em cores veste agora de branco e ganha asas sobre um círculo azul e amarelo. Soldados fardados abraçam corações patrióticos. O mundo tem agora como centro a Ucrânia, que face à grande injustiça foi colocada em lugar de destaque. Mãos esperançosas assinalam vitória, algo que teima em tardar.

Flores, malmequeres, cereais vestem patrioticamente as cores da bandeira e associadas a outros símbolos falam de vida e da sobrevivência das gerações mais jovens, num presente comprometido de forma brusca. Do nascimento num enquadramento que era impensável imaginar há cerca de um ano atrás.

Usam-se símbolos como o “V” de Vitória ou o símbolo da paz Gerald Holtom, que proclamam por sentimentos diferentes e que amplificam a voz dos ucranianos e que aparecem agora pintados com novas cores, as da Ucrânia.

ENTRE OS SÍMBOLOS MAIS IMPORTANTES

DA UCRÂNIA está o seu brasão de armas, um escudo azul encimado por um tridente dourado, originalmente o emblema real de Volodymyr o Grande, e coloquialmente conhecido como TRYZUB.

Este encontra-se entre os símbolos nos quais os ucranianos mais se revêm e com o qual se identificam a si mesmos e à sua pátria, agora posta em causa por causa da Guerra.

Como consequência do conflito proliferam agora outros símbolos que co-

Professora Assistente no Instituto Politécnico de Tomar, do Curso de Design e Tecnologia das Artes Gráficas mariajoaobom@ipt.pt

Os símbolos de apoio sucedem-se e vêm de forma premente de grande parte do mundo, povoam cartazes, postais, anúncios e sites, o que prova a força que o design gráfico pode ter quando corretamente utilizado, mesmo sob a forma de propaganda. Palavras, imagens, ilustrações cores e símbolos conectam pessoas e mobilizam a actos num presente comprometido pelo egoísmo e a ganância de alguns. Nunca como agora se rabiscaram tantos símbolos e se pintou tanto o “céu” de cores, as da bandeira da Ucrânia. Nunca como agora se desenharam tantos símbolos de amor e esperança e se agarraram em imagens convencionais ou não para deixar clara uma posição. Um sinal de esperança que o só o poder do design gráfico pode intensificar, amplificar ou retirar, o que prova a sua real importância.

82 intergraficas.com.pt #219 OPINIÃO MARIA JOÃO BOM
Maria João Bom

Imprimimos as cores dos seus sonhos

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Com os panos de limpeza Mewa, deixamos o mundo um pedaço mais limpo. Mewa
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