Tribuna do Espiritismo - janeiro de 2016

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • JANEIRO DE 2016 • ANO 3 • Nº 28 • 15.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

AJE-Brasil conclama a comunidade espírita e a sociedade em geral para incentivar momentos, trabalhos e ações voltados para a paz. Página 6

“Um Novo Olhar” em Caxias do Sul

Araraquara recebe Francisco Cajazeiras

Marília realiza Encontro da Família

Encontro Nacional Yvonne Pereira

Evento no sábado, 13 de fevereiro, será direcionado para evangelizadores.

Em jornada pelo interior de São Paulo, expositor também estará em São Carlos.

Em sua 3ª edição, encontro será de 5 a 7 de fevereiro, período de carnaval.

Inscrições já estão abertas. Encontro será em Volta Redonda no mês de março.

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Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

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Matão recebe a CONRESPI durante o carnaval. Veja página 2 Nazil Canarim Jr., Júlio Fornazari, André Bordini e Valderez Lopes serão os palestrantes.


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Janeiro de 2016

Editorial

Decênios fechados em 2016

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entre as importantes e diferentes datas que completam decênios fechados em 2016 – que abordaremos ao longo das edições no ano –, destacamos dois expressivos vultos da história do Espiritismo. Ambos nasceram em janeiro. Há 270 anos, em 1746, no dia 12 de janeiro, nasceu Johann Heinrich Pestalozzi, pedagogo suíço e educador pioneiro da reforma educacional. Allan Kardec foi seu aluno. Pestalozzi influenciou diretamente o trabalho do Codificador do Espiritismo. Há 170 anos, em 1846, no dia 01 de janeiro, nasceu Léon Denis, filósofo, pesquisador, autor de vários livros, praticamente foi o continuador da obra de Kardec. Seu legado literário espírita é extraordinário. Ambas as datas e protagonistas citados sugerem estudos, palestras e pesquisas sobre suas biografias e obras, ensejando às instituições e seus dirigentes, coordenadores de grupos, articulistas e palestrantes, a citação das duas importantes efemérides espíritas em janeiro, motivando à pesquisa e ao conhecimento integral do Espiritismo. r

Vivi, vivo e viverei, porque sou imortal! Conhecida frase de Cairbar Schutel, desencarnado em janeiro de 1938, consta na lápide onde seu corpo foi sepultado. Redação

institutocairbarschutel@gmail.com

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conhecida frase é de autoria de Cairbar Schutel e consta na lápide onde seu corpo foi sepultado, em Matão-SP. Seu retorno à vida espiritual ocorreu no dia 30 de janeiro de 1938, data também lembrada na presente edição. Destaque-se como homenagem à sua personalidade, o fato de que não dava só a sua inteligência em proveito do seu próximo. Oferecia o seu coração socorrendo os pobres e os enfermos com grande dedicação. Ficou conhecido como “O Pai dos Pobres de Matão” e “O Apóstolo de Matão” pelo seu grande trabalho de caridade. r


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A corrupção e a infância Pequenas atitudes podem formar uma cultura corruptiva. IBEM

educacao@educacaomoral.org

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IBEM – Instituto Brasileiro de Educação Moral, traz para você neste mês, uma séria reflexão sobre o papel da família na educação moral dos filhos. Boa leitura. A nossa sociedade convive com o ato da corrupção há séculos. Alguns dizem que ela iniciou em nosso país logo em sua descoberta pelos portugueses, quando segregaram da sua localidade pessoas que cometiam delitos graves e eram punidos com a deportação para o Brasil colônia; outros dizem que se iniciou no século XVI quando funcionários públicos responsáveis pelas nossas fronteiras, “fechavam os olhos”, através da propina, para a entrada de produtos importados em nosso território que eram comercializados clandestinamente; seja como for, qual é a relação da corrupção com a educação das nossas crianças?

Sob o ponto de vista social ocorre que a família possui uma responsabilidade importante nesse contexto. Ora, se a nossa sociedade

Ora, se a nossa sociedade é composta por grupos familiares, que poderíamos chamálos de núcleos educativos, então a família é o primeiro núcleo educativo moral em que a criança desde tenra idade tem contato.

é composta por grupos familiares, que poderíamos chamá-los de núcleos educativos, então a família é o primeiro núcleo educativo moral em que a criança desde tenra

Veja o que o IBEM está fazendo Educação a distância De qualquer parte do Brasil professores, diretores escolares, coordenadores pedagógicos, estudantes de pedagogia, pais e educadores em geral podem estudar com o IBEM. È só acessar www.educacaomoral. org, escolher o(s) curso(s) oferecidos e fazer sua matrícula. Os cursos possuem 30 horas/aula e são realizados em 4 semanas. Ao final o IBEM faz a entrega do Certificado. Matrículas abertas para as turmas do mês de Março/2016. Contato Conheça o trabalho do IBEM em www.educacaomoral.org. Somos uma rede interativa de educadores trabalhando por uma nova educação. Faça contato através do e-mail educacao@educacaomoral.org, ou pelo telefone (21) 3439-0665.

idade tem contato. Sabemos que a criança possui um sentimento moral nato embrionário e que se desenvolve progressivamente durante os anos. Os pais ou responsáveis diretos e diletos, tem por objetivo principal com a criança, não somente prover a sua subsistência física, mas também a sua “subsistência” moral. Por isso, a importância de se criar uma cultura de labor para a conquista de valores morais e materiais. Observa-se, no entanto, o inverso, onde muitas vezes são os próprios familiares que sugerem através de pequenos ensinos cotidianos a cultura da corrupção para os pequeninos, citando como exemplos: “Filho, fale isso pra mim e te dou uma bala... “; “Filha, diz para minha amiga que está ligando que não estou em casa... “; “Que bom achou essa carteira com dinheiro! Use a grana pra comprar doces! É mixaria mesmo!”; “Você ganhou essa caneta linda na escola? Legal!”; “Amigo, esse é meu filho! Pode conseguir a vaga naquele colégio sem ter que fazer prova? Ah! Obrigado!!”. Assim, quando se ensinam pequenas atitudes moralmente erradas, está se criando uma cultura corruptiva e alimentando negativamente a personalidade moral da criança. Óbvio que no desenvolver do seu entendimento durante a vida, ela possivelmente, entenderá como certos os “ensinos” que recebeu. É no exemplo dos personagens da família, onde a criança se mira e busca a orientação para a construção da sua moralidade. Cabe ao tutor da criança,

orientar nas pequenas atitudes o seu tutelado, para que aos poucos ele vá formando o perfil do seu caráter vitalício. Na atualidade, com o advento das novas tecnologias, a internet tem permitido a interação das crianças nas redes sociais, através de portais onde a comunicação deve ser vista com cautela pelos pais. Essas plataformas tecnológicas, permitem o acesso a nível nacional e internacional com outros usuários, facilitando a interferência, sob uma vulnerabilidade qualquer na personalidade da criança, pois ela passa a ter contato, também com pessoas que já possuem o caráter formado. Sem perceber ela passa a deixar se influenciar pelos comentários e “orientações” que recebe. Também, portais que oferecem vídeos, artigos e outras mídias permitem o mesmo. Os pais têm o papel fundamental em observar a conduta dos seus filhos diante desse processo. O mesmo deve ocorrer na mídia televisiva de massa, onde mediar a informação visual através de filtros morais, é buscar a melhor orientação para o seu filho que está assistindo aos eventos. Como podemos ver, tudo isso colabora para a formação moral da criança em nossa sociedade, onde a família ocupa papel principal no “ranking” da educação. Portanto, pode-se sugerir a reflexão onde a corrupção é um problema moral, que ela se inicia no processo de educação infantil e recebe um impulso interno da família e externo da sociedade, desenvolvendo os próprios valores natos do ser educado, cabendo à família na representação dos seus responsáveis, fazer o papel correto de núcleo educativo moral da criança e cumprir o objetivo de auxiliar na formação do cidadão que praticará os seus deveres corretamente em nossa sociedade. r


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O Dever e a Paz “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9) Karina Rafaelli

karinarafaelli@gmail.com

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omo podemos viver em paz em meio a tantas tribulações, violência, corrupção, tragédias, conflitos de relacionamentos? São empecilhos para a tranquilidade tão almejada? A verdade é que os problemas existem e, se continuarmos buscando a paz no ambiente externo, não vamos encontrá-la, afinal a paz legítima não significa ausência de problemas; ela provém dos nossos sentimentos e capacidade de lidar com os percalços da vida. Nossas fragilidades e desequilíbrios íntimos são antagônicos a paz, frutos do egoísmo e do orgulho, impedindo-nos de perdoar, buscar a humildade e de compreender o próximo. Para tanto, necessário se faz um exame interno, auscultando as profundezas da alma, identificando as imperfeições que estão bloqueando o avanço do Espírito para a paz e, assim, promover a desconstrução dos nossos sentimentos egoísticos. Nesse sentido, a doutrina espírita, que amplia a mensagem do Cristo, é uma poderosa ferramenta para se obter a paz, já que nos convida a uma reflexão intensa, apresentando a chave do progresso individual através do conhecimento de si mesmo, conforme nos orienta o benfeitor espiritual Santo Agostinho na questão 919a de O Livro dos Espíritos: “ Examinai o que pudestes ter obrado primeiro contra Deus, depois contra o vosso próximo e finalmente contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” Exigimos a paz exterior (do mundo) mas, em nossa vida, mui-

tas vezes somos nós os responsáveis por conflitos de relacionamentos, promovendo desarmonia e nos afastando da Lei Divina. Isso está em consonância com nossa posição de Espíritos imperfeitos, inseridos em um mundo de provas e expiações. No entanto, somos filhos de Deus, criados para o amor, todos irmãos, em diferentes níveis de maturidade psíquica. A nossa meta deve ser a fraternidade universal, aprendendo a amar o próximo e fazer a ele somente o que desejaríamos que fosse feito para nós. Conforme ressalta a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis: “Não sejais aquele que se transforma em obstáculo ao bem, criando situações embaraçosas que se convertem em amargura noutrem.”(Vitória sobre

a depressão - Joanna de Ângelis/ Divaldo P. Franco.) Um caminho para a paz interior proposto por Kardec através do Espírito Lázaro, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 7, capítulo XVII: “ Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de ser cumprido, porque se acha

Exigimos a paz exterior (do mundo) mas, em nossa vida, muitas vezes somos nós os responsáveis por conflitos de relacionamentos, promovendo desarmonia e nos afastando da Lei Divina.

em antagonismo com as seduções e interesses do coração; suas vitórias não têm testemunho e suas derrotas não têm repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e o sustenta, mas permanece, frequentemente impotente, diante dos sofismas da paixão. O dever do coração, como precisá-lo? Onde começa ele? Onde se detém? O dever começa precisamente do ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; termina no limite que não gostaríeis de ver ultrapassado em relação a vós mesmos.” Portanto, o convite amoroso para esse trabalho íntimo e para a condução dos relacionamentos encontra-se no dever, que é fonte de paz e alegria. Importa mesmo percorrer esse caminho de desenvolvimento de virtudes, pensando, sentindo e agindo no bem. Assim, realizaremos o encontro com a paz da consciência do dever cumprido e, pacificados, encontraremos a paz do mundo. r


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A força do perdão O perdão é o antídoto mais eficiente contra o orgulho. Paulo Cezar Fernandes paulojonia@gmail.com

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nspirado pelas experiências dos Espíritos narradas mediunicamente no livro A Força do Perdão, objetivo investigar este conceito introduzido por Jesus no seio da comunidade humana, qual a sua fonte e quais os seus efeitos para o Espírito. Chamanos a atenção o fato de Jesus haver ensinado, com dedicação, o exercício do perdão em numerosas e diversificadas ocasiões. O que seria, portanto, o Perdão? Como praticá-lo? Porque? O Amor já era uma Força revelada por outras tradições religiosas, inclusive, no seio do próprio Judaísmo, embora com uma diferença fundamental, pois, enquanto estas estimulavam o amor unicamente entre seus pares, produzindo sectarismo, tais como visto no seio do Bramanismo e do Judaísmo, Jesus ensinou sobre o Amor Universal, independentemente do sangue e de castas. O Perdão é uma Força revelada com primazia por Jesus. Antes do Mestre, a lei que regia as relações humanas era a do Talião, a qual institucionalizara a vingança contida na máxima “olho por olho, dente por dente, mão por mão e pé por pé”. Na lição ministrada a Pedro Jesus ensinou a necessidade irrestrita do Perdão, representada na operação matemática: 70 vezes 7 vezes. Na divina Oração Dominical apresenta-o como a única relação condicional do Pai para com os Filhos: “Perdoai nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Não foi por acaso que Jesus se valeu de suas últimas forças físicas para exaltar a Força do Perdão, ao rogar ao Pai

nos perdoasse a ignorância. Como o Amor, o Perdão é uma Força da Alma. Fruto do desenvolvimento das potencialidades do Espírito, ele transforma o simples ser inteligente em uma Criatura Divina, a qual já se reconhece e ao próximo, como idênticos em capacidades, pois têm a mesma Origem e Destinação: Deus. O perdão é o antídoto mais eficiente contra o orgulho, pois, ao reconhecer-se ainda falível, o Espírito assume sua

O perdão é o antídoto mais eficiente contra o orgulho, pois, ao reconhecer-se ainda falível, o Espírito assume sua igualdade perante o semelhante: ninguém é, de fato, superior, senão o Pai! Na sua origem o termo pecare significava apenas “errar o alvo”.

igualdade perante o semelhante: ninguém é, de fato, superior, senão o Pai! Na sua origem o termo pecare significava apenas “errar o alvo”. Este é o real sentido desta palavra e, não, aquele equivocadamente apresentado pela ortodoxia da Igreja, qual seja, o erro que implica numa condenação e eterna danação da Alma falida. Por isso Jesus sentenciou: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”. Não é por outro motivo, aliás, que o próprio Mestre nos ensina: “O Pai não quer a morte do

pecador, mas, sim, a misericórdia!” Uma análise corajosa desta Força nos mostra que, se necessitamos perdoar nosso irmão 490 vezes pela mesma falta, algo está errado também conosco! Igualmente, se, intolerantes, cobramos de nosso irmão certo comportamento moral e ele não corresponde, pode ser porque não tivera ainda oportunidades de aprendizado em existências anteriores e, assim, estamos cobrando de quem não tem para dar. Por isso, sabendo sermos todos Espíritos em evolução moral, devemos agir diante do pecador com a mesma misericórdia que o

Pai sempre dedica para conosco. Portanto, o Perdão é uma Força desenvolvida em benefício, não do outro, mas, sim, do próprio Espírito que perdoa, pois este se liberta dos grilhões que nos aprisionam no mundo e nos impedem de atendermos ao pleno cumprimento da Lei de Amor. Foi por Amor que Jesus, valendo-se de suas últimas forças, humilhado pelo madeiro da ignomínia, rogou ao Pai nos perdoasse, exemplificando, assim, no seu momento extremo, o que antes já lecionara: “Perdoai, porque também tendes necessidade de perdão!” r

Jornada de Francisco Cajazeiras pelo interior paulista 18 de janeiro de 2016 – segunda São Vicente-SP, Lar Espírita Grupo da Prece, às 15h Guarujá-SP, Casa Esperança Centro Espírita, às 20h 19 de janeiro de 2016 - terça-feira, 20h Indaiatuba-SP, Centro Espírita Padre Zabeu Kauffman 20 de janeiro de 2016 – quarta, 20h Piracicaba-SP, União Espírita de Piracicaba 21 de janeiro de 2016 – quinta, 20h Americana-SP, USE Americana 22 de janeiro de 2016 – sexta, 20h Limeira-SP, USE Limeira 23 de janeiro de 2016 – sábado Araraquara-SP, Sociedade Espírita Kardecista O Consolador – 15h Araraquara-SP, União Espírita Paschoal Grossi. – 20 hs. 24 de janeiro de 2016 – 9:30h (manhã) São Carlos-SP, Associação Espírita Obreiros do Bem Temas e outras informações com Arnaldo (Editora EME) (19) 3491-7000 99788-4380 e-mail: editoraeme@editoraeme.com.br


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Pela paz, o amor AJE-Brasil conclama a comunidade espírita e a sociedade em geral. Tiago Cintra Essado

Presidente da AJE-Brasil (Associação Jurídico-Espírita do Brasil) - www.ajebrasil.org.br

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s atentados de Paris de 13 de novembro, o massacre da Califórnia no mês seguinte, as mortes constantes na Síria são alguns fatos que nos impõem reflexão e busca de alternativas para a paz. A indiferença diante dessa realidade não tem espaço na vida do cidadão ético. Daí que a AJE-Brasil (Associação Jurídico-Espírita do Brasil) lançou a campanha em prol do amor, visando à paz mundial. Com o slogan “só o amor vence o ódio”, a instituição contraria as simplistas opções dadas por go-

Amar ao próximo como a si próprio, nos exatos termos pregados por Jesus, não exige gostar do outro com a mesma intensidade do sentimento que se nutre por entes queridos. Mas implica o dever de ver o outro, de incluí-lo e de aceitá-lo do modo como ele se apresenta

vernantes dos países diretamente envolvidos nos conflitos acima. Em geral, nota-se por parte desses apenas o discurso que reforça a guerra, que aumenta o poder bélico, que enaltece a raiva, o ódio, o egoísmo e o orgulho, como se esse caminho fosse a panaceia para o problema. Não o é; somente potencializa ainda mais o conflito. O tempo presente é de atenção, cautela e atitude. Compreender que os conflitos subjacentes aos fatos acima são de elevada complexidade é um primeiro passo. Por isso que a opção meramente reativa, fundada na vingança, deve ser rechaçada. Devemos ser cautelosos. A análise há que ser profunda. Não é razoável cair na ilusão de que “eles” – os considerados inimigos – são melhores do que “nós”. Isso não tem cabimento pra quem acredita no valor da fraternidade. A postura exigida do cidadão ético - religioso ou não - é a de apostar no reverso do discurso oficial. É tempo de buscar a paz, o que se dá pelo amor. Em primeiro lugar o amor próprio, fundado na autovalorização, mas sem a pretensão de se estabelecer uma comparação competitiva com o próximo. O método é o de

ampliar as condições de, em se autoamando, melhor amar o outro. Amar ao próximo como a si próprio, nos exatos termos pregados por Jesus, não exige gostar do outro com a mesma intensidade do sentimento que se nutre por entes queridos. Mas implica o dever de ver o outro, de incluí-lo e de aceitá -lo do modo como ele se apresenta. A paz não é um desafio apenas para os homens públicos, gestores da vida em sociedade. Mas sim atribuição de todos nós. Gandhi

dizia que a paz é o caminho. Fazer da busca pela paz um treino diário, eis um bom programa de ação de todo aquele que almeja um mundo melhor. Portanto, dentro do atual contexto mundial é que a AJE-Brasil conclama a comunidade espírita e a sociedade em geral para incentivar momentos, trabalhos e ações voltados para a paz. Mas com a certeza de que o pressuposto para conquistá-la está em desenvolver o amor em nossos corações. r


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Local:

Centro de Convenções Marista, Mendes - RJ

Inscrições:

A partir de 5 de janeiro pelo site www.humanizarsulfluminense.com.br

Contato: (24) 99812-6093 | (24) 3342-3730 (fax) humanizarsulfluminense@gmail.com


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Gratidão a uma amiga de todas as horas Homenagem destaca valoroso espírito. Roni Ricardo O. Maia roniricardo@oi.com.br

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estes escritos, registro meu reconhecimento a uma servidora, hoje, no Plano Espiritual, que me permitiu e, acima de tudo, afiançou um trabalho de pesquisa e oratória a respeito de seu labor na seara espírita. Trata-se de nossa amiga de todas as horas – Yvonne do Amaral Pereira - 24/12/1900 a 09/03/1984 – em cuja reencarnação viveu no Brasil; quase 84 anos dedicados ao esquecimento de si mesma, tendo a renúncia e o trabalho como aliados diante do desafio de uma existência física expiatória. Durante 06 anos (2009-2015), realizei palestras sobre sua mediunidade pela região Sul Fluminense e noutras cidades como Rio de Janeiro, Niteroi (RJ), Bananal, Matão (SP) e Barbacena (MG). Uma

frase tem me acompanhado pelos momentos de outras divulgações acerca da médium: Enquanto força e voz eu tiver, as Obras de Yvonne não se calarão diante de mim. É preponderante divulgar os seus livros recebidos de forma impecável e com muita disposição, além dos poucos recursos materiais que lhe fora peculiar. Minha gratidão ao poder recordar toda uma trajetória, permitir ao público reflexionar sobre atitudes servis e aos médiuns reavivar posturas e compromissos com Jesus, bem como, a fidelidade aos postulados trazidos por Allan Kardec. E, atualmente, gratifica-me o serviço de alertar e consolar diante da infeliz ruptura com a vida física, por meio do suicídio,

com a propagação, em palestras ou seminários, do livro Memórias de um suicida (FEB - 1955), já que, enquanto espíritas, é nosso dever preveni-lo. A forma de eternizar meu agradecimento a esse Espírito está expressa no poema Yvonne Amiga, o qual lhe dediquei; foi redigido em 25 de janeiro de 2014, publicado no livro de minha autoria: Palavras de Consolo – Bastidores do Projeto Yvonne Pereira - Edição Lar Espírita Irmã Zilá, hoje, encontra-se esgotada, e sintetiza o que ela representou em minha caminhada terrestre. Durante todos esses anos, a identificação, a sintonia e o elo espiritual entre nós tornaram-se o verdadeiro laço de amizade, que é eterno. r

Yvonne Amiga Yvonne amiga Amiga, amiga Venho te ofertar Rosas para recordação Amiga, amiga Venho te falar A minha comoção Amiga, amiga Socorra irmãos sem lar Que pedem redenção Amiga, amiga Ajuda-nos com nossa cruz A seguir com devoção Amiga, amiga De tempo andaluz Obrigado com emoção!

“Um novo olhar” em Caxias do Sul - RS Data: 13 de fevereiro de 2016 – sábado, manhã e tarde Local: Centro Espírita Alunos do Bem – Rua Izidoro Moretto, 1.571 – Pio X Evento: Um novo olhar para a Evangelização da Criança e do Jovem – Diretrizes e Subsídios para a Ação Evangelizadora Espírita Objetivo: esclarecer diretores, evangelizadores e demais pessoas que atuam na área da evangelização da criança e do jovem quanto à abordagem a ser realizada nos encontros de evangelização, do planejamento à execução. O período da manhã será dedicado à Área da Infância e a tarde Área da Juventude.


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O topo da escada Vida material termina um dia, mas brado da imortalidade é realidade palpável. Vladimir Polízio polizio@terra.com.br

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no Novo, vida nova. Esse marco representa no calendário terreno mais uma alvorada em nossa turbulenta e penosa existência. Se é aguardado por muitos, com preparativos sonhados durante o ano todo e promessas infindas a começar na nova etapa, nem tanto o é por outros, cujos corações amargurados pela saudade, esperam com intensa expectativa a acomodação da efervescência social, porquanto o final é só uma questão de dias. Depois, tudo estará terminado... Se por um lado destaca-se a alegria das comemorações, com explícita manifestação estampada no rosto, aqueles outros que estão envolvidos no manto da tristeza afastam-se do burburinho e recolhem-se em silêncio. E foi num desses instantes, em que o mundo todo vibrava com a chegada do novo ano, que conversei

sobre o assunto em certa reunião familiar, e alguém com longa estrada percorrida, cabelos embranquecidos e voz cansada, lembrou: − “Veja” − disse – “comecei fazendo uma relação e já está deste tamanho! Quantos já partiram, meu Deus, e quantos chegaram!” – e mostrou-me com mão trêmula, extensa relação de nomes. Foi então que vi, nessa listagem, o registro de pessoas conhecidas, amigas, parentes e, inclusive consanguíneos íntimos do meu interlocutor. Por alguns instantes, o silêncio se fez presente. Enquanto meus olhos percorriam aquele pedaço de papel escrito a lápis, os pensamentos divagavam, buscando no infinito também reunir a minha relação nominal. Certamente, desliguei-me daquele fraterno ambiente, reunindo os fragmentos de saudade que estavam adorme-

cidos em meu subconsciente..., e fui longe. De fato, quantos já não me antecederam de retorno à morada eterna!... Quanto aos mais velhos, por uma questão biológica, teriam mesmo que partir primeiro. Na medida que fôssemos avançando no tempo, os que estavam à nossa frente cederiam seus lugares e nós iríamos, aos poucos, assumindo os postos que lhes pertenciam. Em poucos anos, os mais velhos não seriam mais os nossos avós a ocupar o topo da escada, mas sim, nós próprios. Um dia estivemos entre os mais jovens. Hoje... É a vida. Essa escada teria um dia que chegar ao fim. Mas, quando são os mais novos que se despedem para uma viagem sem retorno, como era o caso daquele lar em que eu me encontrava, não me pareceu razoável

pensar em alegria com o coração ainda sangrando. Ao terminar a leitura, erguer a cabeça e voltar o olhar para o lado, sem contudo fixar em ponto algum em razão do turbilhão que se instalara, fui percebido nesse gesto e a voz do anfitrião, em volume suave e entrecortada disseme: − “Não é fácil para ninguém perder alguém da família; da família íntima onde o amor impera! Sei que devo cumprir minha tarefa, percorrer minha estrada e carregar o meu fardo, em que pese a ausência e a falta que me faz o apoio que eu tinha do meu amado e único filho!”. Com um longo suspiro, compreendi a exposição que me fora feita; a atmosfera de tristeza que eu ali conhecera, não era sem razão. Levantei-me, abracei-o comovido e beijei-lhe o rosto. Não pude lhe dizer nada, porque a voz enroscou-se em minha garganta e não consegui pronunciar uma palavra sequer. Eu também, na condição de pai, encontrava-me envolvido nas mesmas circunstâncias e com os mesmos sentimentos de dor a pesar-me no coração. r


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Luís Gama, o advogado do bem “É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito” - Albert Einstein. Raymundo Rodrigues Espelho espelho@myhands.com.br

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mídia nos trouxe há poucos dias a notícia de que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) concedeu em São Paulo, no dia 3 de novembro de 2015, o título póstumo de advogado a Luís Gonzaga Pinto Gama, que nascera livre em Salvador, em 1830, filho de mãe africana liberta e pai português. Aos 10 anos de idade, Luís perdeu a liberdade e foi vendido pelo pai para um traficante português, e fora levado junto a um grupo de cem escravos para o Rio de Janeiro, seguindo depois para Santos e de lá caminhando a pé até a cidade de Campinas, interior de São Paulo. Somente aos dezessete anos Gama foi alfabetizado, mas ao tentar ingressar na faculdade de direito, teve grande dificuldade, dado o preconceito por ser negro.

Nessa época só havia duas faculdades de direito no Brasil. A do Rio de Janeiro e a do largo São

Atualidade de Allan Kardec

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queles que querem tudo conhecer numa ciência, devem necessariamente ler tudo o que está escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, as coisas principais, e não se limitar a um só autor, devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como também as apologias, iniciar-se

Livraria reinaugurada em Rio Claro (SP)

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Livraria Espírita Páginas de Luz, de Rio Claro, no interior paulista, de propriedade da USE local, sofreu completa reformulação e reforma de suas instalações internas, para melhor atender o público que a visita com boa regularidade, nos objetivos da divulgação espírita. Sob nova direção e reinaugurada no dia 09 de janeiro de 2016, sábado de manhã, com evento específico, a reforma das instalações é motivo de grande alegria do movimento espírita na cidade e região.

Francisco, em São Paulo, onde ele pôde frequentar o curso, porém apenas como ouvinte.

Vivendo a dura realidade do preconceito e do próprio cativeiro, ele passou a atuar na advocacia em prol de inúmeros cativos. Sua luta para o bem e a determinação para ajudar a mudar a realidade social da época, o fez pautar a sua vida em defesa da liberdade e da República e ao chegar aos 29 anos, se fez autor consagrado e um dos maiores abolicionistas do Brasil, um dos raros intelectuais negros no Brasil do século 19. Luís Gama é um exemplo de força, de determinação, como muitos anônimos que se esforçam para se superarem e colocarem em prática “o verdadeiro roteiro do homem de bem na Terra. Aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza”, conforme indica Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo. r

nos diferentes sistemas a fim de poder julgar pela comparação. Sob esse aspecto, não preconizamos nem criticamos nenhuma obra, nem queremos influir em nada sobre a opinião que se pode delas formar; trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras: não nos cabe ser juiz e parte, e não temos a pretensão ridícula de sermos os únicos dispensadores da luz; cabe ao leitor apartar o bom do mau, o verdadeiro do falso. Citação em O Livro dos Médiuns, capítulo III da 1ª. parte – Método. Responsável também pelo clube do livro, a Livraria localiza-se à Rua 14, nr. 240 - consolação – e o telefone é 19 3523-2136. Informações também pelo fone comercial 19 3533-5956.


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Perdoar e Trabalhar Novos tempos pedem novas posturas. Valdenir de Paiva Baggio valdenir.v.09@uol.com.br

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ivemos uma fase que muito lembra a Idade Média: a fase onde as ideias estão sendo sufocadas; fase em que a religião tem que dar seu testemunho de sangue; fase em que os países têm que suportar a tirania no poder. Guardadas as devidas proporções, com todo o avanço tecnológico e social alcançado pela humanidade, barbárie e despotismo ainda perduram em nosso meio tirando a tão sonhada paz que tanto almejamos. A explicação para acontecimentos deste tipo pode estar na colheita da semeadura no passado, entre outros fatores, como indica a Lei de Causa e Efeito, que faz os ajustes necessários às reparações. Tais ajustes situam os espíritos para que se libertem na consciência dos

prejuízos que causaram no passado, infelicitando criaturas ou promovendo sofrimentos pela ação do egoísmo. Não é castigo, mas sempre consequências de atos equivocados que geraram sofrimentos aos outros e danos a si mesmo. Em suma, ainda ocorrem fatos lamentáveis no nosso dia a dia, tal qual séculos e séculos atrás. Porém, estamos vivenciando uma fase de transição, o dito “final dos tempos” onde está acontecendo a “separação dos bodes das ovelhas”. Nesta fase, já fora previsto há muito tempo atrás, haveria muito “pranto e ranger de dentes”. Mas não é somente uma fase de dor e dificuldades, é uma fase de conscientização, de perdão, de amor e de trabalho. O perdão quebra as cadeias que nos pren-

Ficar disponível não adianta Distribua o TRIBUNA e outros jornais e revistas, de mão em mão. Contamos com seu apoio. Não deixemos os impressos acumulados. Eles podem ajudar muita gente. Mensagens, jornais, boletins e revistas acumuladas não cumprem o papel da imprensa e da divulgação. É dever de todos nós espalhar o conhecimento e a informação espírita. Informe ao jornal sobre sobras ou falta de exemplares no e-mail institutocairbarschutel@gmail.com.

dem ao passado delituoso e nos liberta para novas conquistas do Espírito. O trabalho deve ser direcionado para a orientação, edu-

Se ainda existem corruptos, assassinos, estupradores e déspotas em nosso meio é porque ainda carregamos resquícios destas características em todos nós (...).

cação e esclarecimento daqueles que ainda precisam acordar para a realidade da grandeza existencial, libertando-se da crisálida carnal e dando espaço para expansão do pensamento e da moral. Portanto, a mudança não se dará sem trabalho constante e exemplificação do bem, do amor, da caridade, da honestidade e do perdão. Como as leis que nos regem respeitam sempre nosso livre ar-

bítrio, quando a humanidade obter o direito a uma vida pacífica, os Espíritos ainda atrasados que não se encaixam neste contexto serão exilados para mundos compatíveis com sua evolução. Não esperemos que somente com o exílio destes irmãos que o mundo se transformará. Pensemos que somente isso acontecerá quando tivermos o merecimento de viver em paz, merecimento este que só pode ser alcançado com esforço, superação e disciplina no bem. Se ainda existem corruptos, assassinos, estupradores e déspotas em nosso meio é porque ainda carregamos resquícios destas características em todos nós, que devem ser extirpadas o mais rápido possível para que as mudanças que tanto almejamos comecem a acontecer mais rapidamente. Sem o perdão o processo não se desencadeará como deveria. Sem o trabalho e a disciplina, pouca coisa mudará, sem o sacrifício do exemplo poucos terão em quem se inspirar e aprender. Não esperemos mudanças fáceis, mas façamos a mudança com as ferramentas que dispomos. Ao dar o primeiro passo em direção ao trabalho, o Pai logo nos colocará a “enxada” nas mãos. Lá na frente, então, um dia, “veremos o solo preparado e os pomares cheios de frutos”. r

De carta psicografada “(...) Mãezinha, quando a tristeza lhe bater à porta do coração, considere as alegrias que os Mensageiros do Bem nos ofertam incessantemente e não se deixe dominar pela sombra. As provas e os problemas do cotidiano constituem lições na escola do mundo (...). Hoje, agradeço a Deus as provações que nos feriram a alma, tempos atrás, quando o acidente me obrigou a receber passaporte compulsório para o Mais Além. (...)” Trecho de Aulus, na quarta carta endereçada à mãe pela psicografia de Chico, constante do livro Cartas Psicografadas, organizada por Hércio Arantes, edições IDE, que reúne nove autores que confortaram seus familiares pela psicografia, com várias cartas.


REMETENTE:

PÁGINA 12

Instituto Cairbar Schutel. Janeiro de 2016

Caixa postal 2013

15997-970 - Matão-SP

A única obrigação Trecho de “Memórias do Padre Germano” nos convida a reflexões sobre bem e mal. Redação

N

o belo livro Memórias, ditado por Padre Germano, há uma frase no capítulo A Fonte da Saúde que chama a atenção pela sua grandeza e que traduz nosso compromisso humano na vida e nos relacionamentos.

institutocairbarschutel@gmail.com

A frase condensa tudo que se passa na vida humana, seja pela sua observação ou pela negligência com que é tratada. A frase é:”creio que esta é a minha única obrigação: evitar o mal e praticar o bem”. Notem os leitores que ele trata o assunto como obrigação, o que

se estende à noção do dever que tomos mantemos uns com os outros. Por outro lado define o padrão de comportamento no dever ou obrigação orientada: evitar o mal e praticar o bem. Vejamos que a orientação cabe em todas as circunstâncias da

vida, seja na intimidade pessoal, na vida familiar ou social, na pátria ou no planeta. Evitar o mal e praticar o bem. Quantos casos e circunstâncias aí não estão enquadrados? É algo para pensar muito, não é mesmo? Vamos aderir? r


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