Tribuna do Espiritismo - junho de 2019

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • JUNHO DE 2019 • ANO 6 • Nº 69 • 13.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Quero estar grávida ou ser mãe? Pergunta abre um universo de reflexões - página 4

Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.


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Junho de 2019

Editorial

Impressão e distribuição

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partir da próxima edição (julho/19), reduziremos drasticamente a edição impressa do Tribuna do Espiritismo. O jornal, que chegou à 69ª. edição, não se extinguirá de imediato. A tendência é que, num prazo médio de um ano – talvez um pouco mais ou um pouco menos – o jornal se transforme numa plataforma virtual para envio de matérias, reportagens, clips, eventos, entrevistas, imagens ou fotos, para os celulares cadastrados, numa periodicidade a ser definida, saindo então do formato mensal completo e sendo enviado apenas uma informação de cada vez, eletronicamente. A partir de julho/19 enviaremos apenas para os casos e casas que nos apoiam, ou vierem a apoiar na tiragem e postagem, mas também para destinatários estratégicos. Os custos estão muito altos, os tempos são outros. Modificaram-se os hábitos e parece-nos oportuno seguir essa tendência mundial. A decisão se deve praticamente pelos custos de impressão e postagem, mas também pela logística de distribuição, inclusive nas instituições. Nossa gratidão, porém, pelos benefícios colhidos, em quase sete anos de circulação nacional do Tribuna do Espiritismo. r

Sementeira: exício ou êxito do Espírito A dor e o sofrimento resultam dos acidentes comportamentais Rogério Coelho

rcoelho47@yahoo.com.br

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oda colheita é a resposta da sementeira”. — Joanna de Ângelis. Os atos do Espírito engendrarão as situações exiciais ou vitoriosas dos mesmos; assim, falência ou

Edição número 1 (setembro de 2013) e a edição atual (abaixo)

sucesso, tristeza ou felicidade, são corolários naturais do livre-arbítrio de cada um. No periódico “Folha Espírita”, respondendo a uma entrevista feita pelo Dr. Rossi, o Tutelado de Emmanuel diz acreditar que “(...) a “aids” não é um castigo de Deus, mas uma questão criada por nós mesmos, as criaturas da Terra e que alcançará, por misericórdia de Deus, a vacina necessária para que nos desvencilhemos de semelhante flagelo.

Quando a Doutrina Espírita conquistar o lugar que merece no seio da humanidade, atingindo foros de cidadania, indubitavelmente testemunharemos o alvorecer de uma nova era, uma profícua e saudável fase na história dos povos

Devemos compreendê-la como uma sugestão para melhorar os nossos costumes. Não podemos dizer que é um castigo de Deus, uma doença que tem aparecido até mesmo nos recém-nascidos. Os cuidados, a higiene e a possível abstenção sexual, e o respeito uns à frente dos outros são os remédios de que dispomos à espera de um antídoto, uma vacina que está sendo elaborada pelos nossos cientistas”. Muito antes de se falar em “aids”, Joanna de Ângelis já anunciara: “a ação imunológica do or-

ganismo desaparece sob a contínua descarga das forças perniciosas, abrindo espaço para as calamidades físicas e psicológicas”. Manoel Philomeno de Miranda elucida1: “(...) a dor e sofrimento resultam dos acidentes comportamentais, quando o homem exorbita do livre-arbítrio e faz-se verdugo de si mesmo, vez que, agindo erradamente, impõe-se a ele a necessidade da reparação e de reconquista do tempo malbaratado no erro. (...) O Espiritismo, que se encontra na Terra para moralizar os homens, através do esclarecimento da verdade que liberta e salva, mudará as paisagens morais, sociais e evolutivas do Planeta, graças à transformação dos seus habitantes para melhor”. Quando a Doutrina Espírita conquistar o lugar que merece no seio da humanidade, atingindo foros de cidadania, indubitavelmente testemunharemos o alvorecer de uma nova era, uma profícua e saudável fase na história dos povos. Participaremos, justo dizer, da colheita dos frutos sazonados resultantes de cuidadosa sementeira à luz do Espiritismo. Nesse tempo futuro, cujo alvorecer foi marcado pelo advento do “Consolador”, a humanidade deixará de penar sob o guante de dores atrozes e dispensáveis, alcandorando-se ao nível dos mundos felizes assinalados por Jesus e prometidos a todos quantos pautam suas vidas em Seus sublimes e imorredouros ensinamentos. r

1. FRANCO, Divaldo. Loucura e Obsessão. 11.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2008, cap. 4.


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Uma palavra sobre a educação espírita Projeto educativo é constituído de duas obras gratuitas Marcus De Mario

marcusdemario@gmail.com

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studando a educação na visão espírita, e tendo conhecimento que Allan Kardec, quando adolescente e jovem, estudou com o educador Pestalozzi, no famoso Instituto de Yverdon, mergulhei nesse universo desde minha juventude, tendo, desde então, escrito centenas de artigos publicados em jornais, revistas e blogs espíritas, além de ter tido a oportunidade de escrever e publicar alguns livros espíritas dedicados à educação. Não tenho estatística sobre minhas palestras e seminários sobre Espiritismo e Educação, mas em pouco mais de quatro décadas foram muitas. Nesses esforços, surgiu o Projeto Educação do Espírito, uma proposta pedagógica inovadora para a chamada evangelização espírita infantojuvenil desenvolvida pelo centro espírita. O projeto é constituído de dois livros digitais, não impressos, distribuídos gratuitamente aos interessados. O primeiro livro tem por título Aprendendo a Educação Espírita, um verdadeiro curso para os evangelizadores, que gostaria fosse chamado de educadores espíritas. O segundo livro tem o título Educando o Espírito, onde apresento a proposta pedagógica com sua metodologia diferenciada, propondo um trabalho por projetos, grupos de pesquisa e atividades lúdicas, envolvendo inclusive os pais e responsáveis, ou seja, a família. O Projeto Educação do Espírito, com a distribuição dos dois

livros, tem atravessado as fronteiras estaduais do nosso Brasil, com centenas de exemplares digitais distribuídos, propondo uma nova visão sobre a evangelização espírita e, claro, novas práticas pedagógicas em seu universo com crianças e jovens. É um caminho possível,

As crianças – espíritos reencarnados – estão chegando com inteligência mais aguçada, mas nem sempre com moral elevada, requerendo do processo educacional orientação segura no campo da ética, oportunidades de desenvolvimento das virtudes, direcionamento da inteligência para a prática do bem e, muito importante, sensibilização dos sentimentos com base nas lições do Evangelho

mas, naturalmente, não o único, pois todas as propostas pedagógicas espíritas são bem-vindas e têm sua importância. Temos percebido, ao longo desse percurso, a existência de propostas pedagógicas e atividades educacionais muito boas no movimento espírita, no âmbito da educação espírita infantojuvenil, contudo, também temos encontrado a repetição de velhos modelos

pedagógicos atrelados a material apostilado semipronto, que não leva em consideração o ritmo próprio da criança e do jovem, nem sua criatividade e espontaneidade, desenvolvendo temas previamente selecionados num currículo fechado e pouco dinâmico. Esse modelo pedagógico já foi útil, teve seu momento, mas não atende mais as necessidades das novas gerações de espíritos que reencarnam procurando transformar a humanidade para melhor. As crianças – espíritos reencarnados – estão chegando com inteligência mais aguçada, mas nem sempre com moral elevada, requerendo do processo educacional orientação segura no campo da ética, oportunidades de desenvolvimento das virtudes, direcionamento da inteligência para a prática do bem e, muito importante, sensibilização dos sentimentos com base nas lições do Evangelho. Por tudo isso, percebemos com clareza que a educação espírita infantojuvenil deve ser uma prioridade das instituições espíritas, cujos dirigentes devem procurar os meios eficazes de capacitar os educadores, ou evangelizadores, para que o trabalho seja feito em padrões pedagógicos compatíveis com o que queremos para a sociedade humana do terceiro milênio, no processo de saída de mundo de expiações e provas para entrada no mundo de regeneração. Não podem as instituições espíritas ficarem isoladas e fecha-

das em modelos ultrapassados. O movimento espírita de unificação surgiu no tempo histórico para congregar, unir esforços, permitindo que as instituições espíritas se auxiliem e promovam em conjunto encontros, cursos, seminários nas mais diversas áreas, assim enriquecendo as atividades que são ofertadas ao público, na legítima representação do Espiritismo, conforme seus princípios apresentados e estudados pelos Espíritos Superiores e por Allan Kardec. Se você é dirigente, coordenador, educador (evangelizador), por que não conhecer o Projeto Educação do Espírito? Por que não procurar participar do movimento de unificação? Lembre-se que Jesus, nosso governador planetário, quando aqui esteve encarnado não se deixou engessar pelos modelos culturais, políticos e religiosos de sua época. Nós, espíritas, com a mensagem transformadora da imortalidade da alma e da reencarnação, o que estamos fazendo? Pensemos com carinho sobre isso. r ****** Educação do espírito Para solicitar gratuitamente o Projeto Educação do Espírito, é só acessar www.marcusdemario.com e fazer seu pedido. Estude a distância Cursos online sobre educação e gestão são desenvolvidos pelo Instituto Brasileiro de Educação Moral. Conheça os cursos e faça sua matrícula em www.ibemeduca. com.br.


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Eu quero estar grávida ou ser mãe? Pergunta surgiu de profunda reflexão Orson Peter Carrara

Orsonpeter92@gmail.com

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sta pergunta foi feita a si mesma por uma mãe que não pode engravidar. Esmagadora maioria das mulheres deseja ser mãe, mas existem igualmente vários casos de impossibilidade, por várias razões. Diante das frustrações seguidas, a busca aos exames trouxe o diagnóstico: esterilidade de ambos os cônjuges. Decepção, frustração, tristeza, e em muitos casos até mágoas e revoltas, nas variadas circunstâncias com tantos casais. O tempo, todavia, abre novas perspectivas. E as reflexões surgem, naturalmente, quando nos fazemos sensíveis e abertos às alternativas à disposição. E aqui trago a conclusão de uma mãe estéril: “(...) Na minha situação particular, o que me ajudou nesse processo doloroso de não poder conceber um filho biológico, foi de refletir depois de algum tempo que recebemos o diagnóstico de esterilidade: “Eu quero ser mãe ou eu quero ser gravida?” Eu encontrei a resposta no fundo de minha alma e a dor tomou outro rumo (QUERO SER MÃE, e essa porta Deus

talvez ainda não tenha fechado, vou buscar minhas alternativas…(...)”. Essa resposta está numa das respostas da entrevista que fiz com uma mãe adotiva. E aí buscou e alcançou a alternativa da adoção. Hoje está feliz com o filho que dis-

amor não é menor do que o do filho biológico, creio que seja até maior, porque o filho biológico nós temos porque temos, e o adotado nós temos porque queremos, nós vamos buscá-lo. Feliz daquele que é capaz de adotar o amor, trazer para dentro

sipou mágoas e tristezas, fazendo a felicidade do casal. E tal reflexão encontrou ainda maior respaldo num trecho que encontrou em afirmativa do Prof. Divaldo Pereira Franco (no Programa Transição, em 2009): “Na adoção, o

de casa os seres queridos ou os seres problemas que os recursos orgânicos não permitiram que viessem pelas vias biológicas. Terá lucidez, de que indo buscar alguém necessitado de amor, já se estará integrando na consciência cósmica.”

Encontros em Minas Gerais

Poços de Caldas 28 a 30 de junho

Guaxupé 26 a 28 de julho

Informe-se e participe também. Inscrições abertas!

E aí, na sequência da entrevista perguntei o que diria agora para as mães que adotaram filhos? Ela respondeu: Eu então diria que abracem a oportunidade iluminativa de experimentar o amor além dos laços corporais. A maternidade é uma benção divina, quando é pelo coração, então, sinto que é um processo de busca ainda mais profunda aos pequenos tesouros de nossa alma. A pergunta ecoou fundo e eu pensei em homenagear as mães adotivas, que oferecem de seu amor aos pequeninos órfãos. Um amor verdadeiro a quem nos curvamos pela nobreza do gesto! Gravidez, infertilidade, aborto espontâneo, adoção ou “perda” de bebês prematuros são temas sempre muito abrangentes que abrem vastas perspectivas de análises da experiência de viver, com suas lutas e desafios, alegrias, tristezas, decepções, mas também crescimento intelecto-moral e emocional. Sigamos adiante, a vida é intensivo curso de aprendizado. r


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Venha para o EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel, em Matão-SP 9ª, edição ocorre em 21 e 22 de setembro no Clube SOREMA

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rianças e jovens também devem se inscrever e terão espaço/programação especial (veja no site). Valores e prazos diferenciados visam estimular inscrições antecipadas para dimensionarmos o evento, inclusive por faixa etária. Evento também contemplará Fórum de Arte, que divulgaremos oportunamente. E aguarde as costumeiras surpresas Informações e Inscrições no www.institutocairbarschutel.org. De 1 de junho a 30 de junho Até 12 anos ISENTO De 13 até 21 anos R$ 25,00 Individual R$ 40,00 De 1 de julho a 31 de julho Até 12 anos ISENTO De 13 até 21 anos R$ 25,00 Individual R$ 45,00 De 1 de agosto a 31 de agosto Até 12 anos ISENTO De 13 até 21 anos R$ 25,00 Individual R$ 60,00 1 de setembro: INSCRIÇÕES ENCERRADAS.


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Saúde preventiva Uso excessivo de remédios: suicídio inconsciente? Raul de Mello Franco Jr.

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na Cláudia acordou indisposta, com o nariz congestionado e com dores de cabeça, logo no dia em que completa 18 anos. Não se trata de crise aguda, como uma gripe. Há tempos esse quadro vem se repetindo e toda a família já opina sobre ele. A mãe afirma que o culpado é o celular, usado em demasia. A avó não concorda. Diz que Ana “entrou para o clube da enxaqueca”, mal que tortura as três últimas gerações da família. O pai, mais reservado, prefere debitar o desconforto ao excesso de estudos da filha, de mãos dadas a uma provável TPM. Na dúvida, Ana tem feito uso de fluoxetina pra atenuar a ansiedade. Também ingere Tonopan, para atacar a possível enxaqueca, além de um descongestionante nasal, seu velho companheiro. Como no último mês o estômago também vem acenando, uma amiga lhe recomendou um inibidor da bomba de prótons (Omeprazol 20mg), em jejum, pela manhã. Aos 18 anos de idade, Ana Cláudia já não consegue passar uma semana sem visitar uma drogaria. A experiência da jovem repete-se, à exaustão, nos lares brasileiros. Estamos presenciando um terrível cenário de farmacodependência coletiva que cresce em progressão geométrica. Na aparência, tudo parece ter início no próprio paciente. Acossadas por um desconforto físico ou psíquico e sedentas por soluções instantâneas, as pessoas se automedicam (aconselhadas pelo Dr. Google) ou procuram os centros

médicos com o propósito de obter a receita mágica, uma espécie de salvo-conduto que as habilite a se refugiar na drogaria mais próxima. O desejo pelo consumo desenfreado e irracional de medicamentos recebe a resposta imediata do mercado. Centenas de novas farmácias e drogarias são inauguradas todos os dias. São terminais lucrativos de uma indústria que não para de crescer, não se contenta com ganhos

como verdadeiros parceiros. No ambulatório, rapidez é sinal de eficiência. O doente, por sua vez, não tem formação ou informação suficiente para avaliar que está apenas atacando os efeitos de sua possível doença (ou nem isso), sem combater-lhe a causa. Fará uso ritualístico do fármaco, pródigo em produzir efeitos colaterais. E ao eclodir o próximo mal-estar, o ciclo irá se repetir, talvez pelas mãos de outros médicos e com novas dro-

módicos e faz publicidade maciça de seus produtos, sem revelar os males que provocam. Os espaços por onde circula o cliente trazem produtos ao alcance das mãos, como se fossem alimentos. O pessoal do setor de vendas tem metas a cumprir. O profissional da saúde, com raras exceções, sai da escola treinado para prescrever remédios e desconsiderar o resto. Na sua rotina, muitos serão visitados e premiados pelos grandes laboratórios, com quem atuarão

gas. Alguns pacientes irão progredir para quadros mais complicados, em variáveis que podem derivar para as internações, diálises, intervenções cirúrgicas e óbitos. Quem, afinal, é o verdadeiro vilão dessa história? É o consumidor de remédios que faz girar a ciranda milionária da indústria farmacêutica ou é esse modelo de negócios que leva a população a consumir sem pensar? Sem pretender identificar culpados (o que nos obrigaria mer-

gulhar as narinas em terrenos pantanosos de insuportável odor), o uso da razão nos impele a começar pela revisão da atitude pessoal, tal qual nos ensina a doutrina espírita. O homem de bem deve passar em revista todas as suas atitudes, sem deixar de fora aquelas que tangem o próprio corpo e a própria saúde. Os abusos da medicação constituem a nova modalidade de suicídio inconsciente, em expansão. Uma onda de dor e sofrimento avança, volumosa, impulsionada por nosso comodismo e pela nossa invigilância farmacológica. Os produtos alopáticos nos cativam pelo fácil acesso e praticidade. Podem espantar dores em minutos, como se detivessem um poder mágico aprisionado numa cápsula. Todavia, ocultam os males que transportam. Certos analgésicos, como os opioides (derivados da papoula, muito populares), por exemplo, explicam 48 mil mortes nos EUA, só em 2017, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças Americano). É hora de rever comportamentos e conhecer alternativas eficientes de prevenção de doenças e de recuperação da saúde. Antes de remediar os efeitos, pergunte-se sobre as causas dos males que lhe afligem. Faça uma análise cuidadosa da real necessidade dos remédios que você compra e consome. Indague-se sobre a possibilidade de conseguir os mesmos resultados por meios naturais e, principalmente, por uma mudança de vida! r


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Exortação à justeza! Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados! Maroisa Baio

maroisafpb@gmail.com

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verdadeiro significado da quarta bem-aventurança (Mateus 5:6) é muito mais profundo do que possa parecer numa leitura superficial. Por isso, caro leitor, não estranhe a palavra justeza que significa qualidade do que é justo. Pouco conhecida, ela oferece o sentido correto para a compreensão adequada dessa bem-aventurança. Eis alguns exemplos: a mercadoria foi avaliada com justeza; as doações foram entregues com justeza aos necessitados; o cristão deve pautar sua vida com justeza. Não se pode esquecer, no estudo das bem-aventuranças, da situação em que viviam as pessoas a quem Jesus se dirigia, oprimidas pelas arbitrariedades do governo romano e pelos excessos do culto exterior do judaísmo que não mais acalentavam o coração sofrido daquele povo. Assistindo indefesos às injustiças sofridas é compreensível que se sentissem revoltados mas, por qual justiça ansiavam?

Um ditado popular diz que na Terra há muitas injustiças mas não há ninguém injustiçado. Também é comum ouvir: a justiça de Deus tarda mas não falha! E diante de situações onde os direitos dos cidadãos são ignorados pelas autoridades, os que se sentem lesados costumam bradar: justiça! A justiça dos homens ainda se caracteriza por muitas arbitrariedades; buscando cumprir a justiça para alguns, comete-se injustiça para com outros. Aqueles que clamam por seus direitos muitas vezes não pensam em seus deveres e querem que a justiça seja feita para eles, mesmo que outros sejam prejudicados. Essa forma de justiça é revoltante pois não é igualitária. É o cenário da atualidade, presenciado todos os dias. Cairbar Schutel, em “Parábolas e ensinos de Jesus”, considerando a diferença dessa postura, ressalta: “Bem-aventurados os que se revoltam contra a injustiça, mas são resignados e calmos. Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes,

dos servis, que em proveito próprio aplaudem a injustiça!” Jesus nos exorta a não cultivarmos a revolta e a indignação perante a justiça dos homens mas que procuremos nos ajustar às leis divinas! Mesmo sendo usurpados daquilo que por direito nos per-

As bem-aventuranças não podem ser tratadas isoladamente; elas estão conectadas numa sequência lógica

tença, que tenhamos resignação e paciência, buscando primeiramente o reino de Deus e Sua Justiça pois o necessário nos será dado por acréscimo de Sua Misericórdia! Que aguardemos o futuro, confiando na Justiça Divinal! Essa justiça se cumpre numa lei única que rege o destino de cada um: semeadura livre, colheita obrigatória. Todos nós, oprinidos e opressores, retornaremos à vida espiritual, após a morte do corpo

CHICO XAVIER

DO CALVÁRIO A REDENÇÃO Autor Carlos Aberto Braga Costa

De Pedro Leopoldo a Sabará, de Uberaba para o Mundo, bons combates foram travados. Vitórias e derrotas aconteceram. Alegrias e tristezas, emoções vividas. Nascimentos, mortes e ressurreições. Por essas trilhas, o leitor será chamado para conhecer os familiares de Chico Xavier. Atendimento: (19) 3491-7000 - WhatsApp: (19) 99983-2575 vendas@editoraeme.com.br

físico, colhendo os resultados de nossos erros e acertos! Tomando consciência da necessidade de reajuste, ansiamos por uma nova existência no plano físico, desejando pautar a vida dentro dos padrões do Evangelho! E o Senhor magnânimo nos dará novas oportunidades de reajustamento às leis divinas pelas vias da reencarnação, até que aprendamos a conquistar a justeza, isto é, a viver com fidelidade à justiça! As bem-aventuranças não podem ser tratadas isoladamente; elas estão conectadas numa sequência lógica. Jesus iniciou seu discurso com o incentivo à humildade que conduz à mansuetude que por sua vez leva à resignação, surgindo um anseio íntimo da critatura ao seu próprio ajustamento aos desígnios divinos! Essas virtudes: humildade, mansuetude, resignação e justeza só se desenvolvem em mundos de provas e expiações nos quais seus habitantes ainda necessitam do sofrimento como recurso pedagógico divino. Portanto, diante das aparentes injustiças que nos atinjam, procuremos permanecer fiéis à justiça divina! r


Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Junho de 2019

REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel. Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP

O amor na sua forma mais simples Uma crônica entre mãe e filho Rutiméia Tagliavini e Erick Zyon Tagliavini Vedoato

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or um instante, fiquei estática e me perguntava: Será que é? Nesse momento ao perceber uma sensação única eu disse: Olá! Tudo bem com você? Eu estava te esperando há meses. Como é bom sentir você se mexer no meu ventre. É a sensibilidade mais incrível que já senti! Aos três meses de gestação eu converso com você, ainda sem saber seu sexo e seu nome, lhe chamo de meu Nenezinho: — Cadê o Nenezinho mais lindo da mamãe? E ao me ouvir eu sinto a sua resposta. Fico imaginando os seus bracinhos e suas perninhas tão pequenininhas se movendo. Imagino suas mãozinhas abrindo e fechando, como se quisessem me tocar. Se em algum momento me senti sozinha, a partir de agora não me sentirei mais. Mas ainda eu pensava: E se ele não estivesse aqui comigo? E se meu corpo não me permitisse gerar um filho? Caso isso acontecesse, eu pediria a Deus que o meu desejo de ser mãe não se limitasse a uma gestação, no qual, não me permitisse sentir tal sensação. Com certeza buscaria meu

rutimeia@yahoo.com.br

filho pelo mundo, perdido, esperando pela sua mãezinha querida, e ao sentir seu toque com certeza a sensação seria única e tão especial quanto esta que estou sentindo nesse momento. Amar demais não faz mal. Se você não perder a capacidade de amar mesmo quando não correspondido, você não perderá a capacidade de sentir o amor na sua forma mais simples, pura, doce, encantadora, sublime, incondicional e livre. Foi através de uma mãe que você veio ao mundo. O Amor de mãe para com um filho pode ser assim, o maior que nos permitimos sentir e o maior a oferecer. Se você foi um filho (a) carente de mãe, desprovido (a) de carinho e atenção, se você sofreu maus tratos físicos, mentais e espirituais na infância e tem dificuldade em se relacionar com as pessoas, saiba que apenas o Amor pode substituir qualquer sentimento limitante. Não deixe ninguém fazer você pensar o contrário. Amor demais não faz mal. Pode ser qualquer tipo de amor. É o amor na sua forma mais simples, o amor que exala o perfume de Deus, o amor que cura qualquer ferida e dor.

Meu filho Erick, hoje, tem sete anos de idade, retribui meu amor com muito amor também, e posso dizer a vocês que somos um só e mesmo que a vida nos separe um dia, jamais separará os nossos corações. Ao nascer ele trouxe para mim três presentinhos de Deus, no qual, utilizamos todos os dias juntos: a maturidade, a responsabilidade e a sabedoria. A maturidade para entender a vida. A responsabilidade para cuidar da vida. A sabedoria para saber viver a vida. Hoje estamos crescendo juntos, brincando com nossos presentinhos e na alegria do Amor estamos aprendendo a cada dia o verdadeiro sentido da vida. Certo dia a professora do Erick passou duas lições de casa, porém ele relatava que era para fazer apenas a primeira. Então eu lhe perguntei: — Por que você não quer fazer a segunda atividade, filho? — É porque eu não sei, e se eu fizer errado, meus amigos vão rir de mim. — Você vai fazer, eu vou te ajudar, e se tiver errado e seus amigos rirem, você diz a eles que todo mundo erra e que é preciso respeitar as pessoas.

Mas conhecendo bem o meu filho, eu lhe perguntei: — E você, ri dos seus amigos quando eles erram? Ele abaixou a cabeça, pensativo, elevou seu olhar em minha direção e disse: — Às vezes! — Então filho, é preciso respeitar os outros para ser respeitado, é preciso compreender para ser compreendido, é preciso perdoar para ser perdoado. E nunca faça para o outro, o que você não quer que faça para você, mesmo que esse alguém seja tão pequenininho que ainda não tenha uma forma e nem sexo definido, não tenha um nome e nem tamanho suficiente para se defender. É preciso doar-se para poder receber. É preciso amar para ser amado. Porque amor demais, não doe, não machuca, não mata. Amor demais renasce, cura e liberta! E se você não quer ser mãe na sua concepção, ou o tempo não lhe permitiu, não se preocupe, mas fique atenta, que o amor sempre encontrará uma forma de chegar até você. E nunca se esqueça de que: “a paz decorre da quitação da consciência com a vida”. (Emmanuel — Livro Fonte Viva) r


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