Tribuna do Espiritismo - dezembro de 2019

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2019 • ANO 7 • Nº 75 • 2.500 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org

A educação dos filhos com Jesus Na infância estamos mais aptos a absorver os ensinos morais - Veja página 3

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Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.


Dezembro de 2019

Editorial

Formato impresso

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om a presente edição encerramos a circulação impressa do TRIBUNA. Sua trajetória iniciou-se em setembro de 2013, com cinco mil exemplares. Alcança e conclui sua tarefa impressa com 75 edições, tendo circulado por todo o país. Mas sua tarefa não se encerra aqui. Os novos tempos e a nova realidade exigiram mudanças. Sem fixar data de retorno, o jornal vai adquirir novo formato, sem ser mensal e exclusivamente virtual, com remessas ocasionais para os celulares cadastrados (notícias serão veiculadas pelas mídias virtuais), de notícias, matérias, reportagens, entrevistas, clips ou músicas, divulgando a arte e a cultura espírita. Foram 6 anos de experiência e estímulo aos leitores, que só foi possível pela junção de vários fatores, entre eles o apoio de muita gente, entre patrocinadores, distribuidores regionais ou de mão em mão na realidade das instituições espíritas e mesmo fora delas, onde alcançaram também grande espaço. Não é uma despedida, mas antes uma reciclagem. Obrigado a você que nos ajudou. r

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Jesus A personificação do amor de Deus Emmanuel

Do livro “Antologia Mediúnica do Natal”

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om o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o Enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia. Aos corações abre-se nova torrente de esperanças e a Humanidade, na Manjedoura, no Tabor e no Calvário, sente as manifestações da vida celeste, sublime em sua gloriosa imortalidade. Com o tesouro dos seus exemplos e das suas palavras, deixa o Mestre entre os homens a sua Boa Nova. O Evangelho do Cristo é o transunto de todas as filosofias que procuram aprimorar o espírito, norteando-lhe a vida e as aspirações. Jesus foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade infinita. r Emmanuel, capítulo 66 do livro Antologia Mediúnica do Natal (ed. FEB)

Na Noite de Natal “- Minha mãe, porque Jesus, Cheio de amor e grandeza, Preferiu nascer no mundo Nos caminhos da pobreza?

Porque não veio até nós Entre flores e alegrias, Num berço todo enfeitado De sedas e pedrarias?”

E a pobre mãe, de olhos fixos Na luz do céu que sorria Concluiu com sentimento Em terna melancolia:

- “Acredito, meu filhinho, Que o Mestre da Caridade Mostrou, em tudo e por tudo, A luminosa humildade!...

- “Por certo, Jesus ficou Nas palhas, sem proteção, Por não lhe abrirmos na Terra As portas do coração.”

Às vezes, penso também, Nos trabalhos deste mundo, Que a Manjedoura revela Ensino bem mais profundo!”

João de Deus, capítulo 20 do livro Antologia Mediúnica do Natal (ed. FEB)


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A educação dos filhos com Jesus Tarefa é primordial para melhora moral do planeta Marcus De Mario

marcusdemario@gmail.com

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uando o Mestre Jesus solicitou que deixassem que as crianças fossem até ele, salientando que somente quem se assemelhasse a elas ganharia o reino dos céus, quis dizer que aos espíritos reencarnados que estão na infância deve-se dar as lições do Evangelho, pois neste período estão mais aptos a absorver os ensinos morais de que carecem. E como a criança representa a inocência, a pureza, deu-nos profunda lição a saber: somente os humildes, puros de coração, merecem dar um salto em sua evolução espiritual. Por estes motivos os pais não podem deixar em segundo plano a educação dos filhos através dos ensinos e exemplos de Jesus. Lembremos com Pedro de Camargo “Vinicius”, em seu livro “O Mestre na Educação”, que “Mestre é aquele que educa. Educar é apelar para os poderes do espírito. Mediante esses poderes é que o discípulo analisa, perquire, discerne, assimila e aprende. O mestre desperta as faculdades que jazem dormentes e ignoradas no âmago do “eu” ainda inculto. A missão do mestre não consiste em introduzir conhecimentos na mente do discípulo: se este não se dispuser a conquistá-los, jamais os possuirá”. Educar, e não apenas ensinar, é o papel do mestre, motivo pelo qual podemos afirmar que todo pai e toda mãe deve se fazer um

educador(a). Apelar para os poderes do espírito é alcançar o âmago do ser imortal, é fazer com que todo o seu potencial aflore, frutifique, lembrando que esse potencial foi dado por Deus no ato da criação, e que ele vem sendo desenvolvido através das experiências reencarnatórias, até sua plenitude quando do estado de perfeição do espírito.

Do que necessitamos para educar? Necessitamos de espiritualidade, de compreensão, de renúncia, de amor, de bons exemplos, de uma ação prática que não tolha a alma, agora nosso filho

É missão dos pais a educação dos filhos, como lemos na questão 582 de O Livro dos Espíritos: “Pode-se considerar a paternidade como uma missão? – É, sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do bem, e lhes facilitou a tarefa, dando à criança uma organização débil e delicada, que a torna acessível a todas as

impressões. Mas há os que mais se ocupam de endireitar as árvores do pomar e fazê-las carregar de bons frutos, do que de endireitar o caráter do f ilho. Se este sucumbir por sua culpa, terão de sofrer a pena, e os sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não f izeram o que lhes competia para o seu adiantamento nas vias do bem”. Na história da humanidade não houve ninguém como Jesus. De todos os títulos que lhe quiseram dar, aceitou apenas um: Mestre. E assim se fez. Primeiro, porque foi exemplo de tudo aquilo que ensinou, mostrando a força da autoeducação, da conquista de si mesmo. Segundo, porque soube respeitar o potencial de cada pessoa que por ele passou, tornando-os seus educandos. Terceiro, porque sua didática foi perfeita, utilizando um método de ensino que revela procedimentos pedagógicos nunca antes utilizados, e que até hoje espantam os estudiosos da educação. Estamos falando de Jesus, o Cristo, o enviado de Deus, o Messias anunciado pelos profetas do antigo povo judeu. Sua presença na Terra dividiu a história em antes e depois Dele, tal a sua magnitude, dando-nos o maior livro de pedagogia já visto: o Evangelho. Lembre-se, pai e mãe, que a missão de educar significa formar o caráter, fazer com que o filho

Arquivo digital

adquira o senso moral, saiba distinguir entre o bem e o mal. E o diploma, não é importante? É, mas não da maneira como normalmente entendemos, dando tanta importância à preparação para os exames e a carreira universitária, e esquecendo de tornar nosso filho um bom cidadão. Do que necessitamos para educar? Necessitamos de espiritualidade, de compreensão, de renúncia, de amor, de bons exemplos, de uma ação prática que não tolha a alma, agora nosso filho. Necessitamos olhar para Jesus, entender a educação com ele, aproximando nossos filhos das divinas lições do Evangelho, formando homens e mulheres de bem, que por sua vez formarão uma sociedade justa, ética e pacífica. r ****** Para você se qualificar Acesse o portal www.ibemeducaead.com.br e tenha um encontro com dezenas de cursos de qualificação feitos 100% pelai internet, para sua melhor qualificação profissional e voluntária. Conheça um novo projeto Solicite gratuitamente o Projeto Educação do Espírito, desenvolvido para aplicação na educação/ evangelização espírita. É só acessar www.marcusdemario.com.

Todas as edições do jornal, do número ao 1 ao 75, podem ser encontradas no portal www.tribunadoespiritismo.org. Visite o arquivo digital.


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Distorções Sabemos bem o que é o Espiritismo? Orson Peter Carrara

orsonpeter92@gmail.com

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mbora lamentável o que se vem assistindo no movimento espírita – igualmente contagiado por fatores estranhos à sua genuína proposta, como acontece em tantos segmentos –, é natural que aconteça, face à imaturidade que ainda nos caracteriza. Muitos já reconhecemos sua real natureza e seus objetivos, mas seduzidos por interesses e paixões variadas, ainda nos mostramos incapazes de viver o que sabemos. A essência do Espiritismo está na caridade em sua ampla configuração, não restrita – é claro – à doação de bens materiais passageiros, mas sim e especialmente na atenção, na gentileza, no acolhimento (presente no abraço, no aperto de mão, no estímulo sincero em favor da felicidade alheia por exemplo), e também na fé e na esperança que se materializam na postura de retidão, na solidariedade e no respeito que nos devemos mutuamente, de vez que todos precisamos uns dos outros. E conforme encontramos no item 292 de O Livro dos Médiuns, o objetivo principal, prioritário, do Espiritismo está na nossa melhora moral, ou, em outras palavras, nos esforços que possamos desenvolver na aquisição de virtudes e na superação das más tendências. Infelizmente, porém, nos dividimos, levados por fanatismos momentâneos ou visões distorcidas da realidade que conseguimos assimilar, iludidos que ainda estamos por posições, imposições, por ideias ou posturas dispensáveis,

pois que incompatíveis com a moral de Jesus. Será uma ilusão de domínio de consciências alheias, será fruto do orgulho que ainda nos caracteriza ou da vaidade que se permite cultivar? Não sei exatamente, cada um descobrirá dentro de si mesmo tais razões, já que só o tempo nos levará ao amadurecimento que se busca.

A vida nos colocará devidamente no lugar no tempo certo, quando então deveremos rever posturas e reparar os estragos que causamos com nossas vãs e tolas pretensões. Felizmente, porque nos levará à maturidade de consciência que estamos tentando construir.

Felizmente, porém, por outro lado, tudo isso é ação humana, bem própria de nossa mediocridade moral, e que nada tem a ver com a grandeza da Doutrina Espírita. Esta sim, impecável, inatacável e que recebe os impactos ingratos de todos nós, os espíritas, que embora reconheçamos devidamente sua grandeza e benefícios em favor da humanidade, que poderíamos multiplicar continuamente, permitimo-nos contagiar pela vaidade, pelo egoísmo ou pelo ciúme, e simplesmente iludidos por tolas e dispensáveis pretensões para quem pretende afirmar-se discípulo de Jesus.

Isso é pessimismo? Não! Absolutamente! É até um processo natural, bem próprio de aprendizados que nos amadureçam. Mas grita dentro de nós um apelo ao bom senso, ao discernimento, virtudes que tão bem caracterizaram a inigualável personalidade de Allan Kardec. Seja por gratidão à própria vida, ou aos exemplos marcantes de nomes veneráveis (e quantos não são?!) que abriram os primeiros caminhos e os mantiveram íntegros. Vamos, pois, rever os caminhos? Já não é hora de nos mostrarmos coerentes, agindo dentro da ética que aprendemos com o Espiritismo? Sei que essa reflexão será ignorada ou desprezada pela maioria – somos assim mesmo, é de nossa natureza, nunca achar que somos nós os protagonistas de ações em desserviço do Espiritismo e que isso é culpa dos outros, nunca somos os responsáveis –, apreciada por outros com reserva e assimilada por minoria muito significativa, mas isso é secundário. O que é preciso é que se fale. Quem sabe um mínimo trovão consiga despertar alguns, até o próprio autor, sujeito tam-

bém a equívocos de todo tipo, como criatura humana também em lutas. O lamento, porém, é pela supervalorização de ações (e aqui é um universo delas) sempre em detrimento do estudo e da consciência doutrinária – que esclarecem e orientam –, substituindo prioridades por interesses que estimulam vaidades e supremacias, criando exércitos que seguem pessoas e não o Espiritismo, quando deveria ser o contrário, face à nossa condição de criaturas falíveis. Mas a Lei do Progresso é determinante. Não há como impedi-la. A vida nos colocará devidamente no lugar no tempo certo, quando então deveremos rever posturas e reparar os estragos que causamos com nossas vãs e tolas pretensões. Felizmente, porque nos levará à maturidade de consciência que estamos tentando construir. Mas a história pode ser diferente desde já. Basta o olhar da humildade e da constatação de nossa própria fragilidade, aprendizes ainda incapazes de domar a si próprios. r


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Livro/CD Mensagem dos Poetas “Mortos” Obra literomusical reúne qualidade doutrinária e artística João Gualberto

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sta obra reúne um material precioso! Verso e prosa psicografados, emoldurados por música, repletos de beleza e conteúdo. Nove intérpretes, cantando em solo ou duo, orquestra de cordas, coral e uma banda elegante. Mais de 80 artistas trabalharam nesta belíssima produção que traz ainda ilustrações exclusivas e informações sobre os grandes protagonitas deste projeto, os Poetas “Mortos” e sua mensagem! Humberto de Campos, Emmanuel, Augusto dos Anjos, Antero de Quental, Cairbar Schutel, Allan Kardec são alguns dos autores aqui musicados. Os trabalhos de Zé Henrique Martiniano na canção espírita guardam virtudes. Percebe-se elaboração, requinte e beleza, sem

dúvida. Mas salta aos ouvidos, até aos menos atentos, a ousadia. E, aos mais dedicados, após a décima ou vigésima apreciação, essa qualidade específica se confirma. Há uma justificativa estética a sustentar essa convicção. E outra histórico-doutrinária. O músico de Araraquara (SP) não é um espírita que se fez artista, mas um artista que abraçou a Doutrina. Trilhava já uma carreira musical quando adotou o Espiritismo em meados da década de 1990. Acompanhou à guitarra e ao violão nomes como Roberto Menescal e os irmãos Jair Oliveira e Luciana Mello. Seguiu os dois caminhos, o

da arte de ofício e o da espiritualidade íntima. Só na atual década foi que eles se cruzaram. Em 2014, lançou o CD Número Infinito, com dez poemas de Augusto dos Anjos que musicara. Todos os textos foram extraídos de Parnaso de Além-túmulo, marco inicial da psicografia de Francisco Cândido Xavier. Quatro anos depois, a parceria se estreita, e dela nasce novo rebento. Mensagem dos Poetas “Mortos” é uma ampliação da proposta de Número Infinito: mais autores, poesias de outras obras da bibliografia do médium de Pedro Leopoldo, mais requinte, mais elaboração e, claro, mais ousadia. Ousar mais é a ousadia que se permite quem ousa com êxito. Musicar Augusto dos Anjos é empreendimento nada fácil. O autor de Eu, única obra lançada enquanto encarnado, em 1912, tem sua lavra reconhecida pela junção da métrica rígida parnasiana, clássica, com a temática científica, materialista e um tanto pessimista. A predileção por esse tipo de conteúdo – igualmente ousada e única naquele interlúdio estilístico da década de 1910 – desaguou no uso de vocábulos incomuns, tantas vezes chocantes para o costume lírico. Termos técnicos, às vezes tétricos, até escatológicos, eram – e ainda são – fatias do limão mais azedo embutidos no manjar. Ser ousado é gozar de coragem. Necessária para musicar o autor-

-núcleo desse alicerce, incluindo poemas famosos e que falam muito por si, como Matéria Cósmica e Espírito. Zé Henrique foi o arqueólogo que acessa um edifício sagrado para pesquisar, coletar material, tirar fotos. Respeitoso, sempre, posto que exigem o solo sob os pés e os artigos em mãos. Agora, para Mensagem dos Poetas “Mortos”, as ousadias se alargam. A primeira imposição, dos desafios estéticos, repete-se com o ato de compor melodias e harmonias até para textos não- poéticos. Ou seja, canções foram compostas a partir de trechos em prosa, com sentenças soltas, sem qualquer comprometimento com métrica a imprimir uma cadência. Tarefa aceita e executada. E, na trilha da ousadia histórico-doutrinária, outros “sítios arqueológicos” foram explorados. Textos de Emmanuel e Humberto de Campos, por exemplo, extraídos de livros seminais para o Espiritismo e seus profitentes, agora podem ser cantados. São ressignificações do estabelecido. Belezas renovadas. Um avanço exploratório, embora pleno de reverência. Todos reconhecemos o peso doutrinário e a significância espiritual das obras e das ideias que alicerçaram estas canções. Assim sendo, se não fosse para dar certo, não daria, definitivamente. Não seria “permitido”. Se Número Infinito existe e ganhou pernas – à margem de quem, por ventura, tenha arregalado os olhos, cerrado os ouvidos e torcido o nariz –, aqui estão melodias sobre os versos de não apenas um, mas vários poetas “mortos”. r


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Saúde preventiva Compromisso reencarnatório e doenças crônicas Raul de Mello Franco Jr.

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embra-nos André Luiz, pela pena psicográfica de Chico Xavier, que “renascendo entre as formas perecíveis, nosso corpo sutil, que se caracteriza, em nossa esfera menos densa, por extrema leveza e extraordinária plasticidade, submete-se, no plano da crosta, às leis de recapitulação, hereditariedade e desenvolvimento fisiológico, em conformidade com o mérito ou demérito que trazemos e com a missão ou o aprendizado necessários” (No Mundo Maior). A pedagogia reencarnatória reclama estudo, atenção e atitude para não produzir deteriorações desnecessárias a este corpo, carro material da nossa jornada pelo planeta. A química fisiológica, como a química espiritual, não é casual ou fatalista. Emerge de nossos atos. Embora seja certo que a dor nos ensina, a ninguém foi dado buscar a doença ou o sofrimento como opção de vida. Incumbe-nos viver de forma cautelosa, escudando a nossa saúde física e espiritual, condição para tornar mais proveitosa a nossa experiência reencarnatória. Neste prisma, ter os olhos abertos para o que ocorre à nossa volta é o primeiro passo para evitar doenças e produzir saúde. Você sabe o que é doença crônica? São aquelas de progressão lenta e de longa duração. Podem ser silenciosas ou sintomáticas e sempre comprometem a nossa qualidade de vida. Para considerar apenas as não transmissíveis, podemos exemplificá-las com as doenças cardiovasculares, as respiratórias crônicas (bronquite, asma, rinite), a hipertensão, o câncer, as doenças autoimunes (lúpus, doença celíaca, esclerose múltipla etc.) e

as doenças metabólicas (obesidade, diabetes, esteatose, osteoporose etc.). Junto às últimas podem ocorrer diversas manifestações psiquiátricas, como o autismo e a depressão. Segundo a OMS, as doenças crônicas respondem por 63% das mortes no mundo (74% das causas dos óbitos no Brasil). Tive acesso, em data recente, a uma explanação feita pelo Dr. Cícero Galli Coimbra, médico e cientista, acerca de alguns dados estarrecedores da saúde mundial. Na atualidade, 60% da população norte-americana com menos de 25 anos de idade sofrem de pelo menos uma doença crônica. Deste contingente, 45% padecem com duas dessas doenças.Trata-se de amostragem do que ocorre em todo planeta, num ritmo exponencial que se agravou desde 1980. Na década

de 1975 a 1985, duplicaram os casos de autismo no mundo. Nas décadas anteriores, as estatísticas apontavam para o nascimento de 1 criança autista para cada 5000 crianças normais. No período seguinte, esta proporção já era de 1 para cada 2500. Em 2012, chegamos a 1 criança autista para cada 88 normais e, em 2018, o índice foi de 1 por 40. Se nada for feito, um enorme contingente de pessoas manter-se-á dependente de medicamentos que a indústria farmacêutica lança no mercado a preços exorbitantes. Essas empresas não estão preocupadas em descobrir ou combater as causas dessas doenças. Orbitam nas cifras milionárias de seus negócios e doenças crônicas constituem a matéria prima de seus lucros. Os fármacos que produzem combatem apenas os efeitos dessas

doenças, o que lhes garante, por tempo indefinido, a fidelidade forçada de um expressivo público consumidor. Em 2016, essa indústria movimentou US$ 17 bilhões apenas com a venda de imunossupressores para o tratamento da esclerose múltipla. Quatro gigantes desse setor projetaram, no mercado de ações, um lucro de US$ 40 bilhões para 2026, gerado exclusivamente com essa doença. Milhares de pessoas tendem a se tornar, ainda jovens, incapacitadas para o trabalho e até para cuidados pessoais. A boa notícia é que a maioria das doenças crônicas pode ser prevenida ou controlada. O peso da herança genética é pequeno, se comparado a outros fatores de risco que estão sob o nosso domínio e dependem apenas de nossa vontade e determinação. “Não somos vítimas de nossos genes, mas donos do nosso destino” (Bruce Lipton). Para trabalhar no bem (essência do nosso compromisso reencarnatório) é preciso saúde. Com pequenas atitudes você pode evitar doenças crônicas e permitir uma experiência proveitosa no vaso físico. Mude hábitos para garantir uma alimentação saudável e variada, rica em frutas, vegetais e cereais. Esforce-se para banir o consumo de produtos industrializados, de açúcar, de sódio, de fumo, embutidos e refrigerantes. Mantenha atividades físicas regulares e reduza ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas. Não se torne refém de medicamentos. Reserve momentos para desfrutar do prazer merecido, da tranquilidade e do relaxamento. Tudo sem esquecer da atividade mais importante, motriz de saúde física e mental: o trabalho desinteressado em favor do outro. r


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Exortação ao amor! “Se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis!” – Jesus Maroísa Baio

maroisafpb@gmail.com

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esus pronunciou outras bem-aventuranças, ou exortações, sem ser no Sermão do Monte, registradas nos seguintes versículos: Mateus 11-6: “E bem-aventurado aquele que não se escandalizar por causa de mim!” Mateus 13-16: “Mas felizes os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” Mateus 16-17: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim meu Pai que está nos céus.” Mateus 24-46: “Feliz aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.” Lucas 11-28: “Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam.” João 13-17: “Se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis.” Esses versículos apresentam em comum o mesmo objetivo: a felicidade reservada para quem compreende e pratica os ensinamentos de Jesus. Considerando a proximidade das festas em comemoração ao

nascimento de Jesus e a chegada de um novo ano, tomaremos como referência o versículo 24:46 de Mateus: “Feliz aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.” O Evangelho de Lucas narra que por ocasião do nascimento de Jesus, as pessoas se encontravam ocupadas com a prestação de contas por causa do recenseamento imposto pelo imperador romano Augusto. Não havia interesse nem atenção para uma jovem prestes a dar à luz. E esse fato nos leva a uma séria reflexão: na proximidade do Natal, o que nos preocupa? Com o que nos ocupamos nesta ocasião? Por que não dirigimos nossa atenção para Jesus que inicia Sua missão ensinando a lição da humildade na manjedoura, apresentando-se como o novo alimento espiritual para a humanidade ainda animalizada em seus sentimentos e aspirações? A todo instante Jesus tenta chegar ao nosso convívio íntimo, seja por meio de uma leitura edificante, uma palestra, uma canção,

um encontro fraterno! Entretanto, estamos sempre focados em mil preocupações, vivendo ansiosos, aflitos, desesperados. Comentando esse versículo, o benfeitor espiritual Emmanuel, no livro Ceifa de Luz, cap. 55, afirma que o que nos falta é a disciplina íntima, o cultivo de hábitos superiores que nos mantenham sintonizados com as lições do Evangelho. Por isso ele enfatiza a necessidade de: - ser fiel ao desempenho dos próprios deveres; - auxiliar a outrem, sem expectativa de recompensa; - aperfeiçoar as palavras que nos escapam da boca; - desculpar incondicionalmente quaisquer ofensas; - nunca prejudicar a quem quer que seja; - buscar a boa parte das situações e das pessoas, esquecendo tudo o que tome a feição de calamidade ou de sombra; - procurar o bem com a disposição de realizá-lo; - nunca desesperar;

- lembrar que os outros, sejam quais forem, são nossos irmãos e filhos de Deus, constituindo conosco a família a Humanidade. Neste período do ano, tornamo-nos mais sensíveis aos ensinamentos de Jesus. Lembramo-nos, mais intensamente, sua trajetória entre nós, seus exemplos, seu sacrifício. No entanto, infelizmente, esses sentimentos são passageiros e, tão logo passem, retomamos nossa postura íntima, nos distanciando Dele novamente. Essas palavras “se compreenderdes isso e o praticardes, felizes sereis” ( João 13:17) ocorreram durante a última ceia com os discípulos mas continuam ecoando entre nós. Só alcançaremos a felicidade se compreendermos e praticarmos o que Ele veio nos ensinar. Quem concretiza, no seu dia-a-dia, os ensinamentos do Senhor será bem-aventurado! Que neste Natal Ele nos encontre operosos no bem e na caridade, no amor e na verdade! Que seja esse nosso compromisso maior para o novo ano! r


Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Dezembro de 2019

REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel. Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP

O presente de Natal Natal para mim, mamãe, é amor e felicidade! Rutiméia Tagliavini e Erick Zyon Tagliavini Vedoato

rutimeia@yahoo.com.br

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raticar a vida, é crescer, se desenvolver, adquirir experiências, se especializar no que temos de melhor a oferecer. Dar o melhor na nossa vida e na vida do outro na prática, é uma forma de presentear e de agradecer. Meu filho Erick de sete anos e eu fomos fazer uma visita ao Papai Noel e ele perguntou para Erick: — O que você vai pedir ao Papai Noel? — Um notebook. O Papai Noel continuou fazendo perguntas: — Você está obedecendo a mamãe e o papai? — Mais ou menos. E o Papai Noel disse: -Pela sua sinceridade, você vai ganhar o seu presente. E eu pensei: — E agora quem poderá me ajudar? O Papai Noel? Erick vinha insistindo muito em saber quantos dias faltavam para chegar o Natal, então eu resolvi perguntar a ele o seguinte: — Erick! Você acha que Natal é só ganhar presente? Ele respondeu: — Não, mamãe! — Então o que é Natal para você meu filho? — Natal para mim, mamãe, é AMOR E FELICIDADE. Fiquei surpresa com a resposta e complementei: — É isso mesmo meu filho, comemoramos o nascimento de Jesus. Ele se tornou o homem

que mais espalhou o AMOR E A FELICIDADE entre os homens, dando-nos o melhor dele, inclusive a sua própria vida, e o que Ele quer de presente de nós, é que aprendamos os seus ensinamentos para que possamos espalhar também o AMOR E A FELICIDADE entre as pessoas. Diante disso, Erick e eu fi-

— O que essa cor representa para você? Vou lhe dar um exemplo: a rosa amarela para mim, representa a amizade. Ele respondeu: — A rosa roxa para mim representa a tristeza. Eu disse: — Por que quer dar uma rosa roxa, você está triste? Ele respondeu: — Não, mamãe! — Então, por que você quer dar

“E hoje, você é a melhor pessoa que você poderia ser”. (Eduardo Peres) “Toda sua experiência de vida, suas alegrias, seus sofrimentos, suas desilusões, suas vitórias... os seus que te preencheram até aqui, também te moldaram. Porque a teoria é linda, mas é a prática que nos molda.” (Eduardo Peres) zemos uma retrospectiva e observamos que a teoria algumas vezes foi difícil de compreender, porém foi na prática que pudemos entendê-la melhor e percebemos que recebemos muito mais do que doamos. E nesse momento de reflexão gostaríamos de retribuir presenteando Jesus com o melhor que podemos ser hoje. Então eu disse a Erick: — Filho, se você fosse dar uma rosa a Jesus, como forma de agradecimento por tudo o que Ele já nos presenteou, que cor de rosa você daria? — Roxa!! Eu disse:

uma rosa que representa a tristeza, se você não está triste? Fico feliz que não esteja triste, porém a gente sempre deve oferecer ao outro o que a gente tem de melhor. — Então eu vou dar uma rosa verde, mamãe! Porque verde para mim significa ALEGRIA. E continuou: — Vou dar também uma rosa laranja. — Que linda filho! E o que ela representa para você? — A CORAGEM! — Que maravilhoso filho, duas rosas representando o que realmente você tem de melhor que é a sua ALEGRIA e a sua CORAGEM.

Jesus vai ficar muito feliz com os seus presentes e orgulhoso de você. Em seguida ele me perguntou: — E você, mamãe, o que você vai dar para Jesus? — Eu vou dar uma rosa vermelha, que para mim representa o AMOR. Erick me interrompeu dizendo: — Mas para mim o vermelho representa a raiva! — Mas para mim representa o AMOR. Agora o presente é meu, lembra?

(...) o que Ele quer de presente de nós, é que aprendamos os seus ensinamentos para que possamos espalhar também o AMOR E A FELICIDADE entre as pessoas

— Vou dar também uma rosa azul, que para mim representa a AUTOCONFIANÇA, que aumenta cada dia um pouco mais, e também vou dar uma rosa cor de rosa que representa para mim a GRATIDÃO. Então é Natal, e Jesus se vestiu de Papai Noel e disse: — Erick, continue melhorando sempre, e assim farei grandes esforços para trazer o que você me pedir, e quando você for ainda melhor do que você é hoje e eu não puder lhe dar o que você me pede, eu terei a certeza que você me compreenderá. Feliz Natal a todos, independente da situação, pois só não tem Natal, quem não tem Jesus no coração. r


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