Tribuna do Espiritismo - novembro de 2018

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • NOVEMBRO DE 2018 • ANO 6 • Nº 62 • 13.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

É momento para não esmorecer Já sabemos que a vida transcende de muito a atual e pequenina existência

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Necessidade exposta Os jovens e a educação moral

EAC presta contas

Momento do país mostra nossa fragilidade moral, solicitando mudança de comportamentos.

Evento de setembro contribuiu para sede própria da Casa de Fraternidade Chico Xavier, de Araraquara.

Jovem adora pensar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer. E está à procura de bons exemplos... Nesse sentido, o pensamento espírita pode ser transformador.

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Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

Página 3 Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.

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Editorial

Necessidade exposta

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s quadros políticos vividos no país desses dias deixaram a mostra nossas mazelas pessoais e coletivas. Revelaram o estágio de agressividade que ainda habita em nós, como indivíduos e como nação. As redes sociais, a imprensa escrita e falada, e mesmo os discursos políticos – ao invés de apresentarem propostas e programas para um país em momento de extrema dificuldades, preferiram os ataques mútuos de acusações –, demonstrando nossa imaturidade política, civil e especialmente moral. Mas este é um processo normal, estamos em fase de aprendizado, experimentando as agruras de nossas próprias imperfeições morais, entre elas a omissão, a indiferença política, o descaso com a coletividade nacional. É justamente por meios dos embates que aprendemos, que amadurecemos. Nada disso é motivo de desânimo ou tristeza, é antes um convite à renovação das ideias, às mudanças de comportamento para alcance da nobreza espiritual que já sabemos, podemos conquistar. Daí a grandeza do Evangelho que nos convida à incessante renovação moral para merecermos viver com mais harmonia e tranquilidade. r

Obreiros da última hora Amigos do bem Médium: Lázara Alves de Oliveira

A

o chamado do Divino Pastor A ecoar pela imensidão do infinito Movimentam-se as falanges do bem Levando alento aos aflitos. Vindas das mais distantes constelações Aos paramos de luz que se renovam Para cantarem em uníssono Unem-se as vozes da era nova. Despertando mentes adormecidas Ao som das liras celestiais Entoam imorredouras melodias O sublime canto dos imortais. Convocados a socorrer os que choram Nos fronts erguidos nas trevas Erigem-se as construções do bem No amado seio da Terra. Comandados pelo Senhor Do maior de todos os exércitos Buscando o endereço da dor Unidos marcham no rumo certo. Partem ao encontro das almas Que julgam-se por Deus esquecidas Soerguendo com as mãos do amor Os que suplicam voltar à vida.

E Deus, Pai de infinita bondade Ordena que aos vales da dor Em busca das ovelhas perdidas Desçam os anjos da caridade.

Perante o mal que grassa na Terra Estais seguros pelas mãos divinas Daquele que jamais fomentou a guerra.

Encontram-se no mesmo porto Os obreiros que chegam E os que de há muito vieram edificar A bandeira do consolador prometido Que neste orbe há de imperar.

Seja vosso pendão o amor Vosso escudo a humildade E o conhecimento que levais Os indestrutíveis pilares da verdade.

Não curveis as vossas frontes Ó, filhos do Altíssimo,

Avante, pois, ó caminheiros! Estais sob o fiel comando de Jesus Vitoriosas serão vossas batalhas A caminho da eterna luz. r

Prestando contas do EAC 2018 Receitas Campanha Massas: R$ 11.554 Patrocínios PJ: R$ 11.200 Patrocínios PF: R$ 5.580 USE Matão: R$ 870 Inscrições: R$ 21.000 Fotos: R$ 50 Livraria: R$ 3.080

Alimentação: R$ 17.964 Banners e brindes: R$ 1.340 Trenzinho/crianças: R$ 680 Cadeiras e bancos: R$ 1.384 Doação CASA CX: R$ 6.907

Total: R$ 53.334

Resumo Receita EAC: R$ 53.334 Despesa EAC: R$ 46.427 Vr. Doado CASA CX: R$ 6.907

Despesas Sorema: R$ 3.500 Telão LED: R$ 3.500 SOM (inclui extras): R$ 4.245 Palestrantes (tudo): R$ 7.625 Tendas: R$ 3.720 Crachás: R$ 669 Água: R$ 300 Transporte banda: R$ 300 Func. SOREMA: R$ 800 Decoração palco: R$ 200 Rádios: R$ 200

Total: R$ 46.427

Considerem: a) Ganhamos suco/café/sacolas. b) Não pagantes (convidados, palestrantes, crianças, isenções e casos de jovens) e média dos valores. 930 participantes, de 88 cidades, 800 inscrições pagantes.


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Educando o Espírito Imortal Pensamento espírita é transformador Marcus De Mario

marcusdemario@gmail.com

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ivemos oportunidade muito gratificante de trabalhar mais de uma vez com jovens adolescentes na faixa etária de 14 a 16 anos, participantes de trabalho profissionalizante realizado por organização não governamental que gentilmente nos convidou para realização de uma palestra e, posteriormente, uma oficina de vivências. Na primeira oportunidade o tema foi “Educação da Sexualidade”, e na segunda vez em que lá estivemos desenvolvemos uma oficina de vivências sobre “Técnicas de Sensibilização dos Sentimentos”. Ao realizar uma atividade bastante diferenciada do que convencionalmente se entende por uma palestra, de certa forma surpreendemos os jovens e os coordenadores do trabalho, pois sempre partimos do princípio que o jovem possui amplas potencialidades, e que eles mais necessitam de apoio, de estímulo, de reforço à autoestima, do que sermões e disciplinas rígidas. Assim, convidamos a uma atividade de integração para estimular a afetividade. Surpresos, no início demostraram um pouco de má vontade, deixando que estereótipos e preconceitos aflorassem, mas, estimulados, incentivados, levaram a bom termo a proposta da atividade, o que facilitou a sequência da palestra, ou seja, fazê-los pensar, chegar a uma tomada de consciência, individual e social, sobre o assunto, por si mesmos. Foi gratificante. E assim

também aconteceu com a oficina de vivências. O educador deve ser, sempre, um facilitador do processo educacional, e deve acreditar nas finalidades e resultados da educação, assim como acreditar nas potencialidades do educando. E não temer fazer abordagens que levem à reflexão moral do assunto, ou seja, sobre-

O educador deve ser, sempre, um facilitador do processo educacional, e deve acreditar nas finalidades e resultados da educação, assim como acreditar nas potencialidades do educando. E não temer fazer abordagens que levem à reflexão moral do assunto, ou seja, sobrepor-se a preconceitos de ordem pessoal, religiosa, etc., e fazer com que todos pensem e atuem no campo da ética e dos valores

por-se a preconceitos de ordem pessoal, religiosa, etc., e fazer com que todos pensem e atuem no campo da ética e dos valores. Contudo, não basta fazer pensar e atuar dentro de uma sala de aula. É necessário também fazer com que se coloquem no lugar do outro, invertendo papéis sociais,

e, igualmente, fazer com que transportem o pensar e atuar para o coletivo social ao qual pertencem, desde o núcleo familiar ao contexto maior da nacionalidade e da humanidade. E o jovem adora fazer isso. Pensar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer. E está à procura de bons exemplos, de parâmetros seguros para construção de sua vida com objetivos superiores à mediocridade reinante. Esse é o papel da educação moral. Mas isso depende da ação do educador. E nada melhor do que se colocar no lugar dos jovens que estão à sua frente, compreendê-los e, então, mostrar-lhes um novo caminho, possível de ser construído e trilhado. Mas, e a disciplina? Como eles vão aprender a respeitar limites? Como vão saber respeitar o educador? Tudo isso acontece de forma sólida se deixarmos que eles discutam as regras, as compreendam e acatem. Se fizermos com que se sensibilizem para o outro e para a vida, deixando que despertem para objetivos e ideais maiores, e fiquem conscientes de si mesmos, da vida e de Deus. Porque moralizar não é um processo de fora para dentro, e sim de dentro para fora. Exatamente como o é o processo da educação. Se damos exemplos para a atuação dos educadores na escola, também lembramos que esses mesmos exemplos devem servir para os orientadores da juventude

nos Centros Espíritas, na tarefa de evangelização dos jovens, pois a chamada reunião da mocidade ou juventude espírita deve ser dinâmica, participativa, integrando o jovem não apenas no conhecimento e vivência do Espiritismo, mas igualmente nas atividades que a instituição proporciona e poderá proporcionar. O jovem não é apenas o futuro, ele é também o presente atuante, cheio de energia, de ideias e potenciais que precisam ser aproveitados, sempre com a finalidade de torná-lo homem de bem. E lembrem-se os pais e responsáveis que a educação moral dos jovens também se faz na família, no lar, com as advertências salutares, os bons exemplos, a orientação amiga com base no diálogo construtivo, com a distribuição de tarefas que os jovens possam assumir responsabilidades e entenderem o quanto é importante cumprir com os próprios deveres. Escola, centro espírita e família devem se unir no grandioso propósito de educar moralmente os jovens. Pensemos nisso. r


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Vontade, livre-arbítrio e dor Trechos parciais de entrevista ainda inédita sobre obra de Léon Denis Orson Peter Carrara

orsonpeter92@gmail.com

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m recente visita a Volta Redonda (RJ), conhecemos a estudiosa da obra de Léon Denis e palestrante espírita Ana Maria de Nigris, que é Bióloga especialista em Biologia Parasitária, Cirurgiã dentista e artista plástica atuante na cidade onde reside, integrando direção do Grupo Espírita Luzeiros do Mestre, como dirigente mediúnica há 20 anos, na mesma cidade. A entrevista, ainda inédita na íntegra será publicada oportunamente pela revista eletrônica O Consolador. Trazemos aqui trechos parciais das questões que intitulam a presente matéria. 1 – O que dizer sobre a VONTADE, no estudo presente numa das obras?

A vontade, segundo Denis e vários outros autores, é a maior de todas as potencias. Kardec, na Revista Espírita de dezembro de 1868, dizia que “a vontade... é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento tornado força motriz”. Na terceira parte do livro “O Problema do Ser...”, Denis cita filósofos que se detiveram no estudo da vontade, como Nietzsche, cita o mecanismo de “Mind Cure”, assegura que a presença de nevos, ou marcas de nascença são provas “de que a vontade impressiona a matéria e pode submetê-la a seus desígnios”. A ciência atual, na figura de muitos ilustres pesquisadores, como o Biólogo Bruce Lipton (A Biologia da Crença) corrobora Denis ao afirmar: “O ser humano

é quem controla seu destino, dependendo de como ele lê o ambiente, como sua mente o percebe. A conclusão é que não somos limitados pelos nossos genes, mas pela nossa percepção e nossas crenças”. 2 – E sobre o LIVRE-ARBÍTRIO, também da mesma obra? Léon Denis nos brinda com um excelente exercício do pensamento crítico, ao nos apresentar o livre arbítrio como algo a ser conquistado, e não como direito adquirido, donde surgem extensas discussões se temos ou não liberdade de escolha. São palavras do mestre: “Para sermos livres temos que querer...Fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão”. Como? é a pergunta que nos vêm de imediato à mente. E ele nos responde com uma moderna “tríade”: Pela Libertação física pela limitação dos apetites... Libertação intelectual pela conquista da verdade...Libertação moral pela conquista das virtudes...

3 – Em recente trabalho sua abordagem focou a DOR. O que dizer da experiência de dor? Ao iniciar o capítulo referente à dor, nos deparamos com um aparente paradoxo: “...tudo o que vive neste mundo, natureza, animal, homem, sofre e, todavia, o amor é a lei do Universo e por amor foi que Deus formou os seres. Contradição aparentemente horrível, problema angustioso, que perturbou tantos pensadores e os levou à dúvida e ao pessimismo...”. Ora! A dor como potência da alma? Nós ocidentais estamos acostumados a ver a dor como vilã, como algo a ser extinto. Denis nos apresenta o papel educativo e evolutivo da dor, como lei de equilíbrio e educação. Nos ensina a distinguir dor de sofrimento, nos mostra que pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo menos, fazê-la redundar em nosso proveito, fazer dela meio de elevação. Àqueles que imaginam que uma vida de felicidade e prazer contínuos seria nosso objetivo maior, Denis exorta: Suprimi a dor e suprimireis, ao mesmo tempo, o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suportá-la. Antonio Damasio, renomado neurocientista português, atribui à dor o papel de provocadora de mudanças. Diz ele: “Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”. r

IDE: ideias, diálogos e espiritualidade Dia 24 de novembro, sábado, às 17 horas no CEAR (Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira, 4.133, Fonte), em Araraquara Com Haroldo Dutra, Rossandro Klinjey, Andréa dos

Reis, Marlon Reikdal, Fábio de Lucca, André Siqueira e Wagner Moura. Mais informações e inscrições: www.idebr.com.


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Sempre a lucidez de Kardec Trechos extraídos de duas notáveis obras do Codificador Seleção de Daniele Antunes

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– Um fato talvez mais importante do que a constatação em termos de quantidade, resultante também de nossas observações, é a seriedade com que se encara o Espiritismo. Onde quer que se pesquise – e podemos dizer: com avidez – busca-se o lado filosófico, moral e instrutivo. Em nenhum lugar vimos a prática espírita reduzida a motivo para distrações nem as experiências serem conduzidas como diversão. Invariavelmente as perguntas fúteis e a simples curiosidades são postas de lado. Em sua maioria os grupos são muito bem dirigidos, alguns mesmo de notável maneira, com o emprego pleno dos verdadeiros princípios da ciência espírita. Os propósitos são idênticos aos que norteiam a Sociedade de Paris e não se tem outra bandeira senão os princípios ensinados pelo “Livros dos Espíritos”. (Allan Kardec, A viagem espírita em 1862, ed. O Clarim) 2 – É preciso confessar, não obstante, que essa progressão ascendente está longe de ser uniforme. Se há localidades onde a ideia espí-

rita parece germinar à medida em que a semeamos, outras, há, em contraposição, onde penetra mais dificilmente, por motivo de causas locais devidas ao caráter de seus habitantes e, sobretudo, à natureza de suas ocupações. (Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862, ed. O Clarim) 3 – Perispírito (de peri, em redor, e spiritus, espírito): invólucro semimaterial do Espírito depois da sua separação do corpo. O Espírito o tira do mundo em que se acha e o troca ao passar de um

a outro; ele é mais ou menos sutil ou grosseiro, segundo a natureza de cada globo. O perispírito pode tomar todas as formas à vontade do Espírito; ordinariamente ele assume a imagem que este tinha em sua última existência corporal. Embora de natureza etérea, a substância do perispírito é a suscetível de certas modificações que a tornam perceptível à nossa vista. É o que se dá nas aparições. Ela pode até, por sua união com o fluido de certas pessoas, tornar-se temporariamente tangível, isto é, oferecer ao

toque a resistência de um corpo sólido, como se vê nas aparições estereológicas ou palpáveis. A natureza íntima do perispírito não é ainda conhecida; mas poder-se-ia supor que a matéria do corpo é composta de uma parte sólida e grosseira e de uma parte sutil e etérea; que só a primeira sofre a decomposição produzida pela morte, ao passo que a segunda persiste e segue o Espírito. O Espírito teria, assim, um duplo invólucro; a morte apenas o despojaria do mais grosseiro; o segundo, que constitui o perispírito, conservaria o tipo e a forma da primeira, da qual ele é como a sombra; mas sua natureza essencialmente vaporosa permite ao Espírito modificar essa forma à sua vontade, torná-la visível, palpável ou impalpável. O perispírito é, para o Espírito, o que o perisperma é para o germe do fruto. A amêndoa, despojada do seu invólucro lenhoso, encerra o germe sob o invólucro delicado do perisperma. (Instruções práticas sobre as manifestações espíritas – Allan Kardec) r


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É momento para não esmorecer Fase atual exige foco, perseverança, consciência Rogério Miguez rogmig55@gmail.com

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ão chegados os tempos, como havia sido predito no passado. A iniquidade se apresenta dominadora e parece ser a grande vencedora. Poucos podem sorrir e desfrutar da relativa felicidade tão desejada, enquanto milhões sofrem todo o tipo de escárnio e sofrimento. Que época! Que momento! Mamon, o deus da ganância parece imperar nos corações e mentes dos desavisados, provocando uma anormal concentração de bens nas mãos de pouquíssimos. Quem em sã consciência diria ser possível ter se concretizado este atual quadro. A que ponto chegamos, exclamam muitos. Qualquer mortal, diante de tal cenário temeroso diria: O dia do juízo final está próximo, pois, maiores descalabros do que estes não podem existir, é o fim dos tempos. Onde está o Criador, não está vendo tantas injustiças? Fomos deserdados!? Entretanto, não somos mortais, somos imortais, graças ao Espiritismo sabemos agora que a vida transcende de muito a atual e pequenina existência. A vida não

se realiza apenas nestes tempos, já vivemos, continuamos vivos e viveremos, aqui e em outros mundos, seremos viajores no Universo de casa em casa, de mundo em mundo, tanto ainda por descobrir e conhecer, até finalmente conquistarmos a relativa perfeição, fatal destinação de todos nós. A vida ora enfrentada é passageira, representando particularmente talvez o clímax de um processo de renovação, neste mundo e desta parcela da humanidade universal. Alguns argumentam ser fácil falar, quando: há comida na dispensa; existem roupas limpas para se vestir; podemos voltar para a nossa casa que nos espera de portas abertas nos protegendo do frio e das intempéries; é possível consultar um médico e comprar remédios diante de uma doença inesperada..., realmente são tantas as necessidades materiais. É fato, cada qual desfruta de variadas possibilidades e recursos, todavia, todos sempre frutos amargos ou saborosos oriundos das condutas passadas, do exercício pleno de nosso livre arbítrio, e, sendo a nossa amada Terra ainda

um mundo de provas e expiações, é de se esperar muito choro e ranger de dentes, muitos escândalos ainda hão por vir. Nestas épocas, se roga ao cristão para não desfalecer, é uma fase de testes, provas, verificações de aprendizado, quando a pequenina virtude da fé, aquela que mesmo do tamanho de um grão de mostarda tem o poder de mover montanhas, deve ser lembrada e vivida cuidadosamente em nossas mentes e corações, substituindo integralmente Mamon o deus filisteu das riquezas. Ela nos fará: atravessar este ciclo sem fraquejar ou sucumbir diante de tantas incertezas; nos comunicará a fortaleza para enfrentar os dilemas ainda por vir; enfim, nos manterá vivos e confiantes no Pai que está à frente de tudo e jamais nos perde de vista.

São tempos de renovação, de testemunhos, de paciência, de resignação e de muita oração. Exercitemos a fé renovadora, ela nos avivará a esperança em dias melhores, não nos deixará tais quais órfãos perambulando sem rumo pelas estradas da vida, ela tem o poder de promover a alegria e confiança na mensagem de imortalidade do inolvidável Rabi da Galiléia, nos mostrando como fortificar a cidadela íntima para enfrentar dias tão incertos. Não esmoreçamos, pois aqueles que atravessarem esta etapa de provas com galhardia e brandura herdarão a Terra, e desfrutarão de momentos mais reconfortadores e felizes, capazes de nos fazer sentir internamente como verdadeiros filhos do Pai Amoroso e Misericordioso, herdeiros da vida eterna, irmãos de toda a Humanidade. r

Suzana Amyuni declama prefácios Professora e jornalista se apresentou no EAC em Matão Redação Livros clássicos de Cairbar Schutel tiveram seus prefácios compactados e declamados na abertura da 8ª edição do EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel, em Matão. São os livros Parábolas e Ensinos de Jesus, Vida e Atos dos Apóstolos e O Espírito do Cristia-

nismo. A jornalista, proveniente de São Carlos-SP e vinculada a Obreiros do Bem daquela cidade, declamou com graça e beleza – acompanhada com fundo musical do esposo – os prefácios dos 3 livros clássicos de Schutel, compactados para apresentação em poucos minutos. Você pode ver esse precioso momento do evento, escaneando o código QR ao lado. r


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Análise das comunicações mediúnicas “O que deve ser entregue ao público, exige condições especiais.” (Allan Kardec) Maroísa Baio

maroisafpb@gmail.com

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m sua correspondência regular, chegavam a Kardec mensagens mediúnicas obtidas em grupos de diversas localidades. Seus autores davam a ele a liberdade de dispor delas como bem entendesse, com a esperança de vê-las publicadas na Revista Espírita. Ele tinha em mãos mais de 3.600 mensagens para serem analisadas, por isso, considerou melhor algumas reflexões em torno da qualidade das mesmas: “Em grande número encontramo-las notoriamente más, no fundo e na forma, evidente produto de Espíritos ignorantes, obsessores ou mistif icadores e que juram pelos nomes mais ou menos pomposos que as assinam. Publicá-las teria sido dar armas à crítica. Circunstância digna de nota é que a quase totalidade das comunicações dessa categoria emana de indivíduos isolados e não de grupos. Só a fascinação poderia levá-los a ser tomados a sério, e impedir se visse o lado ridículo. Como se sabe, o isolamento favorece a fascinação, ao passo que as reuniões encontram controle na pluralidade das opiniões.” Para sua alegria, a maioria delas encerrava bons pensamentos e excelentes conselhos mas, disso não se seguiria que todas fossem boas para publicação, e expõe os motivos que o levavam a tal cuidado: “Para apreciar as comunicações, relativamente à publicidade, não podem ser vistas de seu ponto de vista, mas do público. Compreendemos a satisfação que se experimenta ao obter algo de bom, sobretudo quando se começa; mas além de

que certas pessoas podem ter ilusões relativamente ao mérito intrínseco, não se pensa que há centenas de outros lugares onde se obtém coisas semelhantes; e o que é de poderoso interesse individual pode ser banalidade para a massa.” Ele não pretendia desencorajar a publicação das mensagens mas mostrar que a escolha rigorosa é necessária pois as comunicações mediúnicas haviam aumentado em número e qualidade e os espíritas eram mais numerosos e esclarecidos: “Para começar, convém delas afastar tudo quanto, sendo de interesse privado, só interessa àquele que lhe concerne. Depois, tudo quanto é vulgar no estilo e nas ideias, ou pueril pelo assunto. Uma coisa pode ser excelente em si mesma, muito boa para servir de instrução pessoal; mas o que deve ser entregue ao público, exige condições especiais.” Foi com tais critérios que, das 3.600 comunicações, ele encontrou 3.000 com boa qualidade e com excelente fundo; mas dessas, havia somente 300 para publicidade e destas, apenas 100 com um mérito incontestável. Adverte também que os bons escritores espirituais são raros; que um determinado Espírito pode ser apto a dar uma boa comunicação isolada ou um excelente conselho em particular, mas é incapaz de produzir um trabalho completo que suporte um exame, sejam quais forem suas pretensões ou o nome atrás do qual se proteja. “Publicando comunicações dignas de interesse, faz-se uma coisa

útil. Publicando as que são fracas, insignif icantes ou más, faz-se mais mal do que bem. Uma consideração não menos importante é a oportunidade. Umas há cuja publicação é intempestiva e, por isso, prejudicial. Cada coisa deve vir a seu tempo. Várias delas que nos são dirigidas estão neste caso e, posto que muito boas, devem ser adiadas.”

Kardec também alerta para o seguinte fato: se o Espírito ficar insistindo na publicação de seus escritos, é sinal evidente de obsessão por parte do médium, que pode iludir-se com uma possível notoriedade. Estejamos, portanto, atentos a essas orientações, pois elas oferecem equilíbrio e segurança no exercício da mediunidade! r

Kardec para mulheres Livro é destinado às mulheres Redação

institutocairbarschutel@gmail.com

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osana V. Silveira, a autora, resumiu o trabalho recém-publicado: “Fizemos uma pesquisa profunda e bastante sensível sobre os principais temas relevantes ao belo, complexo e grandioso universo feminino. Nosso objetivo é facilitar a vida cada vez mais atribulada das mulheres e contribuir para que possam encontrar rapidamente ajuda

em Kardec, em diversos setores de sua vida prática, emocional e espiritual. Esperamos ajuda-las a serem mais felizes e para que possam contribuir ainda mais para um mundo melhor.” O lançamento é do IDEAK – Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec. A obra é facilmente encontrada em nossas distribuidoras. r


Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Novembro de 2018

REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel. Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP

Parábola do amor de Jesus Texto foi apresentado no EAC pelo autor no final de sua palestra

E neste esforço divino alcançam uma elevação, as coisas que já faziam não lhes dão satisfação. Procuram fora do mundo um porquê, uma razão, para a própria existência e a vida do irmão.

Outro Filho, Criatura, dos primeiros, eu não sei, mas sua sabedoria já lhe fazia um Rei. Já conquistara a si mesmo, os domínios do saber, já compreendera que a Vida, é doar sem receber. E ele que já voltara para a Casa do Senhor, deixa todo o seu conforto, seu elevado labor.

Descobrem-se Criaturas e o Supremo Criador, que a Lei que os transforma é a Força do Amor. Mas vivem luta infinda e destinada ao só ter, não conseguem entristecidos eliminar o sofrer. O Soberano, entretanto, jamais os abandonou, e, porque Misericórdia, lhes envia um Salvador.

Mira a Vida cá embaixo, lutas sem consolação, e atende à rogativa do Senhor da Criação. Desce da sua altitude, reduz todo o seu poder, mostra como é que se nasce e se vive sem morrer. Tem a Verdade, o Caminho para a Vida do Senhor, e que tudo o quanto existe é posse do Criador.

Paulo Cezar Fernades paulojonia@gmail.com

“A Evolução do Espírito” Um Espírito Amigo - Médium: Paulo Cezar Fernandes

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m Soberano Senhor muitos filhos fez gerar, e os continua gerando dia e noite sem cessar, tantos que conta infinita jamais poderá contar. Sendo Seu Nome Amor, tudo Criou por Amar. A cada um e a todos dá ordens de construção, da sua própria existência e de suporte ao irmão. Sua lei é tão precisa, perfeita e eficiente, que a ela ninguém burla, nem foge impunemente. E todas as Criaturas, na ordem da Criação, saem pelo mundo afora aprendendo esta lição. Crescem e multiplicam, pedras sem animação, plantas que já respiram e fertilizam o chão. Bichinhos inteligentes, mas ainda sem razão, esforçando o entendimento em bandos, em união. E passam anos, milênios, sem conscientização, mas cumprem a Lei do Senhor, expandindo a sensação. Transformam a Inteligência, mudam de direção, passam a olhar para o alto, em vez de mirar o chão.

Cura todas as feridas, dores sem consolação, conduzindo-as na vida tomando-as pela mão, que nenhuma das ovelhas se perderá do Pastor, mas que a Paz exige luta bondosa e com fervor, pra transformar o instinto em sentimento de Amor. Que ninguém tem o direito de ofender quem errou, pois, no rumo do Mais Alto, todos têm o seu valor. Que a pequena Criatura erra mesmo sem saber, e que a grandeza da Vida é amparar no sofrer. Nessa divina tarefa ninguém o reconheceu, tudo o que ele plantava na hora ninguém colheu. Foi pisado, conduzido à suprema humilhação, mas mostrou toda a brandura e a Força que é o Perdão. Do alto do seu calvário, na cruz do supremo ofício, mostrou-se Um com o Pai, no divino sacrifício. Que o Vida sempre ensina, humildade e devoção e que ninguém neste mundo é salvo sem doação. E cumprindo, em derradeiro, o seu divino papel, três dias dorme o seu corpo antes de mostrar o Céu. Que a Vida nunca é morte, que é finita a dor, mas, que ninguém vai Mais Alto, sem a vivência do Amor. r


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