Tribuna do Espiritismo - março de 2019

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • MARÇO DE 2019 • ANO 6 • Nº 66 • 14.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

O alimento das palestras

Foto: www.ibccoaching.com.br

Atividade habitual é momento nobre e nutre a alma humana. Página 7.

Eventos também alimentam o movimento no país

Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.


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Editorial

Episódios

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s diversos episódios de início de ano, seja na política, no caso “João de Deus” ou nos fenômenos naturais das fortes chuvas com mortes especialmente nos deslizamentos, e mesmo a recente tragédia de Brumadinho (MG), acrescidos do aumento de casos de feminicídio, continuam a desafiar a inteligência e a sensibilidade humana, para uma nova postura que esteja de acordo com as Leis Naturais de Amor, estabelecidas pelo Criador. V ivemos um período de despertamentos para os reais objetivos da vida humana e seus desdobramentos e essas ocorrências trazem embutidas um convite de mudança. Felizmente está à nossa disposição esse tesouro de conhecimentos que é o Espiritismo, organizado por Allan Kardec, cuja desencarnação ocorreu em março no ano de 1869, no dia 31, aqui também lembrado. Mais do que o conhecimento, há que se traduzir na prática o que já sabemos, exatamente para que transformemos os episódios em degraus de amadurecimento. Para que a vida flua melhor... r

Dicas de conteúdo online para estudo Canal no C. E. Nosso Lar Matão e Conesc 2018 disponibilizam vídeos pertinentes às questões da atualidade Redação

institutocairbarschutel@gmail.com

A

s palestras transmitidas ao vivo pelo Facebook e YouTube, na página do Centro Espírita Nosso Lar, aos sábados e domingos, estão disponíveis... Procure por “Web TV Nosso Lar” no YouTube ou acesse o acervo pelo código QR para escolher a palestra que quer ver. São muitos temas e palestrantes, de rico conteúdo para divulgar, assistir individualmente ou projetar na instituição.

Dentro da programação da CONESC – Confraternização Espírita de São Carlos – 2018, ocorrida em São Carlos (SP), a extraordinária palestra de Ana Tereza Camasmie, que é Doutora em Psicologia pela UFF/RJ (2012), Mestre em Filosofia pela PUC/SP (2007), Especialista em Psicologia Clínica pela PUC/ MG (2001) e Graduada em Psicologia pela UERJ (1990). Formação em Constelações Familiares pelo

IRALEM/RJ (2012). Atualmente é psicoterapeuta e supervisora na abordagem fenomenológico-existencial e professora de cursos de Constelação Familiar, a palestra Um novo ser – Família traz importantes considerações sobre o vínculo entre os irmãos consanguíneos, e mesmo sobre as características trazidas pela ordem de nascimento. Não deixe de ver. Além de muito divertida e instrutiva, a abordagem nos ajuda no

situar dos filhos dentro da convivência. Para ver, acesse pelo código QR.


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O amor na educação Não podemos conceber o ato de educar sem a presença ativa do amor Marcus De Mario

marcusdemario@gmail.com

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alar do amor na educação não é problema para nós espíritas, pois bem compreendemos a necessidade e as positivas consequências desse que é o maior dos sentimentos, e o quanto ele é importante para a saúde emocional da criança. Entretanto, entre os profissionais da educação, ou seja, os professores no exercício do magistério nas escolas, esse é um tema difícil, e isso por alguns motivos que valem nossa reflexão. O primeiro motivo é o de muitos considerarem que o amor deve ser acionado preferencialmente, senão mesmo unicamente, pelos pais. Isso é um equívoco, pois o amor deve estar presente em todo ato educativo, seja na família ou na escola. Outro motivo de rejeição é que muitos professores consideram que esse tema possui ranço religioso, quando a escola é laica, não possui, salvo exceções, orientação doutrinária religiosa. Essa maneira de pensar também está equivocada. Não é preciso ter religião para falar e trabalhar o amor, que é sentimento universal. Agora chegamos a um outro equívoco muito comum: a confusão que se faz entre o amor e o sexo. Amor é sentimento, sexo é energia.

Amar não significa necessariamente realizar o ato sexual, mas significa respeitar o outro, entrar em comunhão afetiva com o outro, saber se colocar no lugar do outro. Tudo isso é o que precisamos urgentemente trabalhar e desenvolver com as novas gerações. Crianças e jovens recebem às vezes excessiva carga de conhecimentos, nem sempre úteis, ou pelo menos nem sempre sabendo para que servem ou como podem ser utilizados na vida, e tornam-se adultos desajustados, emocionalmente desequilibrados, pois o essencial não teve espaço nesse período fundamental que engloba infância e juventude, onde os sentimentos e as virtudes foram relegadas a segundo plano, assim como a formação do caráter. Mergulhando nessas reflexões desenvolvi a Pedagogia da Sensibilidade a qual, na sua parte prática, traz Atividades para o Desenvolvimento dos Sentimentos, Técnicas de Sensibilização, Vivências de Solidariedade, Práticas de Bondade, Jogos Cooperativos e Estimulação das Relações Interpessoais, entre outras, que podem e devem ser aplicadas em todo o ciclo de

formação, abrangendo da educação infantil até o ensino médio. Não podemos conceber o ato de educar sem a presença ativa do amor. Quem educa é um ser humano, e quem está sendo educado também é um ser humano. Como seres humanos os dois são dotados de sentimentos, de cargas emocionais, afetivas, psicológicas que não podem ser desprezadas, devem interagir. Interação no amor significa que o professor deve despir-se de autoritarismo, de cátedra, de passador de conteúdos, para ser um facilitador do processo de construção de saberes, habilidades, comportamentos e atitudes, deixando o aluno percorrer a estrada do conhecimento de si, do outro e da vida, do jeito que ele quiser e puder percorrer essa estrada. Falamos tanto de respeitar as diferenças e esquecemos que cada criança, cada jovem, cada adulto, é um universo independente repleto de potenciais. Cada ser humano tem seu próprio ritmo, seu querer, seus ideais. Só quem educa com amor percebe e respeita a individualidade. Quando falamos de educação moral, que propicia a formação do caráter, não nos referimos a lições de moral, a sermões sobre cidadania, a conteúdos sobre ética. Dizemos do facilitar e orientar a formação do senso crítico, do conquistar, por parte do aluno, a ética do bem em contraposição do mal, do desenvolver virtudes. O caráter não pode ser formado de fora para dentro. É conquista íntima, pessoal, intransferível. Amar é fundamental. O amor sabe ouvir e sentir. O amor caminha junto, mas não sufoca. O amor dá liberdade

e aceita o outro como ele é. O amor respeita limites e dá responsabilidades. O amor incentiva e faz pensar. O amor não entrega tudo pronto. O professor que ama a educação e ama o que faz na educação compreende que à sua frente está um ser em construção, e que esse ser constrói a si mesmo, como personalidade única. Cabe ao professor o papel de educador, o mestre que orienta. Quem orienta não é o fazedor das coisas. O amor é a marca registrada daqueles que se destacam na educação, mesmo que seus nomes não apareçam nos livros de história, pois ficam para sempre registrados no coração dos seus alunos. r ****** Pedagogia da sensibilidade Para adquirir o livro Pedagogia da Sensibilidade e meus outros livros, vários deles sobre educação, acesse www.marcusdemario.com. Todos os livros com 20% de desconto. Escola inovadora Conheça os projetos e programas do Instituto Brasileiro de Educação Moral junto aos professores, escolas e secretarias de educação. Acesse www.ibemeduca.com.br.


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Vida futura em e-book Obra é de prevenção ao suicídio Extraído do site da editora Lluminar www.lluminar.com.br

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s envolvidos com o suicídio sabem que, às vezes, a dor é tanta que inibe a tocar no assunto, mas está na hora de construirmos algo com essa dor, pensando no bem que podemos promover se evitarmos que outros busquem o mesmo caminho equivocado. Nossa responsabilidade

maior como Espíritas, reside no fato de consolarmos esses corações desencorajados de viver ao divulgarmos as informações ainda desconhecidas de muitos, de forma acessível a todos. Morrer não é o fim, é apenas um novo começo. Estamos aqui com um propósito que é nossa evolução e só ascenderemos quando aprendermos a amar como Jesus nos ensinou.

Este assunto, muito bem abordado nesta obra em seus amplos aspectos, vem dar assistência não só ao doente do espírito, como aos familiares e aos desencarnados que precisam se conscientizar de sua situação. Neste roteiro, organizado com exemplos, repleto de citações, tanto do Evangelho como outras obras renomadas – como as de Yvonne Pereira – Vida Futura pretende consolar, esclarecer, exemplificar à luz do Espiritismo, sobre a difícil situação daqueles compromissados com o ceifar da própria vida. A obra cumpre seu papel ao abordar os aspectos psicológicos e patológicos que envolvem o processo. Sobre o autor: Nascido em Santa Rita de Jacutinga – MG, em 01/08/1960, recebeu orientações espíritas de seu pai devido ao avô paterno ter sido adepto do Espiritismo. A partir da década de 90 tornou-se filiado à Associação Espírita Estudantes da Verdade, Volta Redonda – RJ, na qual faz parte do quadro de sócios efetivos e da escala de palestra públicas. Aposentado. Autor dos livros Palavras de Consolo – Bastidores do Projeto Yvonne Pereira, cuja primeira edição está esgotada, Vida Futura, Lenitivo

à dor, editados pelo Lar Espírita Irmã Zilá, Volta Redonda – RJ e pela Nova Consciência, Capivari – SP, respectivamente. E os inéditos: Por enquanto…recomeços, Cartas aos Irmãos da Terra (coautoria com Roberto Fonseca), Foi bom você ter vindo! Além de Volta Redonda, cidade onde reside, participa do Movimento Espírita da região Sul Fluminense e outros Estados. É graduado em Administração, com especialização em Docência e Gestão de Pessoas.de Pessoas. Na Apresentação da obra: Caros irmãos, eis o livro como remédio ao viajor cansado que busca entender

os porquês de seu sofrimento, nele há o conhecimento que conforta no sentido de dar a entender os motivos das aflições e provas. Mais rápido se recupera aquele que sabe onde está o mal. – Denise Correa de Macedo. No Prefácio: Roni, o autor da obra, porém, nos surpreende com a grandeza de sua pesquisa didática nas obras consultadas e na elaboração da sequência que torna a obra valorosa, agradável de ler, motivadora para estudar e, especialmente, confortadora. – Orson Peter Carrara Do Autor: Almejamos que estas páginas aquietem muitos seres humanos que, na iminência ou intenção de extirparem as próprias vidas, pensem, meditem e despertem para a outra realidade que os aguarda, como Espíritos Imortais, se querem aportar em situação pior do que a existência que pensam interromper. – Roni Ricardo r


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Kardec e Jesus Mário Frigéri

mariofrigeri@uol.com.br

Kardec me abriu a mente: Venci o medo da morte.

Hoje eu vejo claramente

Como é bela a minha sorte! Ao ler os sábios do mundo

Lhes faço um salamaleque,

Mas a Obra em que vou fundo É sempre a de Allan Kardec. Kardec em sua missão Sempre foi, será e é Sacerdote da razão

No Templo augusto da fé. Jesus é amor e perdão, Kardec é razão e luz:

-- Com Kardec a Evolução;

-- A perfeição com Jesus. r


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Allan Kardec Desencarnação ocorrida em 31/03/1869 traz lembrança de gratidão Dagildo Rodrigues dagildo@uol.com.br

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ia 03/10/1804 nasceu em Lyon (França) Hypolite Leon Denizar Rivail. Filho de Jean B. Antoine Rivail, de tradicional família católica lyonesa de magistrados e professores, e Jeanne L. Duhamel. Aos 10 anos sua mãe o encaminhou a Yverdon (Suiça) para estudar na conceituada escola do prof. Johann Heinrich Pestalozzi, famoso educador, cujo método consistia em não aplicar estudos forçados; aprender deveria ser um prazer e sem ameaça de sanções, autodisciplina. Uma revolução para a época. Ao retornar de Yverdon, em 1824, Rivail se estabelece em Paris, onde passa a escrever livros de aritmética, ortografia e de estilo. Em 1825 adquiriu na Rue Sèvres, 35, uma grande casa e fundou uma próspera instituição, que pouco tempo depois foi forçado a dela se desfazer. Obteve, então, o cargo de professor no Liceu Polimático, escola secundária privada. Rivail ouviu de um amigo o acontecido em 1848 na aldeia de Hydesville, Nova Iorque, EUA. Incrédulo, passou a pesquisar o assunto e após ampla pesquisa, publicou a primeira edição de O Livro dos Espíritos, em 1857. Em 1860 Kardec inicia suas viagens apostólicas, tendo a primeira acontecido em agosto, na cidade de Lyon, no Centro Espírita dos Brotteaus, onde a doutrina já estava bem implantada. Lyon era um grande centro ferroviário, com muitos operários espíritas, grandes leitores de seus livros. Em 1861 retornou à sua cidade natal, com vistas a observar a aplicação

de aspectos doutrinários e prestar a orientação necessária à organização de centros espíritas. Acerca desta visita, escreveu na Revista Espírita de 1861: não vimos em parte alguma, reuniões espíritas mais edificantes que a dos operários lioneses, quanto à ordem, recolhimento e atenção com que se devotam às instruções de seus guias espirituais; Ali há homens, velhos, senhoras, moços, até crianças, cuja postura, respeitosa e recolhida, contrasta com sua idade; jamais perturbaram, fosse por um instante, o silêncio de nossas reuniões, geralmente muito longas; pareciam quase tão ávidos em recolher nossas palavras.

Isso não é tudo, o número das metamorfoses morais, nos operários, é quase tão grande quanto o dos adeptos: hábitos viciosos reformados, paixões acalmadas, ódios apaziguados, índoles pacificadas, em suma, desenvolvidas as virtudes mais cristãs. É que neles não há uma fé vulgar, mas fé baseada em convicção profunda, raciocinada, e não cega. Em 1862, o Mestre, ao longo de mais de 6 semanas, fez visitas a 20 cidades francesas, inclusive Lyon, e participou de mais de 50 reuniões, concluída em Tous e Orléans. À época, a rede ferroviária deixava muito a desejar: nos vagões não

havia sequer banheiros, as tarifas eram exorbitantes e a velocidade dos trens era de 40 km/h, no máximo. Essa foi, possivelmente, a última vista a sua terra natal. O custo dessas viagens, que alguns julgavam ter sido bancado pela Sociedade de Paris, foi feito com seus próprios recursos, advindo de suas economias com a venda de seus livros. Kardec poderia se orgulhar da recepção entusiasta que lhe era reservada em todos os círculos que visitava, mas declarava em público que esses testemunhos calorosos se dirigiam menos ao homem que à doutrina filosófica que representava. Dizia sempre: A força do Espiritismo não reside na opinião de um homem ou de um Espírito; está na universalidade do ensino dado por estes últimos. Em 3 de outubro de 2004, na cidade de Lyon, na Rua Sala, foi erguido monumento (foto anexa) em homenagem ao bicentenário de nascimento do Codificador do Espiritismo. Consta de busto de Kardec e duas placas com estas inscrições: Hippolyte Léon Denizard Rivail, alias ALLAN KARDEC, Pédagogue Spiritualiste et Codificateur du Spiritisme. Né a Lyon, 76 rue Sala. 1804-1869. le 3 octobre 2004. DON DE L’Union Spirit Française et Francophone et de Association KARDEC. 1 Rue Docteur Foumier 3700 TOUR. (Hippolyte Léon Denizard Rivail, aliás ALLAN KARDEC, Pedagogo Espiritualista e Codificador do Espiritismo. Nasceu em Lyon, Rua Sala, 76. 1804-1869. 3 de outubro de 2004. Presente da União Espírita dos franceses nascidos no País e da Associação KARDEC) A residência onde nasceu Kardec ficava no úmero 76 da Rua Sala. Não mais existe a casa de número 76 nessa rua, demolida que foi para a construção de duas largas e arborizadas avenidas. O monumento foi erguido no local onde ficava a casa em que Kardec nasceu. r


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Exortação à humildade Avante os humilhados de espírito! Maroísa Baio

maroisafpb@gmail.com

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primeira bem-aventurança (Mateus 5:3) apresenta muitas diferenças de tradução, dificultando a real compreensão das palavras de Jesus. Em grego encontramos: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Por sua vez, essa tradução apresenta variações, tais como: “Bem-aventurados (ou Felizes) os pobres de espírito...”. E no original em hebraico: “Avante os humilhados de espírito, porque para eles é o reino dos Céus!” Novamente, buscamos os esclarecimentos do Prof. Severino, no livro “O Sermão do Monte”: “O hábito de se traduzir a expressão ‘humilhados de espírito’ por ‘pobre de espírito’ dificulta sua real interpretação. É uma tendência natural da tradução do termo grego ‘ptoco’ que significa pobre. ‘Humilhados’ é o significado exato da palavra hebraica ‘aní’, próxima da palavra ‘anav’ (humildade, humilhação).” No estudo das bem-aventuranças é preciso ter em mente o estado

moral das pessoas às quais Jesus se dirigia. Na maioria, eram pobres, humilhados pelos orgulhosos e cruéis romanos e esquecidos pelos vaidosos fariseus, indiferentes às necessidades daquela gente. Jesus

Mas o que é a humildade? É o reconhecimento de nossa pequenez diante da grandeza do Universo; a consciência de que tudo é criação divina; que estamos na Terra como usuários e não proprietários; que somos todos irmãos, por tadores da mesma centelha divina!

se dirigiu a elas, exortando-as à coragem, à paciência, à perseverança, à fé no futuro. Perseverando, alcançariam a paz tão desejada!

Importa destacar que essas pessoas, além das preocupações comuns relacionadas à própria sobrevivência e aos cuidados com a família, estavam sujeitas à dores superlativas devidas à crueldade do ser humano, sem direito algum e sem ninguém que as defendesse. Além disso, os recursos médicos eram escassos e somente os mais ricos tinham acesso a eles. Qualquer desequilíbrio da saúde, mesmo simples, tomava dimensões dolorosas. Outra questão que surge é a seguinte: qual seria a reação comum daquelas pessoas diante de tantas humilhações? E qual seria nossa reação se estivéssemos na mesma situação? Abatimento? Revolta? Indignação? Surge então Jesus, exortando aquela gente sofrida a não cultivar sentimentos negativos no coração, o que lhes acarretaria males ainda maiores, e isso só seria possível se cultivassem a virtude fundamen-

Alimento das palestras *** Recebido por WhatsApp Um frequentador de um centro espírita escreveu a seguinte mensagem para um jornal: “Eu tenho ido à centro espírita por 30 anos e durante este tempo devo ter ouvido umas 3.000 palestras. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo lembrar da maioria delas. Por isso, acho que estou perdendo meu tempo e os que fazem as palestras também estão desper-

diçando o deles.” Essa matéria divulgada no jornal gerou uma grande discussão resultando em uma sábia resposta de um leitor, igualmente divulgada nos seguintes termos: “Estou casado há mais de 30 anos e durante esse tempo minha esposa deve ter cozinhado umas 9.000 refeições. Mas, com exceção de uma ou outra, eu não consigo me lembrar da maioria delas. Mas de uma coisa eu sei: todas elas me nutriram, me alimentaram

e me deram a força necessária para fazer minhas atividades. Sem essas refeições, eu e nossos fi lhos estaríamos desnutridos, fracos, desanimados e mortos. Da mesma maneira, se eu não tivesse ido ao centro para alimentar minha vida, minha alma e a da minha família, estaríamos hoje desnutridos espiritualmente”. Portanto, não deixe de estar em comunhão no centro espírita. Encorajemo-nos uns aos outros.

tal: a humildade! Ele apresenta a humildade como a virtude sem a qual não se conseguirá as demais, como a paciência, a misericórdia, a pureza de coração, a mansidão, a esperança, o desapego dos bens materiais. Para Cairbar Schutel, no livro Parábolas e ensinos de Jesus: “A humildade se tornou cartão de ingresso no Reino dos Céus. Sem a humildade nenhuma virtude se mantém.” Infelizmente, ao se traduzir “humilhado” por “pobre de espírito” passou-se a confundir humildade com pobreza. Mas o que é a humildade? É o reconhecimento de nossa pequenez diante da grandeza do Universo; a consciência de que tudo é criação divina; que estamos na Terra como usuários e não proprietários; que somos todos irmãos, portadores da mesma centelha divina! Conquistamos a humildade quando nos submetemos aos Desígnios Divinos, sem revolta no coração; quando aceitamos as dificuldades da vida, reconhecendo que estamos sujeitos a enganos. Para a conquista dessa virtude, não entra em jogo a riqueza ou a pobreza, o saber ou a ignorância. Assim afirma Cairbar Schutel: “Não é a ignorância e a baixa condição que nos dão o Reino dos Céus, mas, sim, os atos nobres: a caridade, o amor, a aquisição de conhecimentos que nos permitem alargar os planos da vida em busca de mais vastos horizontes, além dos que avistamos!” Perante as opressões da vida, quando tudo tentamos para alcançar a paz e nada conseguimos, experimentemos a humildade! r


Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Março de 2019

REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel. Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP

Considerações sobre “Um sacerdote espírita” Obra inspirou-se no livro “Memórias do Padre Germano” Roni Ricardo Osorio Maia roniricardomaia@gmail.com

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de uma leveza e ao mesmo tempo profundidade todo o relato que o amigo Orson nos proporcionou em sua obra. Lado a lado com o texto de Amália Domingo Soler o escritor se manteve com enorme sensibilidade, fora isso, não teríamos o entrelaçamento de ideias e sentimentos em cada viés apresentado pelo caríssimo contemporâneo de nossa geração. Orson, além de fidedigno aos postulados deixados por Kardec, foi e é capaz de levar o leitor a mergulhar em si e pensar: que grandeza de alma todos nós a trazemos! Padre Germano também era falível com agruras peculiares a todo ser humano nesse mundo de provas e expiações! Inclusive, ele era órfão, a ponto de se expor com enorme carência e nem por isso deixou de socorrer filhos e mães. Que escritos eloquentes! Capazes de nos fazer flutuar por horas como se boiássemos em um grande lago paradisíaco, após refletirmos

sobre o que é alteridade no menor sentido da palavra. O nosso prezado Orson já o fez noutras obras com destreza e técnica que lhes são peculiares como escritor e orador; e, o próprio nos encantou com os livros Dois Gigantes do Espiritismo: Cairbar Schutel e Yvonne Pereira e Diante da Vida com Chico Xavier. Parabéns Orson! Estamos felizes por você e seu trabalho digno, enaltecedor dos postulados kardequianos, nossa base – Kardec deve e precisa ser sempre pontuada, pautada e divulgada seja pela letra ou pela fala. Que satisfação estarmos contigo nessa estada reencarnatória, convivermos numa mesma época, possuirmos a mesma idade e quis o destino, desde 2000, quando o assistimos em Volta Redonda (RJ), na sua primeira palestra aqui, na então, Sociedade Espírita

Seguidores do Cristo e, gentilmente, nos recebeu no final da exposição doutrinária, juntamente à nossa esposa que naquele tempo era uma tarefeira daquela instituição espírita, E destacamos que, não há quem não se emocionará com cada história de Padre Germa-

no nas seleções para o livro, em questão, certamente muito bem inspirado pelo plano espiritual que assessorou nosso querido companheiro de Matão (SP), em mais uma obra espírita, de estudo e profícuas meditações. Lemos a destacada obra Memórias do Padre Germano há muitos anos, sem nos lembrarmos em qual época, o livro nos fora emprestado por amiga espírita, as páginas eram amareladas e estavam soltas e tínhamos o maior zelo para não avariá-lo ainda mais. Acreditamos que, Um sacerdote espírita com reflexões sobre Padre Germano fará muito bem a quem desejar excelência em estudo espírita. r Volta Redonda (RJ), Janeiro 2019. CARRARA. Orson Peter. Um sacerdote espírita. 1 ed. Araras: IDE, 2016. ________. Orson Peter. Dois Gigantes do Espiritismo. 1 ed. Barra Bonita: Solidum, 2012. ________. Orson Peter. Diante da Vida com Chico Xavier. 1 ed. Araras: IDE, 2016.

Aguarde... Breve divulgaremos a abertura das inscrições e também os palestrantes confirmados


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