Tribuna do Espiritismo - junho de 2018

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • JUNHO DE 2018 • ANO 5 • Nº 57 • 15.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Matão celebra 150 anos de Schutel Dois eventos comemoram a data na cidade. O primeiro será em agosto; o segundo é a 8ª edição do EAC.

Páginas 6 e 7

INSCRIÇÕES com valor mínimo até 31 de julho

Ouça a Rádio do Chico Uma iniciativa da Associação Chico Xavier para Divulgação Espírita. Você pode ouvir também no celular; já há aplicativo disponível. Acesse: www. radiodochico.com.br Página 8

Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.


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Editorial

Bom sentir!

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intensa movimentação em torno do ideal espírita satura o coração de entusiasmo, alegria e gratidão. Não é para menos! O tesouro cultural/doutrinário contido no conhecimento espírita e os desdobramentos daí decorrentes ensejam ações contínuas de aprendizado e ação no bem. É um estímulo contínuo, perene. O movimento se organiza, planeja e oferece muitas oportunidades de estudos, reflexões e aprendizados. Eventos se multiplicam em diferentes regiões do país, agora muito facilitados pela tecnologia avançada da comunicação. Isso é muito saudável porque espalha o conhecimento que esclarece e liberta. Bom sentir tudo isso! Em âmbito estadual renovam-se as diretorias das USEs, abrindo novos horizontes. E aqui mesmo em Matão, dois eventos vão marcar os 150 anos de nascimento de Cairbar Schutel, envolvendo-nos em intenso trabalho de entusiasmo e divulgação espírita. Nossas vibrações, pois, de carinho e gratidão aos variados amigos, em toda parte. Prossigamos trabalhando! r

Imediata necessidade Sem conhecimento do objetivo da existência não há fortaleza para enfrentamento dos embates existenciais Orson Peter Carrara

orsonpeter92@gmail.com

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s dificuldades, de todas as ordens, enfrentadas atualmente pela humanidade tem sua origem basicamente num único detalhe: o desconhecimento ou a ausência da noção dos objetivos de viver. Detalhe presente na esmagadora maioria dos habitantes do planeta. Há uma necessidade imperiosa de que todos saibam o que são, de onde vêm, para onde vão, porque estão no planeta, como e porque devem agir desta ou daquela forma. A concepção atual vigente, sobre o mundo e a vida, é a causa principal dos grandes problemas sociais e morais que tanto infelicitam a vida na Terra. A noção de que não somos este corpo físico, mas estamos nele, e de que a vida principal é a do espírito, altera completamente a visão de mundo e proporciona conduta mais equilibrada e feliz. Sem conhecimento do objetivo da existência não há fortaleza para enfrentamento dos embates existenciais, nem solidariedade, nem motivação ou comprometimento pelo bem coletivo. Este desconhecimento é gerador do egoísmo que destrói vidas e do orgulho que distancia pessoas. Porém, entendendo os objetivos da vida humana, que outros não são senão o desenvolvimento moral e intelectual do es-

pírito que estagia no planeta justamente para o aprendizado que lhe fará evoluir, as ligações humanas ou o relacionamento entre as criaturas adquirem outro enfoque. Aí seremos capazes de ver em cada pessoa

Caem por terra quaisquer razões de tolo orgulho ou vaidade descabida. Ficam sem razão as atitudes violentas, precipitadas, de desprezo e mesmo de desespero

um irmão de caminhada, alguém como nós, também necessitado de atenção, de carinho, de estímulos para o próprio desenvolvimento, e limitado como todo mundo o é. Caem por terra quaisquer razões de tolo orgulho ou vaidade descabida. Ficam sem razão as

atitudes violentas, precipitadas, de desprezo e mesmo de desespero. Ora, estando conscientes de que nos encontramos num estágio de aprendizado, todos no mesmo barco, onde os interesses são os mesmos, por que os atritos, as violências e as atitudes egoístas? Há mesmo, ao contrário, enorme motivação para o estudo, a pesquisa, o crescimento moral e intelectual e principalmente para a adoção da solidariedade e da compreensão nos relacionamentos. Surgem as atitudes de respeito, tolerância e compreensão, uns para com os outros. A fé se fortifica, porque embasada no raciocínio, e desaparecem as aflições causadas pela dúvida dessa grande realidade: somos criaturas imortais cumprindo estágio de aprendizado. Nada mais que isso. É o que ensina o Espiritismo. Convidamos o leitor a conhecer mais sobre o assunto. r

Tribuna do Espiritismo - Distribuição gratuita. Sua receita provém de doações, publicidades, parcerias e livros nas palestras. - Pedimos sua distribuição racional: um exemplar por família ou casal. - Não permita acúmulos de jornais parados que amarelam e ficam empoeirados. Distribua. - Se possível comente seu conteúdo para atrair atenção do público. - Havendo sobra de exemplares, comunique para retirada. Havendo falta, comunique para alteração de quantidade. - Comunique alteração de endereços ou pessoa responsável. Utilize o e-mail. - Se puder, colabore nas despesas de postagem. - A publicação soma-se a outros periódicos com o mesmo objetivo: divulgar o Espiritismo, fortalecer o movimento e unir os espíritas. - Visite o site: www.tribunadoespiritismo.org (disponível também virtualmente).


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Sem exemplo, como educar? A força da educação está no exemplo Marcus De Mario

marcusdemario@gmail.com

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eço licença ao leitor para trazer uma fala do educador brasileiro Paulo Freire, não espírita, que tanto marcou a educação brasileira e mundial, pois nos servirá de importante reflexão. Ei-la: “Nós temos que dar exemplos. É absolutamente importante saber que a educação demanda exemplos, testemunho. O discurso, o discurso democrático do professor, que não se funda na prática, que distorce, que nega a prática, é uma contradição”. Essa fala você encontra no livro Pedagogia da Solidariedade, aliás uma obra que todo educador deve ler. O pensamento de Paulo Freire é o mesmo da Doutrina Espírita, é o mesmo do Evangelho. Ensino que não se fundamenta na força do exemplo, que é contraditado pelo exemplo, é ensino que para nada serve, que não tem força, que é desmentido por aquele que ensina. Para termos certeza disso basta olharmos para Jesus, o maior dos mestres. Não apenas ensinava, como vivenciava todos os ensinos que ministrava, convencendo pela força dos seus exemplos. Por esse motivo o Evangelho, ou Boa Nova, atravessou os séculos, os milênios, num convite permanente para nosso aperfeiçoamento moral. Para chegar ao equilíbrio entre o que se ensina e o que se vivencia, temos que lembrar que, na verdade, o professor não ensina, ele só pode dar ao aluno aquilo que ele é. O conhecimento pode ser adquirido de diversas formas: pelo estudo individual, pelas experiências da vida, pelo estudo em grupo, pela leitura e assim por diante. O papel do professor não é o de ensinar, e sim o de estimular a sede pelo conhecimento, o de orientar o aluno na aquisição

desse conhecimento e, acima de tudo, o de dar bons exemplos, para que seu discurso não soe falso, não desestimule aquele que vê nele um protetor, um amigo, um orientador. Se o aluno percebe que o professor está enfadado, está sendo rápido porque quer se livrar do peso do trabalho que exerce, esse aluno passa a não mostrar interesse, nem no estudo, nem no professor, nem na escola. E isso serve igualmente para a tarefa da evangelização espírita. Como falar de amor ao próximo se a criança sente que o evangelizador está brigado com este e aquele, ali mesmo no Centro Espírita? Ou se encontra o evangelizador na rua, em atitude contrária ao que trabalha lá na evangelização? A força da educação está no exemplo, não podemos nos esquecer. Certa vez, acompanhando o trabalho da evangelização espírita, vimos uma evangelizadora, na frente de seus alunos, conversar com outra evangelizadora, queixando-se amargamente na própria mãe, e que ali estava forçada pela mesma, pois, por ela, já teria abandonado o trabalho, para o qual não se julgava apta. E as crianças ouvindo a conversa, e sabendo que a “tia” a quem tanto amam, não gosta do que faz e, por tabela, não deve gostar delas. Como o processo educacional pode dar bons resultados nessa situação? Claro que temos inúmeros bons exemplos na educação, de professores e evangelizadores que gostam do que fazem, que amam seu trabalho e se esforçam para ser bom exemplo para seus alunos, sejam eles crianças, adolescentes, jovens ou adultos. E são esses exemplos que nos fazem acreditar na força da educação para transformar a humanidade para melhor.

Você pode não acreditar que a educação transformará o homem e a humanidade, e talvez esse pensamento tenha por base uma falsa ideia do que seja educação, pois muitos a confundem com o ensino de conteúdos curriculares; confundem com a instrução. A educação é, na verdade, a formação do caráter, o desenvolvimento dos bons hábitos, a construção da ética no relacionamento com o outro. Então, desse ponto de vista, não há como não acreditar na educação como o único caminho transformador para melhor dos homens, caminho esse que em muito é potencializado com a força dos bons exemplos. Não se preocupe tanto com o ensinar. Você só pode dar ao outro aquilo que você é. Priorize os exem-

plos, pois são eles que marcam, para sempre, a vida dos seus alunos, dos seus educandos, dos seus evangelizandos, dos seus filhos, dos seus netos, dos seus sobrinhos, enfim, de todos os que estão olhando para você e acreditando em você. r Material sobre educação O Instituto Brasileiro de Educação Moral, IBEM, organização não governamental, realiza palestras e treinamentos. Conheça o Projeto Escola do Sentimento, e outros projetos, em www.ibemeduca.com.br.. Para a evangelização espírita Está disponível o Projeto Educação do Espírito. Solicite o mesmo, gratuitamente, acessando www.marcusdemario.com.


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O poder da oração Prece é sintonia, vibração, sentimento Roque Roberto Pires de Carvalho roquerpcarvalho@gmail.com

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as reuniões com palestras realizadas pelas Casas Espíritas – sucessoras da Casa do Caminho (fundada pelo Apóstolo Pedro ao tempo do Cristianismo Primitivo) normalmente em seu início e encerramento são proferidas Orações que muitos chamam de Prece. O Espiritismo sugere que todas as famílias que já sentiram a religiosidade na alma, independentemente do credo religioso que professam, realizem, ao menos uma vez por semana, o “Evangelho no Lar” para, em união de forças de bons pensamentos e bons sentimentos, irradiar energias de alto teor vibratório, que atingirão, com o impulso do Pensamento e da Vontade o objetivo. Esse fim, quer seja o de interceder pela saúde, o equilíbrio, a harmonia de alguém ou de alguma coletividade, ou de um animal, ou de qualquer circunstância

que requeira auxílio de Deus, quer seja o de agradecer por um benefício recebido ou de louvar o Santo Nome de Deus, reconhecendo sua Soberana Vontade e nos submetermos a ela com o respeito devido. O Espiritismo esclarece: o elo de ligação entre a família universal e o Pai, são os Espíritos mais evoluídos, como Jesus e seus Emissários, analisando nossas vibrações com a autoridade que lhes é delegada respondem conforme a URGÊNCIA, o MÉRITO e a NECESSIDADE daquele que ora e daquele por quem se ora. Em O Livro dos Espíritos – nas questões 658/659 – Allan Kardec faz expressivo conceito de Prece e também nas obras dos Espíritos Emmanuel, André Luiz, Joana de Ângelis a espiritualidade se manifesta dando-nos a garantia de que “nenhuma prece fica sem resposta”.

Nas Casas de Orações sempre observamos que muitas pessoas procuram os livros destinados à colocação de nomes de irmãos encarnados e desencarnados. Praticamente ninguém manifesta em palavras a razão pelas quais registrou ali o nome de algum familiar, alguém conhecido, algum amigo e de outros que já partiram para outros níveis – mundos superiores ou não em busca do aperfeiçoamento do Espírito. Não é difícil intuir que ao colocar o nome daquele irmão querido, o registrador em particular oração pediu ao Pai sua ajuda e sua misericórdia. Simplesmente coloca o nome e se retira em silêncio. A partir desse momento Invoca-se a intercessão dos Bons Espíritos – Espíritos de Luz, nossos Anjos Guardiães para que, junto ao Pai, apresentem nossas preocupações, nossos pedidos por aquelas pessoas – nossos irmãos unidos pelo mesmo Pai. E que se encontram, assim como nós mesmos , carentes de Proteção em nossos caminhos. É nesse exato momento que reconhecemos nossa fragilidade, nossa vulnerabilidade, uma oportunidade única para orarmos pelos governantes de todos os níveis de hierarquia em todo mundo para envidarem esforços pela Paz e fraternidade. Em resumo, a Oração é vibração, sintonia no Louvar, Pedir e Agradecer, reconhecendo nossa fragilidade de seres imperfeitos mas confiantes na resposta daqueles que já, estando mais próximos do Pai, estão em condições de nos ajudar.

Finalmente, agradecemos ao Pai a concessão de mais um dia de vida – dia em que possamos fazer a nossa transformação íntima, aplicando as lições do Evangelho aos irmãos com que tenhamos alguma relação familiar ou social – distribuindo um sorriso de confraternização e solidariedade em nome do amor que nos foi ensinado pelo Mestre Jesus. r

O Espiritismo sugere que todas as famílias que já sentiram a religiosidade na alma, independentemente do credo religioso que professam, realizem, ao menos uma vez por semana, o “Evangelho no Lar” para, em união de forças de bons pensamentos e bons sentimentos, irradiar energias de alto teor vibratório, que atingirão, com o impulso do Pensamento e da Vontade o objetivo


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De que lado está a verdade? O espírita verdadeiro saberá onde encontrá-la! Maroísa Baio

maroisafpb@gmail.com

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m outubro e novembro de 1861, Allan Kardec visitou alguns grupos espíritas nas cidades de Lyon e Bordéus (França), a convite de espíritas dessas localidades, os quais eram, na maioria, operários das fábricas locais. Ele se surpreendeu, não apenas pela recepção simples e carinhosa que recebeu, mas também pela união sincera que constatou entre aquelas pessoas sofridas e trabalhadoras. Os representantes de cada grupo tiveram a oportunidade de discursar, agradecendo à ilustre presença, mas o discurso mais aguardado era o de Kardec. Suas palavras trazem valiosos ensinamentos, tanto para os grupos espíritas quanto para cada espírita em particular, destacando-se, sobretudo, por sua humildade: “Se me sinto feliz com este acolhimento cordial, é que nele vejo uma homenagem à doutrina que professamos e aos bons Espíritos que no-la ensinam, muito mais que a mim pessoalmente, que não passo de um instrumento nas mãos da Providência. Convencido da verdade desta doutrina, e do bem que ela está convocada a produzir, tratei de lhe coordenar os elementos; esforcei-me por torná-la clara e para todos legível. É tudo quanto me cabe e, assim, jamais me considerei seu criador. A honra cabe inteiramente aos Espíritos. É, pois, a eles só que se devem dirigir os testemunhos de gratidão; e não aceito os elogios que me dirigis de boa vontade senão como um encorajamento para continuar minha tarefa com perseverança.” Comentou sobre as lutas que enfrentou, o quanto trabalhou para o estabelecimento do Espiritismo e a preocupação com a clareza dos ensinamentos. Não se considerava

(...) a melhor oposição aos adversários do Espiritismo está no amor e na caridade, fazendo-os esmorecer e que, em torno dessa bandeira, devem se reunir os verdadeiros espíritas

médium mas um coordenador dos ensinamentos dos Espíritos: “Não sou médium, no sentido vulgar da palavra, e hoje compreendo que para mim é uma felicidade que assim o seja. (...) Assim foi possível fazer uma seleção dos diversos ensinamentos, sem prevenção e com inteira imparcialidade. Vi muito, estudei muito, observei muito, mas sempre com o olhar impassível e nada mais

ambiciono do que ver a experiência que adquiri posta em proveito dos outros.” Destacou que a melhor oposição aos adversários do Espiritismo está no amor e na caridade, fazendo-os esmorecer e que, em torno dessa bandeira, devem se reunir os verdadeiros espíritas. Propôs, então, a seguinte questão: “Se as opiniões estão divididas sobre alguns pontos da Doutrina, como saber de que lado está a verdade?” Apresentou, a seguir, dois critérios. Eis o primeiro: “É a coisa mais fácil. Para começar, tendes por peso o vosso julgamento e por medida a lógica sã e inflexível. Depois, tereis o assentimento da maioria; porque, acreditai, o número crescente ou decrescente dos partidários de uma ideia dá a medida de seu valor; se ela fosse falsa, não conquistaria mais adeptos do que a verdade; Deus não o permitiria; Ele pode deixar que o erro surja aqui e ali, para nos fazer ver suas atitudes e nos ensinar a reconhecê-lo. Sem isto, onde estaria o nosso mérito, se não tivéssemos escolha a fazer?” E o segundo: “Quereis um outro critério da verdade? Eis um, infalível. Desde que a divisa do Espiritismo é Amor e Caridade, reconhecereis a verdade pela prática desta máxima, e tereis como certo que aquele que atira a pedra em outro, não pode estar com a verdade absoluta.” Dois critérios imbatíveis: o bom senso e a caridade! Embora suas orientações tenham sido dirigidas em especial aos espíritas daquelas regiões e daquele tempo, elas continuam válidas, na atualidade, para todo aquele que queira pautar sua conduta agindo sempre lado a lado com a verdade! r


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Inscrições no EAC 2018 geram ações sociais Ideia é materializar recursos em favor de instituições e iniciativas humanitárias Equipe EAC 2018

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articipando do EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel você também auxilia instituições e outras iniciativas em favor do bem comum. Na versão 2018, coincidente com os 150 anos de nascimento de Cairbar Schutel (1868 – 2018), planejamos com o apoio de patrocínios de pessoas físicas e jurídicas

(...) cobertos os custos do evento, direcionaremos esses recursos em benefício de ações em favor da coletividade, que divulgaremos oportunamente

gerar superávit para destinar recursos excedentes para ações sociais. Por isso agradecemos inicialmente o grande apoio que recebemos e que ainda continua aberto aos que puderem nos auxiliar. Posteriormente, cobertos os custos do evento, direcionaremos esses recursos em benefício de ações em favor da coletividade, que divulgaremos oportunamente.

É uma forma de materializar o legado de Schutel que, além do esforço na divulgação, igualmente amparou também materialmente muita gente que o procurava. É uma forma diferente de fazer, já que uma das características do EAC é inovar a cada ano. Obrigado, pois, pelo seu apoio! Desejando ajudar, fale conosco pelo e-mail institutocairbarschutel@gmail.com r


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EAC chegando! Já fez sua inscrição? Valor mínimo vai até 31 de julho. Inscrições exclusivamente pelo site www.institutocairbarschutel.org


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Imortalidade inevitável Jesus afirmou que sempre proporcionaria alívio a quem O procurasse Rogério Coelho

rcoelho47@yahoo.com.br

Foto: www.lds.org

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rânsfugas de si mesmas, incontáveis criaturas buscam o equacionamento dos dramas íntimos na tresloucada e inútil fuga suicida. Mas, cedo descobrem a gravidade da indisciplina perpetrada e carpem longos anos de sofrimentos e atrasos para volverem ao mesmo proscênio, onde novos e dolorosos testemunhos as aguardam. A confiança em Deus deve ser a mola mestra de nossa vida. O Pai Celestial jamais permitiria que alguém chegasse ao ponto de ter como única opção o suicídio. Melhor adentrarmos – ditosos – pelos portais da Imortalidade gloriosa do que cair no alçapão de angústias inomináveis, corolários naturais da precipitação suicida. Jesus afirmou que sempre proporcionaria alívio a quem O procurasse. Ele foi o Mensageiro da Imortalidade, legando a certeza da vitória da vida sobre a morte com a insofismável realidade do “túmulo vazio”, sinal inconteste de que a vida estua – exuberante – após a travessia do “Estige na barca de Caronte”.

Revivescendo a mensagem cristã, a Doutrina Espírita não poderia deixar de desvelar os painéis da Imortalidade, e o faz de maneira incontestável: com fatos. São os próprios habitantes do Mundo Espiritual que vêm informar sobre a vida além da vida. Na segunda parte do livro básico do Espiritismo intitulado “O Céu e o Inferno”, Kardec expõe o testemunho dos Imortais. A mediunidade é o canal de acesso a essas realidades.

A Comunicabilidade dos Espíritos e a Imortalidade da Alma – como não poderiam deixar de ser – são pontos básicos do Espiritismo. Se a Doutrina Espírita trouxesse apenas (como traz) a certeza na Imortalidade da Alma, já teria alcançado sentido de incalculável valor. Mas, ele nos proporciona muito mais!... Proporciona o conhecimento superior; a compreensão das Leis Divinas; o porquê das desigualdades, da dor; explica

a origem dos seres e seus destinos; dá nova dimensão ao Evangelho de Jesus, acoplando-o às mais modernas conquistas da psicologia e outros ramos das ciências; enfim, atende em espírito e verdade à profecia de Jesus sobre o “Consolador Prometido” que ensinaria todas as coisas. A Imortalidade é inevitável!... “morremos” numa dimensão, para ressurgirmos noutra. Não existe consumação. A vida prossegue e prosseguirá sempre... Afirma – consoladoramente – Joanna de Ângelis: “se a dúvida a respeito da Imortalidade te espicaça a mente, sombreando tuas convicções de receio e angústia, interroga o amor, e ele te responderá com segurança que nada perece senão para se transformar e renascer sob outra modalidade, com novas características”. Tão bem compreendeu tudo isso o “Vidente de Damasco” que, escrevendo aos coríntios, concluiu: “onde está ó morte, o teu aguilhão?” (Cor.,15:55) r


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Tarefa de um gigante II Organização do edifício doutrinário mostra grandeza do Codificador Respostas do prof. Márcio Correa, lúcido palestrante radicado em São Carlos

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– Como entender a Filosofia Espirita? Gonzáles Soriano nos afirma que “O Espiritismo é a síntese essencial dos conhecimentos humanos aplicada à investigação da verdade.” Ela responde às inquietações do ser humano quando à sua natureza, sua vida presente e futura e a sua origem. Mas algo que nos parece fundamental é que ela não apenas nos ensina a compreender o que estamos fazendo nesse mundo, mas, sobretudo, como devemos nos portar no mundo de modo a tornar a nossa vida mais produtiva e plena de significado. 2 – Esse conjunto contínuo de questionamentos, sempre desafiador e gradual, como se enquadra na Lei de Progresso? Com relação à Lei do Progresso, enxergamos uma enorme contribuição da Filosofia Espírita. E para isso gostaríamos de fazer um paralelo com uma obra contemporânea ao O Livro dos Espíritos (1857), “A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural” (1859) de Charles Darwin, em que o grande naturalista britânico estabeleceu as leis do evolucionismo material (formas físicas) no âmbito local do planeta Terra. Em “O Livro dos Espíritos”, na resposta à questão 540, o Espírito da Verdade assinala que: “É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo.” Com isso, foi estabelecida a base do evolucionismo amplo (formas físicas e espirituais) em âmbito global, ou seja, de todo o universo.

3 – E a notável percepção de Kardec na organização do edifício doutrinário do Espiritismo? Kardec construiu o edifício doutrinário de maneira muito sólida, consistente e sem preconceitos. Com o bom-senso que sempre foi uma das suas maiores virtudes: a) observou os novos fenômenos que ainda não tinham sido objeto de estudo da ciência tradicional; b) identificou o conteúdo inteligente das manifestações; c) adotou a hipótese sugerida pelas próprias manifestações: existência de espíritos; d) verificou a hipótese utilizando o novo instrumento que estudou, organizou e desenvolveu: mediunidade; e) absorveu os naturais desdobramentos filosóficos trazidos pela doutrina nascente e os corporificou como uma nova visão do mundo e da vida; f ) entendeu profundamente o ensino trazido pelos espíritos ao afirmarem que a maior necessidade do ser humano consiste na compreensão e prática dos ensinos de Jesus. Em suma, a percepção de uma inteligência fenomenal que deu corpo a uma Doutrina que foi aos poucos mostrando toda a sua amplitude. 4 – E por que o tríplice aspecto doutrinário do Espiritismo? Para englobar os vários campos do conhecimento humano, destacando-se que o aspecto tríplice foi naturalmente sendo vislumbrado por Kardec, na medida em que os espíritos se comunicaram no estabelecimento do Espiritismo. Kardec partiu da observação dos

fenômenos, estabelecendo a Ciência Espírita. A seguir desenvolveu a interpretação dos resultados da pesquisa, corporificando toda uma nova filosofia de amplitude fenomenal. Guiado pelos mensageiros espirituais, tirou conclusões morais da concepção filosófica, desaguando naturalmente no caráter religioso da doutrina, tendo como ponto basilar os ensinos do Evangelho de Jesus. 5 – Algo mais a destacar? Sim. Gostaríamos de ressaltar as palavras de Emmanuel, no livro “O Consolador”, psicografado por

Chico Xavier, em que o mentor espiritual sintetiza o tríplice aspecto, destacando a importância da Religião, quando nos ensina que:” ...No seu aspecto científico e f ilosóf ico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.” r


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Espiritismo, erros de interpretação Numa Casa Espírita deve prevalecer, acima de tudo, a doutrina espírita, não a opinião isolada do trabalhador Andres Gustavo Arruda andres.gustavo57@hotmail.com

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Espiritismo é uma doutrina que demanda certa acuidade por parte de seus adeptos no respeitante à sua correta interpretação, bem como o hábito de reflexão acerca dos seus postulados, de modo que o espírita compreenda a doutrina tal como no-la entregaram os Benfeitores da Humanidade, há 157 anos. Daí resulta o impositivo da busca pela interpretação a mais acertada possível dos preceitos espíritas, sobretudo das obras que compõem a Codificação. Tal mister por certo não é fácil, porque os princípios fundamentais da doutrina podem até ser simples de assimilar, mas a doutrina como um todo é uma ciência que, no dizer de Kardec, não se aprende brincando, dada a complexidade e a grandiosidade dos assuntos que nela são tratados. Assim, é preciso que o segundo ensinamento dado pelo Espírito de Verdade – o “instruí-vos” – que encontramos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item V, seja colocado em prática, para que a pulcritude dos postulados espíritas esteja garantida. Com isso, não se sugere, aqui, que os

espíritas sejam indivíduos portadores de títulos acadêmicos. Não é isto, mas que tenhamos o mínimo de coerência doutrinária que, por extensão, fará com que tenhamos igualmente o mínimo de coerência na vivência dos ensinamentos, que é o mais importante, mormente em tempos de transição planetária por que passamos na atualidade. Com o advento das obras mediúnicas psicografadas por Chico Xavier, o Espiritismo ganhou mais adeptos. Assim, o movimen-

(...) é necessária a conscientização dos dirigentes de Casas Espíritas e dos responsáveis pelas livrarias e clubes do livro, no sentido de analisarem as obras que chegam, antes de entregá-las ao público leitor, que, na maioria das vezes, não sabe distinguir o que é ou não Espiritismo

to espírita brasileiro ganhou em quantidade, todavia perdeu em qualidade doutrinária, em face do desnível existente entre os prosélitos no que concerne ao que o Codificador denominou “maturidade do senso moral”, que independe da idade e do grau de instrução, mas está ligada unicamente à capacidade de o Espírito encarnado compreender a doutrina, principalmente as consequências morais. O desnível em causa, não raro, enseja interpretações errôneas dos preceitos doutrinários, resultando, também, na falta do que Kardec definiu como “unidade de princípios” – que não significa pensar da mesma forma, e sim, ter

os mesmos objetivos em relação à doutrina –, a qual, juntamente com o CUEE (Controle Universal do Ensino dos Espíritos) garantiriam a união dos espíritas e uma intransponível barreira contra desvios doutrinários. Numa Casa Espírita deve prevalecer, acima de tudo, a doutrina espírita, não a opinião isolada do trabalhador A ou do trabalhador B, que nem sempre está de acordo com a Codificação e com as obras complementares psicografadas por médiuns seguros. Tal ocorre em razão dos erros de interpretação e também pela falta de estudo da Doutrina dos Espíritos. Conjugado a estes dois fatores, surge

Comemoração de 80 anos O Centro Espírita Ismael, de Araraquara-SP, realiza Solenidade que será realizada em sua sede, sito à Rua Voluntários da Pátria, nº 642. O evento ocorre nos dias 15 a 17 de junho, sexta a sábado, com variada programação, inclusive com apresentação da Orquestra Feminina da UNIARA na sexta-feira, 15, às 20h. No sábado, 16,

20h, palestra com Paulo Cezar Fernandes, de Marília-SP, e várias apresentações musicais. No domingo, 17, às 9h, Seminário com o tema Esclarecendo a Mediunidade, com o mesmo orador. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas até dia 13 diretamente no site www. centroespiritaismael.com.br


PÁGINA 11 outro: o analfabetismo funcional, que infelizmente grassa em parte das nossas instituições. Dessa forma, temos observado que, não obstante a existência de grupos de estudo – os quais podem ser a profilaxia contra essas interpretações equivocadas, dado que os chamados “facilitadores” tenham sólida formação doutrinária –, os ensinos espíritas vêm sendo mal interpretados por alguns espíritas. Além disso, há para o iniciante outro escolho dentro do processo de aprendizagem da doutrina espírita. Esse escolho consiste nas obras mediúnicas que vêm sendo psicografadas por alguns médiuns, as quais são apresentadas ao público leitor em linguagem vulgar, leviana, absolutamente em desacordo com o bom senso que toda obra espírita – mediúnica ou não – deve ter, além de trazerem ataques a médiuns e dirigentes espíritas e teses ridículas (como, por exemplo, a possibilidade de ocorrer reencarnação no mundo dos espíritos...). Sucede que os autores desencarnados dessas obras são Espíritos pseudossábios – conforme definição de Kardec – que pretendem confundir e criar embaraços no movimento espírita, gerando a discórdia, a desunião, os ataques indébitos entre confrades, etc., e o fazem de forma sui generis, porque de ordinário iniciam os capítulos dessas obras citando livros da Codificação e outros de inequívoco valor, do ponto de vista doutrinário. É a tática inteligente das Trevas que, a pouco e pouco, vão ganhando terreno dentro das hostes espíritas, e com a aquiescência da silente comunidade espírita. Por via de consequência, a compreensão e a própria imagem da doutrina espírita acabam sendo conspurcadas pela proliferação dessas obras mediúnicas antiespíritas, que muitos incautos reputam como legítimas. Afinal, se o livro foi adquirido numa livraria espírita,

Junho de 2018 presume-se que ela seja espírita, sobretudo quando se trata de obra mediúnica –que, ao que parece, possui um certo status de superioridade se comparada a obra de autor encarnado, o que não se justifica,

porquanto há excelentes obras de autores encarnados. Destarte, é necessária a conscientização dos dirigentes de Casas Espíritas e dos responsáveis pelas livrarias e clubes do livro, no sentido de analisarem

as obras que chegam, antes de entregá-las ao público leitor, que, na maioria das vezes, não sabe distinguir o que é ou não Espiritismo, dado o seu parco aprofundamento no estudo das obras básicas. r


Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Junho de 2018

REMETENTE: Instituto Cairbar Schutel. Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SP

Ação e adoração Como vencer dúvidas, aflições e conflitos? Vladimir Polízio polizio@terra.com.br

O

aprendiz indagou do Mestre: “‒ Senhor, sofro muito... A solidão me aniquila... Que fazer de mim, se minha vida é um terrível deserto? O Divino Instrutor, porém, respondeu: ‒ Filho, a flor aparece onde for plantada”. Na verdade, essa é a Grande Lei que determina a nossa condição na Terra. Fugir das obrigações afetas a cada um é conflitar consigo próprio e com as forças do Alto. Quando Jesus fez suas pregações sobre as bem-aventuranças discorreu amplamente sobre o exercício pleno do amor e sua importância perante a vida física e com resultados rigorosos no mundo dos espíritos. O amor ‒ de acordo com Jesus, nosso modelo e guia ‒ cobre a multidão de erros, de pecados, de transgressões contra o próximo. Em nenhuma página de seu Evangelho de luz deixou o Mestre de citar a Lei maior, que é a Lei do amor. Emmanuel, benfeitor da espiritualidade, acompanhou Chico

Xavier por 75 anos, dando-lhe apoio, orientações das mais variadas, esclarecimentos sobre assuntos diversos e muito ânimo nos momentos em que o médium se via mergulhado em sentimentos profundos. Esta mensagem, é de Emmanuel: ‘Ação e adoração’: “Cada criatura nasce na Terra, no sítio em que deva produzir mais e melhor para o bem, com os recursos necessários ao aprimoramento que lhe diz respeito e sob as circunstâncias mais favoráveis à obra que lhe cabe realizar. Não esqueças os instrumentos de progresso e perfeição que o Senhor te confiou ao caminho. Para muitos, é o lar com os deveres que lhe enriquecem as horas, pelos quais o devotamento é o clima em que se lhe amadurecerão os frutos do resgate. Para outros, é o campo em que as lides da terra lhe pedem devoção e suor. Para outros, ainda, é a casa de trabalho onde as pequenas desarmonias de cada instante lhe reclamam paciência e serenidade, boa vontade e

amor, na própria edificação, à frente dos companheiros difíceis. Todos no mundo, enquanto envergamos a veste física, possuímos conosco os elementos da regeneração e da cura de que necessitamos para o triunfo na escola da vida. Renunciar aos obstáculos que nos marcam a senda e encerrarmo-nos no altar contemplativo da falsa adoração ao Pai Celeste é fugir aos nossos compromissos, adiando indefinidamente as realizações que o passado exige de nós no presente, para que o porvir se nos descerre pleno de luz. Certamente, o Senhor prescinde em qualquer situação do incenso bajulatório das nossas reiteradas manifestações de louvor, mas, sem dúvida, aguarda de nosso esforço

o socorro a alguém que ontem relegamos ao abandono e a consagração honesta a esse ou aquele trabalho que sofreu de nossa parte, no pretérito, atitude escarnecedora, porque semelhantes edificações constituem recuperação de nós próprios, diante da Eterna Lei. Não menoscabemos o valor da prece em tempo algum, de vez que encontramos nela a escada sublime da ascensão aos Céus. Entretanto, não nos esqueçamos de que a obrigação corretamente cumprida, ainda que nos custe o máximo sacrifício, é a oração mais nobre que nos granjeia a dignidade entre os homens e o respeito a nós mesmos por traçar-nos seguro caminho à fiel comunhão com Deus.” r


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