Centro Interpretativo das Salinas de Porto Inglês | Conceito, Conteúdos e Práticas

Page 50

Agricultura e criação de gado

A agricultura da ilha do Maio não constituiu, no início do seu povoamento, uma atividade económica de interesse para os senhores da terra, apesar dos bons terrenos agrícolas, muito embora a aridez dos solos. Este recurso foi quase esquecido pela atenção prestada à criação de gado e à extração do sal, e possivelmente, pelo desanimo causado pelas sucessivas pragas de gafanhotos que arrasavam as culturas da ilha. A ilha do Maio possui potencialidades agrícolas (essencialmente de economia familiar) numa área de cerca de 1000 ha em regime de sequeiro e de regadio, que inclui a encosta de algumas das suas elevações. Produz-se milho e feijão bongolom, cebola, batata-doce, batata comum, mandioca, cana-de-açúcar e, claro está, a produção de aguardente (o famoso grogue), que se produz especialmente em Figueira Horta, pela existência do trapiche. Esta produção agrícola, onde sobressai a cultura do milho, constitui o suporte para a gastronomia tradicional local, com destaque para os pratos típicos como a cachupa e a cachupa de chacina (tchacina), o pastel de milho, o xerém, entre outros.

A cultura do algodão foi introduzida quase desde a descoberta da ilha, principalmente entre as povoações de Morro e Morrinho. O algodão utilizado desde há muito como moeda de trocas comerciais, era muito valioso e vendido aos tecelões de Pedra Badejo (até meados do século XX), para a produção dos famosos “panos de terra”.

CENTRO INTERPRETATIVO DAS SALINAS DE PORTO INGLÊS

51


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Centro Interpretativo das Salinas de Porto Inglês | Conceito, Conteúdos e Práticas by IMVF - Issuu